Magazine APDV nº 1

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Magazine Número 1 - Ano I - Março 2012 • Publicação bimestral • Propriedade da APDV • Presidente: Vânia Cezário • Direção e edição: Sara Silva

VENCEDORAS! APDV novamente premiada em Barcelona!

Saiba mais na página 3

Edição especial de lançamento da Magazine!

Neste número: • Crónica: Razões para praticar Dança do Ventre ………………..2 • Destaque: APDV novamente premiada em Barcelona ………..3 • Notícias: Outubro-Fevereiro ...4

Junte-se a nós! Acrescente Arte, Encanto e Magia à sua vida! Torne-se sócio da APDV e passe a desfrutar das inúmeras vantagens de fazer parte da Família APDV!

• Agenda: Fevereiro-Maio ……..5 • Entrevista: Joana Marques ....6 • Música: Kermal 3oynak …...…8 • Dica da Tia Tânia ………....…..9 • A APDV: missão e percurso ....9 • Debate: A Dança do Ventre em Portugal ………………………...10 Todos os conteúdos desta publicação são propriedade da APDV e estão protegidos por direitos de autor.

Mais informações em www.apdv.pt 1


Editorial

Crónica

No despontar de cada novo ano atrevemo-nos a sonhar mais alto, idealizamos novos projetos, prometemos mudar o mundo; no entanto, quase sempre deixamos todas essas promessas cair por terra ainda antes de deixar esfriar o espírito festivo. Será mesmo impossível levar avante os nossos sonhos?

Razões para praticar Dança do Ventre

Aqui na APDV – Associação Portuguesa de Dança do Ventre –, estamos certos que não. Acreditamos, até, que somos a prova viva do contrário! Como Organização sem fins lucrativos, sabemos por vivências próprias que nada nos surge de mão-beijada mas apenas como resultado de muito trabalho de equipa, dedicação, perseverança e respeito pelo próximo. Na verdade, esta Magazine, bem como o website oficial e todos os variados eventos de que terá conhecimento ao longo das seguintes páginas, são alguns dos “projetos de ano novo” que sonhámos no início de 2011 e que, agora, tornámos realidade. Neste primeiro número, desejamos levar até si a inspiração que nos moveu no sentido de ir mais além, para que também os seus projetos e sonhos se concretizem. Se dúvidas houver de que pode, de facto, alcançar os seus sonhos mais remotos, lembre-se que a chave é algo bem mais simples do que poderia crer: a força da vontade. Onde houver um objetivo em mente e uma vontade inabalável, existirá sempre um caminho que leve lá. “A diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana.” Esperamos acompanhá-lo no percurso!

Sara Silva (Departamento de Marketing da APDV)

No dia-a-dia atual, fala-se muito em bem-estar e saúde mental e física; com isso, as pessoas têm vindo a procurar, cada vez mais, uma atividade física que lhes dê prazer. Cá estou eu a dar uma ajudinha, a ver se vocês são mordidas pelo bichinho da Dança do Ventre! Há quem experimente fazer uma aula de Dança do Ventre pela simples curiosidade que o próprio nome desperta, pela cultura que é muito rica, ou mesmo atraída pelos “penduricalhos” todos que envolvem o vestuário. Esta dança é envolvente por si só, pois trabalha com o nosso Eu de uma forma linda: faz subir a nossa autoestima e até nos torna mais vaidosas! Porém, a vaidade é um ponto que temos de saber gerir, pois a vaidade exacerbada pode trazer sérios problemas na Dança do Ventre, tanto entre bailarinas como entre bailarinas e professora! A Dança do Ventre é para a Mulher de qualquer tipo corporal, seja gorda, magra, alta, baixa... e é mesmo verdade, porque não é o aspeto físico que nos limita ao realizar os movimentos, mas sim a nossa mente. Infelizmente, se você quiser entrar mais a sério nesse mundo de magia, irá deparar-se com a dura realidade dos "contratantes", que é a mesma da nossa sociedade em geral: carinha bonita e corpinho jeitoso já são 80% do caminho para ser considerada uma "boa" bailarina. Na verdade, está é uma dança que não precisa de nenhuma habilidade "do outro mundo": não é preciso ser contorcionista ou ser capaz de chegar com o pé às orelhas; o esforço físico não é tão desgastante porque trabalhamos respeitando os nossos limites. Mas... nem tudo são rosas! É necessário muita concentração, desenvolver a coordenação motora e a nossa consciência corporal que trabalha ao máximo! Ao fazer Dança do Ventre, a sua referência da Shakira como uma excelente bailarina vai por água abaixo! Vai descobrir que não há ninguém melhor que a Fifi Abdu ou Najua Fowad! Disciplina, estudo e muita paciência trarão resultados surpreendentes! Mas há sempre quem não espere: umas tomam um atalho mais fácil, outras desistem pelo caminho. Somos envolvidas com a canção e a melodia árabe. Primeiro achamos que todas canções são iguais, bastando ter alguém a cantar em árabe e o acompanhamento de um "tambor" (como muitas pessoas definem a darbuka) mas, com o passar dos tempos, aprendemos que na verdade a Dança do Ventre não é só bailar o ventre. Envolve aprender sobre música árabe também. E, principalmente, que elas não são nada iguais! Aprendemos que existem vários estilos de Dança do Ventre, pois se pensava que só existia um estava redondamente enganada! De certeza identificar-se-á com algum em especial: clássico, folclore, tribal, fusão... Por outro lado, obrigatoriamente terá de aprofundar ainda mais os seus estudos pois terá de ter domínio sobre inúmeros ritmos, conhecer a cultura de diferentes povos ou mesmo ter conhecimentos de outras modalidades de dança que possam servir de suporte! Por fim, a razão principal para fazer Dança do Ventre é o simplesmente "dançar". Aliás, esta é a primeira coisa que todas as alunas perguntam no primeiro dia de aula: «Quanto tempo vou demorar a dançar?» Bom... tudo depende. 4 a 5 meses já dá para dançar! «A sério??? Mesmo???» Não... hihih... Brincadeirinha... Na verdade não mesmo! Ao fim de 4 a 5 meses, uma de duas coisas acontece: ou você está completamente apaixonada por esta arte, o bichinho mordeua e já só consegue encarar todas dificuldades (sejam elas físicas, mentais ou emocionais) que possam aparecer como forma de desafio e crescimento pessoal pra sua dança, ou... você vai dizer que está convencida de que não tem mesmo jeito para a coisa, que não tem tempo para se dedicar ou usar a desculpa principal que costumo ouvir: «Isso é muito difícil!» O que eu penso, muito sinceramente, é que a razão principal para praticar Dança do Ventre é o querer encontrar-se a si mesma, descobrir-se enquanto Mulher! Isso requer exposição e desafio? Sim! Por isso o desafio "Aceitar Dançar o Ventre”! E aí, vai encarar? Conceda-me essa dança! Beijinhos e boa sorte!

Vânia Cezário (Presidente da APDV)

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APDV novamente premiada em Barcelona! Entre 3 e 5 de Fevereiro decorreu a 6ª edição do Festival Internacional de Dança Oriental de Barcelona, da academia de Munique Neith; depois de a bailarina da APDV Joana Marques ter conquistado o 1º prémio no concurso de talentos da edição de 2010, desta vez foi a nossa bailarina Diana Costa vencer o mesmo galardão! Também a APDV conquistou o 2º lugar na categoria de grupos com uma apresentação soberba! Veja mais informações na “Sala de troféus” do website da APDV!

Mais uma vez, a APDV fez-se representar neste grande festival com a participação em três categorias: solo profissional, solo amador e grupo. Na categoria solo profissional, foi a grande Bailarina e Professora Di Cesário que, aos cinco meses de gravidez,

dançou e encantou todos os que assistiram. Numa apresentação repleta de alegria e doçura, Di Cesário dançou com a alma e uma graciosidade especial. Para quem teve a honra de assistir, foi uma exibição como muito poucas que nos encheu de orgulho e felicidade. Na categoria solo amador, foi a vez das bailarinas Sara Salazar e Diana Costa mostrarem a grande qualidade do seu trabalho e darem a conhecer o elevado nível da Dança do Ventre que a nossa Associação tem vindo a desenvolver na região norte de Portugal. Foi aqui que a nossa magnífica Diana Costa conquistou o 1º lugar, sucedendo assim à também nossa bailarina Joana Marques que venceu a mesma distinção há dois anos atrás. Na verdade, esta vitória não foi uma surpresa para a APDV nem para quem conhece

Nas duas participações no concurso de Barcelona – em 2010 e em 2012 –, a APDV conquistou sempre os primeiros prémios! bem a bailarina Diana Costa: a sua precisão técnica e sensibilidade artística são dois trunfos que a têm vindo a distinguir ao longo do seu percurso, tendo-lhe já valido reconhecimento e outras premiações – como, por exemplo, no concurso do East Fest Lisboa 2011, onde arrecadou dois prémios pelas suas duas participações. A bailarina Sara Salazar, apesar de estreante nestas andanças, esteve também muito à altura do desafio e provou ser capaz de representar muito bem a APDV com toda a garra, beleza e magnetismo que lhe são característicos; um balanço muito positivo para uma bailarina promissora! Finalmente, na categoria de grupos, foi a vez da nossa querida Presidente Vânia Cezário, juntamente com a encantadora Diana Costa, arrecadarem o 2º lugar e eliminarem

todas as dúvidas no que diz respeito à excelência da Dança do Ventre praticada no nosso país. Mais uma vez ficou comprovado que esta é uma “dupla-maravilha”, cujas apresentações têm vindo a surpreender tudo e todos, não apenas pela impressionante riqueza em termos técnicos como também pela perfeita interacção entre ambas, que conseguem verdadeiramente brincar enquanto dançam. Uma autêntica delícia para os sentidos de quem assiste!

dos. É caso para dizer que a dedicação e amor à Arte, bem como a persistência e empenho nos treinos, foram recompensados! Fica desde já a promessa de que, no próximo ano, lá estaremos de novo a enfrentar o desafio; com menos frio (esperamos nós), mas com ainda mais vontade de vencer e dar a conhecer ao mundo a qualidade do trabalho da APDV e o talento das suas encantadoras bailarinas.

Foi, sem dúvida, um acontecimento memorável para a APDV e para as nossas bailarinas. Num fim-de-semana em que o frio marcou presença, o calor contagiante vindo das nossas bailarinas preencheu os nossos corações com alegria e satisfação pelo magnífico trabalho realizado e pelos troféus conquista-

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Márcia Costa e Sara Silva (Departamento de Marketing da APDV)

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Notícias Lançamento do website oficial APDV No dia 15 de Janeiro de 2012 foi lançado o website oficial da APDV. A página fornece informações diversas sobre a Associação: estrutura orgânica, missão, parceiros, informações sobre aulas, eventos, serviços prestados. Algumas funcionalidades encontram-se, ainda, em construção, mas já é possível navegar pelas galerias de fotos e de vídeos, consultar a agenda de eventos, ler as novidades, subscrever a Magazine APDV e até mesmo registar-se como membro do website. Apesar de ser, por agora, mais compatível com o Google Chrome e o Mozilla Firefox, o site funciona correctamente em todos os principais navegadores de Internet. 3º Aulão de Aperfeiçoamento Técnico No dia 29 de Janeiro tivemos o prazer de contar com o grande Bailarino e Professor Marcos Ghazalla que veio ao Porto trabalhar o tema "acentos secos e reverberados"; uma preciosidade em termos técnicos e, sem dúvida, uma mais-valia para a nossa dança. Conseguimos ter a noção de como e quando utilizar a batida com as ancas, enfatizála no momento adequado da música e ter consciência da importância dos músculos para um melhor desempenho na dança. Ainda tivemos como bónus ver, apreciar e emocionar-nos com o estilo Egípcio, uma dança da alma, com a técnica do mais carismático e estimado Professor convidado da APDV!

Curso de Música Oriental com Baltazar Molina A 29 de Janeiro de 2012 arrancou, na APDV, o primeiro módulo do Curso de Música Árabe com o Professor e Músico Baltazar Molina. Neste primeiro módulo foram-nos apresentados os diversos instrumentos que compõem a música árabe, desde os tradicionais aos de orquestra e aprendemos também a reconhecê-los na música e em imagem. Abordámos também a história da música ao longo dos séculos, com especial atenção nas épocas de maior importância para a música. O conhecimento e sabedoria transbordantes do Professor são algo único, todas as palavras foram sorvidas e contribuíram para despertar ainda mais o nosso interesse na música árabe. Estamos ansiosas pelo próximo módulo!

Open Night APDV A noite de 28 de Janeiro teve um sabor especial: todas as interessadas, quer fossem já praticantes de Dança do Ventre ou nunca tenham sequer experimentado esta Arte, puderam desfrutar gratuitamente de uma série de aulas à escolha dentro das várias modalidades e níveis: técnica básica, véu básico, véu clássico, bastão, deslocamentos, tango árabe; para quem nunca tinha praticado Dança do Ventre, foi a oportunidade perfeita para deixar de lado os receios e experimentar um gostinho deste mundo mágico. Seguiu-se um lanchinho de convívio acompanhado de apresentações de Dança do Ventre com Vânia Cezário, Marcos Ghazalla, Catarina Barbosa, Diana Costa, Joana Marques e Joana Teixeira. Uma noite maravilhosa para participantes e professores!

Porto Belly Fashion No dia 21 de Janeiro de 2012 teve lugar mais uma grande produção APDV em parceria com Marcos Ghazalla. O projeto Portugal Belly Fashion, que teve início em Lisboa e cujo objetivo é percorrer diversas cidades do país, consiste em promover uma ação de solidariedade ao mesmo tempo que divulga a Dança do Ventre, não apenas com apresentações de dança mas sobretudo através do desfile de roupas e artigos ligados a esta bela Arte. O cariz inovador e o facto de apoiar causas nobres fez com que a ideia de trazer este projeto até à Cidade Invicta tivesse de imediato, da parte da Associação, uma resposta positiva. Foram mobilizados todos os esforços com vista ao sucesso do evento, cujas receitas 4

2º Chá Oriental: um sucesso desmedido! No dia 18 de Dezembro de 2011 a APDV apresentou o 2º Chá Oriental. Depois do enorme sucesso da primeira edição, realizada em Julho, a bilheteira esgotou quase instantaneamente: devido à enorme afluência, o espetáculo acabou por ser realizado em duas sessões, às 17h30 e às 18h30, ambas com sala cheia. Com a presença das alunas da APDV, bem como alunas das professoras associadas, resultou num espetáculo maravilhoso, divertido e diversificado. Foi com expectativas largamente superadas que se encerrou mais um grande evento, na certeza de que os convidados voltarão em massa.

reverteram a favor das crianças Berberes do deserto marroquino. Na passerelle brilharam criações de Carole Lopes, Black Dahlia, Dançattitude e do Atelier APDV. Juntando glamour, boa disposição, algumas atuações e até fogo de artifício, o evento superou as expectativas proporcionando uma noite muito agradável a todos os presentes. A APDV aproveita para, uma vez mais, agradecer o convite e a parceria a Marcos Ghazalla e a colaboração de todos os ateliers, bailarinas e modelos, além claro, dos seus colaboradores de sempre.

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2º Aulão de Aperfeiçoamento Técnico (Shimmy) No dia 11 de Dezembro de 2011, a nossa querida Professora Di Cesário brindou-nos com o tão esperado Aulão de Shimmy, o segundo da série de Aulões de Aperfeiçoamento Técnico. Numa cuidada exposição teórica inicial, desvendou alguns segredos para alcançar um bom shimmy e logo então se passou à prática com diversas técnicas, variações e óptimas dicas para se obter o shimmy de sonho. Num ambiente de energia e dinamismo, as participantes mostraram-se entusiasmadas e com vontade de praticar cada vez mais.

Workshop de Maquilhagem No dia 27 de Novembro de 2011 aconteceu o Workshop de Maquilhagem ministrado pela Márcia Costa que, com o seu já famoso “dom do pincel”, mostrou como se pode realizar uma automaquilhagem perfeita. Todas as participantes terminaram a sessão maquilhadas para espetáculo de Dança do Ventre, cada uma diferente mas todas elas deslumbrantes, com uma inspiração renovada e muitos novos conhecimentos. Entre todas, ficou atiçada a vontade para uma segunda edição com detalhes mais avançados!

1º Aulão de Aperfeiçoamento Técnico No dia 23 de Outubro, sob as orientações da Professora Vânia Cezário, as participantes foram introduzidas às noções de Filosofia Oriental e de Geometria Corporal Expressiva. A parte prática contou com exercícios de postura, força e flexibilidade, aplicando os conceitos aprendidos. A adesão foi enorme, uma vez mais com sala cheia, e a satisfação geral foi notória. A série de aulões de aperfeiçoamento técnico chegou para ficar, sempre com novos e entusiasmantes temas!

Mantenha-se a par de todas as notícias e eventos, actualizados diariamente, através do portal da APDV: www.apdv.pt

Agenda Delicie-se com a variedade de cursos, workshops e espetáculos que estão já agendados para os próximos meses! Tome nota:

 Domingos de Março e Abril (17h00) Atuações nas lojas FNAC — a APDV volta a dançar nos palcos FNAC mais perto de si! A não perder: 11 de Março no MarShopping; 18 de Março no BragaParque; 1 de Abril no GaiaShopping; 15 de Abril (loja FNAC a designar).  18 de Março (11h00-13h00, pavilhão do G. C. D. R. Realidade) 4º Aulão de Aperfeiçoamento Técnico — com o tema “100% Giros”, a Professora Petra Pinto irá trabalhar técnicas de giro!  25 de Março 3º módulo do Curso de Música Oriental com Baltazar Molina — AULAS DE DANÇA DO VENTRE

se participou nos primeiros módulos em Janeiro e Fevereiro, já está certamente ansiosa pelo próximo! A realizar no último domingo de cada mês durante seis meses, é um investimento indispensável para o currículo de uma bailarina diferenciada! (Módulos seguintes: 22 de Abril; 20 de Maio; 24 de Junho.)

 22 de Abril (horário a designar, pavilhão do G. C. D. R. Realidade) 5º Aulão de Aperfeiçoamento Técnico e Palestra — o 5º Aulão da série de aperfeiçoamento técnico terá o tema "Improvisação" e será ministrado pela Professora e Presidente da APDV, Vânia Cezário; a Palestra PNL será conduzida pelo Formador Paulo Renato.  29 de Abril (17h30, pavilhão do G. C. D. R. Realidade) 4º Chá Oriental — após três edições de um sucesso que ultrapassou todas as expectativas, a quarta edição do Chá Oriental promete encantar! Contando

com atuações apenas das professoras da APDV, será uma homenagem ao Dia Mundial da Dança.

 26 e 27 de Maio (em horário a definir, pavilhão do G. C. D. R. Realidade): a sensacional bailarina Jade El Jabel estará pela primeira vez em Portugal para participar em mais uma gala da nossa Associação, bem como para ministrar workshops. Mais uma fantástica produção da APDV em parceria com Marcos Ghazalla!

As datas e horários de cada evento, bem como outros detalhes, podem sofrer alterações por motivos alheios à vontade da APDV e/ou outras entidades organizadoras. Pode sempre manter-se a par das atualizações na Agenda do website da APDV!

AULAS DE DANÇA DO VENTRE

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Rua do Bonjardim, 487 — 4000-126 Porto alkimiadance@gmail.com

Rua Cidade de Riom, nº 304 4900-380 Viana do Castelo 969 811 925 • aem.dance@gmail.com

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A dançar com...

Joana Marques Com a sua técnica apurada e a expressão cativante, Joana Marques é uma bailarina de talento e paixão raros. Nascida no Porto em 1988 e licenciada em Tecnologia da Comunicação Audiovisual, leva na bagagem formação em ballet e música, tendo-se iniciado na Dança do Ventre há 5 anos. Hoje dança frequentemente em bares e casas de chá em Santa Maria da Feira, Grande Porto, entre outros, deixando todos rendidos à sua Arte; dá aulas na Maia, Vizela, Gondomar e Porto e encontra-se a ter aulas regulares no nível avançado da Formação Profissional de Bailarina de Dança do Ventre da APDV. A equipa de repórteres da APDV não hesitou em convidá-la para a primeira entrevista oficial da Magazine APDV, na esperança de descobrir o segredo do seu invejável sucesso.

Há quanto tempo praticas Dança do Ventre? Comecei a ter aulas de Dança do Ventre à 5 anos, mas comecei como autodidata.

Como surgiu o interesse por esta Arte? A cultura árabe e tudo o que ela engloba sempre me fascinou, mas o “bichinho” da Arte da Dança do Ventre surgiu aquando da novela “O Clone”, comecei a estudar em casa sozinha e depois decidi experimentar uma aula, de imediato senti uma ligação.

Que outras modalidades praticas ou já praticaste? Ballet. Foi através do ballet que tive o meu primeiro contacto com a dança, e desde essa altura que a dança se revelou como parte de mim.

Fala-nos um pouco do teu percurso de formação até aos dias de hoje. Comecei a minha formação na Dança do Ventre com a professora Flor, 6 meses depois passei a frequentar o Curso Profissional da APDV com a professora Vânia Cezário. Desde essa altura já fiz vários workshops nacionais e internacionais com diferentes professores/ mestres, entre eles: Zaza Hassan, Raquel Cisne, Kahina, Soraia Zaied, Ashraf Hassan, Mohamed Shahin, Dr. Mo Geddawi, Orit Maftsir, Yousry Sharif, Di Cezário, Marcos Ghazalla e Lulu Sabongi.

Qual o momento mais marcante na tua carreira como bailarina? Tenho muitos momentos que me marcaram, como por exemplo o meu primeiro exame no curso, com o grande mestre Zaza Hassan, a conquista do primeiro lugar na categoria solo amador no Concurso Internacional de 2010 em Barcelona, actuar no Coliseu do Porto… Não consigo indicar só um porque dou muito valor a pequenos e grandes acontecimentos, todos contribuem para o meu crescimento enquanto bailarina e enquanto pessoa.

(Continua na página seguinte) 6

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Que sentimentos te traz a Dança do Ventre? A Dança do Ventre faz-me viver! Ela ensina-me, conforta-me, compreende-me e completa-me. Sou feliz quando danço.

Com que estilo de dança te identificas mais? Porquê? Neste momento sou uma mistura de vários estilos, posso dizer que ainda estou a tentar encontrar a minha identidade única na dança.

Como classificas a Dança do Ventre em Portugal nos dias de hoje? Acredito que está em evolução, no sentido de estar a ganhar mais visibilidade, ainda que caminhando a passos curtos. Acho importante apostar numa formação de qualidade, para que por consequência se formem melhores profissionais tanto para dar aulas como para fazer espetáculos. Mas acima de tudo acredito que a união faz a força, sempre acreditei. Afinal de contas, se existe um amor comum pela mesma arte, devemos unir forças e lutar pela sua dignificação e expansão.

Na tua opinião, o que leva as pessoas a assistir aos espetáculos de Dança do Ventre? Penso que a curiosidade para quem não conhece, e para quem conhece… não resiste! Já ficou fã!!

O que fizeste para alcançares o patamar onde te encontras hoje? Patamar? Eu não sei nada!!! Ainda tenho muito para aprender!! Mas no meu caso penso que o amor pela dança leva ao treino e o treino leva à procura pela perfeição, ainda que esta seja uma utopia.

Onde esperas chegar com a Dança do Ventre? Espero chegar onde ela me levar, vou apreciando o caminho!

Tens planos futuros para contares aos nossos leitores? Quais as perspectivas de novos projetos? Neste momento os meus projetos andam a par com os da APDV, na qual estou profundamente envolvida.

Que conselhos darias a alguém que esteja a iniciar-se na Dança do Ventre? Aprecie cada momento, não tenha pressa de aprender e respeite o ritmo do seu corpo.

Ainda não viu a Joana dançar? Fique atento aos espetáculos da APDV ou, se preferir, consulte o portal APDV para descobrir onde irá dançar nos próximos tempos!

Joana Teixeira e Sara Silva (Departamento de Marketing da APDV)

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Espaço do leitor

Fica no ouvido!

Escreva na Magazine APDV!

“Kermal 3younak” (Pelo Bem dos Teus Olhos), de Wael Kfoury Wael Kfoury, cantor e compositor libanês nascido em 1974, é conhecido como o “Príncipe do Romance”. As suas músicas falam quase sempre de amor e muitas das vezes utiliza o estilo mawwal, estilo este que se caracteriza pelo uso de sílabas cantadas de forma prolongada antes de a música em si começar. Aparentemente não dançável pelo seu carácter lento e romântico, eu considerá-la-ia uma boa música para relaxamento no final da aula, no entanto a bailarina Daria Mitskevich dança-a como ninguém (ver no Festival Ahlan Wa Sahlan de 2009). Nota: “Kermal 3younak” é, na verdade, uma expressão idiomática equivalente ao nosso "Pelo Amor de Deus", ainda que a tradução literal seja "Pelo Bem dos Teus Olhos". Como cantar:

Tradução:

Ma b3oumri bkit ya zaman

Pelo bem dos teus olhos

Jar7 il Hawa eli bakani

Houve um tempo que nunca chorei

Nsiti 7abibik yali kan

Mas a dor do amor fez-me chorar

yi7ibik 3ala 3adad il sawani

Esqueceste o teu amado, como ele era

rou7ti we ma s2alti 7ada

Esqueceste em apenas um segundo

ma trakti ba3dik sadah

Deixaste-me e não me procuraste mais

min eli fina btada, we chou tghayar ya 7ayati

Não deixaste um eco atrás

2x

Quem começou isso e o que mudou a minha vida?

chou kinti t2oli, 7obak majnouni

Há alguma experiência que gostasse de partilhar com os restantes leitores? Gostaria de expressar publicamente a sua opinião acerca dos temas abordados? Envie-nos o seu texto por e-mail para publicacoes@apdv.pt e ajude-nos a escrever a sua Magazine de Dança do Ventre preferida! Os melhores textos serão publicados nos números seguintes da Magazine APDV e ficarão habilitados a um prémio surpresa.

AULAS DE DANÇA DO VENTRE

Porque dizes que o teu amor era louco?

kermal 3younak ba3tik 3yoni 3younik akhadouni w yama wa3adouni 3ala diniye ma fiha 7ada ghayr inti we ana

Pelo bem dos teus olhos (pelo amor de Deus) Eu te daria os meus olhos (eu te daria tudo) Os teus olhos tomaram-me e como eles me prometeram:

we chou tghayar ya 7ayati ana 2x

No mundo nada mais havia a não ser eu e tu

Ma b3oumri tmanayt il nar

O que mudou a minha vida?

Chilak min albi we min bali

Eu nunca desejei o fogo

We ysiir fiya eli sar We indam 3al 7ob el ghali

Eu quero-te tirar do meu coração e da minha cabeça

rou7ti we ma s2alti 7ada

O fogo está a atravessar-me

ma trakti ba3dik sadahhhh

E a causar remorsos pelo amor que foi precioso

min yali fina btada, we chou tghayar ya 7ayati

C. C. Parque Nascente, loja 535 geral@parquenascentehc.com.pt

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Link para a música online: http://www.melody4arab.com/player/en_player_4362.htm

Joana Marques (Departamento de Marketing da APDV)

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Dê-se a conhecer!

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As dicas da Tia Tânia Lanches doces, treinos amargos! O dilema entre escolher o “bom” e o que faz bem é uma constante na hora do lanche. Mas quando se trata de um lanche antes de um treino devemos ter especial atenção. E porquê, perguntam vocês? Encontrem a resposta no texto.

imagem de Flickr.com

Hoje em dia, os doces perderam o estatuto de alimentos festivos, passando a ser consumidos com maior frequência no dia-a-dia; com isto há um aumento da ingestão de alimentos ricos em açúcar e gordura. Aponto a falta de informação nutricional como uma das principais causas destas escolhas alimentares. Se, na hora de escolher, existisse a informação de que para gastar um simples croissant (312Kcal) é necessário caminhar 62 minutos enquanto um pão de centeio (132Kcal) se gasta em apenas 26 minutos, pondero que as pessoas optariam pela via mais saudável! Quando se trata de um lanche antes de um treino a atenção deve ser redobrada, uma vez que ao optar por alimentos doces podem ocorrer episódios de hipoglicemia durante o treino, isto é, falta de glicose no sangue causando tonturas, indisposição, fraqueza e até mesmo desmaios. Então, bora lá optar por um lanche saudável e deixar os doces para as festas!

Tânia Tinoco (Nutricionista / Sócia APDV)

A Associação A Associação Portuguesa de Dança do Ventre surge da união de interesses comuns entre alunas e a Professora e Bailarina internacionalmente conhecida Vânia Cezário que, após alguns anos instalada em Portugal, detetou carências nesta Arte no país. Deste modo seguiu-se a oportunidade, após um longo percurso de estudo e trabalho árduo, de criar a nobre associação em 2007. A APDV visa unir os praticantes da dança do ventre de todo país, profissionais ou não com o intuito de divulgar a dança oriental e a cultura árabe, promover eventos relacionados com a dança oriental e a cultura árabe, formar bailarinas profissionais, certificando-as qualitativamente mediante um código de ética, bem como poder promover diferentes eventos na área da dança (aulas, workshops, cursos; tudo para poder completar e enriquecer o currículo de uma bailarina) além de promover/participar em projetos de solidariedade social. É importante lembrar que ainda não existe, infelizmente, nenhum órgão a apoiar especificamente esta classe ou defender os seus interesses, sendo assim relegada para segundo plano tanto em eventos como em políticas culturais. A primeira grande aposta da Associação foi a criação do Curso Livre e do Curso Profissional, indo de encontro aos diferentes objectivos pessoais dos formandos: embora apresentem um plano formativo idêntico e ambos primem pela qualidade técnica que é a base da didática de Vânia Cezário, o primeiro visa a descontração, desporto e um compromisso leve para com a Associação, enquanto o segundo requer maior exigência e dedicação a fundo ao processo formativo. Na sua busca pela excelência, a APDV procura sempre dar acesso a uma formação profissional completa e de qualidade. Com a Associação em crescimento gradual promove-se, ano após ano, diversos eventos com elevados padrões de qualidade a fim de proporcionar a todas as interessadas a oportunidade de evoluir ainda mais na sua aprendizagem, adquirir novas vivências e aperfeiçoar os seus conhecimentos. Temos tido, também, o privilégio de contar com a presença de grandes nomes internacionais da Dança do Ventre na APDV para nos deliciarmos com as suas técnicas, dicas, troca de experiências além das oportunidades únicas de convívio, com o conveniente de não termos de nos deslocar ao estrangeiro a fim de adquirir conhecimentos de qualidade. Em várias ocasiões, temos sentido a necessidade de nos deslocarmos a vários países para ter acesso a formação adicional de elevada qualidade e, por isso, a APDV leva em consideração a preocupação em trazer até cá profissionais de renome como Helena Rull, Raquel Cisne, Zázá Hassan, Kahina, Marcos Ghazalla. A APDV também promove viagens aos principais festivais internacionais de dança, criando constantemente

cenários aprendizagem ricos em experiências e alegria. Com o diverso leque de espétaculos de Dança do Ventre promove todos os anos, a APDV procura recriar ao máximo a História do povo Oriental, tendo sempre em vista o respeito pelas suas regras, tradições e costumes originais, dando ainda a oportunidade a cada aluna de mostrar o seu grau de desenvolvimento do trabalho realizado em aula. Já foram realizados espetáculos por todo o País fora bem como fora dele (Granada e Marbella). Na cidade do Porto realizamos, anualmente, atuações no Coliseu do Porto, Exponor, Feiras Medievais, bem como todo tipo de festas populares ou mesmo privadas. Mantemos sempre em mente o intuito de levar a arte e magia desta dança a toda a parte com toda a elegância, qualidade, beleza e acima de tudo respeito, por forma a que todos os presentes entendam que não é só de “abanar de ancas” que vive a dança do ventre, pois ela é muito mais complexa que isso! Hoje temos o privilégio de festejar convosco o lançamento da Magazine e do website oficial da APDV. Continuamos com as aulas regulares do ano lectivo 2011/2012 e todos os meses apresentamos várias propostas de actividades diversificadas, recheadas de criatividade e boa disposição; o ambiente tem sido de pura alegria e por vezes custa ir embora pois a APDV é realmente um local onde a magia acontece. As nossas alunas e parceiros contribuem ativamente para este crescimento e é graças a cada um deles e delas que estamos não apenas a evoluir cada vez mais mas também felizes por podermos a cada dia tornar o nosso sonho uma realidade. É desta forma que me despeço com um grande carinho e com uma felicidade inabalável pois, para mim, é um orgulho partilhar convosco todo este empenho de vários anos.

Vânia Cezário (Presidente da APDV) Joana Teixeira (Dep. de Marketing da APDV)

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Momento de reflexão... Di Cesário é brasileira e vive em Portugal há 4 anos; é bailarina, professora de Dança do Ventre na região Norte do país e sócia honorária da APDV (Associação Portuguesa de Dança do Ventre); Carla B, portuguesa, é bailarina e professora na zona de Lisboa, bem como uma das sócias fundadoras da ANDO (Associação Nacional de Dança Oriental). Na tentativa de compreender melhor a realidade atual da Dança do Ventre no nosso país, a Magazine APDV foi à conversa com estas duas profissionais, procurando opiniões comuns nas diferentes perspectivas. 1. Como vêem a Dança do Ventre em Portugal? Di Cesário (DC): Seria mais fácil falar da Dança do Ventre no Brasil! Quando cheguei a Portugal não ouvi nomes de muitas bailarinas; não sei se passavam despercebidas ou se não havia tantas assim. Ouvi logo falar de duas bailarinas brasileiras e depois de algumas portuguesas que lutavam pela conquista do seu espaço, mas senti uma certa carência de informação visto que venho de um país que é uma autêntica “fábrica” de bailarinas. Naturalmente não esperava o mesmo, porém reparei que Portugal tinha muito para crescer. Muitas pessoas ainda tinham uma imagem distorcida da Dança do Ventre e eu interrogava-me como é possível ainda existir essa falta de informação. Sim, é possível, mas desde que cheguei já sinto diferença: vejo muitos talentos por aqui, bailarinas promissoras que acima de tudo correm atrás de bons profissionais e bons estudos. É muito importante fazer aula com mestres de outros países e principalmente com anos de experiência e acho que isso fez e faz a diferença aqui, porque a Dança Oriental é um mundo do qual muitos conhecem pouco; com o passar do tempo e graças a muito estudo, passamos a conhecer muito para além daquilo que imaginávamos. Acho que, se as bailarinas continuarem a investir em boas formações e correr atrás de bons profissionais, juntos conseguiremos mudar aquela ideia errada acerca da dança e, principalmente, mostrar que em Portugal também existe a verdadeira Dança do Ventre. Carla B (CB): Para percebermos onde estamos, temos de perceber de onde viemos, qual o caminho percorrido. Ao contrário do que já acontece noutros países, a Dança Oriental em AULAS DE DANÇA DO VENTRE (BREVEMENTE)

Portugal surgiu há relativamente pouco tempo, mais concretamente no final da década de 80 pela mão de Prisca D. e Myriam Szabo, que foram as precursoras desta arte em Portugal. Posteriormente houve formação das primeiras alunas já na década de 90, tais como Joana Saahirah, Yolanda Rebelo, Elsa Shams, Marta Dias, Rita Fontes, Carolina Fonseca, Mónica Roncon, Iris, entre outras. Obviamente que esta primeira série de alunas, bem como a segunda, da qual faço parte (com muito orgulho) também tiveram de investir muito na formação fora de Portugal. Foi um processo nem sempre fácil, com muito investimento de tempo e financeiro, mas que começa a dar os seus frutos. Atualmente a Dança Oriental em território nacional tem sofrido um grande boom, espalhando-se, também, pelos vários distritos e mesmo ilhas. O que acho importante é manterse uma relação de empenho, trabalho, dedicação e amor a esta forma de arte. 2. De que modo a ética da Dança do Ventre tem sido aplicada entre as bailarinas? DC: Perante tudo aquilo que os anos de experiências e vivências me permitiram ver, os princípios éticos nem sempre são respeitados e muitas são as vezes que são entendidos de forma errada. Por exemplo, bailarinas ou grupos apresentam coreografias que não são da sua autoria: quer sejam cópias autênticas ou com apenas dois ou três movimentos diferentes, já se sentem no direito de dizer que a coreografia é sua; apresentar currículos com informações que não são verdadeiras; o preço proposto para os shows… Neste último ponto, há imensos casos de falta de ética, não só pelo valor como até mesmo no tipo de show apresentado. CB: Li uma vez uma frase de Rawls que dizia: “Uma sociedade é ética se as pessoas que nela vivem a escolhessem para viver se tivessem essa oportunidade”. No meu caso concreto, se me fosse dado a escolher não viveria nesta sociedade nem neste período de tempo. A meu ver, o problema de falta de ética de que se fala na Dança Oriental é um problema da própria sociedade e da época em que vivemos. De facto, em todas as profissões encontramos profissionais cujos comportamentos se pautam mais ou menos por preocupações éticas. Daí a importância de os professores transmitirem aos alunos não apenas compeAULAS DE DANÇA DO VENTRE

tências técnicas, mas também princípios orientadores da sua ação no desempenho da sua profissão e na sua relação com os outros (colegas e clientes). Saliento que a ANDO construiu um Código Deontológico baseado e adaptado do Código Deontológico de Lulu Sabongi, que me parece bastante interessante e pelo qual as bailarinas, se assim o entenderem, se podem orientar. 3. Qual é a vossa opinião sobre bailarinas sem formação? DC: Tenho visto em Portugal imensas bailarinas autodidatas; acho que é discutível uma vez que tudo depende de como elas se apresentem: digo isso em todos sentidos, pois muitas vezes vemos autodidatas que nunca fizeram aula na vida, cuja única ideia de Dança do Ventre é o que viram na novela O Clone ou nos vídeos da Shakira. O caso fica mais complicado se, para além de fazerem shows, ainda dão aulas... Se mesmo em pleno século XXI a Dança do Ventre ainda tem uma imagem tão distorcida, cabe à bailarina zelar pelo conceito desta Arte, mantendo o seu padrão e não permitindo a sua vulgarização. É importante salientar que o que surge nos media é, acima de tudo, marketing; é erro dizer que a Shakira é uma bailarina de dança do ventre e que assistindo aos vídeos dela eu posso tornar-me uma, pois ela é uma cantora que usa a dança como um diferencial, até de uma forma algo "forçada" – se realizarmos sistematicamente um oito vertical como o dela, após uns anos os nossos joelhos poderão estar desgastados, entre outros exemplos. Tudo na vida deve ter começo, meio e fim, como na lei natural da vida, por isso com a dança não pode ser diferente. Claro que existem autodidatas com muito potencial, porém, é como construir uma casa: é preciso que tenha uma base firme, para então resistir a toda estrutura que vem por diante... Quanto a dar aulas então, é melhor nem entrar por aí. CB: Uma das grandes batalhas das bailarinas é que, de facto, a maior parte das pessoas desconhece a complexidade e a exigência técnica que a Dança Oriental possui. São os movimentos base, é a articulação entre os mesmos, é a realização desses movimentos em deslocação, é a articulação e a utilização (continua na página seguinte)

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adequada do espaço, dos acessórios que podem ser usados, é o conhecimento aprofundado que se deve ter dos ritmos, dos instrumentos, das Makam… Enfim, conhecimento da própria cultura, do significado dos gestos, da letra das músicas, das bailarinas que fizeram história… É um trabalho de uma exigência contínua em termos de aprendizagem que não se esgota nunca. O que me parece é que qualquer pessoa que aspire a ser bailarina de Dança Oriental não termina a sua formação nunca e devemos estar atentos a professoras que não investem na sua formação. 4. Quando é que uma bailarina pode começar a dar aulas? DC: Antes de ensinar é preciso aprender! Uma boa bailarina deve conhecer a cultura árabe, ter noções de anatomia humana, ritmos, folclore árabe e muito mais. Se estamos sempre a constatar a imensidão de informações que a arte da dança do ventre tem, como reuniremos todas essas informações em alguns meses?

Um professor de matemática, por exemplo, não começa a dar aulas depois de um curso aqui ou ali, precisa de anos de escola e faculdade para então ser considerado professor… e com a dança não pode ser diferente. A Dança do Ventre não é uma simples dança e sim uma tradição, e temos o dever de respeitar a cultura em que se insere. Existe todo um trabalho estrutural da sua conduta como pessoa para lançar-se como professora. CB: Um dia fiz essa mesma questão à Lulu Sabongi e ao Mahmoud Reda e de uma forma geral a resposta foi semelhante. O processo de aprendizagem é complexo e depende das particularidades de cada pessoa, do seu grau de envolvimento na aprendizagem, do número de horas despendidas com a sua formação, da sua sede de conhecimento, horas de treino. Ou seja, na minha opinião, seria desadequado identificar exactamente o momento em que se pode começar a dar aulas. Agora certamente que para o fazer há que ter noções e competências mínimas que deveriam de estar expla-

nadas, tal como acontece noutras danças, nomeadamente o Ballet. Seria importante constituir-se uma equipa transversal que pudesse efetuar essa compilação teórica dos vários níveis de aprendizagem exigidos, daquilo que seria expectável constituir-se como competências em cada um desses níveis e dos requisitos para passar ao nível seguinte. Este processo é feito por exemplo por Lulu Sabongi no Brasil e por Suhaila Salimpour nos EUA (entre outras) e penso, que mais tarde ou mais cedo terá (ou deverá) de ser implementado em Portugal. Obviamente seria desejável uma uniformização de procedimentos entre todas as profissionais, o que não vislumbro como possível dada a sociedade mais individualista em que vivemos.

Di Cesário (Sócia Honorária da APDV) Carla B (Sócia-fundadora da ANDO)

Eu quero um destes! Conjunto azul (3 peças) Com o objetivo de fazer frente à escassez de oferta relativa aos trajes de Dança Oriental no nosso país, a APDV criou o seu atelier, com a missão de proporcionar às praticantes desta Arte algumas criações de fácil acesso. Desde roupas para aula até aos fatos de luxo, passando pelos fatos mais modestos, apresentamos artigos para todos os gostos, tamanhos e carteiras. A cada edição da sua Magazine APDV, brindaremos os nossos leitores e leitoras com uma das nossas obras-primas. Neste número, apresentamos-lhes esta belíssima obra de arte. Constituída por 3 peças, saia, soutien e cinturão, todas elas bordadas à mão com pedras e lantejoulas de alta qualidade. Um desejo delicado, em tons de azul e prateado. Gostou? Contacte a Fá! atelier@apdv.pt Fátima Silva (Departamento Comercial da APDV) Modelo: Rita Barbosa AULAS DE DANÇA DO VENTRE

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