M
2015
Porto, área de S. Victor
CIDADE | ARQUITECTURA | POLÍTICA realidade e desenho
ANTÓNIO PEDRO GONÇALVES FRANCISCO OLIVEIRA FARIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA À FACULDADE DE ARQUITECTURA DA UNIVERSIDADE DO PORTO EM ARQUITETURA
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Resumo A presente dissertação nasce de uma inquietação que foi crescendo ao longo do percurso académico, resultado da forma como a cidade (do Porto, em particular) se ia fazendo, onde o sentido de “comunidade política que se forma com vistas a um bem comum” de que Aristóteles nos fala, parecia se perder entre o tempo e o dinheiro e onde a arquitectura parecia sedada no seu próprio discurso. Dessa inquietação, na vontade de não olhar para o lado, alertada por Ignasi Solá-Morales, o trabalho procura lançar-se em mar alto, com Luz Valderrama e, em especial, Deleuze ajudando a construir a estrutura e a forma de o pensar-comunicar. Desafiados por eles, confrontamo-nos com o oceano desconhecido que é o real para, tal como fizera nas aulas em Berlim dadas por Jean-Philippe Vassal, trabalhar com ele, com as suas qualidades, para o transformar. A escolha da área de S. Victor não é feita de forma directa mas por via de sucessivas aproximações a um território complexo, heterogéneo, que se transforma em lugar-investigação. É esse o lugar, esquecido, do qual se procura ler-pensar-comunicar estratégias para o transformar. Ao longo da investigação, na procura de despertadores de projecto, focamo-nos nas ilhas, estrutura degradada, condensador social que constrói grande parte da área em estudo. Trata-se de um urbanismo sobre o terreno, apoiado em Lacaton&Vassal, que procura retirar lições a partir delas para pensar dar-lhes nova possibilidade. O trabalho procura convocar a Cidade, a Arquitectura e a Política enquanto três planos que se intersectam constantemente, que lançam linhas entre eles, que se confrontam gerando linhas de fuga. Procuramos construir uma postura pessoal, uma certa forma de olhar o mundo que se abriga sobre o título do trabalho em três momentos ou planos. O primeiro plano foca-se na estratégia de confrontação, lançada por Eduardo Mosquera, enquanto ferramenta para trabalhar com o existente. O segundo reconhece o existente como material de projecto e o terceiro vê o arquitecto enquanto estratega de processos, enquanto produtor operante consciente do seu papel e onde se situa no sistema produtivo. Aventuramo-nos numa primeira leitura do lugar, feita de aproximações, de avanços e recuos que procura ler-comunicar a área de estudo, aquilo que a define para, em seguida, entre a “realidade e o desenho”, transformar parte dessas leituras, em especial a das ilhas, em projecto. Um projecto que se encara como montagem, com a armação de um guião em aberto, que deverá ser construído também pelo outro, por todos os outros que se convocam no momento de pensar este lugar, qualquer lugar. Trata-se de um lugar-investigação que poderá ser lido como rizoma, numa lógica de multiplicidades, que se pode ramificar em qualquer ponto, sistema aberto que procura o devir-lugar, esse acontecimento que se procura captar na sua potencialidade, não captando no presente a parte do ser mas justamente a de um lugar por vir. 3
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Abstract This thesis emerges from a concern that grew along my academic path, result of the constant observation of way the City (Porto in particular) was being made, and where the sense of “political community” viewed by Aristoteles as something towards the common good seemed to get lost between the time and the money, and where architecture appears to be sedated by its own speech. From that concern, and with the willingness not to look the other way – as warned by Ignasi Solá-Morales – this work seeks to set sailing to high seas, with Luz Valderrama and in particular Deleuze as inspirations to build the structure and form a paradigm of thinking-communicating it. By taking their challenge, we confront ourselves with the unknown ocean that is reality, and, in the memory of the classes in Berlin under Jean-Philippe Vassal’s guidance, set to work with it, with its qualities and defects, desiring to transform it. The choice of S. Victor area in Porto is not made directly but through successive approximations to a complex and heterogeneous territory, which first becomes an investigation scene. This is a place left in oblivion, the place where we seek to read, think and communicate strategies to change it. Throughout the investigation, searching for project alarms, we focus on the degraded structure of the “ilhas”, social condensers which cover great part of the area under study. It is an urbanism on the ground, leaning on Lacaton & Vassal position which seeks to take lessons from them in order to offer new possibilities. The work tries to convene the City, the Architecture and Politic as three planes that intersect constantly, casting lines between them, clashing themselves and generating lines of fugue. We seek to build a personal posture, a way of looking to the world that shelters itself under the thesis title in three stages or plans. The first plan focuses on the confrontation strategy, launched by Eduardo Mosquera as a tool to work with the existent. The second recognizes the existent as project material and the third sees the architect as a processes strategist while operant producer aware of his role and where is in the production system. We venture ourselves in a first reading of the place made by approaches, advances and setbacks, one that seeks to read and communicate the study area, one that what defines it for, then, and between “realidade e desenho”, transform part of these readings, in particular the ones over the “ilhas”, in project. A project that we see as a montage, as a construction of an open script, one to be written also by others, by all others who are convened in the time to think this place, any place. This is a place of research that could be read as a rhizome, in a logic of multiplicity that can be branched out at any point, an open system that seeks the future-place, an event that seeks to to be captured in its own potential, not catching the present existence but rather the opportunities of a place to come. 5
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Porto, área de S. Victor
CIDADE | ARQUITECTURA | POLÍTICA realidade e desenho
António Pedro Gonçalves Francisco Oliveira Faria Orientador: Prof. Manuel Mendes Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura FAUP 2015
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à minha avó
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Sumário 20 22
Apresentação Mapa-Território | Mapa-Investigação I
Mapa-Território | Mapa-Investigação
Porto, área de S. Victor Cidade | Arquitectura | Política realidade e desenho 27 28
42 44
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Identificação do probema - o que levanta o problema Leitura de Eduardo Mosquera para uma estratégia de confrontação estratégias de confrontação, 34 — dimensão do doméstico, 35 — estratégias urbanas,38 — projecto de investigação como instrumento para uma estratégia de confrontação, 39 — metamorfose, 41 pensar a cidade pensar a casa - peça articular do puzzle urbanístico
49
Porto, área de S. Victor determinações históricas, 51 — notas sobre a leitura da área, 57 — indicação dos elementos em estudo, 64
67
aproximações
91 92
iniciativas entre propostas e realização Saldanha Rua Duque de Saldanha, nº204-218, 93 — Rua Duque de Saldanha, nº74-78 e Rua Particular Maria Albertina, 95 — Bloco de Moradias Económicas Duque de Saldanha, 97 S. Victor Aglomerado de Moradias Económicas, 99 — SAAL - S. Victor,105
98
117 124
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 1 ilhas leituras - projecto II
Axonometria do lugar
III
Cartografia do lugar
Sumário
147 149 159
Porto, área de S. Victor - realidade e desenho 2 apontamentos de estratégias de intervenção área de S. Victor ilhas Porto, área de S. Victor 173 Cidade | Arquitectura | Política 2 realidade e desenho reconhecimento da pré-existência, 174 — processos de compreensão do lugar como material de projecto, 175 — por um urbanismo sobre o terreno, 181 183
IV
Porto, área de S. Victor Cidade | Arquitectura | Política 3 realidade e desenho Por uma (ideia de) arquitectura Arquitectura — modos e meios de fazer, 184 — «Refuncionalização» - por uma arquitectura épica, 185 — por uma arquitectura de pobreza, 187 | Arquitecto — produtor operante, 187 — estratega, 189 — intérprete propositivo,190 | Projecto - montagem como processo, 191
194
notas para leitura do mapa-quadro
199
Porto, área de S. Victor - realidade e desenho 3
MAPA-QUADRO síntese - confrontações
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Considerações Finais
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Bibliografia
LISTA IMAGENS 1 – Casos de metamorfose da casa do lote estreito 2 – Projecto Goyonetta 3 – Fragmento da ficha do Workshop “Metamorphoses” 4 – Vista parcial da zona de S. Victor 5 – “Mão de Le Corbusier” 6 – L’immeuble Villas 7 – projecto “The Berlin Dwelling” 8 – Capa relatório Antas/Monterroso 9 – S. Victor, SAAL 10 – “Folhetim” virtual sobre intervenção nas Cardosas 11 – demolição complexo Pruitt Igoe 12 – demolição torre 4 do bairro do Aleixo 13 – Cartografia do lugar em estudo 14 – Fragmentos de elementos do levantamento 15 – Cartografia do lugar com os quarteirões identificados para levantamento 16 – Identificação de casos de densificação do lote 17 – Excertos do processo de levantamento 18 – Axonometria com as ilhas em estudo 19 – Capa-índice 20 – Forma esquemática dos vários elementos observados na área de S. Victor 21 – Axonometria com a área de estudo S. Victor 22 – cartografia desenhada da rua de S. Victor 23 – Rua de S. Victor, 1, 2, 3 24 – Largo do Camarão 25 – Passagem na rua de S. Victor 26 – Rua de S. Victor – Praça da Alegria 27 – Excerto de planta do Porto 1 28 – Excerto de planta do Porto 2 29 – cartografia desenhada da Praça da Alegria 30 – Praça da Alegria 31 – cartografia e alçados desenhados da rua de S. Victor 32 – Rua de S. Victor 33 – pormenor de cartazes na rua de S. Victor 34 – cartografia desenhada da Travessa de S. Victor 35 – Travessa de S. Victor 36 – Rua de S. Victor 37 – Ilha na Rua de S. Victor 38 – Cartografia desenhada do Lagro Padre Baltazar Guedes e Rua Gomes Freire 39 – Pormenor de cartaz desenhado, na rua Gomes Freire 40 – Rua Gomes Freire e Padre Baltazar Guedes 41 – Passeio das Fontaínhas 42 – cartografia desenhada do passeio das Fontaínhas 43 – Feira da Vandoma 44 – cartografia desenhada da área de Nossa Senhora das Dores 45 – fotografia de pormenor com placa “Associação M. S. Victor” 46 – SAAL, S. Victor – passagem 47 – Alçado Rua Duque de Palmela e Duque de Saldanha
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48 – Rua Duque de Palmela 49 – Bloco Duque de Saldanha 50 – Bloco Duque de Saldanha, galeria 51 – Licença de obra para a Rua Duque de Saldanha, nº204-218 52 – Licença de obra para a Rua Duque de Saldanha nº74-78 e Rua particular Maria Albertina 53 – esquemas de organização e distribuição 54 – Bloco de Moradias Económicas Duque de Saldanha, fotografia 55 – Planta do Bloco de Moradias Económicas Duque de Saldanha 56 – Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S. Victor 57 – esquemas de organização tipológica e distributiva do Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S. Victor 58 – Desenho da zona de Nossa Senhora das Dores 59 – três momentos na zona de Nossa Senhora das Dores 60 – Desenho das casas assinaladas A1 61 – Desenho da intervenção B9 62 – Desenho da intervenção B7 63 – Desenho da intervenção D3 64 – Desenho da intervenção C2 65 – Planta, corte e alçado da zona de S. Victor 66 – Esquisso da zona de intervenção entre a Rua de S. Victor e a Praça da Alegria 67 – Cartografia do Lugar 68 – Axonometria do Lugar 69 – Plantas, alçados e axonometria das ilhas 70 – esquemas de estrutura das ilhas 71 – esquemas de organização tipológica das ilhas 72 – criação de Associação de Moradores 73 – densificar (1) – vazios urbanos como suporte 74 – densificar (2) – criação de espaços comuns 75 – acção de reparação – potenciar relação com a paisagem 76 – acção de reparação 77 – acção de reparação – demolição de estruturas abandonadas 77 – acção de reconstrução – demolição 78 – acção de reconstrução – abertura de passagens 79 - acção de reconstrução – ilhas desabitadas – estrutura livre 80 – Fragmentos do livro Urban Structuring 81 – Place León Auroc, Bordeaux 82 - Ilha na Rua de S. Victor
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Agradecimentos Aos meus pais. Pelo apoio, pela confiança, pelo incentivo, em todos os momentos. Aos meus primos, Miguel e Carlitos, pela alegria.
Ao Tiago e à Marisa, por Berlim, pelo companheirismo. Ao Tiago, pelos comentários, por poder admirá-lo. À Cátia, à Fi e ao André. À Joana. Por aturarem, amigos de sempre. À Cati por perguntar, pelo carinho. Ao Diogo, pelas conversas, pelas perguntas. À Mafalda, à Mariana, à Léa e ao Fernando. Companheiros de casa. Ao Miguel, à Xu, à Queirós, à Nádia, à Bia, ao Chico. Pela noite no Picadilly. Pela amizade.
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Ao professor Manuel Mendes, pela orientação, pela disponibilidade, pela partilha. Sem ele, esta dissertação não seria possível.
A Jean-Philippe Vassal, pelas aulas em Berlim, pela ida a S. Victor, pelos comentários, pelo interesse.
Ao Fernando Almeida e ao Aitor Varea. Por me terem mostrado o lugar de uma outra maneira, pelas conversas, pelos conselhos, pela convicção, pelo entusiasmo. Aos moradores de S. Victor. Pelas conversas, por abrirem a porta de casa, pela franqueza. Por me fazerem sentir em família.
A todos os que ingratamente me esqueço de citar, obrigado.
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Porto, รกrea de S. Victor
CIDADE | ARQUITECTURA | POLร TICA realidade e desenho
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Apresentação
Apresentação mergulhar em águas profundas ou estar lançado no mar alto Alusão a comunicação proferida por Luz Valderrama, “Arquitectura y Mirada, proyecto y distancia – construcción y movimiento de una coherencia aventurosa”, in Seminário Prática(s) de Arquitectura. Projecto, Investigação, Escrita. Porto, 2012. Registo vídeo (parte 1) em http://tv.up.pt/videos/D21iahqy, 55’ 2 “Porque o pensamento é o afrontamento do caos pelo cérebro; pensar é vencer o caos instalando-se nele (e isto não vale apenas para o pensamento moderno, como se disse, mesmo se só este busca romper com todas as mediações na forma de afrontamento). Estar lançado no mar alto e não abrigado no porto, Segundo uma imagem de Leibniz, tantas vezes citada por Deleuze.”DIAS, Sousa, Lógica do Acontecimento – Introdução à filosofia de Deleuze. Lisboa, 2012 (p.41) 1
3 alusão à expressão «estratégias de confrontação» elaborada por Eduardo Mosquera 4 “(...) A acção sem reflexão é simplesmente a execução da ideologia estabelecida. Uma enorme parte da arquitectura que se constrói e uma não negligenciável que se ensina, sustanta-se: em tópicos que não se discutem, sobre decisões estéticas e éticas que se assumem, sem as submeter a qualquer revisão” crítica, acrescente-se”. (alusão a Comunicação
proferida por José Miguel Rodrigues, [contendo citação a SOLÀ-MORALES, Práticas teóricas, práticas históricas, práticas arquitectónicas in Inscripciones, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2003, p.265] Correspondências, in seminário Prática(s) de Arquitectura, Projecto, Investigação, Escrita, Porto 2012
Para Ignasi de Solà-Morales, os rasgos e processos deste novo mundo urbano são tão evidentes que não faz sentido olhar para o lado, negar-lhes a carta de cidadania. Refere-se de seguida que o culto ao objecto ensimesmado põe em evidência uma olímpica separação entre a aprendizagem e a realidade” in: SOLÀ-MORALES, Ignasi, “Pre-
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sente y futuros. La arquitectura en las ciudades.” In COSTA, Xavier & SOLÀMORALES, Ignasi. Presente y futuros – Arquitectura en las ciudades. Actar. Barcelona, 1996
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Partamos destes dois fragmentos-expressões, sacados a Luz Valderrama1 e Sousa Dias (Deleuze -Leibniz)2. Deixemo-los ecoar.
Durante o decorrer do percurso académico, em específico nas cadeiras de Projecto, somos alertados para a importância do contexto, do lugar. Realizamos levantamentos, listagens de usos, secções, filmes, maquetas, esquissos. Produzimos um manancial de elementos para que (re)conheçamos aquele lugar. Mas, findo esse processo, o resultado do mesmo é colocado para o lado do estirador. Entram as plantas, os papéis de segundas vias, as imagens de outros projectos, o contexto torna-se forma indicadora e o projecto nasce puxando linhas de enquadramento, de alinhamento ou criando um objecto fruto de um conceito, de uma ideia. O lugar é apenas desculpa para se fazer algo e não a razão de fazer algo. É como se quiséssemos conhecer alguém, fizéssemos um registo do seu rosto, das suas mãos, dos seus movimentos, desenhos, divagações mas nunca déssemos o passo essencial, o mergulho para a conhecer. Em suma: fugimos do confronto3, olhamos para o lado4. Sejamos justos. Em parte esta situação decorre de um contexto-escola, onde a lógica de exercício permite este distanciamento, aparentemente pouco problemático. Mas se esta postura pode ser aparentemente inofensiva, a realidade é que ela gera e se (re)produz para uma acção sem reflexão4 por um lado e a uma olímpica separação entre aprendizagem e realidade5 por outro. Esta olímpica separação sentiu-se (passemos para um plano da experiência pessoal) em momentos que se passam a elencar: as demolições das torres 4 e 5 do Aleixo, a acção de privatização do Mercado do Bom Sucesso ou as intervenções da SRU (Sociedade de Reabilitação Urbana), sendo o quarteirão das Cardosas o resultado paradigmático dessa lógica de intervenção. Este enunciar deve ser lido como momentos-incómodo, sinais de alerta-desconforto-dúvida numa consciência de estudante em construção. Na experiência de Berlim, no âmbito do programa Erasmus, além do confronto com uma cidade em mutação permanente, a passagem pela cadeira de projecto “Living in Berlin” leccionada por Jean-Philippe Vassal na Universität der Künste Berlin, tornou-se particularmente importante para a criação de uma certa maneira de pensar a cidade e de como intervir nela. Na cadeira de projecto não havia programa ou lugar pré-estabelecido. O que se pedia era uma investigação que fosse uma aproximação sensível: “hoje intervimos sempre em situações existentes, numa cidade estabelecida e é necessário re-organizar, expandir a partir do interior, densificar, mas sem sacrificar nenhuma das múltiplas potencialidades que já estão lá: vazios, natureza, floresta, pisos construídos, vida – uma aproximação à cidade actual deve levar-nos a estar na cidade, no chão e não apenas “passar os olhos” sobre ela mas “fazer com”6.
Apresentação
O excerto citado da ficha traz consigo uma postura que procura olhar para o que existe desde o interior, estando dentro dele e encarando o urbanismo de uma outra maneira, progressivamente do mais pequeno para o maior. Esta atitude operou uma enorme influência na forma como o projecto passou a ser uma ferramenta essencial para confrontar-me com a cidade, com o existente e, a partir dela, pensar na melhor estratégia para potenciar as suas qualidades. No regresso, após uma experiência de cidade e de aprendizagem fulcrais no processo de crescimento enquanto estudante e o incómodo perante um certo esquecimento sobre o papel que a arquitectura pode ter enquanto ferramenta política na intervenção na cidade, procurei criar uma condição interventora ou condição de estação, ou seja: “ser capaz de elaborar um posicionamento a partir do qual interpreto o mundo, ou ele faz o mundo, à medida de si, projectada pelo outro”7. O encontro dessa condição de estação resultou de um processo lento de percorrer a cidade procurando compreender onde me poderia situar para, a partir daí, poder criar uma condição de intervenção em que fosse útil ao outro. A escolha da área de estudo S. Victor foi sendo feita de forma progressiva, sedimentando-se na procura de materiais, de despertadores de projecto8 para, com base neles, poder construir uma investigação que pudesse lançar uma outra maneira de pensar a cidade. É, voltemos aos ecos iniciais, deste posicionamento, ou porto do qual que se parte, mergulhando em águas profundas, lançado no mar alto, nessa realidade heterogénea, complexa, que se procura conhecer no âmbito desta dissertação.
Ficha da disciplina “Living in Berlin”; VASSAL, Jean-Philippe; Universität der Künste Berlin,
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MENDES, Manuel; in: Despertadores de Projecto e Conhecimento. Intersecções de Perspectivas, in Seminário Internacional sobre rehabilitación y mejoramiento de Barrios: investigación, gestión y acción, Sevilha, 2012 (7’20)
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despertadores de projecto: “Através do estudo do que está à sua volta, podem ser livros, cidade, o seu percurso quotidiano, podem ser a sua casa, podem ser as suas memórias, no fundo, saiba encontrar situações em que possa identificar uma condição de estação.” op. cit., (8’40)
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Porto, área de S.Victor - Mapa-território | mapa-investigação
Porto, área de S.Victor Mapa-território | mapa-investigação
Alusão a DIAS, Sousa, Lógica do Acontecimento - Introdução à filosofia de Deleuze.. Lisboa: Documenta, 2012, p.41
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2 DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix, Mil Planaltos – Capitalismo e Esquizofrenia 2. Lisboa: Assírio & Alvim, 2007, p.30
DIAS, Sousa, Lógica do Acontecimento - Introdução à filosofia de Deleuze.. Lisboa: Documenta, 2012, p.117
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op. cit., p.14
A área em estudo S. Victor delimita-se a Norte pela Avenida Rodrigues de Freitas, a Sul pelo Rio Douro, a Nascente pela Rua Duque de Saldanha e a Poente pela Rua das Fontaínhas. Considere-se esta marcação como indicativa, encarando a área como mancha de óleo e não caixa estanque. À pergunta “porquê a escolha deste lugar e não outro”, torna-se necessário responder de uma outra maneira. A resposta acolhe uma preferência, devendo-se deixar claro que a escolha do lugar não foi feita numa lógica do tipo “entre este lugar e outro”, como uma flecha em direcção a um alvo, mas por meio de uma acção de experimentação no escuro1, de um calcorrear à margem na procura de situações, acontecimentos, fragmentos, estratos, linhas de articulação e de fuga. A escolha do lugar é inerente ao processo de investigação. Não é ponto-prévio nem ponto-assente - é consequência dessa acção na procura da identificação daquilo que é o coração do problema. É durante a própria escrita, o cartografar desse devir-lugar, que a justificação da pertinência da escolha do mesmo se tornará explícita. Para (d)escrever este lugar, aquilo que se procura é cartografar terras por vir. Aludindo ao entendimento proposto por Gilles Deleuze e Felix Guattari2 olhamos o lugar não sob uma lógica arborescente, com os ramos e raízes que provêm de um tronco comum mas sob uma lógica de multiplicidades, sistemas abertos que se conectam autonomamente. A intenção de encarar a leitura do território na lógica da filosofia-rizoma, traz consigo o entendimento de que “aquilo que tenta pensar é o momento de devir, um entre-ser trans-histórico, o acontecimento que se procura captar na sua potencialidade.”3 Na filosofia deleuziana, à qual procuramos buscar uma certa forma de olhar e pensar o mundo, está subentendida uma “ontologia do presente”, ou seja, “detectar no presente não a parte do ser mas justamente a do devir, a parte “inactual” da realidade actual, a parte propriamente importante.”4 Façamos agora uma aproximação ao lugar, duplicando a leitura entre o escrito e o mapa-território|mapa-investigação. Neste território, que aqui encaramos com um duplo sentido entre área de estudo e mapa da investigação, “qualquer ponto se conecta com qualquer outro, dentro e fora do mesmo (princípio de conexão); existe um nível significativo de diferentes estratos-escala, ocupações, (des)continuidades, intersecções, velocidades, variações múltiplas que geram um lugar heterogéneo; território de multiplicidades, onde apenas temos determinações históricas, acontecimentos vividos, dimensões essas que não podem crescer sem que a sua natureza mude; território com as suas linhas de segmentaridade segundo as quais se estra-
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Porto, área de S.Victor - Mapa-território | mapa-investigação
tificou, se organizou, significou, atribuiu, compreendendo também as linhas de desterritorialização das quais foge sem cessar. De todas podemos fazer uma ruptura assignificante explodindo em linhas de fuga; linhas de fuga que se pretendem agitar, na procura de um devir-futuro para este território. Por último, território que não está sujeito a nenhum modelo estrutural ou generativo, ou seja é mapa e não decalque. (...) Se o mapa se opõe ao decalque, é porque está completamente voltado para uma experimentação directa sobre o real. O mapa não reproduz um inconsciente fechado sobre si mesmo, constrói-o. (...) O mapa faz, ele próprio, parte do rizoma. É aberto, conectável em todas as suas dimensões, desmontável, invertível, susceptível de receber modificações constantemente. O mapa pode rasgar-se, ser virado do avesso, adaptar-se a montagens de qualquer natureza, ser posto em estaleiro, por um indivíduo, um grupo, uma formação social.”5 DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix, Mil Planaltos – Capitalismo e Esquizofrenia 2. Lisboa: Assírio & Alvim, 2007, p.30-32
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Com este mapa, além de se identificar qual o território em estudo, indicando que é no Porto, na área São Victor, faz também ele rizoma com o próprio lugar. Ou seja, as linhas de segmentaridade que dão significado ao mapa-investigação, dão-no também ao mapa-território. Tentemos clarificar, recorrendo à analogia de Deleuze da orquídea-vespa, transpondo a mesma para o nosso caso. Para simplificar a leitura, chamemos ao território em estudo lugar e ao estudo em si investigação. Ou seja, há um S.Victor (lugar) e um S. Victor (investigação). O lugar desterritorializa-se ao formar uma imagem, um decalque da investigação; mas a investigação reterritorializa-se sobre esta imagem. A investigação desterritorializa-se, no entanto, tornando-se ela própria numa peça do aparelho de significação do próprio lugar (uma linha de segmentaridade); mas reterritorializa o lugar ao transportar-lhe o significado. A investigação e o lugar fazem rizoma enquanto heterogéneas. (...) devir-investigação do lugar, devir-lugar da investigação, cada um desses devires garantindo a desterritorialização de um dos termos e a reterritorialização do outro, os dois devires encadeando-se e substitiuindo-se segundo uma circulação de intensidades que leva a desterritorialização sempre mais longe. O entendimento desta lógica de leitura procura encarar a área de estudo e a investigação como operação para gerar saídas num campo de possíveis que varia consoante as circunstâncias, procurando linhas de fuga e de modificação da realidade existente.
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Porto, área de S.Victor - Mapa-território | mapa-investigação
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97.82 97.96 110.60 110.83 111.86 106.40 96.01 96.06 104.07 109.63 95.97 95.85 109.42 96.69 96.88 106.28 103.29 107.40 110.22 94.40 94.49 94.40 93.54 93.64 94.10 97.84 95.26 94.95 111.20 99.68 97.55 105.20 95.96 106.36 112.00 111.59 103.15 98.19 108.95 105.87 105.60 94.90 96.11 96.14 95.23 96.51 94.85 95.03 93.55 99.03 95.01 97.85 . 95,02 100.64 111.31 95.91 . 94,99 97.42 97.45 . 97,45 95.21 95.26 98.67 98.91 98.66 101.23 110.81 97.80 109.48 109.45 93.10 97.91 100.34 97.80 93.86 90.99 102.35 101.56 96.37 111.55 98.26 94.26 93.93 93.44 90.88 99.92 103.13 102.43 103.51 103.51 102.66 102.25 91.75 98.87 108.57 93.76 109.55 93.67 97.65 103.97 96.53 96.44 91.36 97.17 90.49 92.67 97.63 92.26 94.67 . 94,18 93.75 93.70 94,20 94.61 94,45 . . 93.67 93.83 93.51 94,51 94.80 97.26 105.37 94.44 93.42 113.66 97.69 95.88 99.28 93.98 109.54 95.89 92.74 95.76 99.79 99.08 93.02 98.85 106.20 93.44 93.45 101.42
96.72
Largo 97.15 96.80 96.71
Pedregulho
PORTO, área de S. VICTOR identificação do problema
, PRACA
97.04
107.48
o S . Lazar 93.40
93.35 93.39
da 95.27 98.47 95.04 107.56
93.42
101.15 106.05 93.41 114.62
RUA DO CON
RUA
A RU
DOS 96.10 96.41
97.12
104.96
95.45 102.54
POVEIRO
96.95
S 95,69 . 96.04 95.67 105.78
94.46
106.41 94.44 . 93,98 . 94,34
93.37 93.41 93.37 93.56 93.91 94.00
95,00 . 95.23
113.51
RUA
Ramadinha 106.49 94.70
106.58 94.52
93.88
102.88
97.91 109.51 111.48 95.51 97.66 96.69 98.78 96.00 94.52 110.10 97.35 97.12 103.42
96.78 93.86 109.80
DE 93.36
104.96
RUA
DE 110.59
RUA
94.33 94.45 94.12 94.46
93.80 100.30
CONTRASTARIA 106.38 97.58 95.25
DE IRA RE FER
DO
104.96
RUA
100.15 97.42
FER
93.41
96.27 . 96,04 95.80 95.67 95.59
REIR A 93.70
94.47 95.72 . 95,52 95.11 94.49 94.37 . 94.33 94.23 95.17 94,40 94.33
.
BIBLIOTECA
113.59
VISCONDE
de DE 94,12 94.21 . 93,39 .
95.30 93.70 95.06 93.75 93.63 94.76
94.88 95.22
O OS RD CA
93.79
113.78
107.78
104.71
101.56
94,25 102.48 104.93 103.24 106.77 94.25 106.76 108.58 108.65 108.36 108.48 .
106.76
JARDIM 94.11 105.08 93.91 94,14 . 94.13 93.98 94.30
DE
93.05
C.C. 106.24 105.48
92.70 90.60
94.14
D.JOAO IV
117.70
BOBEDA
94.05
94.32
101.16
108.83 94.14 102.86 104.61 104.60 105.72 102.66 102.98 112.27 106.36
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106.20
102.86
112.79
92.90
94.15 94.04 94.32
94.41
DO
102.75 93.92
PUBLICA MUNICIPAL ~ 93.54 106.53 103.71 94.66 94.33
103.31
103.82
109.04
105.63
106.01
108.50
107.73
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Passe
93,83 . 93.12 93.85 93.91 93.78 93.96 94.06 93.94 93.31 93,46 .92.18 92.23
io
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98.28
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92.19 92.18
DE
FREITAS
92.94
94.48
92.54
RODRIGUES
Mapa-território | mapa-investigação o que levanta o problema - a ausência de respostas e fazer falar novos problemas
92.99 93.68 92.72 93.56 93.16 92,19 . 93,46 . 93.55 . 92,29 114.56 93.52 93.71 93.62 92.05 107.93 93.12 92.79 93.27 91.50 93.96 100.41 100.40 94.21 107.39 105.17 95.37 103.68 111.57 111.58 107.39 108.97 93.13
DE
92.56
MARQUES DE
OLIVEIRA
93.34 92.54 92,54 . 92.00 93.62 94.09
FREITAS
93.99
AVENIDA
93.48 94.00
103.05 97.45
110.32
111.21
111.21
105.01
103.60
102.24
102.24
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103.88
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91.76 92.50
DE
93.10 112.07 93.97 103.75 108.64 107.93 107.80 104.35 105.93 101.13 105.15 106.14 106.29 107.39 101.55 101.22 104.44 101.39 101.41 101.41 101.42
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RODRIGU
ES
C.C. 91.83 95.16 107.87 107.77 107.43 104.83 97.27 95.91 96.18 95.09 102.90 96.29 96,72 96.48 96.35 99.28 96.13 106.84 93.67 95.35 95.12 92.27 99.85 107.50 107.54 103.54 96.37 96.54 95.66 95.74 107.69 93.43 96.61 95.95 95.97 104.35 96.07 95.16 95.75 . 96.73 104.08 103.53 93.68 101.11 103.54 107.69 103.74 95.17 96.66 91.42 92.05 106.87 95.23 92.05 99.65 108.33 93.39 107.77 106.90 104.22 96.51 95.14 108.00 104.82 94.75 92.14 91.94 100.52 99.17 99.42 103.68 103.68 92.41 99.61 92.88 96.22 108.50 95.75 92.97 92.97 96.37 96.47 99.05 91.78 90.57 91.10 111.88 95.73 96.69 95.16 95.15
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92.72
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Beco
105.75
99.62
100.05
ESCOLA SUPERIOR 95.56
DE 91.67 92.00 102.25 102.25 91.87 91.90 100.81
107.82 93.36 100.72 103.08 101.29 100.72 106.91 103.66 103.95 91.55 106.91 96.97 92.05 98.58
P.S.P. 103.06 103.26
94,06 .
AGU
IAR
92.79
93.42
proprietários
DO
DO
do
~O BARA
DE 111.30 108.32
94.49
96.31 96,35
95,08 . 95.02
97.68
92.65
100.86
94.30 94.45
95.34
95.48
92.89 92.36 97.03 92.37
93.99 . 95,12
BELAS ARTES 95.41 95.69 96,74
96.46 96,79 96.67 .96.12
R 96,46
95.54
98.19
94.22
104.90
95.70
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96.53
DUQUE
91.60 107.25
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Largo
DUQUE
91.39 91.96
93.40
DE 106.67 92.45
99.75 91.66
91.83
93.73
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~ Camarao 104.14 104.14 104.14 104.14
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CEMITERIO DO
PRADO
95.68
95.85 100.64
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96.70
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99.99
ON ANT 91.19
IO 90.93 91.28 88.93 97.71 103.99 94.90 88.87 89.61 89.31 90.69 90.29
90.88
DO
REPOUSO
DE
98.94
100.17
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R 94.41
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S. C.J.
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VIT OR
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97.98
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moradores inquilinos proprietários
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101.70 101.70 106.93
94.65
97.48
87.51
97.39
ESCOLA AS AINH FONT 83.80 99.76
SECUNDARIA
93.42 93.66
94.63
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RUA DOS 94.69 93.65
MANJERICOS 94.70
93.20
DE 101.71 99.37
106.93
94.46 90.46 97.32 91.06 88.96 93.52 98.66 89.37 89.53
97.54 91.33
DE CARLOS CAL BRANDAO ~
86.37 85.30 87.91
88.47 99.98 110.21 95.12 100.04 103.37 103.26 100.71 100.71 89.67 100.75 100.86 88.68 88.48 89.99 100.97 100.97 92.80 98.41 108.41 89.61
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95.72
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88.99 89.13 88.80
85.50 93.62
89.46
91.20 90.66
96.91
CENT 88.36 89.61 89.61 88.74
RAL 91.13 85.29 85.48
89.95
90.32 99.22
88.74
95.88 88.09
S. DIONISIO
94.88
85.12 82.20 85.47
88.41
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RU 89.80 90.26 90.00
A
92.46 105.52
88.96
88.83
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DE
91.25
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RUA
RUA 91.24
91.26
91.34
R
85.08 92.88
90.43
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61.56 65.48 66.06 65.78 60.25 61.03 63.32 53.97 53.56 53.17 52.88 52.75 50.83 51.09 50.93 50.76 53.46 51.50 50.09 47.43 57.19 49.41 45.40 45.43 44.73 50.61 48.90 50.05 49.77 45.44 47.60 53.28 47.52 47.41 51.62 47.34 46.94 47.22 39.58 43.47 43.72 43.56 48.32 48.10 47.93 46.45 41.98 41.96 47.88 38.60 44.92 34.25 25.20 25.81 28.84 26.47 24.95 35.15 33.75 32.12 42.72 35.09 18.14 25.57 22.85 24.61 34.28 34.56 34.75 25.06 18.55 18.19 11.70 11.70 11.31 10.85 10.16 9.90 9.92 20.03 20.23 15.59 20.00 9.56 16.04 26.72 27.17 25.84 25.52 26.45 27.70 25.57 44.50 43.60 25.08 35.29 48.28 48.15 43.93 47.19 45.40 37.24 35.87 39.84 34.91 26.46 27.38 28.75 28.67 32.21 34.03 36.96 40.48 44.79 43.51 47.41 50.84 55.76 54.43 47.82 47.87 54.44 54.23 54.33 62.95 57.21 50.67 53.12 47.99 51.14 59.71 64.17 57.91 56.99 57.56 57.65 57.12 54.40 54.46 55.10 49.21 63.90 65.37 65.53 54.88 54.72
FON
71.27 77.25
82.01
TAIN
65.97
68.30
80.70 78.87
96.55 77.23 88.33 86.38 81.95 89.56 82.34 81.15 96.45 82.82 80.69
DA
62.18
56.20
64.39
CORTI
CEIRA
HAS
RUA
71.27 77.16 75.83 71.80 73.97 76.65 76.21 76.65 82.75 73.19 77.13 65.84 81.38 81.05 78.21 73.61 74.12 74.94 77.55 83.49 75.90
60.04 51.91 51.95 55.90 60.79 65.48 68.37 58.11 60.04 64.20 62.51 64.01 61.51 61.68 66.46 64.91 65.46 66.51 63.81 61.38
65.40 65.97 74.10 54.72 65.46 67.33 77.49 77.48
78.14
56.17
64.36 64.05
65.16
de
R R
76.88 78.68
53.92 50.12
ceira 63.69 60.28
89.57
96.02 86.65
87.28
Corti
54.51
arquitecto, estratega de processos
DE
Porto, área de S. Victor Cidade | Arquitectura | Política realidade e desenho 2 e 3
RU A DA
47.15
84.15 88.58 78.59 75.67 73.50 76.88 85.90 82.75 86.42 76.20 84.66 85.04 96.09 77.66 75.90 77.46 94.27 85.90 87.75 74.68 71.91 74.12 75.19 77.89 74.11 72.37 76.59 76.71 75.32 88.19 77.31 72.88 71.58 74.72 77.31 72.86 72.36 87.81 86.96 86.20 79.51 89.59 87.03 86.26
46.97
86.26 80.41
65.44 54.44 54.72 54.74 50.50 65.61 47.84 66.71 54.40 54.76 48.62 54.43 44.30 41.38 41.39 44.17 45.87 43.41 38.29 41.17 43.19 54.52 55.94 28.02 34.41 27.23 49.64 57.98 54.57 60.40 27.62 27.65 43.97 49.65 55.58 19.61 52.95 57.65 65.63 55.87 58.84 35.03 9.25 45.09 32.91 34.90 29.17 28.45 44.60 28.35 47.53 56.64 56.41 54.50 63.44 59.35 59.35 54.33 55.19 55.09 78.78 68.30 23.03 8.97 24.45 28.99 29.11 23.13 32.30 8.79 8.85 29.41 8.69 29.63 28.80 28.95 29.29 29.61 33.68 37.93 34.77 28.52 8.67 1.07 8.67 8.68 13.34 2.48 23.54 23.61 17.49 20.23 25.74 30.20 24.53 30.30 8.74 30.42 31.86 33.45 54.45 59.92 30.00 64.65 46.90 41.11 32.63 54.65 54.43 54.48 64.66 65.21 44.32 64.89 54.58 32.77 54.46 54.30 64.80 78.89 76.94 68.38 62.77 65.91 29.41 65.92 44.93 54.48 66.77 67.10 78.89 76.94 62.14 61.75 64.99 67.98 78.78 83.34 78.78 68.60 78.77 69.52 70.80 56.59 54.65 54.66 54.43 68.58 65.41 66.29 68.87 73.36 69.48 75.42 65.46 55.17 54.35 61.78 65.73 66.28 69.22 72.82 70.27 78.94 77.75 79.71 54.72 42.47 48.29 65.39 34.64 54.28 74.07 69.29 70.13 72.89 45.87 54.38 45.79 54.44 65.49 65.74 54.64 65.43 81.70 66.68 73.19 73.93 70.50 76.81 74.79 65.77 76.25 65.96 73.68 73.68 76.42 82.65 72.40 74.40 74.25 67.07 54.64
46.16 53.13 50.72 50.22 51.11 48.48 55.07 58.66 60.14 57.65 57.20 54.03 54.69 50.24 55.55 53.64 52.01 54.74 51.10 53.20 53.65 50.93 52.89 62.14 57.75 60.41 60.22 53,25. 62.18 56.55 61.49
48.85
44.81
DE
81.05 72.62 77.46 82.38 77.45 73.16
74.47
76.55
83.49
R
62.49
79.89
A EIR TIC COR
46.70
45.98 46.45
R
45.75
R 48.84 46.90
48.91
R
R R R
42.86 42.50 44.81
43.52 46.42
86.57
47.93 45.08
80.44
da 45.10 45.43
32.44
50.01 53.26 37.78 43.80 50.11 52.50 52.49 51.29 51.29 50.78
78.73
86.38
38.42
46.09 41.38
46.93
GOM ES 66.60
73.17
Trave
ssa
32.65 40.24 34,58 .
R 40.54 41.47 46.92 37.95 . 36,52 37.15 42.53 42.53 37.32 36.02 38.42 34.31 40.11 39.32 36.37 37.65 36.09 32.05 35.44 33.95 37.32 39.80 34.47 29.97 29.59 40.27 26.22 30.86 28.87 25.42 26.05 16.77 12.23 25.25 32.49 34.65 28.39 39.12 43.34 31.54 37.81 43.34 40.71
R 43.49
45.01 40.89 38.76 32.80
R
79.93
R
94.86 78.01
80.80
79.48
R R R 40.20
71.17 74.72 85.84 78.17
32.52
R
45.01 30.48
25.89
R 22.47 30.80
31.19 24.62 10.46 10.64
86.85
78.10
82.58
SALDAN
29.76
19.88
85.66 77.90 79.17 84.12 78.81
84.50
9.47 9.95
9.01
16.56
FRE
80.35
18.08
R
37.37
Calca
,
da
25.13
21.12 18.68 14.28 15.33
21.38 19.35
10.33
IRE 66.22 80.36 80.20 72.60 70.75 69.92 75.57 70.69
HA
77.67
74.01
83.39
10.38 10.98
AV EN I DA 10.28
9.72
GUS TAVO
9.36
84.69 77.98 79.22 80.62 80.49
76.50
R 23.05 18.51 15.03 17.53 13.14 12.14 18.73 11.65 11.68 11.79
15.80
14.74
10.35 10.74 10.40
9.95 9.06 9.77 1.17 2.00 9.34
83.50
82.38 78,81
S.
9.01
OR VIT
11.72 11.98
11.28 10.98 11.04 7.67 5.22 2.86
E IFF E 8.99
L
78.04 82.99 73.58 73.03 79.59 79.55
11.36
L E I F FE 10.90 8.39 11.19 6.86
10.73 8.50 1.88
2.57 2.20
R 63.42 63.54 65.35
84.44
R R 73.52 64,44 84.44 83.03 84.87 82.58 75.77 76.06 74.36 71.97 78.19 82.59 82.97 75.89
AVE N I DA 11.70
11.83 11.78
GUS TAVO 11.80
11.37
2.82
2.03
8.74 2.43 8.68 8.67 1.79
FREIR
E RU 60.14 62.19 64.29
A RU
AVEN
RUA
60.59
A
IDA
8.62
12,41 .
11.79
1.95
DE 63.83 48.74 54.46 54.67
63.70
GOME
S
62.78
62.92 65.97
DE
62.53 63.91 56.24 56.33
65.09 67.92
R 61.87 61.64
67.98
6.06
30.26
35.07
~ O SA
4.16 2.80 8.65
8.68
62.25 62.41
58.85
67.92
84.56
64.27
74.44
R 35.50 54.70 44.42 54.46 46.24 30.43 29.26 30.65 35.68 54.57 54.40 56.21 56.35
LARGO 76.08 72.94 77.26
OR VIT
56.37 56.56
61.87
63.75
8.67
8.63
28.62 8.76
30.60
DE 73.47 59.10 54.69 63.04 61.33 62.53
10.54 8.68 8.62 8.60 10.77 20.69 34.49 34.89 34.90 8.61 8.68 8.49 35.99 14.13 31.01 36.38 41.50 39.17 36.56 43.15
GOMES
69.79 65.04 67.57
71.29
FREIRE 72.36
DO
54.55 54.46 41.82 41.53 42.48 44.52 43.91 47.48 41.15 53.33 54.40 54.66
56.32
56.50 63.42 54.76 64.83 65.12 65.36
70.79
73.81 74.84
73.20 71.58 63.68 65.25 54.58 54.68 71.66 71.83 71.80
PADRE
BALTAZAR
GUEDES 77.77
74.30
76.44
18.81 8.62 34.39 18.83 8.77 8.53 24.57 27.42 31.27 32.12 33.75
43.98 53.11
54.26 65.19 78,15
43.98 33.54 43.60 43.95
48.40
53.99 54.62 53.31 54.48 65.45 54.57 54.56 65.26 71.47
. 77.25 71,80 77.84 71.94 77.93
8.38 9.31 25.22
53.85 32.10 48.23
54.41 54.92 54.17 54.65 54.54
66.60 75.01 72.24
76.25
8.83
32.13 34.63
54.54 31.98 48.71 53.29 56.02 53.64 56.67 71.16
8.53
47.63 3.50 35.59
R R 56.03
R 56.67
54.79 54.86 54.67 75.94 72.06 92.91 75.94 77.01
determinações históricas RUA DO RUA
VISCONDE
95.30 . 94.47 94.33 94,40 95.22 93.70 . 93,39 . 95.06 93.63 93.75 94.37 . 94,25 94.25 . 108.48 93.98 94.11 105.08 106.53 93.91 94,14 . 94.13 94.30 94.33 94.23 94.21 93.75 93.67 93.83 93.51 94,45 94.61 94.32 101.16 . 94.80 94,20 . 94.76 94.67 94,51 . 94.44
97.63 92.26 105.37 93.42 97.26
113.66
C.C. 102.86 102.66 102.98 112.27 106.36 106.24 105.48
90.60 101.57 112.19 112.33 112.43
106.20
102.86
112.79
92.90 94.04
94.32
112.16 112.25
DE
95.17 95.11
de 94.49
94,12
93.79
94.24 92.94 92.29
94.48
BOBEDA
determinações históricas O Porto é Só... O Porto é só uma certa maneira de me refugiar na tarde, forrar-me de silêncio e procurar trazer à tona algumas palavras, sem outro fito que não seja o de opor ao corpo espesso destes muros a insurreição do olhar. O Porto é só esta atenção empenhada em escutar os passos dos velhos, que a certas horas atravessam a rua para passarem os dias no café em frente, os olhos vazios, as lágrimas todas das crianças de S. Victor correndo nos sulcos da sua melancolia. O Porto é só a pequena praça onde há tantos anos aprendo metodicamente a ser árvore, procurando assim parecer-me cada vez mais com a terra obscura do meu próprio rosto. Desentendido da cidade, olho na palma da mão os resíduos da juventude, e dessa paixão sem regra deixarei que uma pétala poise aqui, por ser tão branca. 1979 Eugénio de Andrade, in ‘Poesia e Prosa [1940-1980]’ 1. apontamentos da evolução do Porto Porto. Este lugar/território de acção que procuro percorrer, compreender, (re)projectar. Território que foi, é, e continuará a ser moldado, transformado continuamente, obra aberta/ em aberto, escultura em permanente movimento.1 Do Porto que se assentou, lá longe do tempo, no afloramento granítico, entre dois eixos, “um seguindo a costa, em estreita faixa litoral limitada pelas serras de Valongo, e outro que penetra no interior seguindo o protegido vale do rio Douro”2. Desse Porto que cruzava os eixos entre Bracara Augusta e Olissipo, flanqueando o rio lá no alto de Penaventosa. Do Porto burgo episcopal, daquele que se vai ao longo do tempo apetrechando na defesa do território, contrapartida dos descobrimentos e das rotas comerciais. Dessas mesmas rotas que, durante todo o século XVIII, graças ao comércio, em particular do vinho do Douro, se abrem desde o Brasil ao norte da Europa, onde uma burguesia formada também por um grande número de estrangeiros, solicita “a intervenção da Coroa na promoção e controlo das actividades urbanísticas, “3 originando a criação da Junta das Obras Públicas (1764), “organismo de gestão urbanística que se inscreve na política ilustrada de reforço da Administração Central “forjada” por Pombal, ministro de José I (17501777) - que reflectirá a experiência, os novos conceitos, assim como as ideias adquiridas na reconstrução de Lisboa, após a destruição pelo terramoto de 1755.”4 Esse Porto que se vai fazendo, agora extramuros, na regularização das principais vias 2 GUNTHER, Anni; TAVARES, Rui. Porto in: Atlas histórico de ciudades europeas: Península Ibérica, dir. Manuel Guardiá. Salvat. Barcelona, 1996, p.128 3 GUNTHER, Anni; TAVARES, Rui. Porto in: Atlas histórico de ciudades europeas: Península Ibérica, dir. Manuel Guardiá. Salvat. Barcelona, 1996, p.132 <?> 95.44
93.05
93.70
105.72 104.61 104.60
FREITAS 94.00 109.16
D.JOAO IV
DO
108.83 106.01 108.50
94,18
JARDIM
DE
94.14 103.82 109.04 105.63
94.05
92.19 92.23 92.18
DE
92.22
103.31 102.75 94.33
92.39
92.54
RODRIGUES
PUBLICA MUNICIPAL 103.71 94.66 92.99
DE
92.56
93.92
110.32
93.54 92.23 93.99
107.73
Passeio
93,83 . 93.12 93.85 93.78 93.91
94.06
93.94
93.31
93,46
.92.18
94.09
FREITAS
AVENIDA
93.48 111.85 100.79 103.74 103.81
111.48 112.07 101.22 104.44 101.39 101.41 101.41 101.42
110.88
93.96
93.34
102.15
113.21
104.89 93.68 92.72 104.89 93.56
MARQUES DE
OLIVEIRA 93.16 93.13 91.76
101.55 92.54 92,54 . 92.00 93.62 103.75 93.97 93.71 111.58 93.12 95.37 105.17 93.27 93.96 100.41 100.40 94.21 107.39 107.87 107.43 95.56 96.31 95,08 . 95.02 97.68 95.09 96.29 96.35 96.48 96.46 . 94,89 102.10 95.48 95.54 . 91.55 91.77 102.21 94.73 91.48 91.30 92.15 98.62 97.72 97.35 92.60 101.60 99.24 96,83 96.61 105.18 100.59 93.99 . 95,12 94.22 104.90 99.28 96.13 95.35 95.12 96.67 96,46 .96.12 107.50 92.27 96.51 95.14 104.83 100.52 107.77 97.27 95.91 96.18 99.17 99.42 102.90 103.68 107.39 107.93 103.68 106.29 107.39
DE 92.50
93.10
108.64
107.93
107.80
104.35
105.93 108.97
101.13
105.15
106.14
C.C. 96.69
91.83
92,19 102.87
.
93,46 . . 92,29 93.52 93.62 91.52 91.50
93.55
95.73 111.57 103.68 99.61 92.41 92.88 96.22 91.78 95.75 92.97 92.97 96.37 96.47 111.88 108.50
92.05
92.79
114.56
91.70
RODRIGUES 103.62 105.75 105.75 99.62 100.05
ESCOLA SUPERIOR 94,06 . 94.49
91.36 98.97 91.35
105.33 106.17
92.17
P.S.P. 103.49 107.71 100.86 105.45 101.13 99.57 103.06 103.26
DE 111.30 108.32 94.30 94.45 95.34 95.48 96,72
96,35
93.67 106.84
DE
100.81
106.17
105.46
BELAS ARTES
95.41
95.69
R
93.39 108.33
96,74 95.70
96,79
100.91 91.87
92.24 99.95 99.86
95.61 93,55
98.19
96.53 96.74 96.37
100.56 94.95 100.55
100.65
97.99
94.80
91.13
91.23
100.85
Largo do
91.39 91.96
. 96.73
91.05 89.17 96.04 91.57 90.40 93.73 100.05 106.62 91.19 90.86 96.22 103.16 97.91 93.32 96.78 94.93 93.45 90.69 91.58 89.84 89.97 98.04 97.09 89.00 89.12 98.77 98.66 98.88 100.35 99.52 99.52 99.83 100.36 102.99 100.57 103.19 100.49 96.82 103.06 93.03
RUA 90.98 92.91 90.84
99.35 95.40
96.74 91.03 95.83 110.79 97.05 96.73 97.03 96.70
~ Camarao
93.05
90.59
95.19
88.26
104.14 104.14 104.14
104.14 95.71 101.37
95.70
99.99 107.58 109.59 96.31 104.61 96.42 111.08 96.18 100.02
95.85 100.64
88.96
88.50 89.19
98.89
DE 90.21 98.11 98.05 95.85 95.97
95.71
D 99.85 96.54 95.95 96,61 . 96.60 99.44 100.15 95.92 95.71 97.16 95.07 95.00 . 93,47 93.64 95.15 95.04 93.26 94.97 97.18 94.06 95.04 97.38 96.83 100.71 100.71 100.75
103.54
95.66
95.74
107.69 103.54
93.43
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93.68
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99.00
106.19
C 93.40 97.07 92.18 104.40 97.98 107.00
99.05
108.00
104.82
107.77
106.90
107.54
106.87 91.42
107.69
103.74
101.11
106.67
B 91.10 90.57 94.75 95.23 95.17 97.62 107.23 102.83
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95.16
103.08
91.94 103.95 92.14 104.22
91.55
A 93.36 101.29 103.66 107.59 107.25
111.21
111.21
105.01
103.60
102.24
102.24
101.80
103.88 93.44
DO
~
102.02
93.77
100.91
DO
90.33 101.75 101.56 91.98 97.35
92.43
92.72
93.11
93.42 92.79 N
AGUIAR 98.58 100.72 92.05 100.72 106.91 97.03 0 1 5 10
92.65 92.89
92.36 92.37
~ BARAO
106.91 98.09 96.98
96.97
91.94
91.60
100.36
91.41
DUQUE
92.05 99.65
99.74
91.05
91.25
91.83 91.66
92.05 96.66
DE
99.75
DUQUE
92.45 88.87 91.29 99.06 N
90.76 91.07 99.06 91.07 91.01 90.80
CEMITERIO DO DO
PRADO
101.11 97.62
92.81
95.68 96.37 0 1 5 10
REPOUSO
89.18 90.93 91.28
90.88
103.02
91.11 95.02
IO ANTON
88.93 97.71 90.29 89.61 94.90
90.69
101.00 91.19 103.99 101.39
DE 106.19
90.57 89.31 95.26 88.87 90.42
90.25 90.48
. 98.94 100.17
103.96
101.21 100.03
107.42 101.06 97.30 100.74 91.50 93.22 99.54 97.22 92.59 92.44 91.64 101.24 92.83 106.20 96.15 104.59 N
98.32
97.46
90.11
93.86
94.94 100.39 93.06 90.44 98.88 95.14 88.76 103.46 89.75 88.69 89.18 98.60 90.03 89.80
90.29
101.59 100.39
94.23
RUA
91.06
89.86
89.57 89.01
98.18
88.66
98.76 89.47 89.17 92.34 94.01 93.47 89.26 89.57 89.84 88.90 100.91 99.92
86.46 97.67
85.65
88.71
89.11
88.41
88.30 91.72 89.43
99.39 97.48 86.79 88.32 88.41 87.26 90.65 87.16 87.00 91.00 86.55 90.64 91.72 87.98 94.67 88.35 90.67 92.12 86.20 88.74 89.61 93.40 92.16 83.23 97.39 96.35 99.76 83.80 87.51
90.63
ESCOLA FONTAIN
SECUNDARIA
E1 93.42 95.91 100.58 90.49
96.27 95.42
95.46 95.71
96.32
95,65 95.19 99.99
93.91
91.35 93.21 92.70
91.06
90.85
96.78
102.53
99.99 100.20
97.74 90.00 98.36 93.95 94.89 102.17 92.25 96.73 97.93
95.69 95.54 104.88 95.09
R 94.41
96.96
90.21
0
1
IM
5
10
89.96
DE
99.46 94.15
96.33
94.45 93.34
94.22 92.96
98.56
99.35
92.26
91.08
104.59
JOAQU
97.27 89.63
89.44
S.
VITO R
95.22 104.88
95.14
92,64 . 101.21 92.89 92.12 92.95 90.72 90.74
96.09 94.59 91.40 90.83 93.39 90.82 90.70 93.75 93.66 91.33 94.72 94.53 93.65 95.69 90.00 109.52 102.76
89.66
C.J.
95.36
95.06 90.77 93.32 92.81 96.46 100.19 92.73 91.80 91.72 91.62 94.63 96.25 93.88 93.67 100.12 99.80 99.89 99.98 90.51 91.94
94.8895.04
106.93
DE 90.51 N
106.93 101.71 99.37
94.25
103.94 91.47 0 1
90.33 5 10
93.42
97.54
DE CARLOS CAL BRANDAO HAS
~
88.47 86.37 87.91 85.30 85.50 89.95 85.48 90.32
91.38
CENTRAL 89.61
85.29 91.13 85.12 85.47 82.20 84.09
C.J.
90.07 98.30
90.40
90.63
91.98
86.92
86.19 92.54 91.31 88.26 88.60 84.10 92.09 84.81 88.28 91.54 96.52
89.49
87.08
93.90
90.94 89.73 91.15
86.09 91.51
93.21
90.43
E2 94.69 94.70 93.65 95.72 93.62 94.88 91.84 97.67 94.86 94.88 96.32 91.06 91.08 96.05 96.49 93.75 90,90 96.49 93.75 93.95
RUA DOS
MANJERICOS
93.20 91.71 89.08
106.63
99.98 110.21 95.12 100.04 89.46 95.42 89.67 98.41 93.20 89.61
91.77
88.69
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94.53
103.37
108.41
101.01 99.22 103.26 88.41
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89.78
H 102.80 101.70 101.70 91.88 94.97 91.37 101.13 10.06 100.98 100.90 100.62
94.81
103.55
94.65 94.65
98.42
89.37 103.46 89.92
89.34
DA
S. COSME
89.24 88.96 89.53 89.37 88.99 88.80 89.13
99.10 94.46
90.46 97.32
98.92
98.13 98.92 98.13 101.51 98.13
99.18 98.11
S. DIONISIO
98.59
DE
98.22
97.16
RUA
98.36
99.47
91.62
91.64 90.77 91.67 91.94 91.94 91.80 91.52 91.87 91.54 91.54 88.99 90.41 89.69 89.96 89.16
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R
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90.00
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DIONISIO
91.72
99.09
89.39 91.48
R 87.13 88.94
88.96
90.14
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E3 96.57 90.26 92.10 110.02 99.92 91.75 99.19 88.86 93.53 110.02 88.89 95.89 94.40
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89.99
RUA 95.01
101.16
91.06
101.20
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G 93.52 91.06 97.32 91.07 95.13 91.24 91.74 92.46 91.82 91.79 91.41 104.78 89.32 104.78 99.11 97.99 99.31 98.77
99.09
105.02
DAS
98.66
98.66
96.60
88.74
97.32
93.10 88.83 88.96 105.52 88.25
88.53
88.84
88.79
88.45 87.98 94.75 95.91 88.45 88.04
91.93
GSEducationalVersion 87.68
94.26 89.41 99.30
98.42
101.26 97.16 95.83 92.70
92.13 88.42 92.14 88.10 88.03 95.51 93.20 87.50
91.75
R 89.88 92.22 91.30 89.16
87.25 N
, DA ALEGRIA PRACA 87.79 87.78 95.57
101.26
95.57 91.72 92.04 92.60 91.26
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95.51
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0
1
5
10
94.19 98.54
98.04
87.61
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89.78
89.01
87.19
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97.83
98.54
98.84
89.07
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98.34
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92.11 92.18 92.18 89.21 89.10
93.76 90.57 90.41 105.94
ESCOLA 86.88
91.66 91.62 97.16
87.01
88.54
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101.57
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S.
90.77
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100.06
91.59 88.59
91.48 85.87
HOSPITAL DA Sta CASA DA MISERICORDIA 86.12 82.19 83.42
ALEG RIA
88.11 93.68 93.86
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88.52 88.77 97.02 92.34
90.85
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ALEXAN
INVENTÁRIO LOTES / INFORANTES PARA CARTOGRAFIA
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POR UMA ATITUDE DE CONFRONTAÇÃO Porto, área de S. Victor Cidade | Arquitectura | Política
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79.07
78.69
78.92
79.22
79.39
82.97
RUA 66.10
75.81
66.26 67.20
DE
75.72 78.19
84.63 87.05 83.79
83.97 82.94 80.64
84.54
81.52
74.11
84.23
89.53
80.69
75.46
75.87
DAS 67.73 65.76 65.33 65.82 68.16 65.84 63.97 65.01 57.30 65.51 65.84 65.98 65.68 66.11
G. FREIRE
77.09 82.85 83.97 83.97 81.68 84.05 84.25 76.65 71.80 84.05 80.70 84.45 77.71
78.87 83.60 78.86
86.46
82.34
74.16
ALAMEDA 69.06
78.87
88.33 80.21 78.14
81.42 81.42
77.23
84.77 86.15
80.53
87.28 81.77 82.44 81.77 83.63 84.15 79.43 80.99 80.13 83.63 78.30 75.95 84.66 82.98 80.99 79.26 81.52 77.31 78.73 82.81 87.81 79.97 76.71 76.09 80.80 94.86 85.84 81.64 77.88 77.87 86.85 85.66 77.90 79.17 78.95 78.10 82.58 78.81 78.01 79.48 88.19 86.96 86.20 79.93 77.46 85.04 96.09 94.27 79.51 86.57 87.75 80.44 81.59 82.13 88.58 89.59 87.03 79.89 79.96 89.57 96.02 86.26 86.26 80.41 86.65
68.63
FONTAINH AS
65.97
68.30
83.16
RUA
71.27
77.16
75.83
73.97 76.65
84.25
83.49
75.90 78.68
76.88
80.13 77.81
R 74.94
77.68
66.68
66.83 66.06 65.78
57.91 64.17 59.71 57.56 57.65 57.12 53.97 53.56 54.51 54.44 54.23 50.93 54.33 62.95 53.46 57.21 51.50 50.09 47.43 53.17 56.99 61.03 63.32 53.12 54.40 52.88 54.46 55.76 52.75
55.10
49.21
63.90
R 74.47
78.21 77.67 76.55 83.49 78.59 75.67 76.88 77.20 85.90 82.75 86.42 76.20
81.38 65.84 67.07 65.96
DA
62.18
64.39
CORTICEIRA 61.68
81.05 81.05 77.46 73.68 73.68 66.71 65.77 76.42 76.25 81.70 66.68 73.19 73.93 82.65 82.38 72.62
R R R 74.40 74.25 76.81 74.79
60.25 64.36 64.05 60.28
DE
73.50 77.66 75.90 76.12 74.68 71.91 74.12 76.13 75.19 77.89 74.11 77.31 76.59 73.51
76.53 73.68 85.90
61.38 63.81 64.01 63.69
86.38
66.46 65.16 64.91 65.46 65.48
66.51
Corticeira
R
62.51 68.37 64.20
50.76
50.67
R
72.86
72.36
79.92 77.80
60.04
75.32
60.22 60.14 57.65 54.74 54.69 50.24 55.55 53.64 52.01 57.75
53,25. 60.41
61.49 62.18 56.55
62.49 48.91
Travessa
R
45.75
65.43
70.50
49.41 57.19
R 48.84 46.90 48.10
45.79 54.38
65.74 54.44 65.49
GOMES 66.60
72.37 75.72 72.35 74.72 71.58 73.54 71.60 79.71 70.27 73.55 74.83 71.34 75.42 76.67 77.67 75.57 70.69 80.36 80.20 78.77 78.78 69.92 72.60 70.80 69.52 70.75 77.98 74.01 78.72 78.94 77.75 77.59 77.44 76.05 74.72 79.71 85.31
78.81
78.17
62.14 51.10 53.20 53.65 50.93 52.89
47.93 41.98
46.45 41.96
44.50
43.60 43.93 25.57 38.60 34.25 25.08
45.87
R
72.89 70.13 69.29 72.88 71.17
R
da 45.10
65.39 54.72 54.28 65.73 65.46 54.35 54.57 66.28
45.43 47.88 44.92
74.07
SALDANHA
25.20
50.01 53.26 46.09 50.11 52.50 52.49 51.29 51.29 50.78 41.38 40.54 41.47
69.22
72.82 70.78 68.87 73.36 69.48 73.64 80.35
46.93
76.94
79.11
84.50
45.01
84.12
R
R 43.49 40.71
40.89
38.76
83.39 84.69
66.29 65.41 65.63 55.87
76.50 83.50
R
35.15 33.75 35.09 32.52
82.38
78,81
22.85 24.61
37.95 42.53 37.32 36.02
37.81 43.34
R R R 31.54
27.62
43.97
FREIRE 68.58 66.22
42.72
58.84
54.65 54.66 56.59
54.43
S.
VITO R
79.22 80.62 80.49 82.99 83.34 73.03 84.44 73.58 79.59 79.55
78.04
42.53
39.32 39.12
43.34
40.20
R
45.01 30.48
34.28
34.56
34.75
25.06
R 22.47 30.80
31.19 24.62
47.53 56.64 56.41 29.17 59.35 59.35 54.33 55.19
10.46
54.50 55.09
63.44
68.30
36.09 32.49
32.05
34.65 28.39 25.25
29.76
19.88
10.64 21.38 10.33 10.38
29.97 29.59 26.22 25.13 21.12 14.28 12.23 16.77 14.74 15.80 11.72 15.03 13.14 11.98 11.36 11.28 15.33 18.68
19.35
DA AV EN I 10.28
9.95
9.72
GUS TAVO 9.77
78.78 65.92 66.77 78.78 78.89 65.91 76.94 78.89 64.80 64.89 54.65 54.43 54.48 64.66 65.21 76.94 67.98
68.60
R
9.36 9.01 9.06
34.90
28.45 44.93
R 63.42 63.54 65.35 61.75 64.99 64,44 62.92 65.97 67.98 61.87 82.59 78.19
9.95 10.35 10.74 10.40
9.34 1.17 2.00
E I F FE L 8.99
23.03 8.97
24.45
28.99
29.11
29.41 32.30 29.41 32.77
67.10 54.48 54.58 54.46 44.32 54.30
62.14
R RUA 84.44
73.52 84.87
83.03 82.58 75.77 75.89 82.97
23.13
10.98
68.38
62.77
FREIRE 60.14 60.59 62.19 64.29
7.67 10.98 10.73 8.50 10.90 6.86 11.19 2.03 2.82 11.37 2.43 8.39 1.88 2.57
5.22
8.79 2.86 8.85
8.69 8.74 8.68 28.80 28.95 29.29
29.63 29.61
32.63 37.93 34.77 41.11
RUA 64.65
62.78
DE 71.97
76.06
74.36
L E I F FE
11.04
33.68
2.20 1.79
8.67
AVENID 8.67
8.62
A
28.52 17.49 20.23 23.61 13.34 23.54
30.00
46.90 54.67
DE 63.83 54.46
63.70
GOMES 63.91 56.24 58.85 56.33
62.53
65.09 67.92
R 61.64
SAO ~ VITO
84.56 74.44
67.92
LARGO
8.67 8.68
25.74 30.20
30.26
35.07
76.08 77.26
48.74
11.68
1.07
62.41 33.45 59.92 54.45 31.86 35.50 28.62 30.60 30.43 29.26 10.54 30.65 35.68 36.56 34.49 34.89 34.90 8.61 14.13 31.01 35.99 43.98 36.38 41.50 39.17 43.15 41.53 54.55 44.42 46.24 54.46 54.57
62.25
64.27 61.87 63.75
R
realidade e desenho 1
ib e ou, atr ridad rganiz menta stratificou, o de seg e linhas território se o
RUA
como
72.94
GUS TAVO 11.80 1.95
2.48 8.65
24.53 8.68 8.74
30.30 30.42
R
54.70 56.21 54.40
56.35
56.37
56.56
73.47 69.79 71.29
8.67
8.63
8.76 54.69 56.32 54.66 56.50 54.76
59.10
63.04
61.33
62.53
DE GOMES 65.04 67.57
DO
FREIRE
72.36
70.79 63.42 64.83 65.12
73.81
74.84 73.20
54.46 41.82
PADRE
BALTAZAR
GUEDES 76.44
77.77
65.36 71.58 71.83 71.80 74.30
8.68
8.62
8.60
10.77
20.69
42.48 44.52 43.91 41.15 47.48
54.40
63.68
65.25
71.66
78,15
53.33 54.58 54.26 53.11
54.68 65.19 65.45 . 77.84 71.94 76.25 75.01 66.60 72.24 77.25 77.93
8.68
8.49 18.81 8.62 18.83 8.77 27.42 8.53 24.57 34.39 31.27 32.12 33.75 43.98 33.54 43.60
48.40 43.95 53.31
53.99 54.62
71,80 65.26 71.47
54.48
54.57
54.56
53.85 32.10 25.22 32.13 34.63 8.53 31.98 48.71 48.23
54.41 54.17
54.92 54.65 54.54 56.02 56.67
54.54
8.38 9.31 8.83
71.16
53.29 53.64 47.63
R 35.59
R 56.67 56.03
54.79
54.86
75.94 54.67 75.94
72.06 77.01
92.91
R
3.50
GSEducationalVersion
Porto e do seu Espaço, in: TÁVORA, Fernando em O Comércio do Porto, 26 de Janeiro de 1954. Igualmente editado em “Estrada Larga”. Antologia do Suplemento Cultura e Arte de O Comércio do Porto (Costa Barreto, org.). Porto: Porto Editora, [s/d] p79-81
“É à cidade como estrutura que queremos referir-nos (...); escultura em permanente movimento, tomando as mais variadas formas, composta pelos mil e um elementos que todos os dias se apresentam perante os nossos olhos: a casa, a rua, a árvora, o automóvel, o homem, o céu, a água, as flores... – síntese magnifica ou banal de elementos que a natureza proporciona e de construções que o homem realiza.” TÁVORA, Fernando; Do
ideia de cidade ideia de casa (...)
4
Ibidem, p.132
1
estratégias de confrontação
uiu
morfologia terreno
evolução histórica
população
cheios / vazios
nº pisos ocupação
estado usos/equipamentos público / privado
estrutura
atmosferas/ambiências
Porto, área de S. Victor INICIATIVAS entre PROPOSTAS E REALIZAÇÃO MADUREIRA | AMOROSO LOPES CASAS ECONOMICAS SAAL - S. VICTOR
ilhas
PROJECTOS /INTERVENÇÕES “exteriores”
ocupação urbana
estrutura
relação público/privado espaço intermediário
organização do espaço do habitar
ocupação
inquérito
dimensões
número habitantes
dispositivos organização / distribuição
análise das propostas | estratégia(s) de intervenção
lições
linhas de fuga -----
realidade | desenho 1 ----- realidade e desenho 2
26
Porto, área de S. Victor Cidade| Arquitectura | Política realidade e desenho 1
27
Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1) - identificação do problema
Identificação do problema O que levanta o problema - a ausência de respostas e fazer falar novos problemas
6 DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix, Mil Planaltos – Capitalismo e Esquizofrenia 2. Lisboa: Assírio & Alvim, 2007, p.38
No mapa-território | mapa-investigação procuramos identificar o lugar-investigação a que nos propomos criar, apresentando através de uma escrita-mapa a sua complexidade, heterogeneidade, multiplicidade. As diversas linhas, estratos e forças imanam dos vários planos do lugar-investigação. Neste ponto, propomos clarificar aquilo que é o coração do trabalho. Se num primeiro momento se apresenta o lugar-investigação, agora o exercício passa por tornar visível a complexidade de problemas que imanam das relações desse lugar -investigação. Tal como nos lembra Sousa Dias, sobre o pintor Paul Klee que encontrou a forma exacta: “não pintar o visível, mas tornar visível”. Dar visibilidade a forças em si mesmo não visíveis.6 Como tal, como podemos tornar visíveis, neste segundo ponto, as forças em si mesmo não visíveis mas essenciais para a definição do problema? Como trazer a nós o problema? Tentando clarificar ou sintetizar a postura, lancemos a pergunta: Como é que eu, estudante-arquitecto me coloco perante um conjunto de situações, de forma a criar condições para poder ser útil ao outro? Encontrado esse conjunto de situações, que estratégias posso eu criar, potenciar, repossibilitar para assim ser capaz de produzir uma condição interventora? Escolhido o lugar-investigação, torna-se necessário sintetizar o(s) problema(s). Estamos perante um lugar-território-investigação muito complexo: há um conjunto de planos que imanam intensidades, que se cruzam, intersectam, combatem entre si, dependem-se. Estamos num território anacrónico, heterogéneo e esquecido. De seguida, indicamos várias entradas, que pretendem apontar os vários problemas que se levantam quando se pensa este território. Estas várias entradas devem ser vistas como linhas, como fios de uma marioneta, como rede em que dependem e confrontam entre si. Topografia - território marcado de uma forma muito intensa pela topografia (as diferenças de cota na mesma unidade-quarteirão chegam aos 20 metros), num terreno impermeabilizado na quase totalidade, devido à construção no miolo, mas sem as infraestruturas necessárias para o devido escoamento de águas; Tipologia - convivem entre si casas-de-ilha com casas burguesas, vereda com passeio público, blocos económicos plurifamiliares (Duque Saldanha) com memórias revolucionárias (SAAL-S.Victor), ruptura do cadastro corrente da pequena parcela com a densificação máxima da mesma;
28
Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1) - identificação do problema
Exclusão - território onde vive uma população com graves dificuldades económicas (taxa desemprego: 22,4%7) e com uma forte sentimento de pertença a esse lugar; excluida do direito à cidade, vivendo em alguns casos em espaços sem condições mínimas de salubridade;
7
dados INE 2011
Propriedade - sobre este território o problema do cadastro, da propriedade: no caso específico das ilhas, há um conjunto de 12 das 22 habitadas, nas quais moradores são inquilinos, pagando rendas baixas, vendo-se obrigados a fazer as próprias obras uma vez que muitos dos proprietários originais morreram e, após conflitos inerentes às partilhas, o pagamento da renda fica a cargo do banco, originando o corte entre inquilino-proprietário. Estas situações ocorrem com muita frequência neste território, gerando situações onde é a Junta de Freguesia e os serviços de acção Social da Câmara Municipal do Porto que têm que resolver casos de emergência; Habitar - quantidade significativa de casas de ilha, construída de raíz para que tivessem áreas mínimas, onde vivem ainda hoje famílias em espaços de 30m2, com algumas casas com retrete no exterior ou outras com problemas de ventilação, de estrutura, isolamento, luz, etc.
Todos estas entradas, que se confrontam entre si, e cujo desenvolvimento e inserção de novas linhas será feito ao longo da investigação, confrontam-se com a posição a partir da qual eu as leio. Devem ser lidas como problemas que surgem quando se procura pensar um lugar com esta complexidade. Consciente de que aquilo que se procura é reconhecer a sua potência transformadora, mas sem cair no erro de validar os seus problemas, evitando cair numa nostalgia ou paternalização dos moradores ou do lugar.
Poderemos explanar a complexidade deste problema partindo de um exemplo que parta da unidade mínima deste território: a casa da ilha - intervir para potenciar esta casa. Como intervenho? Qual a estratégia? Demolir? Restaurar integralmente? Recuperar? Quais os processos de construção? Quais os materiais? Para quem é? Quem paga? A título de quê? Para quê? Como ler os regulamentos? Qual o papel das instituições - Câmara municipal, Junta de Freguesia, SRU (...)? Estas perguntas são fendas, rupturas, linhas que rompem constantemente este lugar-investigação e cujas respostas deverão ser dadas à medida que se vai caminhando, a cada caso, com a certeza que não é possível uma resposta comum, mas sim um posicionamento 29
Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1) - identificação do problema
comum. A pergunta, a forma de fazer e colocar o problema, a postura pessoal perante o problema é que deverá ser comum, coerente mas, a sua resposta, o ponto de chegada deverá ser dado consoante o caso específico e aquilo que o mesmo imana.
?
30
Em suma, a pergunta ou a síntese do problema: Como intervir neste território (S. Victor), partindo do estudo do lugar, das suas lições para, com base nelas, potenciar e repossibilitar a sua transformação?
Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1)
“agir contra o tempo, e assim sobre o tempo, em favor (espero) de um tempo por vir” Friedrich Nietzsche1
1(NIETZSCHE, Friedrich, Considerações inactuais, II 3-4) in: DIAS, Sousa, Lógica do Acontecimento - Introdução à filosofia de Deleuze. Lisboa: Afrontamento, 2012, p.13
31
Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1)
“Não creio que seja tão importante falar de reabilitação como da forma de construir na cidade, restaurando umas vezes e projectando obras de planta nova outras, e sempre com o convencimento mais profundo do que a cidade representa. Constuir o construído. Construir com a esperança do futuro. Construir com a necessidade do presente. Construir sobre o passado, pois vivemos em cidades do passado e sobre ela ou com ela fazemos a cidade para o futuro e assim tem sido quase sempre na história.”1 SANDINO, Fernando Villanueva; “Construir sobre el pasado” in: Rehabilitación y ciudad historica: 1er Curso de Rehabilitación del C.O.A.A.O.. C.O.A.A.O. . Sevilha, 1982. p.15
1
MENDES, Manuel, “Baixa Portuense - Pura Representação”, in Porto 2001:regresso à baixa. Porto, FAUP, 2001 p.20
2
3
Ibidem, p.15
32
Perante um território com um edificado envelhecido, no o qual se procuram estratégias de intervenção no mesmo e (d)onde se plantam um número inesgotável de perguntas “coloca-se sempre o dilema entre a conservação e a substituição moderna, no fundo do qual está sempre a opção problemática entre o antigo e o novo. A incorporação do antigo no novo sempre se produziu de forma espontânea, progressiva, geralmente motivada por razões construtivas, num processo em que o elemento distanciador do tempo assentava a sua correcção no recurso a um código linguístico comum – os elementos clássicos da composição arquitectónica.”2 Para Fernando Villanueva Sandino, “no afã insaciável de conhecimento inventámos a arqueologia para investigar o passado soterrado pela cidade no seu fazer-se, e utilizamos a poesia para compreender o recurso ao passado como material de construção ou inspiração. A arquitectura, tanto ciência impura, felizmente, como técnica imprecisa, recorre a uma e a outra, com a cidade do passado, pedras e memórias; com as aspirações do presente, vai dando os passos para conformar essa cidade do futuro que só poderá ser perfeita num futuro mais longínquo. Por isso, pode dizer-se que para cada lugar não existe só uma cidade, mas muitas. A cidade das lendas e dos discursos, dos sonhos e das memórias, ligadas de forma inseparável à cidade da terra e da pedra, do tijolo e do ferro, à cidade construída, sobrepõe-se a cidade do mito e a cultura; e face à cidade do quotidiano, do edifício que se constrói, da casa que se derruba, pode chegar a ser mais importante a imagem do discurso que a descreve, a que sugere o viajante que numa noite a descobre num jardim com uma flor que não vêm numa rua que não separa casas, numa casa que é um pátio, num pátio que é um céu de Verão. Essa cidade cujo valor, cuja importância começa, não quando se constrói mas antes quando se torna crença dos seus habitantes e estes a transmitem, então cidade universal porque está em todos, e todos não se podem equivocar já que o erro não está na imagem: a mentira está nas coisas.”3 Também na área de S. Victor há várias cidades que se sobrepõem, que se mi(s) tificam, que se intersectam e onde, nos dois lados de uma mesma fita vai caminhando no tempo, se vai fazendo. Mas, colocado o problema de como intervir nessa fita que se preenche em cada um dos seus lados de antigo-novo, da cidade do mito e lenda à cidade dos
Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1)
discursos, da cidade-atmosfera à cidade-(infra)estrutura, a reposta passa pela compreensão de que há que intervir na sua dobra. Intervir nesse espaço-entre, confrontando-os.
Leitura de Eduardo Mosquera para uma estratégia de confrontação Confrontação é um conceito-chave para Eduardo Mosquera, em particular no seu texto “La metamorfoses doméstica”4, em que parte de uma seleção representativa do fenómeno que se produz na arquitectura doméstica de Sevilha para assim “inspirar as reflexões que constroem [esse] texto, e em particular aquelas que referem a actuações em vivendas tradicionais enquadráveis como casas de raíz popular, sem autor ou, em sentido lato, à margem da arquitectura culta.”5 No primeiro ponto sob o título “La confrontación de tradiciones”, Mosquera apresenta uma das questões que se radica em clarificar até que ponto existe entre a arquitectura das casas tradicionais sevilhanas, a evolução constante do casario mediante reabilitações e os seus arquitectos, uma atitude mais ou menos ampla e coerente que abra a possibilidade de dar respostas aos problemas gerais da arquitectura. Essa questão parte de uma atitude que se procura aprofundar neste texto de Mosquera: explicar a metamorfose da casa tradicional sevilhana mediante a confrontação entre duas tradições arquitectónicas. Com base nesta explicação, o autor apresenta outra consequência decorrente dessa atitude, a contribuição à “exegese da arquitectura actual e, tendo em conta que não se faz um uso restritivo da noção de reabilitação, pelo contrário, o alcance da contribuição desenvolvida pela atitude de confrontação será mais totalizador.”6 O compromisso com a confrontação enquanto chave para a reabilitação é aquilo que o autor propõe. Mas essa confrontação, como aponta Mosquera, ocorre entre duas tradições em estado de crise. O autor refere-se à crise entre a arquitectura doméstica sevilhana de raiz popular e à da tradição moderna. Poderíamos aportar esta crise entre tradições para o nosso caso pois é, de facto, perante um estado de crise entre a arquitectura doméstica e a da tradição moderna à qual nos deparamos. Quando referimos a crise que se confronta entre as duas tradições, aquilo que deve ser entendido é uma certa incapacidade de resposta de ambas: se, por um lado a arquitectura doméstica é superada pela expectativa de viver na periferia onde se supunha estar adaptada aos novos requerimentos sociais do habitar, por outro, “a tradição moderna onde, inerente à sua vontade de experimentação, convive com a seriação e normalização, o controlo do privado, fazendo quebrar o modelo casa-cidade tantas vezes quando necessário, até ter voltado a sentir nostalgia de uma forma harmoniosa de habitar, de um lugar onde se vivia de uma forma aberta numa comunidade querida e projectada entre o interior e o exterior, combinando intimidade e transparência”7. Devemos notar como esta crise da tradição da arquitectura doméstica, teve caso do Porto no período entre-guerras, uma modernidade (es)forçada8, onde podemos reconhecer uma experimentação pulverizada de moderno no confronto com o espartilho do lote estreito, procurando uma metamorfose infiltrada. Contudo, essa mesma metamorfose e
MOSQUERA, Eduardo; “La Metamorfosis Domestica - Contribuiciones para un balance de la experiencia rehabilitadora en la vivienda tradicional Sevillana” in: Rehabilitación y Vivienda en Sevilla - Renovación y transformaciones en la arquitectura doméstica 19751988. C.O.A.A.O. . Sevilha, 1989 4
5
op. cit., p.349
6
op. cit., p.351
7
op. cit., p.354
alusão a MENDES, Manuel; “Sobre um ciclo de exposições “Paradigmas da arquitectura moderna, circunstância portuguesa, manifesto portuense” in: (In)formar Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfose. FAUP Publicações. Porto, 200 8
33
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9,362
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EDIFÍCIO HABITACIONAL COLECTIVO: DESENHO E CONSTRUÇÃO | ANTÓNIO PEDRO FARIA | TURMA A | PROJEC 8,594
INFLUÊNCIAS PARA O DESENHO DO ALÇADO
fragmento de projecto de habitação colectiva | 3º ano FAUP | projecto do autor
5
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RECORTE 1: Casos de metamorfose da casa do lote estreito (casos contidos na área de estudo S.Victor)
in: MENDES, Manuel; (In)formar Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfose. FAUP Publicações. Porto, 2001 . p.15
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“Para romper os efeitos da longa duração, a passagem portuense manifestou-se como contaminação da mascarada eclética, da paisagem doméstica que matiza a geografia e a cultura da cidade do Porto: adoptar modelos e formas que, “contribuindo para valorizar aspetos positivos da circunstância preexistente, pudessem criar nova e favorável circunstância, realizando assim obra de colaboração e de educação”; nos sinais de uma nova arquitectura, provocar a cultura da cidade, mesmo que o conceito de cidade aberta e ilimitada não resultasse substituição da cidade histórica, ou, apenas a passo, o espaço público se des-solidarizasse da edificação, ou a acaso se organizasse qual campo de cristais.”
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ALÇADO PRINCIPAL (1/500)
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Eduardo da Rocha Mendes, (...) pretende construir dois prédios à frente da rua e um grupo de vinte casas numa rua dentro ao seu dito terreno tudo destinado a armazéns. (...) Porto, 26 de Fevereiro de 1929
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Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1)
experimentação convivia com uma varrer do lixo, em acções de salubrização onde o Estado controlava o doméstico, controlando o privado9- a crise da tradição moderna. Hoje, da tradição moderna a uma nostalgia de passado onde, no caso do Porto, convivem lado a lado a estetização encenada de uma tradição doméstica que já não o é, com uma domesticidade real também ela em crise, refém da outra enquanto carimbo de autenticidade de um lugar. O caso do Porto e a intervenção nele, entre duas tradições em crise. Por um lado uma arquitectura doméstica obsoleta e por outro uma tradição moderna esquecida da experimentação e refém numa estetização, são os dois planos que devemos confrontar para, nesse espaço-entre gerado por essa confrontação, aportar estratégias para intervir na cidade.
alusão a Teyssot, através de Eduardo Mosquera
9
estratégias de confrontação
As estratégias de confrontação lançadas por Eduardo Mosquera confrontam a dualidade de tradições: para cada intervenção e segundo diferentes níveis interpretativos, operam com uma intensidade variável dentro de uma escala ou gradiante interacivo sobre o qual se deslizam noções como continuidade ou modificação. O autor lança três planos referentes a esssa estratégia, os quais aportaremos como orientadores para lançar os dados no jogo da intervenção num contexto construído, enquanto condição orientadora de uma atitude processo-projectual.
dimensão do doméstico
No primeiro plano, a dimensão do doméstico, levanta o conflito de “dar uso doméstico segundo parâmetros contemporâneos a uma estrutura herdade de outra tradição.”10 Esta confrontação ecoa durante toda a investigação pois levanta o problema de como confrontar as exigências de conforto, infraestruturas, regulamentos, com uma estrutura na qual esses parâmetros nunca foram elencados e, no caso particular da lógica doméstica das ilhas, os mesmos foram postos de lado para que se tirasse partido do máximo de área pelo mínimo de condições de conforto. Devemos definir, ainda que com um sentido aberto e de uma forma generalista, os planos com os quais nos deparamos: por um lado a casa-frente-de-rua, de lote estreito, comummente chamada de casa burguesa ou a casa do Porto do séc. XIX e por outro, a casa no interior do quarteirão, a fiada de casas de ilha. Esta definição não abarca a especificidade e complexidade inerente ao processo de fazer-se de cada um destes grupos, onde os diferentes tipos de acontecimentos têm a sua potência na heterogeneidade e não numa categorização generalista, sendo esta apenas encarada como um arrumar de dois planos que, apesar de complementares e de se intersectarem levantam problemas específicos. Poderíamos separar entre tipos-individuais e tipos-colectivos, mas essa definição seria também ela castradora e errónea pois há casos em que o carácter colectivo, ou a metamorfose para o carácter colectivo está presente em
10 MOSQUERA, Eduardo; “La Metamorfosis Domestica - Contribuiciones para un balance de la experiencia rehabilitadora en la vivienda tradicional Sevillana” in: Rehabilitación y Vivienda en Sevilla - Renovación y transformaciones en la arquitectura doméstica 1975-1988. C.O.A.A.O. . Sevilha, 1989. p.355
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Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1)
“O encanto de fazer magia com os clientes, o fazer realidade a partir da
ilusão: Goyeneta sempre nos ensinou isso: como construir numa casa do século XIX e sacar 5 apartamentos (o anterior promotor abandonou o projecto porque não conseguiu sacar dois)”1
“Como construir cinco vivendas a partir uma habitação antiga e conseguir que todas sejam exteriores? (...) A catalogação do edifício obrigava a conservar a posição do pátio, escada e primeiro corredor. Por outro lado, a exigência da propriedade, para tornar viável a operação consistia em transformá-la em 5 apartamentos. (...) vimo-nos obrigados a conservar toda a estrutura original, pois era a maneira de poder considerá-la como edificável, a original e não resultante da aplicação da normativa. O projecto apresentou-se como “obra de reabilitação”. A grande dificuldade, e a aposta deste projecto, era compatibilizar um programa de 5 habitações com a realidade física construída, já que a normativa obriga a que todas as habitações sejam exteriores (...) (...) o projecto que entrelaça as habitações procurando o encaixe das regras do jogo com a busca de espaços habitáveis que tirem o máximo partido das condições materiais e espaciais da casa original(...) Aproveitou-se portanto, as virtudes da construção antiga, (...) para dotar as habitações de um certo carácter, uma atmosfera peculiar, que convidam continuamente a habitar as casas de uma maneira única e não convencional.”2 Projecto : Goyonetta Estudio: Estudio Curtidores 5 Arquitectos: Marta Fdez.Valderrama, Francisco Escudero Gilete, Luz Fdez.Valderrama. Aparejador: Alfonso Buiza Camacho
1 alusão a Luz Valderrama in Arquitectura y mirada, proyecto y distancia – construcción y movimiento de una coherencia aventurosa. Comunicão proferida no Seminário Prática(s) de Arquitectura. Projecto, Investigação, Escrita. Porto, 2012. 2
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in : http://fundacion.arquia.es/es/concursos/proxima/ProximaRealizacion/FichaDetalle?idrealizacion=5137
Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1)
ambos. Mas, arrisquemos este afastamento e a perda de um certo rigor na definição da sua heterogeneidade para apontar um problema levantado por Mosquera. No caso das casas sevilhanas, que em muitos casos não tinham uma “domesticidade potente, circunstância marcada por uma certa indiferença funcional de muitos dos seus espaços, que em muitos casos definiam-se com o mobiliário”11, os projectos de intervenção adaptam-se com programas na vertical, “onde a casa recorre a outro modo para se usar de forma diferente”. No caso dos tipos colectivos - los corrales - apenas se conseguiu fugir da tuguración,12 para alcançar os mínimos baseados quase na antropometria. Ao mesmo tempo, as casas fazem-se modernas, marcando algumas áreas controladas com um mobiliário tecnológico e funcional, a casa vai se transformando numa “outra” casa”13. Devemos assinalar que esta descrição tem como base um conjunto de projectos realizados no contexto sevilhano, não devendo ser a entendida como receita, mas apenas como coordenada que levanta um conjunto de problemas e respostas, indicador de uma atitude de intervenção e transformação do existente. Por último decorre da leitura de Eduardo Mosquera, uma outra dimensão - a dialética privado-público - que se torna mais complexa no momento de repensar uma nova habitabilidade: “No caso dos tipos individuais é mais um problema de relação com o exterior, com a cidade (...) e onde quase todas as intervenções têm um carácter antimoderno. Este carácter antimoderno deve ser entendido como o confronto entre o doméstico-privado desses tipos individuais contra a seriação dos tipos colectivos modernos e tradicionais, onde o indivíduo se reconhece na sua própria casa, se identifica com ela, retirando assim o fantasma moderno do anonimato e a indiferença metropolitana”14.
11
op.cit., p.355
Em castelhano, de tugúrio, habitação mesquinha
12
13 MOSQUERA, Eduardo; “La Metamorfosis Domestica - Contribuiciones para un balance de la experiencia rehabilitadora en la vivienda tradicional Sevillana” in: Rehabilitación y Vivienda en Sevilla - Renovación y transformaciones en la arquitectura doméstica 1975-1988. C.O.A.A.O. . Sevilha, 1989. p.355
14
op. cit., p.355
A dialética privado-publico na área de S. Victor ganha um carácter mais complexo. Se por um lado há uma identificação de pertença com o lugar, por outro há uma necessidade de uma maior distância entre os moradores: Já vivo aqui desde 1960. (...) Gostava de mudar. Mudar de ares . Ter mais espaço(...) Esta ilha até é sossegada (...) fecha-se a porta à noite e é tranquilo. (...) Mas na altura não havia possibilidade de mudar. Sr. Óscar “Eu prefiro viver aqui do que viver em prédios. E esta casa nem está mal. Sr. Vítor “Eu se pudesse mudar, houve uma altura em que pensei fazê-lo mas depois a minha vida deu uma volta e não deu. (...) Mas gosto muito de viver aqui, estamos numa zona muito boa. (...) Nasci na ilha mais abaixo e depois mudei-me para aqui. (...) Mas podia-se mudar isto, ou juntar duas casas numa e aumentar o espaço (...) Mas esta ilha nem está muito mal, cada um vai fazendo as alterações conforme pode.” Sra. Júlia
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Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1)
15
op. cit., p.356
Estratégias urbanas
Deslocamo-nos para outro plano das estratégias de confrontação, as estratégias urbanas. Mosquera reclama que a cidade se constituiu com uma variedade de instrumentos e técnicas e, como tal, o destino dessa herança passa por uma acção plural na qual a reabilitação “não deve passar uma esponja. A cidade requalifica-se com intervenções pontuais, conscientes da sua participação num processo renovador. Para ele há que provocar uma resposta interactiva casa/cidade. Intervenções que possam passar por uma revisão dos filtros de acesso ao interior, recompor fachadas inclusive com elevador, nalguns casos reordenando-se a ocupação da parcela. ”15 “(...) Queremos fazer urbanismo a partir da casa, da partícula, a partir de situações e de usos e da mobilidade dos habitantes. Todo o sistema construtivo aberto é capaz de produzir urbanismo mediante o seu prolongamento até à cidade que o aloja, mediante os dispositivos de progressão que a sua estrutura permite. (...) Queremos que se produzam tantas relações no interior de um edifício como no próprio interior do seu sistema urbano. Cremos que todo acto de arquitectura é também um acto de urbanismo e que esta crise do pensamento urbano, consequência da crise sistémica geral, deveria conduzir a dar maior legitimidade a aproximações novas e pragmáticas, a dar maior importância a investigações alternativas que proveem da microeconomia.” Anne Lacaton & Jean-Philippe Vassal, in: 2G nº60: Lacaton & Vassal – Obra reciente,
Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2011 : 162-175
(SIZA, Álvaro, Entrevista, em “AMC”44, 02/1978) in: MENDES, Manuel; “Baixa Portuense” - Pura Representação”; in: Porto 2001: regresso à Baixa. FAUP Publicações. Porto, 2001. p.18 16
17
Estas estratégias trazem consigo a “perspectiva de que a ausência ou a impossibilidade de fundamentos hegemonizantes alarga a possibilidade de trabalhar a legitimação da actividade projectual percebendo que na cidade o “problema essencial é investigar formas de articular elementos muito diversos, porque a cidade hoje é um conjunto de fragmentos muito diversos”16 tanto mais quanto “a modernidade é uma forma de dar forma a uma sequência de momentos de modo a que esta aceite uma taxa elevada de contingência”.17
op. cit., p. 18
As estratégias urbanas devem procurar uma intervenção pontual, muitas vezes a partir da casa enquanto partícula mínima de um sistema. Noutros momentos as estratégias devem passar pela compreensão de que só com intervenções pontuais e que procurem articular os elementos diversos que a constituem.
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Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1)
Projecto de investigação como instrumento para uma estratégia de confrontação Neste terceiro ponto, Eduardo Mosquera apresenta os projectos de reabilitação como “instrumentos capazes, pela primeira vez, de repensar globalmente a arquitectura da casa frente à tradição conhecida como natural.”18 Entendemos aqui que mais do que aceitar uma evolução aparentemente natural da casa, a grande possibilidade aberta pela reabilitação é pôr em causa essa naturalidade, confrontar a mesma e torná-la material de projecto. Material que, como refere o autor, entra no jogo da continuidade e da modificação do lugar e do contexto. Essa reabilitação permite uma ampla gama de posturas dentro de uma mesma estratégia: “do respeito conservacionista à supressão vai uma ampla margem em que o arquitecto deve saber explorar a capacidade de evolução que a própria casa insinua. Capacidade, potencial latente da transformação devido às características que apresentam tantas casas sevilhanas, e que deslegitima a tentativa de levá-las a um mesmo grau de evolução, de converte-las todas em modernas.”19 Esse desequilíbrio permanente estaria baseado na diferente confrontação tipológica, linguística e tectónica. Apesar de, como refere o autor, a tipologia tornar claro o grau distinto de evolução das casas, quer em sentido horizontal, quer em sentido vertical, não há necessidade de aceitar a conservação tipológica como o valor mais estável da casa, pois as necessidades de evolução da mesma podem exigir um salto qualitativo nesse sentido, para cumprir com os pressupostos específicos: as da confrontação na chave tipológica. No caso confrontação linguística, o que interessa é o uso que se dá dos filões modernos e precedentes, uma vez que os mesmos produzem critérios gerais de intervenção. Em suma, Eduardo Mosquera toca no ponto essencial dessa confrontação: “Neste sentido as atitudes criadores de alguns arquitectos virtuosos do desenho, desdobram-se convertendo a reabilitação em escaparate de um cúmulo de artefactos rutilantes (brilhantes,) só hermosos na sua lógica interna, mas que ocultam a insensibilidade perante a casa existente, esquecendo-se que às vezes com o silêncio se pode ser mais eloquente.”20 Mosquera defende o método enquanto antídoto contra a tentação regionalista (crítica ou não), do ecletismo banal. Mesmo que às vezes, com o uso do recursos historicistas para legitimar as operações arquitectónicas, se busque uma fácil assimilação e o consumo da arquitectura. Por uma arquitectura e uma confrontação que fuja de uma arquitectura de receita, mas procurando soluções específicas para casa episódio, onde o projecto como investigação se torna ferramenta essencial na procura de novas respostas para uma projectação do existente.
18 MOSQUERA, Eduardo; “La Metamorfosis Domestica - Contribuiciones para un balance de la experiencia rehabilitadora en la vivienda tradicional Sevillana” in: Rehabilitación y Vivienda en Sevilla - Renovación y transformaciones en la arquitectura doméstica 1975-1988. C.O.A.A.O. . Sevilha, 1989. p.356 19
op. cit., p. 357
20
op. cit., p. 357
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WORKSHOP GUIMARAES/ JEAN PHILIPPE VASSAL
METAMORPHOSES
Existant Qu’il s’agisse de végétal, d’usage, de vue ou de construction, l’existant est la structure préalable de tous nos projets. Nous cherchons invariablement à prolonger des situations existantes avec le plus de délicatesse et de légèreté possible. Ajouter, s’accoler, dilater, se superposer, enjamber l’existant revêt une économie et une efficacité de fait. Existing The existing environment ‐ its plants, uses, views or constructions ‐ provides the preliminary structure for all of our projects. We always try to extend existing situations as sensitively and unobtrusively as possible. Adding, joining, expanding, superimposing and spanning the existing structure are in themselves sources of savings and efficiency. Précision A l’inverse d’un urbanisme de plan masse, nous croyons dans la performance d’un urbanisme de précision dont l’unité de valeur est l’espace habité et non plus l’îlot. Tout dispositif architectural, par la mobilité et les relations qu’il entraîne, fonde un acte d’urbanisme. Precision In contrast with an urban planning of mass plan, we believe in the effectiveness of a precision urbanism where the unit value is the inhabited space not the block. Based on the mobility and relationships it entails, any architectural layout is an act of urbanism. Transformation Les enjeux de la société contemporaine semblent fondamentalement tournés vers une culture de l’interprétation et de la transformation de ce qui existe. La notion de territoire vierge n'existe plus. Il s'agit d’exalter les capacités de l'existant, nouveau regard sur la ville. Transformation The challenges of contemporary society all seem, at a very basic level, to revolve around a culture of interpreting and transforming the existing environment. The idea of virgin territory no longer exists. The point is to exalt the capacities of the existing, providing a new gaze on the city. Addition Nous défendons un mode d’engendrement de la ville par addition d’actes de précisions. Ici la transformation d’existants, puis la juxtaposition de nouveaux espaces, alors la réactivation d’espaces publics avoisinants... Avec l’application d’une règle durable : après doit toujours être mieux qu’avant. Addition We defend an approach of generating the city based on the addition of acts of precision. The transformation of the existing over here, then the juxtaposition of new spaces, followed by the reactivation of neighboring public spaces… With the application of a rule: after should always be better than before. Légèreté La notion de légèreté dans l'architecture nous importe beaucoup. Elle concerne aussi bien la façon de se poser dans un site sans l'endommager, l’économie du geste et de la matière, que les délicates sensations perçues par l'habitant. Lightness The notion of lightness in architecture is of great importance to us. It relates to how to intervene into a site without damaging it, to economy of gestures and material, as well as the delicate sensations experienced by the inhabitant. Habiter Au‐delà du fonctionnel, habiter renvoie au plaisir, à la générosité, à la liberté d’occuper un espace. Cela questionne les possibilités que l'on a autour et devant de soi. L'architecture revient à construire des multitudes de situations d'usage, connectées et croisées, qui se déplacent et constituent l'habiter. Inhabiting Beyond its functional dimension, inhabiting is about the pleasure, generosity and freedom of occupying a space. It challenges us to think about the possibilities around us and ahead. Architecture is about building multitudes of situations of usage, connected and intersected. These situations are mobile and build the act of living.
RECORTE 3: fragmento da ficha do workshop realizado por Jean-Philippe Vassal, sob o título METAMORPHOSES (Escola de Arquitectura da Universidade do Minho;, Novembro 2014)
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Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1)
metamorfose Por último a confrontação para a metamorfose do tectónico, que se faz em pleno com a própria intervenção uma vez que, como refere o autor, têm importantes componentes empíricas. Essa metamorfose é “influenciada pelas técnicas de restauro, procurando a confrontação no registo de intervenções anteriores, no contínuo remendo, reparação e reposição dos sistemas construtivos das casas tradicionais. Desta maneira, o mundo do sensível, da materialidade, incorpora-se como material discreto pré-existente. Não só pelo seu valor documental, mas também pelas suas virtudes formais, geradores de efeitos novos respondendo a intencionalidade do arquitecto”21. Na perspectiva de Mosquera, metamorfose é um termo que se procura inscrever dentro destas estratégias de confrontação, enquanto resultado de um processo de transformação do existente. Mas, não é por acaso o título do workshop realizado por Jean-Philippe Vassal na Escola de Arquitectura de Guimarães - “Metamorphoses”. O termo abarca em si uma estratégia que se confronta com o existente, não o ignorando mas tomando partido dele, trabalhando com ele enquanto material de projecto na procura da sua transformação.
21
op. cit., p. 357
Partindo da ideia de metamorfose, inscreve-se um uma outra estratégia que Mosquera levanta e que se funda numa renúncia ao acabado moderno, à ideia de obra total, ao fechado sem imperfeições. Ou seja, o projecto não pode ser definido e definir a totalidade da obra, devendo dar espaço e possibilitar que sofra alterações posteriores, procurando ser uma estrutura capaz de abarcar diferentes ocupações enquanto suporte e praticável. Para Mosquera, metamorfose doméstica deveria ser vista não só como metamorfose da casa como também transformação do moderno, na crença de que a linguagem não se cria, mas que se transforma.
Em suma, procura-se que a arquitectura apareça como uma tecne operativa e dialogante22, onde a construção sobre o passado deva ser entendida a partir da contemporaneidade, numa atitude de confronto, abrindo fendas que desvelem novas possibilidades. Uma arquitectura que será útil “quando arroja (não tenho certezas sobre esta palavra) sobre o património, outras luzes e outras sombras, quando abre o jogo de outra representação que vincule de outra forma, todas as dimensões da temporalidade, da memória, passado presente e futuro, quando permita celebrar uma nova representação do anjo da história.”19
22 alusão a Manuel Mendes, in: “Despertadores de Projecto e Conhecimento. Intersecções de Perspectivas”; comunicação proferida no Seminário Internacional sobre rehabilitación y mejoramiento de Barrios: investigación, gestión y acción 20-21 . Sevilha. Setembro de 2012. 24’15
23
op. cit., 25’00
41
pensar a cidade cidade porosa
A arquitectura é porosa como a pedra. A construção e as actividades interpenetram-se em pátios, arcadas, escadas. Em tudo se preservaram espaços que podem transformar-se em cenário de imprevisíveis constelações de acontecimentos. Evita-se o definitivo, a marca inalterável. Não há situação que esteja prevista para sempre tal como é, nenhuma forma pretende ser «assim e não de outro modo». É assim que vai nascendo a arquitectura, o elemento mais marcante do ritmo da comunidade. Civilizada, privada e ordenada, apenas nos grandes hotéis e armazéns do cais; anárquica, labiríntica, rústica no centro, onde só há quarenta anos se abriram grandes arruamentos. E só nestes a casa é a célula da arquitectura urbana, à luz de padrões nórdicos. No centro antigo, é o quarteirão, sustentado a cada esquina pelos murais da madonna, como se fossem braçadeiras de ferro. Walter Benjamin in“Florença” Imagens do Pensamento. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004 (p.127)
alusão a VIGANÒ, Paola; Les Territoires de L’urbanisme - Le projet comme producteur de connaissance. MetisPresses. Lausanne, 2014. p.149 24
alusão a Walter Benjamin, in : Imagens do Pensamento. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004. p.128 25
(SECCHI, Bernardo, I Progetti del Piano, em “Casabella” 563, 12/89) in: MENDES, Manuel; “Baixa Portuense” - Pura Representação”; in: Porto 2001: regresso à Baixa. FAUP Publicações. Porto, 2001. p.18 26
42
A porosidade é aqui entendida como metáfora, conformada entre Benjamin e Paola Viganò, que nos alerta que a cidade europeia redescobriu uma nova porosidade24. A área de S. Victor, fruto de fenómenos de abandono de territórios de grandes dimensões e de pequenas superfícies inseridas no tecido urbano, coloca a cidade consolidada no centro do debate do habitar. Essa “pedra granítica” cujos poros se foram esvaziando, na espera de novas ocupações, interpenetrações, enquanto espaço de imprevisíveis constelações de acontecimentos. Pensar essa “pedra-cidade” é pensar também em pedra-cidade-casa, esta última enquanto poro mínimo de ocupação. Mas é também pensar no espaço entre cidade e casa, espaço que se projecta e que sai das casas ou entra nelas, esse espaço teatral, de improviso,25 o espaço-entre, intermediário. Mas, pensar a cidade passa também “pelo dever de aceitar pensar disciplinarmente a morfologia da sua paisagem humana, física, cultural, espacial, arquitectónica; pensar local e plural sobre o seu processo de como se faz cidade, empreendendo nos territórios que sobram entre continuidade e ruptura, tradição e modernidade, na convicção de que: a sua realidade é a síntese da diversidade de transformações que sofreu no fluir do tempo indiferente a segmento de época; (...) Daí que a extensão e a eficácia dos temas a cidade como arquitectura ou a cidade como obra de arte desafiem a intervenção urbanística como “recusa das fáceis dicotomias pró e contra a conservação, pró e contra o respeito e continuidade da regra edificatória histórica, ou entre cidade histórica e cidade moderna, entre centro e periferia, cidade-campo, artificial-natural, entre função e símbolo e as simplificações projectuais que daí derivam”26
RECORTE 5: “Mão de Le Corbusier” por Lucién Hervé | Cap Martin, França 1951
..................................................
RECORTE 4: Vista parcial da zona de S.Victor; fotografia do autor, 2015
Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (1)
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A cidade hoje é “muito mais que os seus edifícios e as suas arquitecturas e aquilo que a define na contemporaneidade, desde redes de transporte, vias, espaços para movimentos de mercadorias, espaços virtuais de comunicação/entretenimento, apesar de partes constituintes fundamentais da vida urbana/metropolitana, escapam por completo ao âmbito de actuação profissional do arquitecto.”27 Não é só um lugar ou uma forma determinada, nem tampouco um único estado evolutivo, mas sim “acumulação de múltiplos estados e experiências simultâneas: um sistema multicapas, progressivamente diversificado, produzido por realidades diversas, estratificadas e não fixas, que distorcem, pervertem e transformam continuamente os próprios esquemas.”28 Essa diversidade de situações que a define quer dizer complexidade. Uma complexidade em que “as propostas utópicas já não têm cabimento. A utopia é aquilo que não tem um lugar preciso onde situar-se. A cidade, para começar, é um lugar. E é o lugar, onde, em etapas sucessivas, se constrói a cidade como fruto de aluvião de pessoas e coisas que se depositaram sobre esse território. Portanto, o arquitecto sabe que o seu sonho de dispor e romper um território a seu gosto é cada vez mais improvável”29 O problema essencial é investigar formas de articular esses elementos muito diversos, “tecer o seu paradeiro diariamente num labirinto de caminhos geralmente articulados e organizados em torno de alguns eixos e objectivos fundamentais.”30 Podem-se manter as linhas gerais mas há sempre “uma constante mudança no pormenor, onde não existe um “resultado final, mas somente uma contínua sucessão de fases. Assim, não podemos admirarmo-nos pelo facto de a arte de dar forma às cidades, visando um prazer estético, estar bastante distante da arquitectura, da música ou da literatura. Pode aproveitar delas grandes contributos, mas não pode imitá-las.”31
27 SOLÀ-MORALES, Ignasi; “Presente y futuros. La arquitectura en las ciudades”. in: COSTA, Xavier & SOLÀ-MORALES, Ignasi. Presente y futuros – Arquitectura en las ciudades. Actar. Barcelona, 1996. p.10
28 GAUSA, Manuel; “New lands”, in GAUSA,Manuel; DEVESA, Ricardo. Otra mirada: posiciones contra crónicas. Editorial Gustavo Gili. Barcelona, 2010. p.96 29 RAMONEDA, Josep, “Para Que Sirven los Arquitectos?”, em “Presente y Futuros, Arquitectura en las Ciudades”. Barcelona: COAC/CCC, 1996,p.9 30 VIGANÒ, Paola; Les Territoires de L’urbanisme - Le projet comme producteur de connaissance. MetisPresses. Lausanne, 2014. p.148 31 alusão a expressão e citação seguinte de LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. Edições 70. Lisboa, 2009. p.95
Desta cidade porosa, no seu fazer-se, diverso e heterogéneo logo complexo, perante a qual devemos olhar para intervir conscientes de uma actuação condicionada por uma realidade cujo controlo nos escapa mas, e por isso mesmo, nos possibilita que teçamos o seu paradeiro diariamente, numa constante mudança no pormenor, entre os desejos das pessoas e sociedades, nessas camadas múltiplas - (multipli)cidade(s).
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pensar a casa
peça articular do puzzle urbanístico
alusão a expressão apresentada por Josep Ramoneda in: “Para Que Sirven los Arquitectos?”, em “Presente y Futuros, Arquitectura en las Ciudades”. Barcelona: COAC/CCC, 1996, p.9 32
op. cit., p.9
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34 SOLÀ-MORALES.“Presente y futuros. La arquitectura en las ciudades”. in: COSTA, Xavier & SOLÀ-MORALES, Ignasi. Presente y futuros – Arquitectura en las ciudades. Actar. Barcelona, 1996. p.16
op. cit., p. 16
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op. cit., p. 16
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op. cit., p. 16
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Pensar ou falar de cidade e os desafios que são colocados quando pensamos em intervir hoje na mesma, enquanto estrutura mutável, leva-nos a falar também do problema essencial, o primeiro, o da casa: a peça articular de todo o puzzle urbanístico.32 É preciso levantar algumas questões, como evidencia Josep Ramoneda - “Porque permaneceu esquecido durante tanto tempo o problema da habitação? Porque é que faz tanto tempo que não surgem ideias novas à volta desta questão capital e se acumulam atrocidades especulativas? É por acaso uma reação de impotência, uma claudicação do arquitecto e do poder público?”33 Estas questões encontram-se numa situação paradoxal apresentada por Ignasi de Solà-Morales: “se por um lado a habitação parece continuar a ser o tema mais importante quantitativamente no que à arquitectura diz respeito, constata-se que a cultura arquitectónica abandonou o problema da habitação como questão central a abordar.”34 Para Solà-Morales há uma explicação económica para esse paradoxo. Enquanto que o projecto moderno trazia consigo a ideia de que a questão da habitação era uma iniciativa “que se considerava responsabilidade directa dos poderes públicos e, portanto, da planificação de recursos e da eficácia racional dos resultados obtidos”, o mesmo não tinha acontecido “nem na cidade capital da primeira revolução industrial, onde era algo tratado por filantropos ou especuladores; nem nas situações pós-industriais dos países mais desenvolvidos os poderes públicos continuavam afirmando que a produção e racionalização desta questão seja uma das suas competências mais inquestionáveis.”35 Confrontados com o paradoxo da ausência de respostas por parte da cultura arquitectónica perante o problema da habitação, colocamos em cima da mesa três eixos,trazendo a nós a distinção de Solà-Morales, que organiza a actividade produtiva das habitações no contexto contemporâneo: 1. produção por parte de promotores privados para um mercado imobiliário que se rege pelas relações de oferta e procura, onde a “casa é um bem ao qual se acede por compra, aluguer, leasing ou qualquer outro mecanismo económico, dentro de uma ampla oferta de localizações, tipologias, níveis de equipamento e valores simbólicos”36. 2. a coincidência dos modelos de habitação em áreas distintas do globo, tornando evidente “a universalidade dos mecanismos de produção e distribuição, inclusive atendendo ao paradoxo de que este mesmo mercado cultivou com extrema atenção toda uma série de reportórios formais ou regionalistas que pretendem introduzir elementos de pseudo-identidade no interior da total homogeneidade das distintas ofertas, seja qual fôr a cidade do mundo que analisemos.”37 3. de um ponto de vista tipológico-distributivo, as variações que apresentam os apartamentos, condomínios ou casas unifamiliares isoladas é muito reduzido, sinal claro dos processos de assimilação cultural que se estão a produzir nos comportamentos habitacionais em qualquer parte do mundo.
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No confronto com os eixos enunciados anteriormente, podemos constatar como a produção das habitações no panorama contempoâneo se rege pelas leis de mercado, carecendo de um grau de experimentação que em grande medida se envidencia mais nas lógicas formais do que numa procura por novas e diferentes lógicas da organização do espaço doméstico. Ignasi de Solà-Morales alerta para este facto e aponta que as propostas de interesse aparecem fora “ou, pelo menos, são tangentes à grande massa produzida pelo mercado uniforme a que nos referimos.”38 Essas propostas, à margem, são distribuídas pelo autor em quatro linhas de fuga que citamos de seguida, considerando a sua pertinência no momento de pensar a casa :
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op. cit., p.17
1. Projectos para colectivos atípicos ou marginais “Os projectos que pretendem resolver a habitação de colectivos atípicos ou muitas vezes marginais. Casas para emigrantes, casas para um individuo, casas para situações transitórias, casas para os sem casa. Situadas em áreas intersticiais residuais, estes projectos gozam, quase sempre, do antigo privilégio moderno de ser produtos promovidos pela administração pública para usuários que não vão ter muitas possibilidades de escolha, recusar ou propor outro tipo de arquitecturas. Precisamente porque nestas áreas de necessidade marginal ainda aceitamos o despotismo ilustrado dos poderes do arquitecto, onde encontra no fundo esta velha aspiração iluminista de redimir a comunidade através da sua obra além de ser apenas o desenhador de um produto comercial. 2. obras arquitectura com grande grau de liberdade Obras de arquitectura residencial que dispõem de graus de liberdade muito superiores aos habituais pelas facilidades concedidas por um cliente ou promotor excepcional. Casa do artista, do próprio arqutecto, casa do amateur de arquitectura, casa do snob, etc. Solà-Morales, reconhece aqui que “a casa particular continua a ser um dos lugares privilegiados para a experimentação arquitectónica e, com maioria de razão, para a experimentação das possibilidades e inovações que podem propor-se para a habitação.” 3. Construção alternativa; No caso dos países de terceiro mundo, em qualquer fase de possíveis processos de desenvolvimento, o problema da habitação é, como o foi no passado nos países desenvolvidos, um problema central de carácter social e político. Procedimentos alternativos às políticas convencionais de mass-housing. Neste ponto, Solà-Morales faz um aparte para fazer referência a Alexander, Turner e Habraken, reconhecendo que “seria una enorme frivolidade dizer que os trabalhos destes arquitectos, e tantos outros, desde os anos sessenta, contêm propostas obsoletas. Ao contrário, a racionalização da auto-construção, o self-help, as tecnologias leves, a planificação ligeira, etc., deram e continuam a dar resultados 45
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L’immeubles Villas, Le Corbusier, 1992
“O seu conceito de casa é o mesmo para uma habitação unifamiliar e para uma habitação colectiva? Sim, porque a habitação colectiva é apenas uma soma de casas individuais. O que é importante é uma casa singular dentro de um sistema de habitação colectiva. Cada casa é importante. Mesmo quando não tem nenhuma referencia do cliente enquanto parte do processo de concepção? Tentamos convencer que cada apartamento tem que se tornar uma “villa”, esta é a tarefa mais importante em habitação. Depois disso, podes pensar nos espaços colectivos, etc..., mas primeiro começar a partir de uma casa para uma família.” Jean-Philippe Vassal in: Greenhouse Effect, in Indexnewspaper nº4. Porto, 2014
“The Berlin Dwelling” | Projecto no âmbito da cadeira “Livin in Berlin”, leccionada por Jean-Philippe Vassal | Udk Berlin | 2013 | autores: António Pedro Faria, Marisa Oliveira, Tiago Ascensão
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com interesse. Prestar atenção a todos estes esforços alternativos parece algo ainda necessário: a magnitude quantitativa dos problemas, a urgência de certas situações, a falta de tecido social capaz de articular estas actividades que necessitam de uma fluidez em todos os agentes que intervêm nestes processos para alcançar resultados satisfatórios e a figura de um técnico com uma mentalidade nova e desinibida são as garantias necessárias para tornar possível estas acções nas quais a participação e o sentido do privado e colectivo são pressupostos fundamentais de mobilização para acções deste tipo. O número reduzido de experiências em curso em proporção com as necessidades não tem outra explicação que a enorme dificuldade que estas experiências comportam se não dispõem do melhor suporte de estruturas associativas, que nem sempre se consegue com facilidade, precisamente em ambientes de marginalização.” 4. definição da habitação através dos seus componentes.
A qualidades, personalidade, aproveitamento, o ajuste entre necessidades e prestações depende hoje, muito mais do que no passado, dos componentes que acabam a definir os espaços de habitação. Onde apesar de ser claro que é difícil existir casa sem existir estrutura, paredes ou sistema que proporcione o seu isolamento e controlo energético, não é menos certo, como nos diz o autor, “que o resultado final da habitação depende não tanto do arquitecto autor da edificação como do que aqui chamamos componentes.” Elementos como móveis, electrodomésticos, materiais proporcionados pelas grandes superfícies e que terão uma importância decisiva para “valores tão importantes como a distribuição do espaço ou a definição do carácter simbólico que o usuário quer atribuir à sua própria casa como uma resposta a necessidades de identidade e gratificação estética.”39
39 nota: todos os fragmentos entre aspas presentes nestes quatro pontos pertencem a SOLÀ-MORALES, Ignasi. op. cit., p.17-18.
As linhas apresentadas por Ignasi de Solà-Morales lançam possíveis saídas perante as lógicas de mercado que regem hoje a produção da habitação. Dessas saídas, somos conscientes de que qualquer estratégia proposta passará à margem dessas lógicas, enquanto momento de afirmação e confronto perante o sistema produtivo estabelecido. Entendemos ser pertinente considerar as lógicas apresentadas nos ponto 2. e 3., uma vez que são aquelas que poderemos ter em consideração quando pensamos na área de S. Victor. A casa particular enquanto momento de experimentação arquitectónica, entra nesta área de estudo, alinhada com a lógica de produção e construção apresentada por arquitectos como Alexander , Habraken ou mais recentemente, Lacaton & Vassal, procurando potenciar, através de estruturas leves, suportes, elementos abertos, o espaço doméstico, a casa enquanto elemento primeiro de um sistema.
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Porto, รกrea de S.Victor
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40 alusão a expressão utilizada por Manuel Mendes in: Despertadores de
Projecto e Conhecimento. Intersecções de Perspectivas, in Seminário Internacional sobre rehabilitación y mejoramiento de Barrios: investigación, gestión y acción, Sevilha, 2012
41 expressão utilizada por Lacaton & Vassal, in: VASSAL, Anne Lacaton, Jean-Philippe; in 2G nº60: Lacaton & Vassal – Obra reciente, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2011 : 162-175
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Ao percorrer o território, como aludido anteriormente, a sua definição enquanto área de estudo-intervenção não é feita na lógica de “entre este e aquele” ou previamente definida e delimitada. A área de estudo é escolhida à medida que se percorre o terreno, na procura de situações que despertem “condição interventora”40. Essas situações vão-se definindo, tornando-se nítidas à medida que o território se torna mais familiar, à medida que se vai criando uma relação de (re)conhecimento. É através deste processo que as distinções começam a surgir, a mancha borrão vai-se tornando mais intensa, permitindo assim, durante esse processo, identificar o território, delimitar a área em estudo-proposta. Devemos dizer que esta identificação do território resulta de um processo subjectivo e pessoal e, por isso mesmo, armado numa certa ideia de um “urbanismo sobre o terreno”41, sendo a sua escolha resultado do processo em si e não de um processo burocrático pré-estabelecido. No caso, um conhecimento sobre o terreno. Foi através de vários processos de desenho, levantamento e escrita desse (re)conhecimento do território que o mesmo se foi definindo. Neste plano, cuja leitura do Mapa-Território de investigação é elemento complementar, procura-se identificar o lugar. Num primeiro momento as determinações históricas do mesmo. Essas determinações partem da consciência de que não se procura encarar o futuro deste território como o resultado de uma evolução histórica contínua mas como um elemento indicativo do mesmo. Ou seja, não será com base naquilo que foi determinando esse território que iremos pensar e tencionar o futuro. Essas determinações são elemento indicativo com o qual confrontamos o presente, pensando o futuro. No segundo momento, procura-se aludir ao processo de reconhecimento da área de estudo S. Victor. Como referido, não foi optado nenhum processo de reconhecimento pré-definido, sendo escolhida uma postura pessoal, de tentativa e erro, de constantes aproximações, cada vez mais a fundo. Sendo assim, torna-se necessário inscrever o leitor nesse processo de identificação, para que assim se familiarize com os códigos e processos pessoais de levantamento, partindo do mesmo ponto de leitura que foi tomado durante processo de investigação. Por fim são indicadas as áreas que, mesmo não sendo possível fazer uma separação estanque entre as mesmas, podem ser indicadas enquanto momentos e lógicas distintas presentes neste território, elementos em estudo do mesmo. Após os três planos apontados anteriormente, o trabalho apresenta uma outra forma de ler o lugar, através das “aproximações”, indicando de seguida, em “projectos anteriores”, alguns projectos construídos e projectados anteriormente para a área de S. Victor.
Porto, área de S.Victor - determinações históricas
determinações históricas O Porto é Só... O Porto é só uma certa maneira de me refugiar na tarde, forrar-me de silêncio e procurar trazer à tona algumas palavras, sem outro fito que não seja o de opor ao corpo espesso destes muros a insurreição do olhar. O Porto é só esta atenção empenhada em escutar os passos dos velhos, que a certas horas atravessam a rua para passarem os dias no café em frente, os olhos vazios, as lágrimas todas das crianças de S. Victor correndo nos sulcos da sua melancolia. O Porto é só a pequena praça onde há tantos anos aprendo metodicamente a ser árvore, procurando assim parecer-me cada vez mais com a terra obscura do meu próprio rosto. Desentendido da cidade, olho na palma da mão os resíduos da juventude, e dessa paixão sem regra deixarei que uma pétala poise aqui, por ser tão branca. 1979 Eugénio de Andrade, in ‘Poesia e Prosa [1940-1980]’
apontamentos da evolução do Porto
Porto. Este lugar/território de acção que procuro percorrer, compreender, (re)projectar. Território que foi, é, e continuará a ser moldado, transformado continuamente, obra aberta/em aberto, escultura em permanente movimento. Do Porto que se assentou, lá longe do tempo, no afloramento granítico, entre dois eixos, “um seguindo a costa, em estreita faixa litoral limitada pelas serras de Valongo, e outro que penetra no interior seguindo o protegido vale do rio Douro”2. Desse Porto que cruzava os eixos entre Bracara Augusta e Olissipo, flanqueando o rio lá no alto de Penaventosa. Do Porto burgo episcopal, daquele que se vai ao longo do tempo apetrechando na defesa do território, contrapartida dos descobrimentos e das rotas comerciais. Dessas mesmas rotas que, durante todo o século XVIII, graças ao comércio, em particular do vinho do Douro, se abrem desde o Brasil ao norte da Europa, onde uma burguesia formada também por um grande número de estrangeiros, solicita “a intervenção da Coroa na promoção e controlo das actividades urbanísticas, “3 originando a criação da Junta das Obras Públicas (1764), “organismo de gestão urbanística que se inscreve na política ilustrada de reforço da Administração Central “forjada” por Pombal, ministro de José I (1750-1777) - que reflectirá a experiência, os novos conceitos, assim como as ideias adquiridas na reconstrução de Lisboa, após a destruição pelo terramoto de 1755.”4 Esse Porto que se vai fazendo, agora extramuros, na regularização das principais vias de saída existentes da cidade (Este-Santo Ildefonso | Oeste-Cedofeita), bem como na regularização e definição prévia do parcelário regular, os módulos que se repetem na composição das fachadas, nas ruas do Almada e Santa Catarina.
1 “É à cidade como estrutura que queremos referir-nos (...); escultura em permanente movimento, tomando as mais variadas formas, composta pelos mil e um elementos que todos os dias se apresentam perante os nossos olhos: a casa, a rua, a árvora, o automóvel, o homem, o céu, a água, as flores... – síntese magnifica ou banal de elementos que a natureza proporciona e de construções que o homem realiza.”
TÁVORA, Fernando; “ Porto e do seu Espaço” in: O Comércio do Porto, 26 de Janeiro de 1954. Igualmente editado em “Estrada Larga”. Antologia do Suplemento Cultura e Arte de O Comércio do Porto (Costa Barreto, org.). Porto: Porto Editora, [s/d] p79-81 GUNTHER, Anni; TAVARES, Rui. “Porto” in: Atlas histórico de ciudades europeas: Península Ibérica, (dir. Manuel Guardiá.) Salvat. Barcelona, 1996, p.128 3 op.cit., p.132 2
4
op.cit., p.132
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Porto, área de S.Victor - determinações históricas
5
op.cit., p.136
6
op.cit., p.140
(...) Na sua forma mais simples, as ilhas consistiam em filas de pequenas casas de um só piso, construídas nos quintais das habitações da classe média, com acesso à rua somente através de estreitos corredores sob estas habitações burguesas, construídas à face da rua. Desenvolvimentos subsequentes fizeram evoluir este modelo, mas a forma básica das ilhas manteve-se inalterada” in: TEI-
7
XEIRA, Manuel C.; Habitação Popular na Cidade Oitocentista – as ilhas do Porto; Fundação Calouste Gulbenkian –Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica; Lisboa, 1996, p.1 8 TÁVORA, Fernando, PREFÁCIO in: op.cit., p.2 9 GUNTHER, Anni; TAVARES, Rui. Porto in: Atlas histórico de ciudades europeas: Península Ibérica, dir. Manuel Guardiá. Salvat. Barcelona, 1996, p.142 10 “À margem das iniciativas municipais, Cunha Morais torna pública uma proposta em 1916 que se opõe ao plano de Barry Parker. Pela primeira vez, a extensão da cidade a poente fica definida num projecto geral de novos traçados que se apoiam numa nova travessia da Arrábida, preendo o desenvolvimento de um novo centro urbano para o norte da Cordoaria, como alternativa ao centro tradicional.” In: op.cit., p.144
MENDES, Manuel; Tópicos . Tutela do particular, dispositivos do doméstico / Edifício de andares. Casa-andar. Normalização da co-habitação in: (In)formar Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfoses; FAUP Publicações; Porto, 2001, p.234 11
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Do Porto dos Almadas à Revolução Liberal de 1820, das profundas alterações consequentes, onde o Parlamento passa a instituição soberana, um Porto marcado por “acções pontuais seguindo critérios próprios”5, das instituições de carácter civil que se vão apropriando de anteriores edifícios religiosos (fruto da extinção das ordens religiosas – 1834) à promoção de iniciativas urbanísticas de capital público e privado, como é o caso do Palácio de Cristal que viria a albergar, em 1864, a primeira Exposição Internacional celebrada em Portugal. Do Porto onde, nesta segunda metade do séc. XIX, “a industrialização incrementa o número de pequenas unidades do tipo oficina instaladas nos bairros de origem mais recente do centro histórico: Cedofeita, a Oeste, Fontinha, a Norte e Bonfim, a Este.”6 A partir deste momento podemos assistir a uma “nova cidade, cuja estrutura física obedece assim a diferente conceito económico e social, gera um intenso movimento imigratório, sobretudo após os períodos graves das invasões francesas ou das lutas internas que levam à vitória liberal, e procura solução de boa parte dos seus problemas de habitação não apenas pela sobrecarga de utilização dos prédios existentes em zonas históricas mas pela definição e realização de uma diferente tipologia de edifícios e sua associação – aqui propriamente chamadas ilhas7 – que ocupando a zona oriental da cidade se distribui um pouco por toda a área urbana central, sob modalidades várias, atingindo porventura os seus “modelos” nos Bairros do Vilar ou de Herculado, já na segunda metade do séc. XIX.”8 Do Porto que, após a Instauração da República (1910) ,“a primeira Vereação Municipal eleita no novo regime (1914) promove uma operação de prestígio que dá prioridade à afirmação do carácter representativo das funções ligadas a Administração Local e implica uma profunda transformação da praça Dom Pedro, a abertura da avenida dos Aliados e a edificação dos novos Paços do Concelho, obras cujo plano foi encomendado em 1915 ao arquitecto britânico Barry Parker.”9 Este paralelo vai continuar, com uma aparente dificuldade/ausência na resposta ao problema de salubridade escondido nos quarteirões oitocentistas inchados na estrutura e saturados ao máximo de uma população operária, precária, esquecida. Apesar de algumas problemáticas que se referem à “regionalização e expansão urbana, cidade existente e área futura, acessos e centros, circulação e interligação, áreas de habitação e bairros operários, equipamentos e jardins e parques, parte antiga eram melhoramentos-matérias (...) já equacionadas por António Rigaud Nogueira (1907) e Cunha de Morais (1916)10, particularizadas nos estudos relativos ao centro e parte antiga de Barry Parker (1916) e Manoel Marques e Amoroso Lopes (1931 e 1934-1935);”11, não se avista uma política pública capaz de catalisar e propor um plano geral de resolução do problema. Mas e, com Ezequiel de Campos que, em 1932, “«num documento escrito e desenhado, inventariando problemas e esquissando propósitos para a viabilização de encargos e urbanização, (...) denunciava a “expansão caótica, e sem metro de conjunto” para impulsionar “a disposição metódica, ordenada e na previsão das necessidades futuras, de forma a tirar-se o melhor proveito dos dispêndios”; para colocar a urgência de um plano para “uma traça geral da Cidade” e a
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previsão desta num “plano regional de urbanização, pela fatalidade da influência da hegemonia do Porto nas vilas e cidades limítrofes12”13. Em 1934, o relatório Antas/Monterroso14 é demolidor na análise às condições de salubridade no Porto, das ilhas ou das “apertadas e lúgubres casas do antigo Porto, cujas estreitas e escuras ruas não são mais do que ilhas em altura.”15. Além dessa análise, aponta a necessidade imediata de “que a cidade fosse desde já dotada com o mínimo de 35 000 compartimentos, directamente aproveitáveis, o que corresponde, pelo menos a 8750 casas económicas, variando entre 3 e 5 compartimentos, e para que estes bastassem, não poderia proceder-se à demolição de qualquer ilha.”16 Apesar da falta de uma política pública capaz da resolução desse problema, Manuel Mendes refere-nos que “não faltaram resoluções políticas, planificações e previsões financeiras, discussão de modelos de casa, fixação de soluções técnicas, planos de expropriações e aquisição de terrenos, realização de projectos para sítios concretos.”17 Desses, vale a pena enunciar a proposta “de construção de 2740 casas em grupo, a edificar na zona de Francos, ficando o Município “com o direito a prioridade sobre 30% destes prédios”, por parte de um grupo financeiro belga, com gerência técnica de Paul Stéphankévitch (1931); o estudo, desde 1933, por parte da Repartição de Edifícios da Câmara, de “formas e locais para a construção de habitações” (solução em altura – habitação colectiva), numa lógica de criação onde elabora “projectos-tipos de construção em altura, que poderiam ser utilizados gratuitamente por qualquer proprietário”18, incentivando assim o investimento privado. Também em 1933, de apontar o projecto para construção de um grupo de 36 habitações, num terreno municipal, no cruzamento das ruas do Moreira e D. João IV, cedido aos Bombeiros, para nele construírem as suas casas económicas; outro estudo, no terreno compreendido pelas ruas de S. Crispim e Azevedo Coutinho e próximo da avenida de Fernão de Magalhães, projectou-se um complexo residencial para cerca de 2400 pessoas, e cuja construção se previa como de iniciativa particular (1936); por fim “referência para um outro projecto de “Habitações Económicas” a edificar no ângulo das ruas de Barão de S. Cosme e de Joaquim António Aguiar; um edifício de três pisos, para alojar um total de 36 “moradias”.19 Torna-se pertinente indicar também outra proposta, na viragem dos anos trinta para a década de quarenta: “J. Madureira, Amoroso Lopes, Pereira da Cruz, Técnicos da Secção Norte da Construção de Casas Económicas da Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, projectaram a mais interessante proposta desta época, a edificar no coração se S. Vítor: uma solução com recurso a vários tipos de edifícios e fogos, num ensaio de formas de habitat intermediário para um complexo de habitação concentrado.”20 Por último, referência à construção de um bloco de cento e quinze moradias – Bloco de Moradias Económicas na Rua Duque de Saldanha (1938-1940), “numa iniciativa camarária e no âmbito do processo eliminatório das ilhas, foi uma manifestação de abertura a factores elementares do plurifamiliar : nos dispositivos de associação e distribuição (galerias corridas, abertas e à face, caixas de escadas autónomas e pontuais), mas sobretudo no ensaio de formas de ruptura do cadastro corrente de pequena parcela e na ruptura da dependência edifício-rua através do prolongamento do espaço público ao interior do quarteirão; na
12 CAMPOS, Ezequiel, Prólogo ao Plano da Cidade do Porto. Porto, 1932) in Ibidem, p.234 13 op.cit p.234 14 ANTAS, Azeredo; MONTERROSO, Manuel; A salubridade Habitacional no Pôrto; Inspecção Geral de Saúde do Pôrto; Imprensa Nacional; Lisboa: 1934 15
op. cit., p. 22
RECORTE 8: capa relatório Antas/Monterroso 16
op. cit., p. 22
17 MENDES, Manuel; Tópicos . Tutela do particular, dispositivos do doméstico / Edifício de andares. Casa-andar. Normalização da co-habitação in: (In)formar Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfoses; FAUP Publicações; Porto, 2001, p.234 18 op.cit, p.234 19
op.cit, p.234
20
op.cit, p.234
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GUNTHER, Anni; TAVARES, Rui. Porto in: Atlas histórico de ciudades europeas: Península Ibérica, dir. Manuel Guardiá. Salvat. Barcelona, 1996, p.144 23
“O plano Regulador de 1952 contempla propostas de zoneamento: zona histórico-arqueológica, zonas residenciais, industriais, verdes e rurais – que se apoiam numa legislação urbanística específica. Seguindo o plano Garret, as acções prioritárias consistem, sobre todo, no saneamento de ilhas e a construção num prazo de 10 anos de 6000 casas de renda económica destinadas à população das áreas saneadas, definidos no Plano de Melhorias aprovado pela lei de 1956.” In: GUNTHER, Anni; TAVARES, Rui. Porto in: Atlas histórico de ciudades europeas: Península Ibérica, dir. Manuel Guardiá. Salvat. Barcelona, 1996, p.144 25 “O plano Director, elaborado pelo urbanista francês Robert Auzuelle, entre 1958-1962, consolida o enfoque integrando as iniciativas em curso e as tendências prováveis de evolução. Trata-se de um plano de inspiração operativa que propõe a adaptação da cidade ao automóvel, define a trama dos equipamentos públicos e elabora planos pormenorizados a fim de dirigir a iniciativa publica, habitação social e privada, residência e sector terciário” In: op. cit., p.144 24
RECORTE 9: S.Victor, Álvaro Siza
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op. cit., p.144
GUNTHER, Anni; TAVARES, Rui. Porto in: Atlas histórico de ciudades europeas: Península Ibérica, dir. Manuel Guardiá. Salvat. Barcelona, 1996, p.148 27
leitura criativa de modelos de origem mais francesa que austríaca, nomeadamente a monumentalização do colectivo.”22 Paralelamente, a lei de 1934, promulgada pelo Estado Corporativo (1933), institui um planeamento baseado em projetos urbanísticos, exigindo uma maior participação do Estado – política de solos, programas de habitação – e atribuindo aos municípios a exclusividade das obras de urbanização que a iniciativa privada vinha controlando. Estudos desenvolvidos pelos arquitectos italianos Marcelo Piacentini (1938-1939) e Giovanni Muzio (1940-1943), onde se presta especial atenção a grandes comunicações interurbanas (...) tanto viárias como ferroviárias (...) e a rede de comunicações interiores da cidade”23 Do Porto caminhando ao longo dos anos, entre propostas, projectos, pontos numa cartografia que se vai desenhando, procurando um plano, que de Regulador em 195224 passa a Director, pelo urbanista francês Robert Auzelle, entre 1958-196225. Do Porto Plano Director ao Porto enquanto consequência do mesmo, “a construção de blocos de habitação na proximidades dos primeiros bairros económicos, assim como a urbanização e equipamento para educação e desporto nas áreas circundantes (...) consolidam um cinturão/cintura de habitação social”26; ao mesmo tempo os surgem os pólos do Campo Alegre e São João bem como a Via de Cintura Interna, unindo a Ponte da Arrábida (1962) e a Via Rápida, eixo servindo a zona Industrial, terminando na dinamização de um novo centro na zona da Rotunda da Boavista, foco de crescimento do sector terciário e do comércio de luxo. Com a Revolução, a 25 de Abril de 1974, a cidade escondida sai às ruas exigindo casa, e o programa SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local) é criado, procurando, no caso do Porto, responder à reabilitação das ilhas e das zonas históricas, na defesa da permanência das populações residentes, em alternativa à política anterior de demolição e construção de novos bairros. Paralelamente define-se uma actuação específica para renovar a integridade da área Ribeira-Barredo, coordenada pelo Arquitecto J. Gigante, sob o CRUARB (Comissariado para a Renovação Urbana da Área Ribeira-Barredo). A força da Revolução estancara e, “a partir de 1978, uma nova fase do planeamento urbanístico, com o estudo de um novo Plano Geral de Urbanização. Assim, cria-se um Gabinete de Planemanto Urbanistico (GPU), cuja responsabilidade é a de facilitar os estudos necessários para o Plano Geral, tutelado pelo Arquitecto Castel Branco. (...) Nas grandes operações do Plano, contempla-se a preservação, restauro e reconversão funcional dos valores do património histórico e ambiental, propõe-se a organização do espaço cidadão em unidades de ordenação com os seus respectivos equipamentos e infraestrutucturas e nelas, pela primeira vez, fica regulada a ocupação do solo por meio de fixação de coeficientes.”27 Em 1984, as grandes opções do plano definem-se ficando finalizado em 1986 e aprovado em 1988, sendo rectificado pelo Governo e Outubro de 1992, convertendo-se no primeiro plano para a cidade com categoria de instrumento legal. Do Porto PDM, regressa à Baixa, enquanto capital europeia da Cultura 2001. As “«Intenções Programáticas” são transparentes na determinação e propósito: «propiciar a
54
Porto, área de S.Victor - determinações históricas
requalificação global de toda a área central da cidade, por extensão, de toda a cidade. Pretende-se, por isso, que a «requalificação” seja global e real e não apenas aparente”Extinto o CRUARB, em 2003, onector de um mapa cada vez mais alargado.; «pretende-se que a requalificação atinja o fundo das questões e não apenas a superfície. Trata-se, em suma, de criar um movimento e não, apenas, um acontecimento”28.
28 MENDES, Manuel; “Baixa Portuense” – Pura Representação in Porto 2001: regresso à Baixa; FAUP Publicações, Porto
Ao mesmo tempo que a estrutura urbana do centro histórico, o Porto representado, é requalificado, bem como novos pólos culturais (como a Casa da Música), o Metro (2002, abertura primeira linha) vem afirmar o Porto metropolitano, estendendo a sua rede, canais de circulação e ligação de pessoas, fio condutor/conector de um mapa cada vez mais alargado. Extinto o CRUARB, em 2003, a recuperação do centro histórico portuense passa a ser assumida por uma nova entidade, a SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana (24 de Novembro de 2004) da Baixa do Porto. Um Porto Vivo, baseado numa lógica de incentivo ao investimento privado, ao imobiliário, e à consequente especulação, resultando em vários casos questionáveis de intervenção na malha consolidada, onde se a lógica de adição e construção com o construído, passa a um “fachadismo” pastiche, desvirtuando e ignorando a própria forma de como o Porto se fez cidade, sendo disso exemplo paradigmático o quarteirão das Cardosas (2013), anotando também a nova Praça de Lisboa, entre outros. Um novo Plano Director Municipal é aprovado em 2005 (Assembleia Municipal – 2/06/2005) publicado em Diário da República a 3 de Fevereiro de 2006, vindo a ter a sua primeira alteração em 2012.
RECORTE 10: “Folhetim” virtual sobre a intervenção nas Cardosas
A 22 de Julho de 2008, a Câmara Municipal do Porto lança um concurso público para um Fundo Especial de Investimento Imobiliário (FEII), enquadrando a operação no “Regime Extraordinário de Apoio à Reabilitação Urbana” para as Torres do Aleixo. O mesmo fundo foi constituído em 15 de Novembro de 2010, sendo importante referir o artigo de Paulo Moreira, onde nos apresenta o regulamento de gestão do mesmo fundo: “ O FUNDO tem como objectivo principal a promoção imobiliária dos terrenos sitos na freguesia de Lordelo do Ouro, Porto, conhecidas por Bairro do Aleixo e classificados como “Área de Reabilitação Urbana” (...). Para além das normais actividades da promoção imo- 29 MOREIRA, Paulo, PESTAbiliária que incluem o desenvolvimento de projectos de construção, o FUNDO promoverá NA, Mariana; “Aleixo sempre” a construção e a reabilitação de edifícios que lhe sejam indicados pelo município do Porto, in JA Nº249, Ordem dos Arquitectos; Lisboa: 2013, p.289 constituindo estas obras de construção e de reabilitação a contrapartida da aquisição dos terrenos acima referidos”29. Inerente à própria controvérsia dos propósitos do fundo e termos como “Reabilitação”, a Torre 5 é demolida a 16 de Dezembro de 2011, indo contra um compromisso eleitoral previamente assumido30. A 12 de Abril de 2013, a Torre 4 é demolida. Se a implosão do complexo de Pruitt Igoe foi o sinal de alarme da falha da arquitectura moderna, o paralelo com a demolição das Torres do Aleixo é, aparentemente, inevitável. Também aqui, o simbolismo da destruição deste complexo habitacional, às mãos de uma forte especulação imobiliária e ignorância perante aquilo que seriam compromissos
“A poucos meses das eleições autárquicas de 2001, (...) Rio frisou que não iria demolir o bairro, sobretudo porque o que comandaria as suas decisões seria o interesse dos moradores.” : MOREIRA, Paulo; “Aleixo sempre” in JA Nº249, Ordem dos Arquitectos; Lisboa: 2013, p.289
30
55
Porto, área de S.Victor - determinações históricas
com a população, adicionando uma aparente apatia ou incapacidade mobilizadora por parte dos arquitectos na tentativa de marcar uma posição diferenciadora, marca o ponto em que a arquitectura, o urbanismo, a política, em suma, a cidade do Porto, se encontra na entrada para o Século XXI.
RECORTE 11, 12: Demolições. Complexo Pruitt Igoe e Aleixo
56
Porto, área de S.Victor - notas sobre a leitura da área
notas sobre a leitura da área Neste ponto torna-se necessário, como referido anteriormente, apontar algumas notas sobre o processo de leitura e (re)conhecimento deste lugar. Uma vez que se procurava fugir a um processo burocrático e com as perguntas e os métodos de resposta já pré-estabelecidos, o processo empreendido para navegar neste território foi ele mesmo sendo afinado, alterado, metamorfoseando-se à medida que se ia percorrendo e conhecendo de uma forma mais profunda esse lugar. Momentos há desse processo cujos métodos são relativamente objectivos e pragmáticos para que se possa ter um conjunto suficiente de informação que permita dar uma base sólida para, após esse momento, trabalhar e confrontar essa mesma informação na procura de uma reprojectação desse território.
111.86
110.83
106.36
111.59
112.00
98.19
103.15
106.40
110.60
96.80
95.85
106.28
96.14
93.34
OLIVEIRA
93.55
eio Pedregulho
do Beco
99.62
105.75
105.75
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92.00
DE
94.30
99.86
100.91
96.51
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96.69
95.15
95.16
97.35
96.47
98.58
92.65
100.72
90.57
101.29
103.08
99.05
92.05
100.72 106.91
103.95
94.75
97.03
91.55
106.91
92.37
92.14 107.77
93.39
95.12
.96.12
96,46
103.66
93.67
106.84 95.35
R 96.67
91.94
104.82
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96,79
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92.27
96.97
98.09 107.59
106.90 104.22
108.33
91.13 102.21
91.77
105.18
91.48
107.50
99.85
96.53
107.54
96.54
96.37
95.74
101.60
104.35 96.07
106.62
99.44
93.42
89.01
98.05
97.30 101.59
97.22
95.00
95.09
95.14
109.52
92.12
92.89
95.06
95.36
95.69
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91.94
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96.46
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34.75
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DE
13.34
30.26
23.54
56.24
61.64
82.97 82.59
78.19
61.87
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84.56
56.33 74.44
64.27
59.92
54.45
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54.40
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R
54.70 44.42
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R 35.50
30.60
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30.65
56.50
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31.01
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41.50
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43.91
63.68
35.99
47.48
43.98
32.12
34.39
76.44
74.30
71.66
54.26 53.11
31.27
18.83
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33.75
78,15 43.98
8.77
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33.54
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8.53
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73.81
70.79 63.42
41.82
14.13
8.61
54.66
43.15 34.89 34.90
8.68
71.29
69.79
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67.57
65.04
72.36
34.49
20.69
GOMES
56.32 54.46
10.77
62.53
61.33
54.69 54.55
36.56
8.62 8.60
63.04
59.10
35.68 10.54 8.68
75.89 75.77
74.36
31.86
30.42
28.62 8.76
82.58
76.06
71.97
67.98
R 67.92
58.85
62.25
62.41
30.30
8.63
84.87
62.92
65.09
63.91
54.67
54.46
48.74
33.45
24.53
8.74
8.67
84.44
64,44
65.97
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8.68 8.65
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2.48
78,81
R 64.99
60.14
60.59 62.78
ES
64.65
35.07
DE
6.06
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46.90
25.74
78.04 79.55
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A
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82.38
79.59
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65.35
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68.38
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64.66
54.48
41.11
34.77 30.00
20.23
8.68
4.16
62.14 76.94
54.43 37.93
33.68
28.52 17.49
8.67 8.67
63.54
63.42
78.89 64.89
54.65 29.61
8.62
IDA
64.80
44.32 32.63
29.29 28.95
AVEN 1.07
78.81 79.17
82.99 73.58 73.03
R
67.98 76.94
54.30
RU
8.68 8.67 1.79 1.95
77.90
84.12
80.49
83.34
78.89 65.91
29.63
8.74 2.43
11.80
82.58
85.66
83.50 80.62
68.60
78.78 67.10
54.58 32.77 54.46
79.22
78.78
65.92 66.77 54.48
76.50
84.69 77.98
78.78
55.09
44.93 32.30
29.41
.
2.80
83.39
70.69 70.75 70.80
78.77 69.52
55.19
29.41
29.11
8.85 2.03
74.01
75.57
69.92 72.60
80.20
28.99
8.69
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2.82
77.67 80.36
66.22
63.44
54.33
59.35
24.45
23.13
8.79
R
11.37
80.35
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59.35
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11.19 11.68
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54.43 68.58
23.03 8.97
11.78
11.79
75.42 84.50
54.65
56.59 56.64 56.41
29.17 28.45
L
8.99
78.10
69.48
73.36
65.63 55.87 58.84
47.53
28.35
34.90
E IFF E
86.85
68.87
66.29
57.65
52.95
44.60
45.09 32.91
9.01
9.06
9.34
11.70
12,41
78.17
77.75 65.41
55.58
35.03
9.36
79.48
79.71 78.94
49.65
43.97
19.61 16.56
9.01 9.25
GUS TAVO
9.77 2.00
2.57 2.20
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1.17 5.22 2.86 8.50 8.39
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15.59
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7.67
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80.44
87.81 76.71 75.32
72.37 77.31
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S.
10.35 10.74
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10.98 11.04
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11.83
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72.88
69.29 74.07
66.28
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34.65
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R
18.08
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76.81
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27.23
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82.75
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72.40 73.19
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54.38
45.87
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82.65
81.70 66.68
65.74
54.44 45.87
75.67
R
76.42 76.25
65.43
44.17 43.41 38.29
27.70 27.17
86.26
89.59
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73.50
45.79
41.38 41.39
R
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20.23
11.31
86.26
83.49
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73.16
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66.71 65.77 54.64
54.76 54.43 44.30
32.44
32.21
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11.70
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87.28 86.65
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65.61
54.40
44.81
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25.57
25.06
80.69
96.02
88.58
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32.49
35.44 33.95 39.80
37.32
34.28
72.62 77.46
73.68
25.84 25.52 18.14
22.85
32.52 24.61
45.01
36.96 48.62
34.91
28.75
25.81
24.95
32.12 35.09
R
40.20
89.57
84.15
76.55
74.47
81.05
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47.84 42.86
35.87 39.84
27.38 25.20
35.15 33.75
R 31.54
76.88 78.68
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XAN
90.57 92.18
88.95
88.39
87.94
88.26
R 89.00 77.21
88.12 79.71
79.62
85.64
85.38
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87.68
97.25
89.32
93.09
100.06
87.44
87.80 79.94
79.88
81.66 84.25
81.71 91.25
A
82.11
89.00
104.78
91.09
88.03 93.20
91.65
99.03
89.07
97.89
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88.42 92.14
95.51
EL
80.38
LM
84.95 87.85
80.06
79.94
84.94
82.38
92.49
PA
93.86
93.62
88.04
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98.54
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ESCOLA
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87.80
88.89
91.11
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DORES
R
88.52
89.12
87.32 84.71
DAS
RUA
83.42
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94.46
87.31
S. VITOR
88.94
85.13
82.19
90.77
92.53
Sta CASA DA MISERICORDIA 86.12
89.81 84.51
98.42
89.41 99.30
DE
RA
89.14
88.62
89.46
81.25
81.42 87.31
89.79 89.03
94.45
DE
88.94
R
81.63
88.48 88.48
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91.60
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88.84
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91.07
91.75
R 89.88
91.72 87.78
93.53
88.86
87.27
87.13
DA
81.91
85.18 85.17 88.52
94.26 95.87
, PRACA DA ALEGRIA 87.79
98.04
DE
RUA
RUA
RUA
94.47 92.33
85.03 91.29 85.22
91.09 85.19
85.45
101.05
96.62
87.93 87.25
91.75
99.19 92.16
93.75
89.21 88.96
R
88.53
88.79 88.25
89.76
E
ª
89.03 89.03
89.41
87.11
88.61
107.04 110.02
99.92
90,90 96.49
99.09 84.29 81.86
HOSPITAL
88.83
88.96
92.46
91.82
99.18 98.11 101.13
QU
1
ª
ª 91.10
87.12
89.3890.30
89.21
91.72 79.47
91.74
105.52 101.20
93.05
DU
2
3
RUA
91.25
87.31
87.19 95.14
90,48
84.46 93.72
84.12
83.46
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93.07
91.06
89.88
SENHO
ª
RUA
93.13
90.09 90.38
95.98
99.44
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87.11
88.94
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95.01
101.81 88.83
93.75
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90.87
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94.79
DO
4
92.88 88.91
89.39 91.48
89.76
93.10 91.37
93.20
A
RU
90.05 88.47
96.05
MOR
DA
99.44
88.54
ª 89.69 89.96
91.87
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91.24
98.13 98.41
98.80 100.97
90.00
88.26
99.47
98.36
A.
90.43 92.88
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91.80 91.52
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88.74
98.92 89.67
100.97
90.26
88.14
87.94
93.21 85.08
R
91.54
91.94 91.05
91.01
87.72
92.46 91.70
88.99
96.60
95.13
A
RUA
5 91.70
91.60
87.47
91.37
89.53
88.80
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91.07
94.97
108.41
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89.80
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91.60
RU
100.04
100.75
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91.60
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100.71
88.41
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89.49
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91.24
91.24
96.52
96.57
96.32
DA
87.90
RUA 91.24
91.60
91.54
89.73
89.85
92.67
92.67 91.34
87.65
. 86,65
85.93
94.86 94.88
91.98 88.28
92.09
90.94 91.62
92.55
91.26 91.26
91.26
RUA
87.73
91.26
86.99 87.55
97.67 90.63
84.10 93.90
89.34
89.24
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103.37
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84.09
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99.09
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89.61
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C.J.
91.17
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90.51
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94.53
101.01
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89.61
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91.24
88.09
88.96
99.80
99.98
91.77 88.69
TRA
CEN
95.88
90.80 92.81 93.20
100.12
96.83 95.72
93.62
96.91
91.20 90.66
93.20
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89.08
105.02
DE
91.62
97.38
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91.71
94.65
101.70 106.93
91.72
94.63 93.20 94.70
89.44
101.70
ME
97.18
94.65
COS
90.77 92.73
92.81
S
MANJERICO
93.65
85.50 89.95
DA
102.80
90.74
107.00
93.26 93.32
94.97
94.53
94.69
88.47 87.91
90.21
89.63
S.
95.04
95.04
94.72
RUA DOS
93.66 91.33 86.37 85.30
89.75
97.27 89.96
93.75 93.42
DE CARLOS CAL BRANDAO ~
83.23
L
90.03
98.60 88.76
103.46
92.95
102.76
90.00 93.39
SECUNDARIA
97.54
92.16
93.40 91.72
89.18 88.69
AQ
JO .
101.21
90.82 90.70
94.25
ESCOLA 99.76
86.55
89.80
98.88 95.14 102.83
UIM
104.59
DE
DAS
90.83
89.43
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106.20
90.85
97.98
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95.15
90.25
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94.94
96.15
104.59
99.35
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88.30
83.80
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100.39 92.83
92.70
. 93,47
104.88
97.39 87.26
89.31
90.48 98.32
101.24
91.06
93.21
94.41
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TO
94.90
107.42
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R
90.44
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94.22
VI
R
87.51
104.40
92.44
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S. 96.73
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93.22
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94.59
PRADO
REPOUSO
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88.87
101.06
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C.J.
DO
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88.41
CEMITERIO DO
90.80
91.01
100.74
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100.57
95.91 98.76
92.34
88.87
95.68
NIO
TO
AN
92.18
.91.81 93,95
101.21
100.03 100.15
95.71
102.99
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88.66
DE
91.29
95.02
DE
RUA
98.18
89.57
94.01
91.83
99.06
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101.15
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99.06
91.11
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91.71 101.09
96.70 .
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89.12
99.75
90.76
101.23
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104.14 104.14
104.14 96.78
89.00
91.25
92.45
101.11
.
96.74 110.79
93.32
93.45
89.97
DE 106.67
103.53
96.60 95.83
97.91
88.50 89.19
98.04
89.84
93.68
96.43
95.40 90.84
91.03
~ Camarao
93.03
103.16 88.96
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90.69
91.41
91.05 96.66
E
96.22
103.53
104.08
96.73
96,61
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93.05
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101.11
95.16 95.75
.
100.36
95.17
A
90.40 91.19
88.26
95.19
93.40
96,83
99.35
RU
do
91.57
103.74
DUQU
89.17 96.04
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107.69
95.95
96.61
Largo
99.24
95.23
91.42
95.66
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DUQUE
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100.85
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108.00
99.28
95.69
104.90
91.55
93.42
AGU
93.36 91.10
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92.79
IAR
107.82 108.50
95.75
92.72
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94.22
98.19
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107.56
96.22
92.97
92.97
96.35
96,72
BELAS ARTES
. 95,12
95.54
.
102.90
95.48
95.34
94.45
108.32 93.99
. 94,89 95.48 95.61 93,55 99.95
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95.73
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99.17
96.18
96,35
111.30 99.57
105.46
102.10
92.24 91.87
99.61
92.41 97.27 95.91
97.68
95,08 . 96.31 95.02
95.09
101.13 105.45
106.17 100.91
94.95
94.80
100.65 113.95
103.68
100.52 107.77 107.43 104.83
103.26
107.71
100.86 100.81 91.90
91.87
109.16
93.77
107.87
94.49
~O BARA
103.49
90.33 101.75
93.11 101.56
94,06 .
P.S.P.
92.17
106.17
113.21
91.83
95.16
ESCOLA SUPERIOR
105.33
98.97
93.44
102.02
102.15
107.39
94.21
95.56
DE 91.67
103.88
101.80
102.24
102.24
103.60
105.01
111.21
111.21
110.32
103.81
103.74
100.79
C.C. 103.68 111.57
100.40
100.41
100.05
117.95
97.99
101.42
101.41
95.37
105.17
93.27 93.96
102.25
101.41
101.39
107.39
106.29
106.14
105.15
101.13
108.97
111.58
92.79
91.50
91.36
109.19
94.00
105.93
104.44
101.22
101.55
104.35
107.80
107.93
DO
108.64 107.39 107.93 93.12
111.85
110.88
111.48 112.07 103.75
93.97 93.71
91.70
92.56
93.10
92.05
RODRIGUES
91.52
94.48
93.48
93.62
DE
93.52
93.62
102.25
AVENIDA
93.99
92.00
92.50
92,29
FREITAS
92,54 .
91.76
.
94.32
92.94
FREITAS
92.29
92.22
DE
92.19 92.18
RODRIGUES
92.54
DO
93.16 93.13
93,46 .
.
94.09
92.54
93.56
92,19
102.87
O
DO
~
MARQUES DE
92.72 104.89
114.56
105.50
105.44 100.33
DE
92.99 93.68
95.25
102.68
106.28
94.41
94.15
94.24
.92.18
93.96 96.98
94.94
95.44
98.73
117.70
92.90
94.04
92.23 92.39
95.01 95.36 95.36
99.26 97.30 98.64
96.23
112.79
102.86
104.60
94.66
93,46
97.45
93.87
106.20
112.43
112.33
112.19
101.57
112.16
112.25
105.48
106.24
106.36
112.27
102.98
102.86 102.66
105.72
104.61
108.50
106.01
105.63
109.04
103.82
103.31
94.14
92.70 90.60
108.83
94.33 103.71
OS
.
94.14
96.80
103.05
RD
C.C.
93.42
97.26
94,20 .
94,45
102.75
93.31
CA
94.44
94,51
94.61
101.16
94.32
92.23
93.94
113.78
105.37
94.67
94.80
93.83 93.51 93.70
PUBLICA MUNICIPAL 106.53
93.54
94.06 93.91 93.78
93.70 93.44
93.98
BOBEDA
94.05
94.30
93.92
93.85
113.59
A
93.63
93.67
93.75
93.05
DE
93.98
94.13
93,83 . 93.12
EIR
93.75
.
JARDIM 94,14 .
93.91
104.89
RR
94.21
94,18
.
108.48
99.34
RA
95.89
109.54
90.49
FE
108.36
97.17 99.28
95.88
113.66
102.54
DE
108.65
REI
91.36
96.44
92.67 97.69
97.63
110.59
104.96
93.41
FER
93.45 106.20 95.76
99.79
A
108.58
D.JOAO IV
106.76
98.15
DE
109.55 98.85
92.74
99.08
95.45
104.96
93.36
108.57
93.02
104.96
DE
101.42
93.76
97.42
93.67
114.62
93.41
113.51
CON
102.25
100.15
96.53
92.26
94.25
106.76
94.11
98.32
106.05
RU
106.77
107.73
98.28
95.37
RUA
95.22
105.08
98.49 98.99
RUA
103.24
VISCONDE
94.88
93.70
93.79
94.76
104.93
DO
DE
93,39 .
DO
102.66
91.75
98.87
109.80
98.78
95.06
94,25 102.48
.
94,12
RUA
103.51
93.86
97.35
96.69
97.66
94.23
101.15
93.42
103.51
101.56
102.35
96.78
103.42
97.12
110.10
103.97
97.65
102.43
90.99
97.80
97.91
95.30
94.33 .
103.13
99.92
93.86
93.10
97.91
100.34
93.88
109.51
95.51
96.00 94.52
94.37
109.45
109.48
97.55
111.48
95.25
97.58
de 94.49
93.44
110.81
97.80
111.20
100.30
106.38
90.88
93.93
98.66
101.23
99.68
94.95
95.26
BIBLIOTECA
94,40 94.33
95.11
101.56
94.26
98.26
98.91
98.67
95.26
CONTRASTARIA
.
94.47
95,52
104.71
111.55
. 97,45
95.21
95.23
95.17
95.59
107.78
96.37
97.45
99.03
97.84
95,00 .
94.00
93.91
102.88
95.72 .
97.42
94,99
95.03
93.56
93.37
93.80
94.12
94.46
96.27 . 96,04 95.80
111.31
95.91 .
95,02
94.10
93.64
93.37
93.41
94.33
94.45
95.67
100.64
97.85 .
95.23
94.85
93.54
106.41
. 93,98 .
94,34
94.70
RUA
95.67
94.44
94.52
106.49
105.78
.
RUA
95,69
96.04
93.55
94.40
94.46
106.58
Ramadinha
96.41
93.40
94.40
94.49
107.56
95.04
96.10
RUA
95.27
98.47
S
96.51
93.35
93.39
103.29
107.40
110.22
97.12 96.95
POVEIRO
95.01
96.11
95.96
ro
S . Laza
107.48
109.42
da
96.69
94.90
105.87
105.20
104.07
109.63
95.97
97.04
105.60
108.95
96.06
96.01
Largo
96.71
97.15
, PRACA 96.88
DOS
24.57
.
53.99
43.95
54.62
43.60
65.45
54.48
77.25
54.57
71,80
65.26
54.56
53.31
71.47
77.93
77.84 71.94
54.92
32.10 25.22
66.60
54.41
53.85
8.38 9.31
76.25
54.54
54.17
48.23
75.01 72.24
54.65 8.83
54.54
32.13
31.98
48.71 56.02
53.29 8.53
34.63
R
R 35.59
71.16
56.67
53.64
47.63 3.50
R
RECORTE 13 :Cartografia do lugar em estudo, delimitado a norte pela Avenida Rodrigues de Freitas; a sul pelo Rio Douro; a nascente Cemitério Prado Repouso e a poente Rua das Fontaínhas. | fonte: base planta camarária com desenho do autor
97.82 97.96
96.72
56.03
56.67
54.79 54.86 54.67
75.94
72.06 92.91 75.94
77.01
A definição dos limites do lugar em estudo não foi feita a priori e de forma estanque. A mesma delimitação foi-se fazendo à medida que o processo ia avançando, dando luzes sobre onde esses mesmos limites deveriam ser apontados. No entanto, nos primeiros momentos paralelos à escolha deste lugar para estudo, alguns eixos tornaram-se claros na delimitação da área em estudo, sendo eles a Avenida Rodrigues de Freitas, a norte; Cemi57
Porto, área de S.Victor - notas sobre a leitura da área
RECORTE 14: Fragmentos de elementos do levantamento, com alguns apontamentos-estudo sobre as diferentes tipologias num dos quarteirões do território (neste caso o quarteirão classificado com a letra F).
58
Porto, área de S.Victor - notas sobre a leitura da área
RUA
tério Prado Repouso, a nascente; Rua das Fontaínhas, a poente; Rio Douro, a sul. Este delimitar não deve ser visto como algo estanque, mas como perímetro que auxilia a definir o lugar em análise. DO
RUA
95.22
DE
93,39 .
.
94,12
93.63
.
.
94.61
107.39
93.62
RODRIGUES
91.70
93.96
91.50
105.33
98.97
103.06 107.71
102.90
RUA
97.67 99.92
S. 96.73
93.62
S. DIONISIO
DE
RUA
RIA
S.
DA A PR ,AC
EG
RIA EG AL DA AC , A
80.26
84.35
74.55
75.46
69.41 66.57
RUA
66.26
69.41
66.68
DA
CORT
64.39
62.18
65.78
61.68 66.46 65.16
57.65
57.56
59.71
61.03
60.25
54.51
50.76
47.93
47.82
55.76
34.25
34.91
52.49
50.78
51.29
51.29
41.38
43.49
40.54
37.95
43.34 37.32
39.32
43.34
39.12 32.05 32.49
R
29.76
28.39
DA AV EN I
10.38
L E I F FE
10.73
11.04
28.99
65.92
8.85
54.43 37.93
33.68
28.52 17.49
8.68
23.61 13.34
30.26
25.74
8.62
10.77
43.15
34.49
20.69
14.13
8.61
43.91
47.48
53.33
65.25
54.26
54.62
8.83
78,15
32.13
31.98
54.41
76.25
72.24
54.65 54.54
71.16
56.67
53.29
R
47.63
R 35.59
77.93
71.94
54.54
54.92
56.02
48.71
53.64
34.63
77.25
77.84
75.01
48.23
8.53
71.47
54.56
54.17
3.50
77.77
76.44
66.60 53.85
32.10
71,80 65.26
54.57
54.48
53.31
25.22
9.31
GUEDES
74.30
.
65.45 53.99
BALTAZAR
71.83
71.66
65.19
53.11
48.40 43.95 43.60
24.57
8.38
77.26
PADRE
54.68
54.58
41.15
43.98 33.54
76.08
DO
72.36
74.84
71.58
63.68
33.75
27.42
LARGO
71.29
69.79
71.80
43.98
32.12 31.27
74.44
72.94
FREIRE
73.81
65.36
54.76
54.40 44.52
35.99
34.39
18.83
8.53
84.56
73.47
67.57
65.04
73.20
65.12
63.42 64.83
42.48 39.17
18.81 8.62
SA~ O
63.75
GOMES
70.79 56.50
41.53 41.50
36.38
31.01
8.49
8.77
61.87
67.92
62.53
61.33
56.32 54.66
41.82
34.89 34.90
8.68
63.04
59.10 54.69
54.46
82.97
78.19
VIT OR
56.56
56.21 54.40
54.55 36.56
8.60
67.98
R 67.92
61.64
64.27
56.33
56.37
56.35
54.70
DE
8.68
75.77 82.59
74.36
71.97
61.87
R
54.57
46.24
35.68
75.89
82.58
84.87
76.06
DE
65.09
62.53
56.24 58.85
62.25
62.41
54.46
44.42
30.43 30.65
84.44
A
62.92
59.92
35.50
29.26 10.54
83.03
73.52
RU
64,44
65.97
63.91
63.83
54.45 31.86
30.42
30.60
8.76
8.63
R
64.29
GOM
63.70
DE 54.67
54.46
48.74
30.30
28.62
62.19
62.78
ES
64.65
35.07
33.45 24.53
8.74
8.67
60.14
30.20
23.54
8.68 8.65
1.95
R
65.35
64.99
IRE
FRE
60.59
46.90
30.00
20.23
8.67
62.77
RUA
41.11
34.77 8.62
A
8.67
2.48
65.21
64.66
54.48
63.54
63.42
68.38
64.89 54.65
29.61 28.95
AVE
NID
1.07
29.29
28.80
8.74 8.68 8.67
2.43
11.80
76.94
64.80
61.75
62.14
76.94 78.89
54.30
78,81
73.58 84.44
R
67.98
78.89 65.91
54.58 54.46 44.32 32.63
79.55
79.59
82.99 83.34
78.78
54.48
32.77
29.63
78.04 80.49
80.62
73.03 68.60
67.10
44.93
32.30 29.41
82.38
79.22
VIT OR
68.30
78.78
55.19
29.41
29.11
23.13
8.69
1.79 2.03
59.35
69.52 78.78
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N
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DA Sta CASA DA MISERICORDIA
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DAS
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R
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HOSPITAL 94.47
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ª
ª
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DU
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H
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10
100.71
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C.J.
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5
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RUA
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1
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110.21
89.75
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10
101.70
N
95.12
94.53
88.92
5
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91.47
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DE 90.51
103.94
0
AL
87.91
85.48
TRA
CEN 92.12
E2
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85.50
L
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. 101.21
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0
AQ
92,64
93.26
97.18
90.29
89.18 88.69
JO
104.59
91.08
DO
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93.42
~
99.35
92.96
. 93,47
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95.04
90.42
90.11
89.80
93.06
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104.59
92.70
94.22
95.15
95.04 94.88
DIONISIO
87.16 87.00
SECUNDARIA
DE CARLOS CAL BRANDAO
93.21
94.41
91.71 89.08
90.48
95.26
94.94
90.44
106.20 90.85
N
97.98
93.20
94.70
90.25
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88.87
97.46
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95.06
94.63
COS
MANJERI
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R
93.64
104.88
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A
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99.99
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RU
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95.69
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NIO
95.02
REPOUSO
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10
107.42
93.34
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97.62
PRADO
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101.00
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101.06
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91.40
94.25
DE
ESCOLA
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93.95
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90.83
RUA
89.43
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0
100.74 91.50
94.23
ME
DAS
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C.J.
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DE
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92.18
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101.21
5
107.25
96.66
91.11
103.02
COS
89.11
88.90
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. 100.17
101.59
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106.19
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S.
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98.09
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101.11
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95,65
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E1
.
101.11
0
92.05
92.05
DA
88.71
85.65
92.34
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102.53
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103.75
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95.85
104.08
96.43
AGU 98.58 100.72
103.66
104.22
92.05
95.17
103.74
IAR
N
100.72
101.29
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DE
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DE
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95.91
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88.41
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D
96.74 95.83
95.71 101.37
103.06
98.88 97.09
89.12
98.18
89.57
95.40
90.84
91.03
104.14
104.14 104.14
96.82
98.66
96.60
A
90.98 92.91
93.05
~ Camarao
104.14 96.78 98.77
94.93 93.45
89.86
93.03
103.16 97.91
93.32
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89.00
93.68
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106.90
107.54
93.40
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A
103.08
94.75
107.77
DUQUE
100.05 106.62
88.96
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95.97
96,61
DE
90.40
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RU
do 91.57
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91.58
. 96.73
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B
91.94
104.82
108.00
E
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93.73
90.59
90.69
93.43
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95.95
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96,83
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103.54
95.66
DUQU
94.73 91.30
96.04
95.44
C
107.50 99.85
96.54
96.37
91.48
Largo
101.60
108.33
92.27
.96.12
90.57
99.05
93.39
95.12 96,46
100.59
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92.60
96.47
96.37
106.84 95.35
R 96.67
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91.98
101.56
93.36
107.82
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92.43
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93.11
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95.16
93.77
102.02
107.56 95.16
91.10
92.97
92.97
95.75
95.14
96.13
99.28
96,79
96,74
104.90
92.15 98.62 100.85
99.42
93.67 96.48 96.46
94.22
98.19
108.50
96.22 91.78
103.68
99.17
96.18 96.51
96.29 96.35
96,72
95.69
95.41
95.70
95.54
102.21 100.55
91.23
91.13
97.27 95.91
104.83 97.68 95.09
95.48
95.34
94.45
BELAS ARTES
. 95,12
95.48
. 91.55 91.77
94.95
107.77 107.43
95,08 . 95.02
96,35 94.30
93.99
. 94,89
95.61
100.52
107.87
94.49
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99.57
105.46
93,55 99.86
99.95
100.56
DE
103.26
101.13
105.45
102.10
91.87
95.56 96.31
103.49 100.86
106.17
92.24
100.91
94.21
ESCOLA SUPERIOR 94,06 .
P.S.P.
92.17 106.17
100.81
100.40
100.41
100.05
99.62
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105.75
103.62 91.36
92.88
92.41
~O BARA
91.52
111.88
99.61
103.68
107.39
93.44
113.21
91.83
96.69
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DE
109.16
102.15
C.C.
103.68
95.37
92.79
101.42
101.41
101.41
101.39
104.44
107.39
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106.14
105.15
101.13
108.97
107.93 111.58
92.05
93.52
114.56
94.80
105.93
104.35
107.80
107.93
108.64
93.97 93.71
93.12
. 92,29
97.99
103.75
93.10
92.50
Vitor
93,46 .
.
DE
92.00
91.76
S.
92,19
111.48 112.07
93.62
92,54 .
93.13
93.55
101.22
101.55 92.54
93.16
102.87
FREITAS
94.09
.92.18
93.34
OLIVEIRA
de
93,46
93.31
93.96
MARQUES DE
ssa
93.78
93.56
103.88
101.80
102.24
102.24
103.60
105.01
111.21
111.21
110.32
103.81
103.74
100.79
111.85
110.88
DO
eio Pass
93.94
93.91
93.85
93.68 92.72 104.89
94.48
94.00
93.48
AVENIDA
93.99
Trave
~
94.06
93.12
104.89
DE
92.99
92.23
94.24
92.18
92.56
DO
103.71
106.53
93.54
94.32
94.04
92.94
FREITAS
92.29
92.19
92.23
RODRIGUES
92.54
92.39
94.66
92.22
DE
104.60
94.33
93,83 .
92.90
112.79
102.86
106.20
112.43
112.33
112.19
101.57
112.16
112.25
105.48
106.24
106.36
102.66
105.72
104.61
108.50
106.01
105.63
109.04
103.82
103.31
112.27
102.98
102.86
108.83
94.14
101.16
102.75
PUBLICA MUNICIPAL 93.92
107.73
90.60
C.C.
93.42
97.26
DO
D.JOAO IV
BOBEDA
94,20
94,45
93.70
94.32
113.66
97.63
94.44
.
94,51
93.51
93.75
93.05
94.05
94.80
93.83
93.67
94.21
DE
JARDIM
93.98 94.30
105.08
100.65
94.67
94.76
93.75
94.23
.
94,18
.
94.13
94,14 .
93.91
105.37
95.06
93.79
94.33
94.37
94,25
94.25
94.11
92.26
93.70
94.33
de
94.49
108.48
RECORTE 15: Cartografia do lugar com os quarteirões identificados com letras para a organização do levantamento.
VISCONDE
95.30
.
94,40
94.47
95.17
95.11
56.67
R
54.79
54.86
75.94
92.91
72.06
54.67 75.94
77.01
56.03
Após este delimitar mais abrangente, o processo passou por um levantamento de todos os lotes dentro desse perímetro. O processo de levantamento passou por dar a cada quarteirão uma letra e, em seguida, o respectivo número equivalente a cada lote; gerando ver RECORTE 14 e 15 o código tipo “A_001”. Note-se que apontamos estes elementos sobre o processo de levantamento para que se entenda como o mesmo foi sendo levado a cabo durante o processo de (re)conhecimento do lugar, clarificando a leitura sobre o processo em si. A cada lote, além de um código específico foram associadas um conjunto de informações a recolher: rua; nº polícia; tipo de uso (habitação, comércio, ...); casa uni ou pluri familiar; nº de pisos; observações. Todos estes elementos procuravam ser momentos para adensar a base de informação que se ia criando, acrescentando, rasurando e aprofundando à medida que se percorre este território. Este processo dá origem a uma base de consulta, auxiliar no processo de divisão dos elementos a destacar e não tanto enquanto resultado final pois ainda continham uma certa burocratização do processo de (re)conhecimento da zona. Como tal, são bases-índice que auxiliam na referenciação e orientação no território, criando uma base com a qual se trabalhará. O trabalho a partir dessa base está presente numa das linhas de fuga que surgem como consequência desse processo. Linha de fuga que surge por uma acção do percorrer GSEducationalVersion
59
C.J.
. 86,65
.
12,41
4.16
34.31
11.65
37.37
39.80
11.79
23.05
28.87
30.86
36.37
12.14
33.95
34.47
26.05
11.83
43.80
54.03
46.92
18.51
11.79
, ada Calc
35.44
37.65
DA
50.01
54.69
50.11
41.47
11.80
13.14
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11.68
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66.66
42.53
52.50
57.75
64.91
62.18
GUS TAVO
15.03
29.59
42.53
55.55
60.14
65.16
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57.65
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66.55
29.97
15.80
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68.20
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66.51
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51.29
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66.68
IRA
68.37
53,25.
70.82
75.46
68.63
69.41
TICE COR
68.33
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43.34
da
R
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R
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19.88
R
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R
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2.82
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10.98
10.98
R
6.86
R
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74.16
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89.00
DA
HOSPITAL
80.48
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10.74
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10.73
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2.20
R
25.20
2.86
18.19
22.85
10.28
DA AV EN I
24.61
43.72
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69.41
R
do
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69.90
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R
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99.09
99.44
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.
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a
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9.90
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DAS
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9.72
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D
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.
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94.52
C.J.
R
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DE
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G.
84.42
83.89
HAS
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50.50
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54.44
E I F FE L
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80.62
TAIN
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19.61
8.97
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9.01
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65.97
8.79
1.79
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49.64
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A
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34.90
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8.67
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8.69
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65.84
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100.86
8.67
2.48
65.96
IDA
8.74
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AVEN
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20.23
29.61
8.68
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8.60
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R
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18.81
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90.71
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ES
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R
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R
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R
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R
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R 56.67
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R
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54.67
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FREIRE
DE 71.97
83.34
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63.75
67.57
73.81
A
RU
76.94
78.95
93.44
83.32
.
71,80
VI
R
TO
73.52
84.56
83.03
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R
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DO
LARGO
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GUEDES
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PRADO
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DO
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CEMITERIO DO
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BALTAZAR
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PADRE
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R
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UIA
AG
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SA~ O
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GOMES
R
R
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95.51
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FREITAS
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TO
VI
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S.
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R
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.
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RU
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74.11
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FON
DE
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.
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.
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R
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S.
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DA
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DE
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ÇA
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BELAS ARTES
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ESCOLA SUPERIOR
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PRA
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R
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RESIDENCIAL
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DE
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RUA DOS
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. 95,12
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103.26
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A
RU
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.
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99.57
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54.46
reir Ped
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P.S.P.
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93.75
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~ Camarao
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79.97
da
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Largo
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RECORTE 16: Indicação de casos de densificação do lote, enquanto casos de exploração de novas formas de ocupação do mesmo.
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ira
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Cor
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85.61
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ALAMEDA
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O
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R
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LAN
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R
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Porto, área de S.Victor - notas sobre a leitura da área
Porto, área de S.Victor - notas sobre a leitura da área
desse território, na procura de despertadores para criação de condição interventora. Esses despertadores são accionados num primeiro momento na procura de compreender aquilo que existe além da fachada, na procura de lógicas de densificação do lote presentes neste lugar. O resultado é obtido após essa primeira identificação e consequente consulta dos processos de licenciamento nos Arquivos (Histórico e Geral) da Câmara Municipal do Porto, procurando compreender como as lógicas de ocupação ocorriam. Os casos apontados no final desse processo resultam de uma escolha fruto dessa procura, ficando alguns deles postos de lado, consequência da inexistência de registos desenhados que permitissem compreender as lógicas internas de organização do espaço doméstico. ver RECORTE 16 Estes casos são em grande medida fruto de acções privadas de densificação do lote, na lógica de casas-andar apresentando, em alguns casos, soluções que procuram potenciar a ocupação do mesmo, propondo sistemas que podem ser postos sobre a mesa no momento em que se equaciona uma intervenção no lugar. Confrontando-se com esta lógica de densificação do lote, entra uma outra lógica, mas em escala e ocupação díspar das anteriormente apontadas: o caso das ilhas. Também neste caso, foi necessário um processo de identificação e levantamento de cada uma delas. Neste ponto, é importante referir que, para facilitar esse processo, foram atribuídas letras e números a cada uma delas. Letras para as ilhas situadas no quarteirão a norte da Rua de S. Victor e números para as ilhas situadas a sul da Rua. Devemos sublinhar que esta categorização não se rege por critérios de importância, tendo sempre um carácter prático para que o levantamento pudesse ser posto a cabo de forma eficaz. Essa mesma identificação acompanhará e será indicada durante toda a dissertação, havendo momentos em que as ilhas serão nomeadas de um outro modo, esse sim com outro valor que não o meramente informativo e organizativo. Do processo de levantamento das ilhas deve ser referido que foi necessário redesenhar parte da cartografia, uma vez que a mesma se encontrava desactualizada. Este ver RECORTE 17 processo, apesar de relativamente longo e lento, foi também essencial para a compreensão desse lugar, dando a possibilidade, ao entrar e deter-me em todas as ilhas, informação sobre os pisos, estado, medidas, bem como o confronto com os moradores, aprofundando o (re) conhecimento do lugar. A par desse levantamento desenhado, fotografado e escrito, ganha-se a consciência que a área previamente definida como zona de estudo deve ser condensada ou, dito de outra forma, deve ser reconhecida a intensidade e complexidade específica de uma área mais concreta, uma mancha central, mais definida e estanque e que, à medida que o conheci- ver RECORTE 18 mento sobre a mesma aumentou, também a consciência da sua importância. Devemos pois clarificar que, à medida que a investigação foi avançando, um segundo limite é marcado, desta vez reduzido a nascente pelas Ruas Duque de Palmela e Saldanha e a norte pelas Belas Artes. Esta aproximação e nova delimitação deve ser encarada como um aprofundamento que se vai fazendo ao longo da dissertação. 61
Porto, área de S.Victor - notas sobre a leitura da área
RECORTE 17: Excertos do processo de levantamento das ilhas contíguas à Rua de S.Victor. Desenhos do autor
RECORTE 18: Axonometria com as ilhas em estudo assinaladas e a zona da delimitação aprofundada da área em estudo S.Victor
62
Porto, área de S.Victor - notas sobre a leitura da área
Este processo foi organizado por capas-índice-base. Essas mesmas capas foram e continuam a ser uma base essencial para o processo de investigação e reconhecimento do território. Não podemos dizer que são resultado final per se, mas são essenciais como base desse processo, são o ponto prévio essencial para que o trabalho e a investigação pudessem avançar. Contêm informação e são base para que o trabalho evolua, armado num chão comum de (re)conhecimento do território, suficientemente abrangente para que se intersecte em diferentes planos, lance linhas de complementaridade, de fuga na procura de estratégia(s) de reprojectação da área de S. Victor.
63
Porto, área de S.Victor - indicação dos elementos da área em estudo
indicação dos elementos da área em estudo Duques, Saldanha, S. Victor Na identificação do território em estudo devemos, por fim, apontar os tipos distintos de lógicas de ocupação que são analisadas. Fruto de, por um lado, um percorrer o território e, por outro, o estudo de algumas propostas para intervenção no território, surge um conjunto de elementos e lógicas que devemos considerar. A categorização será feita sob três nominações: Duques, Saldanha e S. Victor. Estas denominações encaram em si não só os tipos de lógica de ocupação deste território como também áreas específicas dele. Devemos no entanto clarificar que esta categorização não deve ser encarada como uma separação clara e impermeável de todas as suas sub-divisões. Pelo contrário, as mesmas contaminam-se neste território mas, e apesar dessa consideração, torna-se útil para a definição e identificação do território separar as mesmas. A primeira zona – Duques, encara a área contida entre o Cemitério Prado Repouso, Avenida Rodrigues de Freitas, rua Barão de S. Cosme e Duque de Palmela. A zona Duques abarca uma lógica de ocupação do lote num processo de casa por lote para casa-andar, densificando assim a parcela e, nalguns casos, alterando a sua dimensão, numa lógica de dois lotes para um. Neste caso e apesar de estar subentendida uma lógica também ela especulativa dos terrenos, a mesma não é tão intensa e drástica como no caso das ilhas. A segunda zona apontada – Saldanha. Neste caso a zona delimita-se pela rua Duque de Saldanha, apresentando três casos de exploração a alteração do lote estreito. Os dois primeiros casos partem de iniciativas privadas e actuam numa escala substancialmente diferente do terceiro caso apontado, o Bloco de Moradias Económicas Duque de Saldanha. Por último – S. Victor, encara a rua de S. Victor como eixo estruturante principal e define-se pelos dois quarteirões (a norte definido com as ruas Duques de Saldanha e Palmela; a sul quarteirão define-se na Rua Gomes Freire) e pela zona de Nossa Senhora das Dores (a poente), inscrita na área a Praça da Alegria e Passeio das Fontaínhas. A lógica da ilha é aquela que mais se evidencia enquanto estratégia de densificação do lote, sendo esse o tema em estudo. Com as ilhas são também considerados os projectos propostos por Amoroso Lopes/Madureira para um Aglomerado de Casas Económicas na Rua de S. Victor e por Álvaro Siza dentro do processo SAAL. Esta identificação é, como referimos anteriormente, uma clarificação que se contamina e se deixa contaminar entre si, uma vez que a mesma explana aquilo que acontece no território. É, como tal uma indicação, uma separação facilitadora de leitura e compreensão da investigação-território.
64
Porto, área de S.Victor - indicação dos elementos da área em estudo
No plano “Porto, área de S. Victor - realidade e desenho 1” serão explorados com maior profundidade o caso das ilhas presentes na zona que anteriormente denominámos S. Victor, fazendo-se uma leitura menos profunda dos projectos anteriores, que para a área denominada S. Victor, quer para os casos da rua Duque de Saldanha. Os casos apontados como “Duques” não serão trabalhados neste plano. Esta decisão decorre da evolução do processo de investigação, onde a e escolha de uma parte mais aproximada da área de estudo fez com que se optasse por um trabalho mais aprofundado de um conjunto de elementos em relação a outros, tendo sido tomada em conta a contigência temporal da dissertação e, sobretudo, a pertinência desses elementos para o desenvolvimento do trabalho.
65
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aproximações
O percorrer do lugar foi feito de sucessivas aproximações e recuos, à procura de situações que pudessem ser lidas como “despertadores de projecto”. As aproximações são fragmentadas e procuram traduzir-se no registo fotografado, desenhado e escrito.Um percorrer que se tornou muitas vezes um vaguear. A procura de algo sem saber muitas vezes aquilo que se procurava em específico. Um partir à descoberta. Sozinho ou com amigos, logo pela manhã com a cabeça na investigação ou de madrugada acabando no Picadilly, foi sendo construída uma imagem desse lugar . Essa construção é feita de fragmentos, impressões, observações muitas vezes distendidas e contraditórias. E a tradução dessa construção torna-se muito complexa no momento de a comunicar. A verdade é que a comunicação, resultado de um percorrer impressivo e errante desse lugar, corre sempre o risco de falhar na distância entre aquele que viveu esse lugar e aquele que o lê. No momento anterior, em “notas sobre a leitura da área”, aproxima-se o leitor aos processos pessoais para identificar o território. Mas essa foi uma outra forma de ver o lugar. No fundo, aquilo que se procura fazer são duas leituras que tentem fugir a uma certa burocracia de processo. As duas surgem do percorrer o território e de sucessivas aproximações e recuos. Diferem naquilo que procuram. Se num dos casos há a procura de identificar um conjunto de elementos de uma forma mais pragmática, por outro procura-se mostrar uma certa atmosfera do lugar, algo impressivo e ténue. São duas linhas que comunicam o território e investigação. Eles devem ser lidas como complementares, intersectando-se, lançando linhas de fuga ou “despertadores de projecto”. No entanto, nestas aproximações há momentos que não dão resposta ao problema, nem podem ser vistos como elementos para uma condição de projecto em si mesmos. Muitos desses momentos são registos de encontros que foram muito importantes para conhecer o lugar. Conhecer quem vive nele, a sua relação com os outros, as suas opiniões. São outras leituras que ajudam a criar uma base de compreensão do lugar que ecoa durante a investigação, na procura de estratégias para lhe dar uma nova possibilidade.
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Av. Rodrigues de Freitas
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Largo Padre Baltasar Guedes
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Forma esquemática dos vários elementos observados da área em estudo S. Victor A forma esquemática do lugar, feita depois de várias aproximações, procura transpor a sua estrutura urbana mas também algumas impressões pessoais e subjectivas dos vários elementos que o constroem. As ruas que delimitam o lugar: Avenida Rodrigues de Freitas, a Rua das Fontaínhas, o Cemitério Prado Repouso e o Rio Douro. São limites físicos, estruturantes na malha urbana. Ao percorrer o território são elementos que marcam uma separação, definem zonas. A Rua de S. Victor, a partir do cruzamento com a Avenida Rodrigues de Freitas e o terminar no Largo Padre Baltasar Guedes é o grande eixo que estrutura o lugar. Atravessa-o como uma flecha. Nele se desenvolve a área em estudo S. Victor. A poente os grandes edifícios institucionais, aproximam-se a uma escala de representação da cidade: o edifício da Santa Casa da Misericórdia, as Belas Artes. Na passagem para os dois quarteirões a nascente, a Praça da Alegria. Aí, o pequeno largo que é praça, a Escola e o “Abrigo dos Pequeninos”. Ao percorrer a rua de S. Victor, depois de passar pela Praça, sentimos que entramos dentro de uma grande massa, de um grande condensador social. A rua é a mesma mas a atmosfera, o desenho das fachadas, a massa construída é outra. Sente-se uma separação. A rua rompe o miolo do quarteirão, onde as sucessivas entradas para as ilhas aparecem porta-sim, porta -não, rematando no Largo Padre Baltasar Guedes que se volta a abrir para a paisagem, para o rio. A separação é uma observação pessoal, é aquilo que se sente ao percorrer o lugar. Entramos num outro lugar, separado daquilo que o envolve, concentrado, onde a rua é o espaço de estar, o espaço comum.
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Largo do Camarão. primeiro cruzamento, largo.
segundo cruzamento. a topografia e os volumes que separam, o que fica do lado de lá
Rua de S. Victor – “entrar” na área de S. Victor Dobrar a Avenida Rodrigues de Freitas com a rua de S. Victor. Ao longo das idas ao lugar, passou a ser este o percurso tomado várias vezes. A linha recta que atravessa o lugar. Percorrer a rua, o muro de suporte das Belas Artes à esquerda e os sucessivos cruzamentos à direita, intersecções para outros lugares da área em estudo que diluem o segmento de recta. Ao “entrar” na rua, “entramos” numa outra atmosfera. A grande avenida, o jardim burguês ficou para trás. Neste segmento, a rua vai lançando largos, outros caminhos. Sempre a rua. A força dela acentua uma certa verticalidade que se vai precipitando à medida que se percorre . Cruzamo-nos com o Largo do Camarão, com escadas que vencem a diferença de cota e pelas quais se acede a uma plataforma para entrar em tês casas, com um terceiro cruzamento que abre passagem para a área de Nossa Senhora das Dores. Percorremos a rua, deixando estes cruzamentos para trás. 73
planta do Porto, de J. C. Lima, de 1839
planta do Porto, de Telles Ferreira, de 1892
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planta actual sobre planta de 1892
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mancha verde | árvore enquanto separação |
Praça da Alegria Continuamos na rua de S. Victor, que cruza com o largo que se chama “Praça da Alegria”. Aqui, a força da rua dilui-se no confronto com o grande espaço aberto. O acesso para o novo edifício das Belas Artes, a fachada das casas contíguas numa rua que se eleva sobre o largo. A venda de produtos frescos, duas ou três bancas. O grande volume de habitação que se impõe na praça. Sob ele uma arcada. Duas mesas metálicas na esplanada. Os carros estacionados num pequeno largo em frente. A fonte em ferro fundido, sem água. Os risos das crianças que brincam no recreio da escola. Algumas pessoas que passam. Uma delas sentada num dos bancos de granito. Seguindo o percurso da rua de S. Victor a nascente, a massa construída como fundo da praça. A mancha da copa das árvores no início da rua Joaquim António Aguiar a norte, lança uma outra atmosfera, da zona a que chamamos Duques. A sul, uma rua íngreme que vai rematar no Passeio das Fontaínhas, passando pelo edifício abandonado do antigo “Abrigo dos Pequeninos”. Continuamos, por agora, pela rua de S. Victor. 75
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Rua de S. Victor (2) – o “miolo” do quarteirão Depois de atravessar a Praça da Alegria, continuamos pela Rua de S. Victor “entrando” para a grande massa construída dos dois quarteirões a norte e sul da rua. A palavra “entrar” é usada porque é aquilo que se sente ao percorrer este lugar. Penetramos dentro de um grande condensador social, onde a rua é extensão da casa. “Bom dia”, “boa tarde”, “como está?” são frases que se repetem ao percorrer esta parte da rua. Grupos de senhoras conversam junto à entrada de uma ilha. Outro grupo em frente ao Café S. Victor olha desconfiado para quem fotografa a fachada. Desviam-se da objectiva e perguntam para que é que são as fotografias. Explico. A desconfiança dá lugar a uma conversa com muitas queixas à mistura. Sobre as casas e o estado em que estão, sobre o emprego e a falta dele, sobre os políticos e as promessas vazias. “Devia ver aquela ilha, no estado em que aquilo está!”, “devia conhecer o Zé da Bata”, “vejam se mudam isto”... Aqui todos se conhecem. Ao longo das várias vezes que passei na rua, fui também reconhecendo algumas pessoas, caras que se repetem, relações fortes e profundas entre as pessoas. Lembro a conversa com a Dalila Vaz, escultora que está reconstruir uma ilha. Conta-me como no início olhavam com desconfiança para aquela pessoa que “vinha de fora”. Pouco tempo depois já tinha vários moradores que ajudavam nas obras, 77
davam opiniões, tornavam-se parte de uma “família”. Também o Fernando Almeida, que mora numa casa na rua, fala do mesmo. Conhece todos pelo nome, ajuda a organizar os jogos de futebol do Sporting Clube de S. Victor. Organizou conversas com moradores. Com um grupo de amigos das Belas Artes ajuda todos os anos os moradores nas rusgas de S. João. Apresenta-me o Sr. José Neves, presidente com orgulho do Sporting Club de S. Victor. Faz-me uma visita à sede do clube. Mostra-me a sala polivalente ao fundo do café. Fala-me das noites de fado esgotadas, ou as festas de carnaval que organizam todos os anos, mostra-me a sala com “material de ponta” para dar assistência médica aos jogadores, dos jogos de futebol e do preço que o Clube tem de pagar por ter subido de escalão. Não jogam aqui. Usam o campo de futebol de Campanhã. O clube é mais do que um clube de futebol. É também uma associação informal, café onde as pessoas se encontram, espaço de festa, espaço comum. Várias pessoas me falavam do Zé da Bata. Numa das idas ao lugar entro na sua mercearia. Faz frente com a rua e tem um portão de acesso para uma ilha. Na mercearia, armários de madeira gastos, sr. Zé, 87 anos, atrás do balcão. Durante a conversa, vai me contando aquilo que mudou. A relação muito próxima entre as pessoas. Várias vão entrando na merceria durante a conversa. Compram ovos, vassouras, tabaco avulso. Juntam-se à conversa, combinam um arranjo que ficou por fazer, perguntam pela saúde do sr. Zé. A conversa continua, por entre as interrupções. Insiste que fotografe o telefone que foi o primeiro da rua.
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O sr. Zé é proprietário de duas ilhas. Como ele, há mais alguns. Poucos. A grande maioria “já morreu e agora as pessoas pagam aos bancos a renda”. Viria a conhecer algumas situações destas, uns números abaixo, numa ilha onde uma senhora falava desse problema. A sua casa, sem as mínimas condições, abrigo rudimentar, era uma das várias cuja renda era paga ao banco. Não conheciam o senhorio. As obras que fez para a construção de uma casa de banho foram com a ajuda do seu filho. Como este caso, também no piso de cima, na casa de acesso por uma galeria, a família foi transferida para o Bairro Duque de Saldanha depois da cobertura ter caído. Aqui voltamos ao problema das casas das ilhas. Várias sem condições para que se possa viver, e onde os moradores não têm capacidade para alterar nem o estado das casas nem mudar para um sítio melhor. Entretanto ao percorrer a rua, o cruzamento com a travessa de S. Victor. Através da travessa, um acesso ao Passeio das Fontaínhas, pelo lanço de escadas que vence a diferença de cota. No início da travessa um baldio, uma pintura na parede e uma placa que pede para que não sujem o terreno. Não parece ter resultado. Aqui é o coração do quarteirão, momento de ligação entre ruas, possível plataforma onde se poderia ensaiar uma intervenção para potenciar um espaço comum.
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S. Victor, quatro da manhã. Na porta o desenho a linha de um diamante. É esta a porta? Tocamos. Sim, é esta a porta que dá acesso ao Picadilly. Antigo clube de stripetease, entretanto transformado num bar onde a noite continua. Os espelhos forram todas as paredes, balcão ao fundo da pequena sala. Lá fora, a rua está deserta. Dentro passam música para os corpos que ainda dançam. Saímos já o dia começa a nascer. Descemos a Rua de S. Victor, perto do Largo Padre Baltazar a rua abre-se para a paisagem. A manhã de Sábado começa e, lá em baixo, no Passeio das Fontaínhas vendedores instalam-se para mais uma feira da Vandoma.
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Largo Padre Baltazar Guedes – Rua Gomes Freire – Passeio das Fontaínhas Terminamos o caminho na Rua de S. Victor. O Largo Padre Baltazar Guedes. Portão para entrar no cemitério Prado Repouso, os Salesianos e a sul a paisagem. Descemos a rua Gomes Freire, num lance íngreme que remata numa percurso em zigue-zague até à cota do Passeio das Fontaínhas. Aqui vemos a diferença de cotas presente no quarteirão. Da rua em curva e contra-curva vemos as casas que dão para a Rua de S. Victor “lá em cima”. Continuamos o percurso, em direcção ao Passeio das Fontaínhas.
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Passeio das Fontaínhas Final de tarde. Poucas pessoas na rua. Duas sentadas numa esplanada da Rua Gomes Freire, mais uma no passeio das Fontaínhas. Fotografo o passeio vazio, a escarpa onde ainda se vêm algumas estruturas em ruinas. O comboio que vem de S. Bento corta o silêncio desse fim de tarde. Aqui é um dos limites do lugar. A grande plataforma, o “passeio público” em espera. Início da manhã. Sábado. As carrinhas estacionadas na Rua das Fontaínhas perto da Ponte do Infante anunciam mais uma manhã de feira. Centenas de pessoas a vender e a comprar tudo: roupas usadas, antigas máquinas fotográficas, dvd’s, móveis, livros, vinis, aparelhagens, porcelanas, ferragens, malas, casacos, atoalhados, quinquilharias... a Feira da Vandoma. Cada vendedor ocupa a sua fração na plataforma, perante centenas de pessoas que procuram o que comprar. A instalação na plataforma que se transforma de forma potente em relação ao final de tarde de um outro dia. A Feira não é so para este lugar. É um momento da cidade, onde de todos lados chega gente para comprar e vender. 84
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Nossa Senhora das Dores Deixamos a azáfama da manhã de feira e subimos pela Praça da Alegria. Cortamos em direcção à zona de Nossa Senhora das Dores. Depois de atravessarmos um pequeno largo, cruzamo-nos com as ruínas de parte da intervenção do SAAL. Numa pequena placa sobre a parede em ruína: “Associação de M. S. Vitor”. Da associação de moradores, sei hoje que apenas representam os que moram nas únicas casas construídas do SAAL para esta zona. Todos os outros, pelos quais passámos, não têm nenhuma associação que os represente. E isso é um problema essencial para pensar uma estratégia que altere a situação em que vivem. Continuamos para o espaço em plataforma construído há poucos anos. Sobre um plinto, a banda de casas cor verde-água, peça isolada de um período revolucionário. Poucas pessoas pela rua. Uma senhora sentada no muro das casas. Percorremos o lugar, atravessamos a banda de casas pela passagem, onde se pode ver um dos muitos percursos que se procuravam criar. Nesta área, a massa construída é muito menor se compararmos com os dois quarteirões de S. Victor. Há uma grande área de lotes, anteriormente ocupados, hoje vazios. Terrenos baldios, sem uso. Espaços à espera. Poderiam ser pensados como áreas a densificar com habitação plurifamiliar? A pergunta continua a ecoar, enquanto nos afastamos para outra zona do lugar, a que chamamos Duques e Saldanha.
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Duques e Saldanha Seguimos pela Praça da Alegria para norte, para a rua Joaquim António Aguiar. Aí as ruas regem-se pelo tridente com centro na Avenida Rodrigues de Freitas junto à entrada principal do Cemitério Prado Repouso. Casas burguesas, algumas casas apalaçadas nos gavetos. As árvores também desenham a rua, nuvem verde que dá sombra, gerando uma outra atmosfera, muito diferente das outras zonas. Uma certa calma, um outro tempo marca esta zona. As fachadas desenvolvem-se em grupos de casas que partilham a mesma tipologia. Diferença e repetição. Algumas delas levam-me a procurar compreender o seu interior. Perto do cruzamento da rua Duque de Palmela com a Duque de Saldanha, sobre uma oficina automóvel, um edifício plurifamiliar que explora a ocupação dos pisos a na fachada para rua e do tardoz, com a criação de dois pátios centrais. 88
Continuamos para a rua Duque de Palmela que em toda a sua extensão tem casos de exploração da ocupação do lote e a transformação do interior em espaço público, num ensaio que se vê na rua Particular Maria Albertina e se confirma no Bloco Duque de Saldanha. Entramos para o interior do quarteirão através da passagem sob o volume que faz frente de rua para o bloco em forma de “U”. No interior as galerias e caixas de escadas de acesso às casas. No final do lote o limite com o cemitério, limite do lugar.
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Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização
iniciativas entre propostas e realização No plano “Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização”, partindo do reconhecimento da pré existência enquanto material de projecto, procura-se fazer um leitura de um conjunto de casos que se consideram pertinentes para pensar a área de estudo S. Victor. Esses projectos procuram ser lidos na procura de respostas que possam ser pertinentes no momento de pensar uma transformação do lugar. Muitas delas não poderão ser traduzidas de uma forma literal. Antes, ajudam a construir uma postura perante o lugar, uma certa maneira de intervir nele que se constrói através da influência, mais ou menos intensa, de cada uma destes projectos. Saldanha A primeira parte dos projectos aborda casos construídos que partilham um ensaio de ruptura do cadastro corrente da pequena parcela, situados na Rua Duque de Saldanha: Rua Duque de Saldanha nº204-218 (1928); Rua Duque de Saldanha nº74-78 e Rua particular Maria Albertina; Bloco de Moradias Económicas Duque de Saldanha (19381940). S. Victor projectos A segunda parte deste momento incide sobre dois casos projectados para a área identificada anteriormente como S. Victor, abarcando duas propostas de intervenção distintas: Aglomerado de Moradias Económicas, de Amoroso Lopes, J. Madureira, Pereira da Cruz (passagem da década de trinta para a de quartenta) e SAAL-S. Victor, de Álvaro Siza Vieira (1974-1977).
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fragmento de projecto de habitação colectiva | 3º ano FAUP | projecto do autor
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - Saldanha
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RECORTE 51: Fragmento das peças desenhadas da Licença de obra | Esquemas da organização e distribuição | peça in: Licença de obra 292/1928 – in : Arquivo Casa do Infante: D-CMP/9/533 Licença de obra 292/1928 (id:101 506) | esquemas do autor 5,838
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Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - Saldanha
Rua Duque de Saldanha, nº204-218
Na licença de obra com a data de 1928, indica-se o “pedido de construção de casas destinadas a habitação”1. O caso situa-se na Rua Duque de Saldanha entre os números 204 1 Licença de obra 292/1928 – e 218, e é um exemplo da exploração e densificação da parcela estreita portuense. in : Arquivo Casa do Infante: Numa primeira observação a partir da rua, aquilo que se vê é a aparente existência D-CMP/9/533 Licença de de duas casas, simétricas com um portão ao centro. Mas, na realidade, encontramo-nos obra 292/1928 (id:101 506) perante quatro casas, duas com frente de rua e as outras duas situadas no interior do lote. O acesso para as casas de frente de rua faz-se pelas portas situadas na fachada e o acesso para as do interior do lote faz-se através do corredor central a todo o comprimento que conduz a uma escada central pela qual se acede a um pátio de distribuição para as casas traseiras, bem como para um outro acesso para as da frente. A organização das casas é relativamente simples: nas casas traseiras os quartos abrem-se para o corredor central e a zona de estar/comer/águas para o pátio elevado; nas casas da frente um dos quartos e uma “sala” abrem-se para a rua e os restantes quartos para o corredor central. Este caso põe em evidência a procura de um outro tipo de ocupação do lote, mantendo o acesso directo da rua à casa mas duplicando a ocupação do lote em extensão.
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FOLHA 1/8
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INFLUÊNCIAS PARA O DESENHO DO ALÇADO
fragmento de projecto de habitação colectiva | 3º ano FAUP | projecto do autor
Eduardo da Rocha Mendes, (...) pretende construir dois prédios à frente da rua e um grupo de vinte casas numa rua dentro ao seu dito terreno tudo destinado a armazéns. (...) Porto, 26 de Fevereiro de 1929
EDIFÍCIO HABITACIONAL COLECTIVO: DESENHO E CONSTRUÇÃO | ANTÓNIO PEDRO FARIA | TURMA A | PROJECTO 3 | FAUP | 2010-2011
ALÇADO PRINCIPAL (1/500)
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RECORTE 52: Fragmento das peças desenhadas da Licença de obra | Esquemas da organização e distribuição | peça in: licença de obra 1126/1929 in: Arquivo Casa do Ifante: D-CMP/9/553 Licença obra 1126/1929 (id:102449) | esquemas do autor
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Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - Saldanha
Rua Duque de Saldanha nº74-78 e Rua particular Maria Albertina; Um ano depois do caso anterior, a licença de obra entra e, a 26 de Fevereiro do ano de 1929, lê-se: “Eduardo da Rocha Mendes, (...) pretende construir dois prédios à frente da rua e um grupo de vinte casas numa rua dentro ao seu dito terreno tudo destinado a armazéns.”2 Não tendo sido possível confirmar o momento de transição e alteração do tipo 1 licença de obra 1126/1929 in: Arquivo Casa do Ifante: de uso para habitação, ou se alguma vez essas casas foram usadas apenas como armazém, D-CMP/9/553 Licença obra 1126/1929 (id:102449) constatamos hoje que o tipo de uso é quase na sua totalidade destinado à habitação. Ao contrário do caso anterior, cujo acesso ao interior do lote era feito por uma passagem através de um pequeno portão, neste caso a abertura para o interior do quarteirão é feita por uma rua: rua particular Maria Albertina. O novo eixo aberto no interior do quarteirão apresenta uma nova proposta de ocupação do interior do quarteirão que tende a encarar o espaço público como elemento estruturador, ainda que seja uma construção privada, notando-se o acrescento do termo “particular”. Nota-se um ensaio, controlado e privado de pensar novas ocupações em extensão do quarteirão. No que refere ao interior dos módulos, o desenho não contém muita informação, sendo perceptível uma estrutura com um portão ao centro e duas portas simétricas, cada uma acedendo de forma independente ao rés-do-chão e ao primeiro piso.
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Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - Saldanha
RECORTE 53: Fotografia e Planta do Bloco de Moradias económicas do Bairro Duque de Saldanha | fotografia do autor
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Porto,-área de S. Victor - projectose anteriores Porto, área de S. Victor iniciativas entre propostas realização - Saldanha
Bloco de Moradias Económicas Duque de Saldanha
O projecto de edificação do Bloco de Moradias económicas Duque de Saldanha (1938-1940) decorre de uma intenção camarária no processo de eliminação das ilhas. O mesmo prova ser “uma manifestação de abertura a factores elementares do plurifamiliar: nos dispositivos de associação e distribuição (galerias corridas, abertas e à face, caixas de escadas autónomas e pontuais), mas sobretudo no ensaio de formas de ruptura do cadastro corrente de pequena parcela e na ruptura da dependência do edifício-rua através do prolongamento do espaço público ao interior do quarteirão”3. O Bloco partilha a intenção de trabalhar o miolo do quarteirão e abri-lo à cidade, tal como o projecto apresentado no ponto seguinte, as Moradias Económicas para a rua de S. Victor. Também partilha algumas afinidades, ainda que de uma forma e escala distinta, com os dois casos apresentados anteriormente, na procura de estratégias de ocupação, densificação e organização de estruturas plurifamiliares na estrutura urbana, procurando explorar estratégias que vão além do desenho da rua, entrando e explorando o interior do quarteirão.
3 MENDES, Manuel; Tópicos . Tutela do particular, dispositivos do doméstico / Edifício de andares. Casa-andar. Normalização da co-habitação in: (In)formar Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfoses; FAUP Publicações; Porto, 2001, p.249
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Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S. Victor
RECORTE 54: Planta da situação existente e planta Geral da proposta (in: (In)formar a Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfoses; FAUP Publicações; Porto, 2001, p.244)
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Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S. Victor
Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S. Victor Amoroso Lopes, J. Madureira, Pereira da Cruz
“(...) projectaram a mais interessante proposta desta época, a edificar no coração de S. Victor: uma solução com recurso a vários tipos de edifícios e fogos, num ensaio de formas de habitat intermediário para um complexo de habitação concentrado.”1
O Aglomerado de Moradias Económicas, situado na rua S. Victor foi projectado na passagem da década de trinta para a de quarente pelos Técnicos da Secção Norte da Construção de Casas Económicas da Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, Amoroso Lopes, J. Madureira e Pereira da Cruz. Esta proposta a edificar no interior do quarteirão norte da Rua de S. Victor, rompe com o cadastro do lote estreito e das ilhas, procurando soluções que repensam não só a estrutura e organização dessa área como também a forma do espaço doméstico. Ao debruçarmo-nos sobre a Planta Geral da Proposta, compreendemos a variação de tipos de edifícios propostos que procuram responder aos diferentes problemas que se colocam ao intervir nessa área. Devemos apontar que este terreno apresenta uma pendente acentuada e uma diferença de cota entre o interior do quarteirão e a rua de S. Victor originando, neste projecto, tipos de edifícios diferentes de acordo com a parte do terreno onde se projecta: no bloco B, edifício de 4 pisos fazendo a frente da rua de S. Victor, enquanto no interior do quarteirão, o Bloco D é um edifício de 2 pisos. Além dos diferentes tipos de edifícios propostos, o projecto explora várias formas de acesso ao interior do quarteirão, quer pelo desenho de ruas para o acesso automóvel, como também o desenho de passagens e percursos complementares para o percurso a pé. A exploração dos percursos e acessos ao interior do quarteirão reflecte uma atitude de experimentação que está presente em todos os níveis do projecto.
1 MENDES, Manuel; Tópicos . Tutela do particular, dispositivos do doméstico / Edifício de andares. Casa-andar. Normalização da co-habitação in: (In)formar Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfoses; FAUP Publicações; Porto, 2001, p.249
Bloco B O Bloco B é aquele que faz frente para a rua de S. Victor e o interior do quarteirão. É este bloco que faz a ligação entre a rua existente e uma rua projectada, com a diferença de cota de um piso entre elas. Nos desenhos do projecto, o Bloco B faz o filtro entre estes dois eixos, explorando um conjunto de formas de organização e distribuição para as casas. 99
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S. Victor
legenda 1 quarto 2 quartos 3 quartos 4 quartos distribuição
RECORTE 55: Alçados e Plantas do Bloco B e esquema da organização tipológica e distributiva (desenho do autor)| (alçados e plantas in: (In)formar Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfoses; FAUP Publicações; Porto, 2001, p.245,246)
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Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S. Victor
No interior do mesmo é aberto um grande pátio, através do qual é possível atravessar criando um novo percurso para o interior do quarteirão, bem como uma nova frente para as casas e acesso às mesmas. São propostos dois pátios interiores mais pequenos na parte Sul do Bloco B, sobre os quais apontar uma referência à lógica do saguão, comum em alguns dos casos apontados no decorrer do percurso da área em estudo. Passando para os acessos aos fogos, também neste caso há uma forte componente de exploração das diferentes maneiras de aceder à porta de casa. O acesso directo, a galeria e, nalguns casos soluções de caixa de escadas aproximadas à ideia de “esquerdo direito”. Compreende-se a preocupação em invocar uma certa ideia presente na evolução da densificação do lote estreito no Porto, onde a ligação directa à rua tem uma importância fulcral na relação com a cidade. Com base nas plantas do piso 0 e piso 3, compreendemos a diversidade de acessos para as casas, bem como as diferentes tipologias presentes no projecto. No piso 0 e 3 são propostas tipologias de 1, 2 e 3 quartos, que se vão relacionando através de uma exploração constante de diferentes formas de associação. Um destes casos é, por exemplo, a simetria das duas partes do bloco que têm um saguão, mas onde os tipos de fogo são distintos, dois fogos de três quartos a nascente e um fogo de três, dois de um quarto e um de dois quartos a poente, evidenciando assim uma sensibilidade atenta ao desenho e encaixe das várias tipologias de habitar. Bloco D O bloco D é o bloco mais a norte da proposta, no coração do quarteirão. Neste caso o edifício explora a área de maior cota do terreno, desenvolvendo-se em dois pisos, que apenas se tornam três, com um piso inferior no momento em que o edifício se desenvolve a sul, alinhando-se com a pendente do terreno. A exploração dos fogos é feita com um sentido horizontal e uma escala reduzida comparativamente ao bloco B. Neste bloco a distribuição é feita através do acesso directo no piso 0 e em galeria no primeiro piso. Mais uma vez está presente a procura em explorar as diferentes formas de acesso a casa, bem como no seu interior. A tipologia que mais se repete é a de três quartos, sendo abertas excepções nos remates do edifício, onde surgem as tipologias de dois e cinco quartos. Nas tipologias de três quartos do piso 0, a torção presente no encontro dos dois fogos para o espaço das águas representa bem o grau de exploração que este projecto procurou alcançar.
Quando pensamos em lições daquilo que foi projectado para o lugar, devemos procurar constantemente aquilo que pode ser material de projecto, enquanto elementos 101
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S. Victor
legenda 1 quarto 2 quartos 3 quartos 4 quartos distribuição
RECORTE 56: Alçados e plantas do Bloco D| Esquema da distribuição tipológica e distributiva (desenhos do autor) | (alçados e plantas in: in: (In)formar Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfoses; FAUP Publicações; Porto, 2001, p.244)
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Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S. Victor
com os quais se cria uma bagagem instrumental no momento de pensar estratégias para a área em estudo. No caso deste projecto, compreendendo que este tipo de solução não procura potenciar as ilhas ou a estrutura delas enquanto material, fazendo uma limpeza total da área existente é, ainda assim, um exemplo da exploração e riqueza que uma solução deste tipo pode ter. Para a zona onde este projecto se propõe parece não fazer sentido, hoje, enverdar por uma estratégia deste tipo. No entanto, a mesma poderá ser equacionada em áreas presentes na área de estudo onde o terreno vazio existe e pode capacitar-se de estratégias de habitação concentrada. Aquilo que se deve retirar é a procura por uma exploração que vai da escala de conjunto à escala da casa, evitando recorrer a soluções pré-estabelecidas e procurando encontrar novas soluções para o plurifamiliar.
103
in: L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978.
Recorte 58 Desenho da zona de Nossa Senhora das Dores
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor -SAAL - S. Victor
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Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - SAAL - S. Victor
SAAL - S. Victor Um projecto de arquitectura é um fio reverberante entre a natureza e a acção, estendido entre a mesa e o território, circulamos sobre ele como uma corrente alternada.2 2
GARCÍA-POSADA, Ángel Martínez in: La Palabra y el Dibujo. Lampreave. 2012. p.19
No projecto para a recuperação da zona de S. Victor (1974-1977), dentro do processo SAAL, Álvaro Siza propõe uma outra outra forma de trabalhar com o existente, com o real. Mesmo antes da criação do SAAL (Agosto de 1974) e da Brigada Técnica (Novembro de 1974) os habitantes iniciam um protesto que é consequência “da expropriação e destruição das ilhas para construir um parque de estacionamento [na zona de Nossa Senhora das Dores] e onde, como noutras áreas, foi o primeiro acto com o propósito de pôr 3 COSTA, Alexandre Alves. L’isole proletaria come elemenfora a população pobre para a renovação capitalista da parte central nuclear da cidade.”3 Este acontecimento dará aso para que surjam diferentes velocidades e posturas no projecto de intervenção nesta zona. Por um lado, nos terrenos livres da zona de Nossa Senhora das Dores, “propõe-se uma arquitectura com poucas referências, ao existente, ao qual se sobrepõe, conservando-o contudo, mesmo se em ruínas”4; por outro, nos dois quarteirões a Nascente da Praça da Alegria, estruturados pela rua de S. Victor como eixo principal, a atitude passa por potenciar o existente assentando, “no plano do desenho, na transformação de uso e significado dos espaços livres, no interior de cada zona como nos espaços de transição de zona para zona, aí onde, por vocação, viriam a surgir equipamentos não segregados, e ainda na recuperação da “ilha”, (tipologia escondida do centro urbano do Porto) por inversão de uso e de dignidade.”5 Mesmo tendo em conta a segregação implícita nas ilhas, em unidades de habitar mínimas e o repúdio dos habitantes perante essa condição “não significa necessariamente a recusa dos sistemas de adaptação e tudo aquilo que é positivo nessa vida comunitária.”6 “Juntava-se a necessidade de trabalhar por pequenas partes: não podendo realojar toda a população ao mesmo tempo, era preciso libertar casas para as famílias à espera de um alojamento novo. Não era apenas um problema de conservação dos edifícios existentes, mas também uma necessidade, devido às condições e às características da operação. Em alguns sítios, desde que se faz a reabilitação de uma zona, com vista a alojar pessoas de outra classe social, expulsa-se a população e destrói-se tudo; aqui, tratava-se de famílias que queriam ser realojadas no mesmo lugar. A manutenção da população no local onde são realizados os projectos é algo muito importante. É um processo mais lento, mas mais correcto.”7 7
to base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. p.84 4
SIZA, Álvaro. As cidades de Álvaro Siza. Figueirinhas. Lisboa, 2001. p.19
5
Op. cit., p.21
6 COSTA, Alexandre Alves. L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. p.87
SIZA, Álvaro in: MACHABERT, Dominique. Uma questão de medida. Caleidoscópio. Casal de Cambra, 2009. p.34
105
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor -SAAL - S. Victor
93.96
91.50 100.40
100.41
100.05
99.62
105.75
105.75
103.62
107.39
94.21
ESCOLA SUPERIOR
107.87 107.43
95.56
105.33
98.97
92.17
106.17
P.S.P.
103.49
94,06 .
103.06
107.71
100.86
100.81
111.30
95.61
93,55
99.95
100.56
99.86
95.48
94.22
98.19
96.29
96.67
105.18
96.74
91.30
97.72 97.35
99.24
92.60
Largo
91.39 91.96
101.60
100.05 106.62
88.50
96.78
98.77
98.66
96,83
110.79
RUA 89.12
97.09
109.59 96.31
100.49
102.99
99.83 100.36
98.89
DE
95.71
90.21
98.11 96.78
95.97
99.99 100.20
102.53
98.05
96.32
95.71 95,65 95.69
90.00 98.36
93.95
94.15
111.08
96.18 95.46
96.27 95.42
95.85
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99.46
104.61
96.42
100.57
95.91 100.58
97.67
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97.05
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103.06
103.19
88.71
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.
95.40
90.84
91.03
104.14
104.14 94.93
104.14
104.14
89.19
93.45
90.98 92.91
93.05
~ Camarao
93.03
103.16 97.91
93.32
99.35
RU A
do
90.40
96.22
88.96
96.53
100.59
94.73
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102.21
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95.41
96,74 95.54
.
95,08 . 95.02
96,72
BELAS ARTES
. 95,12
91.55
91.23
96.31 96,35
95.48
95.34
94.45
93.99
.
94,89
91.87
94.30 108.32
99.57
105.46
102.10
92.24
94.49
DE
103.26
101.13
105.45
106.17 100.91
95.54
94.89 97.93 102.17
92.25
C5
96.73 96.09
DAS
R 104.88 89.66
93.65
95.69
95.06
95.36 109.52
90.00 89.43
102.76
93.39 90.82 94.72
90.70
94.25
94.53 93.75
ESCOLA
FON
SECUNDARIA
93.42
86.37
RUA DOS
94.69
91.33
DE CARLOS CAL BRANDAO ~
OS
94.63
MANJERIC
93.20 94.70
91.71
93.65
89.08
88.47
85.30
87.91
95.72
85.50
91.77
101.01
99.22 103.26
S. DIONISIO
94.88 91.84 98.59
90.40
90.07
97.67
94.86 94.88
90.63
RUA
DA
96.52
88.41 88.68 88.48
96.57
96.32
91.98 91.54
90.26
98.22
91.06
89.49
92.10
DE
98.30
88.28
97.16
89.3890.30
RA
89.21
91.72
S. VITOR
93.95 94.37 90.77
94.58
84.95
AL DE
86.80
89.92 84.34
DA
83.22
79.02
80.01
85.93
84.08 85.97
77.46
DA
84.91
82.83 83.40
79.63
87.53 77.34 82.71
79.88
85.90 82.22
80.91
reira Ped
78.82
82.17
79.89
77.44
82.79
80.05
86.87
81.48
79.50 76.25
DAS
78.83
Viel
76.61
79,75
83.89
a
FONTAINHAS
87.38
TAIN FON
78.64 76.00
76.97
77.37
83.38
77.59
POSTO 83.51
74.68
HAS
82.72
80.69
RESIDENCIAL
79.97
89.41
85.63
79.67
79.23
79.77
LAR
da
82.78 77.89
79.00
DE
88.12
81.09
79.61
A PR ,AC
84.51 81.19 74.44
83.37
79.25
81.10
74.66
71.83
73.93
73.94
EG RI A
74.18 73.73
74.08
74.32
79.03
73.80
75.89
74.39
C.J.
73.78
69.76
69.61
73.60 74.33
70.09
84.42
88.52
76.43 78.85
78.40
69.32
69.99
69.88
74.11
80.26
86.91
69.41
70.05
73.37
74.87
74.14
planta 3: planta actual, com indicação da parte construída pela operação [desenho do autor]
QUADRO 1 - três momentos na zona de Nossa Senhora das Dores
ionalVersion
Recorte 60 Desenho das casas assinaladas A1
76.54
73.24 76.09 72.73
76.21 66.57
70.45
84.35
PR
73.66
77.08
AC , A
76.10
76.58
78.66
75.05
85.46 70.65
69.90
106
79.26
78.12 78.37
81.88
72.80
69.03
75.78
86.20
88.13
75.91 73.87
73.87
69.54 68.98
78.22
71.34
72.12
69.31 78.22
DA
71.17 78.22
Recorte 60a Plantas e Alçados da zona A1
83.59
85.45 86.20
69.74
79.86
76.18
78.68
85.45
AL
74.11
73.64
D
83.59
75.83
78.92
73.01
84.06
73.89
78.75
70.69
planta 2: áreas a construir, a reconstruir e não incluídas na operação. indicação das diferentes tipologias: a, b, c e d [Lotus 18, p.83]
84.88
77.69 87.36 79.16
71.98
86.31
planta 1: Propriedade das áreas e indicação de expropriação [Lotus 18, p.83]
78.35
79.62
83.37
SAUDE 73.50
79.33
86.73
ALEGRIA
85.18 82.88
R
82.79 87.51
72.37
ESCOLA
83.08
86.07
PRAÇA
79.61
86.11
85.76
90.24
87.51
74.16
98.04
86.09
92.80 91.89
86.06 83.47
81.74
74.77
87.03
93.62
RUA
92.80
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87.51
99.81
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87.98
80.74
83.86 85.61
85.61
93.93
92.64
90.82
R
R 89.00 77.21
88.12
ESCOLA 86.88
S. 92.03
87.44 86.91
DAS
C2
87.94
88.26
94.40
93.86
90.91
97.70
93.95
87.85
82.11
87.80
93.68
91.11
95.16
89.12 88.14
88.89
88.11
90.69
89.67
DORES
RUA
R 85.77
88.09
110.02
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DAS
89.14
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95.04
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88.94
R
85.13
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99.19
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R 87.13
DA Sta CASA DA MISERICORDIA 86.12
91.75
98.04 90,90 96.49
99.09
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HOSPITAL
89.46
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DE
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84.46
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89.81
SENHO
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99.44
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DIONISIO
99.44
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MOR
DA
92.88
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107.04 110.02
RUA
90.43
99.47
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A.
93.21
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C.J.
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B9
94.53
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B7
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RUA
B6
93.66
97.54
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D3
95.22
94.59
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88.30
90.63 87.51
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A4
104.88
VI TO
C.J.
88.41
83.80
A1 C5
S.
90.49
89.11
74.89
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - SAAL - S. Victor
Área de Nossa Senhora das Dores No quadro 1 é assinalada a primeira fase da intervenção, circunscrita à zona de Nossa Senhora das Dores. Na planta 1 desse mesmo quadro são indicadas as áreas expropriadas às populações para a construção de um parque de estacionamento; na planta 2 as áreas a construir e os diferentes tipos de trabalho (organizados e indicados pelas letras A,B,C e D); por último, na planta 3, é-nos apresentado aquilo que restou da intervenção - apenas uma pequena parte construída. A intervenção, como referido anteriormente, dividia-se em quatro tipos de abordagem distintas: A) em zonas livres dentro dos quarteirões; B) em zonas limítrofes não construídas anteriormente; C) reconstrução, explorando as fundações e paredes dos edifícios parcialmente destruídos à volta dos quarteirões e D) a recuperação e a adaptação dos edifícios limítrofes desabitados. A zona de Nossa Senhora das Dores foi a primeira zona a ser construída, ainda que parcialmente, pois se tratavam de terrenos já expropriados, facilitando assim a progressão dos trabalhos. Na primeira parte construída parcialmente do projecto, identificada como A1, opta-se pela organização das casas em banda, tipologia única, de dois pisos e com 3,5m por 10m de comprimento. No piso térreo explora-se a relação com o exterior, quer do lado da zona de estar, quer do lado oposto, em que os planos da parede do piso térreo avançam, terminando depois do plano da fachada, rematando num pequeno muro/banco. Este espaço exterior, plano aberto de transição do interior/exterior da casa, torna-se mais claro com as aberturas – os vãos ocupam a fachada do piso térreo, interrompidos apenas pela separação de um plano perpendicular à fachada que separa a zona de entrada. A abertura dos vãos (e respectiva leveza dos caixilhos - leveza construtiva, cuja caixilharia simples em pinho viria ser substituída com o passar dos anos por outra cuja resposta fosse termicamente mais confortável, levando ao encerramento de parte dos vãos, transformados em janelas) procura pôr em evidência uma certa atmosfera da ilha, onde os moradores vivem de uma forma intensa para o seu corredor, usando-o como extensão da casa. A nova fila de casas construídas deveria dialogar com a memória, com a ruína daquilo que fora outrora, evocando a identidade construída do local mas também potenciando esses mesmos elementos enquanto proteção e filtro perante as aberturas para o exterior do piso térreo. No entanto, a conservação desses muros foi problemática, pois a “população via essa destruição com prazer: tive problemas para conservar os muros, as ruínas, etc”7. A demolição desses muros acabou por ser levada a cabo, com o consequente re-desenho de
7 SIZA, Álvaro in: MACHABERT, Dominique. Uma questão de medida. Caleidoscópio. Casal de Cambra, 2009. p. 34
107
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor -SAAL - S. Victor
Recorte 61 Desenho da intervenção /passagem (B9)
Recorte 62 Desenho de intervenção / passagem (B7)
Recorte 64 Desenho do interior da intervenção. Plantas e corte das intervenções do tipo C2 108
Recorte 63 Alçado, e plantas piso 0 e 1 das intervenções do tipo D3
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - SAAL - S. Victor
toda aquela área, pondo em destaque aquilo que deveria ser visto entre muros, atrás-de, agora fragmento sobre um plinto. As intervenções do tipo B são pontuais, charneira nesse território em mutação. No conjunto de propostas deste tipo estão associados momentos de tensão no território: torções, aberturas, fendas, que dialogam com a abertura de novos percursos, rótulas na estrutura urbana. Trata-se de “ligar coisas desiguais (...) porque a cidade actual é na realidade um conjunto de fragmentos muito diversos, não é forçosamente contínua mas sim bastante mais complexa.”8 Nas intervenções do tipo C, a lógica passa pela reconstrução e exploração de fundações e paredes dos edifícios parcialmente destruídos. Na zona identificada por C2, parcialmente construída, a tipologia explora uma zona de estar comum em pé-direito duplo com a zona do dormir a meio piso e uma plataforma/varanda em mezzanine sobre o espaço comum. Assumindo uma leitura entre linhas, possivelmente arriscada e literal, uma contaminação que poderíamos destacar - o espaço de dormir debruçando-se sobre a zona comum, uma possível contaminação da organização do módulo de habitar da Unité de Le Corbusier. Essa contaminação, essa referência a marca de água que se adapta à circunstância, às paredes da pré-existência que constrangem a intervenção proposta. Também aqui se compreende a lógica de intervenção na zona, potenciando o poder do lugar, pondo em evidência as suas qualidades.
8
SIZA, Álvaro in: MACHABERT, Dominique. Uma questão de medida. Caleidoscópio. Casal de Cambra, 2009. p. 31
Sobre a intervenção do tipo D, a proposta passa pela recuperação e adaptação dos edifícios limítrofes desabitados. Neste caso, comparativamente às estratégias do tipo C, a exploração e organização espaciais circunscrevem-se a uma re-organização do interior dos edifícios, tirando partido da pendente do terreno, pois o piso da entrada abre-se para a Rua das Fontaínhas, com dois acessos autónomos – um acesso para a caixa de escadas para o espaço de habitar no piso superior e um outro acesso para um compartimento autónomo, relacionando-se com a rua; no piso superior, vencida a diferença de cota, o espaço de habitar abre-se para as duas frentes, potenciando a exploração longitudinal do edifício existente. No piso superior a zona de acessos e águas é colocada no núcleo central do módulo de habitar, libertando o uso das duas frentes para os espaços de estar/comer/dormir.
109
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor -SAAL - S. Victor
c)
a)
b)
d) Recorte 65 a)Planta zona intervenção - manchas a negro; b) desenhos da proposta;c) Planta ilha existente; d) Planta e corte da proposta.
110
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - SAAL - S. Victor
Área de S. Victor À segunda fase de intervenção designamos por São Victor, devendo ser compreendia a zona poente do território de intervenção e os dois quarteirões que têm a Rua de S. Vítor como eixo estruturante, cujo detalhe do projecto se encontra numa fase menos completa. Alexandre Alves Costa, no número 18 da Revista Lotus, refere que “no presente, as possibilidades de aumentar a área de superfície adicionando células ou inserindo um segundo piso, sempre trabalhando com as dimensões standard existentes, está a ser estudado. A possibilidade de comunicação entre as várias ilhas através de passagens internas atravessando os logradouros está sob exame, tomando a ilha como um elemento possível no desenvolvimento da cidade.”9 Esta postura projectual perante o existente e, neste caso as ilhas, permite lançar novas luzes perante a intervenção e reprojectação da área em estudo. Nos desenhos referentes à intervenção nas ilhas podemos identificar uma atitude, cujos desenhos comparativo indicando a situação existente e consequente proposta de reconstrução nos mostram, que passa por manter a estrutura e o corredor central de acesso, baixando a densidade das ilhas de uma forma acentuada. Os módulos são aglutinados na lógica de 2>1, tirando partido de um segundo piso, com acesso simultâneo por uma galeria. Com esta estratégia, procura-se responder a dois problemas que ainda hoje estão presentes nesse território: a elevada densidade e as áreas mínimas das unidades de habitar. Nesses mesmos desenhos da zona em estudo, atenta-se para a alteração do remate do corredor da ilha, anteriormente um muro transformado em abertura, ligação para o miolo do quarteirão, dialogando com as outras ilhas. Essa atitude é lida na mancha a negro indicando os percursos no interior do quarteirão onde se pode também ver o desaparecimento de alguns módulos A mancha a negro presente nestes desenhos (Recorte 9a.) expõe a lógica de intervenção nos quarteirões, que procura explorar o interior dos mesmos, o logradouro, o espaço intermediário do corredor da ilha, intersectando os vários corredores, com a criação de aberturas, ligações, percursos – a mesma postura que está presente na primeira fase (Nossa Senhora das Dores). Mas esta atitude não é regra cega a aplicar sobre o território, como Álvaro Siza declara: “No entanto, não utilizo essa ideia de tornar acessíveis os logradouros colectivos como um princípio. Isso parece-me bastante simplista, demasiado linear. Na cidade, são necessários lugares quase protegidos, outros semipúblicos, outros de frequência massiva, etc., como numa casa. A forma e a utilização dos logradouros diferem muito consoante as cidades; é preciso reconhecê-las e levá-las em consideração no projecto.”10 Na procura e descoberta daquilo que os desenhos nos dizem, para encontrar respostas que se desvelam pelo traço desenhado, podemos encontrar outras propostas no con-
COSTA, Alexandre Alves. L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. p.87
9
SIZA, Álvaro in: MACHABERT, Dominique. Uma questão de medida. Caleidoscópio. Casal de Cambra, 2009. p.73 10
111
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor -SAAL - S. Victor
Recorte 66 Esquisso zona de intervenção entre a Rua de S.Victor e a Praça da Alegria 112
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor - SAAL - S. Victor
junto da intervenção. No quarteirão a Sul de S. Victor, o desenho vôo-de-pássaro mostra novas construções que abrem um novo eixo de ligação entre a Rua de S. Victor e a Praça da Alegria (Recorte 66). Não há uma explicação desenhada ao detalhe que nos permite compreender a resposta a todos os problemas que esta solução apresenta. Aqui, voo rasante sobre o território que há de vir, enquanto futuro que importa desenhar, conjunto de intenções a indicar, estratégia última do projecto-utopia. Esse projecto-utopia, enquanto linha que incide sobre o território, com dois lados na mesma aresta: por um lado uma intervenção que se debruça sobre o real, potenciando-o mas não se fazendo desaparecer nele; por outro um projecto-ideal, representação ideal de uma futura metamorfose. A futura metamorfose desse território confronta-se com o real, que evidencia os problemas consequentes dessa transformação do território. No artigo da Revista Lotus, são apontadas algumas conclusões da primeira fase (Nossa Senhora das Dores),onde os problemas que surgem da falta de “exploração das unidades existentes e terraços: a) razões de custo (mais alto na zona de S. Víctor por causa da pendente muito acentuada até ao rio; b) por razões de tempo de construção (a disponibilidade de terreno é da responsabilidade da Câmara e existindo longos procedimentos burocráticos que atrasam os trabalhos, sendo importante manter separados da possibilidade imediata de construção; c) o facto de que as unidades de construção e as unidades de estrutura urbana não são as mesmas torna a resistência dos habitantes maior. O processo de expropriação não foi rápido e sistemático o suficiente para libertar a programação dos problemas de divisão da propriedade.”11 Alexandre Alves Costa indica aqui um dos maiores problemas ao pensar numa intervenção nesse território. Não só pela natureza da própria intervenção, que propõe um conjunto de intersecções no interior dos quarteirões, mas também pela estrutura do território da pequena parcela com proprietários privados, colocando o problema da propriedade e a expropriação como método para que o projecto possa avançar. Álvaro Siza refere este problema, dentro do mesmo sentido: “Eu afirmei que no Porto o movimento englobava toda a cidade, e colocava o problema da propriedade do solo no centro da cidade, da reabilitação de zonas com grande valor potencial. Expropriar para relalojar os actuais habitantes colocava em causa todo o movimento.”12 Neste sentido refere que este problema foi um dos principais entraves e responsável pela interrupção do programa.
11 COSTA, Alexandre Alves. L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. p.87
12 SIZA, Álvaro in: MACHABERT, Dominique. Uma questão de medida. Caleidoscópio. Casal de Cambra, 2009. p.39
113
Porto, área de S. Victor - iniciativas entre propostas e realização - S. Victor -SAAL - S. Victor
No projecto de Álvaro Siza, há um trabalho com o real, com a construção da memória, presente nos muros que ficam das ruínas do existente, quando o mesmo fora implacavelmente destruído. Um trabalho de pormenor, de elementos charneira em pontos de ligação do quarteirão, desenhando percursos, desenhando cidade. Em todo o projecto se sente um pender entre uma intervenção cirúrgica e o grande gesto utópico. Todo o projecto se faz entre estes dois pontos: se, por um lado, em algumas propostas de intervenção se procura trabalhar o lote, a pré-existência, potenciado o que existe, por outro há o grande plano, o desenho do anjo que voa ao lado de Deus para a realidade idealizada, que ignora a dificuldade do confronto com o real.
«Álvaro Siza trabalha na intersecção de ideias, culturas, objectos, formas, representação. Tece uma teia de ideias. Crê na metamorfose como processo e como criação, uma metamorfose tão local e terrena que é universal.”25 25
LEYVA, Juan Luis Trillo; GARCÍA-POSADA, Ángel Martínez. La Palabra y el Dibujo. Lampreave. 2012. p.63
Aquilo que podemos retirar das suas estratégias e propostas deste projecto, passa por compreender que, no momento de uma reprojectação desta zona da cidade, onde os problemas de propriedade ainda são ponto fulcral - ainda mais complexos, pois neste momento muitas propriedades pertencem a instituições bancárias, ou herdeiros em parte incerta - passa por pensar a estratégia de pormenor, que intervém em pontos-chave desse território e numa exploração das estruturas existentes, dos seus percursos, partindo do que existe enquanto material primeiro para a metamorfose do lugar.
114
Porto, รกrea de S. Victor - realidade | desenho 1
Porto, รกrea de S. Victor realidade | desenho 1
115
Porto, รกrea de S. Victor - realidade | desenho 1 - Ilhas
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 1 - Ilhas
ilhas
No plano “Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 1”, a investigação incide sobre uma forma específica de habitação no Porto, as ilhas. No caso da área de estudo S. Victor esta forma situa-se nos dois quarteirões que têm a rua de S. Victor como eixo estruturante. Ao procurarmos retirar lições a partir das ilhas da área de S. Victor, não pomos de lado a consciência de que cada célula da ilha, na grande maioria dos casos nesta área, não tem condições mínimas de habitabilidade. Ao longo dos anos, vários moradores procuraram, dentro do seu constrangimento económico, melhorar essas condições, através de processos de aumento de pisos, de incorporação de cozinhas e zonas de banho no interior das casas, da aglutinação de dois módulos, etc. Além dos módulos-células da ilha, o corredor torna-se o espaço de partilha, muitas vezes exígua, entre os moradores. Através do engenho ou instinto procuram potenciar esse espaço. Como tal, ao encararmos estas estruturas, conscientes dos seus problemas, não se procura validar as mesmas de uma forma acrítica. Estas estruturas existem em grande extensão nesta área e é preciso “olhar de frente” para as mesmas. Aquilo que se procura é compreender as suas qualidades e os seus problemas, as lógicas na sua estrutura e tipologia que possam ser pensadas no momento de uma transformação do lugar.
Após o processo de reconhecimento do área, foram contabilizadas 27 ilhas. Dessas 27 ilhas, foram objecto de análise 26, uma vez que não foi possível, durante o processo de levantamento das mesmas, aceder a uma ilha situada na Praça da Alegria. Das 26 ilhas que foram analisadas contam-se duas, identificadas por “Q” e “4”, que estão desabitadas, estando as restantes ocupadas por um número maior ou menor de moradores consoante cada caso específico. O processo de nomeação das ilhas no âmbito desta investigação foi realizado para que o reconhecimento das mesmas fosse facilitado, tendo sido nomeadas por letras no quarteirão norte e números no quarteirão sul. Como apontado no momento “notas sobre a leitura do lugar”, esta nomeação procura ser um processo facilitador para o estudo do lugar e não traz consigo nenhum outro tipo de significado ou hierarquização.
117
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 1 - Ilhas
leituras - projecto
Neste ponto procuramos fazer um conjunto de leituras para, a partir das mesmas, retirar as qualidades e os problemas que as ilhas na área de estudo S. Victor apresentam. Estas leituras organizam-se em quatro planos que se intersectam. A comunicação destes quatro planos faz-se através da descrição escrita, desenhos de alçado, axonometria, planta e corte e esquemas: 1) descrição da estrutura e organização tipológicas das ilhas: descrição que se complementa com os esquemas de estrutura e organização tipológica; 2) mapa de identificação: axonometria, planta, corte, alçado e indicação das áreas do lote e área construída, as casas ocupadas e a área média por casa; 3) esquemas da estrutura das ilhas: diagramas de leitura da relação com a rua e os dispositivos de passagem, do espaço de transição entre a rua e o corredor da ilha, da estrutura do corredor e de como se desenvolve em secção; 4) esquemas da organização tipológica dos módulos-célula: diagramas de leitura dos processos de ocupação do pátio; da densificação construída em altura e da expansão da célula para o corredor da ilha. A nomeação das ilhas é feita agora em dois níveis distintos. Além das letras ou números que são resultado do processo pessoal de investigação, são acrescentados dois níveis de informação: 1) a rua e o número de polícia; 2) nomeação feita a partir das leituras-projecto que procura apontar o tipo de intervenção ou problema que deverá ser equacionado enquanto tema a abordar no momento de pensar uma intervenção nesta estrutura. O termo “leituras-projecto” é utilizado porque a partir das leituras das ilhas, procuramos lançar algumas hipóteses de projecto que possam ser equacionadas no momento de intervir no lugar.
118
88,845
Praça da Alegria (Norte)
Rua de S. Victor (Norte)
Ilha Q | R. Joaquim António Aguiar, nº10 | estrutura desabitada
01
10 5 01
M
N 5 01
89,900
5
88,409
01
01
01
5
- momentos de expansão da casa, pequenas plataformas com aproximadamente 60cm.
84,820
10 5
10
01
83,758
10
10
89,511
roupa.
L
desvio em relação ao corredor central da ilha; - corredor central distribui para as casas;
88,723
- processo de adição de um piso às casas; - expansão da casa para o corredor da ilha, com uma zona de lavagem de
89,580
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta; - passagem faz-se por corredor coberto, no extremo sul do lote, criando
87,861
5
20
K
Ilha P | Praça da Alegria, nº53 | acção de reparação
10
20
J
20
20
- ilha desabitada, encontrando-se à venda; - corredor central distribui para as casas.
GSEducationalVersion
88,637
- ilha desabitada sem possibilidade de acesso; - casas em ruinas. 20
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta gradeada, possibilitando o contacto visual com o interior; - passagem faz-se por um corredor;
5
88,500
10
Q
organização tipológica
20
estrutura e organização das ilhas
P
20
leituras - projecto
87,798
88,845
primeira metade do século XX; - zonas de águas, retrete e chuveiro no exterior de uma das casas;
0
- expansão da casa para zonas de arrumos em módulos exteriores às casas.
20 10 5
10
01
01
01
88,900
M
20
N
20 10
88,800
89,900
84,820
5 01
5
10
- casas com graves problemas estruturais; - retretes no exterior das casas. 5
01
84,197
85,070
20 20
5
88,500
10
O 10 5 01
N
20
P
O
P
87,658 88,900
M 0
GSEducationalVersion
87,861
88,409
88,845
Q
89,580
87,798
88,994
86,700
20
J
20
89,800
87,032
90,700
85,000
83,337
83,000
20
Ilha N, Rua de S. Victor, nº184 área lote: 165 m2 área construída: 54 m2 casas ocupadas: 0/2 área média por casa: 17 m2
N
M
120
88,500
119
Ilha O, Praça da Alegria, nº57 área lote: 498 m2 área construída: 537 m2 (1 piso - 395 m2) casas ocupadas: 8/8 área média por casa: 42 m2
10
- processo de expansão da casa para módulos de arrumação no corredor da ilha.
Ilha P, Praça da Alegria, nº53 área lote: 469 m2 área construída: 401 m2 casas ocupadas: 13/13 área média por casa: 15 m2 (1 piso) | 30 m2 (2 pisos) 5
- corredor lateral poente, rematado pela entrada para o pátio de uma casa
Ilha Q | R. Joaquim António Aguiar, nº10 área lote: 498 m2 área construída: casas ocupadas: 0 área média por casa: 42 m2
O
01
- processo de expansão das casas através da ocupação dos pátios para a instalação de cozinha e casa de banho; - processo de expansão das casas através do aumento de um piso;
P
20
Q
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: portão metálico; - passagem exterior com escadas que vencem a diferença de cota entre a entrada e o corredor da ilha; da ilha.
N
- processo de expansão das casas através da ocupação dos pátios para a instalação de cozinha e casa de banho; - processo de expansão das casas através do aumento de um piso.
Ilha J | Rua de S. Victor, nº164 | acção de reparação
84,820
- inquilinos compraram as casas ao anterior proprietário, tendo feito as alterações às mesmas nos anos posteriores;
N
- passagem faz-se por corredor coberto, cujas escadas vencem diferença de cota; - corredor lateral poente, com pequenos espaços exteriores das casas delimitados por pequenos muros, criando uma segunda separação entre corredor e entrada da casa.
10
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta;
5
84,551
01
84,617
01
01
Ilha K | Rua de S. Victor, nº166 | acção de reparação
01
10 5
83,758
88,723
10
93,500
L
20
86,993
20
K
89,511
86,563
J
20
10
87,658
- ilha em avançado estado de degradação;
88,409
5
20
01
10
- corredor lateral nascente para acesso às casas.
5
88,500
10 5
5
Ilha L | Rua de S. Victor, nº172 | acção de demolição, reconstrução
a diferença de cota entre a entrada e o corredor da ilha;
O
Q
86,700
01
ilha.
no lote construído ao qual se acede pela Rua Duque de Palmela.
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta; - passagem faz-se por corredor coberto, terminando nas escadas que vencem
O
ilha à face da rua; - corredor central desenvolve-se vencendo uma ligeira pendente, rematando
- processo de expansão das casas através da ocupação de pátios, com a criação de duas partes distintas no mesmo: um espaço interior para zona de águas/cozinha e um expaço exterior coberto com acesso pelo corredor da
88,900
- duas casas ocupadas enquanto pequenas oficinas; - as estruturas restantes do lote encontram-se em ruinas.
Ilha M | Rua de S. Victor, nº182 | acção de reparação - dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta gradeada; - não existe nenhuma passagem coberta entre exterior e interior da ilha –
P
20
10
20
0
Ilha N | Rua de S. Victor, nº184 | vereda – abertura de passagem - dispositivo de separação entre o exterior e interior: portão metálico; - corredor lateral para acesso a duas casas; - estrutura aproxima-se a uma vereda.
10
87,658
87,032
89,800
87,700
- pátios, resultado do processo de higienização das ilhas levado a cabo na
88,800
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta; - passagem faz-se por corredor coberto; - corredor central distribui para as casas dos dois lados do mesmo.
90,700
90,000
85,000
Ilha O | Praça da Alegria, nº57 | acção de reparação; acção de reconstrução – abertura de passagem
Estrutura e organização das ilhas - esquemas
ESPAÇO INTEMEDIÁRIO corredor da ilha estrutura esquema de secção
esquema planta
ESPAÇO DE TRANSIÇÃO a passagem entre a rua e o espácio intermediário
DISPOSITIVOS DE SEPARAÇÃO elemento que separa o interior do exterior da ilha RUA
120b
PRAÇA DA ALEGRIA
Ilha O
ILHAS 11
1 0
1
1 00
1 0
1 0
0
Ilha P
Ilha Q
Ilha N
Ilha M 11
1
1 0
RUA DE S. VICTOR
0
0
1
1 00
1 0
Ilha L
1 0
0
1 0
0
Ilha K
Ilha J
Organização tipológica
processos de ocupação do pátio
processos de densificação em altura
GSEducationalVersion
processo de expansão do espaço do habitar
GSEducationalVersion
ILHAS
Ilha O
Ilha P
Ilha Q
Ilha N
Ilha M
Ilha L
Ilha K
Ilha J
GSEducationalVersion
onalVersion
GSEducationalVersion GSEducationalVersion
PRAÇA DA ALEGRIA
RUA DE S. VICTOR
121b
GSEducationalVersion GSEducationalVersion
GSEducationalVersion
GSEducationalVersion
10
M
20
P
20
88,845
5
10
L
90,700
87,658 87,032
86,700
01 86,563
88,900
86,563
5
88,900
10
O
20
86,700
87,658
86,563
86,700
93,500
93,500
85,070
88,800
5
82,124
84,197
84,197
01
5
01
90,000
01
84,911
85,070
90,000
85,990
87,700
89,800
86,993
86,993
87,032
85,000
01 84,617
88,404
84,551
122
89,580
88,994
83,337
88,994
GSEducationalVersion
87,861
84,617
K
83,000
83,337
83,000
89,580
J
121
20
Ilha J, Rua de S. Victor, nº164 área lote: 545 m2 área construída: 610 m2 (1 piso - 415m2) casas ocupadas: 9/10 área média por casa: 37 m2 (1 piso) | 74 m2 (2 pisos)
10
Ilha K, Rua de S. Victor, nº166 área lote: 524 m2 área construída: 788 m2 (1 piso - 391m2) casas ocupadas: 9/10 área média por casa: 30 m2 (1 piso) | 60 m2 (2 pisos)
I
J
20
Ilha L, Rua de S. Victor, nº172 área lote: 541 m2 área construída: 498 m2 (1 piso - 406m2) casas ocupadas: 3/12 área média por casa: 25 m2
K
J
20
L
88,637
K
20
Ilha M, Rua de S. Victor, nº182 área lote: 724 m2 área construída: 676 m2 (1 piso - 624m2) casas ocupadas: 15/19 área média por casa: 32 m2
10
L
88,723
84,551
10
83,758
M
5
5
10
L
M
89,511
5 01 85,000
87,798
90,700
89,800
87,798
87,032
88,409
87,700
85,990
90,000
89,800
L 10
5 01
85,000
5 01
84,820
20
01 10
83,758
88,723
10 5 01
01
10
84,820
84,911
87,700
01
90,000
85,070
90,000
01
5
82,124
01
5
5
5
K
20 83,758
01
89,511
89,511
20
01
J 10 5
N
20
5
88,637
M
10
10
20
10
88,723
I
88,637
20
20
K
20
I
J
88,500
20
20 10 5
10
84,617
84,197
93,500
10
86,993
90,700
83,000
83,337
01
88,404
88,994
0
20
10
01
10
10
5
86,093
86,425
H
G
20
10
G
86,093
5 01
5
83,000
84,000
81,200
91,400
87,000
01
5 01
83,000
casas a nascente; - processo de expansão das casas a nascente dos pátios para a instalação de cozinha e casa de banho; - casas das galerias de um piso. 81,000
01
80,185
81,000
80,185
10
10
- casas agrupadas em dois grupos distintos: as casas da galeria e uma fila de 86,563
5
E 83,500
83,500
A
20
Ilha G | Rua de S. Victor, nº104 | acção de reparação e baixar densidade - dispositivo de separação entre o exterior e interior: sem elemento físico de separação; - passagem por corredor coberto e escadas que vencem diferença de cota da entrada para o corredor da ilha; - corredor central dá acesso ao piso térreo da galeria a nascente e a casas a poente; - escadas de acesso ao piso superior da galeria, corredor da galeria – 1,10m.
0 85,990
93,500
- corredor central dá acesso ao piso térreo da galeria; - escadas de acesso ao piso superior da galeria, corredor da galeria – 1,10m.
79,708
10 5
de banho no corredor da ilha; - processo de expansão da casa para uso enquanto espaço de estar. 87,000
01
85,070
- passagem por corredor coberto e escadas que vencem diferença de cota da entrada para o corredor da ilha;
- processo de expansão das casas com a criação de zonas de arrumos e casas
90,000
84,197
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: sem elemento físico de separação
01
74,982
5
Ilha H | Rua de S. Victor, nº112 | - acção de reparação e baixar densidade
01
5
84,617
com dois pisos.
20
20 10 5
10
83,618
10
83,000
83,337
- processo de expansão das casas através da ocupação dos pátios para a instalação de cozinha e casa de banho; - filas de casas de um piso com excepção para situada no final do corredor, 84,701
E
D
20 88,994
o corredor da ilha; - corredor lateral nascente para acesso das casas.
88,404
Ilha I | Rua de S. Victor, nº158 | acção de reparação
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: portão; - passagem coberta e escadas que vencem diferença de cota da entrada para 84,701
organização tipológica
20
estrutura e organização das ilhas
01
77,500
F
F
20
leituras - projecto
20
Rua de S. Victor (Norte)
- processo de expansão das casas a nascente dos pátios para a instalação de cozinha e casa de banho; - processo de expansão da casa através do aumento de um piso, em alguns casos; 78,900
87,032
79,167
77,022
01
H
I
J
20
20
20
123 124
Ilha I, Rua de S. Victor, nº158 área lote: 497 m2 área construída: 622 m2 (1 piso - 402m2) casas ocupadas: 7/10 área média por casa: 32 m2 (1 piso) | 64 m2 (2 pisos)
H Ilha H, Rua de S. Victor, nº112 área lote: 682 m2 área construída: 1034 m2 (1 piso - 444m2) casas ocupadas: 4/16 área média por casa: 26 m2 (1 piso) | +11 m2 (com extensão casa)
77,488
75,604
K
I
G
I
10
88,637
10
88,723
- zona central da ilha como pequeno largo; - pequenas construções no percurso do corredor, extensão das casas.
GSEducationalVersion
76,100
76,100
5
10
ve no miolo do quarteirão;
- processo de expansão da casa através do aumento de um piso, em alguns casos; - processo de expansão das casas com a criação de zonas de arrumos. 5
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta; - corredor dá acesso a um percurso que percorre toda a ilha que se desenvol-
82,124
5
74,000
01
01
Ilha D | Rua de S. Victor, nº68 | acção de reparação e potenciar espaço intermediário comum
78,454
75,950
77,022
- processo de aglutinação de casas, do tipo 2>1.
84,911
74,600
cozinha e casa de banho; - processo de expansão da casa através do aumento de um piso, em alguns casos; 90,000
- pequena área de expansão das casas para o corredor da ilha, marcado por desnível no pavimento.
- processo de expansão das casas a nascente dos pátios para a instalação de 87,700
89,800
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta; - passagem faz-se por corredor coberto; - corredor central dá acesso às casas, vencendo pendente através de escadas;
81,000
Ilha E | Rua de S. Victor, nº76 | acção de reparação e baixar densidade
77,488
78,800
- processo de aglutinação de casas, do tipo 2>1.
78,900
77,983
77,983
diferença de cota, rematando no logradouro do lote contíguo.
79,822
77,350
79,822
Ilha F | Rua de S. Victor, nº90 | acção de reparação
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta; - passagem faz-se por corredor coberto; - corredor central dá acesso às casas, com pendente que vai vencendo a
G
Ilha G, Rua de S. Victor, nº104 área lote: 700 m2 área construída: 717 m2 (1 piso - 532m2) casas ocupadas: 4/20 área média por casa: 20 m2 (poente) 29 m2 (nascente)
Estrutura e organização das ilhas
ESPAÇO INTEMEDIÁRIO corredor da ilha estrutura esquema de secção
1
1 0
esquema planta
1
1
0
1
1
0
0
0
0
0
0
0 0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0 0
0
0
0
0 0
0
0 0
0
0
0
0
ESPAÇO DE TRANSIÇÃO a passagem entre a rua e o espácio intermediário
DISPOSITIVOS DE SEPARAÇÃO elemento que separa o interior do exterior da ilha RUA
124b
ILHAS
RUA DE S. VICTOR
Ilha I
Ilha H
Ilha G
1
1
0
0
Ilha F
Ilha E
Ilha D
1
Organização tipológica
galeria
processos de ocupação do pátio
processos de densificação em altura
processo de expansão do espaço do habitar
GSEducationalVersion
ILHAS
Ilha I
Ilha H
Ilha G
Ilha F
Ilha D
Ilha E
GSEducationalVersion
GSEducationalVersion
n
GSEducationalVersion GSEducationalVersion
ationalVersion
GSEducationalVersion
RUA DE S. VICTOR GSEducationalVersion
125b
20
H 10
01
5 01 91,400
01
84,000
83,000
83,000
84,000
81,200
81,200
87,000
83,500
91,400
87,000
10
81,000 80,185
10 81,000
5
77,983
Ilha F, Rua de S. Victor, nº90 área lote: 457 m2 área construída: 483 m2 (1 piso - 385m2) casas ocupadas: 11/12 área média por casa: 36 m2
E Ilha E, Rua de S. Victor, nº76 área lote: 722 m2 área construída: 985 m2 (1 piso - 618m2) casas ocupadas: 15/17 área média por casa: 25 m2 (1 piso) | 45m2 (2 pisos)
77,022
D Ilha D, Rua de S. Victor, nº68 área lote: 607 m2 área construída: 985 m2 (1 piso - 618m2) casas ocupadas: 13/14 área média por casa: 27 m2 (1 piso) | 44m2 (2 pisos)
125
126
77,488
78,454
GSEducationalVersion
F
76,100
78,454
77,488
75,604
GSEducationalVersion
F
E
D
75,604
76,100
74,000
77,022
75,950
74,600
75,950
79,167
79,167
81,000
81,000
78,900
78,900
78,800
77,983
77,350
79,822
77,350
79,822
01
80,185
20
10 86,425
5
01 01
01 01
0
79,708
A
20
83,500
10
5
G
20 10
10
86,093
5
01
01
5
5
5
10
5
10 10 5
74,982
5 01
E H 84,701
86,425
10
83,618
86,093
10
E
G
20
D
20 20 84,701
5 01
20
20
F
20
77,500
F
F
20
D
10
20 10
83,618
0
77,500
Rua de S. Víctor (Sul)
leituras - projecto
83,618
organização tipológica
B
20
estrutura e organização das ilhas
81,828
10
66,980
- acesso ao piso da galeria feito por duas escadas em cada extremidade da ilha.
74,982
66,485
65,983
Ilha B | Rua de S. Victor, nº62 | acção de reparação - dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta; - processo de expansão das casas com a criação de zonas de arrumos. - corredor poente de acesso as casas;
5
Ilha A | Rua de S. Victor, nº48 | acção de reparação
A
20
01
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: sem elemento físico de - processo de expansão das casas através da ocupação dos pátios para a instalaseparação; ção de cozinha e casa de banho; - corredor central distribui para as casas ; - processo de aglutinação de casas, do tipo 2>1, em dois casos. - remate do corredor no muro de suporte do lote contíguo.
5
73,500
10
71,170
01
81,480
74,735
78,875
70,776
10
0
73,761
0
10
75,000
77,500
78,804
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: portão; - processo de expansão das casas através da ocupação dos pátios para a instala- passagem para o interior da ilha através de escadas que vencem a diferença de ção de cozinha e casa de banho. cota entre entrada e corredor da ilha; - remate do corredor com zona de alargamento do mesmo.
D
20
Ilha 3 | Rua de S. Victor, nº33 | acção de reparação - relação com a paisagem
78,800
74,721
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: sem elemento físico de - processo de expansão das casas através da criação de alpendres para arrumaseparação; ção; - vereda que dá acesso a casas a nascente e a um outro corredor a poente para - processo de expansão da casa através do aumento de um piso, em alguns acesso a outra fila de casas; casos. - expansão do espaço da casa para pequenos pátios. Ilha 2 | Rua de S. Victor, nº49 | acção de reparação; acção de reconstrução e potenciar espaço intermediário comum
79,708
Ilha 1 | Rua de S. Victor, sem número| acção de reparação
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: portão;
83,618
74,600
72,303
01
78,193
01
ça de cota acentuada no interior do quarteirão.
10
76,335
- processo de expansão das casas através da ocupação dos pátios para a instala- passagem faz-se por corredor coberto; ção de cozinha e casa de banho; - corredor central de acesso às casas; - processo de expansão da casa através do aumento de um piso, em alguns - corredor remata na abertura para a paisagem, pondo em evidência a diferen- casos.
5
5
5
79,178
01
74,000
A
1
20
1
2
01
A
20
A
5 82,437
10
Ilha A, Rua de S. Victor, nº48 área lote: 196 m2 área construída: 162 m2 casas ocupadas: 6/8 área média por casa: 38 m2 10
10
79,708
80,946
5
81,376
01
82,280
3
20
01
5
20
83,132
127 128
20
B
75,178
81,480
74,982
10
77,584
10
81,097
B
Ilha B, Rua de S. Victor, nº62 área lote: 244 m2 área construída: 308 m2 (1 piso - 154m2) casas ocupadas: 2/11 área média por casa: 30 m2
Ilha 1, Rua de S. Victor, sem número área lote: 745 m2 área construída: 674 m2 (1 piso - 490 m2) casas ocupadas: 9/11 área média por casa: 20 m2 (1 piso) | 40 m2 (2 pisos)
Organização tipológica
galeria
processos de ocupação do pátio
processos de densificação em altura
processo de expansão do espaço do habitar
GSEducationalVersion
ILHAS
Ilha B
Ilha A
Ilha 1
Ilha 2
Ilha 3
GSEducationalVersion
ionalVersion
GSEducationalVersion
RUA DE S. VICTOR
RUA DE S. VICTOR (sul)
129b
Estrutura e organização das ilhas
1
1
1
1
1 0
0
0
0
0
0
0
0 0
0
0
0
ESPAÇO INTEMEDIÁRIO corredor da ilha estrutura esquema de secção
esquema planta
0
1
1 0
1
1
1 0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0 0
0 0
0
0
ESPAÇO DE TRANSIÇÃO a passagem entre a rua e o espácio intermediário
DISPOSITIVOS DE SEPARAÇÃO elemento que separa o interior do exterior da ilha RUA
128b
ILHAS
RUA DE S. VICTOR (sul)
RUA DE S. VICTOR (norte)
Ilha B
Ilha A
Ilha 1
Ilha 2
Ilha 3
0
65,983
66,485
66,980 65,983 71,170 73,500
10
81,480
74,735
78,875
74,721
0
70,776
10
0
71,170
0
10 73,761 75,000
73,500
76,335
70,776
72,303
01
78,193
01
73,761
5
5
75,000
10
77,584
10
75,178
81,480
20
20
76,335
1
2
01
72,303
01
78,193
01
5
5
81,376
80,946
5
3
10
10
10
77,584
01
75,178
2
5
20
20
2
20
82,437
10
1
1
3
2
20
5
3 Ilha 3, Rua de S. Victor, nº33 área lote: 681 m2 área construída: 821 m2 (1 piso - 540) casas ocupadas: 14/16 área média por casa: 32 m2 (1 piso) | 64 m2 (2 pisos)
130
82,100
129
81,391
Ilha 2, Rua de S. Victor, nº49 área lote: 423 m2 área construída: 295 m2 casas ocupadas: 5/11 área média por casa: 25 m2
500
81,480
74,735
70,776
GSEducationalVersion
Rua de S. Vítor (Sul)
73,761 75,000
estrutura e organização das ilhas
organização tipológica
65,983
66,980
66,485
66,820
66,863
76,335
66,820
78,098
Ilha 4 | Rua de S. Victor, nº99 | estrutura desabitada - dispositivo de separação entre o exterior e interior: sem elemento físico - processo de expansão das casas através da ocupação dos pátios para a instalação de cozinha e casa de banho; de separação; - processo de expansão da casa através do aumento de um piso, em alguns - corredor central distribui para as casas; - corredor remata num espaço que se alarga, abrindo-se para um terreno casos.
66,980
GSEducationalVersion
leituras - projecto
72,303
01
77,500
78,193
01
5
5 10
10
77,584
desocupado.
71,170
20
73,500
0
01
10
78,804
5
73,761
76,909
10
20
- processo de expansão das casas através da ocupação dos pátios para a instalação de cozinha e casa de banho; - processo de expansão da casa através do aumento de um piso, em alguns casos.
81,480
74,735
78,804
10
3
75,000
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: portão; - corredor central de acesso às casas, vai vencendo a pendente através de escadas ao longo do percurso; - casas expandem-se para o corredor para zona de separação marcada por diferença de cota.
78,875
74,721
80,946
5
Ilha 6 | Rua de S. Victor, nº109 | acção de reparação
78,875
2
1
74,721
- processo de expansão das casas através da ocupação dos pátios para a instalação de cozinha e casa de banho; - processo de expansão da casa através do aumento de um piso. 20
01
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: porta; - passagem faz-se por um corredor coberto; - corredor a nascente para acesso às casas; - muro de delimitação do corredor impede relação com a paisagem.
75,178
81,480
Ilha 5 | Rua de S. Victor, nº101| relação com a paisagem
79,000
20
01
80,500
79,178
10
5
81,480
20
10
81,097
10
78,200
77,584
81,097
79,178
- processo de expansão das casas através da ocupação dos pátios para a instalação de cozinha e casa de banho; - processo de expansão da casa através do aumento de um piso, ou dois, em alguns casos; - processo de expansão da casa através da construção de zonas de arrumos na ilha; - processo de expansão da casa através da ocupação do piso superior dos arrumos enquanto terraço e espaço de estar; - processos de expansão da casa através da ocupação de terrenos como hortas, em parte abandonados.
20
70,300
2
81,376
01
01
80,946
5
81,376
5
01
10
5
82,280
01
10
82,437
5
10
5 82,437 10
10
76,000
83,395
20
83,132
4
5
20
10
4
12
37
6
20
5
7
20
6
5
20
10 (2)
20
5
10
83,132
73,683
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: sem elemento físico - processo de expansão das casas através da aglutinação dos módulos. de separação; - passagem feita pelo exterior; - corredor de acesso a Sul remata no acesso para casa com terreno privado;
01
78,200
82,084
5
01
74,900
82,280
01
Ilha 11 | Praça da Alegria, nº84| abertura de passagem
4
20
6
- possibilidade de abertura de passagem para a ilha 12.
76,335
82,100
5
68,700
Ilha 10 | Praça da Alegria, nº80 | acção de reparação, criação de hortas - dispositivo de separação entre o exterior e interior: portão; - corredor de acesso central desenvolve-se em espinha por três corredores distintos que se desenvolvem no interior do quarteirão; - no corredor à cota mais baixa existência de terrenos livres, antigos quintais abandonados.
81,391
- única casa reconstruída do lugar; - processo de criação de pátios, extensão exterior dos módulos;
01
- dispositivo de separação entre o exterior e interior: portão; - corredor a nascente de acesso à casa. - ilha reconstruída, sendo neste momento destinada a um proprietário e morador. - abertura de pátios na ilha.
11
Ilha 7 | Rua de S. Victor, nº113 | re-habitada
74,073
Ilha 5, Rua de S. Victor, nº101 área lote: 432 m2 área construída: 606 m2 (1 piso - 357 m2) casas ocupadas: 10/10 área média por casa: 60 m2 (2 pisos)
Ilha 6, Rua de S. Victor, nº109 área lote: 994 m2 área construída: 950 m2 (1 piso - 822 m2) casas ocupadas: 22/22 área média por casa: 38 m2 80,500
72,900
01 5
131 132
Ilha 4, Rua de S. Victor, nº99 área lote: 344 m2 área construída: 295 m2 casas ocupadas: 0/11 área média por casa: 30 m2
5
6
7
Ilha 7, Rua de S. Victor, nº113 área lote: 336 m2 área construída: 190 m2 casas ocupadas: área média por casa: 45 m2
10
1
Estrutura e organização das ilhas
1
1
1
1 0
0
1
0
0
0
0
0 0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0 0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
0
0 0
0
ESPAÇO INTEMEDIÁRIO corredor da ilha estrutura esquema de secção
esquema planta
ESPAÇO DE TRANSIÇÃO a passagem entre a rua e o espácio intermediário
DISPOSITIVOS DE SEPARAÇÃO elemento que separa o interior do exterior da ilha RUA
132b
ILHAS
RUA DE S. VICTOR (sul)
Ilha 4
PRAÇA DA ALEGRIA (sul)
GSEducationalVersion GSEducationalVersion GSEducationalVersion GSEducationalVersion GSEducationalVersion
Ilha 5
Ilha 6
Ilha 7
Ilha 10
Ilha 11
Organização tipológica
processos de ocupação do pátio
processos de densificação em altura
processo de expansão do espaço do habitar
GSEducationalVersion
ILHAS
Ilha 4
Ilha 5
Ilha 6
Ilha 7
Ilha 10
Ilha 11
GSEducationalVersion
n
GSEducationalVersion
GSEducationalVersion
ationalVersion
RUA DE S. VICTOR
PRAÇA DA ALEGRIA (sul) GSEducationalVersion GSEducationalVersion
133b
1 10 5 01
10 (2)
12
10
74,900
01
68,700
78,200
10
20
70,300
78,200
76,000
5
73,683
20
74,073
72,900
Praça Alegria (Sul)
11
20
10 10(3) (3)
10
10
12 12
10 10(2) (2)
10 10
70,300 70,300
78,200 78,200
GSEducationalVersion
78,098
11
Ilha 11, Praça da Alegria, nº84 área lote: 673 m2 área construída: 418 m2 casas ocupadas: 4/4 área média por casa: 40 m2
133
1
0 20
0 10 1
5 5
10 10
Ilha 10, Praça da Alegria, nº80 área lote: 1751 m2 área construída: 1399 m2 ( 1 piso - 1777m2) casas ocupadas: 16/20 área média por casa: 26 m2 (1 piso)| 52 m2 (2 pisos) | 30 m2 (+ extensão da casa no módulo exterior)
10 10
78,200 78,200
20 20
10
68,700 68,700
10
0 10 1
5 5
77,500
74,900 74,900
0 10 1
10 10
76,000 76,000
5 5
20 20
73,683 73,683
77
20 20
74,073 74,073
01
5
72,900 72,900
76,909
0 10 1
5 5
10 10
01
5
20 20
10
0
134
8
20 80,500
01
5
10
10 (3)
20
01
5
10
Rua Gomes Freire
74,073
80,500
72,900
leituras - projecto organização tipológica
10 (2)
20
estrutura e organização das ilhas
10
12
10
74,900
10
10 01
5
12
76,909
Ilha 12, Rua Gomes Freire, nº 208 área lote: 527 m2 área construída: 613 m2 (1 piso - 462 m2) casas ocupadas: 11/13 área média por casa: 24 m2 (1 piso) | 48 m2 (2 pisos) | 61 m2 (3 pisos)
135 136
11
79,000
20
01
12
5
10
80,500
68,700
78,200
20
70,300
78,200
01
5
10
76,000
- possibilidade de abrir passagem para a ilha 11.
0
01
5
20 83,395
- corredor de acesso central, após largo, desenvolve-se através de escadas que vencem a pendente; - expansão de algumas casas para o corredor da ilha;
73,683
7
Ilha 12 | Rua Gomes Freire, nº208 | acção de reparação e abertura de passagem
Organização tipológica
Estrutura e organização das ilhas
1 0
processos de ocupação do pátio
ESPAÇO INTEMEDIÁRIO corredor da ilha estrutura esquema de secção
processos de densificação em altura
esquema planta
processo de expansão do espaço do habitar
GSEducationalVersion GSEducationalVersion
ESPAÇO DE TRANSIÇÃO a passagem entre a rua e o espácio intermediário
ILHAS
Ilha 12
GSEducationalVersion
DISPOSITIVOS DE SEPARAÇÃO elemento que separa o interior do exterior da ilha RUA
GSEducationalVersion
RUA GOMES FREIRE
GSEducationalVersion GSEducationalVersion
GSEducationalVersion GSEducationalVersion
ILHAS 136b
Ilha 12
RUA GOMES FREIRE
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 1 - Ilhas
A estrutura e organização das ilhas não é comum a todas, sendo possível encontrar diferentes estratégias de ocupação que podem ser agrupadas. Em relação à forma como a passagem é feita entre a rua e o corredor da ilha, com ou sem elemento de separação e com ou sem passagem sob uma casa que faz frente de rua, concluímos que se acede à maioria das ilhas através de uma porta e uma passagem: 15 em 26. Das 15, 11 situam-se no quarteirão norte e 4 no quarteirão a sul. O caso das ilhas que fazem frente de rua são o grupo mais reduzido e contam-se 5 no quarteirão a norte e 6 no quarteirão a sul. Sobre como o corredor se organiza, dando acesso a uma ou duas fiadas de casas, ou expandindo o seu percurso no interior do quarteirão, também podemos agrupar os casos. As ilhas com o corredor central são as que mais se repetem: 13 em 26. Nesses casos, 8 situam-se no quarteirão norte e 5 no quarteirão sul. O corredor lateral é a segunda estratégia de organização do acesso às casas e ocorre em 9 das 26 ilhas. No quarteirão a norte há 7 ilhas e a sul 2. Por último, há o caso do corredor que cria um percurso nas ilhas que expandem a sua área em relação à largura da fachada. Este caso acontece em 4 ilhas, 1 a norte e 3 no quarteirão a sul da rua de S. Victor. Em relação à organização tipológica das células encontramos processos de densificação da construção feitos, em vários casos, pelos moradores. Os processos de ocupação dos pátios que existiam entre alguns módulos são aqueles que acontecem em maior número: 14 em 26; 8 no quarteirão norte e 6 no quarteirão sul. Esta ocupação ocorre para que as casas passam a ter no seu interior a zona de águas, com cozinha e casa de banho. A expansão do módulo em altura é o segundo processo que ocorre em maior número nesta área: 13 em 26, 5 casos no quarteirão norte e 8 no quarteirão sul. Em todos eles, tratam-se de aumentos de um ou dois pisos para a construção de zonas de dormir, com a excepção de uma ilha no quarteirão sul, em que alguns pisos acrescentados são na realidade uma cobertura praticável. Por fim casos há em que a casa se expande para módulos no corredor da ilha. São 6 em 26, com 5 no quarteirão norte e 1 no quarteirão sul. Em um dos casos no quarteirão norte, a expansão para o exterior não é para um módulo construído, mas para uma área de estar exterior, separada por uma vedação do resto do corredor da ilha.
137
Sobre o número de casas ocupadas nas ilhas, retiramos algumas conclusões. Dividimos em quatro partes a ocupação das casas: ilhas ocupadas na totalidade; ilhas ocupadas na maioria das casas; ilhas ocupadas na minoria das casas; ilhas desocupadas. Com base nesta divisão, conclui-se que o maior número de casos é o de ilhas ocupadas na maioria das casas (12 em 26). Depois há 5 ilhas ocupadas na minoria das suas casas, 5 ilhas ocupadas na totalidade das suas casas e 3 ilhas desocupadas. Há uma ilha, a da rua de S. Victor nº113 que, como está em fase final de reconstrução, não é considerada nesta contagem, embora se saiba que será ocupada no final do processo. Esta informação reforça a compreensão de que qualquer tipo de intervenção terá de ter em conta que está a lidar com estruturas habitadas e, como tal, serão necessárias estratégias de intervenção que envolvam os moradores e proprietários. Em relação às áreas das casas, torna-se difícil organizar as medidas por grupos. Podemos, no entanto, compreender entre que valores diferem. Desde casas de um piso e com áreas que não passam os 30m2 a casas que, depois do processo de expansão, chegam aos 62m2. Nos casos onde foi possível conhecer os moradores, grande parte das casas era partilhada por uma ou duas pessoas. Uma população na sua maioria envelhecida, onde os filhos já não moram nas casas onde nasceram ou onde há casos de uma população mais velha que vive sozinha. Se confrontarmos estas áreas com as áreas consideradas no RGEU (Regulamento Geral para Edificações Urbanas), concluímos que as medidas equivalem aos 32m2 para um “T0”, 52m2 para um “T1” e 72m2 para um “T2”. No contexto em análise confirmam-se, em vários casos, áreas e divisões que estão muito longe destas áreas, colocando mais uma vez o problemas das condições de habitabilidade de várias casas. Os elementos lidos neste plano procuram criar uma base de compreensão do lugar. São leituras que procuram lançar algumas qualidades e problemas, ser ao mesmo tempo um primeiro momento de projecto. A partir delas, devem ser pensadas estratégias que o possam equacionar intervenções que transformem o lugar, com uma consciência profunda daquilo que o caracteriza para assim, trabalhar essa transformação a partir dele.
138
92.59
95,65 95.69
90.00
96.33
99.46
95.92 97.93 102.17
92.25
S.
90.49 96.73 96.09
VI
95.07
95.22
TO
97.16
R
109.52
93.26
93.32
94.72
93.42 93.66
OS 93.20 94.70
93.65
91.77
94.99
88.69
S. DIONISIO
97.67
94.86 94.88
90.63
84.81
DA
88.68 88.48
88.14
90.26
97.16
RUA DIONISIO
S.
A DE
RUA
DA
RESIDENCIAL
AL EG RI
79.50
79.97
76.25
la Vie
76.61
POSTO 79.00
73.50
74.44
73.94
A RI EG C.J.
73.78
72.80
69.03
69.61
74.33
70.09
84.42
88.52
76.10
76.58
69.32
79.46
79.39
74.11
69.88
69.99
80.26
86.91
69.41 66.79
66.74
69.58
65.76
65.84
65.37
54.46 53.17
a
55.10
52.88
53.56 53.12
54.44
54.33
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50.61
50.83
51.09
54.23 50.67
50.09
R
43.72
48.91
44.50
46.45 41.98
25.08
25.57
38.60
34.91
25.20
24.95
R
35.15
18.14
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34.28
0.48
R
34.56
32.52
25.06
31.19
11.70
18.19
20.23
11.31
9.90
10.16
10.46
55.58
9.34
8.97
24.45
28.99
29.41
29.11
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23.13
2.03
8.74
29.63
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28.52
8.68
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A
46.90
25.74
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23.54
78.19
61.87
67.92
84.56 74.44
64.27
61.87
R
35.68
54.69
43.15
34.90
14.13
36.38
31.01
77.26
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31.98
54.41
71,80
65.26
71.47
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66.60
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76.25
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48.71
56.02
53.29
34.63
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56.67
53.64
47.63
35.59
65.45
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48.23 32.13
54.48
53.31
32.10
3.50
78,15
.
53.99
53.85
8.53
77.77
71.66
54.68
65.19 48.40 43.95 43.60
8.83
GUEDES
74.30
54.26
53.11
24.57
25.22
BALTAZAR
71.80
53.33 54.58
PADRE
71.83
71.58 63.68
43.98 33.54
27.42
8.38
65.36
33.75
8.77
9.31
74.84
64.83
54.40
44.52
43.98
32.12
34.39 18.83
73.81
73.20
42.48
41.15
8.53
FREIRE
DO
71.29
69.79
65.12
43.91
35.99 18.81
67.57
65.04
70.79 63.42
54.76
41.50 39.17
GOMES
56.50
41.53
8.49
76.08
72.36 54.66
41.82
34.89
62.53
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34.49
63.04
59.10
54.55
36.56
8.62
LARGO
72.94
54.40
54.57
63.75
56.56
73.47
10.77
8.61
82.97
82.59
TO
30.65
75.89 75.77
74.36
30.43
20.69
8.68
R
56.37
56.35 56.21
10.54 8.60
82.58
76.06 71.97
67.98
VI
29.26
54.70
54.46 46.24
84.87
DE
8.76
44.42
61.64
56.33
R
35.50
56.24
59.92
54.45 31.86
30.60
83.03
73.52
84.44
62.92
65.09 67.92
58.85
62.25
64,44
65.97
62.53
62.41
30.42
28.62
8.62
64.29
62.19
63.91
33.45 30.30
8.68
60.14
60.59
54.67
54.46
48.74
8.74
8.67
GOM
63.83
35.07
24.53
8.63
63.70
R
64.99
~ O SA
8.68
IRE
FRE
62.78
ES
DE
30.20
2.48
62.77
RU
64.65
30.00
68.38
E
20.23
8.67
8.65
54.48
41.11
34.77 17.49
8.67 1.07
54.43
37.93
33.68
8.62
65.21
64.66
79.55
84.44
D
IDA
64.89
54.65
73.03
A U
28.95
AVE N
32.63
29.61
79.59
73.58
R
A
8.67
28.80
82.99
65.35
61.75
RU
8.68
76.94
63.54
63.42 62.14
78.89
78,81 78.04
R
76.94
64.80
44.32
82.38
80.49
83.34
67.98
65.91
54.30
54.46
2.43
1.79
78.89
54.58
32.77
8.69
8.85
80.62
68.60
78.78
67.10
32.30 29.41
8.79
2.20
66.77
78.81
79.17
83.50
79.22
78.78
65.92
44.93
77.90 84.12
77.98
69.52
78.78
82.58
85.66
76.50
84.69
70.75 70.80
78.77
55.09
83.39
R
2.82
23.03
2.57 1.88
55.19
74.01
68.30
2.86
6.86
63.44
54.33
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78.10
84.50 77.67
75.57
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72.60
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28.45
L
69.92
79.48
78.01
86.85
R
8.39
2.00
75.42
80.36
66.22
79.93
80.80
78.17
A
80.35
E
86.20
86.96
85.84
79.71 77.75
EIR
68.58
56.64 56.41 29.17
34.90
9.01
E IFF E 8.99
8.50
10.90
1.17 5.22
7.67
10.73
32.91
9.06
9.77
FR
54.43 54.66
80.44
88.19
69.48
73.36
65.63 54.65
56.59
47.53
28.35
76.71
74.72
70.27
68.87
66.29
55.87
44.60
45.09
72.82
86.57
86.38
78.73
O IT
10.98
35.03
9.36
9.95
10.28 10.40
58.84
16.56
9.01 9.25
GUS TAVO
79.51
94.86
78.94 65.41
94.27
87.75
87.81
V S.
10.35
10.74
9.72
54.57
80.41
79.89
ANHA
10.38 10.98
9.95
71.17
69.22
57.65
52.95
71.58
74.07
1
74.72
66.28
49.65
43.97
19.61 9.47
AV EN I DA
27.65
77.31 72.88
54.35
87.03
96.09
B
75.32
74.11 72.37
65.73
65.46
72.36
77.89
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54.28
54.72
72.86
76.59
69.29
55.17
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9.56
9.92
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21.38
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85.04
77.31
66.60
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49.64
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77.46
74.12 75.19
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57.98
20.00
S
C
SALD
30.80
19.35
34.41
15.59
10.85
18.55
73.17
ME
87.28 86.65 86.26 86.26
85.90
76.81
70.50
96.02
88.58
77.66
71.91
73.93
89.57
74.68
70.13
27.23
24.62 22.47
28.02
GO
65.49
55.94 27.17
20.03 11.70
73.19
80.69
82.34
76.20
86.42
82.75
74.25
48.29 43.19
34.64
27.70 26.72
22.85
24.61
34.75
54.38
45.87
42.47
41.17
26.45
16.04
25.57
32.12 35.09
45.01
25.52
45.87
43.41 38.29
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72.40
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65.74
54.44
44.17
R
85.90
76.88
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89.56
81.95
D
R
82.65
66.68
75.67
75.90
R
76.42 76.25 81.70
78.59
R
96.55
96.45
81.15
86.38
84.15
73.50
45.79
41.38
83.49
76.55
R
73.16
77.45
65.43
44.30
28.84
2
78.21
82.38
R
66.71 65.77 54.64
54.43
32.21
28.67
26.47
25.84
72.62 77.46 73.68
54.40
32.44 41.39
25.81
76.88 78.68
74.47
81.05
73.68
54.76
28.75
32.80
38.76
DE
47.84
48.62
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93.20
98.80
UA
100.97
89.80
96.60
98.92 98.13
98.41
100.97
89.99
97.32
91.07 95.13
89.67 92.80
100.86
R
R R
56.03
56.67
54.79 54.86 54.67
75.94
72.06 92.91 75.94
CARTOGRAFIA DO LUGAR (marcação das ilhas em análise)
GSEducationalVersion
50 m
88.99
98.66
98.13
108.41
100.75
96.57
89.53
88.80
89.13
98.92
94.97
DU
RUA
96.52
103.37
100.71 88.41
96.32
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89.46
100.04
97.32
DO
90.07
98.30
98.59
90.40
106.63
A
RUA
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89.37
98.66
97.32
91.88
100.71
94.88
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C.J.
88.96
90.46
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94.53
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RU
90.32
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90.51
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106.93
DE 90.51
99.98
103.46
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99.98
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94.65
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101.70
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85.47
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104.88
91.71
89.75
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91.72
94.63
MANJERIC
87.91
89.95
91.80
90.03
98.60 88.76
103.46
94.81
ssa
86.37
RUA DOS
94.69
91.33
91.94
100.19
96.46
94.06
93.75
SECUNDARIA
85.30
93.72
97.18
90.77
92.73
92.81
94.97
102.83
DA
95.04
95.04
UIM
AQ
JO
90.72
92.95
94.53
97.98
104.59
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92.89
93.39
97.54
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92.26
89.18
88.69
.
102.76
90.82 90.70
94.25
89.80
90.44 95.14
92,64 101.21
ME COS S.
89.43
90.63
85.29
98.56
92.96
93.64
95.06
95.36
95.69 90.00
DE CARLOS CAL BRANDAO ~
99.35
DE
90.83
88.30
93.06
106.20
90.85
98.88 94.22
. 93,47
95.15
96.15
104.59
94.41
93.34
95.00
95.09
95.14
94.94 90.29
92.70
94.45
89.66
93.65
90.11
100.39 92.83
91.06
93.21
104.88 94.59
91.40
ESCOLA
91.35
96.96
95.71
104.88
C.J.
R
Tra ve
89.11
99.99
95.54
94.89
101.24
93.91
95.19
98.36
93.95
94.15
de
97.67
77.01
Porto, รกrea de S. Victor - realidade | desenho 1 - Ilhas - leituras - projecto
140
Q P O
N
M L
10 11
7
K 6
J 5
4
I 3
H
G 2
12
F E
D 1
B A
AXONOMETRIA DO LUGAR (marcação das ilhas em análise)
Porto, รกrea de S. Victor - realidade | desenho 2
Porto, รกrea de S. Victor realidade e desenho 2
143
Porto, รกrea de S. Victor - realidade | desenho 2
144
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
realidade e desenho Porto, área de S. Victor
apontamento de estratégias de intervenção Reconhecendo que a investigação procura o confronto com o real e, a partir desse confronto, apresentar estratégias para o transformar, aquilo que se apresenta aqui parte do entendimento que qualquer intervenção na área em estudo requer a reunião de um conjunto de actores – moradores, proprietários, instituições, etc. – que deverão ser convocados para a acção no lugar. Uma vez que não se procura uma lógica de laboratório, pois as acções de transformação devem ser feitas no lugar e com os seus actores, a investigação procura sintetizar possibilidades que, caso haja a abertura por parte dos mesmos, possam ser aprofundadas no confronto com o real. Como tal, as propostas procuram apontar estratégias para pensar o lugar na procura de lhe dar uma nova possibilidade, uma metamorfose. Devemos indicar que muitas das propostas devem ser entendidas como a escrita de um guião de acções que nem sempre passam por uma lógica de produção de um objecto arquitectónico mas sim pela apresentação de estratégias que levem a que se crie uma plataforma de trabalho que dê possibilidade a que a transformação possa ser possível. Esse guião de acções assume-se incompleto pois o mesmo precisa dos restantes actores que interveêm no local. O que aqui se apresenta é o primeiro esboço desse guião que, caso haja condições para que possa avançar, deve ser trabalhado com todos os agentes que fazem o lugar. Em conversas tidas durante a investigação com moradores, agentes que procuram potenciar a zona de S. Victor e com o Presidente de Junta de Freguesia do Bonfim, concluímos haver abertura para pensar estratégias para potenciar a área. No entanto, essa possibilidade é posta quando confrontada com aquilo que se procura fazer. Ou seja, perante essa abertura, é necessário apresentar as hipóteses para que, a partir daí, o trabalho possa avançar. Este guião em aberto, ou estes apontamentos de estratégias de intervenção, incidem em dois planos distintos que se intersectam e devem ser visto como complementares . Apesar de incidirem am áreas distintas, encarar os planos em simultâneo fará com que a eficácia dessas estratégias seja maior do que levar acabado apenas um deles. Essses planos apontam, por um lado, estratégias para a área de S. Victor (definida nesta investigação) e por outro, as ilhas, resultado das “leituras-projecto” que lançam alguns caminhos possíveis para pensar a sua transformação.
145
Porto, รกrea de S. Victor - realidade | desenho 2
146
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
Área de S. Victor Quando definimos “Área de S. Victor”, aquilo que pretendemos é situar as estratégias dentro da área delimitada no âmbito da investigação. As estratégias para esta área partem da construção de um conjunto de problemas. Essa construção foi feita durante o processo de investigação e abarca nela uma construção pessoal, contaminada por conversas com moradores, observações no lugar, autores exteriores, etc. A partir desse momento, são apontados alguns problemas muito concretos e apontadas estratégias de acção ou intervenção que poderão dar uma resposta aos mesmos. Como apontado anteriormente, não devem ser lidas como acções fechadas mas sim como um apontar de um caminho a tomar, mas que espera por um conjunto de actores para que o mesmo possa ser feito da forma mais precisa e eficiente possível. problemas - pouco uso da praça da Alegria enquanto espaço de encontro Na área em estudo, a praça da Alegria é pouco utilizada pelos moradores enquanto espaço de encontro. Esta situação acontece por várias razões: é a Rua de S. Victor, a sul da praça, que é vivida enquanto espaço comum, de encontro. A forte relação dos mesmos com essa rua enquanto extensão do casa e do corredor da ilha faz com que acontecimentos comuns, como os momentos de festa, ocorram na rua e não na praça. Apesar da existência de um pequeno espaço de venda de produtos frescos na praça, há uma estigmatização por parte da população em utilizá-la como “espaço de estar”, acentuando assim a característica de um certo encerramento que os dois quarteirões da rua de S. Victor têm em relação ao resto da área em estudo. - elevada densidade construída nos quarteirões a sul da Praça da Alegria Ao invocarmos o termo “densidade” deve-se ler enquanto “densidade construída” da zona a sul da praça comparativamente com a zona de Nossa Senhora das Dores, a norte. Fruto de demolições levadas a cabo por parte da Câmara Municipal, desde os anos setenta do séc. XX até ao início do séc. XXI, a zona de Nossa Senhora das Dores caracteriza-se por conter várias áreas de terreno abandonado e sem uso. Situação contrária é a da zona de S. Victor, que ainda contém uma elevada densidade construída, impossibilitando o aumento das áreas das casas das ilhas ou a redução do número das mesmas, criando momentos de conflito entre os moradores. 147
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
Segundo dados dos Censos de 2011, o total de residentes da zona de Nossa Senhora das Dores é de 373 para uma área construída de 19 549m2 e 1260 para uma área de 28 865m2 nos dois quarteirões de S. Victor. Fazendo um cálculo da densidade, ou seja do espaço disponível de uma área construída por pessoa, obtemos para Nossa Senhora das Dores 52m2/pessoa e para os dois quarteirões de S. Victor 22m2/pessoa. - ausência de associação de moradores
moradores
148
No processo de investigação da área de estudo, podemos concluir que a questão da representação dos moradores é um dos problemas principais a ter em conta no momento de pensar uma estratégia para intervir no lugar. Neste momento, em particular nas ilhas, existe um conjunto significativo de moradores que não são proprietários das casas. Estes casos ocorrem em 12 ilhas e, na maioria delas os inquilinos não têm relação com o proprietário, pagando as rendas directamente aos bancos. Isto acontece porque em muitos dos casos, após a morte do proprietário original e no processo de partilhas, não há interesse por parte dos novos proprietários em estabelecer uma relação com os inquilinos, gerando um corte com eles. Este corte faz com que qualquer obra que seja necessária fazer nas casas é da responsabilidade dos moradores ou, em casos mais extremos, iniciem-se processos de realojamento levados a cabo pelos serviços sociais da Junta de Freguesia do Bonfim. Como tal, havendo um conjunto significativo de moradores que não tem uma estrutura que os possa representar, a sua capacidade de alteração do estado em que vivem é muito reduzida. Devemos apontar a existência do Sporting Clube de S. Victor que, apesar do seu carácter associativo mais virado para actividades lúdicas, resolve pontualmente os problemas da população, representando os moradores. Uma vez que a associação não tem o sentido específico de uma associação de moradores, há um pequeno conjunto deles que, por conflitos internos, não se revêm nela enquanto estrutura para os representar.
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
apontamentos de estratégias de intervenção área de S. Victor
149
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
- criação de associação de Moradores - “abrigo dos pequeninos” Praça da Alegria como ponto central do lugar O “Abrigo dos Pequeninos” situa-se na Praça da Alegria. Inaugurado a 20 de Setembro de 1935, foi encerrado já enquanto “Centro Infantil” em 2013. Tutelado pela Segurança Social mas propriedade da Câmara Municipal do Porto, o centro tinha 100 crianças que foram transferidas para o Colégio Nossa Senhora da Esperança, da Santa Casa da Misericórdia do Porto, situado na Avenida Rodrigues de Freitas (zona Nossa Senhora das Dores). Actualmente a estrutura está abandonada, não sendo certo qual o futuro uso a dar à mesma. Encontrando-se no centro da área em estudo, junto à Escola Básica da Alegria, a estrutura poderia ser pensada enquanto suporte para a instalação da Associação de Moradores, enquanto espaço de toda a comunidade. Assim, além de uma estratégia que passe por criar uma associação de moradores representativa da população em estudo, a instalação da mesma no antigo “Abrigo dos Pequeninos” procura potenciar a área da Praça da Alegria como rótula ou ponto central para toda a área em estudo.
150
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
Praça da Alegria - centro da área em estudo S. Victor
criação de associação de moradores
“Abrigo dos Pequeninos” - estrutura a ocupar
criação de associação de Moradores - abrigo dos pequeninos - Praça da Alegria como ponto central do lugar 151
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
- densificar (1) - vazios urbanos como suporte para densificação da Zona de Nossa Senhora das Dores A existência de um conjunto de terrenos livres na zona de Nossa Senhora das Dores abre a possibilidade de pensar a sua transformação. Essa transformação passa pela possibilidade de densificar esta área, pondo a hipótese de ocupar esses terrenos com edifícios que procurem densificar o lote com o plurifamiliar. Este apontamento parte da possibilidade de, em alguns casos e resultado de um processo mais profundo de transformação do lugar, ser possível realojar alguns moradores da zona de S. Victor para que seja possível aumentar as áreas das casas nas ilhas. Neste caso, consideramos que a possibilidade de levar a cabo esta acção requer a convocação de várias instituições, pondo-se a hipótese de recorrer à Câmara Municipal enquanto entidade responsável pela construção destes edifícios, através da Domus Social. Ao propor a densificação destes lotes, abre-se a possibilidade de também ser possível aumentar o número de moradores na área, não só através de processos de realojamento como recebendo novos moradores.
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
Reduzir a densidade construída na área de S. Victor. Possibilidade de densificação na área de Nossa Senhora das Dores.
cationalVersion
densificar (1) - vazios urbanos como suporte para densificação da Zona de Nossa Senhora das Dores 153
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
- densificar (2) - criação de espaços comuns Na área em estudo há uma forte ideia de colectivo, de uma identidade comum. No entanto, existem poucos espaços para que a comunidade possa usar para potenciar essa relação. O passeio das Fontaínhas é um desses espaços mas a sua escala e importância dialoga com toda a cidade, enquanto espaço público, devendo ser posta a possibilidade e criar espaços mais pequenos, em pontos estratégicos do lugar em estudo. Um desses pontos estratégicos localiza-se no coração de S. Victor, no cruzamento entre a Rua de S. Victor e a Travessa de S. Victor. No cunhal, um conjunto de parcelas abandonadas abrem a possibilidade de se pensar aí a construção de uma área comum para a população e, em especial para as crianças. Estas intervenções procuram ser precisas, pontuais e trabalhar com aquilo que existe. São acções que não exigem grande infraestrutura de produção, mas que transformam de maneira decisiva a forma como se olha e se confronta o lugar e as qualidades que o mesmo contém.
154
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
como é
como podia ser densificar (2) - criação de espaços comuns - Travessa de S.Victor 155
Porto, รกrea de S. Victor - realidade | desenho 2
156
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
apontamentos de estratégias de intervenção ilhas No caso das ilhas as estratégias passam por apresentar dois níveis diferentes de acções: acções de reparação e de reconstrução. Estas acções partem do entendimento que, ao procurar intervir numa área muito complexa, habitada e com vários problemas e entidades a convocar, as acções a tomar devem ser conscientes de que o processo de transformação deve ser preciso e com respostas específicas a cada situação. O que procuramos apresentar com estas acções são diferentes níveis de respostas para diferentes níveis de situações. Aquilo que essas respostas partilham é a forma como olham e se confrontam com o existente. As acções procuram operar em dois níveis nas ilhas: sobre o espaço intermediário, o corredor da ilha e sobre as casas da ilha.
157
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
- acção de reparação
Espaço Intermediário - corredor da ilha (1) - potenciar a relação com paisagem Ilha 3, Rua de S. Victor, nº33 | Ilha 5, Rua de S. Victor nº 101
As acções de reparação que procuram potenciar a relação com a paisagem incidem sobre os limites do lote da ilha. No caso das Ilha 3 e 5 a acção proposta passa por baixar a altura do muro do corredor da ilha para que se potencie a relação visual com a paisagem. Estas ilhas situam-se a sul da Rua de S. Victor, com uma acentuada diferença de cota entre o lote onde estão construídas e o resto do quarteirão. Como tal, as mesmas têm uma forte relação visual com a paisgem mas que apenas acontece no segundo piso das casas e não no corredor da ilha. Esta intervenção procura trazer essa relação para o espaço intermediário do corredor.
- criação de hortas
Ilha 10, Praça da Alegria nº80
No caso da Ilha 10, que se desenvolve no numa área extensa no interior do quarteirão a sul da Rua de S. Victor, a acção procura potenciar o uso de alguns terrenos abandonados para a criação de hortas. O tipo de acção não requer grandes meios mas a sua realização apresenta novas formas de ocupar os terrenos actualmente sem uso.
158
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
como é
como podia ser
acção de reparação - potenciar a relação com a paisagem (Ilha nº5, Rua de S.Victor, nº101)
159
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
Casas da Ilha - resolver problemas nas estruturas: problemas nas coberturas, isolamento, ventilação, etc. Ilha P, Praça da Alegria, nº53 | Ilha O, Praça da Alegria, nº57 | Ilha K , Rua de S. Victor, nº166 | Ilha I, Rua de S. Victor nº 158 | Ilha F, Rua de S. Victor, nº90 | Ilha E, Rua de S. Victor, nº76 | Ilha D, Rua de S. Victor, nº68 | Ilha A, Rua de S. Victor, nº48 | Ilha 1, Rua de S. Victor | Ilha 2, Rua de S. Victor, nº49 | Ilha 3, Rua de S. Victor, nº33 | Ilha 6, Rua de S. Victor, nº109 | Ilha 10, Praça da Alegria, nº80 | Ilha 12, Rua Gomes Freire, nº208
As acções de reparação na casa das ilhas procuram intervir pontualmente para resolver um conjunto de problemas que as mesmas apresentam. Como se pode constatar, este tipo de acções é aquele que poderá ocorrer em maior número. A estratégia neste tipo de acções parte do confronto do existente com soluções construtivas que possam reabilitá-lo, potenciando assim as condições de habitar. Deve-se dizer que não se apresenta uma solução comum pois a mesma depende de cada intervenção, pontual e precisa. Em cada caso, com cada morador e, se for caso disso, proprietário, devem ser estudadas as intervenções. Aquilo que se aponta neste tipo de acções é o que elas devem procurar para possibilitar a transformação. As mesmas passam por uma intervenção estrutural na cobertura das casas, a resolução dos problemas de ventilação com soluções que possam equacionar abertura nas coberturas ou, em casos mais profundos de intervenção, a ligação de duas casas contíguas gerando duas frentes e, por fim, a intervenção nas paredes para melhorar o desempenho acústico e térmico das casas. Na área em estudo já está no terreno uma acção por parte da Junta de Freguesia do Bonfim chamda “Casa Reparada, Vida Melhorada”. Esta acção procura corrigir as situações mais extremas de conforto das casas da ilha e conta com a colaboração da Câmara Municipal do Porto (via Domus Social), as Águas do Porto, a Faculdade de Engenharia do Porto e a Cooperativa dos Pedreiros. No caso das acções propostas, este programa da Junta de Freguesia do Bonfim pode ser entendido como uma estrutura a colaborar para as intervenções deste tipo.
160
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
ou
resolver problemas de ventilação: possibilidade de abertura na cobertura ou criação de duas frentes
resolver problemas estruturais: substituir coberturas; reparar estrutura
acções para melhorar o isolamento térmico/acústico
acções de reparação - resolver problemas nas estruturas: problemas nas coberturas, isolamento, ventilação, etc.
GSEducationalVersion
161
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
Espaço Intermediário - corredor da ilha (2) - demolições pontuais para criação de espaço comum Ilha H, Rua de S. Victor, nº112 | Ilha G, Rua de S. Victor, nº104 | Ilha D, Rua de S. Victor, nº68 | Ilha 2, Rua de S. Victor, nº49
Fruto das construções que os moradores foram fazendo ao longo dos anos, das quais resultaram a colocação das casas de banho no interior das casas, há vários casos de ilhas onde ainda existem as antigas estruturas exteriores mas às quais não há uso estabelecido. Como tal, as acções de demolição nestas áreas procuram libertar o espaço comum das estruturas obsoletas para assim poder potenciar, sempre que possível, o uso desse espaço pelos moradores. Há também acções, por exemplo na Ilha G, na Rua de S. Victor nº104, onde se propõe a demolição integral da fila de casas de um piso, libertando esse espaço para potenciar a expansão das casas da galeria para o mesmo, enquanto espaço exterior das mesmas. Este tipo de acção é viável neste caso pois o número de moradores é muito reduzido, sendo possível pensar o seu realojamento, caso fosse sua intenção, na mesma ilha.
162
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
como é
como podia ser
acção de reparação - demolições pontuais para criação de espaço comum - Ilha D, Rua de S.Victor, nº68 163
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
- acção de reconstrução As acções de reconstrução são, por fim, as que propõem uma estratégia que procura alterar o existente de uma forma mais profunda. O que se procura nelas passa por processos de demolição e construção de novas estruturas ou abertura de passagens entre as ilhas. Nas ilhas habitadas as acções incidem no corredor da ilha. No caso propõe-se a hipótese de abrir novas passagens no interior do quarteirão, criando percursos alternativos entre algumas ruas. No caso das ilhas desabitadas levantam-se algumas possibilidades de pensar a ocupação dessas estruturas. Quando se propõem acções que alteram de forma profunda as estruturas existentes, ou a abertura de novas passagens no interior do quarteirão, confrontamo-nos com situações que não são possíveis convocar de forma precisa no processo de investigação. As situações a que nos referimos resultam do confronto com questões como a propriedade das áreas sob este tipo de acção, os regulamentos em vigor e os meios de produção para levar a cabo este tipo de acções. Como tal, e não sendo possível apontar um projecto que responda a todas situações que este tipo de acções colocam, estas propostas têm um carácter mais diagramático, procurando levantar algumas hipóteses no momento de pensar uma intervenção em estruturas desabitadas. Ilhas habitadas Espaço Intermediário - corredor da ilha - abertura de passagens ILHA O com Ilha N, Praça da Alegria com Rua de S. Victor| Ilha 11 com Ilha 12, Praça da Alegria com Rua Gomes Freire
As acções procuram colocar a hipótese de ligar as ilhas através do seu corredor. No caso das ilhas apontadas, as mesmas situam-se sempre em duas ruas diferentes, abrindo a possibilidade de criar um outro percurso no interior do quarteirão. Este tipo de acções requer a convocação dos moradores e proprietários para esta possibilidade, sendo apontada aqui como uma hipótese para repensar estas estruturas. 164
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
Passagem entre Praça da Alegria e Rua S.Victor
como é
como podia ser
Passagem entre Praça da Alegria e Rua Gomes Freire
como é
como podia ser
Acção de reconstrução - abertura de passagens 165
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
Casas da Ilha - demolições para baixar densidade construída As demolições de casas da ilha devem procurar baixar a densidade construída da ilha para possibilitar que as casas restantes possam expandir-se para os novos espaços. Uma acção deste tipo deve ser explorada dentro das acções de reconstrução, uma vez que incide também na forma como as casas não demolidas devem ser repensadas para as novas relações criadas pelas acções de demolição. Não encaramos a demolição como acção por si, pois não se trata de repetir aquilo que já foi feito no Estado Novo, com a demolição de casas fruto de um processo de higienização das ilhas. O que procura aqui é que as demolições tragam consigo uma acção de reconstrução. Ou seja, sempre que se possa pôr em hipótese demolir casas da ilha para a abertura de pátios, devem ser pensadas acções de reconstrução das casas que restaram para que as mesmas se abram para esses novos pátios, potenciando assim essa acção. Outro dos casos deste tipo de acção é o apontado para a ilha G, na Rua de S. Victo nº104. Nesse caso, como se trata de uma ilha que se estrutura em galeria num dos seus lados e com uma fiada de casas no outro, e sabendo que as casas ocupadas são uma minoria, põe-se a possibilidade de libertar uma das fiadas de casa para que a unidade-galeria possa ser explorada e o piso térreo livre pensado como espaço de expansão das casas, tal como acontece numa ilha de estrutura semelhante, contígua à apontada aqui.
166
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
como é
como podia ser
acção de reconstrução - demolição - Ilha G, Rua de S.Victor, nº104 167
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
Ilhas Desabitadas Ilha Q, Rua Joaquim António Aguiar, nº10 | Ilha 4, Rua de S. Victor, nº99
No caso das estruturas que não estão neste momento ocupadas levanta-se o problema sobre aquilo em que as mesmas se podem tornar: demolir na totalidade; manter o carácter colectivo; transformar para unifamiliar, alterar o uso, etc. No momento de repensar estas estruturas, optamos por propor um tipo de estratégia que passa por colocar a hipótese de manter o carácter plurifamiliar da estrutura. A partir dessa posição, o que se aponta são alguns diagramas que procuram pensar uma nova estrutura que contenha um conjunto de estratégias de desenvolvimento e organização destas novas estruturas que procuram potenciar aquilo que são as qualidades das ilhas. - estrutura livre Por fim, ao pensar a reconstrução destas estruturas, apontamos a possibilidade de pensar uma estrutura base, uma armação que responda aos problemas estruturais, libertando assim as fachadas para que se possam explorar novas formas de ocupação da ilha. Essa estrutura base é influenciada por propostas da estrutura em dominó de Le Corbusier e pela proposta de Frei Otto, a ökohäuser em Berlim. Sobre esta plataforma, ou “estrado” brechtiano, procuram-se apontar estratégias de ocupação, na vertical e na horizontal, que podem ser postas em acção no momento de pensar reconstruir as estruturas desabitadas das ilhas. - processo de adição de pisos A adição de pisos a essa estrutura, à medida da necessidade de quem irá ocupar a mesma, podendo ser pensada a hipótese de transformar os mesmos em pátios, potenciando novas relações visuais com a paisagem. - processo de libertação ou ocupação de pátios Aqui apontam-se duas hipóteses para a expansão na horizontal da estrutura. A primeira hipótese passa pela expansão através de um elemento construído, aumentando a área interior da casa; a segunda hipótese passa pela ocupação desse módulo enquanto pátio e espaço exterior para o qual a casa se abre. - aglutinação O processo de aglutinação, presente em algumas casas das ilhas, é outra das lógicas que estra estrutura propõe explorar. Neste caso passa por aglutinar os módulos existentes, na lógica de 2 para 1 ou 3 para 1, aumentando a área da casa.
168
Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
estrutura base
Casa Dominó, Le Corbusier
processo de libertação ou ocupação de pátios
Ökohäuse, Frei Otto
processo de adição de pisos
aglutinação
lógicas ocupação estrutura
processo de adição de pisos
processo de libertação ou ocupação de pátios
ou
aglutinação
GSEducationalVersion ion
ers alV
on
Acção de reconstrução - ilhas u desabitadas - estrutura livre Ed ti ca
GS
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Porto, área de S. Victor - realidade | desenho 2
Este plano deve ser lido como complemento ao plano “Porto, área de S. Victor realidade | desenho 1” e com o “Mapa-Quadro síntese”. Foi a partir da intersecção destes dois planos que os apontamentos de estratégias foram construídos. Como referido anteriormente, neste plano aquilo que se apresentam são apontamentos pois o trabalho parte da consciência de que um nível mais detalhado deste plano só seria coerente com aquilo que procura, caso tivessem havido condições que envolvessem um conjunto de actores que não é, nem foi possível convocar no tempo desta dissertação. Como tal, devem ser vistos como apontamentos que são conscientes que necessitam dos outros para poderem avançar no grau de aprofundamento e detalhe. Devem ser vistos como uma base de trabalho, um guião em esboço que deve ser discutido com todos, numa outra fase, não do tempo desta dissertação mas de um trabalho mais profundo e em contínua construção, no lugar, com ele e com todos aqueles que o fazem e que se queiram juntar na procura de o transformar a partir de dentro.
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reconhecimento da pré-existência Como intervir neste território (S. Victor), partindo do estudo do lugar, das suas lições para, com base nelas, potenciar e repossibilitar a sua transformação? Pergunta-síntese do problema
Os desafios da sociedade contemporânea parecem orientados fundamentalmente para uma cultura de interpretação e transformação do existente. A cidade contemporânea é uma megaestructura já constituída. Portanto, deveria ser sempre uma questão de modificá-la, de optimizá-la em vez de artificializá-la. Hoje em dia o único que conta são as relações entre as coisas, dentro delas e com elas. Aí é onde queremos trabalhar. Pensamos que o existente se erige como um suporte poderoso da imaginação.
Anne Lacaton, Jean-Philippe Vassal”1
MOSQUERA, Eduardo; “La Metamorfosis Domestica - Contribuiciones para un balance de la experiencia rehabilitadora en la vivienda tradicional Sevillana” in: Rehabilitación y Vivienda en Sevilla - Renovación y transformaciones en la arquitectura doméstica 19751988. C.O.A.A.O. . Sevilha, 1989. p.351
1
MENDES, Manuel. “Baixa Portuense” - Pura Representação” in: Porto 2001:regresso à baixa. Porto, FAUP, 2001 p.19
2
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Partindo da área de estudo S. Victor, procuramos encontrar um conjunto de elementos que possam ser encarados como material de projecto para, com base neles, encontrar respostas que possam potenciar e repossibilitar a sua transformação. Esta procura por uma repossibilitação de uma determinada área de estudo parte do entendimento de que a reabilitação não pode ser encarada como uma arquitectura de laboratório. Pelo contrário: “tem a sua razão de ser, patentiza-se, numa viagem global que se medeia desde o reconhecimento e análise das pré-existências e a sua relação com a cidade, o estudo do programa de usos, a definição do projecto, a execução da obra correspondente, na qual confluem vários requerimentos constructivos e inclusivamente o mobiliário.”1 Como Mosquera e Lacaton & Vassal nos apontam, o caminho deve ser feito interpretando, reconhecendo e analisando o pré-existente para o transformar. Essa postura abarca o nome “Porto, área de S. Victor. realidade e desenho 1”, presente nesta dissertação. Procuramos retirar as lições que o lugar nos dá para, a partir delas, pensar a sua transformação. Colocamos os termos repossibilitação, reabilitação, reparação ou reprojectação sobre a mesa, considerando que a atitude projectual se medeia num constante diálogo entre eles. Por um lado procura-se dar uma nova possibilidade a este território, repossibilitando-o; por outro aquilo que se procura é reabilitá-lo ou repará-lo e, por outro reprojectá-lo. Todos estes termos partilham afinidades mas devem ser hierarquizados. Se entre reabilitação e reparação aquilo que se visa são acções pontuais, uma repossibilitação abre o campo de acção. Mas estes termos devem estar integrados na reprojectação, pois é através do acto de projectar sobre o território que se devem definir quais as diferentes acções a tomar. Esta postura assume a “consciencialização do existente como material estruturador no próprio processo de projectação”2, pois “adicionar, densificar e melhorar dentro de um
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contexto existente formam um enorme desafio”, concluindo que “a inovação começa com o conhecimento do que já está la”3 A leitura da área em estudo baseia-se no entendimento de um projectar que é antes de mais conhecer, um conhecer para intervir4. Esse conhecimento ou reconhecimento do existente levanta na investigação o problema, que passa por procurar compreender como o existente pode ser lido para, com base nessa leitura, retirar materiais para a sua reprojectação.
23 GAMEREN, Dick van. in: LEUPEN, Bernard; MOOJI, Harald. Housing Design: a manual. NAi Publishers. Roterdão, 2011. p.7
4 alusão ao texto de Fernando Távora e José Bernardo Távora; in: Porto 2001:regresso à baixa. Porto, FAUP, 2001 p.19
processos de compreensão do lugar como material de projecto Com Lynch, Aldo van Eyck, Smithson’s, Cullen, Nelson dos Santos, Lacaton & Vassal
Como apontado anteriormente, na procura de uma leitura operativa da área em estudo, coloca-se o problema do processo para alcançar esse objectivo. Assim sendo, propomos convocar um conjunto de autores que poderão dar pistas para a construção de um processo pessoal de leitura do território. Para termos uma imagem do meio ambiente, com base na proposta de Kevin Lynch, devemos encarar a legibilidade, ou seja, a facilidade com que as partes podem ser reconhecidas e organizadas numa estrutura coerente, como ponto crucial. A imagem do meio ambiente deve ser resultado de um processo entre o meio, “que sugere distinções e relações e o observador selecciona, organiza e dota de sentido aquilo que vê”5. O autor propõe que a imagem do meio ambiente possa ser analisada em três componentes: identidade, estrutura e significado. Uma vez que as três componentes aparecem juntas, devem ser imaginadas num plano abstracto. A identidade é encarada como significando individualidade ou particularidade; a estrutura enquanto relação do objecto com o observador e os outros objectos e o significado abarca um lado prático e emocional, enquanto relação distinta da espacial ou estrutural. A proposta de uma imagem urbana, fruto de uma leitura atenta do existente, criando relações entre os vários elementos que o compõem, é uma estratégia de identificação que deve ser considerada quando se procura ler a área de estudo S. Victor.
LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. Lisboa. Edições 70: 2009. p.14
5
CULLEN, Gordon. Paisagem Urbana. Edições 70. Lisboa, 2009 (ed. original : Townscape. Architectural Press, 1971)
6
No seu livro “Townscape”, Gordon Cullen encara a cidade como “algo mais do que o somatório dos seus habitantes, como uma unidade geradora de um excedente de bem-estar e de facilidades que leva a maioria das pessoas a preferirem - independentemente de outras razões - viver em comunidade a viverem isoladas”6. Esta atitude perante a cidade é reforçada quando Cullen nos diz que “há que afastar a ideia de que a emoção e a animação que procuramos nas cidades surgem automaticamente das soluções científicas fornecidas pelos homens da Técnica (ou pela parte técnica do cérebro).”7 Esta crítica clara ao funcionalismo torna-se ainda mais evidente se pensarmos que poucos anos antes arquitectos como Aldo van Eyck criticaram o mecanicismo na arquitectura (CIAM - 1947, Bridgewater) “pois o que se tratava era de conseguir não são respostas
op.cit., p. 11
7
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A imagem da cidade e os seus elementos LYNCH, Kevin; A imagem da cidade, Lisboa: Edições 70, 2009. p.51-53 (...) uma possível classificação dos elementos da imagem urbana: vias limites bairros cruzamentos pontos marcantes 1.Vias: são os canais ao longo dos quais o observador se move, habitual, ocasional ou potencialmente. Podem ser ruas, passeios, faixas de trânsito, canais, caminhos-de-ferro. Para muitos, estes são os elementos predominantes na sua imagem. As pessoas observam a cidade à medida que nela se deslocam e os outros elementos organizam-se e relacionam-se ao longo destas vistas. 2. Limites: os limites são os elementos lineares não usados nem considerados pelos habitantes como vias. São as fronteiras entre duas partes, interrupções lineares na continuidade, costas marítimas ou fluviais, cortes do caminho-de-ferro, paredes, locais de desenvolvimento. Funcionam, no fundo, mais como referencias secundarias do que como alavancas coordenantes; tais podem ser barreiras mais ou menos penetráveis que mantêm uma região isolada das outras, podem ser “costuras” linhas ao longo das quais regiões se relacionam e encontram. Estes elementos-limite, embora não tão importantes como as vias, são, para muitos, uma característica organizadora relevante, particularmente quando se trata de manter unidas áreas diversas, como acontece no contorno de uma cidade por uma parede ou por água. 3. Bairros: os bairros são regiões urbanas de tamanho médio ou grande, concebidos como tendo uma extensão bidimensional, regiões essas em que o observador penetra (“para dentro de”) mentalmente e que reconhece como tendo algo de comum e de identificável. São sempre passíveis de identificação do lado interior e, também, do exterior, no caso de se poderem notar, com diferenças de indivíduo para indivíduo. A maioria dos cidadãos estrutura deste modo a sua cidade, cujos elementos importantes são as vias ou os bairros. Isto parece depender não só do indivíduo, mas também da cidade em questão. 4. Cruzamentos: os cruzamentos são pontos, locais estratégicos de uma cidade, através dos quais o observador nela pode entrar, e constiuem focos intensivos para os quais e dos quais ele se desloca. Podem ser essencialmente junções, locais de interrupção num transporte, um entrecruzar ou convergir de vias, momentos de mudança de uma estrutura para outra. Os cruzamentos podem, também, ser simples concentrações que se revestem de importância por serem a condensação de alguns hábitos ou pelo seu carácter físico, tais como a esquina de uma rua ou um largo rodeado de outros elementos. Alguns destes nós de concentração são o foco ou o “resumo” de um bairro. É destes nós que a sua influência irradia muitas vezes, tornando-se por vezes, um cruzamento o símbolo de um bairro. Podem, por isto também, chamar-se “centros”. Muitos destes nós partilham da natureza tanto das junções como das concentrações. O conceito de cruzamento está relacionado com o de via, pois os cruzamentos são típicas convergências de vias, fatos do percurso. Estão, de igual modo, ligados ao conceito de bairro, devido ao seu carácter de núcleo que, por sua vez, é o foco intensivo, o centro polarizador do bairro. Em qualquer caso ou imagem, encontram-se pontos focais e, em alguns casos, eles são até a característica dominante. 5. Pontos marcantes: estes são outro tipo de referência, mas, neste caso, o observador não está dentro deles, pois são externos. São normalmente representados por um objecto físico, definido de um modo simples: edifício, sinal, loja ou montanha. O seu uso implica a sua distinção e evidência, em relação a uma quantidade enorme de outros elementos. (...) Caso de torres isoladas, cúpulas douradas, colinas extensas (...) ou o caso de inúmeros sinais, fachadas de loas, árvores, puxadores (...)
RECORTE 1: Fragmentos do livro “A imagem da cidade”, de Kevin Lynch.
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concretas a necessidades pontuais quantificáveis pela sua incidência física mas sim, pelo contrário, o que há que buscar é uma arquitectura que satisfaça as necessidades de tipo emocional.”8 Este processo de translação conceptual, onde a linguagem do existencialismo entra em cena (humanismo, emoções, crescimento espiritual, autêntico,...) e influencia os CIAM’s seguintes : o CIAM de 1954 Aix-en-Provence, onde Alyson e Peter Smithson “formulam pela primeira vez, a sua teoria da estrutura urbana. Uma teoria pensada desde e para a residência. Habitar é o paradigma da vida urbana e o sistema articulado da casa, a rua, o bairro e a cidade é uma conceptualização da forma urbana que abandonou a divisão quatripartida da cidade tal como se concebia na Carta de Atenas, situando o indivíduo no centro da organização do espaço habitável.”9 Esta influência existencialista continua no congresso seguinte, de 1956 em Dubrovnik onde, como nos refere Ignasi de Solà-Morales, um novo conceito chave coloca-se no centro da reflexão dos arquitectos e urbanistas: identidade. Por fim, no congresso em Waterloo, de 1959, essa alteração está consumada e “a chamada da identidade ou a difusão de outros conceitos como core ou cluster, não pode ser interpretada só como uma substituição de uma linguagem metafórica da máquina por uma linguagem metafórica do orgânico (...) uma vez que o cluster não só é um cacho de uvas ou de flores, mas sim areunião, a associação daqueles que vivem conjuntamente, intercambiando os seus fluxos vitais, numa convivência que dá sentido ao indivíduo como parte inseparável de um grupo mais amplo.”10 Voltando ao livro de Cullen, podemos ver uma clara influência e partilha por estes valores, onde procura perceber esta arte de relacionamento que existe na cidade. Mas, essa arte de relacionamento que Cullen procura apontar ou descobrir meios que permitam manobrar dentro dos limites da tolerância, significa que há que procurar mais além do campo estritamente científico, novos valores e novos critérios. Há na postura de Cullen uma preocupação nas reações emocionais, aquilo que um edifício, o dobrar de uma esquina, um material, um toldo numa fachada, a publicidade numa rua, uma estátua, uma vedação provocam naquele que atravessa, que vive essa cidade. “A paisagem urbana surge na maioria das vezes como uma sucessão de surpresas ou revelações súbitas. É o que se entende por VISÃO SERIAL.”11 No segundo ponto do livro “Townscape”, é sobre as reações perante a nossa posição no espaço que o autor explora, o LOCAL. A noção de estar no exterior de um espaço, de entrar nele e de estar dentro dele, ou seja, o sentido de localização enquanto outro elemento desse meio ambiente. Por último, no seu terceiro ponto CONTEÚDO onde se explora a “própria constituição da cidade: a sua cor, textura, escala, o seu estilo, a sua natureza, a sua personalidade e tudo o que a individualiza. Há uma grande falta de sensibilidade na construção de cidades, uma tendência generalizada para recorrer a tanques e carros blindados onde apenas faz falta uma espingarda telescópica.
SOLÀ-MORALES, Ignasi; “Arquitectura y Existencialismo” in: Diferencias – topografia de la arquitectura contemporânea. Gustavo Gili. Barcelona, 2003. p.47
8
9
op. cit., p.48
10
op. cit., p.49
11 CULLEN, Gordon. Paisagem Urbana. Edições 70. Lisboa, 2009. p.11
Gordon Cullen
op. cit., p.13
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URBAN STRUCTURING SMITHSON, Alison and Peter, Urban Structuring: studies of Alison & Peter Smithson. London: Studio Vista, 1967 (...) The street is not only a means of access but also an arena for social expression. In these “slum” streets is found a simple relationship between house and street. How would people use “good” environment? How many ot the traditional acts of expression (of joy, time passing, faith, play-teaching) are likely to continue to want to find expression? Hearth and doorstep are symbols which used together presente to most men’s minds the image of house. 40 or 50 houses make a good street Streets, whith many small local and some larger facilities in the interstices and round about make up a farily recognisable district. Districts, interpersed with many more complex facilities than they would individually support, make up a city. House, Street, District are “elements of a city” (...) This missing quality – essential to man’s sense of wellbeing – was IDENTITY. It was possible to recognize identity in parts of old housing groups. (...) It became obvious that town building was beyond the scope of purely analytical thinking – the problema of human relations fel through the net of the “four functions”. In an attempt to correct this, the Doorn Manifesto proposed: we must consider every community in its particular environment”
RECORTE 80: Fragmentos do livro Urban Structuring.
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Cullen encara o livro-cidade como um jogo. Um conjunto de regras de jogo são identificados, descobertos, apontados, dando aso para que, com base nessa Arte de Jogar, se possa compreender e projectar a cidade de uma outra maneira. Apesar desta intenção, o autor refere, na introdução à edição de 1971, como a “mensagem inicial da primeira edição não foi devidamente transmitida. Tem-se vindo a observar um tipo de decoração urbana superficial, com base no uso de “pilones”, da calçada, no recurso a zonas reservadas a peões e numa preocupação crescente com questões de conservação histórica. No entanto nada disto constitui a essência da paisagem urbana. É lamentável que estes aspectos superficiais se tenham tornado moeda corrente, enquanto os elementos nucleares deste Jogo do Meio-Ambiente continuam trancados no seu cofre de ouro e púrpura.”12 A descrição sobre como se encara e procede à intervenção no meio urbano é ainda hoje pertinente, pois Cullen alerta para um ponto fulcral - o da decoração urbana superficial. Durante todo o seu livro, esse livro-cidade-livro que é um jogo onde o leitor se vai surpreendendo, tal como o transeunte se surpreende ao virar da esquina, tem dentro de si uma fonte de estímulo e de prazer perante a cidade, perante aquilo que são as suas qualidades, por mais comuns que elas sejam. Parte de uma postura de constante surpresa, estímulo pela potência daquilo que existe. Esse meio-ambiente que Cullen explora, as regras de jogo que lança, na procura de uma potenciação daquilo que é o comum, não tenta que se mimetize a sua forma, mas sim a sua essência. Esse é o ponto fulcral, a casa de chegada de todo este jogo e só assim se poderá entrar nele. Nelson dos Santos também lança a ideia de jogo, a ideia da cidade como um baralho de cartas. Entrando na lógica do jogo e, no caso, do jogo de cartas, o autor lança a base e o porquê de usar esta comparação para assim se pensar a cidade e como intervir nela: “no baralho comum, a variedade de combinações possíveis entre os dois sistemas básicos de agrupamentos (números + figuras & naipes) permite que se armem os jogos. Dentro de determinadas convenções (estratégias) são possíveis infinitas composições (táticas).”13 Só se aprende a jogar, jogando (...) mas o bom jogador é o que consegue transformar qualquer coisa em trunfo a seu favor. Nelson dos Santos
12
op. cit., p. 15
13 SANTOS, Nelson. A cidade como um jogo de cartas. Universidade Federal Fluminense. Niteroi, 1988. p. 49
op. cit. p.49
A ideia de associar a cidade e a forma de transformação da mesma a um jogo de cartas torna-se interessante na medida em que, com base nos elementos que formam uma cidade, transpostos aqui para as cartas , é possível jogar com eles, dentro de uma determinada regra (aquela que define o jogo), dando origem a um conjunto de estratégias de intervenção. 177
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“Identificando esses elementos, forças e energias que determinam de uma forma genuína a performance especial de uma determinada situação. E para nós, muitas vezes isto não é arquitectura mas as actividades que ocorrem dentro ou for a dela, graças ou apesar da arquitectura.” (…) Para desenvolver uma intervenção com significado, nós começamos cuidadosamente a estudá-lo. Analisamos a arquitectura das casas circundantes, a superfície dos materiais e ocupação urbana do largo, a organização do trânsito e também entrevistámos os habitantes. No final, encontramos apenas pequenos defeitos, nenhum dos quais tinha sido resolvido por um projecto de arquitectura.” VASSAL, Anne Lacaton, Jean-Philippe; “Tabula non rasa. Toward a performative contextualism” in 2G nº60: Lacaton & Vassal – Obra reciente, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2011 : 162-175
RECORTE 81: Place León Aucoc, Bordeaux - Lacaton & Vassal, 1996 | Imagem in: http://www.lacatonvassal.com/index.php?idp=37
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Nelson dos Santos propõe assim um conjunto de elemetos desse jogo de cartas: A “mesa” deste jogo urbano é sítio onde se joga (o local onde se procura intervir). Define os parceiros desse jogo urbano em três jogadores: governo, empresas e população. Cada um com os seus interesses mas que, para que o jogo “dê certo, é preciso que todos conheçam bem as cartas do baralho que está sendo usado e que sejam bem esclarecidas as regras para arrumá-las. Se apenas alguns tiverem acesso às normas e puderem alterá-las com exclusividade, provoca-se o desequilíbrio.”14 Passemos para os elementos do baralho: os naipes, os números e as figuras do jogo urbano. Esses elementos mínimos são os lotes, unidade territorial mínima, do domínio privado e que pode conter habitação, comércio, serviços ou industria. O contraponto deste elemento são as terras de uso público, ruas, praças, largos, etc. É nas diversas formas de combinar os padrões do lote que configuram essa estrutura urbana que se considera o jogo escolhido. Por fim o autor indica-nos as “caras” do jogo (e da cidade). Aquilo que é visto como, que representa algo, es edificíos de representação que, tal como num baralho de cartas, são as “caras”, pontos focais do jogo. Essas caras, foram definidas por Nelson dos Santos como a igreja, o banco e os edifícios administrativos. Por fim, escolhido o jogo e definido o significado do baralho, o autor propõe que o “especialista (urbanista, engenheiro, arquitecto, planejador) tem de assumir um novo papel, dentro de tal perspectiva. Ele é aquele que segue a partida com interesse, procura esclarecer dúvidas e pontos obscuros e funciona como mediador, aconselhando a actualização de estatutos e modos de agir, à medida que verifique sua superação.”15 A entrada do especialista enquanto elemento que se move perante o jogo abre uma nova possibilidade de pensar o papel do arquitecto e a sua relação com os vários agentes que fazem cidade. A convocação destes autores procura armar uma postura pessoal que se deixa contaminar pelas suas propostas enquanto caminhos que são apontados para, no reconhecimento do lugar, encontrar uma estratégia que o torne material de projecto. por um urbanismo sobre o terreno16 Procurando resumir as várias entradas aqui aportadas, aquilo que se procura é resumido na expressão acima citada. Para avaliar uma cidade “como espaço organizado, apenas uma solução: percorrê-la, vivê-la, deambular pelas suas ruas, descer as suas encostas, subir aos seus pontos mais altos, habitar as suas casas, senti-la como organismo vivo que não pára, que dia a dia se altera.”17 Este método empírico e por adição “repousa sobre uma cultura da precisão e da proximidade. Um urbanismo sobre o terreno. Um pensamento fragmentário da cidade levado à prática para observar de muito perto os fenómenos que fabricam a casa e o espaço público para melhorá-los, modificá-los, animá-los mediante um mínimo de acções muito concretas.” 18
14
op.cit., p.50
15
op.cit., p.50
alusão a expressão de Lacaton&Vassal in: in 2G nº60: Lacaton & Vassal – Obra reciente, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2011 : 162-175
16
TÁVORA, Fernando; “ Porto e do seu Espaço” in: O Comércio do Porto, 26 de Janeiro de 1954. Igualmente editado em “Estrada Larga”. Antologia do Suplemento Cultura e Arte de O Comércio do Porto (Costa Barreto, org.). Porto: Porto Editora, [s/d] p79-81
17
18 Lacaton&Vassal in: in 2G nº60: Lacaton & Vassal – Obra reciente, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2011 : 162-175
Um “urbanismo sobre o terreno” é aquilo que os vários autores apontados aqui 179
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procuram. Lynch na criação de uma imagem urbana que se define através do observador que dá sentido àquilo que vê; Cullen no percorrer de lugares, procurando padrões, temas que vão construindo uma “townscape” daquilo que a cidade é, com os vários elementos que a constituem e apontando, nalguns casos propostas a partir dessas leituras; os Smithson, na sua estrutura urbana que coloca a qualidade da identidade presente na rua, enquanto “arena para uma relação social” no centro do debate da cidade; Nelson dos Santos que põe as cartas na mesa, jogando a complexidade daquilo que faz e transforma a cidade e, por fim, os Lacaton & Vassal que procuram as qualidades de um lugar, daquilo que já lá está, procurando compreender o que deve, e se deve, ser transformado. Todos estes autores partilham afinidades que se convocam neste plano da investigação. Um urbanismo sobre o terreno, que se faça a partir do percorrer de um lugar na procura de situações que possam ser potenciadas, que possam ser material de projecto.
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Por uma (ideia de) arquitectura
notas sobre arquitectura, arquitecto e projecto
Arquitectura modos e meios de fazer Alusão a Walter Benjamin – “Ou seja, antes de perguntar: como se relaciona a poesia com as relações produtivas da época, gostaria de perguntar: como se situa nela?” in “O Autor enquanto Produtor” in: Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Relógio D’Água. Lisboa, 2012. p.117
1
Luz Valderrama, Arquitectura y mirada, proyecto y distancia – construcción y movimiento de una coherencia aventurosa. Comunicão proferida no Seminário Prática(s) de Arquitectura. Projecto, Investigação, Escrita. Porto, 2012. Registo vídeo em http://tv.up.pt/videos/ D21iahqymin (36’00)
2
alusão a Manuel Mendes, Despertadores de Projecto e Conhecimento. Intersecções de Perspectivas. Comunicação proferida no Seminário Internacional Rehabilitación y Mejoramiento de Barrios: Investigación, Gestión y Acción, Sevilha, 2012. Registo-vídeo em http://rehabilitaciondebarrios.org/?p=2850
3
4
op. cit. (12’30)
BENJAMIN, Walter. “O Autor enquanto Produtor” in: Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Relógio D’Água. Lisboa, 2012. p.117
5
6 para Benjamin, tendência – “(...) orienta a sua atividade através daquilo que é útil ao proletariado na luta de classes. (...) segue uma tendência”.
qualidade – (...) Pode também decretar-se: uma obra que apresente a tendência correcta tem, necessariamente, de apresentar todas as outras qualidades. (...) a tendência política correcta de uma obra implica a sua qualidade literária, porque engloba a sua tendência literária.” in: op. cit., p.116
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No processo para uma reprojectação de um território, há que refletir sobre os modos e meios de fazer arquitectura, definindo onde nos situamos1 perante as relações produtivas da nossa época. Pois a arquitectura, tal como refere Luz Valderrama, trazendo a si Mies Van Der Rohe, deve ser definida em cada época: “hoje já não tem como objecto quase exclusivo desenhar objectos para paisagens que já não os exigem, (...) talvez tenha muito mais a ver com a capacidade de detectar quais são os problemas contemporâneos.”2 Essa capacidade de detectar quais são os problemas contemporâneos passa por compreender que a arquitectura é uma forma de pensar3. Não é só intervir através da forma, pois as “condições da contemporaneidade são as múltiplas intersecções que cruzam criação, conhecimento, pensamento.”4 Portanto trata-se, como refere Benjamin, de pôr a questão de saber em que medida a obra se relaciona com as relações sociais produtivas da época, tendo consciência que as relações sociais são condicionadas por relações produtivas. Mas, antes desta pergunta, o autor propõe que se questione como a obra se situa nela (na época). Esta questão tem como objectivo determinar a “função que a obra assume nas relações de produção da escrita numa época. Por outras palavras, o seu objectivo é a técnica escrita da obra.”5 Por técnica, no sentido que Benjamin propõe, trata-se daquilo que permite que se ultrapasse a infrutífera controvérsia entre forma e conteúdo, contendo a determinação entre tendência6 e qualidade . Compreendemos então que mais que discutir entre forma e conteúdo da obra, ou determo-nos sobre a sua tendência e qualidade, é necessário centrarmo-nos na sua técnica, na “função” que assume essa obra perante as relações de produção da época. A transferência daquilo que é o ponto essencial no qual nos devemos situar perante a produção da arquitectura, leva a que se discuta a mesma no plano do seu objectivo e não do seu resultado formal ou qualitativo. Essa clarificação dada por Benjamin tem como base a consciência do “aparelho burguês de produção e publicação poder assimilar e mesmo propagar uma espantosa quantidade de temas revolucionários, sem que com isso ponha seriamente em causa a sua própria existência, ou a da sua classe de proprietários.”7 De seguida o autor dá-nos o exemplo da reportagem que, através da fotografia “já não pode fotografar nenhum edifício arren-
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dado nem um monte de lixo sem os transfigurar (...), conseguiu transformar a miséria em objecto de prazer, ao tratá-la de uma forma perfeccionista e na moda.”8 Mais uma vez, compreendemos o porquê de não prendermos o nosso pensamento sobre a obra, ou a arquitectura, através da sua qualidade e forma, pois a mesma é muitas vezes apropriada pelo sistema capitalista, tornando-a paradoxal. Pensemos nas arquitecturas temporárias9, ou parte delas apropriadas pela ausência de um discurso crítico levando-as a ser resultado de uma“nova configuração do capital financeiro. Enquanto arquitecturas temporárias, elas são de facto precárias — arquitecturas precárias para tempos e pessoas precárias —, estruturas leves, low cost, flexíveis, à medida das novas necessidades dos mercados e do marketing urbano que têm transformado as cidades em pouco mais que parques temáticos. Elas são a nova forma do capital financeiro (fluído, rápido, precário) e não uma crítica a essa política de reconfiguração do capital — com todos os seus desequilíbrios e injustiças. Estas arquitecturas nada têm de ruptura ou de activismo social e não são seguramente a salvação das hostes arquitectónicas. E se perturbam o princípio vitruviano da firmitas é apenas para se ajustarem às novas necessidades do capital financeiro.”10 A arquitetura (a sociedade, a vida política) encontra-se em grande medida alienada neste sistema que fornece uma distração, baseada numa postura aparentemente marginal e comprometida com a cidade, mas que não é mais que uma forma de entreter-nos, de alienar-nos do nosso comprometimento enquanto cidadãos políticos, pelo direito à cidade. É este ponto essencial que Benjamin destaca anteriormente, na apropriação do sistema do capital financeiro de uma quantidade de temas revolucionários, transformando-os em paradoxos. Por fim, Benjamin, de forma contundente (acerca da estetização na vida política política pelo fascismo): “O fascismo tenta organizar as massas recentemente proletarizadas, sem tocar nas relações de propriedade que estas pretendem eliminar. O fascismo vê a sua salvação no facto de permitir às massas que se exprimam mas, de modo nenhum, que exerçam os seus direitos.”11 Conscientes de que não é possível transpor a luta feroz de Benjamin em relação ao fascismo para a situação contemporânea, vivemos hoje situações em relação às quais se torna difícil compreender se a sociedade se exprime, de facto, para exercer os seus direitos. Torna-se claro que a forma de produzir arquitectura deve ser capaz de separar aquilo que é uma distração daquilo que deve ser o seu objectivo: a sua capacidade de detectar quais os problemas contemporâneos, por uma “técnica” verdadeiramente transformadora.
7 BENJAMIN, Walter. “O Autor enquanto Produtor” in: Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Relógio D’Água. Lisboa, 2012. p.122
8
op. cit., p.123
alusão a texto de Pedro Levi Bismarck, “Arquitecturas Precárias para tempos precários? in: Punkto. http://www.revistapunkto. com/2014/11/arquitecturas-precarias-para-tempos_95.html
9
10
op. cit.
11 BENJAMIN, Walter; A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica. in: Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Relógio D’Água. Lisboa, 2012. p.93
«Refuncionalização» – por uma arquitectura épica Continuamos na leitura proposta por Benjamin, agora alinhada com Brecht e o conceito de refuncionalização – “mudança das formas e instrumentos de produção no sentido de uma inteligência progressista”12. Esta refuncionalização procura alterar as formas
12 BENJAMIN, Walter. “O Autor enquanto Produtor” in: Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Relógio D’Água. Lisboa, 2012. p.122
183
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op. cit. p.122
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alusão a Walter Benjamin, quando este se refere em específico ao teatro que se armou de um conjunto de meios na tentativa de entrar na desesperada luta de concorrência, com o cinema ou o rádio . in: BENJAMIN, Walter. “O Autor enquanto Produtor” in: Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Relógio D’Água. Lisboa, 2012. p.127 14
Luz Valderrama, Arquitectura y mirada, proyecto y distancia – construcción y movimiento de una coherencia aventurosa. Comunicão proferida no Seminário Prática(s) de Arquitectura. Projecto, Investigação, Escrita. Porto, 2012. Registo vídeo em http://tv.up.pt/videos/ D21iahqymin (45’00) 16 op. cit (48’00) 15
BENJAMIN, Walter. “O Autor enquanto Produtor” in: Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Relógio D’Água. Lisboa, 2012. p.127 17
e instrumentos de produção, acrescentemos nós, arquitectónica. Nesse sentido, procura inscrever a “diferença decisiva que existe entre o simples abastecimento de um aparelho produtivo e a sua mudança.”13 Esta alteração decisiva procura contrariar o problema apontado há pouco, de como os meios de produção capitalista absorvem formas de expressão revolucionárias, esvaziando-as. A arquitectura contemporânea é hoje um teatro de complicadas maquinarias, hordas de figurantes e efeitos refinados14. Teatro esse que foi armando, fechando-se a outras especializações concorrentes, afastando-se delas e centrando-se na sua produção, difundido através da mediatização do produto, espectáculo cada vez mais potente, ofuscando tudo o resto. Arquitectura, que quando é verdadeira não está, para Luz Valderrama, nas revistas: “para mim a casa mais bonita do mundo é a casa de um amigo arquitecto, uma casa feita fora do regulamento, que nunca vai ser publicada nem premiada. (...) Uma casa onde aprendi o verdadeiro sentido do acto criativo: a realização de uma obra pelo puro prazer da acção em si, é o que se chama criatividade, a finalidade intrínseca do acto da criação.”15 A arquitectura hoje de complicadas maquinarias que parecem ter sido “produzidas pensando de antemão onde iriam ser publicadas ou a que prémio se iriam apresentar: foram produzidas para outra coisa e isso nota-se, caracterizam-se por uma certa frieza.”16 Mas há uma alternativa apontada por Benjamin - o teatro épico de Brecht: “Diferente é o teatro que, em vez de entrar em concorrência com qualquer instrumento novo de publicação, o utiliza para com ele aprender, ou seja, procura confrontar-se com ele. O teatro épico fez deste confronto sua tarefa.”17 Confronto esse que procuramos para este entendimento da arquitectura. Uma arquitectura que em vez de entrar em concorrência com uma outra área limite, a utilize para aprender, confrontando-se com ela, fazendo desse confronto sua tarefa. No interesse deste confronto, Brecht voltou aos elementos originais do teatro. Em certa medida, contentou-se com um estrado. Prescindiu de uma acção mais complexa. Assim, conseguiu alterar os contextos funcionais entre palco e público, texto e representação, director e actor. Esta arquitectura, que se confronta mas que volta aos seus elementos originais, o seu estrado, o seu praticável. Uma arquitectura que não reproduz situações, mas que as descobre, contrapondo a obra de arquitectura ao laboratório. “Regressa, de forma inovadora, à velha particularidade doa teatro(arquitectura) – expor aquilo que está presente. O que resulta é o seguinte: a acção não é alterável nos seus pontos altos, através da virtude ou da decisão, mas sim no rigoroso fluxo habitual, através da razão e de exercício. Construir, a partir dos mais ínfimos elementos de tipos de comportamento, aquilo que na dramaturgia aristoté-
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op. cit. p.128
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lica se chama «actuação», eis o sentido do teatro (arquitectura) épicoa. Os seus meios são, pois, mais modestos do que os do teatro tradicional; os seus objectivos também.”18 Exte excerto ao qual se faz uma segunda leitura, substituindo o termo “teatro” por
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“arquitectura”, sintetiza aquilo que se procura dizer ao utilizar a expressão “arquitectura épica”. A “arquitectura épica” procura expor aquilo que está presente, potenciando uma transformação a partir de dentro, com meios e objectivos mais modestos, no sentido que Luz Valderrama aponta, onde haja a “capacidade de alumbrar soluções criativas, por novos agentes de produção em que o arquitecto joga um papel possivelmente muito mais humilde, mas incrivelmente necessário”19. por uma arquitectura de pobreza
19 Luz Valderrama, Arquitectura y mirada, proyecto y distancia – construcción y movimiento de una coherencia aventurosa. Comunicão proferida no Seminário Prática(s) de Arquitectura. Projecto, Investigação, Escrita. Porto, 2012. Registo vídeo em http://tv.up.pt/videos/ D21iahqymin (36’00)
Torna-se agora necessária a clarificação do terceiro ponto - uma arquitectura modesta, humilde, pobre, enquanto condição contemporânea. Esta adjectivação, normalmente associada ao carácter pejorativo que a sua significação comporta, deve ser clarificada. Não se trata de associar a uma arquitectura sem capacidade transformadora, mas sim a uma arquitectura que se desprende de “espectaculares artefactos”, de “uma arquitectura que parte daquilo que se tem. Condição poderosíssima, que permite reinventar, ressignificar essa nova estrutura de pensamento.”20 Voltemos agora a Benjamin que, no seu texto Experiência e Indigência (ou no português do Brasil, Experiência e Pobreza), questiona a perda do vínculo entre os indivíduos e o património cultural a partir das experiências, essa transmissibilidade que se passa na história contada de pais para filhos, ficando a humanidade como um todo mais pobre, não só de experiências transmissíveis mas também culturalmente. Essa pobreza de experiência transmissível, indigência totalmente nova, torna-se para Benjamin numa espécie de nova barbárie. Esta nova barbárie é vista pelo autor com a introdução de um conceito positivo da mesma, no sentido em que esta nova pobreza leva o bárbaro a “começar tudo de novo, a voltar ao princípio, a saber viver com pouco, a construir algo com esse pouco, sem olhar nem à esquerda nem à direita. Entre os grandes criadores sempre existiram os implacáveis, que começaram por fazer tábua rasa. Queriam uma prancheta limpa, foram construtores.”21 Esta introdução do conceito de barbárie encaixa naquilo que se procura para o papel e posicionamento da arquitectura hoje. Torna-se claro que é bárbaro para que possa obedecer acima de tudo ao que existe no seu interior, consciente daquilo que é e por isso com um poder que o liberta. Trata-se de uma pobreza de experiência, não no sentido de uma nostalgia de uma nova experiência, mas sim na ânsia de libertar-se das experiências, “por um mundo em que possam afirmar de forma tão pura a sua pobreza, a exterior e também a interior, que daí nasça alguma coisa que se veja.” Com isto não significa que sejam ignorantes ou inexperientes, sendo muitas vezes o contrário – “tiveram de «engolir» tudo isso, a «cultura» e «o
20 Manuel Mendes, Despertadores de Projecto e Conhecimento. Intersecções de Perspectivas. Comunicação proferida no Seminário Internacional Rehabilitación y Mejoramiento de Barrios: Investigación, Gestión y Acción, Sevilha, 2012. Registo-vídeo em http:// rehabilitaciondebarrios.org/?p=2850 (64’00)
21 BENJAMIN, Walter. “Experiência e Indigência” in: Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Relógio D’Água. Lisboa, 2012. p.75
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op. cit .p77
23 BENJAMIN, Walter. “O Autor enquanto Produtor” in: Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Relógio D’Água. Lisboa, 2012. p.125
Luz Valderrama, Arquitectura y mirada, proyecto y distancia – construcción y movimiento de una coherencia aventurosa. Comunicão proferida no Seminário Prática(s) de Arquitectura. Projecto, Investigação, Escrita. Porto, 2012. Registo vídeo em http://tv.up.pt/videos/ D21iahqymin (50’00)
Homem», e ficaram saturadas e cansadas. Ninguém se sentirá mais atingido pelas palavras de Scheerbart: «Vocês estão todos tão cansados – e afinal porquê? Porque não foram capazes de concentrar todas as vossas ideias num plano muito simples e muito grandioso.»”22 É neste plano, em que o escritor (arquitecto) foge daquilo que, para Benjamin é a “tarefa mais urgente de hoje: o reconhecimento da dimensão da sua pobreza e de quão pobre tem de ser para poder recomeçar de novo.”23 É, em suma, disto que se trata. A capacidade de uma arquitectura de pobreza que se liberte dos artifícios de uma produção que a “ensimesma”, não numa interioridade vinda da si, mas em um isolamento sequestrado e paradoxal.
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Voltando-nos a fazer alusão a Luz Valderrama, “o presente oferece-nos a urgência e necessidade de reinventarmo-nos, de movermos o «desejo de coisas» para o «desejo pela própria vida ou profissão». A arquitectura como profissão ou como ofício deve ser redefinida constantemente. O presente oferece-nos nestes momentos uma oportunidade como nunca de nos reinventarmos para o que realmente queremos e podemos fazer.”24
Arquitecto O arquitecto já não é só responsável por algumas decisões formais ou técnicas mas sim de um processo em marcha, complexo, articulado, de múltiplos operadores que actuam directamente em partes determinadas da materialidade do objecto arquitectónico. A estabilidade das técnicas, dos modos de operar, dos materiais na arquitectura do passado permitiam ao arquitecto obrar como médium, como mago capaz de formular as hipóteses gerais, os rasgos que sobressaiam do edifício, as decisões formais essenciais, com a segurança que a materialização das mesmas deveria produzir-se sem a mais mínima dificuldade. O grau de integração dos processos técnicos da edificação convertia-os em passos irrelevantes, numa imediata relação entre quem formulava a ideia e o resultado final.25 25
SOLÀ-MORALES, Ignasi. “La obra arquitectónica en la época de su reproductibilidad técnica” in: Diferencias – topografia de la arquitectura contemporânea. Gustavo Gilí. Bareclona, 2003. p.159
produtor operante Quando abordamos a produção da arquitetura, torna-se clara a necessidade de pensar os seus agentes de produção e onde o arquitecto se situa nesse sistema. Este é um dos esclarecimentos cruciais, o de definir onde o arquitecto e arquitectura se situam. Qual é a sua relação com as forças sociais e produtivas da sua época. Benjamin propõe, através da definição proposta pelo escritor russo Sergei Tretjakow, o escritor «operante». Esse escritor(arquitecto) operante é aquele que se distingue do que informa: “ a 186
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sua missão consiste não em relatar, mas em lutar: não tem de representar o espectador, tem de intervir.”26 Esse escritor que opera numa determinada circunstância, situando-se nela é uma das posturas que procuramos nesse arquitecto enquanto novo agente de produção. Situar-se dentro do proletariado, ou dentro da classe social para a qual trabalha, significa que o autor participa também ele dentro do processo de produção. Poderíamos aqui questionar um aparente paradoxo, uma vez que, enquanto produtor – criador de um produto – poderia ser a exaltação do símbolo máximo de uma cultura de produção capitalista, uma vez que o produto é, poderíamos considerar, o resultado para qual essa força produtiva marcha. Mas neste caso, devemos ter em conta que o que se procura enquanto “produtor” não é o simples abastecimento de um sistema produtivo mas a sua mudança por dentro. Este arquitecto «operante», produtor que se situa dentro e não ao lado, que opera, que se move num planalto onde várias forças se cruzam, confrontando-se com elas para assim criar uma estratégia de operação/acção. Esse processo é o ponto principal ao qual esse arquitecto “operante” deve prender a sua atenção, sendo o produto uma consequência do mesmo processo e não um fim, invertendo os papéis dos meios de produção capitalista. A clarificação do arquitecto «operante», que se insere num processo explorando-o e tirando partido dele, gerando um resultado ou um produto como consequência e não como fim é a subversão necessária, a alteração por dentro dos meios de produção que nos falam Benjamin ou Luz Valderrama.
26 BENJAMIN, Walter. “O Autor enquanto Produtor” in: Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Relógio D’Água. Lisboa, 2012. p.118
estratega O arquitecto “operante” é aquele que se insere numa situação, confrontando-se com um conjunto de processos simultâneos que se intersectam. Como tal, na operação na qual se insere, ele cria estratégias de acção, de produção. Não é por acaso que o escritor russo Sergei Tretjakow que Benjamin nos traz, apresente o seu livro O Estratega. Esse arquitecto operante é um estratega de processos27. Estratega de processos pois é nesse contexto que se deve mover, através de um processo que explora e cria estratégia(s). É o estratega que não procura a forma ignorando o processo para a produzir. Pelo contrário, é o estratega que potencia, explora, se insere no processo, criando estratégias que poderão resultar em formas. A forma não é o objectivo, mas a consequência dessas estratégias. Trata-se portanto, de combater uma burocratização do processo, sinal último da situação contemporânea da produção da arquitectura, refém numa euforia da produção de formas, em grande medida inconsequentes, resultado de um processo automatizado, cujos resultados serão na sua essência também eles automáticos, diferentes apenas na forma do produto e não no seu conteúdo.
27 alusão a Manuel Mendes : “O arquitecto é um estratega de processos. Não estou a dizer que não é um inventor de formas, que não é importante que haja arquitectos inventores de forma, e que não seja importante traduzir em formas o que sejam essas estratégias. Mas estou numa escola que cada vez mais vive a euforia da forma, e cada vez menos vive a euforia do processo ou, se quiserem, burocratiza o processo.” in: (MENDES, Despertadores de Projecto e Conhecimento. Intersecções de Perspectivas, 2012) 11.36
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A atitude de estratega de processos implica um processo duro e extenuante de projecto, uma vez que é nesse processo, nessa intersecção de vontades e na confrontação de linhas que se geram e criam estratégias de projecto, processos de produzir algo, enquanto resultado consequente de uma acção. intérprete propositivo
Luz Valderrama, Arquitectura y mirada, proyecto y distancia – construcción y movimiento de una coherencia aventurosa. Comunicão proferida no Seminário Prática(s) de Arquitectura. Projecto, Investigação, Escrita. Porto, 2012. Registo vídeo em http://tv.up.pt/videos/ D21iahqymin (51’00)
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Luz Valderrama apresenta o nosso papel de intérprete das regras do jogo e, simultaneamente, “intermediário entre essas condições de partida e o desejo final feito realidade, pelo qual um projecto cobra corpo e realidade, muitas vezes não imaginado no princípio.”28 Também Nelson dos Santos nos alude para esta ideia de jogo (de cartas), em que há que jogar interpretando as regras e movendo-nos nelas. Enquanto intérprete, pensemos no músico. Existe para ele uma peça, estrutura base criada por um compositor, com um conjunto de indicações mais ou menos precisas, mais ou menos condicionantes, dependendo da liberdade (ou não que esse mesmo compositor dá). O intérprete, de frente para a pauta reproduzirá esse escrito, inscrevendo nele a sua interpretação - a sua forma de compreender essa estrutura base. Dependendo do seu virtuosismo poderá alcançar uma interpretação mais ou menos conseguida, mais ou menos potente. Poderá ainda, tal com Glenn Gould, revolucionar a própria interpretação que se faz de determinada peça. Mas, voltando ao ponto inicial da comparação, estamos sempre no mesmo jogo, na mesma lógica, no mesmo sistema cujas regras, por muito virtuosos que sejamos, não se alteram de forma significativa. Podemos então concordar que, mesmo reconhecendo a nossa humildade enquanto intérprete das regras do jogo, há que também pôr sobre a mesa, sempre que isso seja possível, a hipótese de definirmos nós as regras do mesmo. Com esta afirmação torna-se mais claro pensarmos nos jogos de cartas, tal como Nelson dos Santos propõe. Neste caso temos um sistema, o baralho que é a base para um conjunto de jogos sobre os quais dependem um conjunto de regras. Logo, além de interpretarmos as regras de um jogo, o desafio hoje passa por propôr essas regras. Definir o jogo, com base nessa estrutura comum (o baralho) é, poderíamos dizer, o verdadeiro objecto do projecto. Trata-se de uma atitude propositiva perante o baralho de cartas, perante o sistema. Aquilo que se pretende apresentar com esta comparação é a de que o arquitecto não deve apenas condicionar-se ao “jogo” que hoje produz a arquitectura. Ele pode e deve, sempre que isso seja possível, avançar e pensar novas regras para o mesmo “baralho”, para o mesmo sistema. Neste sistema de produção instalado desde a revolução industrial, movem-se duas chaves incrivelmente poucas e incrivelmente simples, o tempo e o dinheiro: produzir no
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menor tempo com o menor custo, regras de um jogo demasiado simples perante a complexidade contemporânea. Torna-se crucial definir novas variáveis, novas regras neste jogo de produção. Por muito virtuosos que sejamos enquanto intérpretes, procurando chegar ao extremo da nossa interpretação pondo em causa a sua origem, devemos sempre agir no sentido de propôr novas regras, definindo novas variáveis. Precisamos então de um intérprete propositivo. Aquele interpréte que, revolucionando a pauta que lê, acaba por a pôr em causa, confrontando-a e introduzindo novas variáveis, propondo novas leituras, propondo novas regras.
Projecto montagem como processo Tal como uma refuncionalização da arquitectura e a posição que o arquitecto deverá ter perante os meios de produção contemporâneos, o projecto, enquanto exercício de incomodidade, trabalho com a estranheza29 terá um papel crucial para um entendimento e criação de uma postura pessoal de confrontação com o real. Esse exercício de dificuldade que é o projecto, alinha-se hoje com uma dificuldade inerente à divisão e especialização do trabalho em arquitectura. Tal como Walter Benjamin nos refere em relação ao cinema, no seu texto A obra de Arte na Era da Sua Reproductibilidade Técnica, a especialização do trabalho dá origem a uma alteração profunda de produção da arte. A especialização técnica e divisão do trabalho na arquitectura contemporânea origina resultados fragmentados, peças de um puzzle inacabado, fazendo com que o processo projectual deva ser capaz de controlar essa produção, através de uma montagem para uma obra coerente no final. Esta montagem como projecto reconhece que o “ arquitecto não é o autor material de nenhum dos múltiplos aspectos que concorrem na materialização do objecto arquitectónico. Da mesma maneira que o realizador não tem que ser o responsável material nem do vestuário, nem do guião, nem dos cenários, nem da filmagem de cada sequencia, também o arquitecto não tem um papel mais privilegiado nas decisões de implantação, volumetria, estruturas, cerramentos ou materiais de revestimento.”30 A montagem será sempre difícil e conflituosa mas “quanto mais difícil é o encargo, mais denso é o espaço que constrói cada projecto (..) quanto mais difícil, menos ocasião há de copiar-se a si mesmo, de partir de fórmulas pré-estabelecidas.”31 Quando falamos em montagem enquanto projecto, não quer dizer que se procura
“A incomididade, a insatisfação, a estranheza é o que nos caracteriza. O projecto é um trabalho com a estranheza. (…) A mesma acção projectual obriga-nos a sentirmo-nos incómodos, a ser conscientes de que as regras do jogo mudaram, que mudam constantemente e, com elas, as variáveis do projecto.” in: Luz Valderrama, Arquitectura y mirada, proyecto y distancia – construcción y movimiento de una coherencia aventurosa. Comunicão proferida no Seminário Prática(s) de Arquitectura. Projecto, Investigação, Escrita. Porto, 2012. Registo vídeo em http://tv.up.pt/videos/ D21iahqymin (10’00 – 2ª parte) 29
30 SOLÀ-MORALES, Ignasi. “La obra arquitectónica en la época de su reproductibilidad técnica” in: Diferencias – topografia de la arquitectura contemporânea. Gustavo Gilí. Bareclona, 2003. p.159
Luz Valderrama, Arquitectura y mirada, proyecto y distancia – construcción y movimiento de una coherencia aventurosa. Comunicão proferida no Seminário Prática(s) de Arquitectura. Projecto, Investigação, Escrita. Porto, 2012. Registo vídeo em http://tv.up.pt/videos/ D21iahqymin (47’50)
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Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho (3)
32 SOLÀ-MORALES, Ignasi. “La obra arquitectónica en la época de su reproductibilidad técnica” in: Diferencias – topografia de la arquitectura contemporânea. Gustavo Gilí. Bareclona, 2003. p.161
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uma obra sem significado, anónima. Pelo contrário. Tal como num filme, ou se pensarmos no dadaísmo, a montagem e o processo pelo qual ela é feita, resulta numa obra única, com significado. O papel do cineasta ou do artista não passa por produzir esses fragmentos de forma individual, mas sim de os montar, de definir o guião. Tal como eles, o arquitecto deve montar com astúcia as contribuições de todos os operadores através da ficção completa do edifício no espaço e no tempo. O projecto que defina toda a produção, não passando só por definir uma acção coral na qual os esforços se vão integrar no objecto arquitectónico, mas um projecto cuja definição deva assemelhar-se ao guião cinematográfico, enquanto documento que estabeleça o campo de acção dos múltiplos agentes técnicos desdobrados na obra. Um projecto que defina não só a descrição formal do objecto, como também a logística posta em cena, onde o lugar e os modos de acção de cada técnica “devam ser fingidos no projecto de modo que a produção real nao deva confiar nem nas circunstâncias do momento, nem em decisões que o lugar reclame na hora de acabar. O operar arquitectónico deve estar de todo decidido no cenário fictício do projecto de modo que os agentes que vão intervir na produção se ajustem ao guião previamente determinado pelo próprio arquitecto.”32
Mapa-Quadro SĂntese
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Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho - MAPA - QUADRO síntese
MAPA-QUADRO síntese– confrontações
O mapa-quadro procura fazer uma síntese dos vários elementos apontados durante a investigação e que caracterizam a área de estudo S. Victor. Ele é mapa porque através da sua leitura podemo-nos orientar na complexidade do território; é quadro pois, através do elencar de um conjunto de tópicos, é possível ter uma leitura clara e organizada da complexidade que se intersecta e confronta a todo momento, quando se procura uma estratégia de reprojectacção para esta área de estudo. Ele procura ser síntese, transformando todos os elementos lidos da investigação em tópicos para, em seguida, confrontá-los. Este confronto é feito a partir das relações entre todos os pontos elencados. Ao organizar por tópicos, a ordem não é feita por uma escala de importância, de uns perante os outros. São todos colocados num plano comum que, depois de agitado, gera um conjunto de confrontações. Essas confrontações põem em evidência a complexidade presente no momento de pensar em transformar o lugar, sintetizando que qualquer postura perante ele tem que ter a consciência dessa complexidade. Apesar de ser lido como um quadro síntese, o mesmo foi sendo feito durante o processo de investigação e há alguns planos, como por exemplo o “realidade e desenho – apontamentos de estratégias de intervenção”, que se serviram deste quadro como base, após a confrontação dos tópicos, para apontar algumas acções de intervenção no lugar. O mapa-quadro procura sintetizar mas também imana as suas confrontações para planos que se apresentam momentos antes. Deve ser lido como um quadro-mapa que guia, que sintetiza mas que troca e dialoga constantemente com os planos anteriores, mas também com o seu devir, o seu futuro no lugar.
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Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho - MAPA - QUADRO - notas para leitura do mapa-quadro
Notas para a leitura do mapa-quadro
1.
depoimentos Os depoimentos são registos de conversas, reuniões, encontros que, durante o processo de investigação do lugar foram realizadas para compreender melhor esse território. Deve-se clarificar que os mesmos não seguiram uma regra pré-estabelecida de perguntas, mas partiram de uma postura que procurava da forma mais informal e comum possível compreender aquilo que os moradores, instituições, pessoas externas ao lugar tinham para dizer sobre ele. A opção por não ter sido feito um inquérito extensivo, com perguntas claras e do tipo “sim” ou “não” ou escolha múltipla foi consciente. Aquilo que se procura com os depoimentos requer tempo, conversa de circunstância, parar junto à porta dos moradores, deixar-se estar, aceitar o convite para entrar. São registos de conversas, pois aquilo se que procurava era compreender e conhecer o lugar, como os moradores o viam e habitavam nele. E, para que esse reconhecimento aconteça da forma mais comprometida e honesta possível é necessário ganhar uma certa confiança para que os depoimentos sejam o mais claros possível. Com isto não se pretende fazer uma crítica ao método de questionário mas torna-se necessário esclarecer que esse mesmo método exige um compromisso que, durante a investigação, não poderia ser assumido. Esse compromisso parte de uma conclusão simples: fazer um questionário exaustivo a toda a população geraria a consciência por parte da mesma que algum tipo de alteração se estaria a preparar para aquele território, gerando uma expectativa. Uma vez que no âmbito desta investigação essa expectativa da população não poderia ser correspondida, não seria eticamente honesto assumir esse compromisso hipotético. Também foi equacionada a hipótese de organizar, com os moradores, um grupo de discussão dos problemas que eram necessários resolver, compreender as potencialidades dos espaços, procurando, num prazo mais longo, uma associação de moradores que os representasse perante as instituições e os proprietários. Esta hipótese esteve em cima da mesa durante algum tempo mas acabou por ser descartada pelo mesmo motivo apresentado anteriormente: não havia condições para assumir um compromisso. Além deste motivo, acresce que um grupo ao qual o Fernando Almeida1 pertencia já tinha realizado um conjunto regular de conversas entre os moradores, no ano de 2013. Conversando com ele, concluímos que voltar a gerar esse ambiente de discussão sem garantias, além da conversa em si, poderia não ser eficaz para a investigação e, mais importante, para a população, aumentando o seu cepticismo perante todas as tentativas para potenciar aquele lugar.
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escultor, morador na Rua de
S. Victor e que dinamiza um grupo que procura potenciar as relações sociais neste lugar.
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Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho - MAPA - QUADRO - notas para leitura do mapa-quadro
Posto isto, os depoimentos recolhidos são apresentados neste quadro com alguns dos excertos-síntese que apontam qualidades e problemas que os moradores identificam neste lugar. Com os depoimentos dos moradores são também inscritos excertos de encontros com Fernando Almeida, enquanto elemento-chave para a minha compreensão da complexidade deste lugar. aproximações, urbanismo sobre o terreno Este tópico representa o trabalho de (re)conhecimento do lugar, expresso nos planos “aproximações” e “Porto, área de S. Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho 2”. O urbanismo sobre o terreno, “pés-no-chão” sobre o lugar, procurando encontrar, através de uma observação pessoal, quais são as suas qualidades, as suas lições para o potenciar. Na transposição para o quadro, os elementos elencados intersectam-se com outras observações. É, portanto, uma das linhas de fuga lançadas através de uma observação pessoal no terreno. realidade | desenho 1 – leituras-projecto As observações relativas às ilhas apontadas no plano “lições do lugar – leituras-projecto”, através das suas características, estrutura e tipologia são outro dos elementos que se inscrevem na listagem que caracteriza a complexidade do lugar. Neste quadro os esquemas de leitura anteriormente realizados ficam entre parêntesis, transformando-se em tópicos para que se arme um ponto comum entre todos os elementos que se confrontam neste território. realidade e desenho e – apontamentos de estratégias de intervenção Neste caso, o plano “realidade e desenho 2 - apontamentos de estratégias de intervenção” é, também ele, transformado em tópicos. Esses tópicos voltam à forma de problemas e possíveis respostas, colocados separadamente. Com isto procura-se reafirmar que o plano apontado anteriormente procura apontar estratégias mas as mesmas confrontam-se e estão dependentes de vários elementos presentes no território-investigação. regulamentos - PDM, RGEU No confronto com o real e com o lugar, na procura de estratégias de reprojectação do mesmo, há que incorporar nas regras do jogo os regulamentos vigentes. Nesse sentido, são chamados para este quadro o Plano Director Municipal do Porto e o Regulamento Geral das Edificações Urbanas. Os mesmos são encarados aqui como mais um elemento a ter em consideração quando confrontamos a procura de uma estratégia para intervir neste território. 194
Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho - MAPA - QUADRO - notas para leitura do mapa-quadro
2. lista das observações Neste ponto são elencados todos os elementos que imanam do ponto 1. Os mesmos estão agrupados por temas, os primeiros ligados à caracterização de uma atmosfera do lugar, os segundos a uma lógica tipológica ou arquitectural da organização do território e os últimos apresentam aquilo que se retira dos regulamentos. A cada um dos pontos corresponde um número, mas a ordem dos mesmos não se rege pela maior importância de um em relação a outros. Todos têm a mesma importância. São todas as cartas do jogo, todos os pontos da constelação sobre a mesa. A leitura dos pontos elencados na lista de observações é acompanhada por linhas de diferentes cor que são o fruto do “lançamento” dos vários planos do ponto 1. Como se pode ler, há momentos em que alguns dos tópicos são tratados por mais do que um plano, mas com um ponto de vista diferente.
3. círculo de observações - confrontações A partir do ponto 2. do mapa-quadro, os vários pontos listados agitam-se, evidenciando as relações de (in)dependência e de confronto. Esta agitação de forças que cada um desses pontos imana é apresentada através da “tabela de relações-confrontações” e, consequentemente no “círculo observações-confrontações”. Estes dois elementos (a tabela e o círculo) são a apresentação no plano onde as relações de forças, fruto do confronto de cada um desses pontos, se tornam claras, apresentando padrões mais ou menos intensos e que são postos em jogo quando procuramos armar as várias estratégias para o lugar. Como apontado anteriormente, alguns destas confrontações foram já postas em evidência no plano “realidade e desenho – apontamentos de estratégias de intervenção”. Nota: a leitura dos pontos da tabela deve ser feita do seguinte modo: 29. elevada densidade: (interage/confronta-se) - 6, 8, 9, 10, 15, 28, 30, 41, 42, 44, 45, 53 ou seja - o lugar caracteriza-se por uma elevada densidade (29) : .(logo) alguns moradores preferiam ter mudado (6) .(mas) há uma relação de reconhecimento entre todos os moradores (8) .(originando) conflitos entre moradores (9) .(mas também) espírito de entre-ajuda (10) .(fazendo com que) a rua de S. Victor vivida enquanto espaço público principal, de encontro, de festa (15) .(originando que) os moradores necessitam mais distância entre si (28) .(criando situações de) conflito com os novos habitantes menos desejados (30) .(em parte devido) ao processo de adição de pisos nas casas da ilha (41) .(em parte devido) ao processo de ocupação doe pátios (42) .(em parte devido) à extensão da casa para módulos na ilha (44) .(em parte devido) à extensão da casa para módulos na ilha (45) .(possibilidade de baixar a densidade nas) ilhas desocupadas (53)
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Porto, área de S.Victor - Cidade | Arquitectura | Política - realidade e desenho - MAPA - QUADRO - notas para leitura do mapa-quadro
A partir da leitura deste MAPA-QUADRO-síntese, procura-se apontar tudo aquilo que se identifica e se confronta neste lugar. Não se procura, a partir dele, lançar modelos, mas sim relações de confronto entre os vários pontos que deverão ser a base de um guião em escrita contínua, que esta investigação procura iniciar mas que o seu desenvolvimento depende da entrada de outros actores num momento futuro.
196
88. Disposições interiores das edificações e espaços livres alt. min piso a piso , destinados habitação – 2.70m | pé-direito livre mínimo 2,40m (1.) estabelecimentos comerciais – min. 3m pé-direito (2.) [RGEU| Título III | Cap. III | Art. 65º] 89. Compartimentos de habitação não podem ser inferiores ao indicado no quadro seguinte. [RGEU| Título III | Cap. Iii | Art. 66º] 90. Compartimentos [RGEU| Título III | Cap. I | Art. 67º] a) Área bruta (Ab) – superfície total do fogo, medida pelo perímetro exterior das paredes b) Área útil (Au) soma das áreas de todos os compartimentos da habitação (incl. Vestíbulos, circulação interior, instalações sanitárias, arrumos, etc.) c) Área habitável (Ah) soma das áreas dos compartimentos (excepto Vestíbulos, circulação interior, instalações sanitárias, arrumos, etc.)
83. Ascensores [RGEU |Título i | Cap. V | Art 50º |1.] | hab. colectiva – altura + de 11,5 – obrigatória instalação de ascensores (1.) | medida a partir da cota mais baixa do arranque dos degraus ou rampas de acesso do interior do edifício | min. dois ascensores – dimensionados de acordo c/ nº de habitantes e c/ capacidade mínima correspondente a 4 pessoas (2.) | hab. c/ + de 3 pisos inferior 11.5m - prever espaço para futura instalação de no mínimo 1 ascensor (1.) 84. construção em terrenos reconhcidamente salubres ou sujeiros previamente às necessárias obras de saneamento [RGEU | Título III | Cap.I | Art 53º] 85. assegurar arejamento, iluminação natural e exposição prolongada à acção directa dos raios solares e bem como abastecimento de água potável e evacuação inofensiva dos esgotos [RGEU| Título III | Cap. iI | Art. 58º] 86. limite de altura definido pela linha recta a 45º, traçada a partir do alinhamento da edificação fronteira RGEU | Título III | Cap. Ii | Art. 59º] 87. Distância mínima entre fachadas 10m. MAS arruamentos já ladeados, Câmaras Municipais poderão, sem prejuízo do que esteja previsto em plano de urbanização, estabelecer alinhamentos com menor intervalo, não inferior ao definido pelas construções existentes. [RGEU| Título III | Cap. II | Art. 60º] 88. Disposições interiores das edificações e espaços livres |alt. min piso a piso , destinados habitação – 2.70m | pé-direito livre mínimo 2,40m (1.) | estabelecimentos comerciais – min. 3m pé-direito (2.) [RGEU| Título III | Cap. III | Art. 65º] 89. Compartimentos de habitação não podem ser inferiores ao indicado no quadro seguinte. [RGEU| Título III | Cap. Iii | Art. 66º] 90. Compartimentos [RGEU| Título III | Cap. I | Art. 67º]
57
74
16 57
3 15 16
29
1 13 1 2 15 22 15 22
15 16 15 16
29 74
55
5 12
47 51
52
57
71 72
74
13 3 3 8 9 4 12 31 5 12 31 37 32 28
10 13 12 15 8 32 35 30 31 34 44 34
13 15 29 28 9 34 36 36 32 36 43 35
15 55
72
30 30 12 35 37 37 35 37 45 36
51 42 29 37 42 41 44 52 51 42
44
53 49 49 48 44 49
71 51 50 49 45 50
53 51 51 46 51
52 53 52 53 58 59 60 61 71 71 52 58 59 60 61 62 63 67 68
45 47 48
48 37 36 52 30 35 46
71 72 78 52 71 72 78 57 71 72
31 32 34 35 36 47 48 49 47 48 49 77 77.1 77.2 77.3 77.4
49 48 66 49
54 49 71 62
8
80 69 89 69 89
5
86
87
88
89
6 7 8 9 10 11 1 2 13 3 4 5 1 2 14
90
15
16
17
18
19
2
83
82
52 51 52
81
51 50 51
80
50 49 48
79
49 48 47
51 74 71
52 80 74
61 85
62 67 71 74 78 80 81
85 85 80 81 79 80
85 89
90
58
59
60
66 67 78 79
59
60
62
66 67 68 84
78
79
84
79 80
35
47
48 49
4
8 24
26
47
48 49
1 15
21 24
54
55
56 58
68 79
82 88
89
90
41 53
54 57
41 42 41 53
53 62
71
74
42 53
64 65
81
84
47 48
58 66
67
71 77.2 80
62 68
71 75
80
81
89
41 42
58 59
62
63
66 68 77.2
58 64
65 67 77.4
79
72
73
2
45 48 48 47 43 48
37 77 77.1 77.2 77.3 80 33 34 36 37 68 33 34 36 37 68
32 33
24 29
53 44 47 47 43 42 47 71 53 43
78
5 29 32 33 36 32 33 37 77.2 77.4 4 5 10 28 29 4 5 10 28 29 33 36 37 33 42 53 57 30 31 32 34 37 30 31 32 33 34 12 30 31 32 34 34 47 48 49 51 6 8 12 24 28 12 24 31 32 34 30 31 32 36 29 14 57 74 77.1 12 26 74 20 57 74 2 15 16 24 46 13 34 35 36 47 32 34 47 53 61 32 34 35 47 48 32 58 60 67 34 60 64 74 77.2 58 64 65 80 84 34 65 77.4 81 64 65 77 81 63 71 74 78 80 61 61 71 74 78 58 44 69 74 75 43 68 44
44 41 28 36 41 38 37 51 49 41
76 77 7 7.3
4 29 1 1 29 4 24 6 10 31 4 9 28 11 15 1 8 6 29 6 32 34 6 63 4 59 34 34 43
8 8 9 10 7 28 34 29 29 32 41 33 29
75.2.3
8 2 2 6 8 2 10 29 4 9 28 32 12 15
75.2.1
3 1 1 4 6 1 6 12 2 4 12 12 10 6 33
84
12 54 3 13 18 20
71 70 63 74 77.4 80 66 67
75 43 44 63 75
78 80
7
75
59 65
68
77.possibilidade de edificação nos logradouros/interior do quarteirão quando: 77.1 prolongamento funcional de edifícios existentes considerados imóveis de interesse patrimonial/integrados áreas de interesse urbanístico e arquitectónico – localizados frente urbana do quarteirão – destinados a habitação / outras actividades legalmente compatíveis; [PDMP | Art. 17º | 2. a)] 77.2.edifício preexistente sujeito na totalidade a obras de conservação[PDMP | Art. 17º | 2. b)] 77.3.cércia não superior ao edifício existente integrado na frente urbana [PDMP | Art. 17º | 2. d)] 77.4 não resulte impermeabilização superior a 20% da área do logradouro do prédio/lote [PDMP | Art. 17º | 2. e)] EXCEPÇÃO – “ casos em que, por motivos de ordem patrimonial, se imponha preservação das edificações existentes nos logradouros/interiores do quarteirões OU casos em que prédios ou lotes sejam de exígua dimensão e configuração irregular . [PDMP | Art. 17º | 78. obras de pequenas importância /ligeiras de conservação, Câmaras municipais podem dispensar licença [RGEU |Título i | Cap. I | Art 2º |1.] 79. edificação nova, reconstruída, ampliada/alterada – carece de licença municipal [RGEU |Título i | Cap. I | Art 8º |1.]TÍTULO II 80. As edificações devem ser construídas e intervencionadas de modo a garantir a satisfação das exigências essenciais de resistência mecânica e estabilidade, de segurança na sua utilização e em caso de incêndio, de higiene, saúde e protecção do ambiente, de protecção contra o ruído, de economia de energia, de isolamento térmico e das demais exigências estabelecidas no presente Regulamento ou em legislação específica, nomeadamente de funcionalidade, de durabilidade e outras. [RGEU |Título i | Cap. I | Art 2º |1.] 81. Coberturas construídas com materiais impermeáveis, resistentes ao fogo e à acção dos agentes atmosféricos, e capazes de garantir o isolamento calorífico adequado ao fim a que se destina a edificação. [RGEU |Título i | Cap. I | Art 42º] 82. Largura lanços escadas: [RGEU |Título i | Cap. V | Art 46º |1.] | Moradias unifamiliares – min. 0,80m (1.)| Hab. colectiva até 2 pisos / 4 habitações – min. 0.90m (2.) |Hab. colectiva + de 2 pisos /+4 habitações – min. 1,10m (3.) | Hab. colectiva (lanços entre 2 paredes) – min. 1,10m (2.); min 1,20m (3.) | Edifícios corpo altura superior a 30 m – min. 1,40m (5.) | Largura min. patamares acesso habitações – 1,10m (caso nº2); 1,40m (caso nº3); 1,50m (caso nº5)
26 55
11 2 17 17 2 13
69
87. Distância mínima entre fachadas 10m. MAS arruamentos já ladeados, Câmaras Municipais poderão, sem prejuízo do que esteja previsto em plano de urbanização, estabelecer alinhamentos com menor intervalo, não inferior ao definido pelas construções existentes. [RGEU| Título III | Cap. II | Art. 60º]
54 57
39
86. limite de altura definido pela linha recta a 45º, traçada a partir do alinhamento da edificação fronteira RGEU | Título III | Cap. Ii | Art. 59º]
75.1.1. obras de conservação de todo o edifício, caso necessário. [PDMP | Art. 16º | 1. a)] Excepção alínea a) – casos edifícios propriedade horizontal não pertença ao proprietário 75.1.2. Conservação de todos os elementos arquitectónicos e construtivos que contribuam para a caracterização da imagem urbana da zona da cidade [PDMP | Art. 16º | 1. b)] 75.2.3.cércea não ultrapasse a da moda [PDMP | Art. 16º | 1. c)] 75.2.1.alinhamento da fachada do tardoz – definido pelos alinhamentos dos edifícios confinantes a manter [PDMP | Art. 16º | 2. b)] 75.2.2. admitidas profundidades superiores - p/usos considerados essenciais à revitalização do tecido urbano / acréscimo significativo da disponibilização de espaço público qualificado [PDMP | Art. 16º | 2. c)] 75.2.3.colmatação entre edifícios imóveis de interesse patrimonial cércea não ultrapasse a da moda [PDMP | Art. 16º | 2. e)]
52 27
74
85. assegurar arejamento, iluminação natural e exposição prolongada à acção directa dos raios solares e bem como abastecimento de água potável e evacuação inofensiva dos esgotos [RGEU| Título III | Cap. iI | Art. 58º]
49
68 75
79
61
84. construção em terrenos reconhecidamente salubres ou sujeitos previamente às necessárias obras de saneamento [RGEU| Título III | Cap. I | Art. 53º
44
4 55 56 57 58 2 53 5 59 6 51 5 0
hab. c/ + de 3 pisos inferior 11.5m - prever espaço para futura instalação de no mínimo 1 ascensor (1.)
29
confrontações
50
mín. dois ascensores – dimensionados de acordo c/ nº de habitantes e c/ capacidade mínima correspondente a 4 pessoas (2.)
25 26 27 29 30 57 72
63
medida a partir da cota mais baixa do arranque dos degraus ou rampas de acesso do interior do edifício
20
62
hab. colectiva – altura + de 11,5 – obrigatória instalação de ascensores (1.)
15
41
NOTA: Atendendo àquilo que é considerado, na carta de Qualificação do Solo, a
83. Ascensores [RGEU |Título i | Cap. V | Art 50º |1.]
20
13 52 26 54 51 26
43
77.possibilidade de edificação nos logradouros/interior do quarteirão quando: 77.1 prolongamento funcional de edifícios existentes considerados imóveis de interesse patrimonial/integrados áreas de interesse urbanístico e arquitectónico – localizados frente urbana do quarteirão – destinados a habitação / outras actividades legalmente compatíveis; [PDMP | Art. 17º | 2. a)] 77.2.edifício preexistente sujeito na totalidade a obras de conservação[PDMP | Art. 17º | 2. b)] 77.3.cércia não superior ao edifício existente integrado na frente urbana [PDMP | Art. 17º | 2. d)] 77.4 não resulte impermeabilização superior a 20% da área do logradouro do prédio/lote [PDMP | Art. 17º | 2. e)] EXCEPÇÃO – “ casos em que, por motivos de ordem patrimonial, se imponha preservação das edificações existentes nos logradouros/interiores do quarteirões OU casos em que prédios ou lotes sejam de exígua dimensão e configuração irregular . [PDMP | Art. 17º | Área de Frente contínua em consolidação Às áreas estruturadas em quarteirão com edifícios localizados, predominan- temente, à face dos arruamentos, em que o espaço público se encontra definido e em que as frentes urbanas edificadas estão em processo de transformação construtiva e de uso; pretende-se a manutenção e rees- truturação das malhas e a consolidação do tipo de relação do edificado com o espaço público existente
Largura min. patamares acesso habitações – 1,10m (caso nº2); 1,40m (caso nº3); 1,50m (caso nº5)
11 51 15 39 49 25
42
Regulamentos (PDM, RGEU)
interior quarteirões – espaço verde permeável afeto aos logradouros das parcelas confinantes / utilização colectiva [PDMP | Art. 17º | 1.]
Edifícios corpo altura superior a 30 m – min. 1,40m (5.)
10 30 13 30 36 15
40
“”
Hab. colectiva (lanços entre 2 paredes) – min. 1,10m (2.); min 1,20m (3.)
9 29 11 20 35 13
49
“”
Hab. colectiva + de 2 pisos /+4 habitações – min. 1,10m (3.)
7 28 7 15 30 11
48
“”
Hab. colectiva até 2 pisos / 4 habitações – min. 0.90m (2.)
14
72
65
“”
Moradias unifamiliares – min. 0,80m (1.)
60 63
51
64
“”
PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DO PORTO (PDMP) Áreas de Frente Urbana Contínua Consolidada ( zona de S. Vítor classificada como sendo esta área, exceptuando um pequeno conjunto, virado para a Praça da Alegria com o arranque da Rua José António Aguiar) 74. intervenções devem priveligiar conservação dos edifícios existentes – objectivo potenciar ocupação por usos qualificadores e dinamizadores da vivência urbana [PDMP | Art. 14º | 2.] Edificabilidade (Artigo 16º) 75. Ampliação dos edifícios existentes, desde que: 75.1.1. obras de conservação de todo o edifício, caso necessário. [PDMP | Art. 16º | 1. a)] Excepção alínea a) – casos edifícios propriedade horizontal não pertença ao proprietário 75.1.2. Conservação de todos os elementos arquitectónicos e construtivos que contribuam para a caracterização da imagem urbana da zona da cidade [PDMP | Art. 16º | 1. b)] 75.2.3.cércea não ultrapasse a da moda [PDMP | Art. 16º | 1. c)] 75.2.1.alinhamento da fachada do tardoz – definido pelos alinhamentos dos edifícios confinantes a manter [PDMP | Art. 16º | 2. b)] 75.1.2. admitidas profundidades superiores - p/usos considerados essenciais à revitalização do tecido urbano / acréscimo significativo da disponibilização de espaço público qualificado [PDMP | Art. 16º | 2. c)] 75.2.3.colmatação entre edifícios imóveis de interesse patrimonial cércea não ultrapasse a da moda [PDMP | Art. 16º | 2. e)] Logradouros e Interior dos Quarteirões (Artigo 17º)
82. Largura lanços escadas: [RGEU |Título i | Cap. V | Art 46º |1.]
58
46
47
“”
81. Coberturas construídas com materiais impermeáveis, resistentes ao fogo e à acção dos agentes atmosféricos, e capazes de garantir o isolamento calorífico adequado ao fim a que se destina a edificação. [RGEU |Título i | Cap. I | Art 42º]
44
46
“”
36 41
círculo de relações - confrontações
3 9 30 31 2 33 34 35 3 28 2 6 3 27 7 3 8
realide e desenho 2
“”
44 74 72
26
praça e começam logo a olhar para nós.”
“”
26 26 27 30
25
só minha e tem condições. Agora muitas pessoas não têm. Outras foram fazendo obras, mas é complicado. (...) Mas de resto era arranjar forma de acabar ali com o que nós chamamos o “sobe e desce” que não tem jeito nenhum [refere-se a uma pensão, na praça da Alegria] Às vezes sentamo-nos na
“”
80. As edificações devem ser construídas e intervencionadas de modo a garantir a satisfação das exigências essenciais de resistência mecânica e estabilidade, de segurança na sua utilização e em caso de incêndio, de higiene, saúde e protecção do ambiente, de protecção contra o ruído, de economia de energia, de isolamento térmico e das demais exigências estabelecidas no presente Regulamento ou em legislação específica, nomeadamente de funcionalidade, de durabilidade e outras. [RGEU |Título i | Cap. I | Art 2º |1.]
15 15 25 28 70 51
24
“Eu estou cá há 40 anos. Sou a mais antiga. Acho que o que falta é dar mais condições às pessoas. Muitas não têm casa de banho. Eu nem me posso queixar. A minha casa de banho é por fora, mas é
“”
“”
9 1 15 16 1 1
12 7 13 9 44 48 10 4 14 4 14 15 8
23
realidade | desenho 1
ILHA O Otília Fernandes
“”
79. edificação nova, reconstruída, ampliada/alterada – carece de licença municipal [RGEU |Título i | Cap. I | Art 8º |1.]TÍTULO II
8 5 8 6 41 35 4 3 12 3 13 14 3
22
ILHA 12 Júlia Ferreira “Eu se pudesse mudar, houve uma altura em que pensei fazê-lo mas depois a minha vida deu uma volta e não deu. (...) Mas gosto muito de viver aqui, estamos numa zona muito boa. (...) Nasci na ilha mais abaixo e depois mudei-me para aqui. (...) Mas podia-se mudar isto, ou juntar duas casas numa e aumentar o espaço (...) Mas esta ilha nem está muito mal, cada um vai fazendo as alterações conforme pode.” Mostra-me a sua casa. Fala da humidade, de como a zona é muito húmida e as águas vão descendo desde a cota mais alta até a zona desta ilha e continuando até descer a escarpa. Foi fazendo alterações na casa, subindo mais um piso, sala de estar, cozinha e casa de banho, colocando infraestruturas de saneamento, como muitos foram fazendo nessa ilha.
ILHA J Rosa Carvalho Vive na ilha há mais de 50 anos “oh! Isto mudar agora já não é para o nosso tempo! (...) Comprámos a casa na altura em que o senhorio morreu e nas partilhas os filhos deram prioridade de compra a quem já aqui vivia e nós comprámos. Como quase todos nesta ilha. (...) antes haviam dois pátios entre as casas, um para casa, mas fomos aumentando a casa, onde construímos a cozinha e casa de banho” [nesta ilha apenas duas casas ainda têm pátios. Todas as outras aumentaram para esse espaço, onde instalaram casa de banho e cozinha] “ Os telhados são o maior problema muitas vezes.” [A filha vive numa casa na mesma ilha] Vitor Por volta de 30 anos “Eu prefiro viver aqui do que viver em prédios. E esta casa nem está mal. Já vivi noutra e era muito pior, sem condições nenhumas, e ninguém fazia obras. As pessoas lá nem casa de banho têm. (...) Já Aqui nem é muito complicado”
“”
78. obras de pequenas importância /ligeiras de conservação, Câmaras municipais podem dispensar licença [RGEU |Título i | Cap. I | Art 2º |1.]
2 4 1 3 2 3 1 2 3 10 9 28 1 2 1 2 6 8 1 2 8 12 1 2 1 2
21
aproximações
ILHA 1 Armando Oliveira Vive nesta ilha há dois anos Nasceu noutra ilha. Terá por volta de 60 anos. “Isto as condições não são boas. Eu tenho 2 pisos, sala, casa de banho e cozinha e quarto, mas muitos aqui nem isso.
ILHA L José Martins Está aqui desde 1975 A ilha está em muito mau estado, praticamente em ruína. Apenas 3 casas estão ocupadas, sem condições mínimas. Aqui as casas de banho ainda são exteriores, A água que cai da ilha contígua na cobertura da sua casa, chovendo lá dentro. Duas casas da ilha foram reconstruídas, estrutura em betão mas estão desocupadas.
Atmosfera Social | identidade local 1. identidade colectiva (forte nos dois quarteirões de S. Vítor) 2. pertença/identificação com o lugar 3. gosto em viver na zona 4. muitos moradores nasceram e viveram toda a vida na mesma casa/na zona 5. preferência por viver numa casa em vez de viver em prédios 6. moradores preferiam ter mudado – resignados 7. defesa do filho da rua 8. relação de (re)conhecimento entre todos os moradores 9. conflitos entre moradores 10. espírito de entre-ajuda 11. existência de uma hierarquia informal “” - ex. Sr. Neves - presidente. Sporting Clube de S. Vítor; - Zé da Bata - dono mercearia proprietário 3 ilhas. Espaços de representação | União | Emancipação 12. ausência de ass. de moradores representativa do conjunto da população 13. Sede Sporting Clube de S. Vítor - espaço de encontro - carácter associativo e colectivo 14. Sede do Sporting Clube de S. Vítor, é vista por alguns como um espaço não neutro - problemas de concorrência, etc. Espaço Público | Rua Arena | Relações entre os vários (possíveis/em potência) praticáveis/suportes 15. rua de S. Vítor vivida enquanto espaço público principal, de encontro, de festa 16. pouco uso da Praça da Alegria, enquanto espaço de encontro 17. venda de produtos frescos na praça da Alegria (pequena Feira, Mercado) 18. estigmatização (por parte de alguns) do estar na Praça da Alegria 19. Feira da Vandoma – momento de ocupação 20. separação / corte / falta de ligação entre os moradores dos dois quarteirões da Rua de s. Vítor com a zona de N. Sra. das Dores 21. Separação entre Lado Norte e Sul do quarteirão de S. Vítor 22. Excesso de carros estacionados nos largos 23. Necessidade de zonas de estacionamento 24 problemas de falta de dispositivos de apoio à mobilidade para população (como o caso de guardas, tipos de pavimento, etc)(ex. R. Gomes Freire) Acontecimentos | Momentos de encontro | Festa 25. noites de fado e karoke (Sede Clube S.Vítor e Café S. Vítor) 26. rusgas S. João 27. Carnaval Habitar nas ilhas | Caracterização | Propriedade | Ocupação 28. moradores que necessitam de mais distância entre moradores 29. elevada densidade 30. conflito com novos habitantes menos desejados 31.variação preço rendas (5-250 euros p/casa) 32. aluguer muito baixo (rendas antigas) 33. casas compradas pelos moradores 34. casas arrendadas pelos moradores 35. desconhecimento do proprietário actual 36. moradores pagam/fazem as obras 37. hábitos de auto-construção 38. porta da ilha como elemento de separação - segurança - privacidade Habitar nas ilhas | Caracterização 39.cada ilha como caso concreto 40.cada uma é uma história, condicionantes próprias Processos de transformação | metamorfose | mutação 41. processo de adição de pisos nas casas da ilha 42. processo de ocupação de pátios (maior com insercção de módulos de cozinha e casas de banho) 43. possibilidade de agrupar casas, 2 em 1, 3 em 1 , etc. 44. extensão da casa para o corredor da ilha 45. extensão da casa para módulos na ilha (ex. arrumos, coberturas praticáveis, pequenas oficinas, etc.) 46. existência de espaços para pequenas hortas população da zona | caracterização 47. população com rendimentos baixos 48. população desempregada 49. população com necessidades de apoios sociais 50. realojamentos (p/ Bairro Duque de Saldanhas, p.ex) 51. sentimento de desilusão em relação ao poder político e constantes promessas
REGIMENTO GERAL DAS EDIFICAÇÕES URBANAS (RGEU)
Tabela de Interações
1. identidade colectiva (forte nos dois quarteirões de S. Vítor) “” 2. pertença/identificação com o lugar 3. gosto em viver na zona “” 4. muitos moradores nasceram e viveram toda a vida na mesma casa/ou na zona “” 5. preferência por viver numa casa em vez de viver “em prédios” “” 6. moradores preferiam ter mudado – resignados “” 7. defesa do “filho da rua” “” 8. relação de (re)conhecimento entre todos os moradores “” 9. conflitos entre moradores 10. espírito de entre-ajuda “” 11. existência de uma hierarquia informal “” 12. ausência de associação de moradores representativa do conjunto da população “” 13. Sede Sporting Clube de S. Vítor - espaço de encontro - carácter associativo e colectivo 14. Sede do Sporting Clube de S. Vítor, é vista por alguns como um espaço “não neutro” - problemas de concorrência, etc. 15. rua de S. Vítor vivida enquanto espaço público principal, de encontro, de festa 16. pouco uso da Praça da Alegria, enquanto espaço de encontro 17. venda de produtos frescos na praça da Alegria (pequena Feira, Mercado) 18. estigmatização (por parte de alguns) do estar na Praça da Alegria “” 19. Feira da Vandoma – momento de ocupação 20. separação / corte / falta de ligação entre os moradores dos dois quarteirões da Rua de s. Vítor com a zona de N. Sra. das Dores “” 21. Separação entre Lado Norte e Sul do quarteirão de S. Vítor 22. Excesso de carros estacionados nos largos 23. Necessidade de zonas de estacionamento 24 problemas de falta de dispositivos de apoio à mobilidade para população (como o caso de guardas, tipos de pavimento, etc)(ex. R. Gomes Freire) “” 25. noites de fado e karoke (Sede Clube S.Vítor e Café S. Vítor) 26. rusgas S. João 27. Carnaval 28. moradores que necessitam de mais distância entre moradores “” 29. elevada densidade 30. conflito com novos habitantes menos desejados “” 31.variação preço rendas (5-250 euros p/casa) 32. aluguer muito baixo (rendas antigas) 33. casas compradas pelos moradores 34. casas arrendadas pelos moradores 35. desconhecimento do proprietário actual 36. moradores pagam/fazem as obras 37. hábitos de auto-construção 38.porta da ilha como elemento de separação - segurança 39.cada ilha como caso concreto 40.cada uma é uma história, condicionantes próprias 41. processo de adição de pisos nas casas da ilha 42. processo de ocupação de pátios (maior com insercção de módulos de cozinho e casas de banho 43. possibilidade de agrupar casas, 2 em 1, 3 em 1 , etc. 44. extensão da casa para o corredor da ilha 45. extensão da casa para módulos na ilha (ex. arrumos, coberturas praticáveis, pequenas oficinas, etc.) 46. existência de espaços para pequenas hortas 47. população com rendimentos baixos 48. população desempregada 49. população com necessidades de apoios sociais 50. realojamentos (p/ Bairro Duque de Saldanhas, p.ex) 51. sentimento de desilusão em relação ao poder político e constantes promessas 52. sentimento de exclusão 53. ilhas desocupadas 54. Edifício “abrigo pequeninos” 55. Gaveto Rua com a Travessa S Vitor 56. Antigo terreno do tanque comunitário 57. criação de mais espaços , praticável, suportes 58. problemas de estrutura na coberturas das casas 59. problemas de ventilação nas casas (apenas 1 fachada) 60. casas sem casa de banho no interior 61. ilhas sem condições de habitabilidade 62. casas com problemas estruturais 63. problemas com redes de esgotos 64. pendente do terreno muito acentuada 65. chuvas - problemas escoamento 66. necessidade de ventilação das casas 67. necessidade de isolamento térmico/acústico 68. áreas mínimas? 69. necessecidade aumentar áreas casa 70. .... 71 .casa reparada Casa melhorada - programa de intervenção - paliativo 72. Grupo do Fernando Almeida – Trabalho feito no levantamento – proposta de intervenção na Sede do Sporting Clube de S. Vítor 74. intervenções devem priveligiar conservação dos edifícios existentes – objectivo potenciar ocupação por usos qualificadores e dinamizadores da vivência urbana [PDMP | Art. 14º | 2.] 75. Ampliação dos edifícios existentes, desde que:
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Retiro alguns apontamentos soltos, dessa conversa: . identidade de um lugar – uma identidade colectiva . apesar de a ideia de uma comunidade coesa, se estar a perder, particularmente nos dois quarteirões de S. Vitor. . apesar das condições, há uma ideia de pertença aquele lugar, as pessoas gostam de viver ali. . as rendas vão dos 5 euros aos 250. Algumas pessoas acabaram por comprar as casas da ilha . a requalificação das casas é feita individualmente, muitas vezes num processo quer de auto-construção, quer de adição à medida que há capacidade económica. . não há nenhuma associação/representação desse conjunto de moradores . as pessoas vivem a rua de S. Vitor enquanto espaço Publico, muitas encontram-se aí ou então nalguns cafés, bem como na Sede do Sporting Club de S. Vitor. . há uma defesa muito grande pelo que é “filha da rua”, ou filho da terra. Todos se conhecem e apesar de alguns conflitos a partir do momento em que é reconhecido pela comunidade, há um grande espírito de ajuda . ao olhar as ilhas, cada uma como caso concreto – cada uma é uma história, tem as suas condicionantes próprias, perceber a própria dinâmica social . existe uma hierarquia, informal. Um conjunto de personagens, o Zé da Bata (senhor com 90 e poucos anos, com uma mercearia e proprietário de 3 ilhas; o Sr Neves, do Sporting Club de S. Vitor; .faz parte de um grupo que foi organizando conversas com os moradores no sentido de perceber o que pode ser melhorado no bairro . quem vive nos dois quarteirões de S. Vitor não sente necessidade de ir à Zona de N. Sra das Dores, ficam pela zona onde moram. . Usam mais a rua que a praça da Alegria . Junta de Freguesia do Bonfim – Casa Reparada, Casa Melhorada . Aitor Varea Oro . Valencia, Doutoramento
Ilha H (27 de Novembro) “Eu gosto de viver aqui. Se pudesse mudava algumas coisas, mas não gostava de sair daqui.” Não ficou registado o nome
Área de Frente contínua em consolidação, entendemos não ser necessário inserir os elementos do PDMP referents a estas áreas, uma vez que, para o caso, as disferenças não justificam a reprodução das regras específicas
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(...)Sentamo-nos e começo a falar do que procuro na dissertação e fora dela. Interessa-me perceber como é que aquela zona vive hoje. Os seus moradores, as dinâmicas sociais, a(s) hierarquia(s) (o Fernando vir-me-ia a explicar que a mesma existe), entrar no particular de uma zona da cidade, conhecer para intervir.
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NOTA: todos os tópicos assinalados com aspas ( ) são resultado das conversas/divagações/discussões com moradores da zona ou pessoas que têm o seu negocio ou uma relação de grande proximidade e conhecimento da mesma. Os não assinalados, discorrem de uma observação pessoal na procura de identificar/caracterizar/comunicar as várias partes que constroem o lugar, mesmo que também contenham em fundo essas conversas.
52. sentimento de exclusão espaços em espera | em potência 53. ilhas desocupadas 54. Edifício “abrigo pequeninos” 55. Gaveto Rua com a Travessa S Vitor 56. Antigo terreno do tanque comunitário 57. criação de mais espaços , praticável, suportes Casa das ilhas /casa da frente de rua | Problemas 58. problemas de estrutura na coberturas das casas 59. problemas de ventilação nas casas (apenas 1 fachada) 60. casas sem casa de banho no interior 61. ilhas sem condições de habitabilidade 62. casas com problemas estruturais 63. problemas com redes de esgotos 64. pendente do terreno muito acentuada 65. chuvas - problemas escoamento 66. necessidade de ventilação das casas 67. necessidade de isolamento térmico/acústico 68. áreas mínimas 69. necessecidade aumentar áreas casa 70. necessecidade aumentar áreas casa Grupos de transformação | Acções sobre o /no terreno 71 .casa reparada Casa melhorada - programa de intervenção - paliativo 72. Grupo do Fernando Almeida – Trabalho feito no levantamento – proposta de intervenção na Sede do Sporting Clube de S. Vítor
3.
tabela de de relações-confrontações
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ILHA K Sr. Óscar Já vivo aqui desde 1960. (...) Gostava de mudar. Mudar de ares (...) Esta ilha até é sossegada (...) fecha-se a porta à noite e é tranquilo. (...) Mas na altura não havia possibilidade de mudar. [tem a casa ao fundo do corredor da ilha. Foi acrescentando no piso superior, um pátio e um quarto.]
lista das observações
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(1º encontro – 25 de novembro de 2014) Sede Praça da Alegria Futebol Club | 2º encontro - 5 Dezembro de 2014 - Sede Sporting Clube de São Vítor | 3º encontro - Fevereiro 2015 - na sua casa, na Rua de S. Vítor)
depoimentos
2.
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Fernando Almeida
1.
Considerações finais
Considerações finais Continuemos a mergulhar em águas profundas ou lançados no mar alto. Convocamos novamente Luz Valderrama e Sousa Dias – (Deleuze – Leibniz) para este plano. O desfecho do trabalho não poderá ser encerrado e estanque. É mais um plano que se lança, armado pela intersecção de todos os outros, rota num oceano de fortes correntes, agora menos desconhecido. Fiel ao trabalho, enquanto experiência sobre o real, enquanto acção de experimentação no escuro na procura da leitura-produção-edição de um lugar-investigação complexo e heterogéneo, as conclusões não serão peremptórias ou lineares. Esse caminho entraria em conflito com a própria postura do trabalho e fingiria uma distância analítica que (ainda) não existe. Construindo-se entre uma ontologia do presente, no lugar onde se cartografam terras por vir e a convocação de autores para a construção de um pensamento, de uma postura a partir do qual olho o que me rodeia, o trabalho foi-se fazendo nestes dois planos complementares, que se cruzam em vários pontos e esboçam a procura de respostas ao problema apontado no lançamento para o mar alto: entre o plano da realidade que se lê, procurando retirar lições a partir dele e o plano dos autores que me ajudam a ler essa realidade e a (re) construí-la. Nos planos “Porto, área de S. Victor – Cidade | Arquitectura | Política – realidade e desenho (1, 2 e 3) convocam-se diversos autores que olham para o existente (Porto, S. Victor), para a Cidade, a Arquitectura e a Política, sempre entre a realidade e o desenho, na tentativa da armação de um postura pessoal, escrita com outros. Uma postura que abarca o confronto enquanto estratégia para potenciar a metamorfose, transformando o existente. Tecendo diariamente o paradeiro de uma cidade porosa, de multicapas, estratificadas e não fixas, onde a casa é a peça articular, o poro mínimo. Uma postura que procura ter uma cultura de interpretação e transformação do existente, onde o lugar é material de projecto, onde se procura um urbanismo sobre o terreno. Uma postura que vê a arquitectura enquanto técnica transformadora, que detecta os problemas da produção contemporânea, que não reproduz situações mas que as descobre, que volta ao estrado, que parte daquilo que se tem para ressignificar uma nova estrutura de pensamento. Uma postura que vê o arquitecto enquanto estratega de processos, operante, que se distingue do que informa, não representando mas intervindo, enquanto intérprete propositivo, que define sempre que possível as regras ou intervém nelas, sempre consciente onde se situa no sistema produtivo. 199
Consideraçþes finais
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Considerações finais
Um postura que vê o projecto enquanto montagem dos diversos fragmentos que compõe o real, enquanto logística posta em cena, lugar e os modos de acção de cada técnica. Se a pergunta que ecoa durante o trabalho parte da ideia de procurar retirar lições do lugar para, a partir delas, pensar a sua transformação, reconhece-se que no plano “projectos anteriores” há dificuldade em comunicar alguns momentos em algo mais do que uma descrição dos mesmos, onde uma posição mais crítica e operativa que retira lições deles nem sempre é evidente. Mas essa mesma dificuldade é também ela o registo da construção da investigação. Durante todo o processo, foi-se formando um foco de investigação, uma “nuvem” que se condensou nos planos “Porto, área de S. Victor | realidade e desenho 1 e 2”. Num trabalho onde a solidão é muitas vezes condição de escrita, mas onde a convocação do lugar e de todos aqueles que o fazem é ponto-assente para o seu avanço, algumas estratégias que o trabalho aponta nos planos “Porto, área de S. Victor | realidade e desenho 1 e 2” assumem a ideia de esboço de uma escrita pois a mesma tem que ser feita em conjunto, com todos e no lugar. Essa leitura do lugar, tornando-o material de projecto está feita de forma mais profunda nas ilhas, que se tornaram o centro onde o trabalho se focou com mais intensidade. A escolha foi feita através do decorrer do processo de investigação, entre uma rota apontada que se foi ajustando no reconhecimento da sua importância na área de S. Victor. Os vários planos do trabalho não devem ser lidos como modelo a seguir, rígido e fechado. Podem ser vistos como a construção de um modelo ou processo pessoal para ler e trabalhar um lugar mas nunca como receita. É uma escrita que procura convocar as várias vozes que dele ecoam, mas que, para continuar lançado em mar alto necessita não só delas mas dos seus braços para remar. É este o plano em que nos encontramos no momento de lançar a estação em que a investigação se encontra. O espaço entre a leitura-escrita-comunicação de um lugar, na procura de despertadores de projecto e na convicção de que a construção desse lugar por vir apenas será possível através do compromisso com os outros, os do lugar e os que convocamos, todos os braços a remar por uma arquitectura comum. Neste momento, aquilo que a investigação pede é que se comunique ao outro para, a partir daí, avançar no lugar, com os do lugar e todos aqueles que se quiserem juntar na viagem, num oceano onde nem tudo é desconhecido, mas onde ainda há muito por conhecer, numa viagem turbulenta e difícil, mas, e por isso mesmo, aventurosa.
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Bibliografia
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Crédito Imagens 1 – Casos de metamorfose da casa do lote estreito; desenhos do autor sobre plantas de licenças de obra, 2015. 2 – Projecto Goyonetta; in: http://fundacion.arquia.es/es/concursos/proxima/ProximaRealizacion/FichaDetalle?idrealizacion=5137 . 3 – Fragmento da ficha do Workshop “Metamorphoses”; Jean-Philippe Vassal, Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, Guimarães, 2014 . 4 – Vista parcial da zona de S.Victor; fotografia do autor, Porto, 2015 5 – “Mão de Le Corbusier”; Lucién Hervé. Cap Martin, França, 1951; in: GEBAYER, Imola; Lucien Hervé 100. László Baán. Budapeste, 2010 6 – L’immeuble Villas; Le Corbusier, 1952 | in: http://cat2.mit.edu/4.560/samples/buildingimages/immeubles1-s.jpg . 7 – projecto “The Berlin Dwelling”; António Pedro Faria, Marisa Oliveira e Tiago Ascensão - Cadeira “Living in Berlin” | Berlim, 2013 . 8 – Capa relatório Antas/Monterroso; in: ANTAS, Azeredo; MONTERROSO, Manuel. A Salubridade Habitacional no Pôrto. Inspecção Geral de Saúde do Pôrto. Imprensa Nacional. Lisboa, 1934. 9 – S.Victor, SAAL, Álvaro Siza Vieira | © Centro Documentação 25 de Abril - Universidade de Coimbra slides de Alexandre Alves Costa 10 – “Folhetim” virtual sobre intervenção nas Cardosas; in: http://www.passeiodascardosas.pt/brochura. html . 11 – demolição complexo Pruitt Igoe, U.S. Department of Housing and Urban Development Office of Policy Development and Research, 1975. 12 – demolição torre 4 do bairro do Aleixo; © José Coelho/Lusa, 2013. 13 – Cartografia do lugar em estudo; desenho do autor sobre planta camarária, 2015. 14 – Fragmentos de elementos do levantamento; levantamento do autor, 2014. 15 – Cartografia do lugar com os quarteirões identificados para levantamento; identificação do autor, 2014. 16 – Identificação de casos de densificação do lote; esquemas do autor sobre planta camarária, 2014. 17 – Excertos do processo de levantamento; desenhos e esquemas do autor, 2014. 18 – Axonometria com as ilhas em estudo; desenho do autor, 2015. 19 – Capa-índice; fotografia do autor, 2015. 20 – Forma esquemática dos vários elementos observados na área de S.Victor; desenho do autor, 2015. 21 – Axonometria com a área de estudo S.Victor; desenho do autor, 2015. 22 – cartografia desenhada da rua de S.Victor; desenho do autor, 2015. 23 – Rua de S.Victor, 1, 2, 3; fotografias do autor, 2015. 24 – Largo do Camarão; fotografia do autor, 2015. 25 – Passagem na rua de S.Victor; fotografia do autor, 2015. 26 – Rua de S.Victor – Praça da Alegria; fotografia do autor, 2015. 27 – Excerto de planta do Porto 1; planta de J. C. Lima, 1839. 28 – Excerto de planta do Porto 2; planta de Telles Ferreira, 1892. 29 – cartografia desenhada da Praça da Alegria; desenho do autor, 2015 30 – Praça da Alegria; fotografia do autor, 2015. 31 – cartografia e alçados desenhados da rua de S.Victor; desenho do autor, 2015. 32 – Rua de S.Victor; fotografia do autor, 2015. 33 – pormenor de cartazes na rua de S.Victor; fotografia do autor, 2015. 34 – cartografia desenhada da Travessa de S.Victor; desenho do autor, 2015. 35 – Travessa de S.Victor; fotografia do autor, 2015. 36 – Rua de S.Victor; fotografia do autor, 2015. 37 – Ilha na Rua de S.Victor; fotografia de Marisa Oliveira, 2015. 38 – Cartografia desenhada do Lagro Padre Baltazar Guedes e Rua Gomes Freire; desenho do autor, 2015 39 – Pormenor de cartaz desenhado, na rua Gomes Freire; fotografia do autor, 2015 40 – Rua Gomes Freire e Padre Baltazar Guedes; fotografia do autor, 2015 41 – Passeio das Fontaínhas; fotografia do autor, 2015 42 – cartografia desenhada do passeio das Fontaínhas; desenho do autor, 2015. 43 – Feira da Vandoma ; fotografia do autor, 2015. 44 – cartografia desenhada da área de Nossa Senhora das Dores; desenho do autor, 2015. 45 – fotografia de pormenor com placa “Associação M. S.Victor”; fotografia do autor, 2015 46 – SAAL, S.Victor – passagem; fotografia do autor, 2015 47 – Alçado Rua Duque de Palmela e Duque de Saldanha; fotografia do autor, 2015 48 – Rua Duque de Palmela; fotografia do autor, 2015 49 – Bloco Duque de Saldanha; fotografia do autor, 2015
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50 – Bloco Duque de Saldanha, galeria; fotografia do autor, 2015 51 – Licença de obra para a Rua Duque de Saldanha, nº204-218; licença de obra 292/1928 in: Arquivo Casa do Infante: D-CMP/9/533 Licença de obra 292/1928 (id:101 506) 52 – Licença de obra para a Rua Duque de Saldanha nº74-78 e Rua particular Maria Albertina; licença de obra 1126/1929 in: Arquivo Casa do Infante: D-CMP/9/553 Licença de obra 1126/1929 (id:102 449) 53 – Bloco de Moradias Económicas Duque de Saldanha, fotografia; fotografia do autor, 2015 | Planta do Bloco de Moradias Económicas Duque de Saldanha; AG-LO no334/1942 (id. 180999) Licença obra no334/1942 54 – Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S.Victor; in: (In)formar a Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfoses; FAUP Publicações; Porto, 2001, p.244) 55 – esquemas de organização tipológica e distributiva do Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S.Victor; esquemas do autor, 2015. 56 – Aglomerado de Moradias Económicas na rua de S.Victor 2; in: (In)formar a Modernidade: Arquitecturas Portuenses,1923-1943: morfologias, movimentos, metamorfoses; FAUP Publicações; Porto, 2001, p.245) 58 – Desenho da zona de Nossa Senhora das Dores; in: L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. 59 – três momentos na zona de Nossa Senhora das Dores; in: L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. 60 – Desenho das casas assinaladas A1; in: L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. 61 – Desenho da intervenção B9in: L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. 62 – Desenho da intervenção B7;in: L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. 63 – Desenho da intervenção D3; in: L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. 64 – Desenho da intervenção C2; in: L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. 65 – Planta, corte e alçado da zona de S.Victor;in: L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. 66 – Esquisso da zona de intervenção entre a Rua de S.Victor e a Praça da Alegria;in: L’isole proletaria come elemento base del tissuto urbano, in: Architettura nella citta’storica ,Lotus nº18. Milano,1978. 67 – Cartografia do Lugar; desenho do autor, 2015. 68 – Axonometria do Lugar; desenho do autor, 2015. 69 – Plantas, alçados e axonometria das ilhas; desenho do autor, 2015. 70 – esquemas de estrutura das ilhas; desenho do autor, 2015. 71 – esquemas de organização tipológica das ilhas; desenho do autor, 2015. 72 – criação de Associação de Moradores; desenho do autor, 2015. 73 – densificar (1) – vazios urbanos como suporte; desenho do autor, 2015. 74 – densificar (2) – criação de espaços comuns; desenho do autor, 2015. 75 – acção de reparação – potenciar relação com a paisagem; desenho do autor, 2015. 76 – acção de reparação; desenho do autor, 2015. 77 – acção de reparação – demolição de estruturas abandonadas; desenho do autor, 2015. 77 – acção de reconstrução – demolição; desenho do autor, 2015. 78 – acção de reconstrução – abertura de passagens; desenho do autor, 2015. 79 - acção de reconstrução – ilhas desabitadas – estrutura livre; desenho do autor, 2015. 80 – Fragmentos do livro Urban Structuring; in : SMITHSON, Alison; SMITHSON, Peter. Urban Structuring. Studio Vista. Londres, 1967 81 – Place León Auroc, Bordeaux; in : http://lacatonvassal.com/index.php?idp=37 82 - Ilha na Rua de S.Victor; fotografia de Marisa Oliveira, 2015.
Esta dissertação não foi escrita ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico
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