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Excalibur a quem merece
Risoleta C. Pinto Pedro, setembro 2020 Escritora
A vida é uma aventura, uma grande aventura de que não conhecemos nem o início nem o fim. Como todas as aventuras, aos momentos mais excitantes seguem-se outros de repouso. Pausas para acumular a necessária energia. É numa destas pausas, ou quem sabe?, no meio do turbilhão, que este livro pode ser lido: pelos meninos, pelos pais, pelos pais aos meninos, e até, quem sabe?, pelos meninos aos pais; eventualmente, também pelos técnicos.
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Segundo a etimologia latina, aventura (ad venture) significa o que vem pela frente. Mas as aventuras têm um começo. No caso dos meninos cuja história aqui se conta, tão emocionante é o que vem pela frente, como a origem, porque talvez esteja aí a explicação da doença e, com ela, acreditemos, a cura. Os cientistas não desistirão de a procurar e de a encontrar.
É muito importante, numa aventura, estar-se preparado para o que der e vier, sendo que nunca se sabe o que vem pela frente. Daí esta história, uma forma simples de acompanhar amorosamente as crianças e as famílias na grande aventura que é a travessia dos obstáculos que se colocam aos pequeninos corpos e às suas grandes almas.
Estamos a falar de uma aventura que pode ser radical, aquilo que se costuma dizer “não ser para meninos”; aqui é mesmo para meninos. Acontece que estes meninos ou já nasceram heróis, ou eles próprios assim se fizeram. O papel do pessoal médico é tornar os riscos o mais possível controlados. Este livro já faz parte desse programa de controlo: ao nível médico pelos esclarecimentos prestados, ao nível psicológico pela serenidade que pode ajudar a cultivar.
A coragem está sempre presente numa aventura, assim como o medo. Na aventura que é a vida destas crianças e das suas famílias, medo e coragem encontram-se lado a lado. A coragem é estimulada pelo medo e o medo é controlado pela coragem. Ironicamente, são dois companheiros indissociáveis que podem abrir espaços novos dentro das pessoas, assim como novos caminhos que podem levar a um mais profundo conhecimento de si… E dos outros. São, seguramente, agentes de mudança, e arriscaria dizer que sempre para melhor.
A ida ao hospital pode revelar ao protagonista da aventura uma situação assustadora ao descobrir novos focos de problemas associados à doença ou pode