2015 ❘ edição 91 ❘ mar-abr
Arquitetura, Tecnologia e Ecoeficiência
» FL 4300, São Paulo aflalo/gasperini
» Corporate Jardim Botânico, Curitiba Baggio & Schiavon
» Edifício Vera Cruz II, São Paulo Collaço e Monteiro
9 771808 691004
ISSN 1808-6918
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» Falta de água Estratégias da construção civil para enfrentar a crise Água e energia são destaques da Feicon/Batimat
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SUMÁRIO
EDITORIAL
ENTREVISTA
José Sabioni de Lima Diretor da Afeal
........................ 08
MERCADO
Concurso para anexo da Biblioteca Nacional Feicon 2015
.................. 14 ............................ 16
ARQUITETURA
FL 4300 ❘ São Paulo aflalo/gasperini arquitetos
............. 26
Corporate Jardim Botânico ❘ Curitiba Baggio & Schiavon Arquitetura
.......... 36
Edifício Vera Cruz II ❘ São Paulo Collaço e Monteiro Arquitetos
........... 44
TECNOLOGIA
Os escolhidos no 8º Prêmio Asbea Megaporta de bambu em caixilhos de alumínio
....... 52
............... 56
ECOEFICIÊNCIA
A construção civil e a falta de água
...... 60
ISH, em Frankfurt, discute energia e meio ambiente
............... 68
PRODUTOS & SISTEMAS
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....... 70
POR CIDA PAIVA
As fachadas de edifícios corporativos estão passando por uma grande mudança em suas formas. São geometrias cada vez mais complexas, que geram desafios para as equipes envolvidas - consultores, sistemistas e fabricantes. Selecionamos para esta edição três projetos que podem ser tomados como exemplos. O FL 4300, em São Paulo, do escritório aflalo/gasperini, é um conjunto de três edifícios (corporativo, de escritórios e residencial) com fachadas diferentes, porém integradas por vários elementos. Em Curitiba, o Corporate Jardim Botânico, desenhado por Baggio & Schiavon, tem seis fachadas com diferentes soluções, como brises, pele dupla, vidros serigrafados e insulados, com o objetivo de obter ganhos em conforto termoacústico e eficiência energética. Já o Vera Cruz II, de Collaço e Monteiro Arquitetos, também em São Paulo, traz a inovação de ser a primeira obra brasileira a usar painéis de cobre composto em módulos unitizados.
Setor se reinventa para produzir fachadas complexas Como os segmentos de consultoria, projetos e fabricação de fachadas vêm recebendo esses desafios? A resposta está na entrevista com o diretor da Associação Nacional dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), o empresário José Sabioni de Lima. Ele falou a FINESTRA sobre a adequação para atender à demanda de projetos de edifícios com fachadas cada vez mais complexas e sobre a parceria entre escritórios de arquitetura brasileiros e estrangeiros, que traz também grandes desafios. Novas soluções técnicas, a absorção de conceitos inovadores, investimentos e estruturação das empresas são ações que mostram como o setor se reinventa.
ENTREVISTA José Sabioni de Lima ❘ Diretor da Afeal
O DESAFIO DAS FACHADAS COMPLEXAS Diretor da Associação Nacional dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), o empresário José Sabioni de Lima fala sobre a adequação do setor para atender à demanda de projetos de edifícios corporativos com fachadas de geometrias cada vez mais complexas.
A parceria entre escritórios de arquitetura estrangeiros e brasileiros trouxe para o país projetos que vêm desafiando consultores, fabricantes de esquadrias e demais profissionais do setor, devido à complexidade de suas fachadas. Em sua segunda gestão como diretor secretário da Associação dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), o empresário José Sabioni de Lima acompanha de perto essas mudanças, que exigem soluções técnicas desafiadoras, absorção de novos conceitos, investimentos e estruturação das empresas. Equipes passaram a trabalhar mais integradas, entrou em cena a figura do sistemista e formaram-se consórcios entre fabricantes de fachadas, para atender à demanda do mercado. “Na última década, o setor não parou de se reinventar e de aplicar tática e diariamente a reengenharia na empresa e investir em recursos materiais e humanos”, afirma Sabioni em entrevista a Gilmara Gelinski.
passou a ser parte integrante do escopo, envolvendo projeto executivo e as técnicas de produção e instalação. O serralheiro passou a trabalhar com fachadas facetadas, com ângulos de concordância, levando à busca de novos materiais e equipamentos, com tecnologias avançadas. Veio também a implementação de softwares de computação gráfica e a engenharia passou a ser mais presente do que era até então. Mockups técnicos são montados e levados para ensaios em laboratórios. Com isso, uma entidade muito próxima da Afeal, o Itec [Instituto Tecnológico da Construção Civil], cresceu em volume de participação, por ter a única câmara de testes do país que absorve grandes vãos. Atualmente, essa câmara tem uma agenda muito concorrida. O ITEC TEM PLANOS PARA ATENDER AO AUMENTO DA DEMANDA?
QUAL O DESAFIO IMPOSTO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA FACHADA DE GEOMETRIA COMPLEX A?
As soluções são totalmente customizadas e as condições de aplicação dos produtos e das fachadas sofrem variações. É um trabalho de alfaiate. O item fachada
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Há planos de criação de uma câmara e de mudança para uma área maior, com a implantação de um centro de pesquisas e desenvolvimento, em Atibaia [no interior de São Paulo], numa área doada pela prefeitura. Mas é um projeto mais para médio prazo.
NESSE CENÁRIO DE FACHADAS COMPLEX AS, QUAL A IMPORTÂNCIA DO PROJETO E DO DETALHAMENTO?
Sem o detalhamento não se consegue trabalhar. Para a execução dessas fachadas, o trabalho é feito célula a célula, ou seja, normalmente a fachada é dimensionada em painéis com largura média de 1,25 metro e altura de um pé-direito, com medidas de 3,50 a 4,40 metros. O mercado está recebendo empreendimentos com área de fachada de 50 mil metros quadrados, e para vedá-la seriam necessários 10 mil painéis. O projeto, o planejamento e a logística são primordiais para a execução de uma obra como essa. Há mais itens para serem resolvidos no departamento técnico do que na obra. Antes praticamente se fazia um trabalho de modelagem, e a partir dessas medidas tomadas em obra é que se liberava a fabricação das fachadas. Agora, as complexidades começam a ser tratadas em alguns estágios da obra. Primeiro na equalização do projeto, feita por escritórios especializados na consultoria de fachadas. Depois, em conjunto com os fabricantes e sistemistas. QUAL A DIFERENÇA ENTRE O TRABALHO DO SISTEMISTA E O DO CONSULTOR DE FACHADA?
O consultor, normalmente, é um representante do contratante que estabelece as premissas e tem competência técnica para avaliar os produtos oferecidos nas concorrências. O sistemista tem responsabilidade direta sobre o conceito, a geometria e a performance do sistema de fachada. E o fabricante entra complementando com sua mão de obra qualificada e certificada para execução tanto de fabricação quanto de instalação desse sistema.
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COMO É A ATUAÇÃOK
“Há fachadas de 50 mil metros quadrados e para vedar essa área seriam necessários 10 mil painéis”
DO ARQUITETO COM RELAÇÃO AO PROJETO DE FACHADA?
Ele está muito mais presente e passou a acompanhar de perto o projeto de fachada, com o apoio do consultor. Com isso, o arquiteto tem um trabalho de afinamento do projeto em parceria com consultor. O ESTABELECIMENTO DE PARCERIAS COM CONSULTORES ESTRANGEIROS TEM GERADO QUAIS RESULTADOS?
O mundo globalizado facilita a comunicação e o entendimento. Mas na maioria dos empreendimentos, quando se tem um consultor internacional, há um consultor brasileiro trabalhando em conjunto. Os obstáculos para os estrangeiros são os mesmos que os fabricantes nacionais encontram. Porém, o serralheiro brasileiro está mais acostumado aos problemas. Os consultores internacionais estão acostumados a receber documentação mais completa, mais próxima da realidade. COMO A AFEAL AVALIA O TRABALHO REALIZADO POR PROFISSIONAIS ESTRANGEIROS NO PAÍS?
A concorrência é saudável. A Afeal pontua muito a questão da relação da igualdade de condições, obediência às legislações em todos os seus graus, »
ENTREVISTA José Sabioni de Lima ❘ Diretor da Afeal
ENTREVISTA
quer seja trabalhista, tributária ou de ordem comercial. Vivemos num país de economia e fronteiras abertas. Temos que nos ajustar e ser competitivos desde que os parâmetros técnicos, comerciais e éticos sejam preservados numa concorrência.
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Muitas vezes, esses desvios são maiores do que os previstos pela norma. Por exemplo, se ela prevê que a cada 50 metros a fachada pode ter um desaprumo de 20 milímetros, teve uma obra em que ele chegou a 150 milímetros em 50 metros de fachada. E isso só é possível aferir quando o serralheiro vai fazer as suas conferências in loco. Como o desaprumo deve ser corrigido na execução QUAIS AS ESTRATÉGIAS DAS EMPRESAS PARA das fachadas, há um retrabalho e muitas vezes uma CUMPRIR PRAZOS E, AO MESMO TEMPO, EVITAR complementação de ERROS DURANTE A trabalho. Com isso, fica EXECUÇÃO DA OBRA? praticamente impossível Esse é o calcanhar de "Já tivemos uma obra em que o cumprir os prazos Aquiles, uma pedra previstos inicialmente. no sapato de qualquer desaprumo chegou a 150 milímetros serralheiro, porque ele em 50 metros de fachada” ainda é o elo mais fraco POR QUE FORAM da cadeia. O fabricante CRIADOS de esquadrias muitas CONSÓRCIOS DE vezes trabalha sob a orientação de um projeto conceitual, EMPRESAS DE ESQUADRIAS E FACHADAS PARA em outras juntamente com os sistemistas. É comum ele ATENDER A UMA OBRA? ser obrigado a aceitar prazos impostos pelo contratante, No início do crescimento de obras diferenciadas, as difíceis de serem cumpridos. Muitas vezes o contratante empresas tinham uma determinada estrutura. Com não dá condição para que o serralheiro execute o projeto esse advento, os consórcios eram formados para poder de fachadas no tempo solicitado. Com relação a insumos, atender vários empreendimentos simultaneamente, os problemas acontecem no recebimento no momento em vez de trabalhar especificamente em um único. necessário. O prazo é um dos principais obstáculos Os fabricantes juntaram suas expertises e estruturas a serem resolvidos no setor da construção civil. para realizar vários projetos. Os consórcios se dão não pela falta de capacidade de estrutura ou mão de obra dos serralheiros, mas pela falta de capacidade da empresa E QUAIS SERIAM AS CONDIÇÕES IDEAIS PARA UM de atender ao volume de obras que o mercado oferece. SERRALHEIRO TRABALHAR? Com o consórcio ele pode continuar executando obras A começar pela contratação, que deveria ser feita o menores e participar de grandes empreendimentos. mais precocemente possível, ajustada a um projeto já totalmente resolvido. A outra condição é que os empreendimentos deveriam estar com suas estruturas AS FÁBRICAS NACIONAIS JÁ TINHAM TECNOLOGIA dentro das tolerâncias exigidas para evitar o retrabalho PARA ESSES SISTEMAS COMPLEXOS? dos conceitos previstos nos projetos e do planejamento Elas tiveram que se atualizar. Os equipamentos inicial. Em muitos casos, o serralheiro é contratado e maquinário vêm de fora. No Brasil não há quando a estrutura da obra já está praticamente pronta. indústrias que supram as necessidades de E aí não dá mais tempo para muito do que poderia ter sido fabricação dessa tipologia de produto. trabalhado em conjunto, para ajudar, por exemplo, com a colocação das esperas, a fim de facilitar a instalação do QUANTOS FABRICANTES TRABALHAM NESSAS sistema de fachada acompanhando os eventuais desvios GRANDES OBRAS? na execução da estrutura. Em torno de 20 empresas em São Paulo, Rio de Janeiro, nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste. Curitiba tem um fabricante com participações AINDA EXISTEM PROBLEMAS COM OS NÍVEIS DE no Rio Grande do Sul e em São Paulo. • TOLERÂNCIA DAS ESTRUTURAS?
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MERCADO
Concurso
NOVO ESPAÇO PARA A BIBLIOTECA NACIONAL Projeto do escritório Vigliecca & Associados foi escolhido por unanimidade, entre 66 trabalhos inscritos, no Concurso Anexo da Biblioteca Nacional, promovido pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro.
O ANEXO
da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, vai abrigar parte do acervo da instituição, sala de leitura, auditório e espaço de exposições, em cerca de 30 mil metros quadrados. Para isso, o projeto do arquiteto Héctor Vigliecca - em coautoria com Luciene Quel, Ronald Werner Fiedler e Neli Yumi Shimizu - prevê a reforma e a ampliação do edifício onde funcionava o antigo armazém de grãos do Ministério da Agricultura, localizado na orla da baía de Guanabara, em área do projeto de renovação urbana Porto Maravilha. Segundo os autores, a proposta é criar uma biblioteca contemporânea, na qual o conhecimento se dá não apenas dentro da sala de leitura, mas também nas relações entre as pessoas e a cidade. Para tanto, o prédio terá dois pavimentos suspensos, originando um vão livre no térreo para abrigar uma praça que se conecta com a frente marítima, integrando-se à paisagem e gerando conexões com o entorno.
A PERSIANA E X TERNA , QUE MODIFICA SUA ABERTURA DE ACORDO COM A INCIDÊNCIA SOL AR, É UMA DAS SOLUÇÕES EM ESTUDO PARA A FACHADA
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O projeto consiste na divisão dos núcleos de funções em três blocos independentes, permitindo condições espaciais, estruturais e de infraestrutura específicas aos dois volumes laterais e ao central, de modo a motivar e induzir as relações de intercâmbio intelectuais e sociais. De acordo com Vigliecca, os blocos leste e oeste se integram através de um espaço central no térreo, por onde se instalam as suas principais vias de comunicação e os seus fluxos, sobretudo o de pedestres - em rampas, escadas, elevadores e passarelas. No nível do mezanino se estabelecerá também a interconexão de funcionários e de serviços entre as três torres dos elevadores, dos setores leste, central e oeste. O volume horizontal, ponderado em relação à geografia e à paisagem, adota a ideia de matéria sólida, fixa e ativa, que deve se manifestar como um símbolo urbano, identificado e assumido pela população. O arquiteto explica que o projeto ainda não está em etapa de consolidar os detalhamentos aplicados na fachada da construção,
mas para a diminuição da radiação direta estuda-se o emprego de persianas externas, que modificam sua abertura de acordo com o grau de incidência solar. A proposta apresenta uma multiplicidade de rampas, interseções, passagens públicas e elevadores, que permite criar um polo de regeneração urbana capaz de integrar o complexo junto ao sistema de transportes, como o veículo leve sob trilhos (VLT) sobre a via Binário. A expectativa é que até o final deste ano o projeto executivo seja concluído, para então se captarem os recursos necessários para licitar a obra. Estima-se que em três anos o anexo da Biblioteca Nacional poderá ser inaugurado.
de Janeiro (IAB/RJ), o concurso teve o júri composto por Luiz Antônio Lopes de Souza, Nivaldo Vieira de Andrade Júnior, Sérgio Magalhães, Gilberto Belleza e Ricardo Villar. Em avaliação emitida na ata da competição, a comissão julgadora destacou a interdependência cultura-natureza e a valorização dos vínculos entre o anexo da Biblioteca Nacional e a praça-esplanada resultante da reurbanização da região portuária. (Por Gabriela Nunes)
Também participaram da equipe do escritório Vigliecca & Associados, como colaboradores, Marina Piccolo, Leandro Leão, Paula Romagnoli, Natália Harumi Tanaka, Carlos Collet e Bhakta Kpra e, como consultor de estruturas, Flávio d'Alambert. Com organização do Instituto de Arquitetos do Brasil/Departamento do Rio CORTE
O PROJETO CONSISTE NA DIVISÃO DOS NÚCLEOS DE FUNÇÕES EM TRÊS BLOCOS INDEPENDENTES
MERCADO
DOIS PAVIMENTOS SUSPENSOS ORIGINAM UM VÃO LIVRE NO TÉRREO, QUE SE CONECTA COM A FRENTE MARÍTIMA
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MERCADO
Feicon Batimat 2015
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O momento de crise hídrica e energética fez o mercado de varejo da construção civil elevar seus números, de acordo com o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Elias Conz. As vendas em janeiro e fevereiro aumentaram 2,8%, ultrapassando os valores do mesmo período de 2014. Até o final do trimestre é esperado um crescimento de 3% e até o fim do ano de 6%. Para o presidente da Anamaco, o aumento pela procura de materiais de construção deve-se, principalmente, a três
FOTOS DIVULGAÇÃO FEICON BATTIMAT
Mais de 2 mil marcas nacionais e de 25 países apresentaram projetos, produtos e soluções para a economia de água e energia e para a industrialização do processo da construção civil, entre outros, durante a 21ª edição da Feicon Batimat - Salão Internacional da Construção, realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, de 10 a 14 de março. Durante os cinco dias, mais de 120 mil pessoas, incluindo profissionais como arquitetos, construtores, engenheiros, lojistas, revendedores e projetistas, passaram pelo evento, considerado a vitrine do setor na América Latina. “Nossa expectativa é gerar, este ano, negócios em torno de 500 milhões de reais”, comenta Liliane Bortoluci, diretora do salão.
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MERCADO
ÁGUA E ENERGIA SÃO DESTAQUES NA FEIRA
fatores: a crise hídrica, que eleva a busca por soluções economizadoras, os automóveis mais caros e a alta do dólar, os dois últimos por desestimular as viagens e incentivar o investimento em reformas residenciais. Seguindo essa tendência, um dos destaques da feira foi a Ilha de Sustentabilidade Água, espaço que contou com a exposição de mais de 60 produtos de dez empresas, economizadores de água. O público pôde conferir vasos sanitários de seis litros, com redução »
ILHA DE SUSTENTABILIDADE: DESTAQUE PARA PRODUTOS ECONOMIZADORES DE ÁGUA
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MERCADO
Feicon Batimat 2015
SEMINÁRIOS ATRAÍRAM
MERCADO
BOM PÚBLICO
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de consumo de 60% a 70% em relação aos modelos antigos, e torneiras com acionamento mecânico, elétrico e eletrônico, entre outras inovações. Através de um aplicativo para smartphone e tablet, desenvolvido especialmente para a ilha, o visitante descobria de quanto era a economia de água de cada solução e em quanto tempo obteria o retorno de seu investimento. “Nossa intenção é mostrar que essas mudanças podem ser radicais no começo, mas terão um resultado satisfatório a médio e longo prazos”, explica Liliane. A ideia de criar o ambiente surgiu do projeto de sustentabilidade Ação Água, desenvolvido pelo Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp) com o intuito de conscientizar a população sobre a importância da gestão da água e seu consumo inteligente. Além de apresentar produtos, a Feicon Batimat promoveu a discussão e a apresentação de soluções para o problema hídrico no país e para outros temas, como o descarte consciente do material de construção e a rede de energia inteligente Smart Grid. Na Ilha do Conhecimento, os visitantes puderam obter informações sobre produtos, equipamentos, tecnologias, tendências e melhores práticas do setor. Com grande movimento de público tanto na área de exposições, como nos eventos paralelos, a Feicon Batimat abriu espaço para cursos e um ciclo de seminários com apresentações técnicas, palestras, painéis de debates e estudos de casos. Por iniciativa da Fundação Vanzolini, entidade pioneira no desenvolvimento de sistemas de avaliação e gestão ambiental, o evento
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ofereceu dois cursos de formação técnica para profissionais de projeto de arquitetura e sistemas prediais: Introdução ao PBE Edifica (etiqueta de eficiência energética de edificações do Inmetro) e Introdução ao RGMAT ACV e EPD (selo de sustentabilidade para materiais de construção). Um seminário organizado pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mostrou estudos de caso com o objetivo de informar sobre as inovações dos atuais sistemas construtivos industrializados aplicados em obras no país. A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea) realizou seminário sobre novas tecnologias para o desenvolvimento de projetos, com foco no Building Information Modeling (BIM), ferramenta que oferece uma nova maneira de projetar e modelar, fornecendo toda informação necessária aos desenhos, à expressão gráfica, à análise construtiva, à quantificação de trabalhos e tempos de execução, desde a fase inicial do projeto até a conclusão da obra (leia FINESTRA 57). Considerado um novo paradigma para projetar e construir edificações, o BIM já vendo sendo utilizado por escritórios brasileiros de arquitetura, mas, pelo que foi possível observar durante o seminário, ainda falta familiaridade com essa ferramenta. A necessidade de discutir os temas presentes nos seminários surgiu ao final da edição passada, quando a Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora do evento, realizou uma pesquisa para que o público presente apontasse sobre quais produtos e projetos gostaria de ter mais AQUECEDOR SOL AR PARA ÁGUA : informações. (Por FOCO NA ECONOMIA DE ENERGIA Camila Gonzalez) •
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ESCRITÓRIOS BRASILEIROS NO MIPIM, EM CANNES
MERCADO
NOVO GERENTE NA SAINT-GOBAIN GLASS
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O projeto Built by Brazil, parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), levou seis escritórios brasileiros para exibir seus trabalhos no Mipim, um dos principais eventos imobiliários internacionais. Realizado de 10 a 13 de março, em Cannes, na França, o congresso contou com a presença dos escritórios Arkiz, de São Paulo, com projetos de diversas tipologias, incluindo casas, edifícios residenciais e comerciais, complexos de uso misto e edificações institucionais, como museus e bibliotecas; Edo Rocha Arquiteturas, de São Paulo, com apresentação dos cases de real state, tendência para investidores interessados no Brasil; Fernandes Arquitetos Associados, de São Paulo, com a Arena Per-
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nambuco e o Maracanã (Estádio Jornalista Mário Filho), ambos utilizados na Copa do Mundo de 2014; Gustavo Penna Arquiteto e Associados, de Minas Gerias, com o edifício Forluz (foto), projetado para abrigar a sede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e empresas coligadas; Triptyque, de São Paulo, que apresentou as ferramentas que podem servir à construção contemporânea e sustentável e participam da evolução dos espaços urbanos; e Slomp & Busarello Arquitetos, do Paraná, com propostas voltadas para arquitetura, urbanismo, paisagismo, design de interiores, cenografia, design, ensino e consultoria. Além disso, os escritórios brasileiros participaram do Café Arquitetura, uma mistura de conferência com breakfast, que funciona como extensão do Fórum de Inovação, durante o Mipim.
Há 15 anos no grupo Saint-Gobain, o executivo Gustavo Luiz de Jesus Siqueira assumiu agora a gerência geral da Saint-Gobain Glass. Ele será responsável pela administração do negócio, desenvolvimento e definição da estratégia da empresa e terá como objetivo principal consolidar a companhia no mercado. Para isso reúne a experiência de cargos anteriores na Saint-Gobain, onde já atuou como coordenador jurídico, gerente administrativo e financeiro, gerente e diretor de recursos humanos e diretor comercial e de marketing na divisão de materiais de construção.
ESTRUTURAS TUBULARES
O Rio de Janeiro irá receber de 27 a 29 de maio o 15º Simpósio Internacional de Estruturas Tubulares (ISTS 15). O evento é considerado a principal vitrine para estruturas tubulares e contará com discussões sobre pesquisas, desenvolvimentos e aplicações nesse domínio. A conferência é voltada para fabricantes de perfis ocos ou produtos de construção relacionados, arquitetos, engenheiros, produtores de aço, proprietários ou desenvolvedores de estruturas tubulares, pesquisadores, acadêmicos e estudantes de pós-graduação.
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MERCADO
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ARQUITETURA COM AÇO
FERNANDES ARQUITETOS EM MOÇAMBIQUE
Até o dia 15 de agosto estarão abertas as inscrições da oitava edição do concurso promovido pelo Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) para estimular o desenvolvimento de projetos de arquitetura com o uso do material. Direcionado para estudantes, o certame levará a equipe vencedora para participar como representante do Brasil no 8º Concurso Alacero de Desenho em Aço para Estudantes de Arquitetura 2015, organizado pela Associação Latino-Americana do Aço (Alacero). Informações: www.cbca-acobrasil.org.br/arquitetura.
A cidade de Nacala, ao norte de Moçambique, inaugurou o aeroporto internacional projetado pelo escritório brasileiro Fernandes Arquitetos Associados. A infraestrutura planejada para a área de cerca de 200 mil hectares inclui a torre, terminal de carga, terminal de passageiros e demais equipamentos aeroportuários. Os elementos estão distribuídos de forma que todo o fluxo de passageiros - estimado em mais de 500 mil por ano - ocorra sempre do centro para as pontas, tanto na entrada quanto na saída. A sustentabilidade também está presente no projeto, por meio do aproveitamento da iluminação e ventilação naturais e sistemas de ventilação mecânica, além de dispositivos para captação de águas e tratamento dos efluentes, para a irrigação das áreas verdes.
PARCERIA INCENTIVA QUALIDADE 22
Durante a convenção anual realizada na cidade de Madri, na Espanha, em fevereiro, a unidade brasileira da empresa de perfis de PVC Kömmerling reuniu 33 parceiros e aproveitou para lançar o Programa de Qualidade na Gestão do Parceiro, instrumento com o qual quer se consolidar no país como um dos players em matéria de produtos e serviços. "O programa tem como base a avaliação da situação atual de cada parceiro, bem como os procedimentos que serão adotados para a melhoria de qualidade, contemplando desde o processo de venda - fabricação e instalação - até o pós-venda", informa Priscila Oliveira de Andrade, gerente de vendas da empresa.
REHAU COM FILIAL EM BRASÍLIA
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A Rehau abriu escritório em Brasília com o objetivo de ficar mais perto de seus clientes. A empresa já tem atendimento em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Paraná. "Estamos ampliando nossa presença nacional e vamos continuar investindo em inovação e tecnologia para aumentar a nossa capacidade produtiva e seguir crescendo", comenta Alexandre Novoselecki, diretor comercial da Rehau no Brasil.
Sua inspiração em cada projeto é uma viagem repleta de escalas. Se o azul te inspira,
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Sopot, Polônia
MERCADO
PRÉDIO DANÇANTE GANHA PRÊMIO
MERCADO
ATRATIVO MERCADOLÓGICO
Secretária virtual, bike sharing, espaço fitness e espaço happy hour são alguns dos equipamentos que fazem parte do novo empreendimento da Tecnisa, instalado no bairro Água Verde, em Curitiba. O Inspira Business tem 18 andares e 376 unidades com metragens entre 30 e 95 metros quadrados, além de três lojas com área de até 117 metros quadrados. "É um espaço corporativo pensado para quem quer ter uma vida melhor e mais tranquila”, afirma João Auada Jr., diretor de negócios da empresa.
Localizado na orla de Sunny Isles Beach, no Sul da Flórida, o edifício Regalia Miami ganhou o prêmio de Melhor Arranha-Céu Residencial das Américas em 2014, nas categorias nacional e regional, da International Property Awards. Apelidado de “prédio dançante” pelo design em forma orgânica, com as sacadas em ângulos diferentes, o arranha-céu é composto por uma única torre de 46 andares e 39 apartamentos exclusivos, além de duas megarresidências entre as unidades disponíveis: uma cobertura de quatro andares e 970 metros quadrados e uma beach house de dois andares, com 921 metros quadrados. Todos os apartamentos contam com janelas do piso ao teto de dez metros de altura, junto a um terraço de três metros de comprimento, que oferecem vista para o oceano Atlântico e o canal Intracoastal Waterway.
NOVA FEIRA CHEGA AO BRASIL 24
A feira para o setor vidreiro Glass South America - organizada pela NürnbergMesse Brasil - fez parceria com a Landesmesse Stuttgart, responsável por organizar a feira R+T ao redor do mundo, acrescentando a seu escopo o mercado de janelas, portas e fachadas. Juntas, as organizadoras trazem para o Brasil, em 2016, a R+T South America, que já tem data definida - 8 a 11 de junho, em São Paulo. A Glass South America (foto) já está posicionada como feira líder do setor vidreiro para as Américas, com cerca de 200 marcas em exposição, 13 mil visitantes profissionais do setor e 10 mil metros quadrados de área de exposição.
CAU/SP OFERECE CURSOS GRATUITOS
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP), em parceria com o Sebrae/SP, oferece cursos gratuitos de empreendedorismo para arquitetos e urbanistas do estado. São mais de 30 opções de ensino a distância para capacitação e aperfeiçoamento profissional, com
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disciplinas e conteúdos variados. Os cursos estão divididos em dois grupos: um destinado apenas aos cadastrados como pessoa jurídica e outro aberto para todos os profissionais. Informações sobre o programa Arquiteto Empreendedor em www.causp.gov.br/arquitetoempreendedor.
ARQUITETURA
FL 4300 | aflalo/gasperini arquitetos | São Paulo
LINGUAGEM CONTÍNUA NOS ELEMENTOS DA FACHADA Três edifícios compõem o complexo FL 4300, cada um deles com identidade própria - corporativo, de escritórios e residencial -, porém integrados por uma linguagem contínua, impressa nos elementos arquitetônicos e nas fachadas, o que gerou desafios para a produção das esquadrias, em função das diferentes tipologias aplicadas.
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PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
Segundo o arquiteto Luiz Felipe Aflalo Herman, a ideia foi criar uma quadra aberta, sem gradil, funcionando 24 horas para incentivar o fluxo de pessoas nas ruas. “Durante os últimos anos, os megaempreendimentos, que buscavam segurança, criaram ilhas na cidade muito seguras internamente, mas inseguras fora. Os muros em volta do quarteirão substituíram as casas e as pessoas que ficavam em suas janelas ou saíam para rua. Com o passar do tempo, as vias ficaram vazias, pouco urbanas. A cidade ficou sem vida”, observou.
O EDIFÍCIO CORPORATIVO TEM 15 PAVIMENTOS, O DE ESCRITÓRIOS, 12 E O RESIDENCIAL , 17
Aflalo Herman retoma a história de transformação da região da avenida Brigadeiro Faria Lima para explicar o conceito aplicado ao FL 4300. Lá havia muitas indústrias e galpões e o primeiro prédio construído não tinha janelas para rua, mas voltadas para um grande átrio, funcionando como uma espécie de renda que desviava o olhar dos galpões, deixando-os em segundo plano. Mas os espaços vazios continuavam, pois ao final do dia e nos fins de semana o bairro ficava deserto. “O cenário mudou com a chegada dos shoppings, parques e também por uma questão de estoque de outorgas divididas em residencial e não residencial”, lembra o arquiteto. “Na região da Faria Lima, o caráter é muito comercial, pois com a criação da operação urbana houve um grande desenvolvimento nesse uso. Agora, devido à falta de Certificados de Potencial Adicional de Construção [Cepacs comerciais], a tendência é ter um caráter mais misto, pois só há disponibilidade de Cepacs residenciais. Na prática isso já está ocorrendo”, completa a arquiteta Grazzieli Gomes Rocha. »
ARQUITETURA
DE USO MISTO,
o FL 4300 é composto por três edifícios implantados em formato de U, em área de 13 mil metros quadrados. O vazio que permeia o térreo é ocupado por uma praça arborizada semipública, cuidada pelo empreendimento, mas aberta à circulação de pedestres. Com mais de 1.280 metros quadrados, essa praça se funde visualmente com a do edifício vizinho, em frente do complexo.
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ARQUITETURA
FL 4300 | aflalo/gasperini arquitetos | São Paulo
ELEVAÇÕES
IMPL ANTAÇÃO
TÉRREO
A proposta do FL 4300 anteviu as condicionantes do plano diretor, que como conceito apresentou uma solução do ponto de vista do potencial construtivo. “Ele faz parte de uma ilha isolada no meio da operação urbana, que não se beneficia do adensamento de quatro vezes a área do lote. O aproveitamento é somente de 2,5 vezes, sendo uma de residencial e 1,5 de comercial. A lei não obriga a fazer um empreendimento misto, foi uma opção do cliente, que a princípio pensou na construção de um hotel, em vez de um residencial”, explica Grazzieli. Formada por dois lotes - com 6.063,61 e 7,2 mil metros quadrados, destinados, respectivamente, ao edifício corporativo e à construção dos prédios residencial e de escritórios -, a área total do conjunto é aberta para a avenida Brigadeiro Faria Lima e as ruas Elvira Ferraz e Chilon. A concepção dos projetos e suas aprovações foram realizadas separadamente, sem perder o foco no conjunto. Os arquitetos usufruíram do recurso legal que permite fazer uma edificação no fundo do terreno, jogando todo o potencial para o lote de trás. Com isso, a disposição dos volumes em forma de U foi feita a partir da torre corporativa (a mais emblemática, com uma
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PAVIMENTO-TIPO
linguagem angulada em sua forma), garantindo à praça e a todo o complexo visibilidade e acesso para a avenida. Com área construída de 30.674,69 metros quadrados, distribuída em lajes de 860 a 1.075 metros quadrados, a torre corporativa se encontra no terreno frontal. No centro está o prédio de escritórios com volume mais baixo, abrigando salas comerciais de 58 a 94 metros quadrados. Por fim, a última edificação, paralela à corporativa, é reservada ao residencial, com apartamentos de um dormitório e tamanhos entre 35 e 64 metros quadrados. As características da torre principal se propagaram por todo o empreendimento, criando um partido arquitetônico de volumes prismáticos e cartesianos cortados por diagonais. O recuo do edifício corporativo, somado ao chanfro da fachada, criou um vazio urbano de qualidade. A ideia foi buscar o mesmo endereço para os outros dois prédios, apesar de eles estarem voltados para a praça central. O recuo do edifício de 25 metros evitou o efeito escalonado de uma torre em cadeia e o chanfro promoveu a abertura visual para o vazio urbano com percepção a partir da avenida. »
A DISPOSIÇÃO DOS EDIFÍCIOS EM FORMA DE U FOI FEITA A PARTIR DA TORRE CORPORATIVA , A MAIS
ARQUITETURA
EMBLEMÁTICA DO CONJUNTO
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ARQUITETURA
FL 4300 | aflalo/gasperini arquitetos | São Paulo
A praça central integra os edifícios. Todo o térreo é permeável e cruza a área semipública. As marquises metálicas revestidas com painéis de alumínio composto marcam as entradas dos prédios e os interligam. Na torre residencial, o térreo mais fechado abriga o restaurante e toda a área comercial do complexo. “Pela lei, nos edifícios residenciais as áreas consideradas como térreo não são computáveis. No comercial, o hall com até 30% da área do andar não é computável, mas tudo que exceder a isso, mesmo que seja para hall, é. Esse favorecimento de um tipo de uso em relação a outro impôs soluções diferenciadas para o térreo”, explica Aflalo Herman.
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123 5
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ELEVAÇÃO - TORRE CORPORATIVA
SINERGIA
Os edifícios possuem alturas diferentes: o corporativo tem 15 pavimentos, com pé-direito de 4,14 metros; o de escritórios tem 12 andares e o residencial, 17, ambos com pé-direito de 3,42 metros. A altura do prédio de escritórios se deu em função do gabarito, originando um volume horizontalizado, mais baixo, com função importante para o residencial. Como o projeto abriu mão de todo o térreo residencial para o uso público, a área de lazer dessa edificação foi colocada no pavimento de cobertura do prédio de escritórios, totalmente isolada da casa de máquinas. O acesso se faz através de uma passarela, que conecta os dois no 11o andar. Cada edifício tem sua identidade, porém existe uma costura entre eles, que promove sinergia de linguagem contínua, impressa nos elementos de fachada e arquitetônicos. O escalonamento, no décimo andar, deixa um trecho da torre corporativa na mesma altura do prédio de escritórios, criando conexão visual entre ambos. Apesar de terem usos diferetes, os terraços do residencial se repetem no comercial. “Para buscar essa sinergia entre os prédios, procurou-se trabalhar em todas as plantas com planos mais angulados, quinas, linguagem das placas de revestimento e vedação e terraços. É visível a mimetização entre uma fachada e outra. Enquanto a marcação horizontal dos edifícios menores são terraços com faixas brancas, no corporativo foram utilizados brises metálicos e terraços na lateral, que criam espaços inusitados de convívio inseridos a cada dois andares”, lembra Grazzieli.
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O RECUO NO EDIFÍCIO CORPORATIVO, SOMADO AO CHANFRO DA FACHADA , CRIOU UM VAZIO URBANO DE QUALIDADE
desenhos luxalum
© Vidro
CORTE 4
CORTE 2
CORTE 5
CORTE 3
Barra de ligação Gaxeta EPDM contínua (obra)
CORTE 6
Fita macia ESP 18
Gaxeta EPDM
Gaxeta EPDM Sistema Guarutherm corta-fogo
Lã de rocha
19 12
1180
1000
CORTE 7
Vidro
Arruela dentada Ancoragem
6 Mínimo - 55
Gancho Shadow box ACM 3 mm smoker silver
Chumbador
51 61
CORTE 8 18
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Brise
CORTES HORIZONTAIS
Um dos grandes desafios foi o projeto e a instalação da caixilharia. Segundo a consultora de fachadas Maria Teresa Godoy, da Arqmate, “os projetos foram desenvolvidos em duas etapas, começando pela torre corporativa. Os três edifícios têm usos e tipologias distintos - fachadas unitizadas, janelas maxim-ar e esquadrias de correr -, porém com as mesmas características arquitetônicas. A unidade entre eles gerou um desafio para o desenho estético das esquadrias”. “A produção da caixilharia foi feita em duas linhas de produção na fábrica”, explica Raul Ferreira da Costa Jr., diretor presidente da Cosbiem, empresa responsável pela fabricação e execução das fachadas dos edifícios residencial e comercial. Foram aplicadas 95 toneladas de alumínio nas duas fachadas, concluídas em oito meses. Os trabalhos começaram pelo prédio residencial, mas depois seguiram simultaneamente em ambos. TORRE CORPORATIVA
Suporte em aço inox
CORTE 8
GBF
Fixação especial
Suporte em inox
Suporte em aço BCU - S6 Gaxeta EPDM Brise metálico cor cinza escuro - RAL 7.024 CORTES VERTICAIS
A envoltória da torre corporativa recebeu o sistema de fachada unitizada OffSet Wall 120 milímetros, composto por módulos produzidos com vidros, granito e brise. A caixilharia, fabricada com perfis de alumínio de 120 milímetros (pintura eletrostática na cor cinza RAL 7.024 B, camada anódica de 60 micra), recebeu vidros laminados de controle solar na cor azul, com 12 milímetros de espessura, fator de proteção solar de 36%, coeficiente de sombreamento de 0,41 e transmissão luminosa de 35%. De acordo com a diretora de marketing e produto da GlassecViracon, Cláudia Mitne, “a especificação dos vidros desta obra levou em conta a demanda dos arquitetos por diferenciais técnicos e estéticos adequados a um complexo de uso misto, que assegurasse equilíbrio entre transparência e reflexão, com foco na eficiência energética, além da segurança proporcionada pelos laminados”. »
ARQUITETURA
CORTE 1
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FL 4300 | aflalo/gasperini arquitetos | São Paulo
ARQUITETURA
DESENHOS COSBIEM
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© H
CORTE 7
H
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po 1 Ti - 0 AV
CORTE 9
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CORTE 6 H
L ADO E X TERNO
H
CORTE 10
CORTE 8
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po 0 Ti - 1 AL Shadow box ACM cor preta
H
CORTE 2 CORTE 1
L ADO E X TERNO
CORTE 3
Tipo AL - 39
CORTE 11
CORTE 12
CORTE 13
Shadow box ACM cor preta
ELEVAÇÃO – EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS (FL OFFICE)
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CORTE 14
CORTE 15
OS TERRAÇOS DOS EDIFÍCIOS RESIDENCIAL E DE ESCRITÓRIOS SÃO BOAS SOLUÇÕES DE
ARQUITETURA
SOMBREAMENTO
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Lucínio dos Santos, diretor comercial da Luxalum, empresa responsável pela execução da fachada da torre corporativa, explica que “o projeto especificado para se produzir a fachada era com o sistema stick, independente dos trechos com granito. Mas, para dar agilidade ao processo e evitar a interface dos instaladores do granito com os demais itens, a parceria entre Luxalum, Belmetal e Arqmate desenvolveu o projeto de fachada unitizada, incluindo a fixação das placas de granito através de suporte de aço, parafusos e chumbadores, no painel unitizado”. Para garantir sombreamento em áreas de maior insolação, foram instalados brises com palhetas
de alumínio horizontais, com 500 milímetros de profundidade, fixados por perfil de aço inox no painel unitizado. A frente de laje foi revestida com shadow box de painéis de alumínio composto. Nas áreas de terraço, há guarda‑corpos compostos por gradis com perfis tubulares de alumínio e vidros encaixilhados.A envoltória está dentro de uma moldura constituída de uma estrutura metálica em volta do edifício, solta no coroamento, revestida com placas de granito externamente e painéis de alumínio (acabamento padrão aço corten), no lado interno. Nos outros edifícios utilizou‑se massa para o revestimento com detalhes que lembram o aço corten. A ideia era ter a mesma linguagem, variando o material e mantendo a cor. »
ARQUITETURA
FL 4300 | aflalo/gasperini arquitetos | São Paulo
Para dar continuidade à moldura, a placa desce a fachada e projeta-se para fora do corpo do edifício, prolongando-se na horizontal, na direção da avenida Brigadeiro Faria Lima, sobre a marquise. Nesse trecho a placa tem 5,55 metros de largura, 32,90 de comprimento e 6,75 de altura. Instalada sobre a marquise de 12,35 metros de largura, 29,80 de comprimento e pé-direito de 4,60, ela funciona como uma segunda cobertura do hall do térreo, vedado com o sistema de fachada stick. Devido ao pé-direito de sete metros, a instalação da caixilharia exigiu internamente a adoção de colunas de alumínio e reforços de aço galvanizado a fogo pintados e isolados com fita anticorrosiva, para evitar o contato entre o alumínio e o aço. TERRAÇOS FUNCIONAIS
“Os terraços dos edifícios FL Residence e FL Office, com salas menores destinadas a pequenos escritórios, foram boas soluções para o projeto por uma questão
de sombreamento, técnica e financeiramente para o incorporador, por ser uma área a mais para ele vender que não entra no índice contabilizado pela prefeitura”, lembra Grazzieli. O segundo possui terraços com autonomia muito grande, pois, além de serem um elemento de sombreamento, dão liberdade para cada ocupante ter o seu próprio ar-condicionado. Para o seu guarda-corpo foi utilizada a linha Universal da Alcoa com fixação por pontaletes de alumínio, chumbados numa área de 2.340 metros quadrados. As fachadas do FL Office foram executadas com o sistema unitizado. Os vidros laminados de dez milímetros, na cor azul, foram colados com silicone estrutural bicomponente em perfis de alumínio da linha Unit da Alcoa com acabamento de pintura eletrostática RAL 7.024. Nelas também foram utilizadas janelas maxim-ar com fecho tipo cremona com diversos pontos
OS PRÉDIOS ESTÃO VOLTADOS PARA A PRAÇA CENTRAL , SENDO TODO O TÉRREO PERME ÁVEL E INTEGRADO À ÁREA SEMIPÚBLICA
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FICHA TÉCNICA
de travamento. As juntas entre os quadros de vidros foram vedadas com gaxetas EPDM. Para o térreo com pé-direito de 4,40 metros, o sistema adotado foi o stick da linha Cittá Due, produzido com perfis de alumínio e vidros laminados incolores de dez milímetros. A composição da fachada do edifício residencial se contrapõe à pele de vidro da torre corporativa. No FL Residence, o fechamento do vão de cerca de 7,5 metros se dá por porta de correr do sistema Schüco. O vão está dividido em três folhas com altura de 2.665 milímetros e largura que chegava a 2.547 milímetros. Cada folha é produzida com vidro laminado temperado incolor, sem reflexão, de 14 milímetros. Os vidros estão encaixilhados e fixados com baguete nos perfis de alumínio com pintura eletrostática com camada mínima de 60 micra, na cor RAL 7.024. A área de esquadrias do edifício residencial é de 2.689 metros quadrados. (Por Gilmara Gelinski)
escritórios); 6.063,61 m2 (corporativo) Área construída ❘ 40.008,76 m2 (residencial e escritórios); 30.674,69 m2 (corporativo) Projeto ❘ 2009 Conclusão da obra ❘ 2015 EQUIPE TÉCNICA
Arquitetura ❘ Luiz Felipe Aflalo Herman, Gian Carlo Gasperini, Roberto Aflalo e Grazzieli Gomes Rocha (autores); Alfredo del Bianco (coordenação); Eduardo Mizuka, Reginaldo Okusako, André Navarro, André Vieira, Felipe Farah e Renata Conti (colaboradores); Marcela Valério (estagiária); Marcelo Nagai e Raquel Rodorigo (3D) Construção ❘ RFM (corporativo); Gafisa (residencial e escritórios) Fachadas ❘ Arqmate (consultoria); Luxalum (execução/corporativo); Cosbiem (execução/ residencial e escritórios); Luxalum e Arqtec (painéis de alumínio composto) Climatização ❘ Thermoplan Estrutura de concreto ❘ SVS Estrutura metálica ❘ Alaxis Certificação ambiental ❘ CTE Fotos ❘ Ana Mello FORNECEDORES CORPORATIVO
Vidro ❘ Glassec (estudos e beneficiamento); Guardian (vidro float)
Silicone ❘ GE/Momentive Sistemas de fachadas ❘ Belmetal Painéis de alumínio composto ❘ Alcoa Fita anticorrosiva ❘ 3M Guarda-corpos ❘ Alcoa RESIDENCIAL
Sistemas de janelas e portas de alumínio ❘ Schüco Vidros ❘ Glassec (estudos e beneficiamento); Guardian (vidro float)
Guarda-corpos ❘ Alcoa ESCRITÓRIOS
Perfis de alumínio ❘ Alcoa Vidros ❘ Glassec (estudos e beneficiamento); DETALHE DOS BRISES METÁLICOS NA FACHADA DO PRÉDIO CORPORATIVO
Guardian (vidro float)
Guarda-corpos ❘ Alcoa
ARQUITETURA
VEJA MAIS CONTEÚDO EM W W W.ARCOWEB.COM.BR E NO APP REVISTA FINESTRA
Obra ❘ FL 4300 Cliente ❘ Stan/SDI/Bramex Local ❘ São Paulo, SP Área do terreno ❘ 7.200 m2 (residencial e
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Corporate Jardim Botânico | Baggio & Schiavon Arquitetura | Curitiba
ARQUITETURA
ESTRATÉGIAS PASSIVAS E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Seis fachadas envidraçadas e com grande incidência solar ganharam soluções de projeto, como brises, pele dupla, inclinação, vidros serigrafados e insulados, que permitiram obter, de forma natural, conforto termoacústico, gerando economia de 8,2%
© FOTOS GILBERTO CÉSAR LIMA DE AGUIAR
no consumo total de energia do edifício Corporate Jardim Botânico, em Curitiba.
A CARTA SOL AR E A ANÁLISE CLIMÁTICA ORIENTARAM A COMPOSIÇÃO DE CADA UMA DAS FACHADAS
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A VISTA PARA
o entorno, onde fica o Jardim Botânico de Curitiba, e a configuração do terreno guiaram a implantação do edifício Corporate Jardim Botânico, composto por três blocos, com núcleos de acesso separados - a entrada principal faz a interligação desses acessos - e lajes moduláveis que, no total, chegam a 3,5 mil metros quadrados em cada pavimento. Estas têm pequena variação de tamanho em função do escalonamento do prédio, que originou uma das faces com inclinação negativa de 82 graus em relação ao piso, tendo a função de proteção solar.
ELEVAÇÕES
A premissa de transparência gerou uma implantação com seis fachadas - norte, noroeste, nordeste, sul, sudoeste, sudeste - totalmente envidraçadas e com grande incidência solar. O desafio era vedar esses raios e, ao mesmo tempo, manter a vista para o Jardim Botânico. O pano de vidro da torre possui vãos-luz de dois metros de altura, totalizando cerca de 63% de área aberta. Previamente, foi realizada a análise climática da carta solar daquela região de Curitiba, para descobrir o tipo de proteção - se vertical ou horizontal - de que as fachadas precisavam, a quantidade de sombreamento e em quais períodos seria permitida a penetração do sol no interior do edifício. Tudo isso visando o conforto do usuário. »
O edifício possui dois subsolos com vagas para 600 veículos, térreo, sete pavimentos e laje de cobertura com heliponto e área técnica. O último trecho de fachada serve como guarda-corpo de 1,70 metro do piso de cobertura. Executado em concreto armado, o corpo da edificação está apoiado em pilares revestidos de granito. ESTRATÉGIAS PASSIVAS
Os estudos de concepção das fachadas incluíram simulações de consumo de energia e um comparativo com tipos diferentes de vidro. De acordo com o consultor de fachadas Crescêncio Petrucci Júnior, estas tiveram seu projeto desenvolvido com base em conceitos de sustentabilidade, conforto e eficiência energética, “utilizando recursos de sombreamento como brises, fachada dupla ventilada, vidros insulados de controle solar com elevada transparência e, consequentemente, alta eficiência energética”.
A PREMISSA DE TOTAL TRANSPARÊNCIA GEROU O DESAFIO DE VEDAR O SOL , PORÉM MANTENDO A VISTA PARA O ENTORNO
ARQUITETURA
IMPL ANTAÇÃO
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ARQUITETURA
Corporate Jardim Botânico | Baggio & Schiavon Arquitetura | Curitiba
O SISTEMA DE VIDRO ESTRUTURAL FOI UTILIZADO NA SEGUNDA PELE DAS FACHADAS VENTIL ADAS
“Essas estratégias passivas de arquitetura - brises, pele dupla, vidros serigrafados e insulados e face inclinada - permitiram obter de forma natural as condições de conforto para os usuários do edifício e contribuíram para a economia de 8,2% no consumo total de energia”, explica a arquiteta e coordenadora de projetos Paula Fraiz Morais, do escritório Baggio & Schiavon Arquitetura. Assim, foi possível criar soluções para que o prédio fosse muito mais econômico, o que ajudou na viabilização de uma boa certificação. O Corporate Jardim Botânico possui pré-certificação Leed Gold. A carta solar e a análise climática orientaram a composição de cada uma das fachadas, que, por serem diferentes, exigiram soluções específicas. Como no verão a incidência solar direta nas faces sudeste e nordeste é muito forte, o ideal seria a utilização de brises verticais. Mas estudos considerando os horários e abertura do vão mostraram que eles bloqueariam a visão. A solução foi a adoção de uma segunda pele de vidro, formando uma fachada ventilada, que, aplicada também a noroeste, é plana e constituída de vidros laminados, temperados
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de 16 milímetros (temperado incolor de oito milímetros + PVB + temperado serigrafado de oito milímetros), com serigrafia de listras horizontais brancas de cinco milímetros intercaladas. A serigrafia possibilitou sombreamento e permeabilidade visual. No verão, a segunda pele sombreia sem interferir na visão; no inverno, a estufa térmica que se forma entre as duas fachadas permite o conforto do usuário, por evitar a troca de temperatura entre os ambientes interno e externo. “O maior pano de vidro foi direcionado para o sul porque, como não há incidência de radiação direta do sol, não foi necessário utilizar a segunda pele. O importante, nesse caso, foi empregar vidro de alta eficiência energética que ajudasse no controle das trocas de temperatura entre áreas internas e externas. No inverno, por exemplo, quando Curitiba apresenta temperaturas bem baixas, o vidro não permite que o frio penetre no edifício, viabilizando mais conforto térmico”, explica Paula. Os vidros utilizados na vedação do edifício são insulados, laminados e temperados de controle solar, incolores,
© ALCIVANDRO ZERBINATE
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NOS TRECHOS COM JUNTA DE DIL ATAÇÃO FORAM
Chapa dobrada U - 120 x 120 (mm.), 3 mm Barra chata - 3/16" x 1.1/2" - 114 mm Chapa dobrada 1,2 mm / Fixação do ACM Montante de esquadria: tubo retangular - 80 x 120 mm
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Vidro temperado laminado 16 mm - serigrafado
Na face sudoeste a solução de sombreamento foi criar uma inclinação negativa, enquanto na norte se empregaram brises metálicos horizontais, que auxiliam no controle da radiação solar direta durante o verão, quando o sol é mais alto, reduzindo o uso do ar-condicionado. Aplicado nos módulos unitizados das fachadas, o sistema de brises Schüco ALB 690 está fixado em braços de alumínio, previamente encaixados e »
Calço spider em aço carbono soldado na estrutura Spider em aço inox 316 X = parafuso Ø 1/2" x 4".
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com espessura de 26 milímetros, sendo a câmara de 12 milímetros, com fator de proteção solar de 28%, coeficiente de sombreamento de 0,32 e transmissão luminosa de 36%. Segundo a arquiteta Cláudia Mitne, diretora de marketing e produto da GlassecViracon, empresa encarregada dos estudos, beneficiamento e fornecimento dos vidros, “as placas insuladas de controle solar possuem alto desempenho térmico e acústico. A tecnologia aplicada ao vidro duplo permite obter melhor balanço energético, com o controle de entrada de luz e de calor e baixa reflexão interna e externa, além de proporcionar conforto ambiental. A variação de massas, vidro, intercalante e ar confere excelente atenuação acústica”.
ARQUITETURA
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NOS DEMAIS TRECHOS AS PEÇAS TÊM QUATRO GARRAS, PARA QUATRO PL ACAS DE VIDRO
ACM - Silver white metallic 4 mm 120
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1 Forro / 2 Perfil metálico para acabamento / 3 Peitoril em Dywall / 4 Alvenaria / 5 Piso elevado 6 Estrutura metálica de sustentação da esquadria / 7 Forro removível / 8 Perfil vertical das esquadrias / 9 Vidro temperado/laminado / 10 Perfil horizontal das esquadrias / 11 Vidro laminado / 12 Suporte metálico fachada secundária / 13 ACM / 14 Fechamento / 15 Cortineiro 16 Estrutura metálica de sustentação da fachada secundária / 17 Fixador da fachada secundária 18 Vidro serigrafado / 19 Estrutura metálica de sustentação da fachada secundária / 20 Laje
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© ALCIVANDRO ZERBINATE
DETALHE DA FACHADA
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UTILIZADAS DUAS PEÇAS SPIDER DE DUAS GARRAS, PARA FIX AR QUATRO PL ACAS DE VIDRO
Luva para fixação e dilatação da estrutura - folga de 30 mm
DETALHES DE FIX AÇÃO DO VIDRO ESTRUTURAL
DETALHES DE FIX AÇÃO
DETALHE DE FIX AÇÃO DO
DO VIDRO ESTRUTURAL
VIDRO E CHAPAS DE ACM
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ARQUITETURA
Corporate Jardim Botânico | Baggio & Schiavon Arquitetura | Curitiba
presos nos montantes da fachada-cortina. Eles avançam aproximadamente um metro do corpo do edifício. Instalados em todos os pavimentos, a partir do primeiro, os brises de alumínio, cortado a laser, possuem seção transversal do tipo asa de avião nas dimensões de 690 x 100 milímetros e acabamento de superfície com pintura eletrostática, na cor cinza metálica RAL 9.006.
O projeto foi desenvolvido com peles de vidro, utilizando o sistema unitizado com módulos-padrão de 1,25 x 4,08 metros. Nelas existem aberturas para ventilação natural e faixas horizontais decorativas com painéis de alumínio composto na cor cinza. Segundo Petrucci Júnior, as fachadas foram setorizadas conforme a maior ou menor exposição solar. As particularidades de cada setor exigiram do projeto três sistemas de fachada com características diferentes de controle solar, buscando a eficiência da edificação. Nas faces nordeste, sudeste e noroeste foram adotados o sistema de esquadrias entre vãos com módulos unitizados compostos por perfis de alumínio Schüco EFSK 119 EV (UC 64 SG.Ni) e a segunda pele em vidro estrutural. A fachada norte, voltada para a linha férrea, recebeu sistema de fachada-cortina unitizada Schüco EFSK 119 (UC 64 SG.Ni) e brises horizontais. Os estudos de insolação demonstraram que nesse trecho o brise horizontal seria mais eficiente para o sombreamento com menores custo e impacto visual. O mesmo sistema de fachada-cortina foi aplicado, a partir do primeiro pavimento, nas faces sul e sudoeste, esta com inclinação negativa de 82 graus, o que demandou ancoragens com usinagem especial.
© ALCIVANDRO ZERBINATE
O mesmo conceito de proteção foi aplicado nas fachadas do térreo. Por terem maior incidência solar e contornarem salas comerciais, as faces norte e noroeste estão sob um brise pergolado em balanço de dois metros. Ele é formado por módulos constituídos de 13 tubos encaixados nos braços metálicos, previamente perfurados, fixados na estrutura do edifício. Para otimizar o uso do ar-condicionado, a vedação no térreo do bloco C recebeu vidros laminados insulados incolores de 26 milímetros colados com silicone estrutural em perfis de alumínio do sistema de fachada Schüco EFSK 100 com reforço, de modo a atender o dimensionamento estrutural resultante do pé-direito de 4,65 metros. No fechamento do lobby dos blocos A e B utilizaramse vidros serigrafados fixados pelo sistema spider glass com montantes redondos de aço carbono pintado.
SISTEMA DE FACHADAS
NAS PELES DE VIDRO FORAM UTILIZADOS MÓDULOS UNITIZADOS DE 1,25 X 4,08 METROS
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Os vidros foram colados com silicone bicomponente e monocomponente nos perfis de alumínio com acabamento de superfície em pintura eletrostática, na cor cinza metálica RAL 9.006. Na vedação das juntas entre os painéis unitizados e nos caixilhos basculantes Schüco AWS 102 NiSK foram utilizadas gaxetas de EPDM e silicone. As janelas instaladas em todas as fachadas promovem a ventilação natural. Executado pela empresa Alubauen, o projeto de fachada, concluído em nove meses, utilizou 128 toneladas de alumínio e 12.418 metros quadrados de vidros insulados aplicados em aproximadamente 12 mil metros quadrados de área de fachada. »
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Aberta 5
DETALHE
ELEVAÇÃO INTERNA
76,2
70
4 14
1
119
135,4
119
12
118
119 119
28 6
57
28 6
57
39
14
31,7
20
4
1
Rolô a cargo da obra
ARQUITETURA
4 14
31,5
20
49
70
4
20
14 3
12
20
20 2
76,2
12
118
12 4
AL AVANCA
4 12 12
119 119 4
17 0
20 8 12
76,2
41
20
5
2 119
29 6
57 119 14
119 14
14
10
Projeção da borda da laje
29 29 119
119
200
48
29
12
12 1
2
CORTES TÍPICOS DA FACHADA
3
12 CORTE DOS BASCUL ANTES
3
ARQUITETURA
Corporate Jardim Botânico | Baggio & Schiavon Arquitetura | Curitiba
BRISES METÁLICOS AUXILIAM NO CONTROLE DE RADIAÇÃO SOL AR DIRETA NA FACHADA NORTE
119
119 26
84 39 39
26
84 39 39
170
29 6 29 6
325
330
1.250 5 19 5
41
CORTE DOS BRISES
2015 ❘ mar-abr
A questão acústica teve muita relevância. As faces norte e noroeste, voltadas para a linha férrea, recebem incidência sonora muito alta devido ao tráfego de trens. “Os perfis das esquadrias não possuem preenchimento com nenhum tipo de material acústico, mas contam com câmaras e nervuras internas que ajudam nesse aspecto. Foram adotados materiais de alta densidade para isolamento acústico entre salas e entre pavimentos consecutivos, além de manta elastomérica nas fixações da estrutura metálica que sustenta a segunda pele de vidro para evitar vibrações. Outro ponto importante foi a espessura dos vidros insulados, de 26 milímetros”, explica Petrucci Júnior.
VEJA MAIS CONTEÚDO EM W W W.ARCOWEB.COM.BR E NO APP REVISTA FINESTRA
O sistema de vidro estrutural (spider glass) foi utilizado na segunda pele das faces sudeste, nordeste e sudoeste, nas caixas de vidro inseridas no térreo nas saídas de rotas de fuga dos subsolos e em parte da fachada do térreo. No total foram 3.740 metros quadrados de vidro estrutural, sendo 3.110 de área de brises horizontais, 280 das caixas de vidro e 350 de área do térreo. Em determinados trechos, a segunda pele forma uma fachada ventilada de controle solar sobreposta à principal. “O pano estrutural é composto por placas de vidro laminado temperado de 16 milímetros de espessura com serigrafia em linhas horizontais de cinco milímetros. O vidro é fixado em peças de aço inox polido [spiders] por meio de parafusos articulados”, explica o engenheiro Luís Gustavo Coraiola, gerente geral da Alubauen. Segundo o engenheiro Alexandre Rompkovski, diretor técnico da RPK, empresa responsável pela instalação do sistema spider glass, na área de fachada a aplicação dos vidros teve uma particularidade. Nos trechos em que havia a junta de dilatação do edifício, foram utilizadas duas peças spider, com duas garras cada uma, para fixar quatro placas de vidro. Nos demais trechos usou-se um spider, com quatro garras, para quatro placas. A instalação do vidro estrutural foi feita de cima para baixo, com o auxílio de um andaime fachadeiro na face externa do vidro e balancins na parte interna. “Para a estruturação do pano envidraçado empregou-se uma estrutura portante de aço composta por braços metálicos engastados nas vigas de concreto e colunas verticais a cada 2,50 metros. As peças de aço inox 316 escovado são fixadas nas colunas metálicas, que, por sua vez, são presas nos braços metálicos por meio de ancoragens reguláveis com o objetivo de absorver as possíveis deformações da estrutura de concreto do edifício. A segunda pele possui balanço de 1,27 metro em relação à torre. Essa distância foi definida para permitir manutenção, limpeza e circulação do ar”, explica Petrucci Júnior. “Como se trata de uma fachada ventilada, as juntas vertical e horizontal não são siliconadas. São abertas, com 20 milímetros de espessura, de modo a permitir a ventilação”, completa Coraiola. Para a instalação do vidro estrutural no térreo, com pé-direito de 4,65 metros, foi utilizada uma estrutura de perfis de alumínio com pintura eletrostática na cor cinza. As peças de aço inoxidável foram presas à estrutura metálica com parafusos articulados fixados ao vidro. Para a vedação das juntas de dez milímetros entre os vidros das fachadas do térreo e das caixas de vidro adotou-se silicone incolor neutro. (Por Gilmara Gelinski)
FICHA TÉCNICA
Cobra ❘ Corporate Jardim Botânico Cliente ❘ KGMA Empreendimentos Imobiliários Local ❘ Curitiba, PR Projeto ❘ fevereiro de 2011 Conclusão da obra ❘ dezembro de 2013 Área do terreno ❘ 13.041,86 m² Área construída ❘ 46.243,95 m² EQUIPE TÉCNICA
Arquitetura ❘ Baggio & Schiavon Arquitetura - Flávio Appel Schiavon e Manuel Marcos Baggio Pereira (autores); Paula Domingos Fraiz Morais (coautora); Rafael Lemos de Souza e Luiz Fernando Albrecht (colaboradores)
ARQUITETURA
SEGUNDA PELE
Coordenação e gerenciamento ❘ Engineering A. Hill International Company Construção ❘ Thá Fachadas ❘ Crescêncio Petrucci Júnior (consultoria); Schüco (sistema unitizado, brises e caixilhos basculantes); RPK (sistema spider glass) Estrutura de concreto ❘ Tecnicalc Automação ❘ Bettoni Elétrica e hidráulica ❘ Jaguarê Ar condicionado ❘ Michelena Acústica ❘ Relacus Paisagismo ❘ Felipe Reichmann FORNECEDORES
Vidros ❘ GlassecViracon (estudos, beneficiamento e fornecimento); Cebrace (vidro float) Caixilharia ❘ Schüco (sistemas); Alubauen (execução) Painéis de ACM ❘ Projetoal
43
Edifício Vera Cruz II | Collaço e Monteiro Arquitetos | São Paulo
ARQUITETURA
MÓDULOS UNITIZADOS COM VIDRO E COBRE A ideia era trabalhar a fachada do edifício Vera Cruz II com material inovador, e o cobre foi o escolhido pelo efeito estético e dinâmico da coloração, que se transforma conforme as condições climáticas da região e o tempo de uso. Esta é a primeira obra brasileira a usar painéis de cobre composto em módulos unitizados.
COM 11
andares, o edifício se destaca na região da Nova Faria Lima, em São Paulo, pela envoltória que mescla painéis de cobre patinado e vidro. Segundo o arquiteto Roberto Collaço, autor do projeto arquitetônico, a transformação do cobre acompanhará o envelhecimento da construção sem torná-la ultrapassada. O número de pavimentos e a área de projeção da torre foram resultados da melhor proporção entre taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento permitidos para o local, na confluência da avenida Brigadeiro Faria Lima com a rua Elvira Ferraz. A perspectiva de ter um prédio integrado ao
entorno originou a implantação recuada, em direção aos fundos do terreno, e a criação de grande praça aberta, integrando espaços público e privado. Além da fachada, que deveria fornecer identidade ao edifício, o programa previa a aplicação de alta tecnologia construtiva e de automação, soluções para eficiência energética e para a utilização dos espaços, otimização na setorização das áreas técnica, de serviço e social. O pavimento-tipo tem lajes de 1,8 mil metros quadrados moduláveis, sem colunas e com pé-direito de três metros, sendo integrados interior e exterior através de varandas em todos os andares. FACHADAS DINÂMICAS
O conceito da fachada foi o de ressaltar o dinamismo, movimento, algo que se transforma e se inova. Dessa forma, a modulação e a dimensão das placas de cobre e de vidro sofrem variações entre os pavimentos e na planta, explica Collaço. Para atingir eficiência energética de iluminação, ar condicionado e melhor aproveitamento do vidro e dos painéis de cobre, o planejamento da modulação foi feito sob a orientação de consultores.
IMPL ANTAÇÃO
2015 ❘ mar-abr
As varandas estão protegidas por guarda-corpos de vidro estruturados em montantes de aço, revestidos com chapas de alumínio. O arquiteto explica que essas áreas, além de descortinar a vista da cidade, promovem sombreamento e criam movimento e assimetria na volumetria da torre, em função de sua distribuição. Em alguns pavimentos, »
CHAPAS DE COBRE PATINADO COMBINADAS COM VIDROS INSUL ADOS ASSIMÉTRICOS
ARQUITETURA
FORMAM UMA FACHADA DINÂMICA
45
ARQUITETURA
Edifício Vera Cruz II | Collaço e Monteiro Arquitetos | São Paulo
ELEVAÇÃO PRINCIPAL
os terraços estão na fachada principal (voltada para a Brigadeiro Faria Lima) e em outros na posterior (frente para a rua Professor Atílio Innocenti). Esta é a primeira obra brasileira a usar painéis de cobre em módulos unitizados, segundo o arquiteto Ataíde Xavier, da Coppermax, empresa responsável pelo fornecimento e instalação das peças. Eles receberam uma pré-pátina e ao longo do tempo o cobre irá adquirindo sua coloração definitiva, com nuances de verde-água, mais claro ou mais escuro. Trata-se de painéis de cobre patinado CCM Naturabond, também aplicados nos pilares de concreto, que vão do térreo ao último andar do edifício.
NO VÃO-LUZ, A FACHADA TEM VIDROS INSUL ADOS DE 26 MILÍMETROS, COM FATOR DE PROTEÇÃO SOL AR DE 27%
2015 ❘ mar-abr
No total foram utilizados 6,6 mil metros quadrados de painéis de cobre com quatro milímetros de espessura, sendo 2,8 mil na área de fachada e 3,8 mil nos pilares. Sua composição, com metal + termoplástico + metal, propicia a rápida dissipação do calor e dificulta a troca de temperatura entre o interior e o exterior do edifício. Segundo Collaço, uma vez que o material não atende completamente ao aspecto acústico, foi aplicado um fechamento interno de gesso acartonado e lã de rocha, formando um sanduíche com os painéis de cobre da fachada.
CORTE
O grande desafio da obra foi a estratégia criada para a sua execução, desde o projeto de fachada até a instalação. “Houve rigoroso planejamento de aferição de projetos, medidas de vidros e chapas de cobre, com entregas programadas de acordo com a chegada dos módulos unitizados e suas etapas sequenciais”, afirma Paulo Sérgio Romão, diretor da Prismatech, responsável pela montagem da fachada. Os módulos foram construídos com os sistemas de fachada unitizado OffsetWall e unitizado entre vãos OffsetWall, da Belmetal. Em ambos, os perfis de alumínio possuem 120 milímetros de profundidade e 80 de largura, com acabamento anodizado especial Bronze 1005 com camada de 18 micra.
ESTUDOS
O projeto possui grande variedade de painéis, com medidas e tipologias diferentes, compostos por chapas de cobre patinado combinadas com vidros insulados assimétricos ou vidros laminados. Como estas não podiam ter contato direto com a pele de vidro, além de um controle rigoroso na manipulação, a interface entre os materiais recebeu espaçadores de polietileno e silicone estrutural bicomponente para colagem dos vidros e das chapas de cobre nos painéis unitizados.
“Nos trechos de fachada, por trás dos vidros de revestimento e dos painéis de cobre, foram utilizadas placas de gesso acartonado e lã isolante. A combinação de vidros com o drywall garante o desempenho acústico da envoltória”, observa o engenheiro Márcio Orofino, da ENE, consultora para a certificação Leed do edifício, em fase final (a pré-certificação Leed Platinum já foi obtida). No guarda-corpo das sacadas foi usado o vidro laminado prata de dez milímetros. »
Para a concepção das fachadas foram feitas simulações com três softwares diferentes, que forneceram suporte aos arquitetos na definição da composição e da área de abertura. Esta, em torno de 40% da área de fachada, recebeu vidros insulados de 26 milímetros (laminado de 8 milímetros + câmara de 12 milímetros + laminado de 6 milímetros), com fator de proteção solar de 27%, coeficiente de sombreamento de 0,31 e transmissão luminosa de 35%. Na frente de laje foi utilizado o laminado de controle solar na cor prata, com espessura de oito milímetros, fator de proteção solar de 36%, coeficiente de sombreamento de 0,41 e transmissão luminosa de 39%.
ARQUITETURA
ELEVAÇÃO L ATERAL
47
ARQUITETURA
Shadow box em chapa ACM # 3 mm poliéster
Edifício Vera Cruz II | Collaço e Monteiro Arquitetos | São Paulo
Shadow box em chapa ACM # 3 mm poliéster
Guia para a linha para a prumada
191
Vidro laminado 8 mm
Drywall 146
Shadow box em chapa ACM # 3 mm poliéster
Forro gesso Persiana tipo rolô para tela solar
Face externa
Face externa
Face externa
Face externa
Fechamento em telha trapezoidal (ver projeto de arquitetura)
2965
Fita VHB
FA - 237 Piso elevado
Shadow box em chapa ACM # 3 mm poliéster
Chapa de CCM 4 mm (0,18 cobre x 3,62 polietileno x 0,20 alumínio) padrão cobre patinado
Dobradiça com reforço 03 por folha
Vidro laminado 8 mm
Fecho unha
Vidro laminado 12 mm
Dobradiça com reforço 03 por folha
Elemento corte-foco classe A - 120 Shadow box em chapa ACM # 3 mm poliéster
Silicone estrutural
Espuma em polietileno expandido de células fechadas 0 - 60
CORTE DA FACHADA NO PAVIMENTO-TIPO, TRECHO DE COBRE COM DRY WALL
CORTES HORIZONTAIS DA FACHADA
FORAM UTILIZADOS 6,6 MIL METROS QUADRADOS DE PAINÉIS DE COBRE DE QUATRO MILÍMETROS DE ESPESSURA
2015 ❘ mar-abr
MÓDULOS UNITIZADOS EM INSTAL AÇÃO
A energia captada será injetada na rede e distribuída. Com isso, o empreendimento terá redução de 2% no consumo da energia fornecida pela concessionária. A expectativa de rendimento da usina é de 90% até dez anos e
SÃO 120 PL ACAS COM ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE 58 MWH POR ANO
80% até 25 anos. A usina tem sistema de autogerenciamento. Se houver desligamento da rede o sistema se desconecta automaticamente por segurança e só retorna depois que o fornecimento externo estiver normalizado.
ARQUITETURA
No total, são 120 placas fotovoltaicas de um metro de largura, 1,70 metro de comprimento e 50 milímetros de espessura, pesando 21 quilos cada uma. Foram produzidas com vidro
temperado, moldura de alumínio e células policristalinas, que conferem uma coloração azulada escura. Para a instalação das células utilizaram-se estruturas de aço galvanizado a fogo, pré-fabricadas em forma de cavalete, garantindo a maximização da energia gerada em acordo com os requisitos técnicos e arquitetônicos. A base do cavalete possui uma sapata fixada ao piso com chumbadores e aderida com epóxi em conformidade com a certificação.
©
Pioneiro no Brasil, o edifício Vera Cruz II tem na laje de cobertura uma usina fotovoltaica de 250 metros quadrados com geração de energia in loco. A estimativa inicial era de produção anual de 45 MWh, mas, em funcionamento desde setembro de 2014, ela já chegou à geração diária de 160 kWh, que poderá totalizar 58 MWh por ano, segundo Cláudio Burattini, gerente de desenvolvimento de negócios da Unitron, empresa que forneceu e instalou os módulos solares de origem coreana e inversores franceses.
THIAGO PERALTA
COBERTURA COM USINA FOTOVOLTAICA
49
“A especificação dos vidros se deu a partir da demanda arquitetônica por produtos que atendessem a exigências para a certificação Leed e requisitos de conforto térmico e acústico”, afirma Cláudia Mitne, diretora de marketing e produto da GlassecViracon. “Assim como os insulados, os laminados possuem ótimos níveis de controle térmico, sobretudo quando aliados à tecnologia de controle solar. Em relação à acústica, reduzem a transmissão de ruídos devido às propriedades de amortecimento do som do intercalante de PVB entre as lâminas”, ela conclui. O estudo de contribuição da luz natural conduzido por simulação também gerou suporte técnico para a definição dos circuitos de iluminação artificial a serem dimerizados pelo sistema de automação do prédio. A partir dos resultados foram definidos o posicionamento dos sensores e a quantidade de luminárias que cada um deles deveria controlar. Tal solução garante cerca de 10% de economia em iluminação artificial. “É um percentual significativo,
tratando-se de um edifício de planta profunda, com grande área de laje”, garante Orofino. Outros requisitos exigidos para a certificação ambiental foram empregados no edifício, como sistema de reúso de águas cinza e de condensação em vasos sanitários, irrigação de jardins e fontes, central de armazenamento e separação de resíduos para reciclagem, vagas para veículos elétricos e/ou híbridos, bicicletário com vestiário, louças e metais sanitários com economizadores de água e geração parcial de energia por placas fotovoltaicas. Segundo Orofino, após a conclusão do comissionamento dos sistemas prediais, que garantem que o edifício operará com o desempenho especificado, será finalizada a documentação e enviada ao US Green Building Council para avaliação e revisão. Só então será emitida a certificação pretendida pelo empreendimento, que foi conceituado, projetado e construído para atender aos requisitos da versão 3 (2009) do sistema de classificação Leed para edifícios Core & Shell nível Platinum, com pontuação acima de 80. »
ARQUITETURA
Edifício Vera Cruz II | Collaço e Monteiro Arquitetos | São Paulo
A MARQUISE TEM ESTRUTURA METÁLICA COM PERFIS TUBUL ARES DE AÇO EM BAL ANÇO DE 14,50 METROS
34.470
34.470
50.250
5.750
15.750
MARQUISE METÁLICA
2015 ❘ mar-abr
FICHA TÉCNICA
Obra ❘ edifício Vera Cruz II Clientes ❘ Jaguar Capital Empreendimentos MARQUISE METÁLICA
O acesso ao edifício está protegido por uma marquise em balanço, com dimensões em planta de 28,75 metros de largura e 16,15 metros de comprimento. Ela foi projetada com perfis tubulares retangulares e quadrados de aço A-36, conformados a frio. “O balanço de 14,50 metros está suportado por seis tirantes de aço tubular. Tanto a marquise quanto os tirantes estão fixados com chumbadores químicos em inserts metálicos, posicionados na estrutura de concreto do edifício durante a concretagem”, explica o engenheiro Paulo Eduardo Bacchin, sócio diretor da Prodenge, responsável pelo projeto executivo da estrutura metálica.
e Participações, Cerfco Participações, Sociedade Brasileira de Investimentos Imobiliários Local ❘ São Paulo, SP Projeto ❘ março de 2014 (finalização do projeto executivo) Conclusão da obra ❘ janeiro de 2015 Área do terreno ❘ 6.317 m2 Área construída ❘ 38.070,98 m2 EQUIPE TÉCNICA
A própria malha de perfis tubulares da marquise forma o contraventamento. Além de todas as cargas permanentes avaliadas em função dos elementos estruturais metálicos e dos materiais de acabamento, foram previstas sobrecargas e cargas de vento conforme as normas brasileiras. “Como os vidros são fixados com sistema spider na estrutura metálica, foram consideradas cargas concentradas nos pontos de fixação. Em seguida a estrutura foi processada como uma estrutura espacial”, lembra Bacchin. Segundo ele, o fato de os vidros estarem sob a estrutura metálica interferiu no desenvolvimento do projeto da estrutura, pois foi mais trabalhoso viabilizar detalhes para embutimento de instalações, execução de calhas e modulação com a fachada. “Após o término da estrutura metálica foi feito um estudo para a elaboração das modulações dos vidros e distribuição dos furos para a fixação deles”, completa a projetista Bianca dos Santos Melo, da Arqglass, empresa que instalou o fechamento de vidro estrutural. As placas de vidro (laminado temperado incolor de 20 milímetros) estão fixadas à estrutura metálica pelo lado inferior, por ferragens de aço inox (spider). “A flexibilidade do sistema obtida pelo parafuso rotulável que permite que o plano de vidros flexione livremente sob ação dos ventos oferece a leveza e a transparência solicitadas pela arquitetura. Como o próprio sistema spider permite a compensação das tolerâncias dimensionais, como cargas de vento e expansões térmicas, e os parafusos são submetidos a grandes tensões de tração, não foi necessário utilizar cabos para dar estabilidade ao pano estrutural”, afirma Bianca. As juntas entre os quadros de vidro, que variam entre seis e dez milímetros, foram vedadas com silicone. (Por Gilmara Gelinski)
- Roberto Miguel Collaço (autor); Estela Antônia Collaço Mingroni (coordenadora do projeto); Maria de Fátima Rodrigues Alves e Cláudia Marques Lage Antunes (colaboradoras) Fachadas ❘ Belmetal (sistema unitizado); Prismatech (instalação dos vidros); Coppermax (fornecimento e instalação dos painéis de cobre) Certificação Leed ❘ ENE Consultores (consultoria) Marquise metálica ❘ Prodenge (projeto executivo) e Eleve (fabricação e montagem); Arqglass (sistema spider) Projeto de interiores ❘ Patrícia Anastassiadis Fotos ❘ Tuca Reinés FORNECEDORES
Vidros ❘ GlassecViracon (estudos e beneficiamento); Guardian (vidro float)
Anodização ❘ Olga Color Painéis de cobre ❘ Coppermax Sistema fotovoltaico ❘ Unitron
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ARQUITETURA
Arquitetura ❘ Collaço e Monteiro Arquitetos
51
TECNOLOGIA
OS ESCOLHIDOS NO 8º PRÊMIO ASBEA As propriedades técnicas, construtivas e estéticas de materiais como a madeira, o aço e o concreto estão presentes nos trabalhos laureados pelo 8º Prêmio Asbea. Inscreveram-se na competição 90 escritórios de todo o Brasil, autores de 125 projetos, dos quais 27 foram contemplados com prêmios ou menções honrosas.
Os concorrentes puderam participar em oito categorias: edifícios e conjuntos residenciais, edifícios comerciais, de serviços, institucionais, industriais, arquitetura corporativa e de interiores, residências e projetos especiais. Elas, por sua vez, subdividiam-se em duas modalidades: obras concluídas nos últimos cinco anos e projetos não edificados (que, nesta edição, teve cinco categorias sem trabalhos inscritos). Veja a seguir os escolhidos pelo 8º Prêmio Asbea.
2015 ❘ mar-abr
PRÊMIO OBRAS © MARCELO DONADUSSI
PELA
segunda vez consecutiva, o escritório Loeb Capote Arquitetura e Urbanismo, dos arquitetos Roberto Loeb e Luís Capote, recebeu o Prêmio Roberto Aflalo, distinção que integra a premiação promovida a cada dois anos pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea). A escolha levou em conta o conjunto da obra do estúdio, que nesta edição do evento teve dois projetos vencedores na modalidade obras construídas - o centro de dados do Banco Santander, na categoria edifícios industriais, e a ponte Friedrich Bayer, em projetos especiais - e uma menção honrosa (o edifício da Knorr-Bremse, na categoria edifícios industriais). Segundo o curador do 8º Prêmio Asbea, o arquiteto Marcelo Barbosa, do escritório Bacco Arquitetos Associados, “a premiação proporciona um panorama da produção recente dos escritórios de arquitetura brasileiros”.
CATEGORIA EDIFÍCIOS E CONJUNTOS RESIDENCIAIS
ESCRITÓRIO ARQUITETURA NACIONAL
Edifício Praça Municipal 47, Porto Alegre
Primeiro projeto construído da equipe do escritório gaúcho Arquitetura Nacional, o edifício Praça Municipal 47 faz parte da lista de prédios residenciais com identidade própria, distante dos padrões impostos pelo mercado. Destaque para a fachada com esquadrias de madeira do piso ao teto e janelas venezianas com 100% de vão-luz.
MENÇÃO HONROSA
RoccoVidal+Arquitetos MaxHaus Campo Belo, São Paulo
3C ARQUITETURA E URBANISMO
FGMF ARQUITETOS
Pilares e vigas de concreto e esquadrias e tetos de madeira caracterizam o prédio da Biblioteca Paulo Freire, parte do plano diretor do polo educativo Parque Tecnológico de Itaipu, em Foz do Iguaçu, PR. O projeto teve como ponto de partida antigas construções que serviram de alojamento durante a obra da usina hidrelétrica de Itaipu.
Projeto do escritório FGMF Arquitetos para a incorporadora Idea!Zarvos, o edifício Corujas tem unidades a partir de 114 metros quadrados para locação. O trabalho em comunidade é um dos conceitos que norteou a proposta arquitetônica, resultando na integração espacial das áreas de trabalho com os terraços privativos, varandas coletivas e um pátio central.
Biblioteca Paulo Freire, Foz do Iguaçu, PR
Edifício Corujas, São Paulo
MENÇÃO HONROSA
GCP Arquitetos | Arena Pantanal, Cuiabá BCMF Arquitetos | Mineirão, Belo Horizonte Lazuli Arquitetura Teatro Francisco Nunes, Belo Horizonte
Terra e Tuma Arquitetura e Urbanismo Casa + Estúdio, São Paulo VilaNova Arquitetura Casa 233, Campina Grande, PB
© DIVULGAÇÃO ASBEA
MENÇÃO HONROSA
CATEGORIA EDIFÍCIOS COMERCIAIS
ATELIER O’REILLY ESTRATÉGIAS SUSTENTÁVEIS
Hotel Mirante do Gavião Amazon Lodge, Novo Airão, AM Quatro volumes com estrutura composta por arcos de madeira lembram o desenho de barcos invertidos. O hotel projetado para receber turistas na Amazônia foi construído com materiais e tecnologias locais e utilizou a experiência dos trabalhadores com a construção de barcos de madeira. Participaram da obra 60 pessoas treinadas para a construção em madeira.
TECNOLOGIA
CATEGORIA EDIFÍCIOS DE SERVIÇOS
CATEGORIA EDIFÍCIOS INSTITUCIONAIS
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TECNOLOGIA
CATEGORIA EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS
LOEB CAPOTE ARQUITETURA E URBANISMO
CATEGORIA ARQUITETURA CORPORATIVA E DE INTERIORES
Data Center Santander, Campinas, SP
O projeto do Data Center Santander, na cidade paulista de Campinas, prevê três edifícios para o centro de processamento de dados e dois pavilhões de apoio. Para os prédios do CPD (dois deles já construídos) o escritório Loeb Capote criou volumes que destacam o concreto aparente na cobertura e nas colunas em forma de tulipas, enquanto os pavilhões do Núcleo de Operações e Controle ganharam estruturas metálicas, jardins e espelhos d’água.
OLIVO GOMES ARQUITETOS ASSOCIADOS
Sede da Millward Brown, São Paulo
O uso de cores para diferenciar os ambientes e a comunicação visual qualificam a nova sede do instituto de pesquisas Millward Brown, que ocupa dois andares da torre integrada ao Center 3, na avenida Paulista. Foram criadas estações de trabalho abertas e cinco salas destinadas aos executivos da empresa.
MENÇÃO HONROSA
MENÇÃO HONROSA
Loeb Capote Arquitetura e Urbanismo Knorr-Bremse, São Paulo
FGMF Arquitetos Restaurante Deliqatê, São Paulo
PRÊMIO PROJETOS VILANOVA ARQUITETURA
Complexo Motta, Campina Grande, PB O Complexo Motta faz parte de um plano de intervenção de escala urbana no patrimônio construído na cidade de Campina Grande, para recuperar conjuntos arquitetônicos descaracterizados. O projeto de recomposição de um quarteirão ao lado do centro histórico prevê a recuperação e adaptação para uso semipúblico do prédio projetado em 1962, de propriedade da empresa Motta S.A.
MENÇÃO HONROSA
CATEGORIA EDIFÍCIOS DE SERVIÇOS
2015 ❘ mar-abr
Ideia 1 Arquitetura e Planejamento ELO - Mixed Use, Novo Hamburgo, RS
VEJA MAIS CONTEÚDO EM W W W.ARCOWEB.COM.BR
CATEGORIA RESIDÊNCIAS
CATEGORIA PROJETOS ESPECIAIS
SOTERO ARQUITETOS
LOEB CAPOTE ARQUITETURA E URBANISMO
Concreto armado e madeira são materiais predominantes na Casa do Bomba, elevada do solo e com varanda em balanço aberta para a exuberante paisagem da chapada Diamantina, na região do vale do Capão. A residência, projetada para receber uma família de Salvador em seus momentos de lazer, tem duas suítes, sala, varanda e cozinha.
A ponte que transpõe o rio Guarapiranga, na zona sul de São Paulo, reduz o trajeto para pedestres e ciclistas entre a sede da Bayer e as estações ferroviárias próximas. Ela vence 90 metros, tem vão central móvel e está apoiada em dois pontos sobre tubulões de concreto que, junto com peças metálicas, compõem toda a estrutura e dão origem a duas áreas ajardinadas.
Casa do Bomba, Palmeiras, BA
MENÇÃO HONROSA
FGMF Arquitetos Casa das pérgolas deslizantes, Bauru, SP RoccoVidal+Arquitetos | Residência em Itatiba, SP CR2 Arquitetura | Casa Jardins, São Paulo
MENÇÃO HONROSA
Soma Arquitetos | Edifício Odebrecht, São Paulo Jardins e Afins Arquitetura Paisagística Praça da Pedra, Palhoça, SC
CR2 ARQUITETURA
Casa 2 + 5, Recife
A sobreposição assimétrica dos pavimentos origina terraços, enquanto brises de madeira são propostos para filtrar a incidência de luz nos ambientes internos da casa 2 + 5. Atendendo solicitação do cliente, a residência se volta para a vegetação do terreno vizinho, que faz parte da área não edificável do condomínio. MENÇÃO HONROSA
CATEGORIA RESIDÊNCIAS
Frederico Zanelato Arquitetos Casa TCP, Mogi das Cruzes, SP
MENÇÃO HONROSA CATEGORIA EDIFÍCIOS E CONJUNTOS RESIDENCIAIS
MeiaUm Arquitetos Conjunto SQNW 303 bloco F, Brasília CATEGORIA EDIFÍCIOS INSTITUCIONAIS
AUM Arquitetos | Solar do Barão, Jundiaí, SP
TECNOLOGIA
Ponte Friedrich Bayer, São Paulo
55
TECNOLOGIA
MEGAPORTA DE BAMBU EM CAIXILHOS DE ALUMÍNIO Um trançado de bambu feito artesanalmente compõe as folhas da porta de correr da fachada da loja Tetum, em Belo Horizonte. Cada uma delas mede quatro metros de largura por dez de altura, gerando o desafio para a produção da caixilharia de alumínio e o uso de roldanas especiais, com 120 milímetros de diâmetro, em aço inox.
DOIS
grandes galpões, interligados por uma passarela de madeira e vidro, abrigam a nova loja de design e decoração da Tetum, no bairro do Carmo, em Belo Horizonte. O pé-direito de 9,30 metros no bloco frontal, além de favorecer a entrada de luz e ventilação naturais, permitiu que a arquitetura atendesse ao desejo da proprietária de ter uma ampla vitrine. O escritório Eduarda Corrêa Arquitetura & Interiores, responsável por todo o projeto, fez mais do que colocar no espaço uma área envidraçada: desenvolveu um desenho exclusivo com dois grandes painéis de bambu e caixilharia de alumínio. “Surgiu a ideia de criar uma porta de correr que desse a segurança necessária e fosse, ao mesmo tempo, esteticamente viável, já que ficaria na fachada principal do empreendimento”, conta a arquiteta Eduarda Corrêa. Para pôr em prática a ideia foram criadas duas portas de correr em medidas especiais: uma serve apenas como composição da fachada (desloca-se somente para manutenções) e a outra desliza sobre um trilho, exibindo a vitrine durante o dia - quando aberta - e protegendo-a durante a noite, após ser fechada. Assim, essa área de integração visual com o exterior permite às pessoas em trânsito pelo local a visualização dos produtos e dos ambientes montados, bem como do mobiliário exposto. Na composição das folhas, utilizou-se um trançado de bambu feito artesanalmente. “A escolha desse
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material se deu por ele ser resistente, leve e sustentável”, explica Eduarda. As folhas medem quatro metros de largura por dez de altura e seu deslocamento é feito por um trilho superior e uma guia no piso, com esquadria projetada e calculada especialmente para este projeto pela Dinaflex, de São Paulo. Foi empregada a linha Dina 75, que tem perfil de 75 x 150 milímetros, com mais três de espessura para reforço interno. De acordo com a empresa, o grande desafio consistiu em avaliar e solucionar questões relacionadas ao comprimento de barra (normalmente de apenas seis metros), acabamento do perfil, montagem, transporte e instalação. “Pela impossibilidade de conseguir uma barra especial e acabamento convencional numa porta dessa dimensão, foi preciso ser feito em duas partes - 6 + 4 metros -, com reforço interno que tem a função de, junto com o perfil, atender estruturalmente o vão e alinhar perfeitamente as duas partes, unidas por solda. Depois as folhas receberam pintura eletrostática, possibilitando assim obter a altura necessária com estrutura e acabamento adequados”, detalha Éder Mehes, técnico responsável da Dinaflex. Como cada folha pesa cerca de 500 quilos, as roldanas utilizadas não poderiam ser convencionais. Foram desenvolvidos modelos especiais, com 120 milímetros de diâmetro, em aço inox. Além disso, segundo Mehes, há um sistema de fecho que trava a folha no piso e uma malha com vergalhões de aço a cada 0,10 metro (na horizontal e na vertical) para que as varas de bambu
FOTOS JOMAR BRAGANÇA
OS PAINÉIS PROTEGEM
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ALÉM DA FUNÇÃO ESTÉTICA ,
fossem fixadas nas extremidades do perímetro da esquadria - uma única tela de aço galvanizada, com espessura de 0,7 milímetro em perfil maciço, na cor do aço corten. “Sobre essa tela fixamos três camadas de meia cana, uma a uma, sendo a primeira delas presa com arames de cobre na malha metálica e as demais com pistola pinadora pneumática. O acabamento final levou duas demãos de stain, em ambas as faces”, descreve o técnico. O bambu foi fornecido e instalado pela empresa Bambu Carbono Zero, de São Paulo, com casca aparente e diâmetro de 2,5 a quatro centímetros, tratados em autoclave com CCA. Já o fornecimento e a instalação das esquadrias de alumínio ficou a cargo da S. Naldi. A empresa extrusora dos perfis foi a Amplimatic e a pintura eletrostática foi realizada pela Stilrevest. Além da solução inovadora para a fachada, o prédio da Tetum tem outros atributos. Quando o projeto executivo ainda estava sendo elaborado, percebeu-se que o empreendimento poderia obter a certificação Leed. Foi então contratada a consultora EcoConstruct Brazil para auxiliar nos ajustes necessários. »
TECNOLOGIA
A VITRINE DA LOJA
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TECNOLOGIA VEJA MAIS CONTEÚDO EM W W W.ARCOWEB.COM.BR E NO APP DA REVISTA FINESTRA
...ENQUANTO O OUTRO DESLIZA SOBRE TRILHO,
UM DOS PAINÉIS APENAS COMPÕE A FACHADA...
E XIBINDO A VITRINE DURANTE O DIA
4 3
10.150 9.050
10.150 9.050
2
5
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6
7 Vitrine
corre
1
1
3.245 corre 4.075
fixa
4.075
corre 4.075
3.245
PORTA FECHADA
PORTA ABERTA
ELEVAÇÕES EM VISTA E X TERNA
105
Silicone estrutural
Tela em aço galvanizado com 6 mm, para fixação do trançado de bambu
Reforço de aço em toda a extensão do perfil, com 3/16"
75
Prever ponto de parada
Meia cana de bambu 150 CORTE 5
CORTE 6 L ADO E X TERNO
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CORTE 7
Parafuso em aço inox de 1/4" a cada 350 mm
Chapa de alumínio com 10 mm
Chumbadores de aço inox com 1/4" AS VARAS DE BAMBU, COM DIÂMETROS DE 2,5 A QUATRO CENTÍMETROS, FORAM TRATADAS EM AUTOCL AVE
CORTE 4
Reforço de aço em toda a extensão do perfil, com 3/16"
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100
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TECNOLOGIA
CORTE 3 CORTE 2
Junta seca com silicone estrutural
Tela de aço galvanizado soldada na cantoneira Isolar aço do alumínio com fita Scothrap 3M Roldana especial em aço inox
59
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CORTE 1
L ADO E X TERNO
Prever fixação dos bambus
Tarugo em alumínio
Rasgos para drenagem
Sistema de drenagem com tubos 2 x 1/2" a cada 500 mm CORTE
“A nova loja será o primeiro projeto comercial a buscar a certificação Leed em Minas Gerais”, observa Eduarda. Com a orientação técnica necessária, os materiais de acabamento foram revistos e princípios como racionalidade, durabilidade, conforto térmico, eficiência energética e hídrica foram adotados. Também foi incluído o gerenciamento de resíduos no canteiro de obra. “Um projeto bem-intencionado já nasce com os pré-requisitos necessários para se tornar sustentável. Basta depois uma boa assessoria,
aparando as arestas e orientando corretamente”, comenta a arquiteta, que, com essa obra, ganhou no ano passado o Prêmio Amide (Associação Mineira de Decoradores de Nível Superior) na categoria comercial. O prédio foi erguido com estrutura metálica, lajes em steel deck e telhas termoacústicas para proporcionar maior conforto térmico. Essas soluções proporcionaram agilidade no processo de montagem e, no caso da estrutura, a possibilidade de vencer grandes vãos. (Por Gabriela Nunes)
ECOEFICIÊNCIA
A CONSTRUÇÃO CIVIL E A FALTA DE ÁGUA Para enfrentar a crise de abastecimento de água no estado de São Paulo, empresas já adotam soluções para reduzir o consumo durante a construção e na fase de operação dos edifícios. A substituição de parte do volume de água potável por águas de reúso ou pluviais vem sendo cada vez mais incorporada aos novos empreendimentos.
AINDA
é cedo para avaliar os impactos da crise hídrica na indústria da construção civil, mas, na opinião de especialistas, o racionamento que pode ser imposto nos próximos meses deve afetar drasticamente o setor. “A água é importante para boa parte das indústrias relacionadas a essa área. As usinas de concreto, por exemplo, necessitam dela como matéria-prima básica para o seu produto final, que é altamente perecível e não pode ser estocado. A produção de concreto tem que ser no sistema just in time, que certamente não combina com uma realidade de racionamento de água cinco por dois [cinco dias sem abastecimento e dois dias com]”, observa Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech, consultoria de sustentabilidade para a construção civil.
Além da reutilização da água durante a obra (em lavagens de canteiros, caminhões e calçadas, entre outros), a redução do consumo em um empreendimento pode começar ainda na fase de projeto e definição do produto com técnicas da chamada construção seca, por exemplo - e seguir até a etapa de especificação de equipamentos que permitam o uso racional pelo cliente final.
Francisco Vasconcellos, vice-presidente do Sinduscon/ SP, lembra que até o momento não há notícia de obras paralisadas por conta da crise hídrica. Mas para evitar problemas na execução, caso a estiagem se prolongue, as construtoras já estão adotando alternativas no canteiro, como a instalação de reservatórios extras para a captação pluvial, a utilização da água dos drenos do lençol freático (nos casos em que isso seja viável dos pontos de vista técnico, econômico e ambiental), além da compra de água não potável trazida por caminhões-pipa. “A crise de abastecimento tem intensificado a adesão das construtoras ao movimento pela racionalização do consumo, iniciado em meados da década passada”, avalia Vasconcellos.
No entanto, ressalva Milene, quando o assunto é reúso de água ou aproveitamento pluvial, as medidas devem ser mais cautelosas, já que é necessário verificar a sua qualidade e ainda destiná-la a atividades específicas, que não demandem tratamento nem ofereçam risco de contato direto humano, como irrigação e lavagem.
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De acordo com Milene Abla Scala, coordenadora do Grupo de Trabalho em Sustentabilidade da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), as soluções para a coleta de água da chuva, por exemplo, vêm sendo cada vez mais absorvidas nos projetos de edifícios residenciais e corporativos. “Até porque esta é uma exigência legal”, ela observa.
SISTEMAS E PRODUTOS
A substituição de parte do volume de água potável em edificações residenciais e comerciais por águas de reúso e pluviais vem sendo cada vez mais incorporada nos novos empreendimentos. “As águas pluviais podem ser coletadas, preferencialmente, em coberturas e devem ser filtradas e desinfetadas antes de aproveitadas com
daniel ducci
Apesar de poderem ser aplicadas em qualquer tipo de empreendimento, idealmente essas soluções devem ser pensadas ainda na fase de projeto, facilitando a implantação e evitando interferências nos projetos arquitetônico e de instalações hidráulicas. Embora tecnicamente viável, a adoção dessas alternativas em edifícios já construídos exigirá a introdução de tubulações específicas para águas de reúso e de reservatórios próprios para as águas não potáveis, que requerem espaço. “Antes de instalar esses sistemas em edifícios em uso, é necessário fazer um levantamento das condições da área de coleta de água de chuva e do consumo de água não potável a fim de se verificar, em primeiro lugar, a viabilidade da introdução do sistema”, observa Sibylle. Definida a viabilidade e onde usar as águas de chuva (geralmente nas áreas comuns), deve-se prever os locais destinados à implantação dos reservatórios e aos equipamentos de tratamento.
O ELDORADO BUSINESS TOWER ( AFL ALO/GASPERINI) TEM SISTEMA DE APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E DE CHUVAS E DE ÁGUAS DE CONDENSAÇÃO DE AR-CONDICIONADO PARA USO EM DESCARGAS, JARDINS E REPOSIÇÃO NO ESPELHO D’ÁGUA
“Isso pode exigir a quebra de pisos e de paredes para a passagem de tubos e a introdução de tanques, gerando desconforto ao usuário da edificação”, completa a engenheira. Ela observa ainda que os sistemas de reúso de água cinza só devem ser implantados nesses casos se confirmada a possibilidade de abastecimento de vasos sanitários ou a alimentação de aparelhos de ar condicionado central. »
ECOEFICIÊNCIA
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finalidades não potáveis”, conta a engenheira Sibylle Muller, diretora da AcquaBrasilis Meio Ambiente.
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Além dos sistemas de reúso, dentre as soluções existentes e mais comuns para reduzir o consumo em prédios novos e em uso estão os sistemas de individualização dos registros de água, captação de chuva, instalação de arejadores para torneiras e de restritores de vazão. Os projetos também podem lançar mão de válvulas de descarga com duplo fluxo, bacias sanitárias com caixa acoplada, além de chuveiros
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CLAUDIO HIRATA
Sibylle ressalta que em obras novas a relação entre o custo e o benefício desses sistemas é sempre vantajosa, já que o tempo de retorno do investimento numa cidade como São Paulo varia entre um e dois anos. “Para empreendimentos em uso, é necessário avaliar caso a caso as implicações das modificações que terão que ser realizadas e o incômodo que será causado aos usuários”, avalia.
O EDIFÍCIO PÁTIO VICTOR MALZONI (BOT TI RUBIN) RECEBEU SISTEMAS DE REÚSO DE ÁGUA CINZA E DE CAP TAÇÃO E TRATAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA
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Segundo Milene, outra opção que vem sendo incorporada pelos novos projetos de edifícios comerciais são os sistemas de ar condicionado à base de água, que usam a água drenada do sistema em espelhos d’água. “Agora começamos a discutir como é possível, ainda no projeto, adotar alternativas inteligentes a fim de otimizar os cálculos para ajuste da pressão e redução do consumo sem prejuízo do conforto”, ela conta. AVANÇOS E CUIDADOS
Na intenção de orientar o setor sobre o tema, o Sinduscon/ SP participou, em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Agência Nacional de Águas (ANA), da elaboração do Manual de conservação e reúso da água em edificações. O documento, publicado em 2005, está sendo relançado, com atualizações. “Ele já vinha sendo aplicado pelas construtoras, mas a crise hídrica proporcionou uma oportunidade para sua republicação”, informa Vasconcellos. De acordo com o engenheiro, os resultados desse trabalho têm sido satisfatórios. “Já percebemos que na fase da elaboração dos projetos e planejamento da execução da obra estão sendo incorporadas ações que permitirão a redução do consumo”, observa, destacando a reutilização da água de lavagem de rodas de caminhões na saída das obras (captada, ela é reaproveitada no mesmo processo) e a captação da água de chuva para uso na limpeza dos canteiros como medidas já adotadas pelas empresas. “Algumas obras monitoram a qualidade da água das fontes alternativas, o que permite a utilização controlada nos processos construtivos.” Já nos empreendimentos, especificamente, Vasconcellos lembra que desde 2002 e 2003, quando a escassez de água em São Paulo induziu à discussão de soluções para o uso racional do insumo, vêm sendo implantados sistemas de reúso, sobretudo nas torres comerciais. “Edificações de grande porte possuem
estações próprias de tratamento de água e esgoto para utilização com fins de lavagem, limpeza, rega de áreas plantadas, ar-condicionado, chegando também ao uso em sistemas sanitários. Mais recentemente, empreendimentos residenciais estão adotando essa prática, em especial o reaproveitamento da água de chuva. Edifícios ambientalmente sustentáveis, certificados ou não, incorporam essas inovações”, observa. Uma forma concreta de medir a eficiência dos sistemas de reúso, segundo Vasconcellos, é calcular quanto o empreendimento em operação gastaria se não os utilizasse. Mas para Milene também é fundamental atentar para a qualidade da água e as questões sanitárias. “Estamos acompanhando a implantação de novas caixas-d’água para aumentar a reserva de forma improvisada e muitas vezes sem tampa, o que está contribuindo para a elevação do número de casos de dengue no estado. Além das condições de instalação adequadas, a qualidade da água e se ela vai ser tratada ou não é que definem seu uso”, alerta.
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com detector de presença e baixa vazão e torneiras de uso geral com redutor de vazão. “Mas cabe ressaltar que não existe uma receita pronta para diminuir o consumo de água e energia. O uso dessas soluções deve ser estudado em cada caso”, observa Ferreira.
LEGISLAÇÃO
Com o objetivo de fornecer informações e esclarecer dúvidas, a Asbea realizou em fevereiro o workshop Água: a Complexidade do Panorama Atual. Dentre os vários temas abordados, ele analisou as mudanças na legislação, especificamente do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento de São Paulo, em relação ao uso da água. “Discutimos as propostas para a redução do consumo em edificações e abordamos as revisões para o Código de Obras e Edificações e para a Cota Ambiental do Zoneamento”, conta Milene A arquiteta lembra que o Brasil carece de normas específicas para reúso de água, sendo necessário recorrer às internacionais. “O que existem são leis que definem o tipo e a qualidade da água para os distintos usos, como bacia e lavatório, por exemplo”, explica. Vale lembrar que a NBR 15.527 trata do aproveitamento de água proveniente de coberturas em áreas urbanas, para fins não potáveis. Vasconcellos também observa que já estão em elaboração muitos projetos de lei sobre o tema. “Mas a grande preocupação é a efetividade desses ordenamentos, »
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ALTERNATIVAS PARA REDUZIR O CONSUMO
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Alguns sistemas e produtos existentes no mercado colaboram com a redução do consumo de água tratada, conforme informações da AcquaBrasilis e da Inovatech.
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• Sistema de águas pluviais - A água coletada é direcionada para reservatórios, através de calhas e condutores verticais. Em residências, é possível usar filtros verticais (introduzidos ao longo dos condutores), para separar resíduos grosseiros e partículas que venham carregadas com a chuva. Há também filtros mais sofisticados, automáticos ou não, por onde a água passará após ser sugada do reservatório, antes de ser encaminhada aos pontos de consumo. Em ambos os casos, a água da chuva deverá passar sempre por filtragem e sistema de desinfecção antes de ser consumida. • Sistema de águas de reúso - Pode funcionar com esgoto bruto ou com a chamada água cinza, de lavatórios, chuveiros e lavagem de roupa. Tubulações independentes coletam as águas, após o uso, e as direcionam a uma central de tratamento (geralmente no ponto mais baixo da edificação). Após tratamento e desinfecção, a água é devolvida a reservatórios que a distribuem para os pontos de consumo. • Torneira com sensor - Funciona apenas quando detecta a proximidade das mãos, proporcionando até 40% de economia de água. • Torneira com temporizador - É possível controlar o tempo do fluxo e diminuir o consumo em 20%. • Ducha - Com a instalação de redutores de vazão especial para a ducha de chuveiro, é possível chegar a uma economia de água de até 40%. • Chuveiro com detector de presença - Com sensor que desliga o aparelho quando a pessoa sai de debaixo do jato, economiza até 15%. • Redutor de vazão - Sem reduzir a eficiência do jato, o redutor diminui o consumo de água. Para a torneira da pia do banheiro, a economia chega a 70%. Para a da pia da cozinha, a economia é de 50%. • Vaso sanitário com caixa acoplada e descarga dupla - É possível optar por dois tipos diferentes de descarga. Com a quantidade menor de água, a economia é de 50%. • Kit de redução de vazão para mangueiras - Reduz em até 70% o gasto de água.
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muitas vezes conflitantes. Por exemplo, na cidade de São Paulo os edifícios devem possuir reservatório para captação de água de chuva, mas esta deve ser descartada na rede pública posteriormente, quando poderia ser reutilizada. É o momento de avançarmos em normas e legislações que tragam resultados positivos no uso racional da água”, esclarece. TAMBÉM NA FEICON
Soluções para o uso racional de água e energia também foram tema de debates durante a Feicon/Batimat, realizada no início de março em São Paulo. Em entrevista coletiva realizada para o lançamento da feira, lideranças do setor da construção civil pontuaram a necessidade de medidas para economia de água e de energia, além de destacar o processo de industrialização na construção civil. Tanto que um dos destaques prometidos para o evento era a Ilha Sustentabilidade Água, projeto desenvolvido pelo Siamfesp, sindicato que congrega os fabricantes de produtos economizadores de água, entre torneiras com acionamento mecânico, elétrico, eletrônico, registros controladores de pressão, registros de vazão, arejadores, caixas acopladas com duplo acionamento de três e seis litros (para resíduos líquidos e resíduos sólidos), além de outros voltados para o uso racional da água. “Nossa intenção é mostrar que, com pequenas mudanças, é possível economizar bastante água. Além dos produtos foi criado um aplicativo que permite calcular quanto cada um deles reduz o consumo de água”, explicou Denis Perez Martins, presidente do Siamfesp. (Por Gisele Cichinelli) •
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NA FASE PROGRAMA
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RESIDENCIAIS SUSTENTÁVEIS
EDIFÍCIO ACTUAL : REÚSO DE ÁGUA CINZA EM DESCARGA DE VASOS SANITÁRIOS E ÁGUAS PLUVIAIS PARA IRRIGAÇÃO DE JARDINS
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Projetado para ocupar um terreno na zona norte de São Paulo, o edifício residencial Scenarium Braz Leme, da Construtora Tarjab, tem consultoria da proActive, para a obtenção do selo Aqua/HQE, o certificado de alta qualidade ambiental emitido pela Fundação Vanzolini. Já tendo recebido o certificado ambiental da fase Programa para este empreendimento, a construtora aposta na busca do selo verde como diferencial para seus prédios. “Com um sistema de captação de água da chuva, pode-se utilizar o volume recolhido para regar plantas ou lavar garagens, por exemplo. A medida evita o desperdício do recurso e beneficia todo o condomínio com a redução das contas”, afirma Carlos Borges, presidente da Tarjab. Entre as ações previstas para este e outros projetos da construtora estão a captação de água da chuva para ser utilizada na irrigação de jardins e limpeza. Além disso, para evitar desperdício, jardins e gramados serão irrigados em horários pré-programados, com a duração de tempo determinado para atender às necessidades específicas de cada área e do tipo de vegetação. Também serão instalados bacias de duplo fluxo, torneiras de fechamento automático mecânico nas áreas comuns, chave restritora em torneiras externas, restritores de vazão e torneiras com arejadores que proporcionam a diminuição do consumo, sem prejudicar o conforto do usuário.
ECOEFICIÊNCIA
ISH DEBATE ÁGUA E ENERGIAS RENOVÁVEIS Realizada no complexo de pavilhões da Messe Frankfurt, Alemanha, a ISH apresentou produtos e novas tecnologias que diminuem a dependência de energia externa nas edificações, buscando maior eficiência e uso de fontes renováveis.
COM
número recorde de expositores, a ISH a maior feira mundial de equipamentos de ar condicionado, geração de energia e banheiros, ocorrida em março em Frankfurt, teve como tema O Encontro do Conforto com a Tecnologia. Apesar de não enfrentarem uma crise de abastecimento, como vem ocorrendo no Brasil, os países da Europa continuam a desenvolver produtos e tecnologias para a redução do consumo de água. Toda a indústria local está voltada ao tema, após a implementação do selo europeu de consumo, há três anos. Alguns fabricantes que atuam no Brasil evoluíram bastante nesse quesito, com soluções que vão da menor vazão em torneiras, chuveiros e descargas até peças que requerem menos intensidade de limpeza.
disso, a empresa mantém a fundação We Are Water, que, aliada a outras entidades, como a Unicef (órgão das Nações Unidas para a infância), tem como metas a divulgação e educação sobre o consumo responsável, bem como ações diretas em países onde a falta de água é latente, levando infraestrutura e pesquisas para captação, educação e saúde.
Muitas dessas inovações ainda esbarram na legislação brasileira. Apesar da existência de tecnologias de descarga de caixas acopladas a, por exemplo, 4 LPM (litros por minuto), e algumas para dejetos líquidos já funcionarem a 1,5 LPM, as normas técnicas nacionais não permitem vazão abaixo de 6 LPM. Segundo Sérgio Melfi, gerente de Vendas e Marketing da Roca, está em curso a aprovação de novas diretrizes para que a indústria, já preparada para isso, possa atender o mercado de economia de água. Além de ter apresentado diversas novidades para arquitetos e designers de interiores, a Roca traz a economia de água como mote não apenas no marketing, mas junto aos desenvolvedores e fábricas. Além
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A FEIRA OCORREU EM MARÇO EM FRANKFURT, ALEMANHA
LINHA INSPIRA , DA ROCA , COM CAIX A ACOPL ADA OU COM OPÇÃO DE
A TECNOLOGIA AERIAL PULSE, DA TOTO, PERMITE BANHO MAIS CONFORTÁVEL COM MENOR CONSUMO
O NOVO SISTEMA DE DESCARGA DA TOTO, O TORNADO FLUSH, LIMPA TODA A SUPERFÍCIE E REDUZ O CONSUMO
DE VAZ ÃO NO INTERIOR DO VASO
A Toto, multinacional japonesa do setor, conhecida pela tecnologia inserida em suas peças especialmente voltadas ao conforto do usuário, mostrou na ISH diversas inovações para a redução do consumo da água. Uma delas é o Aerial Pulse, para chuveiros que têm suas vazões aeradas, com a inserção de ar entre o fluxo de água. O resultado são “pulsos” de água intercalados com ar, o que reduz a quantidade de água utilizada no banho ao mesmo tempo em que leva ao usuário a sensação de maior fluxo, aliando o consumo consciente ao conforto. A empresa também considera outras formas de redução no consumo. Uma delas se faz com o Hydrotect, produto para tratamento de superfície que ajuda na limpeza das peças, reduzindo a aderência de sujeira nas mesmas. Outra inovação nesse sentido é o sistema de descarga do vaso sanitário Tornado Flush. O design da peça, aliado ao sistema de vazão, faz com que a água gire em torno de toda a bacia, de modo que toda a área interna dela seja molhada, utilizando menos água que um vaso normal. A ideia, nesse caso, é também reduzir o consumo em outra frente, a da limpeza, pois o sistema impede que restem dejetos em qualquer área e, por consequência, evita a proliferação de fungos e bactérias, reduzindo a quantidade de vezes que a peça precisa ser limpa e desinfetada. •
ECOEFICIÊNCIA
Segundo Carlos Velazquez, diretor de Marketing Corporativo da Roca, um dos valores da empresa espanhola é a sustentabilidade. “Cerca de 65% da água que gastamos em nossas casas é utilizada nos banheiros, o que nos traz essa responsabilidade. Então, temos essa preocupação em todos os nossos produtos, como torneiras com limitadores de vazão, descargas com 3,5 e 4,5 LPM, sendo que alguns vasos sanitários utilizam apenas 1,5 LPM.” O trabalho, segundo Velazquez, precisa estar atrelado à conscientização do consumidor. “Temos que manter sempre a mensagem aos consumidores de que poupar água também é responsabilidade deles. Temos descargas de 3,5 litros de vazão, mas se o usuário acioná-las duas vezes essa pesquisa de nada servirá”, observa. Nos países da Europa, a Roca aderiu ao selo de uso sustentável da água; nos demais, conta com um selo próprio que identifica a eficiência e o consumo auferidos para cada peça.
INTEGRAR A CAIX A
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PRODUTOS & SISTEMAS
BAU 2015
FEIRA EM MUNIQUE BATE RECORDE DE PÚBLICO Realizada a cada dois anos em Munique, a BAU, feira internacional de arquitetura, materiais e sistemas para construçõe, vem crescendo e ganhando importância no mercado europeu, fato que pode ser constatado pelo aumento do número de visitantes da edição de 2015. Durante seis dias, entre 19 e 24 de janeiro, mais de 250 mil pessoas visitaram a feira, no centro de exposições da cidade alemã, um recorde de público do evento. Entre elas, cerca de 72 mil vieram de outros países, número 20% maior em relação ao registrado na última edição da feira, há dois anos. A área de 180 mil metros quadrados foi ocupada por 2.015 expositores (637 deles de fora da Alemanha), em 17 salões, organizados de acordo com materiais, produtos e temas. A cada edição são também escolhidos temas-chave para os fóruns e exibições. Neste ano, estiveram em pauta assuntos como energia e eficiência dos recursos, urbanização inteligente, edifícios e usuários. Voltados principalmente para arquitetos e engenheiros, os debates contaram com tópicos sobre os novos conceitos para a utilização de construções já existentes, estratégias para lidar com as mudanças climáticas e o envolvimento dos moradores no processo de design. O setor de esquadrias e fachadas esteve presente no espaço dedicado aos produtos de alumínio, portões e sistemas de estacionamento. Sistemas de esquadrias de alto desempenho térmico, portas, janelas, acessórios e vidros com eficiência na proteção solar e desempenho termoacústico estiveram presentes na BAU 2015. Conheça alguns desses produtos.
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VIDROS COM FUNCIONALIDADE TÉRMICA
Linhas de produtos com foco no desempenho térmico estiveram presentes no estande da fabricante de vidros ACG. Entre eles, os vidros da linha iPlus Top, com revestimento de prata especial que reduz o fator solar, além de otimizar a transmissão de luz, e da linha iPasol, com transmissão de luz de 60% e fator solar de 29% - ainda assim, com a cor neutra do vidro garantida. Entre os modelos dessa linha está o Stopray Ultra-50, que tem revestimento triplo de prata aplicado em vidro extraclear. A empresa também produz a linha Ipatherm, de vidros com painéis fotovoltaicos integrados. Faz parte dela o modelo SunEwat XL (foto) , vidro laminado com células fotovoltaicas embutidas, que captam a energia solar, transformando-a em energia elétrica.
VIDROS EM GRANDE FORMATO
A Assa Abloy lançou uma mola eletrônica para fechamento de portas, indicada para ambientes de grande circulação, como escolas, creches, lares de idosos, centros de deficientes e hospitais. O produto tem tecnologia de roda livre, que permite que a porta se mova independente de outras ao redor, além de poder incluir uma válvula vinculada a um sistema de alarme de incêndio ou detector de fumaça, que mantém o funcionamento normal da porta em situação de emergência. Em caso de falta de energia, uma chave de bloqueio possibilita a abertura manual da porta. O produto segue as normas DIN 18.040 e DIN Spec 1.104, pode ser aplicado em portas de folha simples ou dupla, tem velocidade de fechamento ajustável e é indicado para portas de até 1.400 milímetros.
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FOTOS GALERIA DE FOTOS UNI PHZ
INSPIRAÇÃO EM BESOURO AFRICANO
Quebrar barreiras na construção de fachadas tem sido possível para a empresa italiana Sto graças às tecnologias em 3D, que permitem projetos inovadores. Entre eles, está o sistema de fachada ventilada StoVentec, com alto desempenho termoacústico e que pode ser aplicado em soluções de fachada ventilada contínua, com cerâmica, pedra, vidro e mosaico de vidro, ou integrar tecnologia fotovoltaica, para gerar energia. A inspiração para outra novidade da Sto vem do pequeno besouro capta-névoa, do deserto da Namíbia, no continente africano. A tecnologia para a pintura de fachadas ou esquadrias foi elaborada a partir de estudos sobre a carapaça do inseto, cujas ranhuras ao longo do corpo coletam as gotículas do orvalho da manhã e as levam até sua boca, possibilitando sua sobrevivência. A StoColor Dr yonic contém microtexturas semelhantes que fazem com que a chuva e a condensação escorram pela fachadas sem serem absorvidas, mantendo a superfície seca e limpa.
PRODUTOS & SISTEMAS
FECHAMENTO AUTOMATIZADO
O Iconic Skin GSP (Glass Sandwich Panel) é um sistema de fachada desenvolvido pela Seele com vidros duplos em formato extragrande, ideais para fachadas de fábricas, supermercados e shopping centers. A instalação é rápida, pois as peças são pré-fabricadas e ainda podem ser aplicados letterings, logos ou outros elementos de design na superfície da fachada.
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PRODUTOS & SISTEMAS
BAU 2015
NOVIDADES PARA SISTEMAS DE PORTAS
A tecnologia de ponta em produtos destinados a várias tipologias de portas pode ser vista nos produtos apresentados pela Dorma. Com funcionamento à base de baterias, o controle magnético de porta Matrix Air, acionado através de cartão de identificação, tem botão com cilindro de ar (operado sem fios) que serve como uma extensão da catraca de retração, permitindo adaptar o produto a diferentes espessuras de porta, até mesmo em modelos de vidro. O acabamento da parte superior é em alto brilho, em branco ou preto, enquanto o inferior é de aço inoxidável Outro produto da empresa é a mola ultrafina Mundus com encaixe de tampa lisa e plana e ajuste multidimensional integrado, que permite que os pontos de articulação sejam entre 52 e 73 milímetros e que a espessura do vidro varie de oito a
22 milímetros. A peça é instalada com uma cola de fixação que não afeta a resistência do vidro. Destaque também para a porta articulada com perfis ultrafinos FFT Flex, ideal para aplicações em espaço restrito. Quando os dois pares de painéis (esquadrias de alumínio, com perfis thermal-break e vidros com isolamento) estão dobrados, à direita e à esquerda, a abertura para passagem é de 2,40 metros. O modelo pode incluir também um motor para operar a porta automaticamente, que conta com uma bateria reserva para caso de falta de energia.
CORES DIFERENTES DE UM LADO E DO OUTRO
Prometendo maior proteção e um visual colorido, a proCoverTec, tecnologia de pinturas de perfis de alumínio ou PVC, é o lançamento da Profine. Uma ampla gama de cores está disponível, bem como a opção de o cliente escolher uma tonalidade para o lado de dentro e outra diferente para o lado de fora, o que é possível graças ao sistema de aplicação da empresa. A tintura empregada não sofre alterações ocasionadas pelo frio ou pelo calor e tem alta proteção e desempenho contra chuva, granizo, neve, raios ultravioleta e fuligem, garantindo a permanência da cor e a ausência de fissuras na pintura das portas ou janelas. Além disso, a nanotecnologia utilizada repele a sujeira e a água, possibilitando baixo custo e facilidade na manutenção.
2015 ❘ mar-abr
FACHADAS COM DESIGN INOVADOR
PORTAS E MOLAS DE ALTA TECNOLOGIA PERSONALIZAÇÃO EM PRODUTOS DE ALUMÍNIO
A Roto Frank lançou mais uma geração do sistema AL, para janelas de alumínio e portas de varanda, permitindo a implementação em salas amplas, graças à medida de 2,70 metros das peças. Também lançamento, a empresa apresentou o Roto Object Business, um software de alto desempenho, que oferece uma gama de produtos de alumínio modular estruturados, garantindo a adaptação flexível ao design, segurança, praticidade, eficiência energética e funcionalidade, para diferentes projetos. Por meio desse sistema é possível desenvolver peças em grande escala, janelas e elementos de fachada pesados, perfis de alumínio delicados, geometrias futuristas, além de poder personalizar a cor.
A Hörmann traz para o mercado novas portas secionadas para garagem no modelo LPU, com estética de nervuras duplas ou triplas e acabamento silkgrain em todas as cores da escalaw RAL, disponíveis nos padrões com incrustações em aço inox ou madeira. Outro destaque da empresa são as molas automáticas de porta PortaMatic, com dispositivos de segurança, como um sinal sonoro antes ou durante o fechamento, bem como uma indicação luminosa direta ou indireta. Seu acionamento pode ser automático ou semiautomático, além de ter posições de operação sempre aberta ou para ventilação. A peça tem capacidade para uma folha de porta de até 80 quilos, com largura máxima de 1.100 milímetros, e está disponível na cor prata anodizada ou branca. Há novidade também para portas industriais, com o modelo DD Roller Shutter S6, capaz de realizar até 30 ciclos de fechamento por hora ou 500 por dia - tendo vida útil de até 200 mil ciclos -, a uma velocidade de abertura de 1,1 metro por segundo.
PRODUTOS & SISTEMAS
No estande da Schüco, uma das novidades foi o Parametric System, que possibilita desenvolver fachadas 3D. O sistema funciona a partir de um software com interfaces de dados otimizados, que permite a máxima liberdade de criação para os projetos, com alto grau de segurança no planejamento e eficácia na fabricação. Outro lançamento, o Intelligent Funcionality, é uma fachada multifuncional com soluções que aperfeiçoam o sombreamento, ventilação e iluminação, conforme exigências de cada projeto. Já o Sliding System ASS 77 PD (Panorama Design) é um sistema de portas de correr com aberturas duplas ou triplas, vidros que vão do chão ao teto, com espessura de até 60 milímetros, garantindo um bom desempenho no isolamento térmico e entrada de luz natural.
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ANUNCIAM NESTA EDIÇÃO
» Alcoa................2ª Capa e pg. 03
» PKO ...................................pg.21
» Alpolic ...............................pg.07
» Prismatec ........................ pg.04
» Belmetal ........................... pg.13
» Roll-on ..............................pg.67
» Cebrace ........................... pg.23
» Schüco ..........................4ª Capa
» Ezycolor ............................pg.09
» Solarium ...........................pg.05
» Formica ............................pg.65
» Udinese .........................3ª Capa
» Glassec ............................. pg.17
EXPEDIENTE
» Isoeste .............................. pg.11
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EDIÇÃO 91
DIRETORES
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REDAÇÃO FEIRAS E EVENTOS
» Saie ................................... pg.12
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Silmara Sol ❘ chefe de arte Camila Nagao ❘ diagramação COL ABORADORES CANAIS DE ATENDIMENTO
Dúvidas, críticas e sugestões gerais. arcoweb@arcoweb.com.br arcoweb.com.br/contato 74
ANO 20
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» Guardian ...........................pg.25 » Hunter Douglas ................ pg.19
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Alta performance tecnológica na cidade mais sustentável do mundo Premiada como a cidade mais sustentável do mundo, Curitiba tem no elegante Corporate Jardim Botânico um empreendimento que representa perfeitamente o status deste título. As fachadas que compõem esse arrojado edifício comercial são de alta performance tecnológica e, assim sendo, não poderiam deixar de ser em sistema de esquadrias Schüco – com a fachada cortina em pele de vidro no sistema Schüco UC 64 SG NI (EFSK), janelas projetantes Schüco AWS 102. Ni e brises Schüco ALB 690. A Schüco desenvolve sistemas de fachadas testados e comprovados, que englobam todos os componentes para a fabricação e montagem. Nesse segmento, a Schüco é uma das empresas líderes mundiais. Visite nosso site: www.schueco.com.br