Pressbook FLIPORTO 2012

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>> Fliporto 2012

>>Homenageado 2012

Em homenagem a Nelson Rodrigues, Fliporto propõe debate sobre literatura e teatro De 15 a 18 de novembro, em Olinda, a oitava edição da Festa Literária Internacional de Pernambuco celebra o centenário do dramaturgo, escritor e jornalista pernambucano

Nelson Rodrigues, 100 anos

No ano comemorativo do centenário de Nelson Rodrigues, a cidade de Olinda será palco da oitava edição da Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto) e de homenagens ao dramaturgo pernambucano. Entre 15 e 18 de novembro deste ano, o evento irá apresentar parte da magia do teatro nacional e internacional, trazendo especialistas no assunto e nas suas vertentes, a partir do tema “A Vida é um Espetáculo”. O tributo a Nelson Rodrigues, homenageado de 2012, fará da Fliporto um encontro ainda mais ilustre, uma vez que o trabalho do escritor, dramaturgo e jornalista dialoga, também, com outras artes. Sob a curadoria do escritor e advogado Antônio Campos, o evento tem como objetivo promover o intercâmbio literário, cultural, artístico e humanístico entre os participantes da iniciativa, já consolidada como uma grande festa literária brasileira. Discute, ainda, os novos caminhos da literatura contemporânea, a ampliação do ramo editorial e o incentivo ao hábito da leitura. Nessa edição muitos nomes engrandecerão a Festa, que tem coordenação literária do escritor e jornalista Mario Helio Gomes. Ruy Castro, que escreveu a biografia do homenageado da Fliporto, intitulada “O Anjo Pornográfico – A vida de Nelson Rodrigues”, é uma das confirmações para o Congresso Literário da Fliporto 2012. O autor do livro “Inventário das Sombras”, o escritor e crítico literário José Castello, também irá compor a programação deste ano. Além desses, Mia Couto, Heloísa Seixas, Ana Maria Machado, João Almino e Sonia Rodrigues também já confirmaram presença no braço literário da 8ª Fliporto. O evento irá trazer, ainda, o biógrafo britânico, Barry Miles, Robert Darnton, historiador cultural americano e estudioso do livro, e Cory Doctorow, jornalista e escritor canadense. O encerramento do Congresso Literário ficará por conta da Aula-espetáculo proferida por Ariano Suassuna, escritor e dramaturgo. Setor novo na Fliporto, chega a Pernambuco a E-Porto Party, I Feira do Livro Eletrônico, Inovação e Tecnologia em Educação do Nordeste, organizada pelo empresário Pablo Magalhães, antenada com as tendências literárias no mundo virtual. Além do novo segmento, acontecerá a terceira edição do Prêmio TOC140, voltada para os internautas ligados em poesia e nas redes sociais. A oitava edição do evento contará, também, com a III Feira do Livro de Pernambuco, com exposição e comercialização de títulos; a Ecofliporto, braço ecológico coordenado pelo fotógrafo e jornalista Marcus Prado, que visa a preservação e educação ambiental; e, por fim, a Fliporto Gastronomia, circuito que movimenta a rede de restaurantes e bares de Olinda. A Fliporto Criança, novamente, trará uma programação imperdível para os pequenos que frequentam a festa. A Fliporto Nova Geração, também comandada pelo escritor Antonio Nunes, por sua vez, irá trazer as escritoras Cristina Villaça e Paula Pimenta, além de Alexandre de Castro Gomes e dos ilustradores Silvino e Cris Alhadef. Na última edição, realizada em 2011, a Fliporto recebeu cerca de 80 mil pessoas durante os cinco dias de evento. A movimentação financeira em Olinda foi de R$ 10 milhões, beneficiando os setores hoteleiro, gastronômico e, principalmente, editorial. A Feira do Livro, por exemplo, envolveu 15 editoras e registrou comercialização superior a 15 mil títulos. Em uma área de 20 mil metros quadrados, recebeu 46 autores e convidados, realizou 20 painéis e exibiu 27 filmes. Assim, a Fliporto, já consagrada no calendário cultural do país, junto aos seus milhares de visitantes e convidados, promoverá um grande encontro da literatura com a dramaturgia. Sendo, portanto, um verdadeiro porto literário do Atlântico Sul, e estimulando o diálogo da literatura com diversas áreas de interesse para Pernambuco e para o Brasil, além de realizar um intercâmbio cultural internacional.

Pernambucano considerado um dos maiores escritores de teatro do Brasil, Nelson Rodrigues, se vivo, completaria, este ano, 100 anos de idade e de genialidade. Um homem defensor da teoria de que “toda unanimidade é burra”, cujo trabalho agradou a muitos, e continua a fazer sucesso dentro e fora do seu país de origem. O recifense consagrou-se como o grande representante da literatura teatral do seu tempo, vigorando até os dias atuais. “Vestido de Noiva”, “O Casamento”, “A Serpente” e “O Beijo no Asfalto” são alguns dos ilustres trabalhos do dramaturgo, jornalista e escritor brasileiro, além de “A mulher sem pecado”, a sua primeira peça. Assim ele se definia: “Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico (desde menino)”. O erotismo fez-se presente em boa parte das suas obras, mostrando ao Brasil e ao mundo um Nelson Rodrigues realista e contemporâneo, apesar de suas peças, muitas vezes, terem sido taxadas de obscenas e imorais. O autor, no entanto, mostrou-se íntimo da nudez humana, interpretando-a de maneira inigualável. Com um talento indiscutível, o recifense criticou, através da sua arte, a sociedade e suas instituições. Apaixonado por futebol, em 1962, Nelson Rodrigues deu início às suas famosas crônicas esportivas, que foram muito além de meros relatos sobre uma partida e galgaram a transmissão da dimensão da paixão brasileira pelo futebol. Sobre isso, o escritor falou: “A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakespeariana. Às vezes, num corner bem ou mal batido, há um toque evidentíssimo do sobrenatural”. Inúmeras homenagens farão parte do ano do centenário de Nelson Rodrigues, que é uma das maiores representações do teatro nacional, tendo sido boa parte dos seus textos transformada, também, em telenovelas e filmes. É uma figura essencial para a compreensão do ser humano, do Brasil, e da nossa rica cena teatral. Ele será homenageado na Fliporto 2012. Ele terá, também, a homenagem da sua terra natal. Antônio Campos Escritor e Curador da Festa Literária Internacional de Pernambuco


>>Perfil de alguns dos autores confirmados Ana Maria Machado

Escritor e historiador nova iorquino, graduado em Oxford. Possui vários títulos publicados no Brasil, entre eles, O grande massacre de gatos e outros episódios da história cultural francesa, Boemia literária e revolução e O beijo de Lamourette, além de Os Best-sellers proibidos da França Pré-revolucionária. Atualmente é professor da Universidade Carl H. Pforzheimer e diretor da Biblioteca da Universidade Harvard.

Dedicada, principalmente, ao gênero infanto-juvenil, a escritora e tradutora brasileira nasceu no Rio de Janeiro. Escreveu mais de cem livros para crianças e, também, obras para adultos. Em agosto de 2003, tomou posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), onde ocupa a cadeira número I. No ano 2000, recebeu o Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil e, em 2001, ganhou o maior prêmio literário nacional, o Prêmio Machado de Assis, da ABL. Foto: Reprodução

Robert Darnton

Escritora, jornalista, roteirista, e Doutora em Literatura pela PUC-Rio, a filha de Nelson Rodrigues, Sonia Rodrigues, organizou o livro “Nelson por ele mesmo”, lançado este ano, no centenário do homenageado da Fliporto 2012. Publicou mais de 20 livros, entre eles “Amor em segredo – as histórias infiéis que aprendi com meu pai, Nelson Rodrigues”.

Autor de “O Anjo Pornográfico – A vida de Nelson Rodrigues”, biografia do homenageado da Fliporto 2012, Ruy Castro começou como repórter, passando por todos os grandes veículos da imprensa carioca e paulistana. A partir de 1990, concentrou-se nos livros. Escreveu, também, as biografias de Carmen Miranda, Garrincha, e obras de reconstituição histórica, sobre a Bossa Nova, Ipanema e o Flamengo.

Ariano Suassuna

Biólogo e escritor moçambicano, Couto é tido como um dos grandes nomes da nova geração de escritores africanos da língua portuguesa. Autor do livro Terra Sonâmbula, considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX, Mia Couto também escreveu Estórias Abensonhadas, Antes de nascer o mundo, entre outros livros.

Dramaturgo brasileiro, Suassuna é autor dos clássicos Auto da Compadecida e A Pedra do Reino. Também advogado e professor, ocupa a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras. É membro, também, da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Paraibana de Letras. Foi o idealizador do Movimento Armorial, criando uma arte erudita a partir de elementos da cultura nordestina.

Foto: Reprodução

Mia Couto

Foto: Reprodução

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Ruy Castro

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Sonia Rodrigues


>>Diálogos singulares, diálogo plural A literatura é mais do que o espaço e o tempo do diálogo, ela é o próprio diálogo, que sempre se define pelo conhecimento. Esse conhecimento, como sabemos, é mais que comunicação e informação, é entendimento. E está além das palavras. Por isso, tem tanta razão Nelson Rodrigues quando afirma: “A maioria das pessoas imagina que o importante no diálogo é a palavra. O importante é a pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão.” Dialogar se faz assim. Tentando entender e entender-se, a si e a outro, e em todas as combinações possíveis. Palavra a palavra. Gesto a gesto. Ligações. Intervalos. Foi assim desde o primeiro desenho. Que virou som. Que se fez letra. Que se desdobrou em música. Que se articulou em dança. Que se multiplicou em teatro, pintura, escultura, arquitetura, fotografia... todas as artes, de todas as partes. Numa festa literária, muito mais do que em qualquer outra festa, o diálogo é o que a move e lhe dá sentido. Não só dos escritores com outros escritores, ou com seus editores, e leitores, e dos leitores com outros leitores, e os livreiros, e os livros, e as redes, e o mundo. É da literatura em todos os sentidos, a começar daqueles que o poeta disse que mantinham correspondências explícitas: “Os sons, as cores e os perfumes se harmonizam”. Bom pensar na literatura como o melhor dos vinhos, e de que a harmonização promovida pelo diálogo seja tão boa e sugestiva como quando se diz de uma degustação. Inesquecíveis encontros. Grandes harmonizações.

reverência e despudor com que conversa com a natureza. Porque, e a frase serve tanto aos antigos quanto aos modernos: nada do que é humano deve ser estranho para um escritor. O espetáculo da vida é o que busca mais do que somente a vida do espetáculo. Como uma experiência inteligente, atenta e inquieta. Os diálogos devem ser assim. Uma festa deve multiplicá-los. Como as pessoas num café. Não somente as já conhecidas que conversam, mas a que vêm de repente, de modo imprevisto, e se apresentam. O consagrado convive então com o novo, o surpreendente, o que começa a ser revelado. E quantas revelações surgem numa simples conversa! Difícil é pensar que uma conversa entre escritores seja simples, mas instigante sempre é e cheia de singularidades. O ator que há no autor, e o autor e ator que há em cada leitor se encontram há oito anos na Fliporto. Tão importantes quanto esses encontros são os reencontros e as buscas que deles decorrem. A Festa Literária Internacional de Pernambuco tem estimulado esses encontros em grandes, divertidos e inteligentes momentos. Parte a parte, segmento a segmento, o diálogo das artes com o literário e do literário com as artes se vai ampliando de um jeito tal que podemos dizer que a Fliporto se singulariza entre as festas atualmente realizadas no país por insistir na riqueza da cultura e, sem distinções menores, nas suas raízes ibero-americanas. Assim vem sendo. Assim continua a ser, ano após ano, diálogo a diálogo. E cada vez mais: democrática, aberta e plural.

Assim tem sido a Fliporto. Uma festa em que as artes e os artistas conversam e convergem. Agora mais uma vez será assim, e com ênfase ainda maior no diálogo. Não poderia ser diferente, quando homenageamos Nelson Rodrigues, considerado por muitos o melhor criador de diálogos da literatura e do teatro brasileiro. Um autor e um ator têm mais pontos em comum do que a aliteração e semelhança das palavras. Ambos só se fortalecem se tiverem como que o movimento e energia das coisas vivas. Talvez por isso a atriz Eleonora Duse haja dito: “Tédio, tédio: o perigo mais letal para qualquer artista”. A literatura, porém, é tão complexa e cheia de possibilidades que um autor encontra até no tédio e outros perigos talvez ainda mais letais uma das tantas fontes com que alimentar sua sede insaciável de criação e expressão. A vida – com tudo o que de singular e plural há nessa palavra – é o que aproxima, une e nunca mais separa ator e autor. Aos amigos que criticavam sua performance no palco, Nelson Rodrigues rebatia, conforme diz o seu biógrafo Ruy Castro, em O Anjo Pornográfico: “Um Laurence Olivier, quando morre no palco, morre como Laurence Olivier. Mas, na vida real, ninguém morre como Laurence Olivier. Morre como um canastrão. Portanto, só o canastrão é capaz de estrebuchar no palco com o máximo realismo.” Nem sempre a literatura busca esse “máximo realismo” de vida como a vida é. Talvez haja mais formas de vida na literatura que nos oceanos. No dinamismo cada vez mais exigente no mundo atual, muito além das rimas e dos jogos de palavras, a literatura deve ser mais solidária que solitária. A própria expressão “torre de marfim” perdeu o sentido, inclusive porque a palavra “torre” sugere hoje muito mais construções de alta tecnologia do que meros edifícios por mais belos, imponentes e carregados de simbolismo que sejam. Um escritor não é somente um ator, é alguém como nós. Num teatro, o vertical e o horizontal estão como que sutilmente orientados para que todos vejam e sejam vistos. Cada um da plateia pode ser leitor e personagem, e autor. E assim tem sido. No admirável mundo novíssimo envolvido em redes, de espetáculos por segundo. De famas e esquecimentos instantâneos. Isto é mais do que o futuro. E a literatura não está fora dessa festa. Também dialoga com a tecnologia, com a mesma desenvoltura,

Antônio Campos - Curador da Fliporto 2012 Mario Helio - Coordenador Literário da Fliporto 2012


Equipe Fliporto Curadoria: Antônio Campos E-mail: camposad@camposadvogados.com.br

Membro Benemérito: Eduardo Côrtes E-mail: cortesedu@uol.com.br

Coordenação Literária: Mario Helio Gomes E-mail: mariohelio@gmail.com

Coordenação da Fliporto Nova Geração e Coordenação Literária da Fliporto Criança: Antonio Nunes (Tonton) E-mail: prof_nunes@hotmail.com

Coordenação do Ambiente Virtual: Cláudia Cordeiro E-mail: claudia@fliportodigital.net

Coordenação da E-Porto Party: Pablo Magalhães E-mail: pablo@mangga.com.br

Coordenação Geral da EcoFliporto: Antônio Campos e Marcus Prado Coordenação Executiva da EcoFliporto: Leila Teixeira E-mail: presidencia@imcbr.org.br

Coordenação de Jornalismo: Ariane Cruz e Schneider Carpeggiani E-mail: ariane@imcbr.org.br / carpeggiani@gmail.com

Coordenação de Publicidade: João Castelo Branco E-mail: joaofliporto@gmail.com

Coordenação Executiva e Financeira: Maria Galliza E-mail: mariacontroller@camposadvogados.com.br

Coordenação Administrativa: Veronika Zydowicz E-mail: veronika@fliporto.net

Produção Executiva: Tatiana Valente E-mail: financeiro@editoracarpediem.com.br

Assessoria Jurídica: José Arnaldo Moreira Guimarães Neto E-mail: arnaldoguimaraes5@yahoo.com.br

Contato assessoria de Imprensa: Ariane Cruz: 81 9232-8004 Fernando de Albuquerque: 81 8144-2737 Schneider Carpeggiani: 81 9633-0979


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