Coluna do jornal matĂŠrias de 2011
(atualizado semanalmente ao longo do ano) compilado por: dezoito .com
agradecimento: LĂdia Azevedo
20
SÁBADO, 31 DE DEZEMBRO DE 2011
FOTOS DIVULGAÇÃO
Galera, vou ficando por aqui
CARA DA SEMANA
MC Amanda é o futuro do funk ARQUIVO PESSOAL
Gente, no dia 9 de abril deste ano passei a escrever todos os sábados nesta coluna. Aqui, além de ter contado toda trajetória de sucesso da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk), apresentei novos artistas e pude dizer por onde andava muita gente que estava sumida. Lançamentos de livros, vídeos na net e muita informação sobre os bailes em todos os cantos do estado. Tudo isso foi mostrado aqui. Falei muito das conquistas do passado da Apafunk, mas também pude informar o que estava sendo conquistado este ano. Eu falo do edital do funk que foi aberto pela Secretaria estadual de Cultura e do maior evento de funk da história, o Rio Parada Funk. Falei sobre leis e resoluções que são usadas de maneira abusiva (por parte de uma parcela da polícia) contra os bailes funk, e que nós devemos exigir um tratamento igualitário com as outras culturas. Agradeço a todos os que acompanharam esta história narrada por mim aqui. A todos que me ajudaram a compor a coluna. Aviso a todos que 2012 vou em busca de outros horizontes, ficando muito difícil para eu me comprometer semanalmente com esta coluna. Vou sentir muita saudade de 2011. Foi mais um ano de conquista para o funk e para a Apafunk, mas vai ficar marcado para mim como o ano em que eu tive uma das maiores experiências de minha vida profissional: escrever semanalmente em um jornal! Para todos, um feliz 2012, e que esse meu adeus possa ser (quem sabe) um até breve!
Já que estamos no último dia do ano, o momento agora é de pensar no futuro. E o cara da semana é a cara do futuro no mundo do funk. Moradora de Brás de Pina, na Zona Norte do Rio, e amante do funk desde que nasceu, ela já tem sete músicas gravadas. A primeira, gravou com apenas 10 aninhos. Precoce a menina! Hoje essa garota está trabalhando a música “Espelho Meu” que foi escrita pelo rapper Meg. MC Amanda é uma das apostas que o futuro do funk tem para mostrar. Bonita, simpática, carismática, comunicativa e o mais importante: muito talentosa. Espero que tudo dê certo na carreira dessa funkeirinha de apenas 17 aninhos, pois o futuro do funk depende muito de gente como ela. Boa sorte e bastante sucesso, MC Amanda!!!
Informasom Atenção, Zona Sul!!! Amanhã acontece o mais tradicional baile funk carioca, o Emoções da Rocinha (foto ao lado). O endereço é sempre o mesmo: Estrada da Gávea, 577, São Conrado. O primeiro baile do ano terá DJ Clayzinho x DJ Fernandinho. E para comemorar 2012 com muita alegria, vai ter
uma promoção pra galera não deixar de comparecer. Damas e cavalheiros grátis até meia-noite. Após, damas R$ 5 e cavaleiros R$ 10. E ainda amanhã, tem show no Mageense Futebol Clube. Haverá o lançamento do DVD Espião “o batidão carioca” com MC Rico do Cabaré, MC Ti Pock e Equipe Espião Crazy Stuff e Laser Rio. Também vai ter distribuição de DVDs de graça para as primeiras 200 pessoas que entrarem no baile.
15
SÁBADO, 24 DE DEZEMBRO DE 2011
FOTOS DIVULGAÇÃO
O CARA DA SEMANA
A LIÇÃO DESSE POETA DO FUNK
“Como diz o Rei dos Reis, os humilhados serão exaltados / Praticar o bem é a melhor saída / Grava aí / A humildade é a essência da vida”. É assim que começa “A vida é feito roda gigante”, o último sucesso de Andrezinho Shock, que foi chamado por Flavinho Silva e Ronaldinho, do Fundo de Quintal, de Poeta do Funk. E a ideia é passar uma mensagem maneira ao som do tamborzão. — Essa música surgiu depois de um show, quando vários fãs
rodearam a van em que eu e mais oito artistas estávamos. Eles não quiseram, mas eu resolvi descer e atender a todo mundo que estava lá esperando. A gente nunca sabe o dia de amanhã, e temos que dar valor a quem nos dá valor — explicou Andrezinho, que tem 18 anos de estrada. E esse cuidado que ele tem em passar uma mensagem legal com a música é algo que ele gostaria de ver não só nos outros funkeiros, mas em todos os ritmos musicais que apelam em suas letras para vender.
— Para mim, um artista é uma referência para muita gente, por isso tem que ter responsabilidade no que fala. Eu não quero que a minha filha ligue o celular e me escute falando senta aqui, senta ali — disse o funkeiro, que entende que há um tipo de música que é mais dançante: — Hoje em dia existe o funk leve que toca nas rádios e os proibidões que tocam nos bailes. Por que não fazer só os funks leves? Tocando nas rádios, Andrezinho Shock é a prova que dá para fazer funk de qualidade e de muito sucesso.
AQUELA FORÇA PRO ARTISTA NOVO
Informasom
Gente, desde que passei a colaborar para o jornal EXPRESSO com essa coluna semanal passei a receber muitos elogios, além de pedidos de ajuda de diversos MCs e DJs que estão começando a carreira e que precisam divulgar seus trabalhos. Sei bem como é isso, pois eu sou um artista que está indo para a segunda década de correria no mundo da música. Para quem não sabe, uma das responsabilidades da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk) é informar sobre direitos, que vão desde o direito autoral até o direito à liberdade de expressão, além de ajudar a todos os pro-
Alô, Bangu, alô Zona Oeste. Hoje é dia de curtir “Eu amo baile funk” no Espaço Capadócia. Logo após a ceia de Natal, vá dançar com a Equipe Espião, DJs e MCs do baile funk mais amado do Rio. O Espaço Capadócia fica na Rua Silva Cardoso 595, em Bangu. Já na Zona Sul, amanhã, às 23h, rola o mais tradicional baile funk carioca: o Emoções da Rocinha. Quem toca é o Espião Vida Loka com DJ Clayzinho. No baile de Natal, mulheres e homens entram de graça até meianoite; depois desse horário, elas pagam R$ 5, e eles, R$ 10. Classificação: 18 anos. Endereço: Estrada da Gávea 577, São Conrado.
dutores de baile a garantir a realização de seus eventos. A associação não é produtora nem gravadora, ficando assim impossibilitada de se responsabilizar empresarialmente pela carreira de artistas. Mas é claro que podemos dar aquela força. Estamos no ar na Rádio Nacional todos os dias com o programa “Funk Nacional”. E já abrimos esse espaço para vários artistas, tantos os consagrados como os novatos. Por isso, peço a todos que possuem músicas gravadas que levem as gravações para a produção do nosso programa, na Praça Mauá 7, 21 o- andar, de segunda a sexta-feira, das 14h
às 16h, para podermos ouvir, tocar e quem sabe entrevistar alguns de vocês. Claro que falo isso dentro das possibilidades que temos hoje. Espero que, em um futuro próximo, quando alguém perguntar o que fazer com sua obra musical, a gente tenha a resposta na ponta da língua, pois as opções que o mercado mostra hoje não são justas. Quero aproveitar e desejar um Feliz Natal a todos os leitores deste jornal, e que o espírito natalino reforce a vontade de alcançar os sonhos de todos aqueles que estão na luta. Vamos ao trabalho e até semana que vem!
Para falar com MC Leonardo ou mandar um recado pra coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br.
17
SÁBADO, 17 DE DEZEMBRO DE 2011
FOTOS DIVULGAÇÃO
O CARA DA SEMANA
O grande mestre do funk
Com 31 anos de carreira, o DJ Grandmaster Raphael já viu e ouviu muita coisa nessa vida, tanto que, depois de passar por várias rádios e equipes de som, parou ao lado de Sabrina, artista que acompanha há dois anos. E a escolha para ficar ao lado da funkeira não foi à toa. Como ele viu de perto todas as fases que o movimento passou, escolheu alguém que gosta de música tanto quanto ele. — A gente se entende, a energia flui com facilidade, rolou uma química muito legal já de cara, que só foi ampliando com o tempo — explicou o DJ, que é só elogios para Sabrina: — Ela tem essa cons-
Esse verão vai ser no morro O próximo verão no Rio será mais quente do que muita gente espera. Tudo isso por causa do projeto Funk no Morro, que vai levar os bailes para as comunidades pacificadas da cidade. A iniciativa é do produtor Mateus Aragão, o mesmo que organiza o “Eu amo baile funk” e fez o Rio Parada Funk. O “Eu amo baile funk” começou há sete anos no Circo Voador, e de lá partiu para ou-
tros espaços do Rio, entre eles o Museu de Arte Moderna (MAM). Foi o funk abrindo a porta de lugares que antes eram impensáveis para quem trabalha no movimento. Só que agora o funk voltará para o seu lugar de origem. O projeto quer homenagear os locais onde aconteceram os bailes mais históricos da cidade, aproximando dessas favelas muita gente que há muito tempo não
sobe os morros. Curtiu? Então aproveita e visita o Facebook do “Eu amo baile funk”, lá está rolando uma votação para saber onde a galera quer que a festa aconteça. O primeiro Funk no Morro vai rolar no dia 7 de janeiro, na quadra da Vila Rica, no Morro dos Tabajaras, em Copacabana. Agora é você quem escolhe onde vai acontecer o segundo baile. Vai lá no Facebook e vote nessa ideia!
ciência do que quer, é madura, tem um diferencial do que está sendo feito hoje. Tanto que eu faço parte da produção dela, mas não sou ditador. E é justamente desse cuidado com a música que o Grandmaster sente falta hoje em dia. Segundo ele, a batida está boa, mas as letras, não. — Os bailes mudaram muito, principalmente por causa da qualidade musical. Tanto que é difícil ver uma festa que seja só de funk, geralmente também toca pagode, música eletrônica, entre outros estilos. Antigamente os bailes tocavam funk do começo ao fim. Grandmaster quer dizer “grande mestre”, e como vocês podem ver, o cara realmente é um mestre do funk. Não só pelos anos de carreira, mas pela consciência do movimento.
Informasom Este domingo, às 15h, na quadra da Mangueira, tem “Eu curto baile da antiga (cultura carioca)”. Vai ser o melhor do funk dos anos 90 relembrando banho de espuma, show com Vinimax, Duda do Borel, Cidinho da CDD, Pé de Pano e participação da bateria da Mangueira, além dos DJs Julinho, Glauber da Mangueira, DJ Fú e DJ Jota Effe. Ingresso antecipado a R$ 20. End.: Rua Visconde de Niterói 1.072. Para falar com MC Leonardo ou mandar um recado pra coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br.
21
SÁBADO, 10 DE DEZEMBRO DE 2011
FOTOS DIVULGAÇÃO
O CARA DA SEMANA
As lembranças de Mamute
Pedra fundamental do funk, é assim que eu chamo o DJ Mamute. Esse cara é mais do que da antiga, já que começou a tocar na década de 70 com o Big Boy e seguiu animando a galera até pouco tempo atrás. — Eu comecei na verdade com 10 anos de idade, quando iniciei minha coleção de discos. Com o Big Boy, eu trabalhei a partir dos 16 anos. E as memórias não são poucas. Esse cara acompanhou todas as mudanças que a nossa música passou, e todos os personagens que marcaram época também. — Antes a gente tinha o Toni Tornado, o Gerson King Combo, que chegava ao baile de limusine, capa preta, luvas, bengala, sapato de dois e três andares — lembra o DJ. Só que, com o passar do tempo, Mamute desanimou. Para ele, o funk perdeu o rumo,
ficou vulgar. Não é disso que ele gosta. — Eu fiquei triste porque o funk tinha tudo para dar uma virada, mas isso só vai acontecer quando o pessoal que é de raiz tomar as rédeas da situação. A batida, o tamborzão é esse aí, o problema é a letra. Funk não é isso que está tocando hoje. O desânimo e a falta de mercado fizeram com que esse cara, que é o nosso ícone, deixasse as pistas em 2002. Agora, ele se dedica a ações sociais da ONG Cesa, que fica no bairro da Engenhoca, em Niterói. — Sinto muita falta da música, de falar com as pessoas, mas do jeito que está hoje eu não voltaria a tocar. Para mim, fazer show de flash back, em um clube fixo, seria uma boa. Estão vendo a história desse cara? É por ele que temos que lutar. A oportunidade tem que surgir para todos, não podemos deixar alguém como DJ Mamute fora das pistas.
Hoje é o nosso dia! Sabe que dia é hoje? No dia 10 de dezembro de 1964, Martin Luther King se tornaria a pessoa mais jovem a ganhar o Premio Nobel da Paz. E tem mais, em 1996, também em uma data como a de hoje, Nelson Mandela assinava a nova constituição da África do Sul e dava fim a um regime racista chamado de Apartheid. Mas para nós, brasileiros, principalmente do Rio, a data também é importante. Foi no dia 10 de dezembro que a Apafunk foi fundada. Estamos completando 3 anos e, apesar do pouco tempo, te-
mos muito a comemorar. Aprovamos duas leis; participamos diretamente dos pedidos de realização de bailes em comunidades pacificadas; fizemos uma cartilha que informa a galera da favela o que é direito autoral; participamos da criação de um edital para o movimento funk junto da Secretaria de Cultura do Estado; defendemos a realização do Rio Parada Funk; estamos todo sábado aqui, entre outras ações. Muita gente acha que nós lutamos somente pela música, mas quem conhece nosso tra-
balho a fundo sabe que trabalhamos pela liberdade de expressão, descriminalização da pobreza, contra o preconceito (social e racial) etc. E todos esses direitos estão ligados há direitos universais, segundo as Nações Unidas. Aliás, hoje também é celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, tudo a ver com nossa luta diária. Temos que aproveitar datas como essa para analisar nossos atos e buscar melhores caminhos. Pa r a b é n s p a r a t o d o s aqueles que amam o funk e todos os direitos humanos.
Informasom Hoje tem Bailão no Clube Boqueirão do Passeio, com a equipe Curtisom Rio e show de Swing e Simpatia. Damas R$ 5 e cavalheiros R$ 10 até 1h. Classificação 18 anos. Endereço: Rua Jardeu Jerculis 50, Centro (ao lado do Aeroporto Santos Dumont). E amanhã, às 23h, rola o mais tradicional baile funk do Rio, no Emoções da Rocinha, com Espião Vida Loka, DJ Clayzinho e show da MC Anita. Promoção: damas grátis e cavalheiros R$ 5 até meia-noite; após, dama R$ 5 e cavalheiros R$ 10. Classificação 18 anos. End.: Estrada da Gávea 577, São Conrado. Para falar com MC Leonardo ou mandar um recado pra coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br.
SÁBADO, 3 DE DEZEMBRO DE 2011
●
ESPORTE
●
19
FOTOS DIVULGAÇÃO
O CARA DA SEMANA
MC Hudson tá na batalha Morador da comunidade da Central, em São Gonçalo, Hudson Carlos da Silva, 32 anos, está há 17 batalhando pelo seu espaço no mundo do funk. A primeira vez que ele pegou no microfone como representante de galera foi nos antigos festivais que havia em São Gonçalo. A partir daí, a única coisa que passou pela cabeça dele foi “tenho que me achar como artista nesse movimento, porque preciso cantar”. Com essa meta, MC Hudson tentou mostrar sua arte de todas as formas até entrar em um bonde chamado Os Muthathos, onde conquistou o espaço como vocalista. Depois que saiu do grupo, o moleque não teve mais dúvida, passou a escrever e a cantar com mais identidade, ou seja, o cara se achou mesmo como artista. Sua música “Ilusão de uma criança” nos mostra como é possível falar de crime sem enaltecer os bandidos que todos os dias estão nas páginas dos jornais; nos mostra que é possível dar ideia na garotada através de nossas letras e que a melodia e produção boa têm que andar juntas, sempre. MC Hudson vai falar sobre essas produções e muito mais no auditório da Rádio Nacional, que fica na Praça Mauá 7, 21 o- andar. Quem quiser, pode ir lá conferir na quarta-feira, a partir das 14h30m, lembrando que não pode entrar de bermuda. Além de poder assistir ao lançamento da música do MC Hudson “Balança de libra”, a galera vai poder ver também o MC Crazy lançando seu mais novo trabalho “Mensageiro do Céu”. Vamos lá que é tudo de graça, é só chegar! Forte abraço a todos e até semana que vem!
Vamos invadir os clubes A bandeira que levanto hoje é pela volta dos bailes para os clubes do Rio de Janeiro. A gente merece ter de volta festas como o Baile Magnatas, no Rocha, e o Cassino Bangu, em Bangu, que fazem parte da história da cidade. Esses bailes eram comuns na década de 80, mas com a marginalização do funk e os problemas políticos, o nosso batidão acabou sendo encurralado e ficou restrito às favelas. O que me deixa feliz é saber que, mesmo sem incentivo, o funk conseguiu crescer e conquistar o seu espaço, tanto que hoje em dia é difícil um fim de semana que não tenha um MC ou DJ carioca em algum país da Europa. Agora, está na hora desses caras voltarem para tocar aqui. E mais! Não só em suas comunidades, mas em todos os lugares desta Cidade Maravilhosa. A gente quer que os bailes voltem a ocupar os clubes do Rio, porque só desta maneira teremos o futuro do nosso movimento preservado. Viva o funk!
Informasom Hoje tem bailão no Clube Boqueirão do Passeio, com o tradicional baile funk com a equipe O Chatubão Digital, DJ Glauber da Mangueira, DJ Ulisses e Jaula das Gostosudas. Big Apple e vodka liberados até 1h. Damas grátis e cavalheiros R$ 10 até 1h. Classificação 18 anos. End.: Rua Jardeu Jerculis 50, Centro. Amanhã, às 23h, rola o baile Emoções da Rocinha, com Espião Vida Loka e DJ Clayzinho. Cerveja Antarctica a R$ 0,50 (100 caixas). Damas grátis e cavalheiros R$ 5 até meia-noite, depois, ela R$ 5 e ele R$ 10. Classificação 18 anos. End.: Estrada da Gávea 577, São Conrado. Para falar com MC Leonardo ou mandar um recado pra coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br.
19
SÁBADO, 26 DE NOVEMBRO DE 2011
FOTOS DIVULGAÇÃO
O bom e velho Emoções Gente, hoje vou falar de um baile muito importante para o Rio de Janeiro: o Emoções da Rocinha. Festa de funk mais antiga em atividade, o baile está prestes a completar 20 anos sem sair do chão. Este foi o primeiro lugar onde eu e meu parceiro MC Junior canta-
Informasom
Alô, Rio! Hoje, às 23h, no Clube Boqueirão do Passeio vai ter um baile funk na moral. Damas grátis até meia-noite. Classificação 18 anos. Endereço: Rua Jardeu Jerculis 50. Amanhã rola, às 23h, o baile Emoções da Rocinha. A festa vai contar com o Espião Vida Loka e o DJ Clayzinho no baile do Brasileirão (quem for com camisa do seu time não paga nada até meianoite). Promoção: damas grátis e cavalheiros R$ 5 até meia-noite; após, dama R$ 5 cavalheiros R$ 10. Classificação 18 anos. Endereço: Estrada da Gávea 577, São Conrado. Para falar com MC Leonardo ou mandar um recado pra coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br.
mos pela primeira vez em público. E uma coisa eu posso dizer: nem todos os artistas do funk que cantaram no Emoções conseguiram fazer sucesso, mas todos os que fizeram sucesso passaram por lá. Além disso, ele é muito importante para a comunidade, dando
oportunidades para novos talentos, através de seus lendários concursos de rap, por ser um lugar onde a galera ia dançar, namorar, enfim, se divertir. Tudo sem uma confusão. Foi lá também que a classe média se misturou aos mais pobres para curtir o bom e velho funk, na década de 90.
Hoje, a Rocinha está dependendo desse baile mais do que nunca, sabemos o quanto é importante para as pessoas ter um lugar barato para poder se divertir. Espero que a chegada da polícia na Rocinha não seja uma ameaça na realização do baile mais tradicional do Rio de Janeiro.
OS CARAS DA SEMANA
Os Hawaianos estão firmes e fortes Mais uma vez o funk virou manchete de jornais do Rio, mas ainda bem que não foi por causa de violência. A conversão de Tonzão, agora exdançarino do grupo Os Hawaianos, chamou a atenção da galera e deixou uma dúvida no ar: estaria o grupo acabando? Segundo Yuri, vocalista, os fãs podem ficar tranquilos que a chapa dos caras continua quente. Tanto é que as gravações para o DVD deles estão firmes e fortes e o grupo mais
fechado do que nunca. — Vai ficar só a gente mesmo, não entra e não sai mais ninguém. Nosso pensamento agora está nesse novo projeto, que vai contar com a participação de Claudia Leitte — contou Yuri. A cantora de axé gravou a música “Preto” com o grupo, e está ao lado deles neste momento. Aliás, ela é mais uma que está atrás do talento dos caras. Yuri contou que já recebeu convite para fazer parcerias com ar-
tistas de rock e reggae. — Esses convites são oportunidades dentro do funk, sempre que tiver parceria para fazer a gente vai fazer. Sobre a saída de Tonzão, ele pareceu bem resolvido. Disse que a galera toda o apoia e que estão dispostos a ajudar, se for necessário. Perceber essa tolerância e amadurecimento em um jovem como ele é o que me deixa alegre e firme nessa caminhada. O trio dos Hawaianos: Gugu, Yuri e Dioguinho
19
SÁBADO, 19 DE NOVEMBRO DE 2011
É hora de cruzar os dedos
Informasom Hoje, às 23h, no Clube Boqueirão do Passeio, clube das mulheres com Reel Kamasutra e Rose Bumbum. Damas grátis até meia- noite. Classificação 18 anos. Endereço: Rua Jardeu Jerculis 50, Centro, ao lado do Aeroporto Santos Dummont. Amanhã, também às 23h, está de volta o mais tradicional baile funk carioca: o Emoções da Rocinha, com Espião Vida L oka e DJ Clayzinho no Baile da Paz (quem for de branco não paga entrada até meia-noite). Damas grátis e cavalheiros R$ 5 até meia noite, depois dama R$ 5 e cavalheiros R$ 10. Classificação 18 anos. Endereço: Estrada da Gávea 577, São Conrado. Para falar com MC Leonardooumandarum recado para a coluna,envie e-mail para: mcleonardo@expresso.inf.br.
tregues no prazo dado pela secretaria de Cultura. Agora, eles serão avaliados por uma banca, que vai selecionar 25. Quem se inscreveu será convocado para defender o seu projeto. Nós, da Apafunk, ficaremos à disposição de todos os responsáveis
FOTOS DIVULGAÇÃO
Aí, galera! Chegou a hora de falar sobre o resultado do edital de funk, assunto que foi tratado aqui diversas vezes. E vou te dizer que não poderia ser melhor, podem se preparar que ano que vem o batidão vai rolar solto. Mais de 100 projetos foram en-
pelos projetos, pois entendemos que quanto melhor apresentarmos o que queremos, mais forte ficaremos na luta pelo reconhecimento de nossa cultura. E um recado para quem fica fora desta vez: não desanime. Pois há outras maneiras de conseguir um in-
centivo, e a nossa luta está apenas começando. Marcos Faustine, superintendente de projetos da secretaria de Cultura, está muito animado e, junto com sua equipe, vai se empenhar para poder fazer a melhor escolha. Boa sorte a todos os concorrentes!
CARA DA SEMANA
A volta de Marcio G Em 1996 surgiu no mundo do funk uma dupla que fez história e que deixou um monte de sucessos para a gente ouvir, cantar e dançar. Essa dupla era Marcio e Goró. Crias de Madureira, eles começaram a carreira nos concursos de rap nas comunidades da Serrinha, Cajueiro e Congonha. Começaram a bombar com a música “A distância” e em seguida vieram os sucessos “Deitados na areia”, “Madagascar”, “Brilho no olhar”, “Atrevida” entre outras. Infelizmente, em 1999 o nosso MC Goró nos deixou, fazendo com que seu parceiro MC Marcio tivesse que seguir sozinho na difícil estrada do funk. Mas ele não caiu no esquecimento. Goró é lembrado até hoje como um dos maiores letristas que já apareceu no nosso estilo, e sua falta é muito sentida por todos aqueles que curtem um bom funk romântico e inteligente. Depois de ter chorado muito a perda de seu parceiro, MC Marcio levantou a cabeça e foi à luta. Desde 2000 ele atende pelo nome de Marcio G (o ‘G’ é em homenagem ao Goró) e vem, a cada ano, conseguindo se superar emocionalmente e profissionalmente, porque artisticamente ele sempre esteve preparado. Tanto é que ele já conseguiu emplacar vários sucessos, entre eles o hit “Pernão Sarado”. Ficou com vontade de curtir o som do cara? Então anota aí: na próxima terça-feira, ele estará gravando o clip de sua nova música “Vamos Combinar” na Boite People, na Barra. E na quarta- feira vai fazer um show com sua banda no auditório da Rádio Nacional, às 15h. Quem quiser aparecer é só chegar. O endereço é Praça Mauá 7, 21 o- andar. Tem que chegar de calça e camisa, pois não pode subir de bermuda e camiseta. Espalha pra geral! É por essas e outras que o Marcos André da Silva Rosa, de 34 anos, o grande Marcio G é o cara da semana.
19
SÁBADO, 12 DE NOVEMBRO DE 2011
Alô, Rocinha! Tamo junto! É isso! Essa semana, a Rocinha recebeu os primeiros preparativos para a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora. Esse processo não é fácil, pois, antes da chegada da UPP, iremos ver a Polícia Civil, o Batalhão de Operações Especiais, a Polícia Federal e até a Marinha fazerem uma ocupação naquela localidade. Os moradores da Rocinha têm que entender o que está rolando e
deixar a polícia fazer a parte dela. O momento é de ocupação, com um sério risco de confronto armado, o que prejudica a realização de qualquer evento cultural. Mas, assim que isso passar, os moradores têm que mostrar para todas as forças policiais que ali estiverem que nem só de crimes vive uma comunidade. Geral deve ter direito aos seus divertimentos, suas culturas e até mesmo seus meios de garantir o sustento.
Para isso acontecer, toda comunidade tem que estar unida, discutindo a melhor maneira de mostrar a cara, através de suas lideranças comunitárias e movimentos sociais que lutam pela cultura carioca. A Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk) tem um histórico de exigir que os direitos dos promotores de cultura sejam respeitados dentro e fora das favelas, sejam elas pacificadas ou
CARA DA SEMANA
Gorila e Preto, uma dupla cheia de graça! Já que o assunto da semana é a Rocinha, o cara da semana também é de lá. Ou melhor, os caras, pois se trata de uma dupla. Um se chama Paulo dos Santos Fernandes, tem 33 anos e atende pelo nome de MC Gorila. O outro se chama Diógenes de Oliveira da Silva, tem 37 anos e é conhecido como MC Preto. O primeiro sucesso da dupla foi “Dança do Gurila”. Eles são excelência em humor no movimento funk. Os caras tiraram onda com o clipe da música “Papaparaibano” e estão em uma faixa do DVD da Via Show Digital com a musica “Come cru”. No Rio Parada Funk, no ultimo dia 30, eles fizeram uma farra danada, como sempre, e ficaram emocionados: “Estamos vivendo hoje o nosso Funk in Rio!” Na próxima quartafeira, esses caras vão fazer um show de graça. Apareçam! O endereço é: Praça Mauá, 7, 21o- andar, no auditório da Radio Nacional, às 14h30. Não pode entrar de bermuda, nem de camisa sem manga! Quem não for pode acompanhar pela Rádio Nacional AM 1130.
DIVULGAÇÃO
não. Garanto a presença ainda maior da Apafunk nessa favela que vive um momento de expectativa jamais vivido em toda sua história. Para quem não sabe, sou cria da Rocinha e a ela devo tudo o que eu sou. Vou acompanhar de perto tudo o que ela está passando. A todos os moradores da Rocinha, eu faço um pedido: Dignidade acima de tudo! Estamos juntos e que Deus abençoe todos nós!
Informasom Alô, Rio de Janeiro! Hoje, às 23h, no Clube Boqueirão do Passeio, que fica na Rua Jardeu Jerculis, 50, ao lado do Aeroporto Santos Dumont, no Centro, o que não vai faltar é empolgação! O pagofunk com o grupo Nosso Sentimento promete esquentar o clima e colocar geral para dançar a noite toda! Damas, R$ 10. Cavalheiros, R$ 15. Agora, atenção! É só para maiores de 18 anos. Alô, Caxias! Alô, Imbariê! Na próxima segunda-feira, véspera de feriado, às 23h, a boa é a Crai de Imbariê, que fica na Rua Ferreira de Menezes, 11, na Praça de Imbariê. Vai rolar Espião crazy stuff (O bagulho é doido) e, ainda, show com DJ Cabide. Essa noite promete! Não tem desculpa para ficar em casa, reclamando que não tem o que fazer! Até meia noite, damas grátis e cavalheiros pagam R$ 7. Após meia noite, cavalheiros R$ 10 e dama R$ 5.
19
SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2011
Rio Parada Funk, a festa aconteceu! Depois de muita batalha, que durou o ano todo, a recompensa chegou: o Rio Parada Funk entrou para a história como o maior evento de funk de todos os tempos. Mesmo com muitas dificuldades, a festa aconteceu com um público maior do que o esperado, atraindo mais de 100 mil pessoas, de forma harmônica e ordeira, com as melhores da intenções: cantar, dançar e ouvir em alto e bom som o nosso funk. Muita gente não acreditou, principalmente a iniciativa privada, que se mostrou muito desconfiada com o sucesso do evento, comprometendo financeiramente toda estrutura de produção do Rio Parada Funk . Empresas que fazem acontecer muita coisa neste país na área cultu-
GUILHERME PINTO
ral não conseguiram enxergar a grandiosidade do momento e acabaram ficando fora. No final, deu tudo certo!
CARA DA SEMANA O Cara da Semana, pra galera que reclama que está faltando um toque feminino na coluna, aí vai: Sabrina Luiza de Souza, de 24 aninhos, há 10 atende pelo nome artístico de MC Sabrina. Cria do Morro da Providência, ela entrou no funk por ser amiga da irmã de um DJ (Júnior DJ). Ele a convidou para gravar a música “Solto a voz” e, em menos de dois meses depois do convite, ela já estava fazendo shows com esse sucesso que hoje já pode ser chamado de clássico do Funk. De lá pra cá, ela já gravou “Implacável” com o MC Buchecha e “Ciúme de você” com o pagodeiro Rodriguinho. Sabrina marcou presença e deu um belo show no Rio Parada Funk. — Fiquei muito impressionada com o carinho que recebi da galera, achei tudo aquilo muito lindo — comentou a menina. Hoje ela está divulgando sua nova música, “Tic Tac”, e pegou o avião ontem à noite para Portugal, onde vai fazer uma turnê de 15 dias. Quero que ela arrebente em Portugal, como sempre fez aqui! Sei que o nosso funk está muito bem representado por onde esta guerreira estiver. Boa sorte, Sabrina. E boa viagem!
Quero agradecer o comportamento da Polícia Militar e da Guarda Municipal, que compareceram sem nenhuma forma de
repressão e sem qualquer tipo de preconceito, em relação ao que estava acontecendo no Largo da Carioca, no último domingo, logo nas primeiras hora do dia, quando os equipamentos de som começaram a ser montados. Com o entendimento dos empresários do mundo funk (aliás, o meu muito obrigado a todos os que trabalharam ou mesmo compareceram ao evento) e dos artistas (o meu muito obrigado também) de que o momento é de união, poderemos muito mais. Temos que continuar trabalhando para, quem sabe, colocar o Rio Parada Funk no calendário turístico e cultural de nossa cidade. Mando um abraço muito apertado em cada funkeiro que foi curtir a nossa parada! Até a próxima!
DIVULGAÇÃO
Informasom Alô, Caxias! Hoje, no Rosário de Saracuruna (Avenida Uruguaiana 235, Saracuruna, Caxias) tem Clube das Mulheres com MC Créu, além de várias bebidas por R$ 1,99. Damas grátis até meia noite. Após, cavalheiro é R$ 10 e dama R$ 5. Alô, Angra dos Reis, Parati e toda região! Hoje, no Clube Gigante do Perequê, em Angra dos Reis, vai rolar Espião vida loka com DJs Fabinho e Pancinha e show com MC Pica Pau. Damas grátis até meia noite e cavalheiros, R$ 15. Após este horário, cavalheiros e damas pagam R$ 20.
10
SÁBADO, 29 DE OUTUBRO DE 2011
Parada Funk, a nossa hora chegou! Essa semana vou dedicar o ótimo espaço que tenho aqui no EXPRESSO para divulgar ainda mais o grande momento que o funk carioca está prestes a viver. Desde 2009, quando o Mateus Aragão, produtor do Rio Parada Funk, falou para mim sobre o seu interesse em fazer essa parada acontecer, jamais duvidei da sua capacidade. Sempre apoiarei esse tipo de iniciativa, pois penso em uma inclusão total do movimento funk nos espaços da cidade. Para isso, é preciso, além de vontade, ter coragem, experiencia administrativa e empresarial. Isso o Mateus tem! O que a galera tem que saber é que foi muito difícil chegar até aqui e que o Rio Parada Funk é o nosso passaporte para outras conquistas tão importantes como essa. Para que a galera possa entender o que significa isso tudo, basta olhar para o passado. O funk hoje tomou conta de todas as mídias positivamente; na última semana, especialmente por causa do evento, que só será possível graças a uma produção cultural organizada, que está ralando dia e noite nos últimos meses para que tudo aconteça da melhor maneira possível: Juliana Aragão, Daniel Trovejani, Nego Leo, Maurição An-
FOTOS DIVULGAÇÃO
ROBERTO MOREYRA
DIVULGAÇÃO
toun, Kyvia Rodrigues, Marcelo Mac, Mateus Aragão, Iara Fróes, Luiz Lins, Andrea Andion, Raoni Mouchoque e Leandro Baré (na foto, da esquerda para direita). O funk já tem uma produção artística musical muito grande, mas em relação à realização de eventos tem que seguir o mes-
mo caminho e ser resistente, criativo e inteligente. Não basta só cantar, mixar, dançar ou montar equipamento, tem que se organizar para que possamos profissionalizar nossa cultura. E s p e r o q u e o R i o Pa r a d a Funk dê exemplo a todos que produzem o funk!
trar a potência da nossa cultura, 50 DJs vão mostrar o quanto é grande o nosso repertório, 40 MCs, como Sabrina e Marcinho (foto acima), vão mostrar todos os estilos de nosso movimento. Ainda tem mais: vão rolar ofici-
nas que vão contar a nossa história, ensinar a galera a mixar e a dançar. E pra galera que produz cultura, é bom se ligar e se apressar enquanto é tempo: na segunda, vence o prazo para entrega de
Informasom Muito foi dito sobre o espaço que o Rio Parada Funk ocuparia amanhã no Centro do Rio, mas a verdade é que ele vai acontecer no lugar mais carioca do Rio, que é o Largo da Carioca. Dez equipes de som vão mos-
projetos da cultura funk. Vinte e cinco deles receberão uma verba de R$ 20 mil para colocar a ideia em prática. Você pode ser um deles! Então, não perca tempo. Para mais informações, acesse o site da Secretaria de Cultura.
20
SÁBADO, 22 DE OUTUBRO DE 2011
DIVULGAÇÃO
CARA DA SEMANA
MC CRAZY NA ÁREA Galera, o cara da semana é Fabrício Toledo Sant’Anna, de 24 anos, que está no funk há 9 anos. Para quem não está se ligando em quem ele é, ele atende, desde 2009, pelo nome artístico de MC Crazy . Cria de São Gonçalo, ele começou a carreira dançando em um bonde que tinha na sua área. Logo colocaram o cara para cantar no Bonde do Preparados. Modesto, ele achou que não estava tão preparado assim e foi logo recusando a ideia, mas depois percebeu que o que estavam falando tinha fundamento. Depois de deixar o bonde, o então MC Fabrício fez parceria com a MC Cristiane, mas foi em 2010, já como MC Crazy, que ele despontou. Hoje, o funkeiro está prestes a lançar o rap “Mensageiro de Deus” e espera poder fazer o mesmo sucesso que fez com o seu primeiro grande hit “Pra defender minha Favela”.
Funk para sacudir o Rio! Apenas uma semana nos separa de uma das mais importantes manifestações culturais do funk de todos os tempos! Um grande movimento pela liberdade de expressão e um belo passo após conquistas recentes que o funk teve no campo político de nosso estado. Todos devem estar ligados, pois alem de diversão, temos que plantar informação para que possamos colher consciência. A maior prova de que os profissionais do movimento funk estão ficando mais conscientes foi a parti-
cipação em um projeto audacioso como o Rio Parada Funk. O momento é de coragem e união. Na quinta-feira, alguns setores da mídia comunicaram que o Rio Parada Funk estava embargado e por isso não ia acontecer no próximo dia 30. Mas quero esclarecer que o aconteceu de verdade foi um aviso do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) dizendo que não havia sido comunicado pelos organizadores e que gostaria de tomar algumas providên-
cias para proteger os monumentos em volta do evento. Já foi tudo acertado! Pode espalhar pra geral que muita dança, som e luz vai parar o Rio, na Avenida Rio Branco, na altura da Cinelândia, das 10h até às 20h, com mais de 40 MCs, 50 DJs e 10 equipes de Som. Faça a sua faixa, fantasia ou qualquer outra maneira para se expressar, pois acima de tudo nossa luta é pela comunicação! Rio Parada Funk, vamos nos comunicar nessa parada!
Informasom Domingo, vai rolar Pagofunk com Pique Novo, Disfarce e equipe Espião Vida Loka, no Emoções da Rocinha, Estrada da Gávea. Até meia-noite, damas de graça e cavalheiros R$ 10. Após, damas R$ 10 e cavalheiros R$ 15. Sábado, a boa é o samba-funk com a equipe Curtisomrio e o grupo Nosso estilo, no Boqueirão do Passeio, Rua Jardeu Jercules, 50 (ao lado do Aeroporto Santos Dumont) Damas grátis até meianoite e cavalheiro R$ 10. Após, damas R$ 5 e cavalheiros R$ 15. Domingo, dia 30, às 10h, rola o Rio Parada Funk na Cinelândia.
21
SÁBADO, 15 DE OUTUBRO DE 2011
Informasom As duas festas que indicamos rolam hoje. Se liguem na missão: Clube Boqueirão, do Passeio, tem Equipe Curtisom Rio, Equipe Castelo das Pedras e MCs Carol e Parafuso. Até meia-noite, a entrada custará R$ 10 para os homens e mulheres entram de graça. Depois de meia-noite, homens pagam R$ 15 e mulheres R$ 5. O clube fica ao lado do Aeroporto Santos Dumont. A festa começa às 23h. A classificação é de 18 anos. O Clube Rosário de Saracuruna receberá o encontro das equipes Espião Vida Loka, Chuatubão Nuclear e A Coisona. O ingresso antecipado custa R$ 5 para as mulheres, e R$ 7 para os homens. Na hora ela pagará R$ 7, e ele R$ 10. O clube fica na Avenida Uruguaiana 235, Saracuruna. A festa começa às 22h. A faixa etária é 16 anos. Para falar com MC Leonardooumandar um recado para a coluna,envie e-mail para: mcleonardo@expresso.inf.br.
CARA DA SEMANA
MC Smith: tudo junto e misturado Apesar de ter apenas cinco anos de carreira, MC Smith tem uma visão especial do mundo do funk. Para ele, o funk hoje é uma batida sem freio, mas não se sabe ainda se isso é bom ou ruim, já que tem muita coisa para acontecer. Além disso, tem um currículo e tanto. Mesmo sendo só intérprete, seu início de carreira foi polêmico, por ser acusado de fazer apologia ao crime. A questão é que para ele, assim como para muitos funkeiros, falar de facção criminosa e de outras situações relacionadas ao crime é apenas falar sobre a realidade da comunidade. — Não considero apologia o que eu estava cantando, e sim liberdade de expressão. Já escutei coisa muito pior — disse o MC. Até por causa disso, Smith resolveu fazer uma mistura que está dando certo. Ele está colocando as músicas de Cazuza em ritmo de pancadão, mostrando para geral que funk tem entrada em todos os lugares, só não dança quem não quer. — Estamos com o projeto Brazilian Dream, que quer dizer “sonho brasileiro”, que mistura rock com o pancadão. Objetivo de unir todas as classes com o nosso som — explicou o MC. E acha que acabou, calma que tem mais. — Estou feliz de estar cantando “Vida louca vida”. Mas ainda tem mais vindo por aí. Vamos fazer um DVD com vários artistas da música brasileira interpretando a música do Cazuza.
O edital ainda está rolando Alô, galera que trabalha com funk e ainda não se inscreveu no edital de Seleção Pública de Projetos de Criação Artística. As inscrições foram prorrogadas até o dia 31 deste mês. Você não pode ficar fora dessa. Já que esse é o primeiro passo para a profissionalização do nosso movimento, que sempre brigou para ser reconhecido e respeitado.
Para quem ainda não sabe sobre o que estamos falando, esse edital tem o objetivo de fornecer apoio financeiro a projetos de criação artística dos agentes do movimento funk, como equipes de som, DJs, MCs, dançarinos, grupos e bondes. É de graça e qualquer pessoa pode participar do processo, basta preencher a ficha de inscrição que está no site da Secretaria de Estado de
Cultura do Rio de Janeiro (http://www.cultura.rj.gov.br/editais/cp0132011.php). Segundo Marcos Faustine, Superintendente de cultura e sociedade, eles prorrogaram as inscrições pelo fato de a procura estar grande e muitas pessoas ainda não estarem acostumadas com o processo. Até por causa disso, eles aumentaram o número de reuniões explicativas.
— A expectativa com relação ao edital é muito boa. Eu acho que ele já é vitorioso, por ter colocado o assunto na sociedade e por incluir as pessoas na discussão da política social — disse. Se você ficou interessado e está com pressa, pode procurar informações ligando para os telefones 23331403 e 2333-1392 ou mandar e-mail para diversidade@cultura.rj.gov.br.
17
SÁBADO, 8 DE OUTUBRO DE 2011
Vem no ritmo do passinho
Sei que estou um pouco atrasado, mas hoje vou falar do “Duelo do Passinho”, que rolou em setembro em três comunidades com UPP. E os números do evento mostram que o movimento funk está cada vez mais firme. Organizado por Julio Ludemir e Rafael Nike, o duelo envolveu 190 crianças e jovens de aproximadamente 20 comunidades, incentivando uma disputa sadia entre elas. O primeiro vídeo posta-
do na internet foi feito no Morro do Andaraí, e dali se espalhou para vários cantos do país, fazendo uma disputa virtual sem igual ao redor do passinho do funk. Essa onda tomou conta da galera de uma maneira que a maioria dos vídeos conta com mais de 20 milhões de acessos. Pode parecer bobeira, mas isso é muito importante pra gente. Primeiro por mostrar que a favela é muito mais do que a pobreza, depois, por espalhar ainda
mais a nossa cultura. O que Julio e Rafael pretendem com essa ideia é simplesmente imortalizar as disputas, fazendo duelos ao vivo e botando a molecada para competir cara a cara. A primeira batalha já aconteceu e teve como grande campeão Jackson Carvalho, da Praça Seca. E, apesar do pouco tempo, já tem muita gente querendo tirar esse título de Jackson. Para essa galera um aviso, pode ir se preparando,
pois, se depender de Julio e Rafael, não vai faltar oportunidade para isso acontecer. As articulações já estão sendo feitas para que o próximo duelo possa triplicar o número de participantes. A dança é uma das maiores vertentes que existe em nossa cultura, esse tipo de iniciativa só fortalece nosso movimento. Parabéns a todos que disputaram e a todos que se envolveram nessa realização!
CARA DA SEMANA
CDD manda bem no hip hop Cria da Cidade de Deus, Sérgio José Machado Leal, ou melhor, DJ TR, entrou no mundo da música através do rapper MV Bill, com quem trabalhou durante 10 anos. Ele também foi integrante do grupo Geração Futuro, que além de Bill, contava com MV Michel como integrante. Esse grupo gravou a faixa “Malcom x”, na coletânea Tiro Inicial, que deu oportunidade para que trabalhassem com nomes como Gabriel o Pensador. DJ TR foi coordenador da Atecon (Associação Atitude Consciente), escritor do jornal Afroreggae Notícias, colaborador do Jornal Estação Hip Hop por dois anos, membro fundador do Condedine (Conselho Municipal de defesa dos Direitos do Negros), pesquisador do Projeto Geração Hip Hop, Educador Social da Prefeitura do Rio de Janeiro e, por último, é Coordena-
dor da Zulu Nation Rio de Janeiro. Se ligou no currículo, né? Não é pouca coisa, não. Para quem não sabe, a Zulu Nation é uma organização não governamental internacional, fundada por Afrika Bambaataa um dos maiores nomes da cultura hip hop.
Tanta bagagem deu a TR a chance de lançar um livro pela coleção Tramas Urbanas, chamado “Acorda Hip Hop!”. Esse livro é uma verdadeira obra de arte, e tem como principal objetivo informar a todos que curtem essa cultura o que ela realmente é. — Hip hop não é música, é um estilo de vida, onde a música está incluída. Somente a informação de todos sobre a cultura hip hop será capaz de preservar a nossa arte.
Informasom É isso aí, galera. Amanhã estarei no aniversário do Português DJ, com a festa Funk Soul Black, a maior festa de flashback da atualidade, com três equipes que marcaram época: Cash Box, Live e A Cova, além de vários DJs. Local: River F.C, que fica na Rua João Pinheiro 426, Piedade (quase esquina com Av. Suburbana, próximo ao Sambola e Supermercados Guanabara). Amanhã também, às 23h, tem baile no Emoções, da Rocinha, que contará com o encontro de equipes com Espião Vida Loka X Via Show Digital. Damas grátis até 23h30m e Cavalheiros R$10 até meia-noite. Para falar com MC Leonardoou mandar um recado para a coluna, envie e-mail para: mcleonardo@expresso.inf.br.
8
SÁBADO, 1 DE OUTUBRO DE 2011
CARA DA SEMANA
Nada de vacilação! O cara se chama Luiz Carlos de Oliveira Martins e tem 26 anos. Mas há seis atende pelo codinome de MC Martinho. O rapaz esteve na última quarta-feira no auditório da Rádio Nacional, onde fez um show, ao vivo, para o programa “Funk nacional”. Martinho foi entrevistado por mim lá na rádio e se mostrou muito emocionado em estar em um palco que já foi ocupado por grandes nomes da Música Popular Brasileira. Falou como foi a sua chegada no funk (que aconteceu através do seu tio Robson), revelou de onde veio (Jardim Catarina/São Gonçalo) e mostrou que chegou mesmo para ficar. O MC disse que a sua maneira de compor é muito diferente: ele pega casos emblemáticos do cotidiano e transforma em música. Isso que faz a diferença. Com essa maneira de compor e com uma voz muito marcante, ele conseguiu o seu espaço e atingiu um público que estava carente de rap com história, seja ela dramática ou romântica. Emplacou o primeiro sucesso com o “Vacilão”; depois arrebentou com “História real”, em seguida “Caminho das rosas” e agora arrasa com “Lágrimas”. Todos estão esperando só pra ver e ouvir o que vem por ai do MC Martinho. Ah, e o cara também é sucesso na internet, acumulando 5 milhões de acessos em um único vídeo, por isso ele é o “cara” desta semana. Parabéns, MC Martinho!
Equipe que mantém a batida Sempre que falo sobre as equipes de som procuro mostrar a importância que elas têm na vida cultural das favelas do Rio, e o que elas influenciaram nas periferias de todo Brasil. A responsabilidade que temos para manter essas equipes é algo muito valioso, pois se elas acabarem o funk ficará condenado a acabar também. Falo isso porque todos os artistas do movimento surgiram com essas equipes, justamente por elas
estarem no movimento bem antes de qualquer artista surgir. Além disso, são elas que mais geram emprego, direta e indiretamente, quando o funk está em baixa. São as equipes que seguram o movimento com unhas e dentes. Outros setores empresariais veem o funk só como mais um negócio, já as equipes de som têm o nosso estilo como o único negócio. Proporcionar o resgate e incentivar o surgimento de novas equipes é investir no futuro do nosso
movimento. Concordo quando falam que as equipes têm que se reciclar, se atualizar e se profissionalizar, mas isso só vai acontecer quando todos os envolvidos com o movimento funk sentarem para discutir. Não consigo imaginar o funk sem elas, essa maneira de se tocar música é coisa nossa, é muito brasileira. O funk está no mundo todo, mas baile de verdade só tem aqui! Viva as equipes de som!
Informasom Hoje tem Equipe Curtisom, Grupo Disfarce, Grupo Geração e MC Cabide no Boqueirão do Passeio, na Rua Jardel Jércules 50, Centro (ao lado do Santos Dumont). Mulher grátis até meia-noite e homens a R$ 10. Após, mulheres R$ 5 e homens a R$ 15. Para falar com MC Leonardoou mandar um recado para a coluna, envie e-mail para: mcleonardo@expresso.inf.br.
21
SÁBADO, 24 DE SETEMBRO DE 2011
Eles abriram a B.O.C. A. Na noite da última segundafeira, dia 19, o Circo Voador ficou cheio de gente para comemorar a inauguração de uma loja da Brigada Organizada de Cultura Ativista (B.O.C.A). Idealizada em dezembro de 2007, a B.O.C.A é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que entre outras coisas pretende reunir artistas que enxergam a arte como um veículo de comunicação, e que através dela podem fazer a diferença. Essa ideia partiu do músico Marcelo Yuka (foto à direita) e do delegado de Polícia Orlando Zaccone (à esquerda), quando este ainda era titular da 52-a DP (Nova Iguaçu). Eles já tinham participado juntos do projeto “Carceragem
Cidadã”, onde Yuka organizou um cine clube e a gente entrou com rodas de funk. Com a saída do Dr. Zaccone do posto de Coordenador Geral das Carceragens da Polícia Civil, o projeto “Carceragem Cidadã” acabou, mas nós pretendemos continuar com algumas ações no mesmo formato. E é aqui que a B.O.C.A entra. Ela vai ajudar na criação de novas ações e vai servir de palco para debates e palestras, já que a ideia é fazer um encontro por mês no Circo Voador. Nesses encontros serão vendidas camisas da Outdoor Humano, marca do Marcelo Yuka, e livros, e ainda vai rolar exposição de artes. Claro que tudo acabará em música,
com a apresentação de artistas comprometidos com a arte e com os problemas da nossa sociedade. Parabéns a todos os envolvidos com essa B.O.C.A, pois o ativismo merece essa iniciativa! FOTO LUIS ALVARENGA/EXTRA
CARA DA SEMANA
BATUTINHA: UM PATRIMÔNIO CULTURAL DO FUNK Gente, essa semana eu tiro o boné para Renato de Azevedo da Silva, ou melhor, Batutinha, como é carinhosamente conhecido no mundo do funk. Isso porque, se pararmos para pensar, é muito difícil encontrar alguém da nossa galera que não tenha sido produzido por ele nos últimos 15 anos. Dono de uma sensibilidade rara para música, Batutinha é uma das joias que o funk teve a sorte de encontrar. Sem ele nosso estilo seria outro. Carioca de Coelho Neto, de 33 anos de idade, ele está há 18 na missão. Batutinha já perdeu a conta de quantas músicas já produziu, mas, com certeza, ele tem participação direta em mais de mil músicas de funk, seja compondo (no que ele é muito bom) ou produzin-
DIVULGAÇÃO
do, onde ele é, na minha opinião, simplesmente o melhor. A sua lista de sucessos é muito grande, mas vou citar alguns para a galera ficar ligada: MC Leozinho (“Ela só pensa em
beijar”), Latino (“Vitrine”), Robinho da Prata (“Copo de vinho”), Perla (“Menina chapa quente”), Menor do Chapa (“Vida loka”), Naldo (“Chantily”), o primeiro disco do Mister Catra e por aí vai. Há, e claro, MC Júnior e Leonardo (“Se ela voltar pra mim”). Como vocês devem ter percebido, procuro sempre mostrar os profissionais do funk neste espaço por acreditar que eles aparecem pouco. Fico muito feliz em ser o primeiro a colocar o Batutinha em um jornal, pois com todos esses anos de dedicação e com um currículo sem igual no movimento, jamais teve sua imagem publicada. Valeu, Batuta! Espero que você possa produzir mais de um milhão de funks para todos os amantes desta cultura.
Informasom N a segundafeira, o DJ Batutinha vai ser entrevistado lá na Rádio Nacional. Já na quarta-feira, quem a gente vai receber é o MC Martinho, que, além de bater aquele papo, também vai se apresentar. Para quem ainda não sabe, a Rádio Nacional fica na Praça Mauá 1, 21 o- andar. O programa começa às 15h, mas você pode entrar a partir das 14h. Ah! E não pode entrar de bermuda, nem de camiseta, valeu? Para falar com MC Leonardooumandarum recado para a coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br.
19
SÁBADO, 17 DE SETEMBRO DE 2011
Velhinhos caíram no pancadão Na última segunda-feira foi o aniversário da Rádio Nacional, e para comemorar os seus 75 anos houve uma festa muito bonita no Campo de Santana, que fica na Praça da República. Toda a equipe das Rádios Mec e Nacional marcaram presença e o agito foi transmitido ao vivo. Tudo começou com a apresentação da banda do Exército Brasileiro tocando hinos e música
popular brasileira, foi de arrepiar. Logo depois teve de tudo um pouco: samba, choro, forró, pagode e até uma rádio novela foi feita ao vivo para todos que ali estavam verem como era antigamente. Está sentindo falta de algo? É claro que rolou o nosso pancadão. Mesmo com pouco tempo de casa, Marcos Gomes, o diretor da rádio, nos convidou para partici-
par do evento. Além de falar sobre o nosso programa, aproveitamos a oportunidade para cantar um pouco do nosso som. E o resultado não poderia ser melhor. Todos que estavam na praça, a maioria velhinhos, aplaudiram muito a gente. Muitos até falaram que o funk demorou para entrar na programação da rádio, e que eles estão adorando a maneira como estamos divulgando o funk
em nosso programa. Fico muito feliz com tudo isso. Primeiro, por saber que somos bem-vindos na Rádio Nacional; segundo, por ver que o funk segue quebrando barreiras e atravessando gerações. Quem sabe no aniversário de 100 anos da rádio nós iremos ver a banda do Exército Brasileiro tocando o nosso pancadão? Já pensou?
ARQUIVO PESSOAL
CARA DA SEMANA
MC Garrincha e MC Julinho estão de volta Vocês estão lembrados do “Rap de Santa Cruz” e do “Rap dos MCs”? Pois é, essas músicas são de Roberto de Andrade Junior e Roberto da Silva Fraça, ou simplesmente MC Garrincha e MC Julinho. Esses caras, que estão na estrada do funk há 20 anos, serviram de influência até para o grande Mr. Catra. Dá para acreditar nisso? A dupla chegou a passar um tempo separada, mas para a alegria de quem gosta de boa música e de ver os MCs da antiga juntos no palco, eles estão de volta. Nascidos e criados em Santa Cruz, os dois foram responsáveis, junto com os MCs Macarrão e Mad, de colocar a Zona Oeste no mapa da cultura funk em todo o estado. Antigamente se dizia que um rap para fazer sucesso tinha que
Informasom
abalar o Rio, São Gonçalo e Niterói e esses aí abalaram. Na próxima quarta-feira, eles estarão fazendo um show ao vivo no auditório da Rádio Nacional. Além de cantar, eles responderão as perguntas da galera que estiver lá curtindo com a gente, e também de quem estiver partici-
pando de casa. Todos estão convidados, é só chegar de calça e camisa, pois não pode entrar de bermuda e camiseta, na Praça Mauá 7, 21 o- andar, a partir das 14h, quando o auditório fica liberado pra gente. Mas o show começa às 15h. Até lá, e “vamo que vamo”!
Amanhã, às 20h, no Campo do Flamenguinho, vai rolar a estreia da Equipe Curtisom Rio e show com MC Pocahontas e MC G7, da música “Ama eu”. Serão duas mil latinhas de cerveja por R$ 0,50. Homens pagam R$ 8, e mulheres, R$ 3, antecipado. O Campo do Flamenguinho fica na Rua Hilda Franco 177, Andrade Araújo, Nova Iguaçu. Também acontece amanhã, às 23h, o baile no Emoções, na Estrada da Gávea, na Rocinha, com Espião Vida Loka e show com MC Duzinho. Damas grátis e homens R$ 5 até meia-noite. Depois, eles pagam R$ 10, e elas, R$ 5. Mande seu recado para o MC pelo e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br.
19
SÁBADO, 10 DE SETEMBRO DE 2011
Galera do funk não tá de bobeira Gente, essa semana o funk voltou a ser manchete negativa em todo noticiário e nós, da Apafunk, vamos continuar exigindo respeito com a nossa cultura. É preciso identificar os problemas que envolvem a realização de bailes, e outros eventos deste estilo, para que sejam resolvidos e a festa possa continuar. Mas na visão de muita gente, o funk não tem problemas, ele é o problema.
Não faz muito tempo que casos de violência fizeram parte da rotina da maioria das boates caras do Rio, providências foram tomadas, a pancadaria diminuiu, só que, em nenhum momento, se ouviu falar em fechar as casas, ou acabar com esse tipo de diversão. O curioso é que não está acontecendo nada de errado que envolva diretamente os bailes funk, e mesmo assim se fala muito, principal-
mente por grande parte da polícia, no fechamento deles. Qualquer ação que tenha como objetivo dar mais segurança aos frequentadores dos bailes, que seja para ajudar os organizadores a buscar a excelência desses eventos e que venha garantir a manifestação cultural popular nessas localidades estaremos apoiando. Sempre! Mas, se for para criminalizar ainda mais, iremos responder, pois estamos
organizados, articulados e preparados para isso. Não somos contra o funk ser julgado, se for o caso. Somos contra ele ser condenado sem julgamento. Uma prova de que estamos prontos para a briga, são os frutos que estamos colhendo do nosso trabalho. No início do mês, a lei que reconheceu o funk como cultura completou 2 anos, e desde lá criamos uma cartilha com o Sebrae e temos um espaço, todo dia, na Rádio Nacional.
ANDRÉ TERTULIANO
CARA DA SEMANA
‘BOA TARDE, MEU BOM’ Essa semana vou dedicar este espaço para uma pessoa muito importante na minha vida. Ele é o responsável pela minha entrada, e de muitos outros músicos, no mundo artístico do funk. Em 1992, eu e o meu irmão, MC Junior, estávamos no baile do Emoções, na Rocinha, e fomos descobertos através de um concurso promovido por esse cara que estava, e ainda está, à frente da equipe Curtisom Rio. Reginaldo tem hoje 44 anos, sendo 27 deles dedicados ao funk. Pelas contas, ele começou com 17 anos, mesma idade que eu tinha quando dei meus primeiros passos. Uma das vozes mais marcantes do nosso meio, ele é o dono do bordão: “Boa tarde, meu bom, boa tarde, minha boa”. Não é à toa que ele é um dos locutores do programa Funk Nacional, na Rádio Nacional, junto comigo. Reginaldo nasceu no Morro do Cantagalo, em Ipanema, e por isso fez da Zona Sul seu principal local de trabalho, fazendo a equipe Curtisom Rio ser a preferida de muita gente por ali. Ele sabe da importância de lutarmos contra os fechamentos dos bailes, pois, se não fossem eles, não estaríamos aqui hoje. — Temos que lembrar que tem sempre alguém começando, ações conta qualquer cultura vai está impedindo o surgimento de muita gente boa.
Informasom Se liguem aí na programação: Hoje, tem um baile imperdível no Boqueirão, com Curtisom Rio. E ainda vai rolar MC Alexandre e MC Mdy. Damas grátis até meia noite, e cavalheiro R$ 10. O Boqueirão fica na Rua Jardel Jercolis 50, Centro (ao lado do MAM). Hoje também tem Curtisom Rio em Campo Grande, na quadra da comunidade Três Pontes. E a entrada é só um sorriso! Abraços a todos e até semana que vem! Valeu, valeu... Para falar com MC Leonardooumandar um recado para a coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br.
21
SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2011
DIVULGAÇÃO
CARA DA SEMANA
Magal: do funk e do rap O DJ Magal é o cara da equipe Pipo’s, uma das maiores equipes de som de todos os tempos. Cria de Santa Teresa, ele já tocou nos quatro cantos desse país e, nesses 16 anos de estrada, já viu muito artista nascer, assim como viu muita gente de talento desaparecer do mercado. Toda essa experiência fez com que ele chegasse a duas conclusões: uma é que as equipes de som são passado, presente e, principalmente, futuro do funk. A segunda é que ele acha que a galera hoje toca menos rap nos bailes do que deveria. — Hoje vemos rappers em Belo Horizonte, Santos, Vitória e tantas outras cidades, e o Rio tem dificuldade para tocar esse estilo nos bailes. Esse é o recado do cara!
É no passinho... Essa semana foi muito especial para mim. Estivemos na Cidade de Deus, na última quinta-feira, para falar um pouco sobre funk e levar a cartilha do Sebrae para a comunidade. Além disso, transmiti o programa Funk Nacional ao vivo de lá e só tenho uma coisa a dizer: foi um sucesso! Mesmo ameaçando chuva, a galera apareceu e quando o funk começou a comer a molecada se soltou. É incrível ver como a música atravessa gerações. Esse menino da foto, Breno, de 9 anos, mandou ver no passinho, sabia quase todas as letras e ainda chamou as amigas Quemila e Luana. Dá para acreditar nisso?
E isso me fez lembrar de outra parada. Esse mês vai rolar a Batalha do Passinho e, segundo a revista Época, as
Molecada manda ver na dancinha e vai rolar até uma competição nas comunidades eliminatórias vão rolar logo. A primeira acontecerá no Borel, no dia 16 de setembro, a segunda no Andaraí, dia 17 de setembro, e Salgueiro, no
dia 18 de setembro. A final será no Sesc Tijuca, no dia 25 de setembro. Calma, não é só isso. Os vencedores dessa batalha, além de ganhar uma graninha, se apresentarão em um show de ‘passinho’ no próprio Sesc Tijuca. Para quem não conhece essa nova onda entre a molecada, de fazer desafios na pista de dança ao som de funk, pode visitar esses comunidades e acompanhar de perto essa parada, ou ficar de boca aberta vendo os vídeos no perfil do EXPRESSO no Orkut bit.ly/perfilexpresso. Valeu, valeu, galera!
Informasom Alô Galera! Se liga na agenda da Pipo’s para esse fim de semana. Hoje tem Vibe Show com Pipo’s Locomotiva. Damas R$ 10 e cavalheiro R$ 25. A Vibe Show fica na Rua Visconde de Itaúna s/no- , saída 136 da Niterói – Manilha, Gradim. No CIEP Ruben Braga, tem Pipo’s Grafitada de graça a noite toda. O endereço é estrada do Taquaral 111, Bangu. Amanhã, tem Pipo’s Grafitada na Baca Show. Até 21h, homem paga R$ 10 e damas R$ 5, depois, ele paga R$15 e ela R$10. O endereço é a Av. Saquarema 3.903, Loja PavimentoSuperior, P. da Roça, Saquarema. Para falar com MC Leonardooumandar um recado para a coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br.
23
SÁBADO, 27 DE AGOSTO DE 2011
Galera, essa semana está cheia de ativ ida des par a quem curte o funk. Qu er se div erti r gastando pouco ou nada? Então pega um pedaço de papel, caneta e anota. Hoje, estaremos no IFRJ (antigo a a festa de encerraCefetec) par omento do 4 Curso de Formação de Agentes Culturais Populares — “Periferias em Cena”. A parada vai começar às 9h e rola até às 17h. Vale lembrar que no fim vai ter uma roda de funk, com toda a galera da Apafunk. O IFRJ fica na Rua Senador Furtado 121, Praça da Bandeira. E o melhor, é de graça. Amanhã, é dia da gravação do DVD da equipe Espião Vida Loka. Eu e meu irmão vamos marcar pre-
sença cantando “Tá Tudo Errado”. Gorila e Preto (foto) também estarão lá. A festa rola no Emoções, na Estrada da Gávea, Rocinha. Mulher não paga nada até meia-noite. Depois, elas pagam R$ 5 e homens pagam R$ 13. Segunda-feira, para abrir a semana trabalhando, vamos receber no auditório da Rádio Nacional a galera do Sebrae, que vai tirar dúvidas e lançar uma cartilha sobre o Micro Empreendedor Individual. A rádio fica na Praça Mauá 7, 21o- andar. Para entrar é preciso estar de calça e camisa de manga. Calma, que ainda tem mais. Na terça, dia 30, depois das 16h, vamos visitar uma exposição chamada R.U.A (Reunião Urbana Pela Arte) no Sesc Tijuca. Essa exposição vai estar lá até 30 de setembro. O Sesc fica na rua Barão de Mesquita 539. Grátis.
DIVULGAÇÃO
PRA IR NO EMBALO
Já na quarta-feira, dia 31, a roda de funk acontece no auditório da Rádio Nacional. Quem quiser é só chegar. A festa começa às 15h, mas você pode entrar a partir das 14h. O primeiro dia de setembro será especial. Vamos transmitir o programa Funk Nacional da Cidade de Deus. A roda de funk começa às 15h e não tem
hora para terminar. E, claro, é de graça. Para fechar, eu e meu irmão vamos no dia 2 para o Santa Marta encontrar amigos e cantar pra galera. Para falar com MC Leonardooumandar um recado para a coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br.
CARA DA SEMANA
A professora do funk Para quem acha que funkeiro não lê livros, e, mais ainda, não escreve livro, aqui vai um recado. A professora Adriana Carvalho Lopes, mas conhecida como Drica, lançará o livro “Funk-se quem quiser — No Batidão Negro da Cidade Carioca”. E adivinha quem escreveu a apresentação? Eu. Se você ainda não entendeu porque eu a escolhi para ser “o cara da semana” eu explico. É que, apesar de trabalhar no Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Nova Iguaçu, ser pesquisadora do Laboratório de Estudos Afro Brasileiro e doutora em linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela é tão funkeira quanto eu e é uma das fundadoras da Apafunk. Drica apareceu na minha vida em um momento muito especial, quando já defendia a
maneira como nos comunicávamos, e ela chegou para ser a cereja do bolo, para fazer com que as pessoas ouvissem a gente. Vale lembrar aqui que em nenhum momento de sua aproximação com a gente houve um olhar de cima para baixo. Ela não nos via como alunos, e também não nos tratava como professores, rolou uma troca de informações entre amigos. E isso foi muito importante para a gente conseguir chegar onde estamos hoje. E como eu não gosto de fazer nada pela metade, vou vender o trabalho dela direitinho. O lançamento do livro vai acontecer na próxima segunda-feira, 29, às 18h30m, na Livraria Folha Seca, que fica na Rua do Ouvidor 37, Centro. E como sempre, vai rolar a famosa roda de funk. Nos vemos lá!
20
SÁBADO, 20 DE AGOSTO DE 2011
Rio Parada Funk vem aí!
C o m c e rc a d e 1 0 equipes de som e mais d e 3 0 a t r ações, o Rio de Janeiro vai ter mais de 11 horas de funk rolando sem parar. É o Rio Parada Funk que está chegando para abalar. O evento vai rolar no dia 30 de outubro, e vai contagiar o Cen-
tro da cidade, desde a Avenida Presidente Vargas até a Cinelândia. Esse evento promete ser a maior manifestação da cultura funk deste país. Mas para que ele aconteça como nós queremos e planejamos, ainda falta muita coisa e também muitas mãos para ajudar. Isso porque é o nosso desejo que o Rio Parada Funk seja a vitrine de tudo o que produzimos
nos últimos 40 anos. Além disso, queremos mostrar para os empresários que vender os artistas do movimento, que investir em produtos ligados ao mundo do funk vale muito a pena. Em meio a toda esta confusão sobre a volta dos bailes para as comunidades, principalmente as pacificadas, com UPPS, esse é o momento de mostrar para as autoridades que podemos organizar qualquer tipo de
movimento, independente do tamanho. Quer saber mais da nossa festa, sobre quem está por trás e quem vai botar a galera para dançar muito? Basta acompanhar as próximas colunas aqui no EXPRESSO. Agora, se você também quer colocar a mão na massa, envie um e-mail para voluntario@rioparadafunk.com e venha fazer acontecer com a gente. O baile é nosso!
DIVULGAÇÃO
MATEUS , É O CARA DA SEMANA!
Falou em cultura, falou em Mateus Neto do escritor Ferreira prova disso é que ele já colocou o Gullar e de Tereza Aragão, uma pancadão para tocar no Circo das grandes produtoras do Voador, no MAM, na Marina da mundo do samba, Mateus Gloria, no Scala, até no Vivo Rio. Aragão completa amanhã Sei que nem todo mundo pode 30 anos, sendo sete deentrar nesses lugares, mas o que dicados ao funk. importa é movimento de descrimiPara quem não sanalização da nossa música. be, o cara é o responParabéns, meu amigo. Espesável por um dos evenro que você continue com a tos mais tradicionais do gente por muitos anos. Rio de Janeiro atualmente: “Eu Amo Baile Funk”. Se ligou sobre o que estou falando? Lá atrás, quando essa festa era apenas uma ideia, eu falei para o Mateus o que eu queria para os funkeiros, e o chamei para a criação da Apafunk. O cara comprou o bar ulho, e marcou presença em várias reuniões, rodas, entre outros eventos nossos. Tenho certeza que o papel que Mateus cumpre hoje é o de botar o movimento em todos os lugares, para todas as classes e gerações. A
Informasom
Alô, galera. Quem vai agitar o auditório da Rádio Nacional na próxima quarta-feira, durante o programa “Funk nacional”, é o MC Mascote. Quem quiser pode chegar na Praça Mauá 7, 21 o- andar, às 14h. Atenção: não pode ir de bermuda nem de camiseta. Para falar com MC Leonardooumandar um recado para a coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br. Para acessar o vídeo do cara da semana acesse a nossa página no Orkut do E X P R E S S O em bit.ly/perfilexpresso.
19
SÁBADO, 13 DE AGOSTO DE 2011
Quem tem projeto pro funk aí? Galera, demorou mas chegou! O pacote de editais com verba para o funk foi lançado esta semana, com a presença do governador Sérgio Cabral e da secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes. É a primeira vez que se anuncia uma política cultural para o funk. Serão R$ 500 mil destinados a 20 projetos do funk, cada um com o custo de até R$ 25 mil. Este é apenas um embrião, o começo de tudo, mas para que a
gente possa realmente ter igualdade e pensar em números maiores, é preciso trabalhar primeiro com o que temos. Esperamos que dê retorno cultural. Mas, galera, esta não é uma grana para fazer bailes e eventos, é única e exclusivamente para incentivar a produção cultural. Quem tem bonde, quem quer escrever um livro, gravar um disco, enfim, tudo ligado à produção
cultural do funk, não pode marcar bobeira. Vai lá, entra no site da Secretaria estadual de Cultura (www.cultura.rj.gov.br), informese e participe. Mais do que querer que a galera seja contemplada, é preciso que esteja informada. Precisamos muito que a expressão “projeto cultural” caia na boca do favelado. Estamos ajudando a secretaria a fazer um mapeamento para mos-
trar quais as áreas mais carentes do funk. É isso. Qualquer dúvida, é só entrar em contato com a Apafunk, através do meu e-mail mcleonardo@expresso.inf.br. Para terminar, você que é funkeiro, procure saber como ajudar o Rio Parada Funk. Está chegando a hora e precisamos de voluntários. Entre no site da Apafunk (apafunk.blogspot.com) e saiba como participar. Qualquer ajuda é válida.
DIVULGAÇÃO/ANDRÉ TERTULIANO
CARA DA SEMANA
Informasom
Zé Black, a lenda Ele é uma lenda viva do funk! Zé Black comanda a equipe de som Soul Grand Prix, uma das primeiras do país. O cara ganhou este apelido durante um concurso de breaking, nos anos 70, quando fez um passe chamado de black aberto. Ele está na Soul Grand Prix há 36 anos, sendo 20 no comando, e trabalhou com caras como Cidinho Cambalhota, entre outros. Atualmente, Zé Black está atuando mais como empresário e fazendo bonito. E o cara é do funk desde pequeno. Em 1969, quando tinha só 15 anos, ele pulou o muro do Canecão para assistir a um show de James Brown, o que pode ser considerada a primeira apresentação de funk no Brasil. Mas acabou pego pelos seguranças na terceira música e foi colocado para fora. Só por
esta história já dá para ver que o funk vem desde que o cara era moleque. Ele conta que sua grande inspiração foi o Big Boy, que acabou conhecendo mais tarde. Zé Black é considerado em todo o mundo do funk, e se o funk quiser preservar sua história, tem que preservar seus atores. O cara continua na ativa, divulgando artistas e sempre antenado com as novidades, nunca esquecendo o passado bonito que tem no mundo funk. Ontem, ele esteve no meu programa na Rádio Nacional e contou que segue promovendo bailes flashback, com o melhor do funk dos anos 60 e 70. Zé Black também se prepara para participar do Rio Parada Funk e está com sua equipe montadinha. Salve Zé Black!
O MC Pingo de Acari vai dar um show de graça na próxima quarta-feira, às 15h, na Rádio Nacional, que fica na Praça Mauá 7, 21 o- andar. Vai ser difícil alguém conseguir ficar parado! Atenção: não pode ir de bermuda nem de camiseta. Para falar com MC Leonardooumandar um recado para a coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br. Para acessar o vídeo do cara da semana acesse a nossa página no Orkut do E X P R E S S O em bit.ly/perfilexpresso.
19
SÁBADO, 6 DE AGOSTO DE 2011
DIVULGAÇÃO
CARA DA SEMANA
Estes caras são brabos mesmo
Fala, galera! Eu sei que vocês estão acostumados a ver aqui funkeiros que estão na batalha há muito tempo. Mas vale a pena escutar estes meninos dos Avassaladores. Mesmo jovens, eles não tiveram medo de botar a cara e mostrar o som que queriam fazer. Eles lançaram “Sou F...”, com vídeo amador, e a música estourou na internet de uma maneira tão grande que resolveram fazer uma segunda versão, chamada “Vem, sou f...!”. E o mais legal é que o funk desse grupo ultrapassou barreiras, já que os Avassaladores acabaram de gravar essa música com a dupla sertaneja Cassio
& Marcos, de Vitória, Espirito Santo, com direito a clipe e tudo. O vocalista Vitinho disse estar emocionado com tudo o que está vivendo. — É gratificante, estou muito feliz. Fico sem palavras quando vejo as coisas acontecendo, nunca imaginei. E tem mais! Além de estarem com vídeos na internet, e fazendo parceria com outros ritmos, eles estão nos palcos de todos os cantos do Rio, principalmente Zona Sul e Barra, e do Brasil inteiro. Esses meninos estão vivendo algo que quero para todos os funkeiros: profissionalismo e zero preconceito.
Apafunk puxou o bonde pra Bahia! Convidados pela professora Adriana Facina, através do projeto Poesia Favela, para fazer um intercâmbio cultural, eu, MC Junior, MC Pingo, Mc Liano e Mano Teko, partimos segunda-feira passada para Bahia. Chegando àquela terra boa, fomos recebidos por Nelson Maca, principal articulador do Blackitude Vozes Negras da Bahia, que desenvolve poesia em shows de Hip Hop há 11 anos, e que há 2 promove todas as quartas o “Sarau Bem Blak”, no Sankofa African Bar Brasil, que fica no Pelourinho. E é sobre isso a nossa coluna de hoje: a minha agenda naquele lugar maravilhoso. Assim que chegamos ao Pelô, como o lugar é carinhosamente
chamado, fomos recebidos pelo músico Afro Jhow, que nos levou até a sua mãe Negra Jhô. Ela, ao som dos tambores de funk, dançou e nos abençoou. Na terça, fomos ver a apresentação de “Jerônimo, o Pagador de Promessas”, que tem esse nome por acontecer na escadaria da Igreja de Santa Bárbara, onde foi gravado o filme “O pagador de promessas”. Claro que aproveitamos para mostrar nosso trabalho. A apresentação foi pequena, mas de arrepiar. Já na quarta-feira, a gente curtiu o Sarau Bem Blak, e vimos crianças, jovens, adultos e idosos recitando poesias com muito entusiasmo. No dia seguinte, participei de um debate que tinha Hamilton Borges, da campanha “Reaja ou será Morta, Reaja ou será Morto”, e Samuel Vida, que além de professor universitário é advogado e
está a frente do Agajú — escritório de advocacia que é referencia na questão racial. Esse debate, que contou com a presença do músico Abel Luiz e da professora Adriana Facina, foi um dos mais importantes de todos os que eu participei. Em meio a tantas emoções, acabei encontrando um primo que não via há 20 anos, o que fez a viagem ficar ainda mais inesquecível. Voltei com meu meus irmão, MC Junior, na quinta, mas o resto da galera continua lá, fazendo as articulações de que a Apafunk precisa, mostrando que o funk é realmente nacional e pode ser misturado com macumba e samba. Axé para todos!
* As fotos do MC Liano e da estreia do programa Funk Nacional, publicadas na coluna de sábado passado, 30 de julho, são de Maria Buzanovsky.
Informasom Na segunda-feira, no nosso programa da Rádio Nacional, vai rolar uma entrevista ao vivo com a professora da UFF, Adriana Facina. Já na quarta-feira, haverá um show do MC Junior e Leonardo, no auditório da rádio. Quem quiser pode acompanhar a entrevista e o show, de graça, na Praça Mauá 7, 21 o- andar. O programa começa às 15h, mas você pode chegar às 14h. O auditório tem capacidade para 200 pessoas. Não pode entrar de bermuda nem de camiseta. Para falar com MC Leonardo oumandar um recado para a coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br. Para acessar o vídeo do cara da semana acesse a nossa página no Orkut do EXPRESSO em bit.ly/perfilexpresso.
23
SÁBADO, 30 DE JULHO DE 2011
É o funk nas ondas do rádio Estreou, galera! Pode deixar gravado no seu rádio a AM 1130, sintonizar a partir das 15h, porque já está rolando o nosso programa “Funk Nacional”. O que era sonho para a galera que faz parte da Apafunk, agora é realidade. De fato é um momento histórico para o nosso movimento e para a música popular brasileira, porque
pela primeira vez uma rádio pública federal reserva um horário só para o funk. É mole ou quer mais? Lá atrás, quando ainda lutávamos pelo reconhecimento aqui no Rio, nós dizíamos que um programa de rádio, em qualquer estação, seria fundamental para alcançarmos o maior número de pessoas. E é isso o que começamos a fazer.
A estreia aconteceu na segundafeira passada, dia 25, no auditório da Rádio Nacional, e contou com a presença de diversos MCs, além de Abel Luís, representando o samba; MR Zoi, representando a cultura hip hop; Cristiano Menezes, representando a Empresa Brasileira de Comunicação; e Marcio Gomes, da diretoria da rádio.
Também marcaram presença na nossa programação as professoras Adriana Facina e Adriana Lopes, que gravaram depoimentos que emocionaram a todos. No final, todos os MCs presentes subiram ao palco, uma roda de funk se formou e todos cantaram “Eu só quero é ser feliz”. Música perfeita para representar essa nova fase. FOTOS DIVULGAÇÃO
CARA DA SEMANA
MC Liano pede o fim do choro na favela Esse espaço da coluna é dedicado hoje ao MC Liano porque, pela primeira vez, esse cara ouviu sua música tocando em um programa de rádio. O fato inédito na vida deste funkeiro aconteceu essa semana, no nosso programa “Funk Nacional”. O rap “Chega da favela chorar” é muito bem produzido pelo músico Abel Luís e conta com uma melodia de arrepiar. É o MC Liano mostrando a sua cara para geral. O que aconteceu com este MC é um exemplo do que queremos fazer com o nosso espaço na Rádio Nacional: descobrir artistas e músicas novas. Sabemos muito bem que há no cená-
rio musical carioca um número muito grande de artistas talentosos sem espaço algum no mercado. Eles nunca tiveram a oportunidade de mostrarem seus trabalhos, de saberem o que a galera acha. Isso tem que mudar, e vai mudar. Nosso desafio é, além de divulgá-los, fazer com que esses artistas encontrem uma maneira de produzir a sua arte, de mandarem a sua letra com qualidade. Mas só vamos conseguir isso se todos estiverem pensando e atuando em conjunto. Parabéns, MC Liano, pela música, e tenha certeza de que a emoção que você sentiu ao se ouvir pela primeira vez em uma rádio foi a mesma que sentimos ao tocar seu rap. Valeu!
Informasom Hoje, a partir das 17h, vai rolar aquela roda de funk no Largo da Carioca, em solidariedade aos professores que estão acampados no local. Olha só quem vai tocar: MC Xakal, MC Liano, Pingo de Acari, Mano Teco, Junior e Leonardo e muito mais. Para falar com MC Leonardo ou mandar um recado para a coluna, envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br. Para acessar o vídeo do cara da semana acesse a nossa página no Orkut do EXPRESSO em bit.ly/perfilexpresso.
21
SÁBADO, 23 DE JULHO DE 2011
Já pensou o Funk in Rio?
Galera, o Rock in Rio está chegando e tem muita gente, mas muita gente mesmo, me procurando para organizar um pedido para incluir o funk nesse megaevento. E aproveito este espaço para dizer que, apesar de reconhecer que ficaria muito feliz em ver o melhor do nosso batidão em um evento internacional como este, não concordo com esta atitude. Primeiro, porque o funk não precisa apelar para estar em lugar
algum. Segundo: a luta da Apafunk é por direitos. A nossa briga é contra quem persegue a nossa cultura, o que não é o caso. O Rock in Rio é um evento particular, feito por quem não vê o funk carioca como uma cultura que pode fazer parte desta festa. E eles têm esse direito. É engraçado ver que, em todos os grandes eventos de música eletrônica rola a nossa batida, e que, justo na festa que
acontece aqui, onde o funk nasceu, vai ficar fora. Quem quiser engrossar o coro pedindo para que o funk esteja entre os estilos musicais que estarão no festival, pode fazer, mas não contem comigo. Garanto a vocês que, se tudo o que eu espero para minha vida e para o funk acontecer, vamos ter um evento tão grandioso e infinitamente popular. Por que não sonhar com o Funk in Rio?
CARA DA SEMANA
Informasom
Esse ‘Repper’ escreve, canta e faz filme Antes que pensem que escrevi errado, vou logo explicando que o nome artístico de Emerson Cláudio Nascimento dos Santos é mesmo Repper Fiell. Ele diz que escrito assim, e não “rapper” com ‘a’, sente o nome mais brasileiro. — Já Fiell tem dois ‘l’ no final porque fiel mesmo só Deus. Bom, depois desse esclarecimento, vamos para a carreira dessa fera. No auge dos seus 32 anos, ele acaba de completar 15 de carreira. E apesar desses anos de estrada, foi lançar seu primeiro CD só em 2002, o “Chamada a cobrar”. Quatro anos depois, veio o álbum “Árbitro da própria vida” e, em 2008, o premiadíssimo “788” (que é o número de degraus da escada que liga o pé da Favela Santa Marta até o pico do morro). Além disso tudo, ele ganhou o prêmio de melhor filme e direção nos festivais da Holanda, com “Câmera Mundo”, e, em Belo Horizonte, com “Favela é isso aí”, se consagrando também na carreira
DIVULGAÇÃO
A partir desta segunda-feira, dia 25, às 15h, estaremos no ar na Rádio Nacional (1130 AM) com o programa Funk Nacional. Vale a pena conferir, pois precisamos muito que esse projeto tenha vida longa. Vão rolar entrevistas, debates, novos talentos e, claro, muita música. Nos desejem boa sorte, porque vamos precisar! E, claro, contem para a galera, para todo mundo prestigiar.
❁ Emerson diz porque assina Fiell com dois ‘L’: “Fiel mesmo é só Deus” de cineasta. Hoje, Fiell segue produzindo o seu mais novo disco, “Pedagogia da dominação”, e está prestes a publicar seu primeiro livro, chamado “Da favela para as favelas, história e experiência do Reper Fiell”, que será lançado em agosto.
Esse cara está sempre falando que a favela tem que se comunicar, pois só assim será conhecedora de seus deveres e terá seus direitos respeitados. Foi pensando assim que ele fundou o coletivo “Visão da Favela Brasil”. E é por isso que estamos juntos e mixados!
Para falar com MC Leonardo ou mandar recado para a coluna envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br. Para acessar o vídeo do cara da semana acesse nossa página no Orkut do EXPRESSO bit.ly/perfilexpresso
21
SÁBADO, 16 DE JULHO DE 2011
O funk está bombando
Chegou a hora dessa gente da cultura funk mostrar seu valor. É, galera, aconteceram várias paradas maneiras para a comunidade funkeira na semana que passou e, se tudo der certo, a partir de agora a nossa vida será cada vez mais corrida. Primeiro, quero dizer que a reunião que tivemos no Sebrae foi histórica. As pessoas atenderam ao chamado, e apareceram 23 equipes para aprender como abrir um negócio e virar empresa, mostrando que as pessoas querem se profissionalizar, querem mandar a letra direitinho, sem desrespeitar a lei. A outra novidade é sobre a visita que fizemos à Rádio Nacional. De uma reunião que tivemos lá saiu o programa “Funk Nacional”, que deve estrear no dia 25 na AM 1130. Bom, voltando ao Sebrae, essa reunião foi apenas o pri-
meiro passo para que as informações, no que diz respeito à formalidade da cultura funk, fossem apresentadas para a ponta da cadeia produtiva do movimento, ou seja, os responsáveis pelas equipes de som. Sei que é apenas o primeiro passo, mas ficou clara a vontade que eles têm de aprender o que é ser empreendedor legalizado. E, a partir desse movimento, a Apafunk vai fazer junto com o Sebrae algumas ações para atingir um grande número de pessoas, e levar essas informações a elas. Até porque, como eu já disse em colunas anteriores, além das equipes, tem muita gente que sobrevive com o baile. Mais uma vez conto com a colaboração de todos que gostam e torcem pelo funk, para que tenhamos sucesso nesse processo profissional e social que o funk tanto precisa.
CARA DA SEMANA
Não pare, Príncipe! Já que o assunto é profissionalismo no funk, aproveito para falar do MC Marcinho. O cara, que já foi chamado de Príncipe do Funk e de Tim Maia do Funk por causa de sua voz com um grave inconfundível, é um exemplo para quem está começando. Ele apareceu com um jeito sedutor no início da década de 1990. Chegou de mansinho, no sapatinho, e logo suas músicas estavam na boca da galera. De lá pra cá, provou que disciplina e comprometimento são essenciais para poder alcançar os objetivos no mundo da arte e se manter firme no sucesso. Hoje MC Marcinho tem o seu nome carimbado não só no mundo do funk, mas na música popular brasileira. Recentemente, foi noticiado que ele deixaria o funk para cantar gospel. Então, faço um apelo: Marcinho
não pare de cantar funk! Você vai fazer uma falta danada. Respeito sua decisão, mas não custa nada mostrar a minha opinião. Não pare, MC Marcinho!
Informasom O batidão vai rolar solto. A Apafunk realiza nesta segunda-feira uma roda de funk sinistra no Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), órgão do governo que cuida dos menores infra-
tores. Vamos entrar lá com o Projeto Caravana — futuramente falarei desse projeto aqui na minha coluna. Vamos nos aproximar da molecada e fazer da nossa tarde uma grande festa com muito funk!
17
SÁBADO, 9 DE JULHO DE 2011
CARA DA SEMANA
Informasom
Ele é do funk e do hip hop Nascido em São Gonçalo, Victor Hugo iniciou sua carreira na cultura hip hop em 2001 e logo passou a ser chamado de “MC Funkero”, por causa da paixão pelo funk. Em 2008, ele lançou o primeiro disco com batidas de funk e desde então insiste em dizer publicamente que funk e hip hop são a mesma coisa. Tanto que, há uma semana, lançou o clip da música “De volta pro futuro”, provando,
dessa vez usando o audiovisual, que sua teoria está certa. O vídeo, já no primeiro dia, obteve três mil acessos na net. Mas ele não se dá por satisfeito e espera conquistar muito mais. Espero que o MC Funkeiro consiga acelerar, através da sua arte, essa aproximação do funk com hip hop, que na minha opinião está mais que na hora, pois são músicas da comunidade, feitas pela comunidade.
SÓ NOS BASTIDORES
Rabú deixa tudo junto e bem misturado André Luis Rocha, mais conhecido na cultura hip hop como Rabú Gonzales, foi quem dirigiu o clip “De volta pro futuro”, do parceiro MC Funkero. Há 15 anos na música e há dois na produção e direção de filmes e vídeos, Rabú acredita que a originalidade da cultura brasileira depende da junção de algumas vertentes musicais. Sendo assim, é mais um que acredita que o funk e o hip hop não podem ficar separados, pois são ritmos negros e da periferia. Rabú diz que sua missão é qualificar artisticamente essa junção, e que o audiovisual é peça fundamental na comunicação e excelência desse trabalho. Como se diz, é tudo junto e misturado.
Acontece na terça-feira a nossa reunião com o Sebrae. Como já falei aqui, acho muito importante a participação de todos os donos de equipes na construção dessa união, pois são vocês que puxam a cadeia produtiva de um baile funk. Então, se você é dono de equipe de som, compareça às 14h na Rua Santa Luzia 685, 9 o- andar, no auditório do Sebrae. Compareçam! É muito importante! Para falar com MC Leonardo ou mandar recado para a coluna envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br. Para acessar o vídeo do cara da semana acesse nossa página no Orkut do EXPRESSO bit.ly/perfilexpresso
Entramos nas ondas do rádio Gente, tenho uma notícia muito boa pra compartilhar com vocês! A Apafunk vai comandar um programa em uma rádio tradicionalíssima, a Nacional AM. Vamos ocupar um espaço durante uma hora, de segunda a sexta-feira. O contrato já foi assinado e estamos em processo de criação da nossa grade e da nossa equipe. Ao que tudo indica, estrearemos no ar no dia 25, mas até lá vou dando notícias semanalmente através da coluna. Tenho recebido muitos emails de gente querendo mostrar seus trabalhos, e quero di-
zer que o espaço de uma rádio faz toda diferença nessa hora, pois agora vamos poder dar opções justas para essas pessoas (que vivem pedindo uma oportunidade). Além de tocar suas músicas, vamos lutar para que elas tenham seus direitos artísticos respeitados. Vamos mostrar musicalmente na rádio o que a Apafunk já falou todos esses anos: que o funk é plural demais pra ficar tocando uma coisa só. Tenho certeza que o público vai se amarrar e participar também, pois queremos fazer um programa o mais democrático possível. Rodas de funk, debates, shows ao vivo, tudo está sendo pensado e planejado para que o programa faça a diferença. Estamos muito felizes com mais essa conquista pro movimento funk! Avisa pra geral! O progama “Funk Nacional” vai estar no ar ainda esse mês, um forte abraço e até semana que vem!
17
SÁBADO, 2 DE JULHO DE 2011
Pra ser MC tem que ter responsa
CARA DA SEMANA
MC Mascote segue fiel ao funk
Informasom Amanhã rola o grande baile no Mageense Futebol Clube, com a Equipe Lazer Rio. Os ingressos custam R$ 8, até às 21h30m, após esse horário, custarão R$ 8. A faixa etária da festa é de 16 anos. O Mageense Futebol Clube fica na Avenida João Valério s/n, Magé.
DIVULGAÇÃO
Não é difícil falar do MC Mascote, o complicado é falar com ele. Sempre atarefado, e trocando de telefone o tempo inteiro, o MC segue seus rumos no funk, cumprindo uma agenda sempre lotada de shows. Hoje, por exemplo, ele tocará em Cuiabá. Depois de muito tentar, consegui falar com ele, que disse o seguinte, ao saber que seria o “Cara da semana” da coluna: — Você está me ligando para escrever sobre a minha vida no funk? É a coisa mais fácil. Para escrever sobre a minha carreira é só escrever a sua própria história. Rimos muito ao telefone, e o que ele falou é verdade. Nossa entrada na massa funkeira foi muito parecida, pois iniciamos nos concursos de rap, ele fazendo dupla com o MC Neném (que estará futuramente nesta coluna) e eu com meu irmão e parceiro MC Junior (que já apareceu por aqui, e segue cantando comigo até hoje). A única coisa diferente em nossa estrada musical é que, enquanto ele foi acolhido pela Rocinha (favela onde nasci e me criei), eu e meu irmão fomos abraçados pelo Vidigal (favela onde vivia o Mascote). De resto, foi exatamente igual. Bom, o que eu queria saber mesmo é o que ele está fazendo no momento, e ele me contou que acabou de produzir o “Rap do Oxi”, alertando a rapaziada sobre os danos devastadores dessa droga maldita. Vale lembrar que as músicas “Rap da Daniela Perez” e “Tem que ter uma amante” são dele. MC Mascote não negou já ter cantado a realidade da favela, que muitos chamam de proibidão, mas diz que quer denunciar a opressão na favela: — Vou continuar cantando a realidade das comunidades seja ela qual for. Se o meu povo estiver oprimido denunciarei a opressão, se ele estiver feliz cantarei a felicidade.
Hoje, vou dar um exemplo de como a Apafunk joga nas 11, como diz a expressão do futebol. No ano passado, na época da operação no Complexo da Penha, alguns MCs foram presos acusados de fazer apologia ao crime, por causa da letra de algumas músicas. E a associação se mobilizou para conseguir que eles fossem soltos. A nossa briga, naquele caso, não era para defender o que eles estavam cantando, mas para fazer com que os direitos deles, como cidadãos, fossem respeitados. Isso porque a polícia entrou na casa de cinco artistas sem ter nenhuma base legal, levando em cana pessoas que não tinham armas nem drogas. Em nove dias, o Dr. Fernando Fernandes, junto com o escritório do Dr. Lino Batista, conseguiu colocá-los em liberdade. A gente tomou essa atitude de correr atrás por acreditar que o debate sobre a qualidade da música deve ser feito pela sociedade, e não pela polícia. A questão não é mudar as letras que cantem a realidade de uma determinada favela, e sim mudar a realidade daquela comunidade. E o debate que a gente propõe é justamente por causa disso, para mostrar ao MC a responsabilidade que ele tem ao segurar aquele microfone. Concordamos com os funkeiros que falam do dia a dia da comunidade, mas não com aqueles que fazem apologia ao crime. Em todo caso, a polícia tem que combater os crimes que são cantados nas letras, e não as letras.
Para falar com MC Leonardo ou mandar recado para a coluna envie e-mail para mcleonardo@expresso.inf.br. Para acessar o vídeo do cara da semana acesse nossa página no Orkut do EXPRESSO bit.ly/perfilexpresso
17
SÁBADO, 25 DE JUNHO DE 2011
A relação da polícia com os funkeiros Quando eu comecei a articulação para fundar a Apafunk e lutar junto com ela para que o funk fosse respeitado pelas autoridades, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) ainda não existiam. De lá para cá muita coisa aconteceu. A nossa instituição visitou muitas favelas (e ainda faltam muitas para visitar), e as UPPs seguem sendo instaladas nas comunidades do Rio. Temos discutido com todas as pessoas à nossa volta qual é a função da polícia quando a questão é o funk, dentro das favelas e fora delas, e como ela deve agir em determinados momentos. Para isso, nos baseamos nas leis vigentes em nosso Estado.
Todos nós da Apafunk temos plena consciência de que o diálogo é o melhor caminho para qualquer tipo de conquista. Sendo assim, procuramos as autoridades para, juntos, garantirmos os bailes nas favelas pacificadas. Não queremos passar por cima de ninguém, só queremos ouvir a nossa música. Com essa aproximação com os agentes de cultura dessas localidades, e com o comando das UPPs locais, pretendemos chamar outras secretarias de governo para dentro das favelas. Acreditamos que só com a participação de todos os setores governamentais é que as favelas terão seus direitos respeitados e, enfim, encontrar a tão sonhada paz!
Informasom Gente, hoje estarei lá na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro debatendo o tema “opressões”. Junto comigo estarão representates do movimentos Mulheres em luta, Quilombo Raça e Classe, LGBT, Cetoreal dos movimentos populares da CSP Conlutas e estudates da Agencia Nacional dos Estudantes Livres (Anel). Gosto muito desse tipo de atividade, pois além de conseguir informar o que é o funk para os estudantes, também aprendo muito com eles. Até semana que vem! Para falar com a coluna ou com MC Leonardo escreva para mcleonardo@expresso.inf.br
CARA DA SEMANA
MC Xakal: esse é TOP! Há 13 anos no mundo do funk, MC Xakal, morador da Favela da Maré, enfim, conseguiu ter seu nome gravado no movimento e está vivendo um dos melhores momentos da carreira. Sua música “Outro Mundo” já está há cinco meses entre as dez mais pedidas da rádio Beat98. Além desta canção, Xakal segue trabalhando as suas composições e intepretações novas, como “Só na contenção”, “Olho grande” e “História bela”. Ele sabe que não pode parar. Quando o conheci na gravação de um programa de televisão, há dois anos, não pensei duas vezes: me aproximei e falei que tinha notado nele um talento raro, falei também que era preciso se organizar para seguir na luta contra a criminalização que ronda o nosso movimento. Ele me ouviu com atenção e não pensou muito. Partiu pra dentro da luta da massa funkeira e, junto com outros artistas do nosso movimento, começou a participar das rodas de funk que organizávamos dentro das carceragens. Essa entrega fez muitos presos ficarem com os olhos cheios de lágrimas, pois a sua música fala muito sobre a triste realidade deles. Boa sorte, MC Xakal. E que você continue na luta pela sua carreira e pelos direitos dos funkeiros.
17
SÁBADO, 11 DE JUNHO DE 2011
O FUNK TAMBÉM CRIA EMPREGO A Fundação Getúlio Vargas fez uma pesquisa que mostrou que mais de 10 mil pessoas estão direta ou indiretamente ligadas ao mercado do funk. Estão vendo? Essa é a hora de mostrar quanto nós somos, e quem nós somos, porque números não são suficientes. O resultado desta pesquisa mostra que nós temos que nos profissionalizar, porque o capital
CARA DA SEMANA
Superação do funk O MC Koringa é mais um do movimento que começou bem cedo, em 1996, quando tinha 16 anos. Logo de cara, a música “A caminhada”, feita com Paulinha e a primeira lançada no mundo no funk, foi sucesso. Nessa época, Koringa era escrito com ‘C’. Depois de estourar, a fama acabou, e ele saiu do mundo musical para trabalhar em outra área. A volta para o bonde dos funkeiros aconteceu em 2000, quando Juninho Carioca o mostrou o que é ser produtor. Foi aí que ele se encontrou. Após se dar bem como produtor, Koringa lançou em 2006 a música “Pedala Robinho”, ganhando assim o Brasil. Já o “Tamborzão tá rolando”, levou o cara para os Estados Unidos e Japão. Hoje ele vive do funk, mas ralou muito até chegar aqui, por isso é a superação do funk.
social que o funk tem é de dar inveja a qualquer outro ritmo musica. Só que não há profissionalismo. Precisamos nos legalizar, virar empresários, dar recibos, formar trabalhadores de verdade. E quem vai nos ajudar nessa caminhada, a partir de agora, é o Sebrae, que quer mostrar como podemos ser empreendedores individuais.
Se todas as pessoas do funk se profissionalizarem, o funk vai, enfim ser visto com mais seriedade. Seremos recebidos melhores, e vistos como trabalhadores da música. Além disso, estaremos mais capacitados para administrar os incentivos dados pelo Governo Federal, por exemplo. É pensando nisso que a Apafunk está convocando geral a compare-
cer em uma reunião que vai acontecer no prédio do Sebrae, no dia 12 de julho, às 15h. Assim como a massa funkeira marcou presença na Alerj, eu espero que todo mundo tenha entendido o recado e vá à esse encontro. Quanto mais a gente mostrar o nosso tamanho dentro do mercado informal, melhor para a gente. Por isso a importância desse parceria
Informasom Para a galera que quer começar a curtir o Dia dos Namorados já nesse sábado, dia 11, a dica é a melhor possível. Vai rolar a maior festa de flashback, no segmento Black Music, no Rio. A equipe Super Quente, com DJ Ramanssur e Tony Mimister, e a equipe Hollywood, com Cientista DJ, vão colocar todos os casais para requebrar juntinho. E se liga, quem estiver solteiro também pode esquentar a noite por lá. Ah, o DJ Pixote é o convidado especial. Essa superfesta vai rolar no River Futebol Clube, que fica na Rua João Pinheiro 426, Piedade. Entrada: antecipada R$ 10, na hora R$15. Para entrar em contato com a coluna escreva para mcleonardo@expresso.inf.br
19
SÁBADO, 4 DE JUNHO DE 2011
GUSTAVO AZEREDO
POR ONDE ANDA
Profissional exagerado
Valeu, Juninho! Parceiro e amigo do funk, Henrique Jorge D u a r t e Brandão Junior, mais conhecido como Juninho, é o que posso chamar de funkeiro nato. Nascido no Leme e tendo curtido muito baile nos subúrbios e nos morros, Juninho foi morar nos Estados Unidos em meados dos anos 90. Lá, fez o primeiro baile funk internacional, construiu sua própria equipe de som e botou a gringalhada pra ouvir o som que vinha das favelas. Voltando para o Brasil, fundou junto com a galera do rap de São Paulo a produtora Repsoufunk e fez através dela o “Hip Hop Manifesta”, maior evento de hip hop da América Latina, que contou com a participação de Snoop Dog, Ja Rule Marcelo D2, DJ Cia, entre outros. Hoje, posso dizer que esse cara foi um dos principais incentivos que tive e continuo tendo na trajetória de luta pelo funk. Sempre preocupado com o futuro do funk, ele participou ativamente de todos momentos e de todas as maneiras para que a Apafunk chegasse aonde chegou. Obrigado, Juninho!
Se você que lê a minha coluna, acompanha o funk que está tocando agora, já deve ter percebido a brincadeira. Exagerado é a mais nova música de MC Naldo, que além de galã é um profissional de primeira linha. Trago ele aqui para mostrar que estamos ligados em tudo o que acontece no nosso mundo, e para mostrar o orgulho que sinto quando me deparo com alguém com o talento que esse cara tem. Ele, que acabou de chegar dos Estados Unidos, está tomando o Brasil todo. Isso acontece porque o que ele faz tem excelência, cuidado. E pessoas como ele, artistas como ele, que buscam a perfeição, merecem ter seus trabalhos tocando em todos os cantos deste país. Eu fico muito orgulhoso de ter uma pessoa como o Naldo no mundo do funk, produzindo a nossa música. Ele sabe o lugar que ocupa e por isso cuida do visual, faz as danças, as músicas, tem cuidado com os vídeos. É de profissionais assim que nós precisamos para acabar com preconceitos e levar nossas canções cada vez mais longe, Quero que você saiba, Naldo, que eu tenho respeito e admiração por você, e quero que voe cada vez mais alto.
Funkeiros ao lado da lei Como eu não deixo papo pela metade, hoje conto para vocês o que aconteceu na audiência pública, realizada terça-feira passada, na Alerj. Além da massa funkeira, que respondeu à convocação e marcou presença, a reunião contou com a presença da FGV, representada por
Luiz Montau, três representantes da Polícia Militar, um da Secretaria de Cultura e um da Secretaria de Segurança. Durante o encontro, organizado pelos deputados Marcelo Freixo, Robson Leite e Comte Bittencourt, ficou acertado que a Secretaria de Segurança vai ler as nossas
reivindicações com relação à atual resolução sobre os bailes e o diálogo será retomado. O mais importante foi que eles perceberam que nós não somos contra a lei, só queremos ter os nossos direitos também respeitados. Ah, e um recadinho, o baile do Tabajaras está pertinho de voltar.
Informasom Hoje rola mais um baile funk no Colonial de Campo Grande, com a Equipe Chatubão Digital. Para entrar, homens pagam R$ 10 e as mulheres, R$ 5. O Colonial fica na Rua Artur Rios 90, Campo Grande. Entre em contato com a coluna pelo email para mcleonardo@expresso.inf.br
THYAGO ANDRADE / PHOTO RIO NEWS
CARA DA SEMANA
8
SÁBADO, 28 DE MAIO DE 2011
FÁBIO GUIMARÃES
CARA DA SEMANA
Ele tem estilo Galera, esse cara dispensa qualquer apresentação. Muita gente acha que funkeiro não trabalha, não faz anda, mas Mister Catra está aí para provar o contrario. Há 18 anos na estrada, ele é o maior artista de funk da atualidade, e está pertinho de lançar dez álbuns até o fim do ano. Um disco será de soul, estilo romântico, que vai ser chamado de “Os brutos também amam”, outro de hip hop com o coletivo “Sagrada Família”, um de samba, que vai se chamar “Com todo respeito ao samba”, o do seu filho MC Alandim, além de outros seis CDs de artistas novos, sendo que destes, cinco são de funk, claro.
Ele dá muita força para quem está começando, por saber a importância que tem esse empurrãozinho. O estúdio dele, por exemplo, é cheio de gente correndo atrás do sonho, sem contar a galera que vai com ele para os shows. Em sua carreira, Catra fez algumas parcerias que valem ser destacadas: Bonde do Estronda, com a atração internacional Lil Jon e com o grupo de pagode Exaltasamba. Aliás, a música “A gente faz a festa” está mais do que estourada nas rádios e bomba nos shows. Protagonista de um dos vídeos brasileiro mais vistos na internet (o “90 dias com Catra” conta com cerca de 10 milhões de acessos), Catra mostra a cada dia que sabe jogar nas 11, e manda muito bem em todas.
◗
NO ORKUT
Veja o vídeo de Catra no perfil do Jornal Expresso, em http://bit.ly/eVhOMW
Terça é todo mundo na Alerj
Informasom
Tenho usado esse espaço para contar como foi a construção da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk) e o que ela pretende. Hoje, vou falar do que estamos aprontando. Mesmo depois da derrubada da Lei 5.265, que dificultava a realização dos bailes funk em nosso estado, os bailes ainda não estão rolando por causa de a Resolução 013, que, além de não ser flexível para
Olá, galera de Caxias. Hoje tem baile no Espaço Red House, com o encontro de equipes com o Espião Crazy Stuff , de “O bagulho é doido”, A Coisona e Chatubão digital, além de rolar um sorteio de R$ 500 em dinheiro. Cavalheiros pagam R$10 e as damas R$ 5, a noite toda. Endereço é Rua Prudêncio de Morais, 1057, Vila São Luiz, Duque de Caxias.
realização de eventos, vem sendo mal interpretada por parte da segurança do Rio. A nossa esperança agora está na nossa aproximação com a Fundação Getulio Vargas, com o coletivo Direito Pra Quem (DPQ), com o deputado estadual Marcelo Freixo e com a própria Secretaria de Cultura do Estado, pois juntos poderemos fazer uma nova resolução. Mas não é só com a ajuda deles
que vamos colocar o nosso som na rua. Precisamos mostrar para todo mundo, e para nós mesmos, que estamos organizados e que queremos o baile. Por isso, é importante a presença de todos na sala de audiências na Alerj, às 10h, na próxima terçafeira, dia 31. A Assembléia Legislativa fica na Rua Primeiro de Março s/n, Centro. Ah, outra coisa, tem que levar documento de identidade e ir de calça comprida.
21
SÁBADO, 21 DE MAIO DE 2011
CARA DA SEMANA
POR ONDE ANDA
Dança, Leozinho
MC roda o mundo
Apesar do nome dar a entender que MC Leozinho é pequeno, esse cara é um gigante no funk, um dos artistas mais profissionais no mercado. E o jeito de novinho esconde os 20 de carreira que leva nas costas. Mesmo trabalhando há muito tempo, Leozinho só conseguiu emplacar seu primeiro sucesso após 14 anos de estrada. “Se ela dança, eu danço” tocou em todas as rádios e boates do Brasil. Foi um estouro para não botar defeito. Só que o diferencial deste MC não está apenas no talento. Não satisfeito com o tratamento dado às suas obras pelo monopólio que existe em torno do funk, esse cara fez o seguinte no começo: abriu sua editora LZN Produções, gravou ele mesmo suas músicas, negociou a distribuição e foi à luta. Quer saber como ele está hoje? Muito bem, obrigado! É artista da Som Livre e está gravando um DVD que será lançado em julho. MC Leozinho é um exemplo a ser seguido por todos os artistas, não só os do funk, mas de todos os estilos. Um artista que acredita no que faz tem que fugir de contratos abusivos e se informar para mudar os rumos do tratamento dado ao direito autoral no Brasil.
MC Leozinho abriu sua própria produtora para gravar as suas músicas
O funk invade a Alerj Depois de falar bastante sobre tudo o que a Apafunk tem feito pelo funk e por quem curte o estilo, chegou a hora de mostrar quem nos ajudou politicamente a colocar geral para dançar ao som do tamborzão. Para legalizar o movimento de funk como cultural,
contamos com a ajuda dos deputados Marcelo Freixo e Wagner Montes, que foram os autores da lei 5.543, que reconheceu o funk como cultura. Além disso, tivemos que derrubar outra lei, que prejudicava todos aqueles que queriam trabalhar fazendo esse tipo de música.
Mas, apesar do apoio, não foi fácil fazer a galera da Alerj ouvir o batidão. Além de termos que procurar cada deputado, um bonde de 700 funkeiros foram à Assembleia durante audiência pública. Era gente de todos os lugares, juntas, lutando por uma só causa.
“A-la-la-ôo a-la-lauê/Chega de ser violento e deixa a paz nascer êê/A-la-la-ôo a-la-la-uê/ Para os funkeiros sangue bom somos borel até morrer”. Diz aí quem nunca ouviu o “Rap do Borel”? Ou ainda o “Rap da morena” ou o “Rap da gata”? O parceiro de William, o MC Duda do Borel, está mais do que na ativa e colocando pessoas do mundo inteiro para descer até o chão com o seu funk. Ele está fazendo agora a sua quinta turnê pela Europa, passando por países como Suécia, Suíça, França e Portugal. Eu sou suspeito para falar dessa figura, que eu tive a oportunidade de ver quando começou a investir na carreira e a entrar no mundo do funk. Dono de uma voz
HUDSON PONTES
inconfundível e com uma excelente postura de palco, esse dinossauro do funk fez muita gente cantar, dançar e se aproximar das favelas através de suas músicas. Quando penso em rap, em funk, eu penso em uma lista imensa de MCs, mas o Duda do Borel é um dos que vem bem no comecinho dela.
Informasom Alô, galera de Itaguaí! Hoje tem baile no Cabana Beer, com as equipes Dragão Bolado e LG fazendo a noite do negoção! Homens pagam R$ 10 e mulheres, R$ 5. As primeiras 50 damas que chegarem entram de graça. O Cabana Beer fica na Estrada Piramema 472. Vale a pena conferir! Para escrever para MC Leonardo mande email para: mcleonardo@expresso.inf.br
20
SÁBADO, 14 DE MAIO DE 2011
Se liga nos direitos do funkeiro vo usar seu conhecimento em defesa das lutas populares, já estava acompanhando as rodas de funk. Para somar com a gente, eles se encarregaram de escrever o material. Outro coletivo, da área de comunicação da Pontifícia Universidade Católica (PucRio) e da UFF, desenvolvia uma revista chamada “Vírus Planetário”, e foram eles que fizeram a arte do manual. Naquele momento, notamos que além de juntarmos funkeiros, nós estávamos reunindo alunos universitários, e assim aproximando as próprias universidades, pois
FÁBIO GUIMARÃES
CARA DA SEMANA
Vai com Deus, Lacraia! O funk teve uma grande perda na última semana: perdeu um admirador, pois ele era acima de tudo um funkeiro nato; perdeu um ídolo, pois ele está entre as maiores personalidades do mundo funk; perdeu o seu mais popular dançarino de todo os tempos. Mas, mesmo após a morte, não perdeu o maior exemplo que Marco Aurélio Silva Rocha, o Lacraia, tem de superação social. Ele era negro, pobre, favelado, homossexual e travesti, e conseguiu com a sua alegria driblar todos os obstáculos que havia em sua frente. Ele continuará sendo prova de o quanto o funk é democrático e plural. Falo isso por-
aquela galera jamais tinha feito alguma coisa junta. E foi aí que nasceu a cartilha “Liberta o pancadão - o manual de direitos do MC”, para deixar o trabalhador do funk por dentro dos seus Direitos Autorais. Como não poderia deixar de ser, ela foi lançada em uma festa da Associação dos profissionais e amigos do funk (Apafunk), em um sábado, no dia 19 de dezembro 2009. Quem ainda não tem a sua cartilha corre logo para conferir no site www. apafunk.blogspot.com. Até semana que vem!!!!! É isso!
REPRODUÇÃO
Você sabe quais são os direitos dos funkeiros? Para a galera se conscientizar, MCs, DJs e funkeiros se reuniram e fizeram o “Liberta o pancadão — o manual de direitos do MC”. A ideia de fazer algum material que informasse de maneira simples o que é o direito autoral surgiu durante uma roda de funk na Universidade Federal Fluminense (UFF). Um coletivo de universitários e profissionais de direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) deram aquela força na produção da cartilha. O Direito pra quem? (DPQ), que tem como objeti-
que, na sociedade em que vivemos, ele teria poucas chances de ser feliz como foi, se não fosse toda essa diversidade que existe em torno do movimento funk. Não tive chance de ter maiores contato com ele, apenas fomos apresentados, mas sempre usei a sua carreira artística como prova do não ao preconceito, que existe no funk e que deveria ser seguido por toda sociedade. Na minha opinião, a história do funk será dividida entre antes e depois dele. Vai Lacraia, vai Lacraia, vai com Deus! Aos parentes e amigos, ficam os meus sinceros sentimentos!
Informasom Galera, hoje tem um bailaço no Clube Boqueirão, com as equipes Curtisom Rio e Espião. Até a meia noite os cavalheiros pagam R$ 10 e damas são grátis. E tem mais: vai rolar sorteio de R$ 500 em dinheiro e mil litros de cerveja liberados. O Clube fica na Rua Jardel Jercolis 50, ao lado do Aeroporto Santos Dumond. Para entrar em contato e mandar seu recado para o MC Leonardo, escreva para mcleonardo@expresso.inf.br.
19
SÁBADO, 7 DE MAIO DE 2011
Na prisão também tem funk Na semana passada, falei que a roda de funk gira em todos os lugares. Pois é, um desses lugares é a cadeia. No meio de 2008, fui convidado pelo delegado Orlando Zaccone para conhecer a 52 a- DP, em Nova Iguaçu, onde ele era titular e desenvolvia um projeto que levava cidadania aos presos. Dentre outras coisas, havia tratamento dentário, cinema, biblioteca, assessoria jurídica,
escola, além da luta para que os presos tivessem direito ao voto. Fui tomado por suas iniciativas, juntei todos os parceiros, montamos uma dinâmica de atuação e fomos para dentro da carceragem. O que a gente queria era dizer, para quem estava lá dentro, que estávamos nos organizando, o que pretendíamos fazer e, claro, botar o funk para rolar dentro das duas galerias que há
naquela unidade. O sucesso do projeto “Carceragem Cidadã” foi tão grande, que fez com que o delegado Orlando Zaccone fosse ocupar a coordenação de Núcleo e Controle de Presos da Policia Civil (Nucop), ou seja, podíamos ir em todas as carceragens fazer o que fizemos em Nova Iguaçu. Fomos em quase todas as carceragens e vivemos momentos ines-
quecíveis. Conseguimos divulgar a nossa luta e, ao mesmo tempo, modificar a rotina dos presos, mesmo que só por algumas horas. Nessas visitas, percebemos que vários direitos deles não estão sendo respeitados, o que fez a gente entrar em campo para mais uma batalha que modificou a nossa rotina, não por algumas horas, mas por vários dias...
CARA DA SEMANA
POR ONDE ANDA
Bota pra mexer, Marquinho!
DJ pra todos os gostos
Calma, não precisa começar a dançar agora. “Bota pra mexer” é o nome da música do MC Marquinho da Covanca. Esse cara apareceu no meio da construção da Apafunk e é um dos mais atuantes nas manifestações de defesa da nossa música.
Há uma década batalhando no funk, Jefferson de Paiva, ou Dj Jota Effe, como é conhecido, começou sua carreira ao lado do Dennis DJ, na Equipe Glamurosa. Logo depois, passou a trabalhar com a dupla Gorila e Preto, ficando nessa por mais de três anos. Trabalhou no DVD do MC Marcinho e atualmente toca comigo e com meu irmão, MC Junior. É bom falar que, tanto com os CDJs (aparelho onde bota o CD) quanto com a MPC (bateria eletrônica), o DJ Jota Effe manda muito bem. E que, além de funkeiro, o DJ é um amante das pistas de dança. Já tive várias oportunidade de ver esse cara tocar e posso dizer: o cara é diversão garantida para quem procura se divertir nas noites do Rio.
Desde muito tempo tentando algum espaço no funk, Marquinho é mais um que está buscando um lugar ao sol, uma oportunidade. Torço muito para que ele consiga fazer o sucesso que deseja, pois é um guerreiro. Único MC da comunidade da Covanca, que fica no Tanque, Jacarepaguá, Marquinho foi batizado de Marquinho da Covanca, para não ser confundido com outros funkeiros com o mesmo nome, e também para divulgar a comunidade. Estamos juntos, moleque, e continua tentando, porque você tem talento!
Informasom Domingo é dia de baile e, para quem não sabe, o Emoções, na Rocinha, ainda está vivo. Ele é um dos mais antigos da cidade (se não for o mais antigo), já que sacode a galera desde 1992! Quem quiser se divertir é só chegar: Homem paga R$ 8 e para as damas é grátis até meia noite! Para entrar em contato com MC Leonardo escreva para: mcleonardo@expresso.inf.br
10
SÁBADO, 30 DE ABRIL DE 2011
Venha girar com a roda de funk Fala, galera. Vamos entrar hoje em um assunto que todo mundo gosta e entende: festa! O principal instrumento de divulgação da Apafunk é a Roda de Funk, que já girou por muitos lugares, entre eles algumas universidades. Aliás, foram nelas que as primeiras aconteceram. A antropóloga Adriana Facina, da qual eu falei semana passada, le-
vou a ideia para a Universidade Federal Fluminense (UFF), em maio de 2008, e de lá para cá já foram feitos mais de 100 eventos como este em diversos espaços, que vão desde escolas públicas e privadas até academia de polícia e a carceragem da Polinter. O que a gente pretende com essa iniciativa é um contato direto com
as pessoas, com o nosso público, já que, apesar de ajudar muito, sabemos que não se faz mudança na frente dos computadores. As redes sociais são instrumentos poderosos para a divulgação de um movimento, mas as ruas são fundamentais para pôr essas ideias em prática. Cada Roda de funk que fizemos tem sua importância, seu momento,
sua história, mas a que eu considero a mais marcante foi uma em Niterói, na casa da Adriana Facina, porque foi lá que aconteceu a divulgação do “Manifesto funk é cultura” e a institucionalização do movimento. Fiquem atentos, pois a qualquer momento essa roda estará girando bem perto da sua casa, do seu colégio, do seu trabalho...
CARA DA SEMANA
POR ONDE ANDA
Marcelo Negão é a cara do Rio e do funk
Solta a voz Galo
DIVULGAÇÃO
Um dos homenageados dessa semana é do Rio, da Zona Oeste, lá de Campo Grande. O DJ Marcelo Negão é pau para toda obra quando o assunto é mobilização. Sempre acompanhando e participando da luta que o funk vem travando com as autoridades, esse foi o DJ que mais participou das rodas de funk que realizamos. Amante do vinil e dos bailes flashback, ele não esconde a preferência pelo som que vinha lá de fora no início dos anos 80. Esse foi o estímulo para ele ser um dos maiores colecionadores da “bolacha preta”, e esse foi o caminho que o levou a ser DJ. Mas Marcelo Negão sabe que o funk que toca hoje é a continuação de muitas e muitas batalhas. Por isso, ele bate no peito e fala: “Sou funkeiro com muito orgulho e com muito amor”. Valeu DJ! Eu e toda rapaziada do movimento sabemos da sua importância e do seu comprometimento, e espero poder contar com a sua competência por muito e muito tempo. E como você mesmo diz, “tamo junto e mixado!” Para mandar seu recado para o MC Leonardo escreva para mcleonardo@expresso.inf.br
ARQUIVO PESSOAL
Quer encontrar com MC Galo? Aqui vai a dica: em qualquer favela por aí você pode esbarrar com essa figura que é uma lenda dentro do movimento funk. Na música ele já fez e passou por tudo. Todos aqueles que se dizem funkeiros precisam conhecer a carreira e as músicas desse MC, que inspirou a entrada de muita gente no mundo dos bailes, inclusive eu. Nascido e criado na favela da Rocinha, Galo tem um histórico no funk que vem desde os concursos de rap e festivais de galeras. Atualmente ele mora na Cruzada São Sebastião, no Leblon, mas é um cidadão carioca: em qualquer favela que chegar, estará em casa. Por causa desse histórico é que ficamos sempre esperando novas músicas dele que, na minha opinião, tem uma das vozes mais marcantes do movimento, além de um carisma sem igual. A Rocinha tem um orgulho muito grande de ser o maior terreiro desse Galo, que não para quieto em canto nenhum.
Informasom Na próxima quinta-feira, dia 5, vou estar no morro do Salgueiro, na Tijuca, para conversar com o comandante da UPP de lá para ver se conseguimos voltar com o baile. Precisamos do apoio de todos vocês!
10
SÁBADO, 23 DE ABRIL DE 2011
A prova de que funk é cultura Continuando a história do nascimento da Apafunk, que comecei a contar semana passada, ao me entrevistar para um trabalho que estava desenvolvendo na Universidade Federal Fluminense, a antropóloga Adriana Facina conseguiu enxergar a importância de se ter uma associação que representasse os trabalhadores do funk, defendendo o estilo não só como um ritmo de música, mas como um movimento cultural mesmo.
Depois de ouvir todos os meus argumentos, Adriana quis conhecer a minha força de vontade e perguntou se eu estava realmente disposto a fazer tudo o que eu tinha acabado de falar. Na mesma hora respondi que sim. Ela, então, marcou um novo encontro para que a gente pudesse organizar, na medida do possível, tudo o que tínhamos em mente. Procuramos artistas, líderes comunitários, movimentos sociais,
CARA DA SEMANA
parlamentares, movimentos estudantis, sindicatos, entre outros. Com um grupo já formado e informado, fizemos um manifesto chamado “Funk é cultura” (o documento pode ser lido no site funkderaiz.com.br/2008/07/manifes to.html). A gente também divulga o manifesto na nossa Roda de funk. Esta roda até hoje está girando, e enquanto a Apafunk existir ela vai girar, pois é o principal veículo de
FOTOS FUNK DE RAÍZ
comunicação que a gente tem pra divulgar nossas batalhas. Ah, e um recado para quem acompanha a gente. Não esquecemos da galera do Morro dos Tabajaras, não vamos descansar enquanto o baile funk na quadra da Vila Rica não voltar. E para quem não sabe, já começamos a nos movimentar para o baile voltar a animar o Morro do Fogueteiro.
POR ONDE ANDA
Israel entra no ritmo Para mostrar que funk bom, de qualidade não é feito só nos morros do Rio, o cara desta semana é alguém que está muito, mas muito longe. Afilhado do Mister Catra no mundo do funk, MC Sapinho é brasileiro, mas mora em Israel. E mesmo morando tão longe consegue ter uma carreira sólida cantando funk carioca. Único funkeiro em território Israelense, esse cara talentoso e muito inteligente consegue cantar em hebraico e em português, ser crítico e irônico sobre o que acontece no asfalto e nas favelas do Brasil e de Israel, tudo ao mesmo tempo. Eu fiz questão de falar dele neste espaço, porque é muito importante para a gente ter alguém que não só leve o nome do funk para tão longe, mas que tenha total conhecimento do que é e o que significa este movimento para a juventude brasileira, em especial a carioca. MC Sapinho tem oito anos de carreira no mundo do batidão e torço para que ele continue na sua luta diária, em busca de divulgar ainda mais o seu trabalho. Parabéns MC, pois hoje você aqui é o cara! Ah, se você não conhece bem o trabalho dele e ficou curioso, é só entrar no perfil do EXPRESSO no Orkut e conferir os vídeos que estão lá para a galera curtir.
Não precisa morar fora para ser sucesso internacional. DJ Duda é o mais conceituado da história do funk da Cidade de Deus e já viajou para vários países. Ele é responsável pelo início da carreira de muitos artistas daquela localidade, entre eles Bonde do Tigrão, Deize Tigrona e Tati Quebra Barraco. Artistas que ganharam a cidade, o Brasil e o mundo. Sempre à disposição da Apafunk, cujo nascimento acompanhou, ele é presença certa em várias rodas de funk. Para mandar seu recado para a coluna escreva para: mcleonardo@expresso.inf.br
10
SÁBADO, 16 DE ABRIL DE 2011
Apafunk: o início de tudo Depois de me apresentar e dizer o que será a minha coluna, hoje eu começo a explicar melhor como funiona a Apafunk e as lutas que estamos travando. O legal é que nesse caminho vocês ouvirão os nomes de importantes funkeiros que há anos estão fora do circuito. Bora começar a contar essa história! Era início do ano de 2001 quando eu comecei a pensar co-
mo poderia ajudar o movimento funk a se profissionalizar. O objetivo era lutar contra a perseguição policial que rondava esse movimento há vários anos. Eu tinha certeza de que essa tarefa seria muito difícil e demorada, por isso ao longo dos anos resolvi ler muito sobre segurança pública, política cultural e direitos autorais. No meio do caminho, cheguei à conclusão de que
somente um núcleo bastante unido a favor do funk é que iria fazer alguma diferença. Foi a partir daí que, em 2005, comecei a informar a todos os meus amigos, dentro do movimento, o que eu pretendia fazer para buscar uma solução. Três anos depois, quando eu já tinha falado com todos os artistas e profissionais com os quais tive a oportunidade de explicar a minha
ideia, fui procurado pela antropóloga e professora da Universidade Federal Fluminense Adriana Facina para dar uma entrevista sobre a visão que eu tinha do movimento funk, para um trabalho que ela desenvolvia. Eu não sabia, mas aquela entrevista mudaria os rumos do meu trabalho e do trabalho dela… Semana que vem eu continuo a história!
FOTOS DE DIVULGAÇÃO/MARIA BUZANOVSKY
POR ONDE ANDA
É, sim, lá de Acari
CARA DA SEMANA
Esse fecha comigo Semana passada, falei do Mano Teko na coluna e disse que ele era o meu parceiro que acabou virando meu irmão, pois hoje vou falar do meu irmão que foi, é, e sempre será meu parceiro. Ele é o cara da minha vida! MC Junior é responsável pela minha existência no mundo do funk, pois foi ele quem mais me incentivou a seguir cantando rap nos concursos que a gente participava. Amante total dos raps, ele não esconde nunca sua preferência por esse estilo e faz questão de dizer: “O funk é o meu som, mas o rap é minha vida”!
Todos que conhecem o artista ativista MC Pingo sabe que ele anda em Acari, favela onde se criou e que junto com mais seis parceiros (MC Pixote, MC JL, MC Alex, MC Betinho, MC Nave e MC Marquinho) criou a “Força do rap”, que foi a maior formação de um grupo de cantores na história do funk carioca. Até hoje as músicas “Melô da Paixão” e “Melô da Traição”, os maiores sucessos do grupo, ainda fazem a alegria de quem curtiu a época de ouro do movimento. MC Pingo e MC Betinho ainda fizeram o rap “Guerreiro”, gravado pelo MC Duda do Borel, e “Vaca Magra” imortalizado na voz do MC Galo da Rocinha. Atualmente, ele, que faz parte da história da fundação e da diretoria da Apafunk, está de frente de um coletivo chamado “Dú Bairro Music”, dentro da Favela de Acari, além de continuar compondo e fazendo shows.
Informasom Amanhã, no “Domingo é dia de Cinema”, haverá uma sessão do filme “Tropa de elite 2” no Cine Odeon. A exibição começa às 9h e logo após vai ter um debate com o
deputado estadual Marcelo Freixo, Marina do MST e eu. A entrada é R$ 2. O Cine Odeon fica na Praça Floriano 7, Cinelândia. Telefone: (21) 2240 1093.
10
SÁBADO, 9 DE ABRIL DE 2011
Fala, galera da comunidade! É isso aí galera, sou eu mesmo, Mc Leonardo! Cantor e compositor, estou há 19 anos ao lado do meu irmão MC Junior em uma das duplas mais antigas do funk e atualmente sou presidente da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk)! A partir de hoje, vamos ocupar este espaço todos os sábados aqui no EXPRESSO. Primeiro, queria lembrar que o EXPRESSO foi o primeiro veículo de comunicação a publicar uma ma-
téria sobre a Apafunk, através de um material produzido pelo site Viva Favela, em dezembro de 2007, quando a associação ainda era um sonho. Hoje, a Apafunk já virou uma realidade e tem no seu histórico algumas vitórias que vocês vão acompanhar neste espaço. Todos os sábados, na seção “O cara da semana”, vamos trazer uma homenagem a todos os operários do funk, mostrando pessoas que dedicaram e ainda dedi-
cam a sua vida a este movimento, que foi e ainda é muito discriminado pela galera nas ruas! Vai ter ainda a seção “Por onde anda”, lembrando o pessoal das antigas do funk que, por algum motivo, anda longe, mas que jamais vai ser esquecido pelo trabalho que fez nas comunidades. E, claro, a programação dos bailes também não vai ficar de fora! Toda semana, vai rolar dicas de bailes e a agenda de onde va-
CARA DA SEMANA
Um mano na moral Teko segue mandando ver no funk e lançou a música “Minha conduta”
Esse cara aí, para quem não conhece, é o Mano Teko. Ele fez dupla com o MC Buzunga. Entre os vários sucessos dessa antológica dupla que o funk teve a sorte de encontrar estão o “Rap da Consciência”, “Rap do Bob Marley”, “Forever To Love” e “Por causa de você”. Hoje, Mano Teko segue em carreira solo e mandando ver com a música “Minha conduta” que já é sucesso nas rádios do país. O vídeo da música você pode ver na perfil do EXPRESSO no Orkut, é só digitar http://bit.ly/ii0896. Além de cuidar da sua carreira, ele é vicepresidente da Apafunk e é um exemplo para todos nós de que a humildade sempre vai prevalecer. No passado, nós fomos amigos na luta pelos direitos do funk e nos tornamos parceiros, mas posso falar com certeza que acabei ganhando um irmão. Um bom filho, um bom pai, um grande irmão e um ótimo companheiro de batalha, que nunca fugiu da responsabilidade de estar na linha de frente. E é por isso que hoje eu tenho a honra de poder falar “Por onde anda” e o que está fazendo Mano Teko e dizer que ele é, de fato, “O cara da semana”.
mos tocar, levando o melhor do funk para a galera. É isso aí! O debate sobre o funk já começou e agora é agitar ainda mais para ampliar este debate! Quero pedir que todos aqueles que se interessam em discutir e curtir o funk que ajudem a fazer esta coluna mais do que uma divulgação do funk, mas um movimento pelo funk. Conto com vocês todos! Vamo que vamo!
Informasom ❁ Roda de funk Quarta-feira
estaremos na Escola Técnica Estadual Juscelino Kubichek (Faetec), do Jardim América, a partir das 13h, com palestra seguida de roda de funk. O endereço é R. Jornalista Antônio de Freitas 75. Quem quiser pode chegar!
❁ Baile fechado Gente, é cha-
to inaugurar a coluna com uma notícia de baile fechado, mas é isso. O baile do Tabajaras está temporariamente interrompido, mas estamos buscando os meios legais para barrar essa atitude do comando da UPP, que proibiu a realização do baile na quadra da Vila Rica.
Mande um e-mail: mcleonardo@expresso.inf.br