em poesia e imagem
Azul em Poesia e Imagem Poemas de Cec铆lia Vilas Boas Fotografia de Ant贸nio Caeiro Ano: 2015
Azul em Poesia e Imagem Poemas de Cec铆lia Vilas Boas Fotografia de Ant贸nio Caeiro
Cec铆lia Vilas Boas | Ant贸nio Caeiro
Azul em Poesia e Imagem
Serei eu a indómita consciência
Dum tempo capaz de abraçar tormentas Ou de lembrar voos ausentes das gaivotas Esquecidos numa linha de desejos Serei eu capaz de ouvir na distância Um pulsar de vontades marés
Ou sentir crepúsculos extenuantes De olhares enevoados Serei eu a vontade do mar Que desenlaça virtudes que o desejo escreve Amanheceres impolutos em horizontes difusos Serei eu os caminhos vazios de silêncios Veredas que se desencontram Um ponto no universo que reflete um brilho memorial.
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Azul em Poesia e Imagem
O que se revela ao longe [neste mar]...? De olhar longânime Despojado, simples Em consciência ou em sonho, Comoção... O abismo e a imensidão O elevar das estrelas
Palavras, asas de silêncio Reconheço-te no infinito
No vento que ouço passar Nas luas, nos sóis
No calor dum caminho qualquer És comigo Entre a luz e a alma Entre o aroma que vem do mar E a aragem que me percorre a pele Amo-te mesmo sem te esperar
Como as aves amam o voo que as liberta.
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O silêncio nasce de entre o vento Entre as lágrimas da humildade Desperta em corpos de espuma Em rumores de beijos Amanhece em horizontes cristalinos Grita despertares sem palavras É uma sílaba, um barco de papel
Uma nuvem quieta, um pássaro No silêncio fala-se de tudo quanto amamos.
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Tarde tão serena
Que exala sopros de abandono Lenta, leve Sussurra voos de pássaros São nacos de sonhos que se escrevem Numa tarde plena Soberba
Clara de luz e azul de céu E as águas são espelhos límpidos Que embelezam os lírios do horizonte.
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Como o empedrado que se faz eterno Debaixo dum céu denso Palmilho vagamente num fim de tarde Como queria amar-te, debaixo dos azuis do céu! Onde as aves pairam desenganadas Tal como o meu ser anda Continua viva a tua imagem Tão pura e calma como o vento que susurra E me convida a ficar São os ecos que me chegam de ti Procuro-te neste silêncio Quase sublime Onde ausculto os afetos E me redimo Esta é a paixão e o tormento O cálice onde me embriago A estranha sensação de não te ter É a existência gloriosa de termos sido Num tão solene momento Baixo os meus olhos em reverência Sigo, vagarosa, de olhar perdido. 15
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Em passos silentes, caminha o meu espirito
Refresca-se nas águas mansas, do oceano vida Escreve horizontes e renasce no azul mar Limpo, cristalino, onde a vida acontece Num silencioso mistério, quase lírico Neste mar, que aquieta olhares E liberta sentires.
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No murmúrio das águas ressoam ecos de ti
Na lisura dos rios que correm para a foz Desaguam palavras escritas, intensas de sentires Os pensamentos fluem na ponta das marés Escritos duma vida, dos dias sem fim Do silêncio que as lágrimas contêm Visto-me das sombras que o tempo traz
Tudo se dilui no leito dos rios, perfeita imagem de ti Sabes que te quero, mesmo nos dias que perderam o azul! Ressoam ecos de ti no murmúrio das águas Sempre. Num fim de dia qualquer.
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Agora sei que não posso amar mais ninguém,
Não depois de te amar assim De que importa se o amor existe fora de mim Se a minha solidão me consome por não te ter Não quero outro amor, senão o teu De que interessam os sentires do mundo Se a todo o momento te beijo sem beijar
Os teus olhos estão presentes nos meus Era tão fácil ser feliz quando estavas junto a mim Espero-te neste infinito, numa ansiedade louca Não amarei mais ninguém, não depois de te amar assim Pouco me bastaria senão o teu querer Mas este é o meu destino desafortunado Nascemos e morremos tantas vezes, enquanto vivemos este amor Vou esperar-te sempre, mesmo nos dias em que não te espero Quero-te sempre, mesmo sem te pensar Quero o fogo do teu amor, porque só a ti quero Mesmo quando estás ausente, a minha alma está cheia de ti Amo-te sem lugar, sem sentido Amo-te assim, porque só assim sei amar-te.
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Percorro os ventos e as vagas
Fixo o azul do céu e do mar Ouço o choro da areia Nas noites de luar Frias, húmidas Onde anseio por te amar Volto a mim
De olhos a lacrimar Guardo as tardes que se vestem de acenos Tranquilas, sem movimento Viajo sem bagagem Beijo em silêncio a aragem Descanso as palavras Não acordo neste vagar Fecham-se as pálpebras E navego Neste silente grito Rumo a ti Frágil, só.
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A brisa transporta em si
Vozes de poetas melancólicos Que escrevem no mar, sonhos em silêncio Nas ondas, roucas e eloquentes das águas salgadas Escondem romances em perolas preciosas Deixam vogar a voz do desejo Na melodia do vento quente de verão
Esperando respostas, quiçá, em vão…
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No vento que me transporta
Neste sopro que me aquieta a alma Numa loucura mansa, onde me enlaças Num chegar brando e de ventura Tento encontrar-me sem nunca alcançar Neste vai e vem Neste céu de ninguém
Vou de mar em mar Neste desejo de me procurar Vem o amor e quase acredito! Neste tempo enquanto pulsa o poema Num tempo de não haver nada Movediço, de areia fina Que me escapa entre as mãos.
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Procuro-me, aqui e ali
Nos escombros do tempo Que alma tenho? Em que caminhar me encontro?! Tudo o que anseio, serei? Vivo este e aquele momento Sou alheia a mim pr贸pria
Um dia e outro Aqueles em que me busco Um todo de mim mesma? Ou mar, asa de gaivota Liberdade! Que verdade me assiste?!
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Só as ausências sabem contar do tempo
Do tempo em que as noites eram frias Com amanheceres sombrios Sem dias envoltos em luz Tempos em que os medos pintavam a vida A azáfama, os passos acelerados O peso das ausências que caiam nos ombros
E mascaravam a inquietação dos abraços Nada se pacifica no breu dos tempos Só o azul é transparente e o verde pujante As luzes são amorfas O colorido esfuma-se nos dias vãos A brisa não é morna A afeição jaz no cinza banal do cotidiano.
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Azul em Poesia e Imagens Não consigo suportar o grito que me sufoca Deste amor que arde e se faz cinzas
Sobre os cinzas dos meus dias Quero o teu abraço mesmo que apenas na noite Não quero adiar o tempo... Um tempo que não existe Será um amanhã, uma vida…? Que será este amor que nasce todas as auroras em mim
E me rompe o peito de dor?! Não consigo adiar o sofrimento, o querer que me consome Não consigo controlar o coração Este querer tão profundo Amo-te mesmo quando friamente me esqueces Amo-te em segredo Como o canto dos pássaros nos dias de sol Como as pétalas das rosas vermelhas, tão belas Sonho com este amor que me corre nas veias Com a tua gentileza Com a frescura do mar que contemplamos juntos Suspiro pelo teu beijo É por ti que vivo e que morro É por ti que escrevo e que respiro Em ti a felicidade revela-se como um jardim pintado de flores coloridas O teu sorriso é um girassol ao vento É o doirado do trigo É um voo largo dum pássaro sereno O teu amor é o oásis que procuro para saciar o meu desejo És o sangue que corre em mim, inquieto, rubro És o rio sumptuoso Que alaga o meu ser carente És-me tanto, meu amor…!
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Tão esguia e bela a torre onde me perco
Labirinto do meu ser Sou estrela que sonho Sem sentir por onde ando Passo pela vida em pranto Não sei do amanhã nem de hoje Os céus azuis, singelos, abrem-se
As ânsias escrevem dos amantes Regresso a mim, errante Escrevo no espaço o meu ser inconstante Quero os teus lábios que não falam E a alma saudosa brada à vida As minhas mãos perdem-se na guarida Das tardes estuantes, por ti esquecidas.
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Sim, conheço o vento e o mar
O sol que me aquece o rosto E a chuva que me deixa melancólica Guardo a beleza das estações O mar onde banho os sentidos A paz que me vai na alma Olho a planície e o fim da estrada
Abro a janela da quietude E contemplo o sossego da noite Não tenho ambições nem tristeza Colho flores nas curvas da vida Sou contente quando o vento me abraça Gosto de estar sozinha no planalto da vida E ser feliz no silêncio da luz.
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Os retratos colam-se à inquietação dos sentidos
Às estações que escrevem os destinos incógnitos À respiração, à distância do aqui e agora São os verdes-esperança que ditam os azuis sossegados do céu Encontramo-nos nos silêncios das paisagens Na embriaguez das aragens
No tempo amorfo que a voz do pensamento escreve no nosso ser. Percorremos o tempo sem tempo Porque tudo foi apenas um sinal de sermos.
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Azul em Poesia e Imagem
Queria que o voo fosse mais alto
Eterno O sol mais quente nos dias de Inverno Queria as ondas imponentes do mar O desejo mais rasgado O querer mais belo Queria a imponĂŞncia do amor
A alma tĂŁo grande Como as asas de condor Queria a descida mais vertiginosa A paz de ser contente Adormecer serenamente No dizer sedutor do vento.
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Azul em Poesia e Imagem
Sinto o teu respirar
Mesmo quando não estás Saberás sempre que te amo Numa asa, num sopro de vento Detenho os meus olhos no infinito Na beleza das cores que me ensinaste Mesmo nesta lonjura de sermos
E nos dias sem te ter Não estás distante de mim, um só momento Estarei à tua espera nas estações do tempo No sitio onde o coração adormece E a tua imagem me invade os sonhos Só para não me deixar morrer.
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Quando o silêncio se escuta
Por entre o sussurro que brada em nós O tempo lê-nos o sentir da alma Enquanto o céu dorme tudo se aquieta O meu ser simples embala-se nas nuvens
No sossego que segreda esquecimento Não me apetece senão ouvir-te Nada sei de mim mesma Fico aqui, enquanto tudo para Não há ruído nem medo Nem tristeza nem alegria Tudo fica, assim, quieto em mim.
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Por momentos um nó que nos enlaça
Um esvoaçar árido banhado pelo ócio do tempo Pinta-se dor numa manhã orvalhada Por momentos uma farpa que nos rasga O momento azul torna-se intemporal Já não existem tons quentes, nem beijos Desvanecem-se os quereres tão profundos Podia dizer-se, até mesmo, que as manhãs se esqueceram de nós A vida ausentou-se sem vento, sem chama Mas tu continuas em mim, por momentos, sem pressa, sem tempo.
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A chama dos tempos, perdi-a
A vitória do sonhar, é tardia Apenas cinzas escrevem os dias E o fogo consome o que resta de mim Cinza? Fios d’ouro? Cansaço das noites tardias Ventos, sóis ardentes que me consomem
Rasgam-se os temporais da vida Amarram-se sentires perdidos Num areal, inóspito, qualquer Dores, cansaço dos tempos que foram Desejos longínquos bradam dos crepúsculos É o tempo dum querer ausente.
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A alma estende-se silenciosa pelos ares
Desagua num rio e desvanece Caminha insistente sobre o tempo Quando o tempo passa sem abrigo E o olhar pleno de incertezas Percorre o floral รกvido de fantasias E cogita: sobre um sofrimento infinito Urge o recolhimento.
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Afronta-me o desejo de permanecer aqui
Nesta incerta melodia onde a alma se esconde Reminiscências do passado Em delírio pinto cores E detenho-me na torrente do tempo Este é o mistério que me seduz Medito na luz que reflete o azul do querer
Em busca de beleza, viajo noutras vidas Quero ser astro alado, sem sentido Sombra vertiginosa, elevação Rasgar a bruma e olhar o céu Ser bálsamo, beleza, asa longínqua Sobre um desejo alto e raro Enquanto divago O meu ser embriaga-se E em apoteose veste-se de espasmos-luz.
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Dias vagos, ausentes, dias de espera
Giestas que balançam com a brisa O mistério cria-se em cada flor Os rios sossegam em cada dia de Verão Avulta-se a imaginação e o silêncio pinta-se de branco Não se permite emurchecer sonhos Aqui não há vida em demasia
Só silêncio, uma porta fechada, uma espera, um reflexo Uma alma onde cresce um tímido desejo Espera-se o Outono, o alento, o amor Tudo se veste de poesia Numa tarde tão serena Que exala sopros de abandono Lenta, vaga, soberba Clara de luz e azul de céu.
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Como um punhado de cinza
Assim são os espamos do coração O sentimento! Sonha-se o momento Mas tudo é pó, nada, desalento Poemas perdidos, versos rudes Como tudo seria puro
Se não houvesse ilusão em mim! Choro o que vive dentro de mim Neste tempo de abandono Sou perdida E neste olhar vago fico pensativa Tudo é brandura, placidez Tudo é cisma!
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Deixei-te ir, olhar de mim
Desejo em flor Veste-me a prece Quanta dor! Piso as ruas da cidade Jรก cansadas de tanta saudade Ouรงo a terra cheia de mรกgoa
Poiso os meus olhos nesta madrugada No sussurrar dos dias esquecidos Fecho os olhos e beijo-te devagar Com as minhas mรฃos tontas de ti Diz a minha boca o verso de amor que te fiz Para toda a eternidade!
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Horas demoradas, lentas
Horas feitas de beijos ardentes Deserto imenso que sou Águas paradas, céus toldados Astros que ardem num fim de tarde Lagos, afagos, mãos incandescentes Tão leve o corpo que me chama
Lábios que se vestem de carícias Tardes misteriosas Como a paisagem… Quieta, silenciosa.
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Quando as marés tocam as areias finas da praia
Os pássaros pairam sobre o brilho que o sol oferece Tudo é calmo, tudo vive em harmonia Tudo é beleza e deslumbramento Ancoramos o viver nestes dias Abrimos a janela às palavras que se soltam do vento Respiramos demoradamente o ar que por ela entra
Alimentamos, sem tempo, o nosso ser A maresia, o horizonte O abstrato Os olhos fixam-se, enganam a solidão Encontram-se nas pedras húmidas e repousam É preciso a saudade para lembrar uma paixão E por fim Abrimos as mãos e libertamos o espanto O alimento do sonho sempre esteve em nós.
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Extensão parada, pensamento
Sou tudo isto, imenso Sem nada exigir Apenas ficar nestes tons lilases Que escrevem a vida que vivi Num vento que sopra de norte Ou numa tarde de calmaria
Que tristeza é a consciência de quem vive Sem chuva nem vento Fechado no seu indómito ser Liberto a alma que há em mim Numa planície sossegada deixo-a vagar Sou a própria terra A que nasce e a que termina sem nome O próprio rasgo de mim.
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É nesta serenidade que as sombras se diluem
A natureza é livre e harmoniosa Os pássaros sabem disso mesmo… Por isso permanecem no coração do vale As pedras descansam, húmidas, silenciosas O tempo de ser feliz aduba-se aqui Todas as viagens são possíveis neste estado de ser
Todos os ventos, todas as palavras, todos os sentires Como se todo o respirar fosse virgem Numa simbiose perfeita entre a natureza e o som quieto que dela emana Não há resistência, só contemplação.
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Vagueio sobre as tardes tristes
Procuro os teus olhos meigos no oceâneo Vejo-te ao longe São sinais, leio-os nas ondas do mar Deito as redes para chegar a ti As aves planam e olham-me Como te amo…
Procuro-te neste oceano Tenho medo A noite galopa, a água fica sombria As aves mostram-me as primeiras estrelas E os teus olhos ficam distantes Os teus braços A minha solidão…
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Na luz deste amanhecer
Numa praia qualquer Entre o horizonte e o areal Neste mar sem nome Adorno de sonhos o meu sentir Neste azul silêncio, que seduz Pernoito o meu ser‌
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Cec铆lia Vilas Boas | Ant贸nio Caeiro
Azul em Poesia e Imagem
Ainda sinto na alma a recordação de ti
Sempre me oferecias rosas O aroma envolvia-me a pele Os olhos brilhavam O amor era o vermelho que as pintava Eram delicadas tal como as tuas mãos quando me tocavas Chorava sem saber porque, acredito que de alegria por te ter
Eras especial Cultivavas em mim um jardim quando me cativavas Cuidavas-me e mimavas-me Sempiterno… O destino era o horizonte que a brisa desenhava Não havia fim porque a beleza das pétalas era imensurável O amor é sublime como as rosas que me davas Guardo, ainda, o secreto aroma que rescende. Nunca se duvida dum grande amor Nem da beleza das rosas.
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Azul em Poesia e Imagens
“Os olhares, que as palavras de Cecília Vilas Boas nos revelam, são retratos de alma, pedaços de um sentir que se desnuda e nos envolve suavemente, com a serenidade e delicadeza que lhe são características. Ninguém descreve melhor a beleza dos silêncios....” João Carlos Esteves
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Azul em Poesia e Imagens
“Através de um olhar simples, despretensioso, o António Caeiro fixa a realidade a nu contra o azul do céu ou do mar, em imagens que carregam o som do vento ou do mar e os aromas da primavera.” Jesuíno Simões
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ANTÓNIO CAEIRO, nasceu em 1967 em Lisboa, as raízes são Alentejanas, mas vive desde sempre na Aldeia de Paio Pires. Editou, como autor, em 2011 o livro de fotografia “O Silêncio das Pedras”. Como coordenador e co-autor, o livro “Poetizar Monsaraz – Vol I”, em 2013 e o livro “Poetizar Monsaraz – Vol II” em 2014. Como convidado participou, em 2013, no livro “Essência e Memória - Antologia Luso-Brasileira de Fotografia Contemporânea - IV Volume”. Participou ainda em várias exposições de fotografia, tais como “Monsaraz – entre o Céu e a Terra”, na Casa do Alentejo em Lisboa, em Janeiro de 2014 e em Agosto de 2013 na Igreja de Santiago em Monsaraz, “Ciclos Cor da Vida O MAR”, em Julho de 2012, em Sintra, Casa do Eléctrico, “Momentos Fotogénicos - II Edição”, em Junho de 2011, em Mira Sintra na Casa da Cultura, “I Mega Exposição de Fotografia Solidária”, em Agosto de 2013 em Estremoz e “Liga Portuguesa Contra o Cancro”, em Novembro de 2009 na Galeria Actual.
ECÍLIA VILAS BOAS, nasceu na Aldeia de C Paio Pires mas vive em Lisboa há 25 anos.
Mãe de dois filhos, iniciou a sua escrita há quatro anos no blogue «OceanoAzul.Sonhos». Publicou a sua primeira obra, “Âmbar e Mel – Janelas de Poesia” em 2011, o segundo livro “O Eco do Silêncio” em 2012, e “Tempo da Alma” em 2014. Como co-autora participou na Antologia Poética “Entre o Sono e o Sonho”, Volumes III, IV e IV, Coletânea “Contos do Nosso Tempo”, Coletânea de Contos Infanto-Juvenil – “Contos de A a ZZZZZZZ….”, Coletânea “Lugares e Palavras de Natal” , Coletânea de Foto/Poesia – “Poetizar Monsaraz”, Volumes I e II e mais recentemente, na Coletânea "Terras Vividas e Sonhadas".
“E assim se julga viver, enquanto nos é permitido olhar o azul intocável do céu, sentir o cheiro envolvente do mar ou contemplar o simples voo de uma gaivota...”