Bp 744 - Novembro 2016

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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 56 nº 744 – Novembro de 2016

Medalhista Presbiteriano

Daniel nasceu no dia 24 de maio de 1988 sem os pés e as mãos. Desde 2012 é medalhista de destaque nas competições de natação, e em sua vida expressa gratidão à Deus. Página 10

Gotas de Esperança Imprensa Evangélica Jesus voltará e não tardará PÁGINA 3

Dia do Mackenzista Um culto de ação de graças foi realizado no auditório Ruy Barbosa, campus Higienópolis (SP) PÁGINA 13

152 anos “No dia 05 de novembro de 1864, teve início na cidade do Rio de Janeiro a circulação de Imprensa Evangélica, o primeiro jornal religioso do Brasil”. PÁGINA 12


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EDITORIAL

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Desafio para a Igreja

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oi considerada grave por muitos brasileiros a declaração do juiz federal Sérgio Moro, publicada pela revista Veja do último fim de semana de outubro, segundo a qual, “pela extensão da colaboração [a delação premiada], haverá uma turbulência grande”, e que ele espera “que o Brasil sobreviva”. O falecido professor de Economia e analista político, Joelmir Beting, autor de tiradas memoráveis e bem humoradas, afirmou certa vez que o Brasil não vai para o buraco porque o nosso país é maior do que o buraco. Vai ou não vai? O Brasil sobreviverá ou não? E a sociedade em geral? Os cristãos, mesmo os reformados, estão divididos quanto à resposta a essas questões. Alguns, como

Loraine Boettner, sustentam que “o reino de Deus está agora sendo estendido no mundo por meio da pregação do evangelho e da obra salvadora do Espírito Santo no coração dos indivíduos; que o mundo, por fim, deve ser cristianizado e a volta de Cristo deve acontecer no final de um longo período de justiça e paz geralmente denominado milênio”. Outros, como Anthony Hoekema, creem que “A expectativa (...) de uma era dourada futura, anterior à volta de Cristo, não faz jus à tensão contínua na história do mundo entre o reino de Deus e as forças do mal”. Essas e outras posições são discutidas em bons livros da Cultura Cristã, como por exemplo A Bíblia e o Futuro, de Anthony Hoekema e A promessa do

futuro (a ser lançado), de Cornelis Venema. Sem prejuízo da discussão escatológica mencionada acima, reconhecemos ser bíblica a expectativa de que Deus atue na presente era com sua graça comum, aliviando o nosso fardo. Paulo exortou a que “se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito”, acrescentando que “Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador” (1Tm 2.1-3). Estar preparados para dias de trevas não significa desejá-los. O Brasil vai continuar aqui até Cristo voltar e os cristãos têm o que fazer. Segundo

o ensinamento bíblico resgatado pela Reforma do século 16 – cujos 500 anos nos preparamos para celebrar – glorificaremos a Deus fazendo discípulos de todas as nações, integrando-os na comunidade dos discípulos e ensinando-os a obedecer tudo o que Jesus nos ordenou. Tudo isso enquando vivemos na terra como cidadãos dos céus, estrangeiros e peregrinos, mas não alienados e reduzidos a um gueto, e sim, corajosamente atuantes e transformadores como sal da terra e luz do mundo. Onde esse ensinamento prosperou as nações prosperaram. Onde a soberania de Deus foi reconhecida e diferença foi notável. O Brasil vai continuar aqui e nosso desafio é fazê-lo saber que nós também aqui estamos.

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GOTAS DE ESPERANÇA

Jesus voltará e não tardará “Venho sem demora...” (Ap 3.11) Hernandes Dias Lopes

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s profecias sobre a segunda vinda de Cristo são mais abundantes do que as profecias acerca da primeira vinda. Todas as profecias da primeira vinda cumpriram-se literalmente. As profecias da segunda vinda estão se cumprindo e cumprir-se-ão da mesma forma. Mas, como Jesus voltará? Em primeiro lugar, Jesus voltará pessoalmente (At 1.11). “... esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir”. O mesmo Jesus que nasceu numa estrebaria, trabalhou numa carpintaria, morreu numa cruz, deixou o seu túmulo vazio e voltou ao céu, voltará fisicamente e pessoalmente. Ele mesmo disse: “... voltarei e vos receberei para mim mesmo...” (Jo 14.3). Em segundo lugar, Jesus voltará visivelmente (Ap 1.7). “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até quantos o traspassaram...”. Quando Jesus aparecer nas nuvens, com grande poder e glória, todas as pessoas, de todos os lugares, nos mais diversos fusos horários, verão o Filho do homem na sua majestade e serão tomados de perplexidade. Oh, aquele

será o dia mais glorioso e ao mesmo tempo o dia mais aterrador da história. Todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Em terceiro lugar, Jesus voltará audivelmente (1Ts 4.16). “(...) o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta e Deus, descerá dos céus...”. A segunda vinda de Cristo não será um acontecimento secreto e inaudível. Mais forte do que qualquer trovão, sua palavra de ordem será ouvida. A voz do arcanjo ecoará pelos quatros da terra e a trombeta de Deus soará retumbantemente. Naquele dia, ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombetas. Além de todos os olhos o contemplarem, todos os ouvidos também o ouvirão. Em quarto lugar, Jesus voltará inesperadamente (2Pe 3.10). “Virá (...) como ladrão, o Dia do Senhor...”. A vinda do Senhor não será num dia óbvio. Assim como um ladrão chega de surpresa, sem mandar telegrama, também Jesus voltará quando os homens não estarão apercebidos. O próprio Jesus enfatizou essa verdade: “(...) assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em

que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.38,39). Por causa dessa imprevisibilidade de sua volta, Jesus ainda adverte: “(...) considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso,

tina como o fuzilar de um relâmpago: “assim como o relâmpago, fuzilando, brilha de uma à outra extremidade do céu, assim será, no seu dia, o Filho do homem” (Lc 17.24). Naquele dia não haverá tempo para se preparar. Em sexto lugar, Jesus voltará inescapavelmente (1Ts 5.3). “Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá

ficai também vós apercebidos; porque, à hora que não cuidais, o Filho do homem virá” (Mt 24.43,44). Em quinto lugar, Jesus voltará repentinamente (Mt 24.27). “(...) assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra até no Ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do homem”. Jesus voltará rapidamente, num momento, num abrir e fechar de olhos. A vinda de Jesus vai ser tão repen-

repentina destruição, com vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão”. Aqueles que se deixam enganar pelo ensino dos falsos profetas, duvidando da segunda vinda de Cristo, vivendo despreocupadamente neste mundo destinado ao juízo, como se aqui fosse lugar de paz e segurança, serão surpreendidos com a gloriosa manifestação do Senhor, como uma

mulher grávida também é surpreendida pela dor do parto. A segunda vinda de Cristo é inevitável e inescapável! Em sétimo lugar, Jesus voltará vitoriosamente (Mt 25.31). “Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória”. Jesus voltará poderosamente, gloriosamente e triunfantemente. Virá entre nuvens, acompanhado de um séquito de anjos. Trará em sua companhia os remidos e colocará todos os seus inimigos debaixo de seus pés. Julgará as nações e lançará no lago do fogo o dragão, o anticristo, o falso profeta, os ímpios e a morte. Aquele dia será glorioso para os remidos e terrível para os que rejeitaram sua graça. O apóstolo Pedro diz que os céus passarão com estrepitoso estrondo, e incendiados serão desfeitos e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Nós, porém, receberemos novos céus e nova terra (2Pe 3.10,12,13) e reinaremos com ele para sempre e sempre. Dia glorioso será aquele em que o nosso Senhor virá! O Rev. Hernandes Dias Lopes é o Diretor Executivo de Luz para o Caminho e colunista regular do Brasil Presbiteriano.


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PRESBITERIANISMO EM FOCO

Samuel de Oliveira Coelho (1919-2011) Marcone Carvalho

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s vínculos do presbiterianismo brasileiro com os portugueses são antigos. Nos primórdios da Igreja Presbiteriana, ainda nos tempos do Brasil Império, os filhos da antiga metrópole foram muito participativos nas igrejas do Rio de Janeiro e São Paulo. O primeiro missionário da IPB no exterior, Rev. João Marques da Mota Sobrinho, foi enviado a Portugal. De 1910 a meados dos anos 50, nossa denominação manteve obreiros por lá e, atualmente, através da APMT, são cinco casais em atividade na “terrinha”. Um personagem que faz parte dessa história entre brasileiros e lusitanos é o Rev. Samuel de Oliveira Coelho. Nascido em Figueira da Foz (21.05.1919), Samuel cresceu em uma sociedade hostil ao protestantismo, mas foi instruído na fé bíblica por seus pais, ambos ativos na obra evangélica. Com a morte da mãe, foi criado desde os 13 anos pela irmã, que vivia em Gaia. Ali passou a acompanhá-la na Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica, de tradição anglicana. Envolveu-se nessa denominação e, mesmo sem treinamento formal em teologia, nos anos 40, foi ordenado ministro. Já demostrava, nessa época, o desejo de

ser missionário na África portuguesa. Em 1947, casa-se com Cláudia Beatriz da Conceição Coelho, de família metodista. Nesse mesmo ano, segue para Angola, instalando-se em Nova Lisboa (atual Huambo). Vinculado à Missão Evangélica de Nova Lisboa (MENL), das Igrejas Congregacionais do Canadá, serviu como professor na escola da missão. Por volta de 1955, em parte devido à insatisfação com o liberalismo teológico defendido por alguns obreiros da MENL, regressa a Portugal com a esposa e os quatro filhos e, com dificuldades, consegue sustentar a família. Decide, então, mudar-se para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Em 1956, com a família, instala-se e vive por um tempo em Jundiaí (SP), onde já residia um de seus irmãos, passando a frequentar a IP local. Ao conseguir emprego na Anderson Clayton & Co., muda-se para Santo Atanásio (SP). Ao longo desses anos, recebe ajuda do Rev. Armando Pinto de Oliveira, da IP Conservadora do Brasil. Convidado para lecionar no Colégio Paraguaçu, em Paraguaçu Paulista (SP), então pertencente à IPB, muda de cidade mais uma vez. Nesse período, concomitante ao trabalho no colégio, no horário noturno, viajando diariamente

de Kombi, cursa a faculdade de Direito, em Marília (SP). Forma-se em 1968 e exerce, por algum tempo, a advocacia. Lutando pela subsistência dos filhos, ele e a esposa trabalhavam nos três turnos. Durante essa fase, Samuel sempre colaborou com as igrejas nas quais congregou, pregando, ensi-

Bíblico Palavra da Vida (SBPV), em Atibaia (SP), onde um dos filhos estudava. Ele relutou. “Como se sustentariam?”, foi a reação dele. A sábia resposta da esposa foi: “Oremos”. Na realidade, ela já vinha fazendo isso. Finalmente, ele aceitou e, em 1972, o casal foi para o SBPV, mesmo sem sustento fixo.

Samuel faleceu em fevereiro de 2011 (...) Terminava assim a carreira desse homem de Deus, que serviu em Portugal, Angola, África do Sul e Brasil nando na EBD e ajudando nas demais atividades, mas o chamado ministerial estava adormecido em seu coração. Diante do aperto financeiro, vai trabalhar em Curitiba como corretor de imóveis. A esposa e os cinco filhos permaneceram em Paraguaçu. Certo dia, Cláudia foi profundamente tocada pela leitura de Ageu 1.6. Entendendo que não estavam realizando a vontade de Deus, ela insiste para Samuel preparar-se para o ministério no Seminário

Samuel tinha 52 anos e ela, 53. O curso teve duração de três anos, pois, devido à sua prévia experiência eclesiástica, Samuel foi dispensado do ano prático. Ao longo do período de estudos, a família foi mantida principalmente com as ofertas do Dr. Flamínio Fávero e do Rev. Armando Oliveira. Em seu último ano de seminário, por meio do Rev. Mário Manoel Alves, pastor da IPB cedido à Igreja Reformada Holandesa na África do Sul, foi convidado para trabalhar naquele

país. O desafio era evangelizar e dar assistência pastoral aos portugueses que haviam buscado refúgio ali. Reacendeu-se o antigo desejo de servir no continente africano. Assim, em fevereiro de 1975, o casal e mais dois filhos se estabeleceram em Pretória. Samuel foi ordenado pela Igreja Reformada Holandesa e passou a cuidar da congregação formada por seus compatriotas lusos. Seu ministério foi frutífero. Houve diversas conversões e logo o grupo passou a reunir em torno de 90 pessoas. O templo da igreja foi inaugurado em 1980. Ele permaneceu na África do Sul até dezembro de 1982, quando regressou ao Brasil. Seus últimos anos de atividade pastoral foram à frente da IP de Cidade Universitária, em Recife (PE), mesma cidade em que o colega Rev. Mário M. Alves pastoreava. Foi jubilado pela IPB em 1987, passando a residir em Cabo Frio (RJ), perto do filho, Pedro Gustavo Coelho, pastor metodista nessa localidade. Samuel faleceu em fevereiro de 2011, vítima de Alzheimer. Terminava assim a carreira desse homem de Deus, que serviu em Portugal, Angola, África do Sul e Brasil. Ao Senhor seja a glória. O Rev. Marcone Bezerra Carvalho é historiador e colunista do Brasil Presbiteriano.


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VIDA CRISTÃ

Cultura, ética e testemunho Hermisten Costa

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palavra “cultura” tem em si o sentido de desenvolvimento pleno. Dentro dessa perspec-tiva, podemos entender que o homem culto é aquele que procura se desenvolver em todas as áreas de sua existência a fim de realizar o propósito de Deus para a sua vida, buscando sempre o fim último da criação, que é a glória de Deus (1Co 10.31). “Cultura, assim, é todo e qual-quer esforço e trabalho humano feito no cosmos, para descobrir suas riquezas e fazê-las assis-tirem ao homem para o enriquecimento da existência humana, para a glória de Deus” (Henry H. Van Til). Deus nos colocou nesta cultura a fim de sermos sal da terra e luz do mundo. A influência preservadora do sal é percebida não no saleiro e, o poder iluminador da luz se destaca de for-ma mais intensa nas trevas e num lugar adequado, não debaixo da mesa. É necessário que to-memos cuidado para não transformarmos a igreja em uma “tribo religiosa” separatista que congrega unicamente a nossa comunidade presunçosamente elitista onde a luz serve apenas para projetar a nossa imagem nos espelhos e o sal para condimentar a nossa crítica ao mundo.

Há dois perigos iminentes: identificar-nos com o mundo, pouco ou nada diferindo dele. Nesse caso, como povo missionário de Deus, para nada serviríamos. Ou, nos alhearmos do mundo, cultivando a nossa “santidade” exclusivamente intramuros. Em ambos os casos perde-ríamos a dimensão de povo de Deus no mundo. A oração de Jesus Cristo permanece como realidade para todos os seus discípulos: “É por eles que eu rogo....” (Jo 17.9).“Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” (Jo 17.15/Jo 17.20). Dentro dessa perspectiva, o cristão deve participar ativamente, em sua esfera de ação, na formação, aperfeiçoamento e transformação da cultura, sabendo, de antemão, que neste estado de existência não existe cultura perfeita. E mais, que essa tarefa gerará inevitavelmente confli-tos; contudo, eles fazem parte, e podem fazê-lo de forma criativa dentro de nosso processo de amadurecimento e ação no meio em que vivemos. Na fé cristã sempre existirá o desafio da in-culturação ativa por meio da expressão de sua fé na relatividade da cultura e em fidelidade ao Verbo Encarnado. A cultura é a expressão, a forma de ser de uma dada sociedade. Portanto,

o problema primário não é a cultura, mas o pecado. A cultura leva consigo as “marcas” do pecado, da condição desintegrada do homem distante de Deus. Como cristãos, o nosso desafio é levar Deus à cultura e a cultura a Deus. Como o evangelho não é produzido nem é domínio de nenhuma cultura, cre-

o nosso pró-ximo não nos acompanhe nesse raciocínio, é tão fácil amar a nós mesmos. O amor exigido por Cristo encontra o seu modelo no amor do Pai por ele e, através dele, por todo o seu povo. A santidade absoluta de Deus se revela na cruz, onde o seu amor e a sua justiça se eviden-

mos que a Pa-lavra de Deus apresenta mandamentos que são supraculturais; eles devem ser observados em qualquer época ou cultura, constituindo-se em imperativos categóricos para todo o cristão em toda e quaisquer circunstâncias. Como princípio orientador que deve permear todas as nossas ações, temos o amor. A ética do amor reclama o nosso compromisso intelectual e vivencial. Sabemos quão difícil é amar o nosso próximo e, ao mesmo tempo, ainda que

ciam de forma eloquente e perfeita. A cruz enfatiza o Deus santo e majestoso, zeloso por sua glória. A cruz não fez Deus nos amar, antes, o seu amor por nós a produziu e se revelou ali. Portanto, não nos iludamos. O amor pressupõe absolutos que envolvem misericórdia, bon-dade e justiça. Amar é comprometer-se com absolutos. Em nome de um sentimento genérico chamado de amor, não posso, simplesmente, me tornar cativo de

toda sorte de paixões, inte-resses e flertes culturais. A ética cristã é um desafio constante à sua aplicação às novas situações que o homem se encontra. É uma tentativa humana de entender e aplicar os princípios divinos à cotidianidade humana. Não existe ética sem absolutos. A ética cristã exigirá sempre de nós discernimento, amor, humildade e submissão a Deus. Esse espírito humilde e submisso nos prevenirá de construir nossos ídolos aos quais nossa imaginação é tão propensa (João Calvino). Na ética Reformada, nunca houve um senso de autonomia, antes, a sua vivacidade sempre esteve em sua ampla e fundamental dependência de sua teologia que busca uma compreensão cada vez mais precisa de todo o desígnio de Deus revelado nas Escrituras. A ética cristã parte de princípios eternos que tem a ver com a nossa relação com Deus, co-nosco e com o nosso próximo. Jesus Cristo é o nosso modelo; ele é o cânon da cultura e de toda ética. A única cultura que permanecerá é aquela fundamentada nele tendo a sua ética como norma de pensar e agir. O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da 1ª IP de São Bernardo do Campo e é pastor-efetivo da IP do Jardim Marilene, Diadema, SP.


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MISSÕES

VIII CONPLEI D

e 12 a 16 de outubro aconteceu o VIII CONPLEI – Congresso Nacional de Pastores e Líderes Indígenas – na cidade de Sidrolândia (MS) na aldeia Terena Córrego do Meio. O evento, que reuniu mais de 2.600 pessoas, teve a participação de representantes indígenas de diferentes pontos do Brasil, representantes de diferentes agências missionárias, entre eles o Rev. Sérgio Paulo Nas-

cimento, atual presidente da APMT, missionários da APMT que atuam em contexto indígena, missionários de diferentes agências, candidatos a missionários, representantes de igrejas locais, e estrangeiros. A missionária da APMT, Dra. Maria Célia del Valle, e a missionária dentista Rosa Maria da Silva, formaram uma equipe de assistência médica e odontológica para prestar serviços na área da

saúde aos participantes. Além disso, em reunião, foi eleita a nova diretoria para os próximos anos. Um dos momentos importantes, foi a apresentação e leitura da Declaração de Fé da Igreja Indígena, na língua terena e em português. O presidente reeleito, Rev. Henrique Dias, (povo Terena), explica que o CONPLEI almeja que a visão de alcançar as tribos do Brasil possa alcançar cada vez mais pesso-

as. O próximo encontro do CONPLEI, em 2020, será

realizado no mês de junho em Imperatriz, Maranhão.

pela salvação em Jesus Cristo, pela proteção para conosco, pelo pão de cada dia, pela saúde, pela paz e, enfim, por todas as lutas e vitórias deste ano. Esse é um grande privilégio para nós, conclui Rev. Robson.

Conselho da Igreja Presbiteriana Astúrias: Rev. Robson L. Binotto. Pb. Marco A. Ribeiro, Pb. Paulo D. De Oliveira, Pb. Valmir de C. Rocha

IGREJA EM AÇÃO

IP Astúrias celebra 4 anos “(...) graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.20) Leandro Pires Barbosa

A

IP Astúrias, em Piracicaba/SP comemorou em agosto quatro anos de trabalhos, louvando a Deus por toda a obra realizada. “Foi um dos mais significativos eventos realizados nesse ano. Superando todas as expectativas e objetivos esperados, sendo, sem dúvida alguma, um marco para nossa pequena e amorosa igreja”, comemorou o Rev. Robson Binotto, pastor da igreja. A igreja desenvolve dois

projetos sociais: a Associação Presbiteriana de Filantropia de Piracicaba (Projeto Crescer), que trabalha com pessoas com Deficiências Intelectuais e o Projeto Gol de Amor, que através do futebol alcança mais de 80 crianças na comunidade. Também realiza em seus projetos encontros sistematizados com crianças e adolescentes, educando-os pela prática de esportes e cidadania, minimizando os impactos sociais, despertando a solidariedade e a espiritualidade para que em suas vidas futuras em sociedade,

sejam tratadas de maneira digna, pois são pessoas em desenvolvimento, sujeitos de direitos e deveres. No culto de aniversário estiveram presentes os reverendos José Valter, Edmar Vicente e Robson Binotto. Também participaram o Coral Evangélico de Piracicaba e o Quinteto Aleluia, da Comunidade Casa de Oração. A igreja agradece a todos os irmãos e amigos que participaram e contribuíram de todas as atividades que envolveram o aniversário. “Somos gratos a Deus

Leandro Pires Barbosa é membro da IP Astúrias (Piracicaba/SP)


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CELEBRAÇÃO

UMP – vida e coração Pastor presbiteriano é o jovem mais antigo da UMP e colaborou com a mocidade em amor e dedicação desde 1946

E

m 1936 o Supremo Concílio da IPB oficializou o nome UMP, União de Mocidade Presbiteriana, para as sociedades internas de jovens das igrejas presbiterianas. Em 1946, nasceu a Confederação Nacional de Mocidade, organizada durante o primeiro Congresso Nacional da Mocidade Presbiteriana, no Rio de Janeiro. São 80 anos da UMP e 70 da Confederação. Cristãos de todo o país fazem parte dessa história, contribuindo em diferentes períodos, para o crescimento e manutenção dos trabalhos, que envolvem evangelização, ação social, congressos e eventos para mobilização da juventude cristã, e cultos de adoração. Marcou história, também, um jovem que há 60 anos participa da UMP, dedicando tempo, carinho e pregando em muitas das oportunidades de celebrações da UMP nacional e das locais em diferentes igrejas do Brasil. Rev. Enos Moura tem 72 anos e é pastor presbiteriano, atualmente colaborador na IP de A. E. Carvalho, em São Paulo. Enos ingressou na UMP no dia 7 de outubro de 1956, na IP de Jaboatão (hoje Jaboatão dos Guararapes), em Pernambuco, com apenas 12 anos, sendo o

sócio mais novo. Não havia UPA (União Presbiteriana de Adolescentes) e a idade para participar da UMP era de 12 a 30 anos. Ainda em Pernambuco, foi tesoureiro da UMP da sua igreja local e organizou a Federação de Mocidade do Presbitério Norte de Pernambuco. Já em São Paulo, organizou a Federação de Mocidade do Presbitério Norte de São Paulo, foi conselheiro de algumas UMPs da região, sendo já presbíte-

anos. Em 2016, Rev. Enos completa 18 anos ininterruptos como secretário Sinodal da Mocidade Leste de São Paulo e é, para muitos, o grande conselheiro da UMP. Em 2006, durante o Congresso Nacional de UMP, ele recebeu o título de “Amigo da Mocidade”, uma iniciativa da diretoria da Confederação Nacional da Mocidade daquele período. Para o presb. Alexandre de Almeida, atual Secretá-

Jovens do Presbitério Leste Paulistano com Rev. Enos

pétuo’, e todos os sucessores têm nele um pai”, afirma. No dia 1º de outubro, na IP da Penha, um culto de gratidão foi celebrado para render graças a Deus pelos 60 anos de participação ativa do Rev. Enos na UMP. “Ao completar 50 anos de trabalho com a Mocidade, em 07 de outubro de 2006, celebramos culto semelhante em A.E. Carvalho. Ao voltar do hospital depois do sétimo infarto, o médico me proibiu muitas ações, entre tantas, a mais difícil para mim: viajar. Mesmo sem conseguir viajar, os jovens me procuravam em casa, para aconselhamento

Culto na Igreja Presbiteriana da Penha

ro, e secretário Presbiterial. A UMP da IP das Graças, também em Pernambuco, foi organizada com a ajuda do então jovem Enos. Além disso, foi agente do jornal Mocidade e redator de alguns jornais e boletins das UMPs por onde passava. Em 1994, Rev. Enos foi eleito Secretário Geral da Mocidade, pelo SC da IPB, cargo que ocupou por cinco

rio Nacional da Mocidade, conhecer e conviver com o membro mais velho da mocidade, é um privilégio. “Em 1996, conheci rev. Enos e dona Lucila, sua esposa. A amizade cresceu muito e hoje temos como pai e mãe essas duas pessoas que mais que amigos, são conselheiros espirituais. Rev. Enos é o nosso ‘Secretário Nacional per-

O casal Enos e Lucila

pastoral, em uma demonstração de que meu ministério junto aos jovens permaneceria, mesmo limitado. A partir de então, planejamos realizar o culto ao completar 60 anos nesse ministério junto à UMP”, recorda o Rev. Enos. Além dos trabalhos com a UMP, Rev. Enos integra a equipe do Arquivo Histórico Presbiteriano, dirigida pelo Rev. Dr. Alderi Matos. O amigo da mocidade também sempre acompanhou o Brasil Presbiteriano e seus antecessores. “Papai era assinante do jornal O Puritano e do Norte Evangélico. A partir dos meus 9 anos tornei-me leitor assíduo.


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IGREJA PERSEGUIDA

Pastor paquistanês no Brasil N

os últimos anos, a comunidade cristã paquistanesa foi alvo de diversos atentados terroristas. O maior deles, na Páscoa de 2015, deixou 17 mortos e dezenas de feridos. Dois anos antes, um atentado a uma igreja matou 80 pessoas. Masih, 41 anos, pediu que não fosse identificado por medo de represálias a sua família. Contudo, revelar seu último nome não é um problema: no Paquistão a maior parte dos cristãos tem o mesmo sobrenome, que é conferido pelo Estado. Três anos atrás, S. Masih vivia em uma cidade no Estado de Punjab, no sudeste do Paquistão, onde era pastor de uma igreja presbiteriana com três mil membros. Vestia-se bem, tinha dez auxiliares e morava com os três filhos pequenos e a mulher. Hoje,

ele é pastor assistente em uma igreja na Penha, bairro da zona leste de São Paulo. Chegou ao Brasil sem a família, com visto de turismo, mas recebeu o status de refugiado — fugiu da perseguição religiosa em seu país, onde os cristãos representam 2,59% da população. Os problemas do pastor começaram em 2009, quando recebeu em seu escritório na igreja um homem que o convidou a se converter ao islã. Ele negou. “Fui educado”, disse Masih. A necessidade de polidez não era apenas por educação, era medo de ser acusado de blasfêmia, um crime para o qual a punição pode ser a morte. O relatório 2015/2016 da ONG Anistia Internacional diz que Punjab é o Estado paquistanês onde as leis sobre blasfêmia são empregadas com maior vigor, sendo

“desproporcionalmente usadas contra as minorias religiosas”. A ideia de sair do país partiu da esposa. A sugestão do lugar, o Brasil, veio um amigo padre. Era a época da Jornada Mundial da Juventude e da visita do papa Francisco, o que tornava mais fácil conseguir um visto de turista. Masih chegou ao Rio de Janeiro sem nem saber que língua os brasileiros falavam. “Quando eu estava saindo do Paquistão, minha mãe me perguntou: ‘onde é o Brasil? Fica na Inglaterra? Na Arábia?’. Respondi que era longe. Ela me perguntou se eu conhecia alguém lá e eu respondi: ‘Sim, Jesus.’” No no final de 2014, ele conheceu Rev. Amauri Costa de Oliveira, que há cinco anos acompanha as igrejas perseguidas na Ásia e Oriente Médio e que se

interessou pela história de Masih. Ficaram amigos e o pastor brasileiro convidou o paquistanês para trabalhar em seu ministério, na Igreja Presbiteriana da Penha. “Ele teve uma boa aceitação na igreja. Quando escutam a história dele, as pessoas o acolhem bem. Masih acaba conscientizando os fiéis sobre o que acontece com os cristãos em outros lugares do mundo”, disse o pastor. No momento, o pastor paquistanês aguarda autorização para sair do país pela primeira vez desde que chegou. Quer voltar ao Paquistão para resgatar sua família e rever a mãe, que está doente. “Não escolhi o Brasil. Eu não conhecia nada daqui. Tinha pedido visto para a Tailândia, porque era mais perto e mais fácil, mas minha avó morreu na época e o visto venceu. Mas eu

precisava sair”, disse o refugiado que já fala português, entrevistado pela BBC Brasil. Agora, Rev. Amauri, em colaboração com a ONG Preparando o Caminho, é um dos responsáveis pela arrecadação de fundos para ajudar o refugiado paquistanês a voltar ao seu país, onde vai buscar sua família. Masih vai passar pelo menos um mês na sua terra natal e reencontrar a mãe. “Ela quer ficar lá, mas pediu para me ver uma última vez”. O pai ele perdeu no ano passado. “O dia que ele faleceu me machucou muito. Você deixa seu pai, ele te dá um abraço e um beijo de despedida, com a promessa de um reencontro em breve. Mas ele não estará mais lá. A perseguição destrói tudo dentro de você.” Fonte: http://www.bbc.com – Cláudio Goldberg Rabin

EDIFICAÇÃO

Primeiro retiro de presbíteros do Rio de Janeiro O Instituto SARA – Servindo de Apoio, Refrigério e Amizade, promoveu nos dias 24 a 26 de junho, o Primeiro Retiro de Presbíteros do Rio de Janeiro, organizado pelo irmão Presb. Paulo Storck. Os preletores foram o Rev. José Carlos Pezini e o Presb. Paulo Valle Camargo e os temas abordados foram: 1. Sintomas de uma igreja que precisa de revitalização 2. Caminho para uma igreja simples

3. A importância e a contribuição do presbítero no processo de revitalização 4. Mudanças culturais e desafios da igreja na pós-modernidade 5. O presbítero e o relacionamento com Deus 6. Evangelismo relacional Os estudos foram alternados com caminhadas silenciosas na natureza do belo local do encontro em Pedra de Guaratiba, devocionais, louvor e reflexão, trazendo grande renovo e desafio a todos os participantes.


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MISSÕES

A APMT e o crescimento da Igreja Cigana Maior grupo de ciganos já batizados no Brasil é fruto do trabalho missionário transcultural em Goiás Isabella Silveira

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o dia 10 de setembro, 31 ciganos foram batizados na cidade de Aragoiania, GO. Dia de festa para a Igreja Cigana formada desde 2013 através do trabalho dos missionários da APMT, Rev. Reginaldo e Leonor Goulart, já há 35 anos no ministério missionário. O dia começou com café da manhã e louvores, dirigido pelo Sérgio, cantor e compositor cigano que, após a conversão, tem escrito canções para evangelizar o seu próprio povo e, neste ano, tenciona gravar um CD de músicas autorais para alcançar outros acampamentos da região. Após um almoço de comunhão e um período de lazer com as famílias do grupo, atualmente mais de 100 ciganos, foi realizado o batismo. “Deus mais uma vez realizou uma obra grandiosa nunca vista no Brasil. Louvado seja nosso Deus e Pai por nos conceder essa graça de participar de tão grande festa”, disse o Rev. João Batista, missionário que tem auxiliado o Rev. Reginaldo e Leonor com os ciganos, juntamente com sua esposa Débora.

Muitos dos ciganos batizados nesse dia foram frutos da evangelização dos próprios ciganos, que têm viajado para outros acampamentos em outras cidades pregando, como o caso do cigano Tana e toda sua família, que moram em Rio Verde, e foram alcançados pelo testemunho dos ciganos. Quando o Rev. Reginaldo e o Rev. João Batista iam chamando os nomes dos que iam ser batizados, jovens e adultos se achegavam trazendo seus filhos a fim de que todos confessassem o Senhor como único salvador. Um por um, iam respondendo com convicção sobre Cristo ter mudado suas vidas, que Jesus é filho de Deus que morreu, ressuscitou e um dia voltará, que a Bíblia era a única forma de conhecerem mais a esse Deus e prometendo ensinar a seus filhos sobre o Jesus que os amou e salvou. A festa terminou ainda com uma apresentação musical de dois cantores de uma igreja de Goiânia, diante de uma plateia admirada de ciganos. Estiveram presentes também os pastores Rev. Marcos Agripino e Rev. Waldemar Alves, executivo e membro da Assembleia da

APMT, respectivamente; Rev. João de Deus e Rev. Adalberto Borges Faria, pastores das igrejas locais e o Pb. Fausto Fernandes Pereira da IP de Inhumas. O trabalho de evangelização dos ciganos é uma tarefa que precisa ser abraçada por toda a Igreja Brasileira. São poucos os obreiros e poucos os recursos destinados para o trabalho. “Os ciganos são nômades, e recentemente se mudaram de Caldas Novas, onde o trabalho havia começado. Estamos trabalhando incansavelmente, viajando semanalmente um raio de 200 km. Precisamos de ajuda e do socorro da igreja!”, compartilhou Leonor sobre os desafios desse trabalho transcultural dentro do Brasil. Na região próxima a Caldas Novas há diversos grupos de ciganos que precisam ser evangelizados e discipulados. Em Morrinhos, Pontalina, Aragoiania, Guapó, Rio Verde e São Simão, precisamos de missionários que se disponham em se envolver no trabalho de discipulado. Nas cidades de Piracanjuba e Buriti Alegre, as portas estão abertas para o início de novos trabalhos com os ciganos.

Membros já batizados da Igreja Cigana na região de Caldas Novas

Rev. Reginaldo e a esposa Leonor, durante batismo

Sr. Laripe, cigano batizado

Para maiores informações sobre o trabalho com os ciganos na região de Caldas Novas, GO, contate a APMT ou os missionários Rev. Reginaldo e

Leonor Goulart no e-mail: rrgoulart@gmail.com. Isabella Silveira é colaboradora do Depto. de Comunicação da APMT (isabella.silveira@ipb.org.br).


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CAPA

Medalhista Presbiteriano Daniel nasceu no dia 24 de maio de 1988 sem os pés e as mãos. Desde 2012 é medalhista de destaque nas competições de natação, e em sua vida expressa gratidão à Deus.

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uatro medalhas de ouro, três de prata e duas de bronze. Esse foi o saldo final das conquistas do atleta paralímpico de natação Daniel Dias, nas Paralímpiadas 2016. Se no esporte suas conquistas são medidas em medalhas, na vida, esse jovem mostra que a medida está na graça de Deus, que não apenas o criou como ele é, mas o ajudou e tem ajudado a compreender a soberania divina em todas as coisas. Nesse clima de gratidão, fé e muita força de vontade, Daniel Dias compartilhou sua história de vida, acompanhado do pai, Paulo, um amigo e fiel companheiro, que desde o nascimento do filho sempre confiou em Deus e ensinou a Palavra a Daniel. “Quando Daniel nasceu chorei muito sem saber o porquê. Mais tarde fomos comunicados que nosso filho era um garoto que não tinha os pés e nem as mãos. Choramos muito e pedimos forças a Deus. E ele nos deu!”, alegra-se Paulo. Membros da IP de Camanducaia (MG) e, posteriormente da IP de Bragança (SP), Rosana, mãe de Daniel, e Paulo encontraram na comunidade cristã, o alicerce para passar pelos momentos

difíceis. Para Daniel, essa convivência, preparada por Deus, foi fundamental para sua fé. “Eu louvo a Deus por ter preparado tudo, porque nascer com alguma deficiência há 28 anos não era algo fácil. E eu pude participar da UCP, minha mãe era líder das crianças, com muitas programações e depois, na adolescência, fui ativo na UPA, aprendi a tocar bateria e isso tudo foi inclusão. Nem usávamos essa nomenclatura, mas a Igreja de Cristo já atuava dessa forma, além de oração e carinho”, se alegra Daniel. A conversão de Daniel, segundo ele, foi “acontecendo aos poucos”. Com início na adolescência, o atleta explica que Deus foi ministrando ao coração

dele, por meio da música, quando aprendeu a tocar bateria e com alguns amigos montou uma banda na igreja. O conflito e os questionamentos sobre ter nascido com deficiência, também surgiram no início da adolescência. “Eu já tinha perguntado para os meus pais, claro, sobre como tudo aconteceu, mas a forma como Deus falou comigo, foi com demonstração de amor, consolo e uma paz que excede todo entendimento, como o apóstolo Paulo menciona em Filipenses 4.7. Eu me converti, fiz a pública profissão de fé, entendi que Deus faz tudo perfeito, e compreendi que fui criado à imagem e semelhança de Deus. Tenho certeza de que Deus começou

a mudar meu coração e minha mente a partir dali.” No final de 2004, nas olimpíadas de Atenas, o então adolescente Daniel Dias viu no atleta Clodoaldo Francisco, nadador paralímpico brasileiro, uma motivação para o esporte adaptado. No ano seguinte, Daniel iniciou os treinos de natação. Saía de Camanducaia e seguia

para Bragança diariamente, de ônibus, durante dois anos para comparecer aos treinos. “Quando comecei a praticar, descobri o dom que Deus havia me dado. Aprendi os quatro estilos da natação (crawl, costas, peito e borboleta) em apenas oito aulas. Eu achava normal, mas depois descobri que isso é algo muito difícil de conseguir. Senti ainda mais a mão de Deus me ajudando e capacitando nesse sentido”, explica o atleta. Para ele, Deus usou o esporte para falar ao seu coração. “O esporte, como outras áreas da vida, pode iludir e criar a sensação de invencibilidade. Eu estava deixando as medalhas me conquistarem, e esse lugar principal tem que ser de Jesus. Deus me ensinou que preciso estar em constante comunhão com ele. Deus deseja nos lapidar e mexer no mais profundo

Raquel, esposa de Daniel, acompanha o marido nas grandes competições.


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EVANGELIZAÇÃO

dos pensamentos e sentimentos. Aprendi a depender dele, confiar em seus planos, e ser feliz com o que ele me oferece.” Em 2012 Daniel casouse com Raquel Andrade. O casal tem dois filhos, Asafe de 2 anos e Daniel, com 11 meses. O casamento foi celebrado logo depois que Daniel conquistou 6 medalhas de ouro, nas Paralímpiadas de Londres 2012. E as vitórias, tanto na vida pessoal como no esporte, são uma marca na vida do atleta presbiteriano. No Mundial de Natação, em 2013 (Montreal – Canadá), ele ganhou 6 medalhas de ouro e 2 de prata. Na Escócia, em 2015 (Glasgow – Escócia), trouxe para o Brasil 7 medalhas de ouro e 1 de prata. Ainda em 2015, em Toronto, na Parapan (Canadá) conquistou 8 medalhas de ouro. Dentre os patrocinadores de Daniel Dias, está o Instituto Presbiteriano Mackenzie. “Eu sou grato a Deus por ter colocado o Mackenzie na minha vida. Além de ser uma institui-

ção confessional, cristã e com tanta tradição, eu me sinto acolhido como irmão na fé. Tenho um relacionamento amigável com a diretoria, pois oram por mim, me acompanham e me abençoam”, conta Daniel. O medalhista utiliza-se do esporte para propagar o evangelho e ser testemunha fiel de Cristo. Esse objetivo o fez ingressar no Gideões Internacionais no Brasil que, para ele, alia o desejo de evangelizar, com a possibilidade de efetivamente deixar a Palavra de Deus por onde estiver. “Eu sempre gostei muito do que os Gideões fazem, na distribuição de Novo Testamento, e meu pai já fazia parte. Entendi o ministério, me identifiquei e, hoje, nos hotéis por onde passo, dentro e fora do Brasil, deixo um exemplar do Novo Testamento e oro a Deus, pedindo que fale por meio de sua Palavra”, conta. Em uma mensagem aos leitores do jornal Brasil Presbiteriano, Daniel Dias diz que é fundamental depender de Deus. “Ter deficiência, ou não ter, não define quem somos. O principal é sabermos quem somos diante de Deus, pois ele não olha nosso exterior, mas o nosso coração. Creia em Jesus Cristo, aceite-o como único salvador, pois somente com ele podemos viver diferente e fazer a diferença. Com Jesus é possível ser sempre feliz”, conclui.

Gideões Internacionais no Brasil Gideão estava disposto a fazer sempre a vontade de Deus, independente do seu próprio ponto de vista e de julgamento quanto a planos e resultados. Humildade, fé e obediência eram os traços de seu caráter (Jz 6).

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m 1899, John H. Nicholson, Samuel E. Hill e Will J. Knights decidiram criar uma Associação e convidar representantes e viajantes comerciais, cristãos, com o objetivo de desenvolver confraternização, evangelização pessoal, e para se unirem no serviço do Senhor. Pensaram muito sobre qual deveria ser o nome da Associação e, depois de orações fervorosas rogando a Deus que os ajudasse na escolha do nome certo, Knights disse: “Vamos nos chamar de Gideões”. Leu os capítulos sexto e sétimo de Juízes e explicou a razão da escolha desse nome. No dia 18 de outubro, a associação completou 60 anos da primeira distribuição relatada no Brasil em 18/10/1956, ocorrida na Assembleia Legislativa de MG. “Os Gideões Internacionais” é uma Associação Interdenominacional de Homens de Negócio e Profissionais cristãos e suas esposas, membros, em plena comunhão, de igrejas protestante-evangélicas. O propósito da Associação é a propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas, a fim de que conheçam o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, por meio do testemunho pessoal e da distribuição da Palavra de Deus. A maioria dos Gideões vive e atua nas próprias comunidades locais, o que torna o ministério bastante eficiente e eficaz porque conhecem a língua e os costumes locais, conhecem onde estão localizados os hotéis, prisões, hospitais e outros locais para a distribuição das Escrituras, e porque muitas vezes pode-se estabelecer grupos locais de Gideões em países

Primeiro campo dos Gideões - MG

que não permitem a entrada de missionários convencionais. O atual Presidente dos Gideões Internacionais no Brasil é o presbítero Maurício Mesenes, ex-presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie e atualmente membro do Conselho Deliberativo do Mackenzie. Saiba mais sobre os Gideões, acesse: www.gideoes.org.br .

Presb. Maurício Meneses


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MEMÓRIA PRESBITERIANA

Imprensa Evangélica – 152 anos Em novembro de 1864 o jornal Imprensa Evangélica iniciou um marco importante no protestantismo brasileiro, com o claro objetivo de evangelizar e evidenciar a glória de Deus

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o dia 05 de novembro de 1864, teve início na cidade do Rio de Janeiro a circulação de Imprensa Evangélica, o primeiro jornal religioso do Brasil. O jornal foi publicado quinzenalmente durante 28 anos, de 1864 a 1892, dirigido por missionários da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, juntamente com os primeiros presbiterianos brasileiros. Ashbel Green Simonton (1833-1867), primeiro missionário presbiteriano no

Brasil, observava o que se publicava nos jornais brasileiros e a reação das pessoas a isso. Decidiu então fundar um jornal para ampliar a propaganda do evangelho, tendo o primeiro número saído em 05 de novembro de 1864. Antes, porém, em 26 de outubro de 1864, Simonton registra em seu diário o clima dos preparativos para a primeira edição: “Ontem de manhã Santos Neves e Quintana vieram até nossa casa receber os ori-

ginais do primeiro número da Imprensa Evangélica, o jornal semanal que resolvemos publicar. Sinto mais a responsabilidade deste passo que de qualquer outra coisa que antes intentei. Primeiro nos ajoelhamos em oração e entregamos a Imprensa e nós mesmos à direção divina. O caminho parece aberto e só nos resta avançar com decisão” (SIMONTON, Ashbel G. Diário, 1852-1867. Tradução de D. R. de Moraes Barros. São Paulo: Editora Cultura Cristã).

No meio do chão de ideias religiosas, que dividem atualmente os homens, inútil fora descobrir-lhes as fontes de onde borbulha o mal, se para cura-lo lhes não aplicássemos meios. A propagação do Evangelho, pela vivificação da devoção doméstica, pelo órgão de uma folha, particularmente a isso consagrada, eis da nossa parte a aplicação dos meios. Se de nossos esforços não conseguirmos vingar senão o mínimo do nosso desígnio, ainda assim nos lisonjearemos jubilosos, por havermos cumprido com o nosso dever. Tal é a única missão da Imprensa Evangélica. Sairá semanalmente um número de 8 páginas que, além dos artigos de fundo, conterá um noticiário universal de interesse puramente evangélico. Com o progresso de nossa Igreja, iremos dando á nossa folha o desenvolvimento quo lhe convém. Por publicações variadas, que, sem se afastarem de seu principal objeto, lhe procurarão o atrativo da novidade nas formas. Este trabalho, não tendo em vistas senão os interesses exclusivamente religiosos da sociedade em geral, como em particular do indivíduo, estranho a toda e qualquer ingerência em política, a todos é consagrado; porém com muita particularidade o dedicamos àqueles para quem a religião de Jesus Cristo ainda não se tornou coisa indiferente, e, no meio da perversão universal de seus princípios divinos, não trairão ainda o dom mais precioso de Deus —a liberdade de consciência perante o Evangelho. (Jornal Imprensa Evangélica, Rio de Janeiro. 05 de novembro de 1864 – 1ª edição)


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INSTITUTO PRESBITERIANO

Dia do Mackenzista A

s festividades em comemoração aos 146 anos do Mackenzie acontecem até novembro, mas o dia 18 de outubro, dia municipal do Mackenzista na cidade de São Paulo, foi marcado por celebrações que envolve-

O chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), reverendo Davi Charles Gomes, pregou com base no capítulo 4 do livro do profeta Miqueias. Sobre os 146 anos da Instituição o reverendo fez uma metáfora sobre o

de esperança, de compromisso, será válida. Nosso grande desafio é em nossas vidas nos tornarmos pessoas que refletem a Cristo. Isso é muito difícil. Continuaremos acreditando que Deus faz esse trabalho”, disse.

tos nas mãos dele e cremos que, as maravilhas feitas no passado, estão sendo feitas hoje e temos certeza de que continuarão sendo realizadas, porque temos um histórico compromisso com a educação”, afirmou. Por fim, o reverendo Ro-

à tarde, no campus Higienópolis e agora no ponto alto desse dia 18, aqui no Ruy Barbosa. Tivemos um grande número de pessoas, não tínhamos a expectativa de um número tão grande e, graças a Deus, responderam ao convite

ram alunos, professores e colaboradores. Um culto de ação de graças foi realizado no auditório Ruy Barbosa, do campus Higienópolis (SP). A liturgia foi conduzida pelo capelão institucional, Rev. Carlos Alberto Henrique e contou com a participação do Coral Infantil Mackenzie, com alunos do colégio de São Paulo, e de um grande coral composto pelos corais do Mackenzie, da Capela e da Igreja Presbiteriana Unida, além de um quarteto de metais.

retrovisor, que aponta a história e a necessidade de sermos gratos, e o para-brisas, que precisa ser transparente e nos mostra à frente, para que o condutor vislumbre o futuro. “O futuro são os novos modos de Deus usar o Mackenzie para abençoar o Brasil, os alunos, a comunidade. Essa deve ser a esperança motivadora, o que nos move à frente. Não é lucro. E se for só sentimentalismo, não dura e não funciona nos tempos difíceis. Mas, se for uma motivação

Para o reitor da UPM, doutor Benedito Guimarães Aguiar Neto, a comemoração dos 146 anos é motivo de grande alegria para toda a comunidade mackenzista. “Quando olhamos para o passado e vemos uma trajetória bem sucedida, nós só temos de agradecer a Deus porque certamente foi ele que esteve à frente dessa instituição bastante abençoada. Tanto aqueles que passaram, quanto nós que estamos à frente da instituição, somos apenas instrumen-

binson Grangeiro Monteiro, membro do Conselho Deliberativo do IPM, orou pedindo a Deus sabedoria na condução dos próximos anos da Instituição e encerrou o culto com uma benção final. O presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, José Inácio Ramos, lembrou que as comemorações dos 146 anos do Mackenzie apenas começaram. “Hoje tivemos uma belíssima programação ao longo do dia, tanto no Colégio Tamboré, como

e foi um culto realmente abençoado. É uma infinidade de cultos, principal evento de agradecimento a Deus pelos 146 anos do Mackenzie. São atividades culturais, esportivas, mas principalmente de cunho religioso, com asn quais vamos agradecer a Deus. Isto é Mackenzie, faz toda a diferença – continuar contribuindo e fazer com que o mackenzista se identifique com nossos princípios. Fonte: Assessoria Mackenzie


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Projeto FUSA Federação de Mocidade de Santo André realiza programação com música, unidade e evangelização entre as mocidades locais

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o dia 08 de outubro, a Federação de Mocidades de Santo André (FUSA) realizou a segunda edição do evento PROJETO FUSA, que foi criado com o objetivo de estimular jovens e adolescentes a cantar ou tocar algum instrumento e desenvolver música dentro das igrejas, em todas as áreas. “Tocamos muitas músicas dentro de nossas igrejas, e essas músicas quase nunca são criadas por presbiterianos, e por que não desenvolvemos nossas próprias canções? ”, argumenta Thiago Romero, presidente da federação. Outro objetivo é evangelizar jovens e adolescentes da região, ou amigos desses jovens cristãos. A música é uma ferramenta muito usada para atrair público jovem, e utilizar-se disso na evangelização tem dado certo com a juventude do FUSA. Neste ano a federação tem trabalhado com o tema “unidade da fé”, baseado em Efésios 4, abordando a importância da união e do fortalecimento como corpo de Cristo. Baseados nesses princípios, a liderança convidou o cantor e composi-

tor cristão Thiago Grulha, para participar do Projeto. O último trabalho de Grulha, com o título “Somos Iguais”, retrata a ideia e a importância da união. Ele falou sobre seu ministério como músico cristão, abrindo espaço para participação dos jovens presentes. O culto de gratidão teve início às 18h, reunindo todas as UMPs da Federação de Santo André, com a participação das bandas de louvor das mocidades locais, e cada UMP ficou responsável por um momento do culto. “Em vez de lermos os textos bíblicos referentes a adoração, contrição e comunhão, nós cantamos os textos, e depois o Rev. César Rocha Lima (1ªIPSA), que foi o primeiro presidente da FUSA em 1997, nos abençoou com uma palavra acerca da vida de Davi, que falou sobre música e unidade”, relata Thiago. O projeto FUSA contou com cerca de 250 pessoas que participaram da programação, entre eles, presbiterianos, batistas, assembleianos e até não cristãos, alcançando mais um objetivo na evangelização.

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LIDERANÇA

Diaconia: missão e compromisso Eliezer Gomes

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o dia 22 de outubro, nas dependências da IP do Catolé, na cidade de Campina Grande (PB), a Secretaria de Educação Religiosa da Confederação Nacional de Homens Presbiterianos (CNHP), realizou mais um seminário de formação (projeto Capacitação) e de Apoio às Juntas Diaconais do Presbitério Sul da Paraíba. O seminário, que aborda aspectos importantes do trabalho diaconal, tais como: a instituição dos diáconos, a missão diaconal, a responsabilidade social da

Igreja (uma visão calvinista da diaconia), análise do manual diaconal presbiteriano, aspectos práticos, formação do caráter diaconal, perguntas e respostas, dentre outros tópicos, foi ministrado pelo diácono Eliézer Gomes – Secretário de Educação Religiosa da CNHP e contou com a participação de diáconos irmãos da igreja local e de outras congregações. O evento cujo o tema é “Diaconia: missão e compromissos”, foi levado a efeito por uma iniciativa do Conselho da IP do Catolé como parte da preocupação com a formação,

reciclagem e crescimento de sua liderança. O Rev. Flauber Ribeiro, pastor efetivo da IP do Catolé, esteve à frente de todo o processo, desde a concepção até a realização, oportunidade em que ministrou o exercício devocional e participou durante todo o seminário. Para mais informações sobre essas e outras atividades da CNHP, acesse www.uph.org.br.

Eliezer Gomes é diácono, secretário de Educação Religiosa da CNHP e secretário Presbiterial de Apoio às Juntas Diaconais do Presbitério Sul da Paraíba.

Rev. Flauber, pastor efetivo da IP do Catolé

MEDITAÇÕES

Avivamento Presbiteriano “Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos” (Hb 3.2). Frans Leonard Schalkwijk

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omo almejamos por um avivamento! Infelizmente, somos como gatos escaldados pelos problemas ocorridos com avivamentos no passado e quase nem temos coragem de orar assim junto com esse profeta. Continuo a orar por um reavivamento bíblico mesmo depois do episódio mais triste no meu ministé-

rio, que foi a separação nas igrejas presbiterianas no Oeste do Paraná nos anos 60. Na América do Norte colonial, durante as primeiras décadas do século 18, havia muita frieza nas igrejas. Mas, por volta de 1730, líderes de várias denominações desejavam uma vida diferente. Rev. Teodoro, pastor de uma igreja reformada holandesa,

começou a pregar mensagens que apelavam por uma vida cristã real, resultando numa renovação da aliança. Na mesma região, perto de Filadélfia, vivia um pastor presbiteriano idoso chamado William Tennent, que tinha na sua casa uma pequena escola de treinamento pastoral. Durante anos, ele e sua esposa oravam pela “santificação dos filhos de Levi”. Na ocasião de uma visita, o grande pregador George Whitefield os comparou a Zacarias e Isabel (Lc 1.5). Pastor Gilber-

to, um dos filhos do casal, foi instrumental em trazer o avivamento para dentro do presbiterianismo nessas colônias escocesas-irlandesas. Infelizmente, ocorreu uma cisão entre o “lado velho” e o “lado novo”, principalmente por causa da intransigência dos tradicionalistas e da radicalização dos avivados. Entretanto, graças a Deus, depois de dezessete anos, as duas alas se uniram novamente. Basicamente porque os representantes do “lado velho” reconheceram que careciam

do sopro revigorante do Espírito Santo. Por outro lado, os avivados admitiram que precisavam da unção do Alto nos seus lábios, e o próprio pastor Gilberto pediu perdão pelas palavras ásperas na condenação da frieza tradicionalista. De fato, quebrantamento é uma das características principais de um verdadeiro reavivamento. Oh Senhor, aviva a Tua obra! Extraído de Meditações de um Peregrino, de Frans Leonard Schalkwijk, Cultura Cristã, 2014.


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NOTA DE FALECIMENTO

Rev. Elben César A igreja evangélica brasileira entristeceu-se com o passamento do Rev. Élben Magalhães Lenz César (1930-2016). Líderes, crentes de diferentes estados e várias instituições do Brasil e do exterior manifestaram seu pesar e solidariedade à família do saudoso “Reve”. Pastor presbiteriano, ele plantou no início dos anos 60 a IP de Viçosa, MG, com um grupo de alunos crentes da escola local de agricultura. Foi em seguida missionário em Porto Alegre, trabalhou em Barbacena e em Campinas – quando foi convidado pelo Rev. Boanerges Ribeiro a produzir uma editoria rural do Brasil Presbiteriano – antes de retornar a Viçosa no início dos anos 70, onde permaneceu até ser transferido para o lar celestial. Criativo e empreendedor, fundou a revista Ultimato e inspirou a criação da entidade de ação social Rebusca e o Centro Evangélico de Missões. Escrevi “inspirou” porque, líder com inesgotável capacidade de motivar pessoas, mediante o estudo da Escritura, ele levava os crentes a agir. A partir da plantação da igreja em Viçosa com a participação de estudantes crentes, e devido ao crescimento do campus e transformação da escola estadual em Universidade Federal, o Reve desenvolveu um extraordinário ministério estudantil, que marcou a igreja, a cidade e inúmeros jovens ao longo dos anos, crentes de diversas denominações evangélicas que estão hoje espalhados pelo Brasil e lideram suas comunidades com a orientação recebida na IP de Viçosa. Piedoso e humilde, Elben jamais se impôs pela força, mas sua liderança permaneceu inconteste até seu passamento. Desde o início de seu ministério, seu lema foram as palavras registradas em Zacarias 4.6: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos”. O Reve partiu para o descanso eterno dos santos dia 06 de outubro de 2016, no Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte, MG, vítima de uma parada cardíaca, resultado das complicações clínicas enfrentadas após uma queda em sua casa. Deixa a viúva Djanira César, cinco filhas,

dez netos e quatro bisnetos; além de milhares de filhos na fé e discípulos espalhados pelo Brasil e no mundo.

Wilson do Amaral Partiu para encontrar-se com o Senhor, segundo as promessas bíblicas, o Presb. Wilson do Amaral (97), em 1º de setembro último, na cidade de São Caetano do Sul. O Presb. Wilson, nascido em Porangaba, SP, em 08 de outubro de 1918, deixou viúva D. Elvira Longatti do Amaral (92), depois de um casamento de quase 72 anos, tendo gerado três filhos: Loide, Wilson Filho e Gerson. Foi agraciado por Deus com nove netos e nove bisnetos. Durante sua jornada de vida, o Senhor lhe deu várias oportunidades e talentos para servi-lo, como: a) presbítero; b) professor da Escola Dominical; c) regente por mais de trinta anos respectivamente dos corais das Igrejas Presbiterianas Filadélfia e de São Caetano do Sul, ambas daquele município; d) professor da Escola Dominical e regente do Coral da IP de Araras, SP; e) poeta e autor da letra do hino oficial da IPB para comemoração do sesquicentenário da Igreja Presbiteriana do Brasil; f) compositor de hinos e cânticos; g) organista. Sempre zeloso da fé reformada e determinado, o Presb. Wilson confessou a Cristo Jesus como seu Senhor e Salvador até o final de sua existência terrena. Nossa gratidão a Deus por sua vida e pela bendita esperança de vida eterna. Ao Senhor seja toda a glória! Rev. Wilson do Amaral Filho

Tomoo Asai 1934 – 2016 “Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos” (Sl 116.15). Com pesar e saudades a IP do Parque das Nações, Santo André, informa o falecimento do amado irmão Presbítero Tomoo Asai no dia 04.10.2016. Cristão fiel e dedicado à obra, prestou serviço como tesoureiro da IP de Santo André, também do Presbitério, da Junta de Missões Estrangeiras, e encerrou sua carreira com

uma dedicação evangelística na Congregação Presbiteriana Juta da IP do Parque das Nações, sempre ensinando e exortando à igreja a ter fidelidade com os dízimos, dando exemplo e atuando como tesoureiro até seu último dia de vida. Deixa viúva Yara Barone Asai, filhos, netos, muitos filhos espirituais e alguns que se tornaram pastores. Sempre atribuindo toda Honra e Gloria à Deus. Presbítero José Roberto da Silva

A volta ao lar O Rev. Abimael Pereira da Silva, de quase 71 anos de idade, foi levado pelo Senhor nos primeiros minutos do dia 25 de outubro deste ano. De tradicional família presbiteriana, Abimael foi dedicado a Deus já aos 2 anos de idade, quando sua mãe, Júlia, clamou por sua saúde, pois uma doença incapacitante o acometera e, pelos recursos médicos da época, a morte era iminente. Ligado às questões da Igreja de Cristo desde tenra idade, foi pastor presbiteriano nos Estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso, onde sempre granjeou respeito e admiração. Estava ligado por laços eclesiásticos à IP do Jardim Monza, em Colombo (PR). Ávido por conhecimento, tinha uma biblioteca de exemplares invejáveis. Formado em Teologia pelo tradicional Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas (SP), cursou também Letras, tendo sido Professor secundarista em Castro (PR) e, nos últimos anos, também era docente na Faculdade Presbiteriana FATESUL, de Curitiba (PR). Dedicado a afazeres de benemerência social, ele e sua esposa, dona Maria de Lourdes, mantinham o projeto MEIRE (Missão Evangélica Itinerante Resgate), que visa amparar os pobres com vestimentas, alimentos e a Palavra de Deus. Daniel Pereira


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FORÇAS DE INTEGRAÇÃO

Encontro Regional – UMP Centro Oeste

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Encontro Regional de Mocidades Centro-Oeste – ERMCO é um evento da Mocidade Presbiteriana, realizado a cada dois anos, e tem como objetivo reunir os jovens presbiterianos da Região Centro-Oeste para juntos desfrutarem de momentos de lazer, comunhão e edificação, por meio de atividades recreativas, cultos e palestras, para glorificar a Deus. O ERMCO 2017 será realizado nos dias 28 a 30 de abril e 1º de maio de 2017 na cidade de Brasília (DF). Os participantes ficarão hospedados nas dependências do Colégio Presbiteriano Mackenzie de Brasília. Neste ERMCO haverá

um dia especial para comemoração do Dia do Jovem Presbiteriano, e 81 anos da Mocidade Presbiteriana. O tema proposto para o ERMCO 2017 é “Integridade em Cristo – uma expressão da nossa fé, que direciona o nosso crer e viver”. As inscrições serão realizadas pelo site da Mocidade Presbiteriana (www. ump.org.br/eventos) no período de 01 de outubro de 2016 a 02 de abril de 2017, ou até as vagas serem preenchidas. Os prazos de inscrição não serão prorrogados. A participação é permitida a partir de 16 anos, mas o menor deverá ter autorização do responsável legal, e acompanhado por

um maior, durante todo o evento. O investimento é de R$140,00 por pessoa, e o pagamento poderá ser realizado via PagSeguro ou à vista, com depósito/trans-

ferência bancária na conta da Mocidade Presbiteriana. O inscrito deverá encaminhar o comprovante de pagamento para o e-mail erumpco@gmail.com, para que assim seja efetivada a

As inscrições serão disponibilizadas em lotes com os seguintes valores: 1º Lote: Até a data 30/11/2016 – R$ 140,00 2º Lote: 01/12/2017 - 31/01/2017 - R$ 150,00 3º Lote: 01/02/2017 - 28/02/2017 - R$ 160,00 4º Lote: 01/03/2017 - 31/03/2017 - R$ 170,00 Crianças: Até 07 anos: insenta/ De 08 a 10 anos: 50% no valor da inscrição

sua inscrição. Os participantes deverão trazer roupas de cama/ banho e itens de higiene pessoal. O translado dos participantes que não residem no Distrito Federal e Cidades do Entorno, será realizado pela Comissão Organizadora Local – COL. O translado será realizado apenas do Aeroporto Internacional de Brasília e da Rodoviária Interestadual de Brasília para o local do Evento. Inscrições e mais informações no site www.ump. org.br/eventos.

Projeto Missionário de Férias 2017

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e 06 a 13 de janeiro de 2017, a UMP – União de Mocidade Presbiteriana – realizará mais um Projeto Missionário de Férias – PMF. O PMF2017 será realizado na região nordeste, na cidade de Delmiro Gouveia, AL, onde existe uma congregação presbiteriana. As passagens devem ser compradas para Maceió, onde toda a equipe será reunida, e posteriormente partirá para a cidade Delmiro Gouveia.

“O projeto iniciará no dia 06/01/2017 e finalizará no dia 13/01/2017. Dessa forma, cada um deve a comprar passagem de IDA para chegar em Maceió no dia 06 qualquer horário e comprar passagem de VOLTA para o dia 14 qualquer horário, porque o dia 13 será de retorno à capital”, explicam os organizadores. O valor de investimento do PMF2017 será de R$ 550,00 que cobrirá os gastos com alimentação e transporte entre os dias 6

e 13 de janeiro. O valor de inscrição não inclui as passagens dos participantes de sua cidade natal à Maceió. Os objetivos na cidade escolhida são: trabalho infantil, doações alimento e roupa, projetos evangelísticos, atendimento na área da saúde, visitas às casas, palestras educativas, entre outros. Outras ideias de trabalhos, que possam ser integrados à essa viagem, podem ser enviadas à secretaria de evangelismo e

missões da UMP no e-mail missoes@ump.org.br. As inscrições estão aber-

tas no site da UMP (www. ump.org.br) e as vagas são limitadas (apenas 40).


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O CONSULTÓRIO BÍBLICO REVISITADO

As duas notáveis árvores do Éden Editoria assinada primeiramente pelo Rev. Galdino Moreira (1889-1982) e em seu último formato redigida desde 1977 pelo Rev. Odayr Olivetti até seu falecimento (1928-2013) Odayr Olivetti

Pergunta – “Que significam a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9)?” Resposta: 1. A árvore do conhecimento do bem e do mal exerceu a função de provar o homem em seu estado de santidade. Falhando na prova, o homem colheu os frutos do pecado: morte física e espiritual, sofrimentos, inimizades, insatisfação – conseqüências que serão eternas para os não-regenerados. Cumprida a sua tarefa, essa árvore, que é mencionada nos capítulos 2 e 3 de Gênesis, não reaparece na Bíblia. A Bíblia faz, porém, freqüentes referências às conseqüências do “saber” conquistado pelo homem por meio da sua desobediência. Ver, por exemplo, Is

44.25 e 1Co 8.1. 2. A árvore da vida aparece em três diferentes escritos bíblicos: Gênesis, Provérbios e Apocalipse. a. Em Gênesis (2.9; 3.22) a árvore da vida é símbolo e meio de comunhão com Deus e do fato de que o homem depende de Deus. Alimentar-se o homem da árvore da vida, depois de ele ter caído em pecado, seria preservar perpetuamente as condições infelizes e insatisfatórias da existência terrenal. b. Em Provérbios (3.18,22; 10.11; 11.30; 13.12; 15.4) a “árvore da vida” é uma figura poética para expressar alguma fonte de bênção. c. Em Apocalipse (2.7; 22.4) ela representa as realidades maravilhosas que caracterizam a vida além desta

para os remidos. O capítulo 22 de Apocalipse lembra Ez 47.12. 3. As duas árvores do Éden são reais ou não? É notável que, em geral, os estudiosos da Bíblia não tomam muito tempo com essa questão. Simplesmente se

referem às árvores fazendo aplicações sem opinarem se foram reais ou não. Há três principais maneiras de entender essas duas árvores: 1ª – São mitos, sem base histórica ou fatual.

Novo templo em Guiné Bissau Os dias 22 e 23 de outubro ficou marcado na história como dias de muita alegria, gratidão e festa espiritual em Guiné Bissau. Os missionários Rev. Antônio Xavier (Toni) e Nete, agradecem a parceria de igrejas, irmãos e amigos, no ministério de semear as Boas Novas do Evangelho, plantar igrejas e tradução das Escrituras. Além da inauguração do novo templo, foi celebrado o batismo de 17 irmãos que professaram sua fé no Senhor Jesus Cris-

to. “Este fim de semana foi muito especial: celebramos ao Senhor pelo novo templo da Igreja Presbiteriana de Pirada, e no domingo a festa foi abrilhantada com a profissão de fé e batismos de 17 jovens e adultos, além de 4 crianças. Uma benção! Glória Deus! Louvamos a Deus pela vida dos nossos parceiros” compartilhou o missionário Toni. Fonte: Central de Notícias - APMT

Essa é a posição modernista. O modernismo teológico produziu distorções em vários campos e a questão dessas duas árvores não escapou disso. Evidentemente, o cristão consciente e apegado à Bíblia como a Palavra de Deus, rejeita esse modo de ver, que gerou diversas interpretações fantasiosas. 2ª – Há crentes que aceitam o relato das duas árvores como uma narrativa figurada, não literal. 3ª – As árvores existiram de fato. A principal objeção a essa interpretação literal é que ela exigiria a aceitação de que há enorme diferença entre as condições posteriores à queda original. Diferença entre as árvores, frutas, homens e animais; e entre as relações de Deus com

os homens, antes e depois da Queda. A verdade é que houve realmente profundas e catastróficas alterações no mundo natural e no mundo moral-espiritual em consequência da Queda. Desse modo, não é de causar espanto a afirmação de que se processaram diferenças. Acaso este mundo é como o Jardim do Éden? Porventura o homem atual é como aquele a quem Deus confiou o trato do jardim? 4ª – Não permitamos, porém, que o apego a formas de interpretação de coisas seja usado por Satanás para manter o pecador escravizado ao jugo e às consequências eternas do pecado. Atentemos para a glória do Criador, para a tragédia do pecado humano e para a indescritível bênção da redenção pela fé em Jesus Cristo, “o pão da vida” (Jo 6.48).


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IGREJA EM AÇÃO

IP Areias – 123 anos Arnaldo Matias

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m outubro a IP de Areias, em Recife (PE), completou 123 anos de alegria e gratidão a Deus por todos os seus benefícios ao longo dos anos. Desde a sua organização, 32 pastores passaram pela IP Areias, pregando as boas novas do evangelho. A igreja tem cerca de 300 membros. No livro Das Terras do Jiquiá às Areias de Tejipió, escrito pelo Presb. Araquém Melo e Silva, a história da IP Areias é contada de forma detalhada, como no trecho destacado. “Era uma vez ... E a história mais uma vez se repete. Como foi com Abrahão, foi com Simonton e foi com

John Rockwell Smith. (...) Obediente ao chamado, o jovem missionário norte-americano John Rockwell Smith, cinco anos após sua chegada ao Recife, precisamente no dia 11 de agosto de 1878, planta a IP de Pernambuco na Rua do Imperador, n° 71, bairro de Santo Antônio, posteriormente denominada IP do Recife. Compelido pela sua vocação missionária, o Dr. Smith, em pouco tempo, elaborou um Plano de Expansão a ser implementado com a abertura de pontos de pregação na Travessa do Príncipe, na Rua Imperial e em Areias, nas Terras do Jiquiá, esse último logo transformado em Congregação.”

Jesus disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. A igreja nasce com propósitos. No dia 15 de janeiro de 1873 desembarcou no Recife, após 33 dias de viagem, o missionário John Rockwell Smith, vindo dos Estados Unidos. Com apenas 27 anos, tinha um único propósito: pregar o evangelho. Nascido em Lexington, Kentucky, EUA, em 1846, aos 25 anos concluiu seu curso pelo Union Theological Seminary, em Richmond, Virginia. Um calvinista da igreja sulista dos Estados Unidos (PCUS). Não tendo deixado de anunciar a Palavra do Senhor por onde andou,

não foi diferente no Recife, quando residiu na Rua Imperial, 31, no lº andar. Proclamar as boas novas era trabalho mais árduo que nos dias de hoje. Rockwell foi rejeitado e escarnecido. Para fazerem isso precisaram ouvi-lo e isso fez a diferença. Mesmo sem pleno domínio da língua portuguesa anunciava que Jesus era o salvador. Ensinava inglês, vendia livros e bíblias e também distribuía. Gradativamente foi dominando melhor a nossa língua. No dia 11 de agosto de 1878, naquela assembleia de organização da 1ª Igreja no Recife, planejaram o início de três pontos de

pregação, um na Travessa do Príncipe, outro na Rua Imperial e outro em Areias. E no dia 15 de outubro de 1893, organizava a segunda igreja em Recife (IP de Areias). O evangelho que foi anunciado ali continua o mesmo, mostrando que há salvação só em Jesus. Ele salva das consequências do pecado, concede a verdadeira liberdade e transforma o homem em filho de Deus, para que, sendo habitado pelo Espírito Santo, adore, proclame, sirva e aguarde a volta do Senhor Jesus. O Rev. Arnaldo Matias Cavalcante Filho é pastor da IP Areias desde 2011. É presidente do presbitério Centro de Pernambuco e do Sínodo Central de Pernambuco.

PROJETO SARA

O insondável amor de Deus “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is 55.6).

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eus faz uma aliança perpétua conosco, em Cristo, que se manifesta a cada dia em nossa vida em suas fiéis misericórdias e infinita bondade. Entretanto, insistimos em viver conforme nossos próprios pensamentos, valores e estilos de vida, que vão satisfazendo nossas necessidades do aqui e agora.

Deus já resolveu o nosso grande problema: onde estaremos na eternidade. Ele nos salvou da condenação do pecado (Rm 8), do domínio do pecado (Rm 6) e nos santificou (2Pe 1.10, Hb 12.14-17). Deus requer de nós uma vida de paz e alegria (v. 12), pois mesmo em meio às tempestades, estamos sendo guiados, am-

parados, fortalecidos e moldados pelo Deus do Universo, nosso Pai Celestial. A nossa perspectiva de vida é eterna. Nossos caminhos são mais altos que os céus, vislumbrados pelo próprio Deus (v.8-9). Então, resta-nos firmar nossos olhos no Autor e Consumador da nossa fé e viver de fato para a glória de Deus.

Assim como temos horário pré-estabelecido para trabalho, alimento e sono, entre outras atividades e compromissos inadiáveis, vamos reservar um tempo a sós com nosso Deus. Ore mais por sua família, seus filhos e esposo. Ore por sua igreja, por seu pastor, pela esposa do pastor, pelo Conselho, diáconos, lide-

rança, Escola Dominical. Ore pelos missionários e não os abandone. Coloque-se diante de Deus sem cessar. Volte-se para ele que é rico em perdoar e abençoar. O insondável amor de Cristo Jesus, guardará nossas mentes e corações para que, de fato, andemos em novidade de vida, reconhecendo em tudo o amor de Deus.


Brasil Presbiteriano

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Boa Leitura Os últimos dias segundo Jesus (RC Sproul)

Muita ficção tem sido escrita sobre o final dos tempos. Por isso é bem-vinda a orientação bíblica desse livro de RC Sproul aos crentes em geral. Os últimos dias segundo Jesus formula, entre outras, as perguntas: Quem é o anticristo? Quando será a ressurreição? Quando será o milênio? As respostas bíblicas apresentadas poderão surpreendê-lo. O estilo de Sproul é direto, convincente e claro. Sua cuidadosa exegese invalida o ataque dos céticos à credibilidade de Jesus e questiona as conclusões de muitos contemporâneos evangélicos equivocados sobre profecias. O Ser de Deus e suas Obras – A Providência e sua realização histórica (Heber Carlos de Campos)

O enfoque desse livro é explicitamente reformado. O autor demonstra como o tema da providência é parte importante e necessária do sistema teológico conhecido como calvinismo, com sua ênfase

primordial sobre a majestosa realidade da soberania divina. Ao mesmo tempo, a argumentação é intensamente bíblica, pois é na Escritura, vista em seu conjunto e em sua coerência interna, que os reformados encontram os fundamentos das suas convicções doutrinárias. Quando comecei a trabalhar no capítulo sobre a providência, percebi que não poderia simplesmente escrever aquilo que anteriormente planejara. O assunto se me tornou apaixonante e eu descobri quão ampla é a doutrina da obra providencial de Deus da forma como a Escritura a apresenta. A Palavra de Deus é recheada das ações providenciais de Deus e acabei mergulhando no assunto e me deliciando com ele (da Apresentação pelo autor).

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Entretenimento e reflexão O Brasil Presbiteriano não necessariamente endossa as mensagens dos filmes aqui apresentados, mas os sugere para discussão e avaliação à luz da Escritura.

As boas novas que [quase] esquecemos

O vendedor de sonhos (2016)

(Kevin DeYoung) A igreja tem de aprender coisas novas e reaprender o que já esqueceu. Sua principal tarefa hoje não é se reinventar ou ser relevante, mas lembrar a fé que uma vez por todas foi entregue aos santos, verdades que produzem reforma, reavivamento e regeneração. Todos somos teólogos, gostemos ou não, mas há muita teologia bem ruim por aí. Há a teologia que nega a inspiração divina e a consequente autoridade das Escrituras. Há a teologia que nega ou minimiza a morte substitutiva de Cristo pelos nossos pecados. Há a teologia que menospreza a importância ou a relevância da igreja local. Há muita teologia ruim entre nós hoje porque os cristãos não estão recebendo a teologia da Bíblia. É aí que As boas-novas que (quase) esquecemos, de Kevin DeYoung, pode nos ajudar. Esse livro é baseado diretamente na Bíblia, seguindo o plano do Catecismo de Heidelberg. Seu estudo pode nos tornar teólogos fundamentados da Escritura.

Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963

Adaptação do best-seller hoEste filme é uma adaptação do best-seller homônimo do psicoterapeuta e escritor de auto-ajuda Augusto Cury. Na trama, Júlio César, um psicólogo decepcionado com a vida profissional, emocional e social, tenta o suicídio, mas é impedido de cometer o ato final por intermédio de um mendigo conhecido com o “Mestre”. Depois disso, uma amizade improvável e peculiar surge entre os dois e, logo, a dupla passa a tentar salvar pessoas, ao apresentar um novo caminho para se viver. Esse filme poderá ser boa oportunidade de boas discussões entre grupos, para uma crítica cristã das propostas da auto-ajuda.

Doutor Estranho (2016)

O pastor (2008)

Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) é bem-sucedido como neurocirurgião, mas sua vida muda quando sofre um acidente e fica com as mãos debilitadas. Em busca de cura e esperança, ele parte para um lugar inesperado, chamado Kamar-Taj. Ele logo descobre que o local não é apenas um centro medicinal, mas também a linha de frente contra a batalha de forças malignas que desejam destruir nossa realidade. Ele adquire poderes mágicos, mas precisa decidir se vai ou não, defender o mundo. É só ficção, gente. Para discutir esse filme a base será a Escritura e o Livro Batalha Espiritual do Rev. Augustus Nicodemos, também ajudará.

O ex-condenado Armstrong Cane (Ving Rhames) retorna ao bairro em que morava, como um homem mudado, que quer assumir a velha igreja e congregação de seu pai. A vizinhança está tomada por drogas e gangues. Os que conseguem, mudam-se para áreas mais prósperas e passam a seguir um esperto pastor (Ricardo Chavira). Mas mesmo com um perigoso chefe de gangue (Dean McDermott) ameaçando seu rebanho, Armstrong não desiste. Ele prega a palavra de Deus a quem quiser ouvir, especialmente a Norris. Eles mantêm uma ligação próxima e se esforçam para mudar, mas será que os pecados do passado voltarão para assombrá-los?

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