Mídia, educação e cultura: múltiplos olhares sobre a comunicação regional

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M ÍDIA ,

EDUCAÇÃO E CUL TUR A CULTUR TURA


É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.

Associação Brasileira de Editoras Universitárias


Dirceu Hermes (Org.)

M ÍDIA ,

EDUCAÇÃO E CUL TUR A CULTUR TURA

MÚLTIPLOS OLHARES SOBRE A COMUNICAÇÃO REGIONAL

Chapecó, 2006


REITOR: Gilberto Luiz Agnolin VICE-REITORA DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO: Maria Assunta Busato VICE-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO: Gerson Roberto Röwer VICE-REITOR DE GRADU AÇÃO : Odilon Luiz Poli GRADUAÇÃO

302.23 M629m

Mídia, educação e cultura: múltiplos olhares sobre a comunicação regional / Dirceu Hermes (Org.). - - Chapecó: Argos, 2006. 244p. 1. Comunicação de massa. 2. Mídia. 3. Educação I. Hermes, Dirceu. II. Título. CDD 302.23

ISBN: 85-98981-56-7

Catalogação: Biblioteca Central da Unochapecó Yara Menegatti CBR 14/448

Conselho Editorial: Ricardo Rezer (Presidente); Alexandre Mauricio Matiello; Antonio Zanin; Arlene Renk; Elison Antonio Paim; Jacir Dal Magro; José Luiz Zambiasi; Juceli Morello Lovatto; Juçara Nair Wollf; Maria Assunta Busato; Maria dos Anjos Lopes Viella; Maria Luiza de Souza Lajus; Monica Hass; Valdir Frigo Denardin Coordenadora: Monica Hass


S UMÁRIO

Apresentação Dirceu Hermes 7 Prefácio José Marques de Melo 13 Autoria e renovação cultural Cremilda Medina 19 De elites y de masas, de globales y locales: apropiaciones y corrimientos en la midia regional Gustavo Cimadevilla 29 Conteúdos culturais na mídia regional: sintagmas cultivadores de enunciação entre paradigmas deseducantes de enunciado – Reflexões sobre a microfísica regional do Grande ABC Paulista Luiz Roberto Alves 61 Jornalismo e representações sociais: a construção da cultura pernambucana Alfredo Eurico Vizeu Pereira Junior 73


Propaganda regional ou apenas uma questão de localização dos anunciantes? Daniel Galindo 89 A ponte caiu: cadê a Ilha? – A diáspora da cultura e o poder em Santa Catarina Dorvalino Rezende Neto 111 Mídia educação, a perspectiva co-participativa que se distingue da perspectiva aprisionada da educação para a mídia Conceição Lopes 131 Ambiente tecnológico e formação: dilemas educacionais contemporâneos Belarmino Cesar G. da Costa 147 Mídia: espelho das imagens humanas Rosangela Marçolla 157 Culturas negadas, corpos “sarados” e sensuais na mídia escolar: o livro didático novamente em questão Noeli Gemelli Reali 191 Sobre os autores 239


A PRESENT AÇÃO PRESENTAÇÃO

A Universidade Comunitária Regional de Chapecó (Unochapecó), com sede em Chapecó, cidade localizada no oeste do estado de Santa Catarina, através da editora Argos, faz chegar em suas mãos a obra Mídia, educação e cultura: múltiplos olhares sobre a comunicação regional, que reúne artigos apresentados durante a 10ª edição do Colóquio Internacional de Comunicação para o Desenvolvimento Regional (Regiocom), realizado na sede da instituição no período de 10 a 12 de agosto de 2005. O evento, instituído pela Cátedra Unesco/Umesp de Comunicação, reuniu em torno de 600 pessoas, entre estudantes, pesquisadores e conferencistas, representando 22 instituições de ensino superior do Brasil. O Regiocom veio ao encontro dos anseios da Unochapecó, uma instituição jovem que tem como principal proposta contribuir para o desenvolvimento da região na qual está inserida. E quando se fala em desenvolvimento, a comunicação exerce um papel de fundamental importância, pois contribui na constituição e/ou difusão


Dirceu Hermes

da identidade cultural de seu povo – uma necessidade cada vez mais presente em uma sociedade globalizada. Afinal, como diz Octávio Ianni (1999, p. 101), “o globalismo tanto incomoda o nacionalismo como estimula o regionalismo”. E nesta perspectiva existe uma preocupação latente da instituição com a identidade e a cultura regional. O fortalecimento de identidades regionais não pode ser dissociado de ações, de preferência articuladas, da mídia e da educação. A mídia local1 , segundo Peruzzo, “tem como objetivo dar a conhecer assuntos de foco local ou regional que em geral não têm espaço na mídia local”. A autora destaca ainda que a mídia local “tem interesse em contribuir para a ampliação da cidadania, desde que as estratégias adotadas para tanto ajudem na consecução dos interesses empresariais” (Peruzzo, 2003). Já a educação atua na perspectiva de tornar os consumidores dos bens simbólicos mais críticos, contribuindo desta forma com a democratização da comunicação e a manutenção da identidade cultural da região na qual está inserida. No caso do oeste catarinense, espaço geográfico de onde ecoa esta voz, a identidade cultural e lingüística é característica das etnias que povoaram e desbravaram a região, e a interferência mais presente é das culturas italiana e alemã, fortemente ligadas ao trabalho, cuja manifestação lingüística sofre influência da cultura hegemônica. Já os traços culturais indígenas e caboclos voltam a ser respeitados, o que dá à região uma pluralidade de manifestações culturais, que remetem a mais de uma identidade. E neste contexto a educação resgata as diferenças e a mídia, muitas vezes tornando-as bastante distantes, pois a lógica do discurso que tende a permanecer é a da categoria dominante. A mídia local e/ou regional, como destaca Peruzzo (2003), “tende a reproduzir a lógica dos grandes meios de comunicação [...]”, lógica

Termo definido por Cecília M. Krohling Peruzzo, no artigo Mídia local e suas interfaces com a mídia comunitária, publicado no Anuário Unesco/Umesp de Comunicação Regional. São Bernardo do Campo: Umesp, 2003.

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Apresentação

esta que vem sendo caracterizada pela concentração dos meios de comunicação, uma realidade que não torna o local e o regional imunes desta realidade ou da interferência do cenário nacional ou internacional, também seguindo a lógica da concentração do capital, uma das bases norteadoras da sociedade capitalista, consolidada com a globalização. Na região Sul, com maior força nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, um grupo hegemônico da área de comunicação é o Rede Brasil Sul (RBS), que se consolida com atividades multimídias, com maior ênfase para as mídias de rádio, jornal e televisão. Outros grupos também despontam no cenário regional, a exemplo da Rede Peperi de Comunicação, localizada em São Miguel do Oeste, no extremo oeste catarinense. O grupo iniciou suas atividades em 1959 com a rádio Colméia, hoje Rádio Peperi AM. Segundo Lucotti e Nhoatto, atualmente o grupo possui seis emissoras de rádio: Rádio Peperi AM (1370) em São Miguel do Oeste, que abrange 40 municípios, Rádio Atalaia AM (850) em Campo Erê, Rádio Cidade AM (1560) em São Miguel do Oeste, Rádio Itapiranga AM (990) em Itapiranga, Rádio Peperi FM (104.9) em São Miguel do Oeste e a Rádio Cedro FM (90.7) em São José do Cedro. Todas as emissoras estão localizadas na mesma região, o que dá ao grupo status e poder comunicacional na área geopolítica em que se insere. Em Chapecó, sede do Regiocom 2005 e cidade pólo do oeste de Santa Catarina, distante 650 quilômetros de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, a força da comunicação local está nas mãos das emissoras de televisão, lê-se RBS TV e SBT Chapecó. Entretanto, na mídia impressa a disputa pelo mercado está engatinhando, mesmo porque a história da imprensa diária é muito recente. O primeiro jornal diário começou a circular em Chapecó em 19782, mas os primeiros indícios

2 O primeiro jornal a circular na região oeste foi o Xapecó, editado em 1892, durante a instalação da Colônia militar na região. O veículo, editado pelo Marechal José Bernardino Bormann, deixou de circular. Nas décadas de 40 e 50 outros jornais semanários circularam na região: A Voz de Chapecó, O Imparcial e o Jornal do Povo.

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Dirceu Hermes

da consolidação do mercado dão-se em meados da década de 90. A cidade conta, atualmente, com cinco jornais diários, cinco emissoras de rádio, sendo duas AMs, três FMs, duas emissoras de televisão (RBS TV e SBT Chapecó), três revistas mensais e aproximadamente 20 agências de publicidade e produtoras de áudio e vídeo. Foi dentro deste contexto que a Cátedra Unesco/Umesp de Comunicação fez aportar a edição histórica do Colóquio Internacional de Comunicação para o Desenvolvimento Regional. Foram três dias em que múltiplos olhares se voltaram para a temática central da 10ª edição, quando mídia, educação, região e cultura e diferentes realidades foram socializadas, com a participação de conferencistas de renome nacional e internacional, representando Brasil, Argentina, México e Portugal. Observou-se durante o evento um avanço qualitativo e quantitativo nos estudos relativos à comunicação regional e sua interface com a educação, cultura e desenvolvimento regional. Foram apresentadas 92 pesquisas nos Grupos de Trabalho, mapeando um leque de realidades peculiares de cada espaço geográfico, o que remete para uma valorização e fortalecimento do local e do regional. Para os dirigentes da Unochapecó juntamente com os professores pesquisadores e universitários dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Letras e Artes Visuais, a realização do Regiocom 2005 foi a possibilidade de mostrar a seriedade com que a universidade conduz seu trabalho de ensino, pesquisa e extensão, além de socializar com os visitantes de diferentes estados brasileiros e de outros países a proposta de uma universidade de caráter comunitário e de gestão democrática e participativa. No momento em que se faz a apresentação desta publicação, que reúne alguns dos muitos artigos apresentados e debatidos durante o evento sediado pela Unochapecó, não pode passar desapercebido o primeiro passo dado para a instituição da rede de professores das disciplinas voltadas à regionalização e à cultura regional. A caminhada

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Apresentação

começa por Chapecó, durante a realização do I Encontro de Professores de Comunicação Regional, Cultura Regional e disciplinas conexas. Como destacou o professor José Marques de Melo durante o encontro, é o momento da cultura regional sair do anonimato. O Regiocom 2005 em Chapecó foi um sucesso principalmente graças ao espírito de equipe que se fez presente. Não poderia deixar de registrar o otimismo e a persistência sempre presente da professora Juceli Morello Lovatto, na época diretora do Centro de Ciências de Comunicação e Artes da Unochapecó. O entusiasmo também embalou os acadêmicos e professores, que não mediram esforços para que o evento desse certo. E já que entrei na sessão agradecimentos, foi muito importante a confiança depositada pela Cátedra Unesco/Umesp de Comunicação, na pessoa do professor José Marques de Melo, à nossa Universidade, e também a confiança depositada pelos autores dos artigos que integram esta publicação. São produções que nos remetem a múltiplos olhares sobre a comunicação regional. Dirceu Hermes, Unochapecó

REFERÊNCIAS globalismo 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. IANNI, O. A era do globalismo. LUCOTTI, E.; NHOATTO, P. D. Globo em foco e o cotidiano dos ouvintes Oeste. 2005. Monografia (curso de Comunicação Social – de São Miguel do Oeste Jornalismo), jun. 2005. PERUZZO, C. M. K. Mídia local e suas interfaces com a mídia comunitária. In: Regional. São Bernardo do Campo: Anuário Unesco/Umesp de Comunicação Regional Umesp, 2003.

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P REFÁCIO

Qual o espaço disponível para a região numa conjuntura marcada pela globalização intensiva da economia? Como podem subsistir os regionalismos brasileiros no contexto do Estado-Nação que demanda a liderança política de um bloco territorial como o Mercosul? Essas questões estão na gênese da Cátedra Unesco que a Universidade Metodista de São Paulo se dispôs a sediar na área de Comunicação. Desde o seu nascimento, a Metodista, como universidade comunitária, vem demonstrando explícita vocação regional; seu compromisso com o fortalecimento da comunidade metropolitana, constituída pelo grupo de municípios que formam o Grande ABC Paulista, representa um traço da sua identidade acadêmica. Ao optar pelo eixo temático Comunicação para o Desenvolvimento Regional, a Cátedra de Comunicação, instalada em 1996 sob os auspícios da Unesco, no campus Rudge Ramos, visava a dois objetivos simultâneos: em primeiro lugar, resgatar a linha de pensamento que a


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Unesco patrocinara na década de 60, potencializando o papel indutor dos meios de comunicação de massa nos processos de desenvolvimento; em segundo lugar, ser fiel à missão escolhida pela Igreja Metodista ao estruturar um complexo universitário destinado a embasar intelectualmente o parque industrial automotivo instalado na periferia da capital paulista. A fundação dos estudos comunicacionais na universidade Metodista deu-se justamente quando eclodiram as rebeliões operárias que teriam função decisiva no declínio do ciclo militar instaurado no país em 1964. A metáfora da República de São Bernardo converteu-se em capital simbólico capaz de imantar os movimentos culturais protagonizados na região, na década de 70. Não foi casual que a ênfase atribuída aos estudos sobre a comunicação das classes subalternas no campus Rudge Ramos culminasse com a adoção do termo Grupo de São Bernardo para denominar a vanguarda acadêmica situada na Faculdade de Comunicação Social, especialmente no Programa de Pós-Graduação mantido pela embrionária Universidade Metodista de São Paulo. A Cátedra Unesco/Metodista surgiu, portanto, como legatária natural desse patrimônio acumulado nas décadas de 70-80, valorizando o pensamento comunicacional latino-americano, corrente intelectual dotada de relevante personalidade regionalista no panorama mundial das ciências da comunicação. Assim sendo, o Colóquio Internacional de Comunicação para o Desenvolvimento Regional que a nossa Cátedra promove anualmente, desde 1996, tem sido o locus ideal para o debate sobre as relações entre as ciências da comunicação e as outras áreas do conhecimento. Cada ano, este evento, que conquistou lugar de destaque no calendário acadêmico brasileiro, privilegia um tema particular. Mas, ao celebrar 10 anos, o Regiocom quis fazer jus às suas raízes interdisciplinares. O encontro de Chapecó foi organizado em torno de quatro palavras-chave: Mídia – Região – Educação – Cultura.

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Prefácio

Durante três dias, pesquisadores de várias regiões brasileiras, além de cientistas procedentes da Argentina, México e Portugal, discutiram, com os estudantes e professores da Universidade Comunitária Regional de Chapecó (Unochapecó) e de outras universidades, variáveis como diversidade cultural, inclusão cognitiva e regionalização midiática. A riqueza dos debates transparece com maior nitidez nos anais editados sob a forma de CD-Rom, que circularam durante o evento. Entretanto, as contribuições embasadoras contidas nas palestras feitas pelos convidados nacionais e internacionais foram disseminadas oralmente, pois nem todos os expositores tinham escrito suas teses, preferindo apresentálas sob forma esquemática e argumentativa. Instados a colocar suas idéias no papel, a maioria dos conferencistas atendeu ao apelo do professor Dirceu Hermes, coordenador local do encontro. Elas estão agrupadas neste livro que a Editora Argos se encarregou de publicar e lançar no mercado editorial brasileiro. O capítulo principal corresponde à conferência de abertura, proferida pela professora Cremilda Medina (USP), que enfocou a relação entre autoria e renovação cultural, tanto no jornalismo quanto na literatura. Ela concita os jovens jornalistas a resgatar, na literatura, formas poéticas de expressão capazes de sensibilizar os novos leitores. Exauridos pelos textos convencionais publicados em nossos jornais e revistas, eles estão ávidos para fruir relatos do cotidiano que cultivem a beleza da forma, sem perder densidade no conteúdo. As duas contribuições internacionais situam-se em diferentes patamares discursivos, fomentando a complementaridade cognitiva e a diversidade temática. O argentino Gustavo Cimadevilla discute as apropriações que a mídia regional faz do binômio popular-erudito, estabelecendo conexões geopolíticas entre local e global, num contexto sociológico em que se confrontam (ou interagem) as elites e as massas. Por sua vez, a portuguesa Conceição Lopes aprofunda a discussão sobre as vantagens e os limites da educação para a mídia, que a autora rotula como “perspectiva aprisionada”, pois “separa o que na realidade é 15


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indivisível”. Ela reivindica uma postura “co-participativa”, argumentando que a “mídia educação não é uma convivência passiva e conformista”, tendo potencialidade para se converter numa “convivência feliz”, desde que dinamizada para ser “ação na interação”. Destacam-se ainda instigantes aproximações ao universo midiático regionalista tecidas por pesquisadores de diferentes espaços geoculturais. O gaúcho Alfredo Vizeu apresenta singular observação empírica sobre as representações da pernambucanidade disseminadas pelo Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão. O catarinense Dorvalino Rezende Neto discorre sobre as relações entre cultura e poder, fazendo um paralelismo inicial entre a “ponte” que liga a ilha de Florianópolis ao continente e a metáfora da “jangada de pedra” engendrada por Saramago. Sua reflexão deságua na convicção de que a vertente principal do imaginário catarinense tem sido abastecida pela “diáspora” regional. Os artífices das representações culturais catarinenses estão localizados naquelas “tribos” de intelectuais desgarrados do território de origem, que rememoram ou reconstroem a distância suas raízes ancestrais. Por sua vez, o paulista Luiz Roberto Alves excursiona pela “micro-física regional do Grande ABC Paulista” capturando os “paradigmas deseducantes” embutidos nos “conteúdos culturais” da mídia regional. Também fazem parte desta coletânea dois aportes escritos por estudiosos da nova geração do Grupo Comunicacional de São Bernardo. Daniel Galindo discute a identidade da propaganda regional brasileira, analisando criticamente os “arquétipos” que povoam os anúncios veiculados pela mídia das regiões que integram o espaço nacional, no contexto da sociedade globalizada. Rosangela Marçolla restabelece as conexões, imperceptíveis para o cidadão comum, entre as notícias violentas difundidas cotidianamente pela mídia local, regional ou nacional e as narrativas míticas que povoam o imaginário das nossas crianças. Ela demonstra, de modo inequívoco, que o noticiário policial

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Prefácio

ou sensacionalista, recheado de crimes sangrentos, retrata a mesma crueldade das histórias contidas na literatura infantil. Sua conclusão aponta a mídia como “espelho das atitudes humanas” e reivindica sua isenção de culpa de ser a responsável pelo “descarrilhamento do trem da humanidade”. Trata-se, portanto, de uma amostra significativa da variedade e complexidade dos temas que motivaram algumas centenas de estudantes, professores, profissionais e empresários da comunicação a se reunir no campus da Unochapecó, no oeste catarinense, convocados pela Cátedra Unesco/Metodista de Comunicação. Sua difusão através deste livro socializa o conhecimento ali esboçado, oferecendo pistas para que a comunidade acadêmica da área possa fazer observações empíricas em outras regiões do vasto território nacional a partir das evidências aqui registradas, refutando-as ou validando-as. Ao apresentar este livro à comunidade acadêmica sinto-me gratificado pela colheita intelectual proveniente do Regiocom 2005, na esperança de que o entusiasmo dominante no colóquio de Chapecó sirva de inspiração às equipes que darão continuidade aos futuros encontros, legitimando as iniciativas destinadas a fortalecer os estudos da comunicação regional. No primeiro decênio de atividades foi possível retirar esse segmento investigativo do isolamento a que foi condenado pelos arautos da globalização econômica. Trata-se, agora, de ampliar suas fronteiras, valorizando a comunicação regional no processo histórico de preservação das identidades culturais dos povos, comunidades ou grupos humanos que habitam o nosso planeta. José Marques de Melo Diretor da Cátedra Unesco de Comunicação Universidade Metodista de São Paulo São Bernardo do Campo, 12 de abril de 2006.

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Título Organização

Assistente editorial Assistente administrativo Secretaria Divulgação Projeto gráfico e Diagramação Capa

Preparação dos originais

Mídia, educação e cultura: múltiplos olhares sobre a comunicação regional Dirceu Hermes (Org.)

Hilario Junior dos Santos Neli Ferrari Alexandra Fatima Lopes de Souza Elizandra Carla Buss Ronise Biezus Ronise Biezus, a partir da imagem criada pela Agência de Comunicação Integrada da Unochapecó - ACIN Jakeline Mendes

Revisão

Carolina Pompeo Grando Rosa Maria dos Santos

Formato

16 X 23 cm

Tipologia Papel

Calson Old Face BT, Zapf Humnst BT Entre 7 e 14 pontos Capa: Cartão Supremo 350 g/m2 Miolo: Pólen Soft 80 g/m2

Número de páginas

244

Tiragem

800

Impressão e acabamento

Gráfica e Editora Pallotti - Santa Maria (RS)

Argos - Editora Universitária - UNOCHAPECÓ Av. Attilio Fontana, 591-E - Bairro Efapi - Chapecó (SC) - 89809-000 - Caixa Postal 747 Fone: (49) 3321 8218 argos@unochapeco.edu.br - www.unochapeco.edu.br/argos



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