Ano VIII nº55 Maio 2014 Trilha Distribuição Gratuita Editor: Antonio Cabral Filho do mosteiro: Rua São Marcelo, 50/202 Rio de Janeiro – RJ Cep 22.780-300 Email: letrastaquarenses@yahoo.com.br O andarilho vai convicto, http://blogdopoetacabral.blogspot.com.br / http://letrastaquarenses.blogspot.com.br Filiado à FEBAC
Buscar paz de espírito.
HAICAIS Madrugada clara Pétalas desabrochadas, Caixas enfolhadas. Manoel F. Menendez – SP Incessante chuva. Em dia de escuridão Luzes acesas como? Eliana Ruiz Jimenez – SC Pio da coruja Rompe o silêncio da noite – Viro o travesseiro. Neide Rocha Portugal – PR
Begônias e pedras Castigam-se mutuamente: Musgo gera flor. Vai de galho em galho, Pára, olha, me vigia: Esquilo mineiro... Cai um temporal Sobre o calor de domingo: São águas de março. Chove em Parati: Mil peixinhos vêm à tona, Provar outras águas. Antonio Cabral Filho - RJ TROVAS
Sonhos de menino Entre bolhas de sabão... - Mistério de um sopro! Humberto Del Maestro – ES Criança curiosa Põe a mão na taturana, Choro convulsivo. Renata Paccola – SP Olho ao meu redor E sinto pena do tédio: Escravo dos fúteis. Queixada na trilha, Roncando e rangendo os dentes: Ataque certeiro. Chove de mansinho Na manhã de primavera: Frio tropical. No baile das flores, Beija-flores fazem festa: Eis a primavera. Caminho do mar: A navalha no meu rosto, Corta que nem gelo.
Os teus olhos cor de jade, De uma ternura sem lei, Foram feitos da saudade De um mundo que eu inventei. Humberto Del Maestro – ES Neste Brasil de bonança, De riquezas tão reais, Quisera ter a esperança De ver rico e pobre iguais. Jessé Nascimento – RJ Vem chegando a primavera, Os jardins ficam floridos... Almas cheias de quimera E corações coloridos. Henny Kropf – RJ Suscitando a inquietude De uma longa odisséia, A trova, mais que virtude, É gênese de uma idéia. Silvério da Costa – SC Urubu sobre o telhado E voando abertamente Ficou muito bem olhado Pelo suspiro da gente. Franc AssisNascimento - Go
Quando vi a nossa foto Desgastada na gaveta, Vi nascer um terremoto Neste inóspito poeta. Olivaldo Júnior - SP Poluição é o nosso ocaso... No ar, os danos afligem: Chaminés lançam descaso Tampando o sol com fuligem. Eliana Ruiz Jimenez - SC Saudade, ponte estendida Entre o passado e o presente. E o tempo – rio da vida, A correr eternamente. Franklin Coutinho - Rj. Quando, manhã, bem cedinho, Abrindo os olhos desperto, Através do teu carinho Vejo logo um céu aberto. Walter Siqueira - Rj Em 25 de Abril Portugal respira fundo, Manda à puta que pariu Salazar e todo o mundo. & Amizade não tem preço Nem é presente que enjeito, É sempre mais que mereço E guardo aqui bem no peito. & Lua de sangue ou vermelha Não traz-me revelação, Pois em nada se assemelha Com a minha revolução. & Nenhum eclipse de sangue Ofusca meu horizonte, Em nada me faz exangue Até que meu sol desponte. Antonio Cabral Filho – RJ