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Editorial
É com muita satisfação que entregamos ao público a 8ª edição da REAPCBH. Esta edição da revista marca os 30 anos de existência do APCBH e por isso tem um caráter especial, com a publicação do Dossiê “O Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte como fonte de pesquisa da cidade”. Os artigos que compõem o dossiê refletem sobre a importância do acervo do APCBH para o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas, em diferentes áreas do conhecimento, assim como o uso de seus documentos em sala de aula por professores.
Ao longo desses anos de existência do APCBH, a instituição enfrentou muitos desafios e também alcançou muitas conquistas. Hoje é reconhecido como uma instituição de referência para diversos arquivos municipais, no que se refere às suas metodologias de trabalho. O seu acervo é estudado por pesquisadores de diversas partes do país, assim como o cidadão comum encontra na documentação sob a guarda do APCBH a possibilidade de comprovar seus direitos, esclarecer suas dúvidas, fazer pesquisas e ampliar seus conhecimentos.
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Destaca-se o acervo da Assessoria de Comunicação Social do Município (ASCOM), que possui diversos documentos, com ênfase para as fotografias, amplamente consultadas por pesquisadores. Neste dossiê da revista, temos dois artigos que se debruçaram na análise dessa documentação iconográfica, “A metrópole em preto e branco: análise das mudanças na paisagem urbana de Belo Horizonte com base no acervo ASCOM (1947/1967)”, do pesquisador e geógrafo Alessandro Borsagli, e “A difusão da fotografia como documento arquivístico: a Praça da Estação nos conjuntos documentais do APCBH”, da pesquisadora e arquivista Suellen Alves de Melo. Os artigos ressaltam a importância desse acervo de fotografias para a memória da cidade e para a compreensão das mudanças urbanas. O APCBH também possui outros acervos de caráter iconográfico que podem ser encontrados em fundos como BELOTUR e SUDECAP, que são de grande relevância para o estudo sobre a cidade e sua identidade coletiva, as transformações sociais e paisagísticas ocorridas ao longo do tempo.
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Partimos para o artigo da historiadora Maria Lúcia Prado Costa, intitulado “Principais adquirentes de lotes de Belo Horizonte: 1895-1931 segundo o índice de lotes urbanos do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH)”, que também tem como fonte de pesquisa os Relatórios dos Prefeitos ao Conselho Deliberativo, que estão sob a guarda do APCBH. Em seguida, temos o artigo de Maria Ferraz intitulado “A voz delas: análise de discursos das representantes do movimento lésbico no acervo audiovisual da CMBH”, que estuda a documentação da Câmara Municipal de Belo Horizonte, que está sob a guarda do APCBH e disponível para pesquisas. A historiadora tem como fonte de pesquisa, neste artigo, os registros de falas em gravações de reuniões da CMBH, um acervo ainda pouco explorado pelos pesquisadores.
Encerramos o dossiê com a reflexiva entrevista de Maria do Carmo Andrade
Gomes, que já foi gestora do APCBH, atuando em diversas frentes de trabalho na instituição. A vida da historiadora se entrelaça à trajetória do APCBH de forma marcante para ela e também para a instituição, que Maria do Carmo conduziu enfrentando desafios e alcançando conquistas.
Para além do dossiê, a revista traz artigos que refletem sobre Belo Horizonte em diferentes aspectos, como o trabalho intitulado “Lugar e memória: percepções e vivência escolar no contexto da modernidade no Instituto de Educação de Minas Gerais, em Belo Horizonte - MG”, que aborda a relação de alunos e ex-alunos com o IEMG. Também, nesta edição, temos o artigo “Uma breve cena de movimentos culturais negros em Belo Horizonte (1995-2019)”, que apresenta as atividades culturais que ganham cena na capital, no contexto do tricentenário da luta de Zumbi dos Palmares, sendo uma delas o Festival de Arte Negra (FAN). Em seguida, trazemos o artigo “Futebol é paixão, Copa do Mundo é negócio: a reforma do Mineirão pelo olhar da imprensa BeloHorizontina”, discussão realizada com base nos periódicos jornalísticos da época da reforma do estádio. O artigo “Entre a integração e a fragmentação: um olhar para a relação entre Sabará e Belo Horizonte” aborda as relações de Sabará com a capital mineira, no que se refere à questão da metropolização. Encerrando a seção de artigos livres, a REAPCBH traz uma homenagem da professora Júlia Calvo, da PUC Minas, para o seu falecido pai, Reynaldo Luiz Calvo, trazendo à luz um texto cheio de reflexões, escrito pelo arquiteto, e guardado há muito anos em sua gaveta.
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A edição comemorativa dos 30 anos do APCBH fecha-se com duas propostas pedagógicas de uso de documentos, na seção “O Arquivo na Sala de Aula”. As propostas de Rúbia Dias e Lucimar Lacerda Machado Coelho foram pensadas com o uso de documentos do acervo do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, que possui grande potencial para professores e escolas da capital mineira, para tratar de diversos temas com os estudantes.
Por fim, desejamos uma boa leitura, repleta de reflexões!