Caderno Especial - Pan Guadalajara 2011

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Para comparar seu rendimento com as principais equipes do mundo, a brasileira deve disputar na próxima temporada o desafio Estados Unidos Contra o Mundo, festival de provas na Universidade da Pensilvânia. O convite inédito para o Brasil já foi feito e o time nacional espera impressionar.. "Em vez de ficar esperando aqui, queremos desafiá-los em suas casas. A Jamaica ganhou por dois anos seguidos, com Estados Unidos em segundo. É quase uma consagração, uma imortalização, o Brasil não só participar da prova, como poder ser campeão", afirmou Sandro Viana, na equipe nacional do 4x100m desde 2005. Caso a equipe brasileira aceite o convite, deve viajar com três semanas de antecedência para poder se adaptar e fazer em solo americano os treinos específicos. A passagem do bastão continua sendo o principal trunfo do País, que ainda luta para que os atletas evoluam na parte física. "No Pan, que é um nível abaixo de Mundial e Olimpíadas, a gente teve 40m de frente, é sinal que a gente está com uma reserva grande. A gente quer se medir, se testar", explicou Sandro. "A gente entende que está muito bem tecnicamente, precisa evoluir individualmente. Quanto mais cada um evoluir, melhor é a nossa prova".

Solonei vê concorrência em classificação “crucial” para Londres.

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medalha de ouro na maratona dos Jogos Pan-americanos de Guadalajara foi apenas a primeira etapa do plano traçado pelo brasileiro Solonei Rocha para os próximos anos de sua carreira. Assim que se recuperar do esforço feito no México, o ex-coletor de lixo começa a se preparar para buscar uma vaga nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. O índice estabelecido pela Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) de 2h15min, ele acredita conseguir. O problema é a concorrência dos outros atletas do País. "Todo atleta sonha em estar nas Olimpíadas e comigo não é diferente. A gente foi para Guadalajara pensando só na medalha, tanto que nos últimos três metros eu cheguei andando, não estava

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pensando no tempo. Agora vai ser crucial na minha carreira estar em Londres", disse Solonei, que chegou de Guadalajara nesta terça-feira. A melhor maratona já feita pelo brasileiro foi na cidade italiana de Padova, em que ele completou os 42km em 2h11min32s. Por isso, ele acredita que não terá problemas para obter o índice estabelecido pela IAAF, mas ressalta que outros atletas brasileiros também aparecem bem na briga por uma vaga nos Jogos de Londres. Entre eles está Marilson dos Santos, tricampeão da São Silvestre. O atleta que disputou em Guadalajara apenas os 10 mil metros, em que foi campeão, tinha o objetivo de obter o índice para a capital inglesa na Maratona de Chicago, no início de outubro, mas não completou a prova. A próxima tentativa deve ocorrer em Roterdã, no ano que vem. "Depois que eu comecei a fazer a maratona, despertou um certo olhar em cima dela. Alguns atletas que diziam que era coisa de louco, hoje estão pensando em fazer a maratona. Isso para o Brasil é ótimo, mas para mim é concorrência", avalia. Com 29 anos de idade e apenas dois como atleta profissional, o maratonista acredita que pode competir até os 40 anos. Por isso, coloca a classificação para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, como outro objetivo de sua carreira. "Por ter começado muito tarde, creio que dá para participar dos Jogos Olímpicos, tanto de Londres, como do Rio. Guadalajara foi uma meta cumprida, agora tem Londres e alguns Campeonatos Mundias", explicou Solonei. Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Sem se preocupar com o tempo, Solonei Rocha completou a maratona do Pan caminhando.

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erminados os Jogos Pan-Americanos, é hora de pensar em Olimpíada. E ela nunca esteve tão perto. Como o Pan ocorreu em outubro, faltam apenas nove meses para os Jogos de Londres 2012. E o Brasil terá uma difícil tarefa no Reino Unido: mostrar evolução em relação ao desempenho de Pequim 2008. Pelo fato de que a Olimpíada seguinte será no Rio de Janeiro, a delegação brasileira terá de mostrar um bom serviço no Reino Unido, para que não fique pressionada nos quatro anos seguintes. Contudo, o superintendente executivo do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Marcus Vinícius Freire, traçou uma meta singela. Assim, ele evita que um possível imprevisto possa jogar ainda mais pressão nos atletas e no próprio comitê. - Estamos trabalhando Londres desde Pequim. Nossa meta está em torno de 15 medalhas. É uma meta real e bem realística. A meta passada pelo COB é exatamente igual à obtida em Pequim, de onde o Brasil saiu com três medalhas de ouro, quatro de prata e oito de bronze. Mas o Brasil terá uma grande pressão em Londres: o desempenho britânico em Pequim. Antes de sediar sua Olimpíada, os britânicos conseguiram 47 medalhas, sendo 19 de ouro, na China. Quatro anos antes, em Atenas, o país havia obtido 31 medalhas, com apenas nove de ouro. Em Londres, será a vez de o Brasil mostrar evolução antes de sediar sua Olimpíada.

Para evitar nova surpresa, Fabiana Murer quer saltar 4,90m em Londres

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ano de 2011 trouxe conquistas e ensinamentos para Fabiana Murer. Campeã mundial em Daegu ao repetir o recorde sul-americano de 4,85m, a brasileira saltou os 4,70m que projetou no Pan-americano, mas foi superada pela cubana Yarisley Silva e ficou com a prata em Guadalajara. Para evitar nova surpresa, a atleta quer chegar à marca dos 4,90m em Londres e acumular mais uma medalha.

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Revezamento 4x100m crê em medalha em Londres para apagar Mundial Foto: AFP

Equipe brasileira não teve problemas para conquistar o tetracampeonato do 4x100m no Pan.

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egemônica nos Jogos Pan-americanos, a equipe brasileira ainda não esqueceu a eliminação na semifinal do Campeonato Mundial de Daegu. Para apagar a imagem da trombada de Nilson André em um atleta português na última passagem de bastão, os velocistas esperam voltar ao pódio olímpico em Londres 2012. A última medalha do país na prova foi em Sydney-2000, quando a equipe formada por Vicente Lenílson, Edson Luciano, Claudinei Quirino e André Domingos subiu ao pódio na segunda colocação. "O foco agora é Londres. Independente de quem estiver na prova, a gente pode ganhar a medalha", disse Bruno Lins, que em Guadalajara fechou o revezamento brasileiro para garantir o tetracampeonato e igualar o recorde pan-americano de 38s18. O tempo obtido no México pelo time formado por Ailson Feitosa, Sandro Viana, Nilson André e Bruno Lins daria ao Brasil a medalha de prata na final do Mundial de Daegu. Na ocasião, a segunda posição ficou com a equipe da França, que completou a prova em 38s20. O ouro foi para a Jamaica, de Usain Bolt, que bateu o recorde mundial com 37s04. "Na briga pelo segundo lugar está tudo muito embolado. Em Guadalajara, no fim o Nilson errou a minha mão. Se acerta, a gente pode conseguir o recorde sul-americano. É acertar no dia, em Londres tem que ser perfeito", completou Bruno.

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Olimpíada de Londres é o próximo grande evento esportivo mundial Para o COB, 2012 será o ano do salto do país para os "top 10" do esporte no mundo Foto: Ian Walton/Getty Images

Londres já está “vestida” para sua Olimpíada em 2012, que está sendo tratada pelo COB para ser divisor de águas no esporte brasileiro.

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Olimpíada de Londres é o próximo grande evento esportivo. E, para o Brasil, será um divisor na história esportiva. O objetivo do COB é fazer de 2012 um trampolim para o salto que coloque o Brasil efetivamente entre os países “top 10” do esporte mundial na Olimpíada do Rio de Janeiro 2016, deixando para trás a classificação entre os “top 20”. A Rede Record mostrará a Olimpíada de Londres 2012 com exclusividade na TV aberta brasileira e também pela internet. A emissora detém os direitos de transmissão dos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 e de 2019, além da Olimpíada do Rio de janeiro 2016.

XVI Jogos Pan-Americanos timentos em ciências do esporte – da bioquímica à psicologia –, qualificação de profissionais de diferentes áreas e contratação de atletas estrangeiros. Também há intenção, na área física, de se criarem centros de alto rendimento. Os modelos vêm de Estados Unidos, Austrália e Reino Unido. Para Londres 2012, o COB quer manter as conquistas próximo do que o país apresentou em Pequim 2008 (o Brasil somou 15 medalhas olímpicas: três de ouro, quatro de prata e oito de bronze). Os atletas brasileiros agora terão de se equilibrar entre um período de descanso e o início atrasado de treinamentos já visando à temporada que vem, como é o caso do atletismo e da natação. Mas 2011 ainda não acabou para alguns esportes, que terão competições importantes. O vôlei está com as seleções feminina e masculina no Japão, para as Copas do Mundo, que valem três vagas olímpicas. As garotas do handebol têm o Mundial de São Paulo em dezembro. E os velejadores disputam 70% das vagas do esporte para o país no Mundial de Perth, Austrália, também em dezembro.

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Brasil foi destaque na festa na cerimônia de premiação da maratona Brasil foi destaque no encerramento do Pan com a premiação de Solonei da Silva na maratona masculina.

Pressionado por desempenho britânico, Brasil traça meta singela para Londres 2012 País terá que mostrar evolução em relação ao número de medalhas de Pequim Foto: Luiz Pires/Vipcomm

Foto: Divulgação

Escolha do Rio foi determinante A partir da escolha da cidade como sede olímpica em 2009, o COB passou a trabalhar junto às Confederações esportivas com dois focos: as Olimpíadas 2012 e 2016. Foi até feito um estudo de faixas etárias, relacionadas a momentos de maturidade em cada esporte, para chegar a medalhas olímpicas “em casa”. Marcus Vinicius Freire, superintendente executivo do COB, diz que estão sendo feitos inves-

No encerramento do Pan, Guadalajara se lança para organizar Olimpíada

N Marcus Vinícius Freire traça meta singela para Londres 2012.

o encerramento dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, as autoridades mexicanas divulgaram um projeto para organizar a Olimpíada na cidade. A ideia foi lançada durante o discurso do governador do Estado de Jalisco, Emilio González Márquez: – O nosso próximo passo é organizar uma Olimpíada. Caso receba o maior evento esportivo do mundo, Guadalajara vai repetir o que conseguiu o Rio de Ja-

neiro. Em outubro de 2009, pouco mais de dois anos após organizar o Pan, a cidade brasileira ganhou o direito de sediar os Jogos de 2016. A cidade mexicana não está entre as candidatas a sede para 2020, e as autoridades ainda não anunciaram se o pleito é para a edição de 2024. Como é comum em cerimônias de encerramento, a entrada das delegações foi muito mais descontraída do que a da abertura. Todas entraram juntas, com muita festa. Vários atletas vestiam sombreiros, o chapéu típico mexicano para celebrar o evento. O Brasil marcou presença importante na festa durante a cerimônia de premiação da maratona masculina. Como o medalhista de ouro na prova foi Solonei Silva, o hino nacional tocou durante a cerimônia no estádio Omnilife. Após fazer o seu discurso, o presidente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), Mario Vazquez Raña, entregou a bandeira da entidade para o prefeito de Toronto, Rob Ford. A cidade canadense vai sediar a edição de 2015 do evento. O último ato da festa foi um show do cantor porto-riquenho Ricky Martin. A Rede Record transmitiu os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara com exclusividade para a televisão aberta, ao lado da Record News. O R7 fez transmissões ao vivo das competições e uma cobertura completa dos eventos. A emissora também mostrará a Olimpíada de Londres 2012 com exclusividade na TV aberta brasileira, e também pela internet. A Record detém ainda os direitos de transmissão dos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 e 2019 e da Olimpíada do Rio de Janeiro 2016.

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Quadro de Medalhas Ranking por medalhas de ouro

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Fatos e Destaques do Pan

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jogadora de voleibol Jaqueline Carvalho sofreu concussão cerebral e fratura cervical após se chocar com a líbero Fabiana de Oliveira durante a primeira partida da Seleção Brasileira de Voleibol Feminino, contra a República Dominicana. Ela fi cou caída, sem se mexer, por alguns minutos. Foi retirada de maca e encaminhada imediatamente ao hospital. O mesa-tenista Hugo Hoyama se tornou o maior medalhista de ouro do Brasil nesta edição dos Jogos, após conquistar sua décima medalha. Na mesma edição, entretanto, seu recorde foi superado pelo nadador Thiago Pereira, que recebeu sua décima primeira medalha de ouro. Leonardo de Deus, estreante dos Jogos Pan-Americanos, recebeu sua medalha de ouro na natação e logo após foi desclassificado devido à sua toca ter

mensagens de patrocinadores. Porém, os organizadores do evento foram convocados e sua medalha foi devolvida. O assunto chegou a um dos mais comentados no Twitter. Leonardo tornou-se também, um dos primeiros estreantes dos jogos a conquistar uma medalha de ouro. São Cristóvão e Névis conquistou suas primeiras medalhas na história dos Jogos. Foram duas medalhas de prata no atletismo, sendo que nas classificatórias para os 100 metros rasos, Kim Collins bateu o recorde pan-americano, baixando a marca para 10 segundos cravados. O nadador Brett Fraser, das Ilhas Cayman, conquistou a primeira medalha de ouro da história do país caribenho. Na prova dos 200 metros livres o irmão de Brett, Shaune Fraser, ainda conquistou a medalha de bronze. Foto: Divulgação

Registro do choque entre as jogadoras. Jaqueline (direita) cai, desmaia e, em seguida, é levada ao hospital.

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Fot贸grafos se superam Al茅m dos atletas, as fotos foram destaque no Pan-Americano

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