Um livro para dialogar. Assim pode ser definido "Ouvidos dominantes - vozes silenciadas", que nos revela o processo de dominação e exclusão dos migrantes rurais num espaço onde o outro deveria formar um todo: a sala de aula. É a partir de contradições inerentes à vida em sociedade que os currículos escolares são elaborados. Essas contradições revelam hierarquias, nas quais as forças conservadoras representam poder e perpetuam os mecanismos excludentes. Mas há diálogo entre as culturas? É através das noções de cultura que se define o currículo escolar, fato complexo e que conduz a caminhos político-pedagógicos divergentes, noções que andam juntas sem que suas diferenças sejam demarcadas. Daí a seletividade cultural, resultante, não de um diálogo, mas de vozes dominadoras.