Revista O Cinéfilo Ed. 06

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Entrevista Ricardo Miranda

O Talento de Quentin Tarantino

Indicação Giu Jorge

Cinema e Literatura Andreson Carvalho

Distribuição Gratuita

A AMIZADE DE UM HOMEM SIMPLES COM O REI M U D O U A H I S TÓ R I A D O M U N D O PA R A S E M P R E



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ÍNDICE Novidades Indicação Cruzadinha Prateleira Entrevista Reserva Especial Andreson Carvalho Alexandre Guerreiro Cine Temático Minha Lista

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EDITORIAL Eles chegaram! Os grandes concorrentes ao Oscar deste ano podem ser conferidos junto a 6ª edição da sua revista. O Discurso do Rei e o Cisne Negro vão encantar o público mais exigente. Continuando com o propósito de levar muito a sério o cinema, trazemos até você não só os lançamentos, mas também informações relevantes sobre a sétima arte. Nesta edição, trouxemos as Indicações de Giu Jorge, roteirista, diretor e produtor. E conversamos com o Ricardo Miranda, diretor e montador. O resultado deste bate-papo você confere na seção Entrevista. Acompanhe o lançamento da seção Reserva Especial, que anuncia a chegada de grandes filmes para o nosso acervo. Neste número, Andreson Carvalho escreve sobre a união entre o Cinema e a Literatura, que resulta grandes adaptações. Nosso querido Alexandre Guerreiro traz em sua coluna o Talento de Quentin Tarantino, um dos mais famosos diretores do novo cinema independente. O Cine Temático deste mês é uma homenagem ao Dia dos Namorados, com sugestões de excelentes filmes para comemorar esta data. Curta a sua revista e tenha uma boa seção! Fabio Meirelles

EXPEDIENTE A REVISTA O CINÉFILO, distribuída gratuitamente, é uma publicação mensal da locadora O CINÉFILO, produzida pela PÉ DE LIMÃO COMUNICAÇÃO E MARKETING. O CINÉFILO Rua Herotides de Oliveira, 18. Jardim Icaraí. Niterói. (21) 3603-2202 Rua Gavião Peixoto, 355, loja 104. Icaraí. Niterói. (21) 2714-7880 www.ocinefilo.com.br O conteúdo dos anúncios veiculados e os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Colaboradores da 6ª edição: Alexandre Guerreiro, Andreson Carvalho, Elisa Fernandes, Giu Jorge e Ricardo Miranda. COORDENAÇÃO EDITORIAL Pé de Limão Comunicação e Marketing (21) 3472-2958 | www.agenciapedelimao.com.br PARA ANUNCIAR (21) 3472-2958 atendimento@agenciapedelimao.com.br


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O discurso do Rei Distribuidora: Paris filmes Gênero: Drama Origem: Reino Unido Direção: Tom Hooper Elenco: Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush, Michael Gambon.

Após a morte de seu pai, o rei George V, e à abdicação escandalosa do Rei Eduardo VIII, Bertie – gago desde os 4 anos, um sério problema para um integrante da realeza britânica que frequentemente precisa fazer discursos – de repente é coroado rei George VI da Inglaterra. Com o seu país à beira de uma guerra e precisando desesperadamente de um líder, sua esposa, Elizabeth, a futura Rainha Mãe, manda o marido se consultar com um excêntrico terapeuta da fala, Lionel Logue. Depois de um começo difícil, os dois embarcam em um tratamento pouco ortodoxo e, eventualmente, formam um vínculo inquebrável. Com o apoio de Longue, sua família, seu governo e Winston Churchill, o Rei vai superar sua gagueira e proferir o seu mais importante discurso no rádio, inspirando o seu povo e os unindo para a iminente batalha contra os alemães na Segunda Guerra Mundial. Baseado na história real do rei George VI, O Discurso do Rei segue a busca do monarca para encontrar a sua voz.

Cisne negro Distribuidora: Fox Gênero: Drama Origem: EUA Direção: Darren Aronofsky Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Winona Ryder, Vincent Cassel.

Nina é bailarina de uma companhia de balé de Nova York. Sua vida, como a de todos nessa profissão, é inteiramente consumida pela dança. O diretor artístico da companhia, Thomas Leroy, decide substituir a primeira bailarina, Beth MacIntyre, na apresentação de abertura da temporada, O Lago dos Cisnes, e Nina é sua primeira escolha. Mas surge uma concorrente: a nova bailarina, Lily, que deixa Leroy impressionado. As duas desenvolvem uma amizade conflituosa, repleta de rivalidade, e Nina começa a entrar em contato com seu lado mais sombrio, com uma inconsequência que ameaça destruí-la.


Desconhecido

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Distribuidora: Warner Gênero: Drama Origem: EUA Direção: Jaume Collet-Serra Elenco: Liam Neeson, January Jones, Diane Kruger, Aidan Quinn.

Dr. Martin Harris acorda de um coma após um acidente de carro em Berlim e descobre que sua esposa não o reconhece e que outro homem assumiu a sua identidade. Ignorado por autoridades incrédulas e caçado por assassinos misteriosos, ele se vê sozinho, cansado e sempre em fuga. Auxiliado por uma aliada improvável, Martin mergulha de cabeça em um mistério mortal que vai obrigá-lo a questionar a sua sanidade, a sua identidade e até onde ele está disposto a ir para descobrir a verdade. Mas por que alguém iria querer a sua identidade?

Zé Colmeia Distribuidora: Warner Gênero: Comédia Origem: EUA Direção: Eric Brevig Elenco: Dan Aykroyd, Guilherme Briggs, Justin Timberlake.

O parque Jellystone, casa de Zé Colmeia e Catatau, há dez anos não traz lucros. Por causa disto, o prefeito Brown tem planos para fechá-lo e vender as suas terras, de forma a incentivar a sua campanha para governador. Ao saber das intenções do prefeito, Zé Colmeia e Catatau unem forças com o guarda Smith e Rachel, uma cineasta que está rodando um documentário no parque, na tentativa de encontrar uma saída para salvar Jellystone.

Assassino a preço fixo Distribuidora: Swen Gênero: Ação Origem: EUA Direção: Simon West Elenco: Jason Statham, Ben Foster, Tony Goldwyn, Donald Sutherland.

Arthur Bishop é um assassino de elite, que possui um código restrito e um talento especial para eliminar seus alvos. Um dia ele recebe a missão de matar Harry McKenna, seu melhor amigo, acusado de ter vazado informações sigilosas que levaram cinco agentes à morte. Arthur cumpre a missão e, logo em seguida, reencontra Steve, o filho problemático de Harry. Desejando vingança, Steve recebe a ajuda de Arthur para também se tornar um assassino. Os dois logo trabalham em conjunto, sem que Steve saiba que seu tutor é na verdade o assassino de seu pai.


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127 horas Distribuidora: Fox Gênero: Aventura Origem: EUA Direção: Danny Boyle Elenco: James Franco, Lizzy Caplan, Treat Williams, Kate Burton.

Baseado na história do alpinista Aron Ralston, montanhista que, em maio de 2003, durante uma escalada nas montanhas do Estado americano de Utah, sofreu um acidente e ficou por dias com o antebraço preso sob uma rocha. Sua luta pela sobrevivência durante mais de cinco dias foi marcada por memórias e momentos de muita tensão, relatados em um livro. Aron teve de amputar seu braço com uma faca que carregava. O drama durou 127 horas.

Bravura indômita Distribuidora: Paramount Gênero: Western Origem: EUA Direção: Ethan Coen e Joel Coen Elenco: Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin.

Mattie Ross, de apenas 14 anos, teve o pai assassinado a sangue frio por Tom Shaney. Em busca de vingança, ela resolve contratar um xerife beberrão, Reuben J. Cogburn, para ir atrás do assassino. Inicialmente ele recusa a oferta, mas como precisa de dinheiro, acaba aceitando. Mattie exige ir junto com Reuben, o que não lhe agrada. Para capturar Shaney, eles precisam entrar em território indígena e encontrá-lo antes de La Boeuf, um policial do Texas que está a sua procura devido ao assassinato de outro homem.

Inverno da alma Distribuidora: Califórnia Gênero: Suspense Origem: EUA Direção: Debra Granik Elenco: Jennifer Lawrence, Isaiah Stone, Ashlee Thompson, Valerie Richards.

Aos 17 anos de idade, Ree Dolly embarca em uma missão para encontrar seu pai, já que ele usou a casa de sua família como forma de garantir a sua liberdade condicional e desapareceu sem deixar vestígios. Confrontada com a possibilidade de perder a casa onde mora com seus irmãos pequenos e precisar voltar para a floresta de Ozark, Ree desafia os códigos e a lei do silêncio arriscando a sua vida para salvar a família. Ela desafia as mentiras, fugas e ameaças oferecidas por seus parentes e, dessa forma, começa a juntar a verdade sobre o seu pai.


O besouro verde

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Distribuidora: Sony Gênero: Ação Origem: EUA Direção: Michel Gondry Elenco: Seth Rogen, Cameron Diaz, Jay Chou, Christoph Waltz.

Britt Reid está perto dos 30 anos e não quer saber de responsabilidades, dedicando sua vida à diversão. Até o dia em que seu pai morre misteriosamente e ele precisa assumir os negócios da família, ficando a frente de um grande e respeitado jornal. Milionário e entediado, Reid resolve criar um personagem junto com seu fiel funcionário Kato, fera das artes marciais e grande inventor de máquinas revolucionárias. Cheios de vontade, surge então o Besouro Verde. Só que a cidade está nas garras de Chudnofsky, um criminoso que busca meios de se tornar mais ameaçador para as pessoas.

Bruna Surfistinha Distribuidora: Imagem filmes Gênero: Drama Origem: Brasil Direção: Marcus Baldini Elenco: Deborah Secco, Drica Moraes, Fabiula Nascimento, Cássio Gabus Mendes.

Bruna Surfistinha conta a história da jovem Raquel, filha de classe média paulistana que um dia sai de casa e vira garota de programa. De ingênua e desajeitada, Bruna se torna a garota de programa mais disputada do lugar e a que mais ganha dinheiro. Conhece a sofisticada Carol, que lhe mostra a prostituição de alto luxo, e aluga um flat para receber seus próprios clientes. A fama nacional vem quando, com o nome de Bruna Surfistinha, passa a contar num blog suas aventuras sexuais e afetivas como garota de programa.

Lixo extraordinário Distribuidora: Paris filmes Gênero: Documentário Origem: Brasil Direção: Lucky Walker, João Jardim, Karen Harley Elenco: Vik Muniz

Filmado ao longo de dois anos (de agosto de 2007 a maio de 2009), Lixo Extraordinário acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio. Lá, ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis com o objetivo inicial de retratá-los. No entanto, o trabalho com esses personagens revela a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugeridos a reimaginar as suas vidas fora daquele ambiente. A equipe tem acesso a todo o processo e, no final, revela o poder transformador da arte e da alquimia do espírito humano.



Trabalho sujo

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Distribuidora: Paramount Gênero: Comédia Origem: EUA Direção: Christine Jeffs Elenco: Amy Adams, Emily Blunt, Alan Arkin, Jason Spevack.

Rose Lorkowski fez sucesso na juventude quando era líder de torcida. Atualmente ela trabalha como diarista e busca por uma vida melhor para ela e seu filho, Oscar. Norah, a irmã mais nova de Rose, ainda mora com o pai Joe. Quando Rose toma conhecimento da alta quantia que pode ganhar com a limpeza de cenas de crimes e a remoção de lixo tóxico, ela e Norah decidem se unir para abrir sua própria empresa, a Sunshine Cleaning. Aos poucos elas percebem que o novo empreendimento também as ajudará a dar um novo rumo em suas vidas.

Santuário Distribuidora: Paris filmes Gênero: Aventura Origem: EUA Direção: Alister Grierson Elenco: Ioan Gruffudd, Richard Roxburgh, Rhys Wakefield, Alice Parkinson.

O mergulhador Frank McGuire já havia explorado as cavernas do South Pacific Esa, mas uma tempestade tropical o forçou juntamente com a sua equipe, que inclui seu filho Josh e o economista Carl, a mudar a rota em direção ao mar, fazendo com que eles entrassem mais fundo em um labirinto de cavernas subaquáticas para sobreviver. Eles não têm muito tempo e a dúvida maior é saber se conseguirão sobreviver.

Burlesque Distribuidora: Sony Gênero: Drama Origem: EUA Direção: Steven Antin Elenco: Christina Aguilera, Cher, Cam Gigandet, Stanley Tucci.

Ali deixou sua pequena cidade natal em busca do sucesso em Los Angeles. Logo ao chegar ela conhece a boate Burlesque, especializada em shows musicais de belas mulheres, que sempre se apresentam usando playback. O local é gerenciado por Tess, que nega uma chance a Ali. Ela insiste e consegue ser contratada como garçonete, graças a ajuda do balconista Jack. Ali passa a acompanhar todos os shows, decorando as canções e coreografias. Quando Tess e seu braço-direito Sean realizam uma audição em busca de novas bailarinas, Ali aproveita a chance para mostrar do que é capaz.


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INDICAÇÃO Em muitos filmes, nos mais diversos gêneros – comédia, drama, fantasia, suspense – nos deparamos com heróis enfrentando barreiras – seus medos, dramas e incertezas. A bordo de qualquer aventura, percebemos que as situações movem os sentimentos de cada personagem. Uma novidade, uma doença, um encontro são exemplos de uma condição para o protagonista se descobrir, revelar a sua finalidade na história e conduzi-la finalmente ao “happy end” que esperamos ansiosos. Os filmes que indico aqui são produções que admiro pela originalidade ao apresentar a relação entre o personagem e o ambiente a qual está inserido – uma relação que nos instiga e nos faz grudar os olhos na tela por longos e prazerosos minutos. DIÁRIOS DE MOTOCICLETA Walter Salles, Argentina, 2004. “O plano: percorrer oito mil quilômetros em quatro meses. O método: a improvisação. Objetivo: explorar um continente latino-americano que só conhecemos através dos livros.” Assim, Ernesto Guevara de la Serna (Gael García Bernal) descreve nos primeiros segundos do filme, os princípios que o coloca a bordo de “La Poderosa”, uma motocicleta Norton 500, pilotada pelo amigo Alberto Granado (Rodrigo de La Serna). É interessante notar a figura de “La poderosa” quase como um personagem dentro da história – um artifício para nos revelar algo sobre os personagens e/ou sobre a história. Nas diversas paradas pelo caminho – seja por acidente do piloto ou por um pneu furado – “La Poderosa” abre espaço para discussões e declarações da dupla de viajantes. Uma passagem que nos ilustra isso é quando Ernesto percebe que Alberto, rabugento, começa a conversar com a moto. A viagem pelo território sul-americano se sucede com Ernesto conhecendo novas pessoas e lugares, documentando a realidade dos países latinos. Em certos pontos, o diretor Walter Salles nos apresenta um Ernesto despreocupado conversando com os habitantes das cidades, nos introduzindo certos aspectos do cinema de documentário. Nestes diários de motocicleta, vemos o idealismo em seu estágio prematuro levando Ernesto a acreditar que sua missão está além daquela viagem – um prelúdio dos acontecimentos que tornaria o médico Ernesto Guevara em uma figura de suma importância na política e na história Mundial. EM BUSCA DA TERRA DO NUNCA Marc Foster, EUA, 2004. As produções assinadas pelo diretor Marc Foster (de “A Passagem” e “Mais Estranho que a Ficção”) quase sempre são orquestradas por fantasia, surrealismo e a emoção de fortes personagens. “Em busca da Terra do Nunca” dança ao embalo predileto do diretor, agregando magia à história de James Matthew Barrie, escritor e dramaturgo, criador de Peter Pan. No filme, somos apresentados a um J. M. Barrie (interpretado por Johnny Depp) desiludido pelo fracasso de seu último espetáculo e que ganha confiança e inspiração ao conhecer quatro garotos órfãos paternos: Peter, Jack, George e Michael Davies. Iluminado pelas brincadeiras e pela convivência com as crianças, Barrie passa a escrever a história dos meninos perdidos e do garoto que não queria crescer, dando origem a seu livro de maior sucesso. Percebemos a evolução do trabalho de Barrie a cada encontro com os garotos Davies, onde a imaginação dá asas ao próprio artista. Ao ponto em que a mente se liberta do fracasso recente, a história de Barrie se modifica, enquanto este cria e reconhece um mundo ideal para viver.


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GIU JORGE é formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. É roteirista, diretor e produtor audiovisual. Entre seus últimos trabalhos, destacam-se o documentário sobre saúde indígena “Ehcemakî Kirwañhe” (2009) e o curta-metragem infantil “A Profecia de Asgard” (2010). Atualmente, está à frente dos projetos do Ateliê de Fotografia Derossi, no Rio de Janeiro, e é sócio da produtora de ideias Caraduá Produções.

ESPANGLÊS James L. Brooks, EUA, 2005. Cruzando fronteiras, adentramos em uma história onde o peso do melodrama se mistura com a leveza do olhar de James L. Brooks. Em “Espanglês”, o diretor de “Melhor é Impossível” e do recente “Como você sabe” nos apresenta o choque de dois universos, mas com alguma coisa em comum. Adam Sandler esconde as caretas e carrega o tom cômico e otimista de John Klasky, um cozinheiro que enfrenta uma crise no casamento e se refugia das boas críticas que seu restaurante está recebendo. Sua maior redenção aparece na empregada Flor (Paz Vega), que, sem saber falar uma palavra de inglês, adentra o território desconhecido, indo trabalhar na casa de John e sua mulher Deborah (Téa Leoni). A resistência à novidade aparece como teste nas vidas de John – que deseja um restaurante reconhecido com apenas três estrelas – e de Flor, que só sai do subúrbio para poder passar mais tempo com a filha, trocando dois empregos por um. Flor encara o desafio da barreira linguística e, como um soldado posto em um território em guerra, cresce frente às mudanças e ao choque cultural. A odisseia de Flor contagia a casa dos Klasky, abarcando cada personagem numa missão de auto-conhecimento e reflexão sobre suas paixões, estilo de vida e família. O SÉTIMO SELO Ingmar Bergman, Suécia, 1957. Um cavaleiro desarmado posto à escuridão e à descrença. Sem perspectiva, Antonius Block, se ajoelha, ao tentar uma prece, mas o gesto logo se desfaz. “O Sétimo Selo” – obra prima do cineasta sueco Ingmar Bergman – nos apresenta um cavaleiro, de volta das Cruzadas, caminhando de mãos atadas em meio à destruição causada pela Inquisição e a Peste Negra. Num encontro com a Morte, coloca seu destino em jogo, convidando-a para uma partida de xadrez. Block (Max von Sydow, conhecido pela atuação nas produções americanas “Minority Report” e “A Ilha do Medo”) põe em “xeque” suas lembranças, pensamentos, passagens sobre a vida que ainda existe naquela terra. A Morte acompanha o cavaleiro em sua busca por um sentido na vida, mas admite a impossibilidade de ele se tornar vitorioso, pois nada poderia derrotá-la. Em sua busca por respostas, Antonius encontra artistas, ladrões, corruptos, guerreiros, enquanto é driblado pela Morte, que quer vencer a partida a todo custo. Por fim, na resolução do desafio, o filme acompanha questões sobre o relacionamento do homem com Deus e a religião na Idade Média.


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PRATELEIRA | Elisa Fernandes A Elisa, gerente da Locadora O Cinéfilo, loja da Gavião Peixoto, comentou alguns filmes de sua preferência.

Estômago O melhor filme brasileiro que assisti! É de degustar cada cena bem feita e a cada minuto você se depara com os ingredientes diferentes que te faz rir e se emocionar, um filme de “devorar ou ser devorado”. Sinopse: Raimundo Nonato descobre um caminho à parte: ele cozinha. E é nas cozinhas de um boteco, de um restaurante italiano e de uma prisão que Nonato vive sua intrigante história. E também aprende as regras da sociedade dos que devoram ou são devorados.

Edward mãos de tesoura Adoro o diretor Tim Burton, e não poderia deixar de sugerir uma obra dele com o Johnny Depp. O filme tem uma mensagem bem atual sobre egoísmo, preconceito e os fetiches das mulheres de estar na moda. Sinopse: Peg Boggs, uma vendedora de produtos Avon, tem um dia difícil, mas mesmo assim não desanima e resolve visitar um velho castelo. Chegando lá, encontra Edward, um jovem que possui mãos de tesoura, criado por um inventor já falecido. Peg sente pena e resolve ajudar seu novo amigo que acaba sendo querido por uns e perseguido por outros.

A onda Um filme forte que mostra disciplina, superioridade e poder dos movimentos ideológicos em uma experiência pedagógica sobre autocracia. Sinopse: Rainer Wegner, professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Diante do desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner é o líder do grupo, cujo lema é “força pela disciplina” e o denomina “A Onda”. Os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo, mas é tarde demais.

Across the universe Ficou muito criativa a idéia de mostrar a década de 60 em meio à guerra com as canções dos Beatles, o musical ficou emocionante e com a interpretação dos atores cantando e não dublando deixou o filme mais empolgante. Sinopse: O filme conta duas histórias – uma, de amor, e outra, de uma geração, a dos anos 60 – por meio das músicas dos Beatles. Começa em Liverpool, ao som de “Girl”, de John Lennon e Paul McCartney, quando um trabalhador das docas decide ir procurar seu pai, que trabalha na universidade de Princeton, nos EUA. Lá ele conhece Lucy, um loira de classe média.


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ENTREVISTA com Ricardo Miranda

política e do mundo em que vivíamos. Tinha 18 anos. Daí para o meu viver atual, busquei em todos os projetos não me desviar da minha ideia de arte e cinema. Não abrir mão da experimentação, da invenção e não compactuar com o chamado “mercado”. Ser integralmente eu em minhas vontades e desejos. Minha maneira de acreditar na função da arte.

O que ou quem o influenciou a ingressar na área? As ideias políticas e libertárias do momento; amigos da minha geração em Niterói; meu irmão, Marcio Medalha; Fábio Inneco; Nelson Pereira; Antonio Luiz Mendes e outros.

Você também é montador. Quais as atividades deste profissional?

Quais as principais responsabilidades de um O montador é o que ordena os pensamentos, diretor? O diretor tem responsabilidades totais na realização de um filme. Sendo o modo de produção incentivado ou não, grande produção ou não. Acho que ao assumir um projeto de filme, o diretor passa a ser a chave da equação. O principal responsável em todos os detalhes. Um mágico ou um louco. Tudo recai sobre ele.

Para você, quais são as características fundamentais para se dirigir uma obra cinematográfica? Para se dirigir cinema o diretor dever ser um cara com um vasto repertório de audiovisual, literatura, pintura, teatro, música e tudo mais. Um conhecedor das humanidades, da arte e do pensamento.

Conte-nos um pouco sobre a sua carreira. Iniciei em Niterói no final dos anos 60. Aprendi a montar em um primeiro momento e me atirei logo de início como diretor de um pequeno curta, A Ceia (1969) – que passou no Festival de cinema do Jornal do Brasil, no Cine Paissandu. Junto comigo, uma geração se pretendia cineasta e ativista político – anos de ditadura. Classifico minha geração como a terceira dentição do Cinema Novo. Junto a isso, percorri outros caminhos da compreensão da arte, da

as ideias para provocar uma lógica ou implodir continuidades no filme. Mexer, arrumar e desarrumar. Criar junto com o diretor novas caras para o filme ou destruir este filme para sempre. Para ser montador temos que ver muito cinema, ler, estudar, pensar e não nos transformarmos em meros repetidores das ideias do filme. No atual cinema, no caso, falo do Brasil, o montador foi e está sendo transformado em marionetes desinformadas de sua verdadeira função libertadora e das ideias de invenção que todos de uma equipe de um filme devem ter. Um tecladista de computador sem nada na cabeça.

Dou aula na Escola Darcy Ribeiro de Cinema e sempre inoculo em meus alunos a ideia que nós, montadores, não somos repetidores de propostas da direção. Somos pontos de diálogo da direção e devemos contribuir de maneira real com o filme/direção. Para isso, devemos ler, estudar e “ver” a arte acontecer.

Quais critérios são utilizados pelo diretor na seleção do elenco? Repito que quem opta pela arte tem que procurar o saber. Para um diretor escolher um elenco ele deve ter a compreensão apurada do que é o ator, saber se este ator escolhido vai


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interpretar o personagem do filme com verdade e principalmente se este ator tem técnica e talento para a arte da representação. Hoje os diretores querem cada vez menos dirigir atores, chamam os preparadores. Acho isso um absurdo. Um atual estado de covardia e medo dos diretores trabalharem a representação. Glauber dizia que os diretores brasileiros, em sua maioria, tinham medo do ator. Também acho isso. Passei muito tempo dirigindo documentários. Ultimamente tenho trabalhado muito com atores e acabei de dirigir um longa-metragem experimental – DJALIOH – com atores novos e antigos. Produção minha sem incentivos de nenhum lugar. O que mais me alegrava era ensaiar, desenvolver ideias do filme com os atores. Experimentar em todos os sentidos.

invenção. O cinema atual no Brasil não pensa desta maneira.

Qual é a sensação ao ver o resultado final na grande tela? De êxtase.

Como você avalia o atual mercado cinematográfico brasileiro? Eu acho tudo errado. Péssimos filmes em sua maioria, um sistema perverso de financiamento destes filmes, uma ideia errada de indústria, um pensamento esdrúxulo de o que é profissionalização e mais errada ainda de mercado – para mim, mercado é o local onde se compra bananas. E, felizmente, uma geração nova de diretores desponta com a coragem da invenção, o desejo da arte e a beleza do fazer. Grandes filmes vão surgindo daí. Realizadores como Marina Meliande, Felipe Bragança, Marco Dutra, Joana Oliveira e outros no Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasil. E felizmente autores que continuam atuando nas mesmas bases: Luis Rosemberg Filho, Helena Ignez, Julio Bressane, Paulo Cezar Saraceni, Arthur Omar, Eduardo Coutinho, José Sete e uns poucos mais com coragem e sabedoria.

Bastidores do longa-metragem Djalioh, adaptação do conto da obra de Flaubert.

É necessário que haja uma identificação do diretor com a temática do filme ou o processo independe de uma possível afinidade? Acho ser necessário antes de tudo que o diretor se identifique com as ideias que vão estar no filme. E que o diretor mergulhe de cabeça nas formas de conhecimento para realizá-lo: estude, leia e veja. Não queremos a cegueira cinematográfica.

Qual é o maior desafio durante uma direção? Entender o que está realizando, enfrentar de frente seus desejos e se permitir a aventura da

RICARDO MIRANDA iniciou sua carreira em 1968. Participou da montagem das obras O homem de areia; Luz Del Fuego; O segredo da múmia; Terra em transe; Idade da terra, O dragão da maldade contra o santo guerreiro; Romance do vaqueiro voador; Condor; Anabazys, entre outros. Dirigiu Assim na tela como no céu; O presidente do mundo; A passagem do olhar; Câmara Cascudo, o provinciano incurável; Gilbertianas; A etnografia da amizade; Bricolage e outros. É autor, junto com Carlos Alberto Messeder, do livro As imagens e os sons: no ar, o Brasil – O nacionalpopular na cultura brasileira – televisão. Atualmente, dá aulas de montagem na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, gerente de interprogramas na TV Brasil e finaliza seu mais recente trabalho como diretor com o longa Djalioh, história adaptada de um conto do Flaubert.


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Reserva Especial

TETRO

A grande guerra

Harakiri (Seppuku)

Drama. EUA, 2009. De Francis Ford Coppola. Bennie reencontra Tetro, o irmão mais velho que jurou nunca mais ver a família. Tetro, que foi um brilhante poeta, tornou-se uma pessoa de temperamento difícil, mas seu irmão e sua namorada Miranda o fazem relembrar o passado. Disponível em 06 de junho

Comédia. Itália, 1959. De Mario Monicelli. Itália, 1916. Tal como todos os jovens italianos, Oreste Jacovacci e Giovanni Busacca são chamados para servir no exército durante a Primeira Grande Guerra. Ambos tentam de tudo para fugir da guerra, mas acabam mesmo lá. Disponível em 03 de junho

Drama. Japão, 1962. De Masaki Kobayashi O filme narra a trágica história de um samurai forçado a vender sua espada real para sustentar sua esposa doente e seu filho. É incitado à vingança ao descobrir que seu genro cometeu harakiri com uma espada de bambu, por falta de dinheiro. Disponível em 08 de junho

A mansão do terror

Maria Stuart – Rainha da Escócia

A travessia de Paris

Terror. EUA, 1961. De Roger Corman O atormentado Nicholas vive com a sina de ser filho de um inquisidor espanhol, e seus familiares sofrem graves consequências pela tormenta do assombrado. A obra é uma adaptação de um conto de Edgar Allan Poe. Disponível em 08 de junho

Drama. EUA, 1936. De John Ford e Leslie Goodwins Após assumir o trono da Escócia, a católica Maria Stuart se torna uma ameaça ao poder de Elizabeth I, rainha da Inglaterra. Sob a acusação de alta traição, Maria é condenada a 18 anos de prisão. Disponível em 03 de junho

Comédia. França, 1956. De Claude Autant-Lara. Durante a Segunda Guerra Mundial, dois homens, um pintor e um motorista de táxi, precisam atravessar Paris, que está tomada pelos nazistas, para entregar carne do mercado negro. Eles acabam presos pelos alemães. Disponível em 08 de junho


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cinema e literatura

Quando o cinema surgiu, era tido como apenas mais uma invenção tecnológica, e seus primeiros filmes eram simples registros de ações cotidianas. Para o público da época, a curiosidade de assistir a imagens fotográficas em movimento era suficiente. No entanto, não foi preciso muito tempo para se perceber o caráter lucrativo que essa invenção poderia ter. Com o contínuo interesse do público, sempre ávido por novos filmes, o cinema descobriu seu potencial narrativo e começou a contar histórias. Nesse momento de efervescência, muito se apostava no potencial de criação dessa nova arte. Um potencial superior ao da pintura e da literatura, por permitir dar vida aos mais loucos sonhos e devaneios. Muito foi testado e experimentado num período em que eram inexistentes os limites impostos pelo que hoje chamamos de linguagem cinematográfica. Porém, com o interesse cada vez maior de atrair um grande público, o cinema acaba preso às regras, gramáticas e semânticas que sobrevivem até os dias de hoje. Poucos são os cineastas que se permitem arriscar e inventar algo. O que se vê nos filmes é uma estrutura de identificação, a mesma da narrativa literária típica do século XIX, com o objetivo de criar a ilusão de um espelho no qual os espectadores possam se familiarizar com as dores e os amores, as lutas e as vitórias das personagens. Da união entre cinema e literatura surgiram as adaptações. Uma tentativa de transpor para a tela grande as histórias publicadas em livros. O principal problema é que, apesar de serem artes essencialmente narrativas, cada uma possui uma estrutura dinâmica distinta. A literatura nos permite viajar em nossa própria imaginação, criando imagens e sons a partir de um texto lido, de forma que cada leitor gera uma percepção única e intransferível de uma mesma história. Logo, quando

ANDRESON CARVALHO é cineasta e professor. Graduado em Cinema e mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense. Foi professor substituto do curso de Cinema da mesma Universidade. É atual professor de edição de som e desenho sonoro da Escola de Cinema Darcy Ribeiro. E já participou de diversos curtas e longas, entre eles: Árido Movie (Lírio Ferreira, 2004) e Sonhos e Desejos (Marcelo Santiago, 2006).

alguém se aventura a transpor para o cinema um livro mundialmente conhecido, as chances de desagradar a milhares de leitores são enormes, pois o filme será apenas uma das várias versões possíveis e imagináveis. Uns dos melhores exemplos são as adaptações de Lolita, do escritor russo Vladmir Nabokov. A versão de Kubrick, lançada em 1962, guarda pouquíssima semelhança com o texto original, devido, principalmente, à forte censura da época. As dificuldades levaram Kubrick a mudar o foco narrativo, concentrando-se sobre um misterioso assassinato a ser desvendado, e colocando a sedução e o erotismo em segundo plano. O interessante é que seu roteiro foi escrito pelo próprio Nabokov, o que demonstra a disponibilidade do autor em reescrever sua história por outro ângulo. Logo, por mais que o filme de Adrian Lyne (1997) seja mais fiel ao texto original, reproduzindo, em algumas sequências, trechos idênticos ao livro, isso não o torna melhor, nem pior. Apesar de toda a intertextualidade existente, cada filme, cada livro, deve ser avaliado e apreciado como uma obra única.


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o talento de tarantino Poucas vezes um diretor de cinema se tornou cult tão rapidamente quanto Quentin Tarantino. Seu primeiro longa-metragem, Cães de Aluguel, chamou atenção para um novo cinema independente que surgia, capaz de fazer as bilheterias dispararem mundo afora. As dificuldades iniciais em realizar seus filmes fizeram com que seus primeiros roteiros acabassem nas mãos de outros diretores, mas o talento de Tarantino em Cães de Aluguel ia além do de um roteirista capaz de estruturar bem suas histórias e alicerçar bons diálogos: era o nome de um grande diretor que surgia, talvez o maior do início dos anos 90. Seu filme seguinte ratificou isso, dandolhe a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Melhor Roteiro Original. Pulp Fiction – Tempo de Violência é daqueles filmes para vermos inúmeras vezes. São muitas as sequências antológicas. Os diálogos longos e afiados, já presentes em Cães de Aluguel, ressurgem aqui com força total. As discussões entre Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) e o romance de Vega com Mia Wallace (Uma Thurman) levaram plateias ao delírio. Era muito claro já na época de seu lançamento que estávamos diante de um novo clássico. Um filme impecável, complexo, extraordinariamente bem dirigido. A partir daí, uma legião de fãs passou a aguardar avidamente o projeto seguinte de Tarantino. Jackie Brown faz uma homenagem ao gênero blaxploitation (movimento norte-americano surgido no início dos anos 70 realizado por artistas negros – uma derivação especial do exploitation, adorado por Tarantino), trazendo de volta uma das musas do movimento, Pam Grier, no papeltítulo. Kill Bill Vol 1 e 2 traz a musa pessoal de Tarantino, Uma Thuman, e uma mistura

Alexandre Guerreiro Mestre em Comunicação (UFF), bacharel em Cinema (UFF), bacharel e licenciado em História (UERJ). Produtor cultural e cineasta, curador e produtor das mostras O Cinema de Eric Rohmer, Godard 80, Cineducando e O Rio de Janeiro Segundo o Cinema. Integra a equipe do Cineduc - Cinema e Educação.

Cães de aluguel . Policial. EUA, 1992 Uma gangue de ladrões, fugindo de um assalto bem-sucedido, encontrase em um armazém. O problema é que a polícia está atrás deles, e cada um começa então a desconfiar que possa haver um traidor no grupo. Pulp Fiction. Policial. EUA, 1994 Várias histórias retratam o submundo do crime em Los Angeles envolvendo personagens curiosos, corajosos confrontos, diálogos rápidos e humor perverso, parte de um cotidiano violento inspirado nas ficções pulps dos anos 40. Jackie Brown. Policial. EUA, 1997 Jackie Brown é aeromoça, funcionária de uma companhia aérea de segunda linha, que reforça o seu baixo salário trazendo para o país dinheiro sujo de um traficante de armas, Ordell Robbie. Um dia, ela é pega por policiais com uma alta soma numa mala.


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de antigos filmes de kung fu, samurai e western spaghetti, manuseados por Tarantino que dá seu show particular de direção. Por conta das constantes referências, sendo um manancial inesgotável de citações da cultura pop, de filmes antigos e de gênero, Tarantino foi acusado algumas vezes de plágio, como se tivesse buscado uma cena aqui, outra ali, para compor a biosfera de seus filmes. Argumento descabido, pois é muito claro que ele trabalha explicitamente o cinema de gênero, e a cada filme, seu estilo se reafirma como o de um autor indiscutível. Vale ressaltar a importância das canções das quais Tarantino faz uso. Segundo o próprio, sempre que decide fazer um filme, o primeiro passo é a escolha das músicas populares de época, que serão resgatadas e imortalizadas em sua obra. Com À Prova de Morte, Tarantino explicita ainda mais sua paixão pelos filmes B dos anos 70; é um ode aos velhos filmes de ação automobilística e de exacerbação da cultura pop. A explosão de violência usual de Tarantino pode assustar os olhos mais sensíveis, embaçando o resultado final de cada trabalho seu, mas por traz da violência e de rios de sangue há sempre um grande filme a ser descoberto. Bastardos Inglórios, seu último filme, traz indícios de que o gênio de Tarantino está apenas começando. Com citações a vários filmes de western, Tarantino esbanja habilidade ao trabalhar com estilo sobre um pano de fundo histórico, dando um desfecho diferente (e irreverente) para a Segunda Guerra Mundial, contando ainda com a irretocável interpretação de Christoph Waltz (Oscar de Melhor Ator Coadjuvante). Tendo impresso seu nome nesses e em inúmeros outros filmes como produtor e também ator, é estimulante pensarmos que Tarantino trabalhou numa videolocadora enquanto matutava seu futuro ainda como... um cinéfilo!

Kill Bill Vol. 1. Ação. EUA, 2003 No dia do casamento da “Noiva”, Bill e seus comparsas chegam à igreja e fazem uma grande chacina. Mesmo tendo quase morrido, a “Noiva” consegue sobreviver em um profundo coma. Após alguns anos, ela acorda sedenta por vingança. Kill Bill Vol. 2. Ação. EUA, 2004 Após começar a sua vingança no Volume 1, “A Noiva” parte em busca dos membros restantes da gangue e, claro, faz de tudo para cumprir sua missão pessoal de matar Bill.

à PROVA DE MORTE. Ação. EUA, 2003 Três amigas saem para se divertir e chamam a atenção de todos por onde passam, inclusive a do misterioso Stuntman Mike, um dublê temperamental que se esconde atrás do volante do seu carro indestrutível.

BASTARDOS INGLÓRIOS. Ação. EUA, 2003 O filme mostra a França ocupada pelos nazistas durante a Segunda Guerra, e um grupo de soldados judeus americanos tem como objetivo realizar uma missão suicida e espalhar o terror pelo Terceiro Reich.


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Cine Temático Especial Dia dos Namorados

EUA, 2005. Comédia Romântica. Direção de Clare Kilner.

França | EUA | Inglaterra, 2005. Romance. Direção de Joe Wright.

Muito bem acompanhada

Orgulho e preconceito

Há 2 anos Kat Ellis foi abandonada no altar. Agora sua irmã, Amy, está prestes a se casar e terá como padrinho de casamento justamente seu ex-noivo. Decidida a demonstrar ter superado o abandono, Kat contrata Nick Mercer como acompanhante para o casamento. Mas Nick conquista a simpatia de sua família, demonstrando ser um genro perfeito e objeto de desejo de qualquer mulher. Aos poucos sua relação com ele, que era para ser de fachada, torna-se cada vez mais séria.

Inglaterra, 1797. Cinco irmãs Bennet – Elizabeth, Jane, Lydia, Mary e Kitty – foram criadas por uma mãe que tinha fixação em lhes encontrar maridos que garantissem seu futuro. Mas Elizabeth deseja uma vida diferente. Quando o Sr. Bingley, um solteiro rico, passa a morar em uma mansão vizinha, as irmãs ficam agitadas. Elizabeth conhece o bonito e esnobe Sr. Darcy e seus encontros são cada vez mais constantes.

EUA, 1998. Drama. Direção de Vicent Ward.

EUA, 2010. Romance. Direção de Gary Winick.

Amor além da vida

Cartas para Julieta

Chris Nielsen e Annie viviam muito felizes até que seus dois filhos morrem em um acidente. Agora o casal tenta superar a morte dos filhos. Mas quatro anos depois Chris morre também em um acidente e vai para o Paraíso. Lá descobre que Annie cometeu suicídio e por isso não poderão se encontrar, uma vez que quem comete suicídio é enviado para outro lugar. Chris fará de tudo para reencontrá-la, mesmo sabendo que Annie não o reconhecerá.

Sophie trabalha como checadora na redação da revista The New Yorker e busca uma oportunidade para mostrar seu talento como repórter. Ela e seu noivo Victor, um cheff, viajam para Verona. Uma vez na Itália, a jovem americana encontra as secretárias de Julieta, senhoras que respondem as cartas de mulheres apaixonadas. Abre-se, então, um mundo extremamente romântico, onde o amor sempre volta, mesmo que tenha se passado mais de 50 anos.


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Minha Lista Programe os filmes que você deseja assistir NA LOCADORA

GÊNERO

TÍTULO

ELENCO

DIREÇÃO

Drama

O Discurso do Rei

Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush, Michael Gambon.

Tom Hooper

22 de junho

Drama

Cisne Negro

Natalie Portman, Mila Kunis, Winona Ryder, Vincent Cassel.

Darren Aronofsky

08 de junho

Drama

Desconhecido

Liam Neeson, January Jones, Diane Kruger, Aidan Quinn.

Jaume ColletSerra

16 de junho

Comédia

Zé Colmeia

Dan Aykroyd, Guilherme Briggs, Justin Timberlake.

Eric Brevig

02 de junho

Ação

Assassino a preço fixo

Jason Statham, Ben Foster, Tony Goldwyn, Donald Sutherland.

Simon West

29 de junho

Aventura

127 horas

James Franco, Lizzy Caplan, Treat Williams, Kate Burton.

Danny Boyle

22 de junho

Western

Bravura indômita

Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin.

Ethan Coen e Joel Coen

20 de junho

Suspense

O inverno da alma

Jennifer Lawrence, Isaiah Stone, Ashlee Thompson, Valerie Richards.

Debra Granik

22 de junho

Ação

O besouro verde

Seth Rogen, Cameron Diaz, Jay Chou, Christoph Waltz.

Michel Gondry

08 de junho

Drama

Bruna Surfistinha

Deborah Secco, Drica Moraes, Fabiula Nascimento, Cássio Gabus Mendes.

Marcus Baldini

15 de junho

Documentário

Lixo extraordinário

Vik Muniz.

Lucky Walker, João Jardim, Karen Harley

22 de junho

Comédia

Trabalho sujo

Amy Adams, Emily Blunt, Alan Arkin, Jason Spevack.

Christine Jeffs

06 de junho

Aventura

Santuário

Ioan Gruffudd, Richard Roxburgh, Rhys Wakefield, Alice Parkinson.

Alister Grierson

15 de junho

Drama

Burlesque

Christina Aguilera, Cher, Cam Gigandet, Stanley Tucci.

Steven Antin

08 de junho

ASSISTIR




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