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Elayne Martins, diretora de vendas corporativas da CommScope

Os desafios do data center no mundo pós-pandemia

Não há muito segredo em relação ao que os administradores de rede (e usuários) esperam para o futuro próximo: conectividade confiável, baixa latência e maior largura de banda para suportar o crescimento contínuo do volume de dados que os data centers passarão a receber. O desejo, porém, não é simples de ser atendido. De um lado, os provedores de serviços precisam se atualizar e adaptar suas redes ao crescimento natural da demanda e ao rápido avanço da tecnologia. Do outro lado, será necessário definir com clareza o impacto da pandemia que em 2021 deve chegar, felizmente, a um patamar mais seguro com a vacinação em larga escala e levar à recuperação da atividade econômica.

A questão é saber como ficar um passo à frente em um cenário de tantas incertezas. Depois dos acontecimentos excepcionais que presenciamos em 2020, que levaram ao limite a necessidade de rápida adaptação, em um contexto de adoção massiva do trabalho remoto, os provedores precisam oferecer soluções prontas de conectividade contínua em todos os pontos de contato. Para isso, contarão com o efeito multiplicador do 5G e o aumento da capacidade de conexão, com o salto inevitável para 400 e 800 Gbits/s e até mais além, com volumes cada vez maiores de fibras para aumentar o desempenho da rede.

Uma das soluções para suportar o ritmo crescente do tráfego será o aumento da quantidade de fibras, atualmente na faixa de até 6912 fibras por cabo. À medida que a demanda por largura de banda e as ofertas de serviço aumentam e a latência se torna mais crítica para o usuário final, será preciso aumentar a capacidades das redes.

Tradicionalmente, as redes possuem quatro abordagens para atender às demandas crescentes de menor latência e maior tráfego: • Redução da perda de sinal no link. • Diminuição da distância ou manutenção do link. • Aumento na velocidade de transmissão. • Ampliação da capacidade de infraestrutura.

Embora os data centers utilizem as quatro abordagens acima, para os hyperscales é fundamental o aumento da quantidade e densidade das fibras. Uma quantidade maior de fibra, combinada com uma construção compacta de cabo, é especialmente útil quando a interconexão de data center (DCI) é usada. O cabeamento de backbone DCI com mais de 3000 fibras é comum para conectar duas instalações de hyperscale, e as operadoras planejam dobrar essa capacidade de design. Qualquer que seja a configuração do data center, com conexões ponto a ponto ou switch a switch, o aumento da contagem de fibras cria enormes desafios em termos de fornecer mais largura de banda e capacidade onde for necessário.

A palavra-chave neste caso é equilíbrio, de modo que as infraestruturas de rede tenham o número de fibras adequado aos equipamentos, com boa manutenção e capacidade de gerenciamento para apoiar o crescimento futuro, sempre com mais velocidade e baixa latência. Para isso, é preciso definir, entre outros fatores, qual é a melhor tecnologia óptica.

Uma resposta contínua à necessidade de infraestrutura de dados maiores e mais rápidos é a progressão do design de fibra óptica. À medida que as demandas se intensificaram, as formas como a fibra é projetada e encapsulada dentro do cabo evoluíram, permitindo que os data centers aumentassem o número de fibras sem necessariamente ampliar o espaço de cabeamento utilizado.

Outro ponto importante é o salto para 400G, uma etapa no caminho evolutivo do data center. Já existem grupos de trabalho desenvolvendo soluções que consideram conexões em 800G com o uso de oito transceivers de 100G. O grupo MSA 800G, que inclui empresas como a CommScope, atua com outros integrantes do IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers na busca de soluções que suportem conexões de servidor de 100G por comprimento de onda usando fibra multimodo. O objetivo é que esses avanços sejam introduzidos no mercado neste ano, e existe a expectativa da velocidade de transmissão chegar a 1,6 Tbit/s até 2024.

Os serviços do data center evoluem, e as velocidades do servidor e armazenamento precisam aumentar no mesmo ritmo. Assim, ao escolher as soluções ópticas que melhor atendam às necessidades da rede, é importante definir com precisão os serviços necessários para suportar as aplicações já existentes e as demandas futuras.

Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br.

O processo em direção a maiores velocidades no data center é gradual e as mudanças costumam ocorrer com base em atualizações regulares, levando em conta o custo e o tempo necessário para as implantações, com base em uma avaliação realista das demandas. É necessário adotar uma abordagem holística na qual switches ópticos e cabeamento de fibra trabalhem como um único caminho de transmissão coordenada.

A pressão sobre os data centers aumenta continuamente e o desafio é encontrar o equilíbrio entre servidores, switches e conectividade, em busca de mais velocidade, eficiência e custo mais baixo. Um dos pontos críticos é a camada física da rede, que saltará dos 200G e 400G para 800G e, em um futuro próximo, até acima disso. Existem obstáculos tecnológicos que certamente serão superados, como sempre acontece neste mundo de contínua evolução.

A pandemia acelerou a demanda por conectividade, uma tendência que será mantida e acompanhada da implantação de tecnologias como 5G, IA - Inteligência Artificial, IoT - Internet das Coisas e computação em nuvem, que impactarão na trajetória de expansão dos data centers. Para não perder o ritmo e manter-se à frente, será preciso contar com um parceiro tecnológico capaz de prover soluções que proporcionem benefícios no médio e longo prazo, além de antecipar as necessidades e tendências futuras com agilidade para adaptar-se a novos cenários de negócios.

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