gestos que mudam o mundo Almanaque do Professor
gestos que mudam o mundo Almanaque do Professor
Sumário UM GESTO muda o mundo
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QUE lei é essa?
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NEM LIXO, NEM LUXO
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ISTO OU AQUILO
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Na trilha dos resíduos
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separar para reciclar
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QUEM É QUEM NESSA HISTÓRIA
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VAI E VEM
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DE OLHO NOS RESÍDUOS
18
NOTÍCIAS DO BEM
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JUNTOS SOMOS FORTES
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Com a palavra…
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moral da história
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MEU PROJETO
28
MEU DIÁRIO DE RECICLAGEM
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Créditos 32
UM GESTO muda o mundo
Caro educador, Este Almanaque que você acabou de abrir faz parte do ECOGESTO, uma iniciativa da Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE), cujo objetivo é disseminar, nas escolas que são nossas parceiras, conceitos de educação ambiental ancorados em práticas sustentáveis. Trata-se de uma proposta que atende aos três pilares de sustentabilidade: ambiental, social e econômico. O ECOGESTO se preocupa em promover a conscientização ambiental e incentivar o descarte consciente de resíduos sólidos. As atividades do ECOGESTO incluem, ainda, o trabalho de apoio às cooperativas, no que se refere às questões de infraestrutura de educação ambiental e de gestão para melhoria do processo de trabalho, e, também, a possibilidade de se instalar um Ponto de Entrega Voluntária (PEV), desde que a cooperativa se responsabilize pela logística e triagem dos resíduos. Sabemos que são muitos os projetos que entram nas escolas todos os anos e que, nem sempre, é fácil incluí-los em sua proposta pedagógica. Mesmo assim, acreditamos naqueles que estão focados no binômio teoria e prática, que levam em conta não apenas as necessidades curriculares dos alunos mas também seu desejo de conectar as inúmeras informações que recebem ao seu cotidiano. Para nós, são esses que têm mais chances de contribuir para a transformação das informações em conhecimento. Nesse sentido, o almanaque GESTOS QUE MUDAM O MUNDO pretende fornecer informações e provocar reflexões no que se refere à educação ambiental, focado, especialmente, na importância capital que o descarte correto dos resíduos sólidos possui dentro da situação preocupante que observamos no Brasil e no mundo. Acreditamos que somente práticas exequíveis, aliadas a informações relevantes, podem provocar mudanças concretas de atitudes. Nosso convite é para que você, seus alunos, sua escola e sua comunidade se juntem a nós, empreendendo gestos que, verdadeiramente, podem mudar o mundo. Vamos começar já? Comunidade Ecogesto
Gestos que mudam o mundo
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QUE lei é essa?
Você vai ensinar sobre… • a importância de saber o que sabe (mapa conceitual);
• procedimentos para se realizar uma leitura informativa;
• conceitos como: lei, lixo e resíduo sólido.
VOCÊ SABE O QUE É A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS)?
Nesta unidade inicial do Almanaque, é fundamental que você investigue com seus alunos o que eles já sabem (ou não sabem) sobre o assunto que pretendemos abordar. O que eles pensam sobre a importância de se dar um destino adequado ao lixo que produzimos? Como percebem o lixo em seu cotidiano? Sabem a diferença entre lixo e resíduo? Para fazer a investigação sobre os conhecimentos prévios dos seus alunos, faça uma enquete em duplas, contendo três perguntas:
• O que é lixo? • Quem produz o lixo? • O que você faz com o lixo que produz? Peça que os alunos se revezem nessas duplas. Quem foi o repórter, deve ser o entrevistado na próxima vez e vice-versa.
mapa conceitual Esquema que representa as ideias e os conceitos com os quais se está trabalhando, de forma a apresentar claramente como o indivíduo compreende aquele tema.
Depois, escolha alguns questionários respondidos e leia em voz alta. Na lousa ou em um painel, escreva as palavras-chave que for encontrando nos textos. Ao final, monte um mapa conceitual com seus alunos, tendo a palavra “LIXO” no centro e todas as outras derivadas de sua leitura em sua lateral.
Leitura informativa: ler pra aprender No Almanaque do Aluno, você também vai encontrar a explicação sobre o que é e para que serve a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tema principal do nosso livro. Dependendo do grau de maturidade dos seus alunos, talvez seja interessante você ler em voz alta o texto com eles e, paulatinamente, ir explorando o que entenderam a respeito. Você irá exercitar com eles procedimentos de leitura informativa, fundamentais para a sua formação leitora. Nesse sentido, cabe estimulá-los a lerem mais de uma vez o texto, grifarem as informações que consideraram relevantes, circularem palavras e frases que não compreenderam para pesquisar seu significado posteriormente e, ainda, emitirem (ou registrarem por escrito) uma opinião sobre o que leram. No final desta unidade, há uma proposição de pesquisa sobre as leis ambientais vigentes no país. Talvez muitos de seus alunos não se lembrem de alguma lei desse tipo, nesse caso, sugerimos uma pesquisa. Você deverá, então, orientálos a buscar na biblioteca, na Internet ou em outras fontes pelo menos uma lei ambiental que exista no Brasil neste momento.
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Almanaque do Professor • Que lei é essa?
Na unidade a seguir, você encontrará orientações úteis para organizar essa pesquisa com seu grupo de alunos.
ARQUIVO O QUE é A PNRS
A importância da leitura informativa A leitura informativa é aquela em que o leitor “lê para aprender alguma coisa”, como esclarecem os pesquisadores do “Seminário internacional: O sentido dos conhecimentos escolares”: O sentido dos conhecimentos escolares: “Ler para aprender pressupõe, então, revisar os conhecimentos anteriores, reorganizá-los sob uma nova perspectiva, estabelecer relações que ainda não haviam sido estabelecidas, propor-se novas perguntas, buscar no texto novas respostas.” (Seminário Internacional: O sentido dos conhecimentos escolares: uma preocupação central na elaboração de projetos de ensino. (apostila), São Paulo: Centro de Estudos da Escola da Vila, 1999.)
É importante atentar aos procedimentos necessários para a leitura de um texto informativo, pois ler para aprender pressupõe:
• uma nova modalidade de leitura, que exige diferentes procedimentos, sendo eles: ler, reler, anotar, grifar, resumir e esquematizar;
• ingressar no mundo da argumentação, da explicação e da exposição; • ler colocando-se do ponto de vista daquele que vai avaliar a leitura (o professor, por exemplo).
Inspiração para o diálogo Para você ler com os alunos, como um fechamento desta unidade, e discutir, à luz do que foi aprendido, o que ficou de mais significativo para eles sobre a questão discutida.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é uma lei federal de nº 12.305/10, que está valendo desde 2010 . Segundo o Ministério do Meio Ambiente, essa lei “contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).” (Fonte: http://goo.gl/K1ZliL)
SUPER Superpopulação Superpoluição Superstição Supertensão Socorro, super-homem!!!
(TAVARES, Ulisses. Caindo na Real. São Paulo: Brasiliense, 1984.)
PARA SABER MAIS… …SOBRE LEITURA INFORMATIVA GARRALÓN, Ana. Ler e saber: os livros informativos para crianças. Trad. Thaís Albieri, Márcia Leite. 1. ed. São Paulo: Pulo do Gato, 2015.
Gestos que mudam o mundo
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NEM LIXO, NEM LUXO
Você vai ensinar sobre… • técnicas de pesquisa; • conceito de dado, informação e conhecimento;
• a importância da leitura de informações para aquisição de conhecimentos e transformação da realidade.
DADO Para a Filosofia, é o que se apresenta à consciência como imediato, não construído ou elaborado. É a representação convencional de fatos, conceitos ou instruções de forma apropriada para a comunicação e processamento por meios automáticos. Informação Para a Teoria da Informação, é a medida da redução da incerteza sobre um determinado estado de coisas, por intermédio de uma mensagem. Ela está na mente de alguém, representando algo significativo para aquela pessoa. Conhecimento É uma abstração interior, pessoal, de algo que foi experienciado, vivenciado por alguém. (Fonte: SETZER, Valdemar W. Meios eletrônicos e Educação: uma visão alternativa. São Paulo: Escrituras, 2002.)
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O LIXO EM NÚMEROS: será que o lixo que você produz não é um luxo?
No Almanaque do Aluno, nesta unidade, você vai encontrar diversas informações sobre a problemática da geração de resíduos sólidos em nosso planeta. Também iremos abordar, pela primeira vez, o conceito dos 3 Rs, fundamental para a compreensão dessa temática. Selecionamos alguns números para dimensionar a questão e para provocar reflexões. Sabemos que a questão é complexa e que os números são quase que “assustadores” e difíceis de serem compreendidos. Diante disso, nas próximas páginas, você irá encontrar exemplos mais “concretos” do que significam esses números, para aproximá-los da nossa realidade. Sugerimos que você trabalhe essa temática com seus alunos, buscando despertar neles o interesse pelo texto informativo e sua aplicabilidade no cotidiano. Por isso, é fundamental relacionar os dados, a informação e o conhecimento, deixando claro para todos que, por meio da pesquisa, da análise dos dados apresentados e das informações recolhidas, é possível se produzir conhecimento e, dessa maneira, transformar a situação em que nos encontramos. Sendo assim, destacamos na coluna ao lado, os três conceitos para ajudar nesse trabalho. Informações são dados que possuem um significado e uma aplicação/um sentido para nós. Informação que faz sentido gera conhecimento. No Almanaque do Aluno, elencamos algumas questões provocadoras de reflexões sobre a temática abordada. Você pode explorá-las propondo outras pesquisas, que possam trazer mais dados para serem analisados e discutidos em sala de aula. A ideia é aproximar as crianças do tema, por meio de questionamentos e busca de respostas, que, por sua vez, gerarão mais questões. Trazer para o cotidiano das crianças a relação entre a responsabilidade de cada um de nós na geração do lixo e a melhoria da qualidade de vida no nosso planeta é um dos nossos principais objetivos.
Etapas da pesquisa Pesquisar nada mais é do que uma busca planejada de dados e informações. é um trabalho que pressupõe um problema a ser resolvido, problema esse que está vinculado ao universo de quem está realizando a pesquisa. Para pesquisar, são requeridas habilidades metodológicas que nos aproximem do objeto em questão. Sugerimos na próxima página um roteiro básico para nortear as pesquisas.
Almanaque do Professor • Nem lixo, nem luxo
1. Preparação para a pesquisa:
• delimitação do assunto/questão/problema; • estabelecimento do foco do assunto/questão/problema; • conceituação; • estabelecimento de um grupo de palavras-chave que auxiliem a compreensão do assunto/questão/problema; • localização do tema no tempo/espaço (delimitação); • levantamento de fontes/recursos a serem utilizados; • enumeração das tarefas e estabelecimento de um cronograma da pesquisa. 2. Realização da pesquisa:
• leitura e anotação dos dados encontrados; • seleção e organização do que foi coletado (registrar as fontes para saber de onde vieram as informações); • análise do que foi coletado em relação ao projeto inicial; • fichamento de todas as informações relevantes.
PARA SABER MAIS…
3. Apresentação da pesquisa:
• definição dos itens que comporão a apresentação (tanto escrita quanto oral,
…SOBRE PESQUISA
se houver); • elaboração geral do trabalho; • redação do texto, de acordo com um plano definitivo de abordagem do tema e do foco escolhido inicialmente.
ALVES, Januária C. Nossa escola pesquisa sua opinião: diário de pesquisa. São Paulo: Global, 2004.
(Fonte: AIDAR, Flávia dos Santos; CARRARA, Ana Regina. Itaú Cultural na sala de aula. São Paulo: Itaú Cultural, 2002.)
MACEDO, Neusa Dias de. Iniciação à Pesquisa Bibliográfica. Rio de Janeiro: Loyola, 1996.
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ISTO OU AQUILO
Você vai ensinar sobre… • a importância dos 3 Rs para a sustentabilidade;
• o conceito de cidadão e consumidor (o quarto R);
• a competências para se viver no século XXI.
VOCÊ E O LIXO QUE PRODUZ: suas escolhas fazem a diferença!
Nesta etapa do Almanaque do Aluno, apresentamos o importante conceito dos 3 Rs, incluindo também um quarto “R” (recomendado pela ONG Instituto Akatu pelo consumo consciente): que é o “repensar”, que faz com que cada um de nós se perceba e inclua como responsável, tanto na geração dos resíduos como em seu descarte e reciclagem adequados. Segundo Zygmunt Bauman, filósofo polonês, a sociedade em que vivemos coloca todos como consumidores, o que é uma percepção perversa, pois, conforme observamos no Almanaque do Aluno, 75% da humanidade consome apenas o básico para sobreviver. Ele afirma: “Na sociedade de consumidores, ninguém pode se tornar sujeito sem primeiro virar mercadoria, e ninguém pode manter segura sua subjetividade sem reanimar, ressuscitar e recarregar de maneira perpétua as capacidades esperadas e exigidas de uma mercadoria vendável. (...) Numa sociedade de consumidores, tornar-se uma mercadoria desejável e desejada é a matéria de que são feitos os sonhos e os contos de fada.” (BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.)
Nesse sentido, acreditamos que vale a pena que você trabalhe os dados colocados nesta unidade, na perspectiva de provocar uma reflexão sobre a responsabilidade de cada um de nós na transformação desse quadro de desigualdade social e econômica em que vivemos.
Competências e habilidades que devem ser desenvolvidas pelos cidadãos dos século XXI Para auxiliá-lo a pensar na relação cidadania e consumo, selecionamos as competências e habilidades que, segundo a comunidade europeia, deverão ser desenvolvidas pelos cidadãos do nosso tempo. São elas: Trabalho em equipe
• Colaborar e atuar de maneira solidária na construção e consecução de objetivos comuns.
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Almanaque do Professor • Isto ou aquilo
Capacidade de comunicação
• Saber ler as várias linguagens produzidas socialmente; • saber transmitir e intercambiar informações; • obter dados, compreendê-los, analisá-los e selecioná-los; • saber organizá-los em módulos de sentido e, finalmente, de conhecimento. Resolução de problemas
• Participar efetivamente na vida social; • capacidade de análise de maneira lógica; • capacidade de produção e proposição de soluções eficazes.
Competência Segundo o sociólogo suíço Philippe Perrenoud, é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.), para solucionar, com pertinência e eficácia, uma série de situações. Competências estão ligadas a contextos culturais e profissionais e condições sociais.
PARA SABER MAIS…
Capacidade de organização
• Estruturar as atividades em função de um resultado previsto e em um tempo determinado;
• capacidade de direção/liderança; • guiar as pessoas a um objetivo, mobilizando os recursos à sua disposição.
Inspiração para o diálogo Para você ler com os alunos, como um fechamento desta unidade, e discutir, à luz do que foi aprendido, o que ficou de mais significativo para eles sobre a questão discutida.
…sobre os desafios de educar no século XXI, leia a obra do educador, antropólogo, sociólogo e filósofo francês Edgar Morin. MORIN, Edgar. Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 3. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2001.
“Deveis ensinar a vossos filhos que o chão onde pisam simboliza as cinzas de nossos ancestrais. Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles que ela é rica pela vida dos seres de todas as espécies. Ensinai a eles que a terra é a nossa mãe. Quando o homem cospe sobre a terra, está cuspindo sobre si mesmo. Todas as coisas estão relacionadas, como o sangue que une uma família. Tudo está associado. O que fere a terra fere também aos filhos da terra. O homem não tece a teia da vida: é antes um dos seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio.” (Trecho do texto escrito pelo chefe Seattle na segunda metade do século XIX, distribuído pelo Programa para o Meio Ambiente das Nações Unidas.)
Gestos que mudam o mundo
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Na trilha dos resíduos
Você vai ensinar sobre… • o que é e como funciona uma cadeia;
• como se organiza a cadeia de produção de resíduos;
• o papel e a responsabilidade de cada uma das etapas dessa cadeia;
• a importância do trabalho coletivo para a conquista e manutenção da nossa condição cidadã.
Muito prazer! Eu sou a cadeia de produção dos resíduos sólidos!
Nesta unidade do Almanaque do Aluno, vamos discutir e compreender como funciona a cadeia de produção dos resíduos sólidos. Você vai ver que mostramos isso por meio de um exemplo com as garrafas PET, que são bastante conhecidas dos meninos e das meninas do mundo inteiro além de serem feitas de um material que favorece a reciclagem. É importante que você discuta com os alunos o conceito de “cadeia”, ou seja, que eles entendam como funciona um sistema em que um elemento depende do outro, em que cada um tem seu papel. Nesse sentido, sugerimos no material do aluno que ele busque compreender a cadeia alimentar, algo que, sabemos, é um conteúdo curricular no Ensino Fundamental I. Se você ainda não abordou com eles esse assunto, esta pode ser uma boa ocasião para fazê-lo. Como você sabe, na cadeia alimentar é possível visualizar quem se alimenta de quem para se manter vivo. É importante que você explique à sua turma que essa cadeia é fundamental para o equilíbrio ecológico do nosso planeta e que esse equilíbrio depende diretamente da interação, das trocas e das relações que os seres vivos estabelecem entre si e com o ambiente. A cadeia alimentar, como ilustrada no exemplo abaixo, mostra como as relações de alimentação se expressam entre os organismos de um ecossistema, incluindo os produtores, os consumidores (herbívoros e seus predadores, que são primários, e os carnívoros, os secundários) e os decompositores (que são organismos que se alimentam de matéria morta, como os fungos e as bactérias). A ilustração abaixo pode ajudá-lo a abordar a questão.
produtor
consumidor primário
consumidor secundário
fungos e bactérias decompositores
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Almanaque do Professor • Na trilha dos resíduos
A cadeia de produção dos resíduos
ARQUIVO
Por meio do infográfico que há no Almanaque do Aluno, será possível conversar com eles sobre todas as etapas dessa cadeia. Sugerimos que você passe paulatinamente por cada uma delas, usando como exemplo as garrafas PET para tangibilizar as informações fornecidas. É fundamental enfatizar em cada uma das etapas o papel e a responsabilidade de todos no processo. As crianças devem perceber que o poder delas de escolha faz parte da condição cidadã. Afinal, quem tem informação aprende a escolher a melhor alternativa, não só para si próprio mas para o ambiente em que vive.
Inspiração para o diálogo Para você ler com os alunos, como um fechamento desta unidade, e discutir, à luz do que foi aprendido, o que ficou de mais significativo para eles sobre a questão da importância do trabalho em grupo e do papel de cada um nas escolhas que visam o bem estar de todos.
Para saber mais sobre cadeias de produção... sugerimos ver, junto com os alunos, esse vídeo disponível no Youtube sobre a cadeia de produção do lápis (apesar de ser comercial e falar de uma determinada marca, as informações que divulga estão corretas e serão úteis para abordar a questão). É simples e didático além do lápis ser um material mais do que presente no cotidiano da escola e das crianças. Acesse: https://goo.gl/fQOFh6.
Tecendo a manhã “Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão.” (MELO NETO, João Cabral de. A Educação pela Pedra. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1990.)
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separar para reciclar
Você vai ensinar sobre… • o que é reciclagem e o que pode (ou não) ser reciclado;
• os benefícios da reciclagem;
• como compartilhar informações.
Você sabe o que é reciclável?
No Almanaque do Aluno, você vai encontrar informações sobre os materiais e produtos que podem (ou não) ser reciclados. É importante discutir isso com o grupo e buscar mais informações sobre esse assunto, que é bastante complexo e exige uma atualização constante. Selecionamos, a seguir, algumas informações e dicas que podem ser úteis para ampliar o repertório das crianças em relação a esse tema. Lembre-se de compartilhar essas informações com eles de um jeito eficiente, em que eles possam compreender não somente o que significam esses dados mas, especialmente, como poderão utilizá-los na sua vida prática.
Painel informativo Que tal organizar um painel com informações adicionais sobre esse assunto e propor que o grupo pesquise mais e amplie esse painel? Depois, vocês poderão compartilhá-lo com toda a escola, expondo-o na biblioteca, por exemplo.
O que é reciclagem? Reciclar é tratar a parte reutilizável daquilo que poderia ser considerado “lixo” para transformá-la em um novo objeto, produto ou matéria-prima, diminuindo a poluição do solo, da água e da atmosfera e poupando os recursos naturais e financeiros empregados na produção de bens de consumo. A coleta seletiva e a reciclagem trazem os seguintes benefícios:
• contribuem para diminuir a poluição do solo, da água e do ar; • melhoram a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população; • prolongam a vida útil de aterros sanitários; • melhoram a produção de compostos orgânicos; • geram empregos para a população não qualificada; • geram receita com a comercialização dos recicláveis; • contribuem para a realização da logística reversa;
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Almanaque do Professor • Separar para reciclar
• estimulam a concorrência do mercado, uma vez que produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados com produtos de matérias-primas virgens;
• contribuem para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência ecológica e planetária. (Fonte: www.lixo.com.br)
Tempo necessário para a decomposição de alguns materiais no meio ambiente MATERIAL RECICLADO
1 Tonelada
CONSUMO DE RECURSOS NATURAIS
tempo de decomposição
de papel
corte de 20 árvores
1 a 3 meses
de plástico
extração de milhares de litros de petróleo 200 a 450 anos
de alumínio
extração de 5.000 kg de minério
100 a 500 anos
de vidro
extração de 1.300 kg de areia
4.000 anos
(Fonte: Manual “A embalagem e o meio ambiente”, 1999.)
Três dicas de reciclagem
1. Uma latinha de alumínio reciclada permite economizar 95% da energia que seria gasta para fazer a mesma latinha a partir do minério de alumínio extraído da natureza. A energia economizada pela reciclagem de uma única lata de alumínio permite manter uma lâmpada fluorescente de 15 W acesa por 12 horas. 2. De cada dez caminhões de lixo recolhidos no Brasil, apenas um vai para reciclagem. Escolher produtos com menos embalagens e enviar tudo que puder para reciclagem ajuda a reduzir a montanha de lixo. 3. Leve sua sacola quando for fazer compras no supermercado. Sacos plásticos representam 40% das embalagens jogadas no lixo e levam mais de cem anos para se decomporem. (Fonte: www.akatu.com.br)
Atual
Filhos
Netos
Bisnetos
1 sacola de plástico leva 4 gerações para se desintegrar
Tataranetos
1 em cada 10 caminhões de lixo no Brasil são destinados à reciclagem
PARA SABER MAIS… … sobre os efeitos do lixo em nosso planeta WALL.E, 2008 • Fantasia/Filme de ação • 1h 44m WALL·E é um filme de animação americano produzido pela Pixar Animation Studios e dirigido por Andrew Stanton. O filme conta a história de um robô chamado WALL·E, criado no ano de 2100, para tentar limpar a Terra, que está completamente coberta por lixo.
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QUEM É QUEM NESSA HISTÓRIA
Você vai ensinar sobre… • o que é responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
• o que são personagens; • como elaborar uma história coletiva.
Você sabe o que é responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos?
Nesta unidade do Almanaque do Aluno, vamos mostrar quem são os responsáveis por minimizar o impacto ambiental causado pelos resíduos sólidos aqui no Brasil. Por que é importante abordar essa questão na escola? Porque queremos que os estudantes, além de compreenderem como funciona a cadeia de produção e descarte dos resíduos também percebam a responsabilidade de cada um e a sua própria, nesse ciclo. A responsabilidade compartilhada prevê que governos, empresas e consumidores se responsabilizem pela coleta seletiva, pela separação, pelo descarte e pelo destino dos resíduos sólidos (principalmente recicláveis), o que permite a realização da logística reversa além da economia nos processos produtivos das empresas, uma vez que esses resíduos entram novamente na cadeia produtiva, diminuindo o consumo de matérias-primas, dentre outros benefícios. Aproveite e discuta com a turma o exemplo do ciclo de vida do vidro, em que ficamos sabendo que esse material, se tratado de maneira adequada, pode ser cem por cento reciclado. Se cada um fizer a sua parte, a responsabilidade compartilhada será uma realidade em nosso cotidiano.
Apresentando os personagens Uma sugestão de trabalho com essa temática é tratar o ciclo de vida como uma história e cada um dos envolvidos nela, como personagens. Apresente-os aos alunos por meio de algumas questões simples:
• Quem é? (Observe se eles o conhecem, se ouviram falar dele etc.) • O que faz? (Explore se eles conhecem suas funções) • Onde trabalha ou fica? • Qual sua aparência? • Qual seu papel no ciclo? (Aqui é importante deixar claro a função que ele exerce no ciclo)
Vamos escrever uma história? Personagens devidamente apresentados, você pode sugerir que cada dupla de aluno, por exemplo, monte uma história com um produto. Uma lata de leite, uma garrafa de refrigerante, algo que eles conheçam. Peça que imaginem um encontro desse produto com esses personagens, com todos os detalhes. Se quiser, monte uma história coletiva, em que cada uma das duplas fique com um personagem para descrever a relação com o produto. Ao final, exponham a história em mural.
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Almanaque do Professor • Quem é quem nessa história
A PNRS e a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos Nos termos da PNRS, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos é o “conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei.” (Fonte: http://goo.gl/diyQ7D)
Personagem é... • pessoa fictícia posta em ação numa obra dramática; • imagem que representa uma pessoa; • personagem que figura numa obra narrativa; • figura humana imaginada pelos autores de obras de ficção; • o homem definido pelo seu papel social ou pelo seu comportamento. (Fonte: Dicionário Houaiss da língua portuguesa.)
Inspiração para o diálogo Para você ver com os alunos, como um fechamento desta unidade, e discutir, à luz do que foi aprendido, o que ficou de mais significativo para eles sobre a questão discutida. Ilha das Flores (https://goo.gl/XhSLQv) O documentário de Jorge Furtado conta a história de um tomate plantado, colhido, transportado e vendido num supermercado, mas que apodrece e acaba no lixo. Mas você verá que a história não termina aí...
PARA SABER MAIS… ...sobre histórias em que os personagens são seres inanimados, veja esse filme sobre a história de amor entre duas garrafas de leite. Love story in milk (2011) https://goo.gl/Ko6r2P
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VAI E VEM
Você vai ensinar sobre… • o que é e como funciona a logística reversa;
• a importância do planejamento para as ações que se deseja realizar;
• as relações de causa e consequência nas questões ambientais.
LOGÍSTICA REVERSA: O QUE É ISSO?
No Almanaque do Aluno, você irá encontrar o conceito de logística reversa e a descrição das suas etapas, segundo a PNRS. Vai ser uma ótima oportunidade de discutir com seus alunos a importância de planejar o que se quer fazer e como a organização nos ajuda a atingir os nossos objetivos. Talvez você possa trabalhar com eles a partir de uma fábula – mais adiante vamos voltar a elas, que são importantes instrumentos para discutirmos valores éticos e morais com as crianças – e essa é bem conhecida: “A cigarra e a formiga”. A seguir, colocamos duas versões dessa história e você pode explorar com eles o conceito de trabalho organizado e de ação coletiva, que serão fundamentais para o entendimento do funcionamento da logística reversa.
A cigarra e a formiga Era uma vez uma primavera muito florida. A formiga carregava seu alimento e guardava tudo o que conseguia, dia e noite. Enquanto a formiga trabalhava, a cigarra passava o dia todo a cantar. Chegou o verão e a formiga dizia: — Ó, irmã cigarra, trabalhe e poupe também. O inverno vai chegar daqui a pouco! Quando veio o inverno, a formiga estava com bastante alimento guardado e então pode descansar, com o dever cumprido. De repente, bateu à sua porta a cigarra pedindo ajuda porque estava na miséria, com frio e fome. A formiga lhe perguntou: — Que fazias quando era tempo bom?
E a cigarra respondeu: — Eu cantava o dia inteiro… Respondeu então a formiga: — Cantavas? Pois então, agora dança! E lá se foi triste a cigarra na noite fria... Moral da história: quem planeja e executa o que planejou, colhe bons frutos. (Esopo. Fábulas Completas. São Paulo: Editora Moderna, 1994.)
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Almanaque do Professor • Vai e vem
A cigarra, a formiga e os gafanhotos
PARA SABER MAIS…
Era uma vez uma campina onde viviam uma cigarra e uma formiga. A cigarra cantava durante todo o verão, enquanto sua vizinha, a formiga, trabalhava duramente para juntar comida para o inverno. E todo inverno era a mesma coisa: a formiga tinha sua comida garantida enquanto a cigarra passava fome. Certa vez, entretanto, uma nuvem de gafanhotos passou pela campina e vendo que ela tinha comida em abundância, devastou tudo o que viu pela frente. E assim começaram a fazer, todos os verões. Tendo pouco o que recolher no verão, a formiga começou a passar fome no inverno. Um dia, porém, percebeu que sua vizinha, a cigarra, tinha comida em abundância. Intrigada, foi perguntar à vizinha como ela conseguira todo aquele alimento se ela jamais se preocupara em juntar comida e fazer reservas e, justamente agora, os gafanhotos devastavam a campina durante o verão. “É simples”, respondeu a cigarra. “Enquanto os gafanhotos destruíam a campina, eu continuei cantando minhas músicas. E eles gostaram. E passaram a deixar uma ‘caixinha’ em comida, pelo serviço de tornar a devastação deles mais divertida. Foi assim que eu arrumei todo esse alimento.”
... sobre como as coisas se interrelacionam e como as decisões de consumo que tomamos impactam o meio ambiente, assita ao documentário “A história das coisas”, disponível na Internet. The Story of Stuff (com Annie Leonard) https://goo.gl/rhHbDD
Moral da história: saber usar os nossos talentos nos ajuda a resolver problemas. (Fonte: adaptação livre de história da tradição oral.)
Causa e consequência Após a leitura e discussão das fábulas, sugerimos que você leia com atenção com seus alunos de quais ações é composta a logística reversa. É importante que eles compreendam cada uma das fases e qual o papel de cada um dos envolvidos em cada uma delas. Nesse sentido, é importante discutir, também, o conceito de causa e consequência. Em questões ambientais, é fundamental compreender que tudo o que vai, volta. Ou seja, tudo o que fazemos volta para nós, seja em forma de benefícios ou de destruição da natureza.
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DE OLHO NOS RESÍDUOS
Você vai ensinar sobre… • como lidar com os diferentes tipos de lixo e os cuidados que se deve ter durante a sua manipulação;
• o que é lixo orgânico e como fazer compostagem;
• receitas de aproveitamento
ATENÇÃO: CUIDADO COM O LIXO QUE VOCÊ SEPARA!
Nesta unidade, os alunos vão entender melhor o que é o lixo considerado perigoso e o que fazer com ele. É fundamental que você repasse com eles o que compreenderam sobre esse assunto, pois há muitos acidentes envolvendo crianças e lixo que requer cuidados especiais, como os que estão listados no Almanaque do Aluno. Além disso, há um quadro com referência ao lixo orgânico. Esse é sempre um assunto que rende muita conversa, pois trata-se do lixo que produzimos em casa e muitas vezes não sabemos o que fazer com ele. Se você não abordou a questão dos benefícios da compostagem em suas aulas, talvez este seja o momento ideal para fazê-lo. Para ilustrar essa exposição, você pode exibir o vídeo abaixo:
de alimentos.
Compostagem dentro de casa (http://www.recicloteca.org.br/?p=5133)
Trata-se de uma explicação, etapa por etapa, de como realizar uma compostagem correta em casa. Que tal convidar os alunos a experimentar?
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Almanaque do Professor • De olho nos resíduos
Pesquisando receitas Que tal também propor aos alunos pesquisarem receitas simples, que podem ser feitas com sobras de alimentos? Se houver condições – a escola tiver um laboratório, por exemplo –, vocês poderão escolher uma para fazerem juntos. Veja abaixo uma sugestão:
Minipizza de pão Ingredientes: •
fatias de sobras de pão;
•
queijo;
•
orégano;
•
cebola;
•
azeite de oliva;
•
tomates;
•
pimentão vermelho.
Modo de preparo: •
•
•
rrume as fatias de pão em uma assadeira A ou forma de pizza. Sobre as fatias de pão, coloque queijo ralado grosso ou pasta de ricota (ricota temperada com sal e um pouco de iogurte). or cima do queijo, coloque fatias bem finas de cebola, P tomate, pimentão em tiras e orégano.
•
Leve ao forno para gratinar.
•
Na hora de servir, coloque um fio de azeite de oliva.
•
ode ser acompanhada por uma vitamina P de frutas, batida com iogurte.
(Fonte: http://goo.gl/pQFSY)
Jogando e aprendendo a jogar Se a sua escola possui um laboratório de informática, temos uma dica que pode render uma boa jogada entre vocês: um jogo divertido em que, de quebra, as crianças ainda vão aprender a separar os resíduos e destiná-los para a lixeira correta. É o game Clean City – https://goo.gl/pvzksV – produzido pelo Instituto Pró-Cidadania em parceria com a Prefeitura de Curitiba e a Racional Games. Você pode dividir os alunos em duplas para essa atividade, isso porque, depois de jogarem, as crianças poderão também compartilhar a pontuação e convidar mais amigos para jogar nas redes sociais.
PARA SABER MAIS… O FAZEDOR DE MONTANHAS. Direção: Juan Figueroa. Brasil: 2006. 1’43”. Disponível em: https://goo.gl/XbRfXS. Vídeo com entrevistas sobre o lixo urbano, seu aspecto social, cultural, político e humano. Por meio de uma comparação com o lixo produzido e o descaso que todos nós temos com esse assunto em nosso cotidiano, o documentário enfoca essa questão de uma forma bastante realista e crítica.
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NOTÍCIAS DO BEM
Você vai ensinar sobre… • a importância de estar bem informado para uma mudança de atitudes;
• como ler e produzir notícias.
BOAS PRÁTICAS DE RECICLAGEM QUE ALIMENTAM NOSSA ESPERANÇA!
No Almanaque do Aluno, propusemos que lessem algumas “notícias do bem” como forma de animá-los a implementarem em seu cotidiano algumas práticas de reciclagem e de cuidado com o meio ambiente. Acreditamos que a informação é o melhor meio de se transformar atitudes, porque, na medida em que vemos que as transformações são possíveis e que grande parte delas depende de nós, temos o incentivo necessário para começar a nossa mudança. Nesse sentido, o trabalho com a coleta e a produção de notícias pode ser uma atividade interessante. Você vai ver que, ao final da unidade, propusemos que as crianças busquem uma “Notícia do Bem” na comunidade ou façam, elas mesmas, uma atividade que possa virar uma notícia de verdade. Para estimulá-lo a trabalhar com a produção de notícias em sala de aula, selecionamos algumas dicas:
Como ler jornal? • Ler jornais diariamente pressupõe um tipo de leitura ágil, rápida, seletiva e o mais agradável possível, para que nos orientemos e a nossos alunos a se constituírem em assíduos leitores. Quanto mais familiarizados com o meio e mais frequentemente nos lançarmos a sua leitura, mais ágeis e competentes nos tornamos como leitores.
• A leitura do jornal permite uma outra forma de reflexão sobre a notícia, visto que, pelo próprio fato de se ter que ler – o que exige um outro tipo de habilidade mental –, a pessoa aciona outros referenciais, interligando informações, conectando ideias e trabalhando, simultaneamente, com outros dados que estão dispostos na mesma página.
• A contextualização da notícia, ou seja, ao lado de que outras notícias ela está impressa, também acaba se tornando um interessante elemento na própria análise dos assuntos.
• No trabalho com jornal, é importante saber o que e onde buscar o que é do nosso interesse; quais artigos e que tipo de notícia deve atrair nossa atenção; quais jornalistas ou colaboradores são de nosso agrado e quais não nos interessam saber a opinião. Todos esses aspectos constituemse elementos que nos permitem ler um jornal diário em 15 minutos, por exemplo.
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Almanaque do Professor • Notícias do bem
Como fazer jornal em sala de aula?
PARA SABER MAIS…
• O processo de confecção de jornal na sala de aula não deve ser dissociado da leitura do jornal. Ou seja, para fazer um jornal, a criança ou o jovem deve conhecê-lo e ter uma certa familiaridade com ele. Ao saber como é a dinâmica da produção das notícias, poderá construir o seu jornal, de acordo com um projeto editorial a ser elaborado em conjunto com o professor.
• Ao contrário do que se pode imaginar à primeira vista, construir um jornal não se limita apenas a produzir textos para um suporte impresso em papel. Pode ser uma atividade lúdica e criativa, que envolve, além da construção de textos escritos, a de histórias em quadrinhos, desenhos, fotos e/ou ilustrações. Além de tudo, o suporte do jornal pode ser um vídeo ou mesmo um CD (um programa para rádio, por exemplo). O importante é ressaltar que a produção do jornal é um exercício onde cada um pode expressar sua visão do mundo, opiniões e inventividade.
FREINET, Célestin. O Jornal Escolar. Portugal: Editorial Estampa, 1974. FARIA, Maria Alice. Como usar o jornal em sala de aula. São Paulo: Editora Contexto, 1996. MACHADO, Nilson José. Cidadania e Educação. São Paulo: Escrituras Editora, 1997.
• Vale lembrar que o professor pode (e deve!) criar o jornal necessário às questões que deseja tratar com os alunos. Há, inclusive, uma forte tendência a usá-los nos projetos desenvolvidos em toda a escola, o que é muito apropriado, pela característica multi e transdisciplinar do jornal.
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JUNTOS SOMOS FORTES
Você vai ensinar sobre… • o que são e para que servem as cooperativas, os catadores de materiais reciclados e os PEVs;
• a importância da mobilização social para a construção da cidadania;
• a importância do compromisso e da responsabilidade para as mudanças de atitude.
VOCÊ SABE O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM AS COOPERATIVAS?
Nesta etapa do Almanaque do Aluno, esclarecemos o importante papel de três personagens fundamentais para a PNRS: as cooperativas, os catadores de materiais recicláveis e os Pontos de Entrega Voluntária (PEVs). Entendemos que é uma oportunidade para você conversar com seus alunos sobre a importância do trabalho coletivo e de como um esforço em comum pode render resultados realmente transformadores. Sugerimos uma leitura desta unidade comentada com todo o grupo, em que haja espaço para você explicar cada etapa do trabalho da cooperativa, quem são os catadores e como funcionam os PEVs. Durante esse exercício, vá chamando a atenção deles para o aspecto da interdependência entre esses atores e também qual o papel de cada um de nós nessas etapas.
Mobilização social Entendemos que uma mudança de atitude como essa sempre envolverá uma mobilização de toda a comunidade. Nesse sentido, é fundamental que você converse com os alunos sobre o que significa uma mobilização social e como ela é fundamental para o fortalecimento da nossa cidadania. A seguir, selecionamos um texto, que trata exatamente de mobilização social, baseado nos conceitos desenvolvidos pelo educador colombiano, Bernardo Toro: “A mobilização ocorre quando um grupo de pessoas, uma comunidade ou uma sociedade decide e age com um objetivo comum, buscando, cotidianamente, resultados decididos e desejados por todos. Por isso, mobilizar é convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum, sob uma interpretação e um sentido também compartilhados. Sendo a mobilização uma convocação, ela é um ato de liberdade, oposto da manipulação, um ato público de vontade, de paixão.” (TORO, J.B.; WERNECK, N.M. Mobilização social: um modo de construir a democracia e a participação. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.)
Culpa x responsabilidade Também entendemos que é importante você conversar com os alunos sobre a responsabilidade de cada um, mas enfatizando que a responsabilidade é um compromisso assumido com liberdade e com constância, bem diferente de atitudes dispersas, baseadas numa certa “culpa” momentânea, que faz com que as pessoas não incorporem as mudanças que precisam ser realizadas para uma transformação concreta no meio em que vivem. É preciso fazer as coisas que acreditamos para que elas sejam eficientes e eficazes.
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Almanaque do Professor • Juntos somos fortes
Selecionamos abaixo partes de uma crônica do jornalista e escritor Ruy Castro, que aborda esse dilema bastante comum nos cidadãos. É um texto divertido, que você pode compartilhar alguns trechos ou fazer uma síntese para seus alunos.
Dilema da escova de dente RIO DE JANEIRO – Ouço dizer que o Brasil joga 768 milhões de escovas de dente anualmente no lixo. Deve ser verdade. À base de uma escova por mês, eu próprio contribuo com pelo menos 12 por ano para esse descalabro – assim que as cerdas começam a desbeiçar, lá se vai embora a escova. Ouço também que, no mundo, descartam-se 26 bilhões de escovas por ano, e que cada uma leva 450 anos para se decompor. É o horror, o horror. A ideia de um novo apocalipse, não mais pela água ou pelo fogo, mas com o mundo sufocado por escovas de dente, lembra os filmes B americanos de terror dos anos 50, só que a sério. Bem que Woody Allen perguntava: “Por que as pessoas escovam os dentes quatro vezes por dia e fazem sexo duas vezes por semana? Por que não o contrário?”. Idem quanto à montanha de fraldas descartadas por mães zelosas e bem-intencionadas. Perguntei a uma delas quantas fraldas seu bebê teria consumido em seus primeiros três anos. Ela fez as contas: à média de cinco fraldas por dia, foram 1.825 fraldas por ano, donde 5.475 fraldas em três anos, fora as dorezinhas de barriga. Acho assustador que uma simples criança ainda em seus cueiros já tenha produzido tanto lixo. (...) Não admira que, depois de usados e despejados nas privadas, no lixo ou pela janela, trilhões de escovas de dente, fraldas, o.b.s, camisinhas, pilhas, lâminas de barbear, DVDs de André Rieu, embalagens de batata frita e que tais, levados pelos esgotos e correntes, estejam asfixiando rios, baías, oceanos. E agora, como escovar os dentes sem um certo sentimento de culpa? (Fonte: http://goo.gl/pBPmDm)
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Com a palavra…
Você vai ensinar sobre… • como se faz uma entrevista;
• como se compara textos diferentes;
• quem é o catador de materiais recicláveis.
Você já conheceu algum catador de resíduos sólidos?
No Almanaque do Aluno, você vai encontrar uma entrevista com um personagem bastante interessante do descarte de resíduos sólidos: o catador de material reciclável. Temos o depoimento de Telines Basílio do Nascimento Junior, mais conhecido como Carioca, parceiro do ECOGESTO. Ele relata alguns fatos e opiniões sobre essa atividade e você pode aproveitar isso não só para discutir com as crianças sobre a profissão de catador de material reciclável mas também sobre os preconceitos que existem em relação a atividades como essa.
Entrevistar para comparar Seria interessante propor que os alunos também realizem uma entrevista com algum catador de material reciclável do bairro e, a partir dela, façam uma comparação entre o que o Carioca fala nesse texto e o que coletaram em suas entrevistas. Uma sugestão de organização desta tarefa: 1. Organize a sala em duplas. 2. Organize com eles um roteiro para a entrevista (veja aqui um modelo que preparamos). 3. Quando todos tiverem realizado a tarefa, organize um mural para expor todas as entrevistas. 4. Para apresentar as entrevistas para o grande grupo, selecione quatro ou cinco duplas. 5. Faça um roteiro com perguntas que permitam que os próprios alunos comparem as entrevistas apresentadas com as do Carioca. 6. Faça um quadro com as comparações percebidas para que todos possam visualizar as semelhanças e diferenças entre os depoimentos coletados.
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Almanaque do Professor • Com a palavra…
Para fazer uma boa entrevista: 1. Delimitem um tema e encontrem um foco para ele. Isso normalmente se encontra a partir de uma pergunta-chave, como “Os catadores de material reciclável sentem-se confortáveis em sua escolha profissional?” ou algo mais direto, como “É bom ser catador de material reciclável?” 2. Escolham o entrevistado, obviamente alguém com condições de reponder à pergunta-chave. 3. Preparem uma lista de perguntas. Observem que sejam diferentes e que levem às respostas que desejam obter para aquela questão. 4. Se possível, gravem a entrevista. Só anotar faz com que muitas informações importantes se percam. 5. Depois, escutem com atenção as respostas dadas às perguntas e comparem com as suas anotações. 6. Redijam um texto, pode ser com as perguntas seguidas das respostas ou um corrido, em que tudo o que o entrevistado falou de interessante esteja contemplado. 7. Revisem o texto.
Inspiração para o diálogo Para você ler com os alunos, como um fechamento desta unidade, e discutir, à luz do que foi aprendido, o que ficou de mais significativo para eles sobre a questão discutida.
Os catadores de papel Pela cidade afora noite ou dia, a qualquer hora, os catadores de papel são triste paisagem. Vão juntando papel e pobreza, moram assim, nas praças, nos vãos, em casa feita de nada. Tenho tanta pena dos catadores de papel, Que moram aqui, No meu poema. (MURRAY, Roseana. Artes e Ofícios. São Paulo: FTD, 1990.)
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moral da história
Você vai ensinar sobre… • a importância de se aprender a relacionar os conteúdos didáticos a conteúdos ficcionais ou lúdicos;
• o que é e para que servem as fábulas;
• como se escreve (ou reescreve) uma fábula.
QueM conta uma Fábula... Ensina uma lição!
Nesta unidade, propusemos um trabalho de fechamento do que foi aprendido e discutido por meio da leitura e (re)escrita de fábulas. Trabalhar com esse tipo de narrativa vai ajudá-lo a “amarrar” os conteúdos didáticos presentes neste Almanaque com a experiência e o conhecimento dos seus alunos. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), no que se refere à abordagem da temática ambiental, “a escola deverá, ao longo das oito séries do ensino fundamental, oferecer meios efetivos para cada aluno compreender os fatos naturais e humanos referentes a essa temática, desenvolver suas potencialidades e adotar posturas pessoais e comportamentos sociais que lhe permitam viver numa relação construtiva consigo mesmo e com seu meio, colaborando para que a sociedade seja ambientalmente sustentável e socialmente justa; protegendo, preservando todas as manifestações de vida no planeta; e garantindo as condições para que ela prospere em toda a sua força, abundância e diversidade”. (Fonte: http://goo.gl/4hQP7T) Nesse sentido, as fábulas são um instrumento valioso de associar a ludicidade e a ficção à realidade das crianças. Segundo a especialista em literatura infantojuvenil, Marisa Lajolo, em seu livro “Do mundo da leitura para a leitura do mundo” (Ática, 1993): “Ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler à medida que se vive. Se ler livros geralmente se aprende nos bancos da escola, outras leituras se aprendem por aí, na chamada escola da vida: a leitura independe da aprendizagem formal e se perfaz na interação cotidiana com o mundo das coisas e dos outros.”
O que são fábulas? São textos curtos, escritos em verso ou em prosa, em que normalmente os personagens são animais, forças da natureza ou objetos e possuem características antropomórficas, que fazem uma referência a acontecimentos do cotidiano do ser humano. Também, contêm um ensinamento ou uma mensagem edificante, ética: a “moral da história”.
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Almanaque do Professor • Moral da história
Ler e viver
PARA SABER MAIS…
Ler e viver são faces da mesma moeda. Você pode começar discutindo isso com as crianças: quais histórias que eles conhecem têm a ver com as questões que acabaram de discutir? Ou então, enquanto vocês trabalham os conteúdos do Almanaque, você pode ir lendo, semanalmente, por exemplo, histórias que tratem de questões éticas e ambientais. Sugerimos:
• Lolo Barnabé, de Eva Furnari, Editora Moderna; • A árvore que pensava, de Oswaldo França Júnior, Editora Nova Fronteira; • A árvore generosa, de Shel Silverstein, Editora Cosac Naify. Após a leitura dessas histórias, vá conversando com as crianças sobre as possíveis relações que existem entre elas e os conteúdos discutidos em sala de aula.
Reescrita de textos O trabalho com a reescrita de textos é fundamental para a educação literária das crianças. Ler e escrever são movimentos indissociáveis para a sua formação leitora.
Para quem quer ler mais fábulas...
sugerimos que explique às crianças o que é uma fábula, como se organiza a sua estrutura e, especialmente, o que é a famosa “moral da história”. Leia algumas para elas, para facilitar esse entendimento. DEZOTTI, Maria Celeste Consolin (org.). A tradição da Fábula: de Esopo a La Fontaine. São Paulo: Ed. Universidade de Brasília, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2003.
No Almanaque do Aluno, você encontrará duas fábulas conhecidas e colocamos questões para serem debatidas em sala. Sugerimos que você faça a mediação entre os alunos e as histórias, e o conteúdo trabalhado por meio desse livro. Isso é fundamental para o bom aproveitamento da atividade. Ao final, sugerimos que as crianças escrevam uma fábula, com moral da história, que trate das questões do lixo no mundo em que vivemos. Com certeza uma sugestão de trabalho de leitura e escrita bastante produtiva, aproveite!
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MEU PROJETO
Você vai ensinar sobre… • a importância do registro; • como estabelecer compromissos exequíveis.
DEZ ATITUDES QUE VOCÊ PODE TOMAR AGORA PARA MUDAR O MUNDO!
Nesta unidade, propusemos um registro de um compromisso do aluno com o meio ambiente: pedimos que ele liste dez atitudes que poderia realizar e que transformariam o mundo em que vivemos. Esse pode ser um exercício que vai tomar algumas aulas, porque requer uma revisão de tudo o que foi visto até aqui. Nesse sentido, seria interessante você utilizar esse espaço para elaborar a sua avaliação com eles. Esse exercício pode ser um excelente fechamento, pois fará com que eles pensem nos comportamentos sustentáveis que aprenderam e como podem adotá-los em seu cotidiano. Aproveite e faça a sua lista de atitudes sustentáveis e compartilhe com eles. Vocês também podem pensar em maneiras de aferir se esses compromissos, ao final de um determinado período, serão cumpridos ou não. Criem, inventem. Mudanças de hábitos começam com pequenos gestos!
Inspiração Para você refletir sobre o conceito de sustentabilidade: “O termo ‘sustentabilidade’ aos poucos vai perdendo a identidade com sua origem ou com as ideias que o forjaram. Nasceu das discussões sobre quais as condições mínimas para que um empreendimento ou atividade humana garantissem seus benefícios para o ser humano e o ambiente, tanto agora como em um futuro indefinido. As qualidades quase esquecidas são: ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável. E eu acrescentaria culturalmente aceito, divertido e belo.” (Font: http://goo.gl/e51U5O)
ATITUDE 1
ATITUDE 2
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Almanaque do Professor • Meu projeto
ATITUDE 3
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ATITUDE 10
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MEU DIÁRIO DE RECICLAGEM
Você vai ensinar sobre… • a importância de registrar as boas práticas ambientais;
• como elaborar um projeto a partir dos registros dessas práticas;
• práticas de leitura e escrita.
No encerramento do Almanaque do Aluno, convidamos as crianças para fazerem um diário de reciclagem. A ideia é que eles anotem o que conseguem reciclar (talvez durante uma semana, é preciso delimitar esse tempo com elas). Isso vai lhes dar uma noção concreta do que suas atitudes já estão fazendo pelo meio ambiente. Acreditamos que dimensionar e concretizar essas práticas vai favorecer que elas as incorporem em seu cotidiano. Imaginamos, também, que será um boa oportunidade para você exercitar com eles práticas de leitura e escrita, o que pode gerar um projeto interdisciplinar. Para subsidiá-lo em sua montagem desse projeto, listamos algumas dicas e conceitos a seguir. Ao final, aproveite o espaço em branco para traçar as linhas principais do projeto que melhor se adequa à sua escola. Bom trabalho!
O que é trabalhar com projetos? Segundo Elvira Leite, Milice R. dos Santos e Manuela Malpique, as autoras do livro “Trabalho de Projecto, Aprender por Projectos Centrados em Problemas” (Porto: Afrontamento, 1989), o trabalho com projetos “envolve trabalho de pesquisa no terreno, tempos de planificação e intervenção com a finalidade de responder a problemas encontrados, problemas considerados de interesse pelo grupo e com enfoque social.” É importante lembrar que “projeto” pode ser qualquer coisa que se pretende fazer, realizar. Mas, quando uma atividade se concretiza na escola, ela necessita de uma clareza metodológica e um objetivo didático. Segundo o educador espanhol Fernando Hernández, trabalhar com projetos é mais do que um modo de fazer. É uma metodologia que implica um jeito de pensar o que é ensinar e o que é aprender e propõe um conjunto de princípios e passos a serem cumpridos ao longo do processo de trabalho sobre um determinado tema. Segundo Flávia Aidar e Januária Cristina Alves, no livro “Por uma Escola Ecoeficiente” (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011), “trabalhar por projetos, de modo bem simples e direto, significa eleger um tema de interesse geral dos alunos que, ao mesmo tempo, faça parte dos objetivos que se tem de ensino para aquela faixa etária e tenha relação com os conteúdos de alguma ou algumas disciplinas que serão envolvidas no processo. Prevê também planejar o tempo e os recursos necessários para o desenvolvimento de todas as suas etapas, de modo que ele caiba dentro do número de aulas previstas — propor um tema simples e um projeto modesto e realizável é melhor do que uma grande ideia que não se concretiza e não se cumpre.”
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Almanaque do Professor • Meu diário de reciclagem
Trabalhar com projetos em sala de aula requer, antes de mais nada, uma nova postura e um novo olhar do professor tanto em sua relação com o aluno como com a própria relação ensino/aprendizagem. Para atuar, junto com os alunos, em um projeto, seria desejável que o educador possuísse:
• um enfoque globalizador, centrado na resolução de problemas significativos; • uma visão de que o conhecimento serve como uma ferramenta para a compreensão e possível intervenção na realidade;
• uma visão de que o aluno é um sujeito ativo, que utiliza suas experiências e conhecimentos para resolver problemas e de que os problemas é que determinam o conteúdo a ser tratado e elaborado em sala de aula;
• uma atuação no sentido de promover situações problematizadoras aos seus alunos, introduzindo novos dados e informações e oferecendo-lhes condições para que avancem em seus esquemas de compreensão da realidade;
• condições de promover atividades abertas, nas quais os alunos possam estabelecer suas próprias metas e estratégias;
• condições e instrumentos para analisar a realidade globalmente, de modo que ela se inter-relacione com o maior número de elementos/informações possíveis.
Título:
Objetivos:
Descrição:
Gestos que mudam o mundo
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© Associação Brasileira de Bebidas – ABRABE Os textos e ilustrações desta publicação, total ou parcial, não podem ser utilizados ou reproduzidos sob qualquer meio sem a prévia autorização da ABRABE.
Créditos Coordenação geral MSLGROUP ANDREOLI Coordenação editorial Januária Cristina Alves e Marcello Araujo Redação e edição de texto Januária Cristina Alves ibi
Pesquisa de conteúdo Januária Cristina Alves Projeto gráfico e edição de arte Marcello Araujo Ilustrações Cris Eich Revisão de texto Catarina Bollos e Larissa Arrais
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Bibliotecária Juliana Farias Motta CRB7/5880 Alves, Januária Cristina Gestos que mudam o mundo : almanaque do professor / Januária Cristina Alves; Ilustrações de Cris Eich. -- São Paulo : ABRABE, 2016. 32 p. : ilustrado. ; 20,5 x 27,5 cm. ISBN: 978-85-92703-01-1 1. Educação ambiental – Estudo e ensino. 2. Meio ambiente. I. Eich, Cris. II. Título. III. Título: almanaque do pofessor CDD 363.7 Índice para catálogo sistemático: 1. Educação ambiental – Estudo e ensino 2. Meio ambiente
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Créditos
ISBN: 978-85-92703-01-1
9 788592 703011