Monica Hass
O LINCHAMENTO QUE MUITOS QUEREM ESQUECER Chapecó, 1950-1956
3ª edição – revisada
Chapecó, 2013
Reitor: Odilon Luiz Poli Vice-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão: Maria Aparecida Lucca Caovilla Vice-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Claudio Alcides Jacoski Vice-Reitor de Administração: Antônio Zanin Diretora de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu: Maria Assunta Busato
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Hass, Monica O linchamento que muitos querem esquecer : Chapecó, 1950-1956 / Monica Hass. - 3. ed. rev. - Chapecó : Argos, 2013. 182 p. ; 23 cm – (Regionais ; 8) ISBN 978-85-7897-078-9 1. Chapecó – História. 2. Santa Catarina – História. I. Título. II. Série. CDD 981.64
Catalogação elaborada por Caroline Miotto CRB 14/1178 Biblioteca Central da Unochapecó
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Moradores de Chapecó diante dos corpos linchados Fonte: Revista “O Cruzeiro”, de 11 de novembro de 1956.
Sumário
Prefácio 13
Dirceu Hermes
Apresentação 17
Ary Cesar Minella
Introdução 21 PARTE I O poder local chapecoense e o espaço da violência 33 O domínio das empresas colonizadoras: ordem e progresso na região 38 A aliança da Igreja e da elite local 42 O cenário do crime: a desestruturação da ordem econômica, política e social vigente 44
PARTE II Um olhar sobre Chapecó da década de 1950
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PARTE III Carnaval de 1950: quando a vingança é anunciada
67
Quatro de outubro: a igreja em chamas
72
Seis e 7 de outubro: os forasteiros são presos
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Oito, 9, 10 e 11 de outubro: a prisão dos Lima
87
Treze e 14 de outubro: o povo quer vingança
91
Quatorze de outubro: os forasteiros inocentam os Lima
93
Dezesseis e 17 de outubro: a tortura é comprovada
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Dezessete de outubro: as últimas providências 100 Dezessete e 18 de outubro: o encontro no pavilhão da igreja 103 Dezoito de outubro: a invasão da cadeia 106
Dezoito de outubro: a justiça foi feita 109 Dezoito de outubro: o dia seguinte 119 O padre, o coronel e o juiz 121 Dias tensos após o linchamento 127 Iniciam-se as prisões 129 O linchamento e a imprensa no âmbito nacional, estadual e regional 132 Quem vai para a prisão? 139 Os julgamentos 146 O linchamento e a imprensa local 150 O PSD assume o poder local: o ex-delegado é absolvido 159
Considerações finais 165 Referências 175
Prefácio
O
usadia, coragem, perspicácia. Estes podem ainda não ser os melhores adjetivos para qualificar a iniciativa de Monica Hass em recuperar os acontecimentos ocorridos em outubro de 1950, que resultaram na prisão, tortura e linchamento de quatro pessoas em Chapecó, e torná-los públicos neste livro. Os fatos ocorridos naquela época marcaram para sempre a história de Chapecó e durante muitos anos foram assunto proibido. Pelo que tenho conhecimento, o linchamento, até então, só foi publicado com detalhes pela revista “O Cruzeiro”, que na década de 1950 era o veículo de comunicação de maior circulação no Brasil. Tanto que na reportagem da edição do dia 11 de novembro de 1950, aos repórteres José Leal e Flávio Damm, Chapecó foi apresentada pelo juiz de direito José Pedro Mendes de Almeida como terra de gente “ordeira e pacífica”. “Gente ordeira” até faria sentido se os repórteres estivessem na cidade fazendo uma reportagem sobre o ciclo da madeira, que era a base econômica do município; mas o que os trouxe a Chapecó foi a sucessão de fatos que resultaram no linchamento, em praça
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pública, dos irmãos Orlando e Armando Lima e dos amigos Romano Ruani e Ivo de Oliveira Paim. Os fatos que envolveram a prisão, a tortura e o linchamento dos “forasteiros” durante muitos anos ficaram apenas na memória dos personagens da época. O assunto era proibido nas rodas de conversas e o era muito mais publicamente. Muitos evitam tocar no assunto por medo de repressão e alguns (tomara que seja isso) por vergonha de terem se envolvido nos sórdidos acontecimentos que deixaram marcas profundas na história sociopolítica de Chapecó. Monica Hass consegue, com um aguçado faro de jornalismo investigativo e numa apurada sensibilidade sociológica, recuperar a sucessão de fatos políticos e econômicos que antecederam o linchamento e tornar pública a história que, durante muitos anos, pertencia apenas à memória de algumas pessoas. O linchamento que muitos querem esquecer se tornou uma importantíssima obra publicada pela editora Argos, porque possibilita apresentar a jovens estudantes uma história que, se não fosse verídica, seria uma excelente cena de filme de faroeste à moda do velho oeste. Tenho o privilégio de trabalhar, todos os anos, o livro com meus alunos de graduação, nas disciplinas de Comunicação Regional, pois a obra auxilia compreender o cenário coronelista da época cujos mandos e desmandos políticos e a disputa pelo poder local interferem e alteram o cotidiano da cidade e remetem a uma reflexão sobre o modo como a política partidária vai se constituindo historicamente e de que forma se dá a disputa pelo poder local na atualidade. Mas é a sucessão de fatos antes e durante o linchamento que mais chocam os leitores. Muitos demoram a assimilar que o sórdido acontecimento ocorreu nesta cidade cordial e hospitaleira, que apresenta uma oportunidade de crescimento intelectual.
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Este livro é, sem dúvida, uma obra instigante que desvenda outro olhar para a nossa história. É a única forma de se ter acesso ao linchamento de outubro de 1950, pois a revista “O Cruzeiro” de 18 de setembro de 1950 que reportou o fato praticamente inexiste. Monica Hass dá sua contribuição com o resgate desta história, tornando público o debate. Mas a cidade tem, ainda, uma dívida histórica com as famílias destes cidadãos que levarão para sempre o estigma de “forasteiros saqueadores”. Dirceu Hermes Professor do curso de Comunicação Social da Unochapecó Coordenador da Argos Editora da Unochapecó
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Argos Editora da Unochapecó www.unochapeco.edu.br/argos Título
O linchamento que muitos querem esquecer: Chapecó, 1950-1956 3 ed. rev.
Autora
Monica Hass
Coleção
Regionais, n. 8
Coordenador Assistente editorial Assistente de vendas Secretaria
Dirceu Luiz Hermes Alexsandro Stumpf Neli Ferrari Leonardo Favero
Divulgação, distribuição e vendas
Neli Ferrari Felipe Alison Zuanazzi Favine Claro Souza Gissele Pedroso
Projeto gráfico e capa da coleção
Hilario Junior dos Santos Alexsandro Stumpf
Capa desta edição
Alexsandro Stumpf
Diagramação
Caroline Kirschner Mariani Tauchert
Preparação dos originais
Rodrigo Junior Ludwig
Revisão
Carlos Pace Dori Rodrigo Junior Ludwig Laisa Verona Dal Forno
Formato Tipologia Papel Número de páginas
16 X 23 cm Adobe Caslon Pro entre 10 e 14 pontos Capa: Dura Miolo: Pólen Soft 80 g/m2 182
Tiragem
1000
Publicação
2013
Impressão e acabamento
Gráfica e Editora Pallotti – Santa Maria (RS)
Este livro está à venda:
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www.livrariacultura.com.br