ORGÃO INFORMATIVO DA CASA DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EM LISBOA DIRECTOR: HIRONDINO ISAÍAS | QUADRIMESTRAL | ANO XIX | Nº 148 | AGOSTO 2017 | PREÇO 0,50€
DESTAQUES Editorial página 2
Tomada de Posse página 2
Obras de Reabilitação da Sede página 2
Fadista Tereza Carvalho
112º Aniversário da CTMAD 23 de Setembro de 2017 no Palácio dos Aciprestes - Linda-a-Velha
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25, 26 e 27 de Maio de 2018 IV CONGRESSO E SEMANA DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO
Pavilhão do Conhecimento, Parque das Nações, em Lisboa. O Programa será divulgado na próxima edição do NTMAD.
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Festa do Folar e do Azeite página 3
Convívios por Concelho página 3
Cultura página 4
Comeres e Saberes página 5
Antologia de Autores página 5
Próximas Actividades da CTMAD página 6
112º Aniversário da CTMAD página 6
Nova Sede página 7
Magusto 2017 CONVITE A Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro convida todas(os) consócias(os), familiares e amigos, para participarem na Festa do Magusto de 2017 da CTMAD que vai ter lugar no dia 05 de Novembro de 2017, entre as 08h00 e as 18h00, no Mercado de Benfica em Lisboa, com muita animação e diversas atividades! Saudações Transmontanas e Alto Durienses, O Presidente da Direção, Hirondino Isaías
A Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro é a mais antiga Associação Regionalista de Lisboa (alvará de 23 de Setembro de 1905) Condecorações: Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique (21 de Abril de 2005); Ordem de Benemerência (5 de Outubro de 1931); Medalha de Honra da Cidade de Lisboa (20 de Julho de 2005). Pessoa Colectiva de Utilidade Pública (D.R. nº 117, II Série de 22/05/1990). Campo Pequeno, 50, 3º Esq., 1000-081 Lisboa - Telefone: 217 939 311 - Tlm: 916 824 293 - E-mail: geral@ctmad.pt
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EDITORIAL
AGOSTO 2017 Hirondino Isaías
No dia 13 de Março de 2017 tomei posse como Presidente da CTMAD no ano em que a nossa CASA comemora o seu 112º aniversário. Apesar de não ter aparecido nenhuma lista, no período eleitoral marcado para os devidos efeitos, pela primeira vez na história recente da CTMAD, houve um conjunto de Mulheres e Homens, de boa cepa, que se disponibilizaram para integrar uma lista única e dar continuidade ao trabalho que tantas e tantos associadas(os) fizeram de forma voluntária, abnegada e desinteressada, ao longo de décadas, pela nossa CASA! É com enorme orgulho e honra que faço parte desta grande equipa! É com enorme vontade e espírito de renovação que encarámos este desafio! É com grande responsabilidade e seriedade que pretendemos continuar a nossa história! É com energia e dedicação que queremos fazer mais pela nossa CASA, pelas gentes das nossas Terras e por Trás-os-Montes e Alto Douro! Os desafios que a CTMAD tem pela frente não são pequenos! Nem serão certamente fáceis! No entanto, e para que esta energia que nos move não se perca, necessitamos que todas e todos voltem à nossa CASA e nos ajudem a virar mais uma página com 111 anos de História! Começámos com os convívios por Concelho, participámos em diversas atividades, realizámos eventos de natureza diversa, renovámos a atual Sede no Campo Pequeno, estamos a tratar do processo da Nova Sede, angariámos mais de 50 novos associados e com o vosso apoio e incentivo queremos que a CTMAD esteja cada vez mais perto dos seus membros, amigos e familiares! Queremos que a partir de Setembro deste ano todas e todos possam desfrutar da nossa CASA, da sua Biblioteca, do seu Bar, da sua Cozinha Regional e de um espaço com Internet. Temos uma Secretária renovada, uma Sede diferente e uma imagem cuidada que vale a pena conhecer! Estamos de alma e coração com a nossa CASA! Podem contar comigo! Podem contar com esta grande equipa que vos acompanha! Podem contar com a CTMAD! Saudações transmontanas durienses! Lisboa, 30 de Julho de 2017, O Presidente da Direção, Hirondino Isaías
Tomada de Posse dos Órgãos Sociais da CTMAD
A tomada de posse dos Órgãos Sociais da CTMAD, para o Triénio de 2017-2019, teve lugar perante o olhar atento de mais de 70 pessoas, do senhor VicePresidente da CML, Dr. Duarte
Cordeiro, do senhor Presidente da ANAFRE, Dr. Pedro Cegonho, do senhor Presidente da Assembleia Municipal de Freixo de Espada à Cinta, Dr. Nunes do Reis, bem como de membros da Direção
Assembleia Geral Extraordinária CTMAD A pedido da Direção realizouse uma Assembleia - Geral Extraordinária, no dia 08 de Junho de 2017, com a finalidade de se falar do processo da nova sede e das diligências efetuadas pela nova Direção junto da Direção do Património da CML e da Unidade Territorial da CML.
Obras de Reabilitação da Sede A Direção da CTMAD com o objetivo de cumprir o Plano de Atividades de 2017, devidamente aprovado em AG, e de valorizar o Património da nossa associação, iniciou um conjunto de obras de reabilitação da sede do Campo Pequeno. Na realidade, a atual sede necessitava com alguma urgência de uma reabilitação a nível da pintura dos tectos, paredes, madeiras e pavimento, bem como, de uma limpeza geral profunda. Em rigor, a CTMAD enquanto não tiver uma nova sede, passa a disponibilizar aos seus associados um espaço renovado no Campo Pequeno, onde os seus associados, amigos e familiares podem usufruir da CASA de todos nós de forma diferente daquela que foram habituados ao longo dos últimos anos. Para tanto, a Direção da CTMAD convida todos os associados, amigos e familiares da Nossa Casa a
estarem presentes no dia 07 de Setembro de 2017, pelas 18h00, à Cerimónia de Inauguração das obras da atual sede, a uma Prova de Vinhos da Região e degustação de alguns produtos de Trásos-Montes e Alto Douro.
FICHA TÉCNICA Propriedade: Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro Contribuinte nº 500 788 863 | Isento de Registo na E.R.C. ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99 de 9/6, artigo 12º nº1-a. Colaboram nesta edição: Ni Saldanha, Armando Palavras, Virgílio Gomes, Jorge Santos
anterior. Após a tomada de posse houve um jantar volante, a atuação do Grupo Maranus e do poeta Francisco Queirós.
Redacção, Administração e Publicidade: Campo Pequeno, nº 50 3º E 1000-081 Lisboa Director: Hirondino Isaías Composição e impressão: Exoterra Tiragem:500 exemplares Depósito Legal: 178581/02
AGOSTO 2017
Fadista Tereza Carvalho A CTMAD apoiou a jovem e promissora fadista Tereza Carvalho, natural de Macedo de Cavaleiros, e a residir em Paris, no concurso que teve lugar no Museu do Fado, em Lisboa, dia 15 de Março de 2017. Tereza Carvalho é uma transmontana que canta o fado como ninguém devido à sua voz doce e bem colocada! A nossa comunidade emigrante, e não só, pode sempre ouvir a sua voz em espectáculos musicais no estangeiro ou Portugal.
Festa do Folar e do Azeite
A tradicional Festa do Folar e do Azeite realizouse em 9 de Abril no exterior do Mercado de Benfica e teve 37 bancadas ocupadas o que representou uma boa receita para a CTMAD. Foi um dia intenso, cheio de actividades e com muitos visitantes. A Festa teve a participação do Grupo Maranus e do Grupo de Concertinas “Águias Vermelhas” da Charneca da Caparica. Com esta iniciativa todos os Transmontanos e Alto Durienses tiveram acesso a diferentes produtos da Região com grande qualidade, bem como a oportunidade de conviver com gentes da “Nossa Terra”. A Junta de Freguesia de Benfica fez-se representar por João Roseta.
Festa dos Santos Populares A CTMAD comemorou na noite de Santo António, a festa dos Santos Populares de Lisboa onde não faltou o caldo verde, a sardinha assada e outras iguarias típicas desta altura do ano. A sala estava decorada a rigor e muitos dos associados da CTMAD não faltaram à 1ª Festa dos Santos Populares de Lisboa organizada pela nossa CASA!
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1º Convívio - Freixo de Espada à Cinta
Decorreu no dia 27 de Maio de 2017 o 1º Convívio de Naturais de Freixo de Espada à Cinta onde a Câmara Municipal de FEC esteve representada, pelo seu Vice-Presidente, Prof. Artur Parra. Neste convívio, a CMFEC ofereceu à CTMAD sete livros para a biblioteca, um galhardete e um filme sobre Freixo. Além disso, entregou lembranças a todos os presentes. O convívio foi animado pelo Grupo Maranus e a CTMAD ganhou 10 novos associados.
2º Convívio - Mogadouro
O convívio com os naturais de Mogadouro teve 58 pessoas, a presença do senhor Presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, Francisco Guimarães e a atuação do Grupo Maranus. Durante o convívio a Câmara Municipal de Mogadouro ofereceu à CTMAD livros, uma bandeira do concelho e várias lembranças aos presentes. Neste convívio a CTMAD ganhou 16 novos associados. Foi uma noite muito agradável e com pessoas bem dispostas.
3º Convívio - Mirandela
No dia 24 de Julho teve lugar no restaurante Real Fábrica o Convívio com os naturais de Mirandela onde o Grupo Maranus atuou e encantou os presentes que corresponderam de forma pronta e animada. Das 60 pessoas presentes a CTMAD ganhou oito novos associados. Foi um convívio que deixa saudades e que deixou felizes muitos Mirandelenses.
4º Convívio - Miranda do Douro
Decorreu no dia 22 de Julho o Convívio com os Naturais de Miranda do Douro. A Festa foi animada pelo Grupo Maranus e decorreu com muita animação! A CTMAD após as férias de Verão vai retomar aos Convívios por Concelho!
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AGOSTO 2017
CULTURA
LIVROS
Exposição de Pintura de José Augusto Coelho
As Povoações do Concelho de Alijó
Num momento muito agradável e ambiente bastante familiar decorreu na CTMAD, no dia 21 de Junho, a apresentação do livro “As Povoações do Concelho de Alijó”, uma história milenar da autoria de Manuel Figueiredo. Esta apresentação, com muitas presenças, contou com a animação de um grupo de violas. Parabéns ao autor, aos apresentadores do livro, bem como a todos aqueles que tornaram este evento num grande momento.
Fernando Marinho A Direção da CTMAD esteve em peso na inauguração da exposição de pintura do nosso ilustre conterrâneo José Augusto Coelho, natural de Vale Frades, Vimioso, de Adelaide Monteiro, natural de Especiosa e de Vítor Higss, natural de Lisboa. Uma parceria com a Arte em Diálogo que decorreu
nas Publicações Europa-América em Lisboa. Foi uma cerimónia muito agradável e a CTMAD foi muito bem-recebida pela organização. Além disso, houve um momento musical proporcionado por José Augusto Coelho bastante divertido e animado!
Apresentação do Livro “O Mirandês...” Decorreu no dia 07 de Julho, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Miranda do Douro, a apresentação do livro “O Mirandês escrito pelos seus Jovens na década de setenta” de António José Sarmento Felgueiras. O salão da CMMD foi pequeno para acolher tantos ex-alunos do Prof. Felgueiras, naturais de Miranda do Douro, amigos e familiares do autor.
A CTMAD esteve representada por Hirondino Isaías que apresentou cumprimentos ao autor do livro, sócio da CTMAD, e ao s r. Presidente da CMMD, Dr. Artur Nunes. Parabéns ao autor e à CMMD por ter apoiado uma obra com esta dimensão e alcance cultural!
O membro da CTMAD e vogal da Direção, Fernando Marinho, lançou o livro “O Rei Mau e seu Irmão” que veio completar um sonho antigo do autor que há muitos anos a esta parte tem dedicado parte da sua vida ao teatro. A Direção da CTMAD esteve presente no lançamento do livro e incentivou o autor a continuar com aquilo que mais gosta de fazer: o teatro.
As Canções da Avó Guida No dia 26 de Maio decorreu na CTMAD o lançamento do livro “As Canções da Avó Guida” da autora Melissa Fontoura, natural do concelho de Valpaços. Neste lançamento, tivemos a oportunidade de ouvir o CD que acompanha o livro em questão, onde é possível ouvir uma voz que já partiu para o descanso eterno.
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AGOSTO 2017
COMERES E SABERES
Comer à transmontana?! © Virgílio Nogueiro Gomes
O avanço civilizacional tem vindo a alterar o significado de alguma terminologia mesmo os termos que revelavam a identidade de um tempo, ou de uma região. Até ao século XIX era fácil saber o que os transmontanos comiam ou o que se instalou como tradição alimentar. Se pensarmos em produtos perecíveis, podemos facilmente deduzir que apenas lá chegariam os que poderiam ser transportados por animais em percursos que não ultrapassassem um dia. A pernoita, e mais um dia de caminhada, iriam certamente fazer alterar a qualidade e bom estado desses produtos. E este detalhe, do transporte possível, veio determinar, naquele tempo, as mercadorias novas ou vindas de outras regiões. De forma simples poderíamos dizer que comer à transmontana seria o que os transmontanos comeriam na sua região. Primeiro identificando os produtos, depois inventariar as festas e romarias com as confeções especiais desses eventos locais e regionais. Mas não é tão simples assim. A história das alimentações regionais não está coligida apesar de conhecermos várias estórias sobre o assunto. O próprio Abade de Baçal (1865-1947) não foi muito longe, tendo especial referência a utilização sempre presente do porco que chega a tratar de nosso irmão, volume IX das Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, edição de 1982. Mesmo para o opúsculo orientador da região Trás-os-Montes na Exposição Portuguesa em Sevilha, 1929, apenas escreve, e sobre Bragança, escreve: “...onde se notabilizam como pitéus regionais, de fama geral em todo o País, as tabafeias, fabricadas desde Outubro a Fevereiro, os folares pela altura da Páscoa e as trutas e as enguias fritas em todo o tempo”. Fantástica é a referência ao porquinho de um mês e ao cabritinho de três meses – leitão de mês e cabrito de três. Lembro-me bem das ocasiões especiais que este animalzinho animavam a mesa! Já naquele tempo se queixava o Abade das modas: “Infelizmente a moda vai abastardando alguns derrancados de gosto, que tentam substituir-lhe o desemxabido peru. Que tristeza! Que dor de alma! E não reparam que assim nos desregionalizamos, caindo na chata vulgaridade do anonimato equivalente da não existência, por falta de qualidades típicas características!...”. Como estas frases são tão atuais! O que escreveria o nosso Abade de Baçal ao ver tontos hambúrgueres e tantas pizas? Convenhamos que, para definir a cozinha transmontana, não nos podemos reter apenas nesta fonte. Com a democratização do cultura, e na história da alimentação, deixou de ser mais importante as exceções ou a comida elitista ou palaciana, para o entendimento ser primordial saber como se alimentam as grandes massas. E é no século XX que a perturbação é maior. A essência cultural da alimentação em Trásos-Montes foi-se perdendo até pela alteração do ritmo de vida das pessoas. Deixa-se de acompanhar o ritmo de produção da natureza para encontrarmos, nos supermercados, durante todo o ano a maioria de todos os produtos. Que tristeza quando a fruta vem acompanhada de açúcar! Colhida antes de ficar madura para ser fácil transportar...! Mas ainda reconhecemos alguns detalhes do que poderemos chamar de cozinha transmontana. A nossa região está identificada com a coleção de Enchidos variados, a raça de porco Bísaro tem aqui o seu expoente máximo, a carne Mirandesa é sem igual, o nosso azeite brilha e tem alma, os nossos vinhos têm lugar na História, as nossas Bôlas e Folares são únicos... Portanto a forma mais fácil de definir a nossa alimentação é desafiar o público a visitar Trás-os-Montes e apreciarem uma cozinha de produtos, e servida na região.
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ANTOLOGIA DE AUTORES
Agregar os Transmontanos e Alto-durienses em Antologia A Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa, casa mãe das casas transmontanas do país e da diáspora, e a mais antiga agremiação do género do país, vai editar uma antologia de autores Transmontanos e Alto-durienses (e amigos das terras transmontanas). A sua direcção recentemente eleita, indicou-nos para a coligir, coordenando-a. Será lançada a público por altura do IV Congresso dos Transmontanos e Alto-durienses em Maio de 2018, em Lisboa, iniciativa para agregar os Transmontanos e Alto-durienses em torno desta centenária instituição – para também procurar uma resolução para a sua sede, questão que se arrasta há largos anos. Esta antologia, embora por nós coligida, não será de ninguém em especial, mas sim de todos os que nela participarem; da Casa Transmontana e, sobretudo, dos Transmontanos. A enormidade de autores vivos transmontanos não permite, como é óbvio, um contacto pessoal a todos. Por essa razão a direcção da Casa Transmontana enviou um convite colectivo a instituições como o Grémio Literário Vila-realense, Academia de Letras de Trás-os-Montes e Associação de Escritores Portugueses, onde se expuseram os pressupostos que a regem [Autores transmontanos e alto durienses, da Beira transmontana, com raízes transmontanas – também de afecto – luso descendentes; autores consagrados e autores menos conhecidos; equilíbrio entre a participação masculina e feminina; participação de autores de todos os concelhos transmontanos; tema livre, textos inéditos; textos de autores recentemente falecidos]. Mais do que isso, para procurar agregar o maior número, é impossível.
Optámos por colocar a liberdade ao sabor do pensamento de cada um. Aliás, a liberdade é condição natural para os transmontanos: “Este sentido da liberdade acho que é importante no estereótipo do transmontano. A relativa pobreza é também condição de liberdade, como muito bem se exprime no apanágio que tantas vezes ouvi repetir: “lobo magro, mas sem coleira” (Telmo Verdelho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Mosaico de Ciência e Cultura, 2010/11, p.32). Chega e sobeja para defender a nossa posição. E nem é preciso a referência aos clássicos da Antiguidade (como Tucídides) ou aos modernos (como Stuart Mill). Em termos de estrutura, será seccionada por temas, como por exemplo: gastronomia, fotografia, cinema, poesia, conto, etc. Ou secções como a de poetas eruditos e poetas populares. Abrirá com texto dirigido aos Transmontanos, da lavra de sua Exª o Senhor Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, seguido de nota de abertura do Senhor Presidente da Direcção da Casa de Trás-osMontes e Alto Douro de Lisboa, Dr. Hirondino Isaías, rematada com prefácio nosso.
Exposição “Trinca Secos” no Centro da Ciência Viva No passado dia 15 de Julho a Direção da CTMAD e alguns associados estiverem presentes na inauguração da exposição “Trinca Secos” no Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações, que é presidido pela nossa ilustre conterrânea e sócia, Dra. Rosalia Vargas, natural de Bragança. Esta iniciativa teve o apoio e colaboração do IPB de Bragança e Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos.
© Armando Palavras
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AGOSTO 2017
112º Aniversário da CTMAD
PRÓXIMAS ACTIVIDADES CTMAD
Sábado – dia 23 de Setembro de 2017 no Palácio dos Aciprestes Av. Tomas Ribeiro, n.º 18, 2795-183 Linda-a-Velha
07 de Setembro de 2017 (17h00): Prova de Vinhos, degustação de produtos da Região e apresentação da atual sede aos associados após as obras de remodelação; 23 de Setembro de 2017 (11h00): Palácio dos Aciprestes, Oeiras - 112º Aniversário da CTMAD; 24 de Setembro de 2017 (11h00) Partida Junto à sede da CTMAD Visita ao Museu de Música Mecânica (piquenique) Palmela; 07 de Outubro (18h00): Convívio Naturais de Murça, Chaves e Valpaços - Restaurante Real Fábrica; 21 de Outubro (18h00): Convívio Naturais de Lamego, Régua e Vila Real - Restaurante Real Fábrica; 4 de Novembro de 2017 (09h00) Caminhada Solidária - Marina do Parque das Nações; 5 de Novembro de 2017 (entre as 09h00 e as 19h00): Magusto da CTMAD - Mercado de Benfica; 18 de Novembro de 2017 (18h00): Convívio Naturais de Chaves, Foz Coa, Moncorvo e Alfândega da Fé - Restaurante Real Fábrica;
PROGRAMA A PARTIR DAS 10,30 HORAS 10,45 h - Abertura 11,30 h - Missa no Palácio, em homenagem aos associados falecidos. • Apresentação de boas vindas aos sócios pelos Presidentes da Direcção e Assembleia, incluem a apresentação do filme institucional da Casa e do III Congresso sobre a Região de TMAD. 13,15 h - Almoço self-service DA PARTE DA TARDE • Actuação do Grupo de Concertinas Águias Vermelhas da Charneca da Caparica que, animará ainda a tarde. • Atuação do Grupo Maranus/baile 16,15 h - Inauguração da exposição colectiva de pintura, com José Augusto Coelho, Adelaide Monteiro e Vítor Higgs. Titulo “DIÁLOGOS” (diversas culturas) • Provas de vinho e de azeite. • Entrega de medalha aos sócios com 40, 50 ou mais anos de associado. • Cantar dos parabéns aos 112 anos da casa (inclui bolo e champanhe) • Atuação do Grupo Maranus/baile 20,00 h - Encerramento. Nota: Contamos ainda ter a presença da música Mirandesa Valor do almoço: adultos 20€, crianças 12,50€. As inscrições para o almoço devem ser feitas impreterivelmente até 18 de Setembro (2ª-feira) através do telefone 217939311, das 14,00 h às 19,00 h ou pelo e-mail: geral@ctmad.pt Vamos juntar os sócios, famílias e amigos neste convívio marcante para a vida da Casa
2 de Dezembro de 2017 (18h00): Convívio Naturais de Bragança - Restaurante Real Fábrica; 19 de Dezembro de 2017 (19h00): Jantar de Natal da CTMAD - no Campo Pequeno.
VAMOS DIGNIFICAR A NOSSA CASA
NOVOS SÓCIOS DA CTMAD - 2017
NOVOS ASSOCIADOS Programa de Angariação de Novos Associados: Se tem um amigo, um familiar ou alguém dos seus conhecimentos que pertença à Região, ou resida ou trabalhe no distrito de Lisboa, que queira tornar-se sócio da CTMAD informa-se que podem aderir ao Programa de Angariação de Novos Sócios da CTMAD durante a realização de cada convívio que estão a ser realizados por cada concelho. Ou seja, com o pagamento único de 30,00 € inclui o preço do Jantar-convívio por concelho, a Jóia de inscrição paga e a quota de 2017 liquidada. A Nossa Casa está a crescer! Traga um novo(a) associado(a)!
REGULARIZAÇÃO DE QUOTAS Regularize até 23 de Setembro de 2017, data do aniversário da CTMAD, as quotas atrasadas até ao ano de 2016, através de um pagamento único de 50,00 €! Entre o dia 23 de Setembro de 2017 e o dia 31 de Dezembro de 2017 pode pagar a quota de 2017, caso adira à primeira modalidade, ou então pode pagar 75,00 € e ficar com todas as quotas regularizadas até Dezembro de 2017! Deposite as sua quotas e os seus donativos na conta da CGD com o IBAN: PT50003500010001305153056 Envie o comprovativo de transferência para a CTMAD. Apoie a nossa Casa.
Fumeiro do Nordeste - Mirandela Enchidos Aurélios, Lda. – Rebordelo Filipe Pereira - Mirandela Tadeu Carvalho - Mirandela Liliana Antunes - Vila Real Telmo Ramos - Mirandela Avô Moleiro Lda. - Mirandela Maria Ferreira - Mirandela Daniel de Oliveira - Mirandela Óscar Veríssimo - F E C Armando Palavras - F E C Adília Cunha - F E C Teresa Cruz - Miranda do Douro Amadeu Loureiro - Resende António Oliveira - Valpaços Francisco Carneiro - Mirandela Luís Fernandes - Mirandela Luís Barroso - Mogadouro Amílcar Marcos - Mogadouro Manuel Fernandes - Mogadouro Carlos Lopes – Alfândega da Fé Tiago Jerónimo - Mogadouro Luís Loução - Mogadouro Bruno Garcia - Mogadouro José Rodrigues - Vinhais Manuel Figueiredo – Alfândega da Fé PUBLICIDADE
António J P Futuro - Amarante Bísaro Planalto Unip. Lda. - Mogadouro Sérgio Fontoura - Mirandela João Meireles - Mirandela Santos e Podence, Lda. - Bragança Amélia Oliveira - F E C Lina Antunes Caetano – F E C Ana Veríssimo - F E C Isabel Cerqueira - Chaves Júlio Fresco Ferreira - F E C Maria Ruivo - Alijó Hortense Moreiras - F E C Armando Ramiro Guerra - F E C Ana Araújo - Mirandela Eurico Cruz - Bragança Isabel Ferreira – Macedo de Cavaleiros Maria Machado – Mirandela Fábio Coelho - Mogadouro Rui Martins - Mogadouro Paula Lopes - Bragança Maria Monteiro - Mogadouro Ivo Ferreira - Mogadouro Mário Freitas - Mogadouro António Flores - Vinhais Mathieu Gonçalves - Mogadouro Antónia Ferreira – Ribeira de Pena
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O PRESENTE E O FUTURO DA CTMAD
Eleições Democráticas são um sinal de Vitalidade! © Jorge Santos Presidente da AG Eleições democráticas são um sinal de vitalidade, são sinal de povo. Estou aqui mas transportando comigo a saudade, a história da minha família, da minha infância e dos meus colegas de escola primária na escondida aldeia de Martim, Murça, que raros mapas assinalam apesar de ser um mar de vinhas. Recordo a humildade – (“nós não somos ninguém, andamos p’raqui”), a hospitalidade (“entre que esta casa é sua”), a chave na porta ou a porta apenas encostada dia e noite, o trabalho de sol a sol, o analfabetismo, as ruas sem luz e cheias de lama e de estrume, a luz da candeia que alumiava a lousa preta onde fazia as contas e o meu livro da 3.ª classe para poder decorar “O Lavrador da Arada” ou “Os Pobres dos Pobres são pobrezinhos” (de Guerra Junqueiro, um dos nossos) de que tanto gostava. Recordo os “brasileiros”, depois os “africanos” que regressavam de vez em quando, no vapor, a ver os seus, depois a procura de trabalho da minha geração nas minas de Campos de Jales e minas da Panasqueira e depois o assalto para França. Era enorme a vontade de fugir à pobreza, queriam mudar de vida, ser alguém, sair da cepa torta. Na minha infância ir a Murça era como hoje ir a Paris ou Londres. O que será o mundo lá fora? – interrogávamo-nos a imaginar o mundo quando o vento nos trazia o silvo do apito do comboio ao aproximar-se da Brunheda a cerca de 8 km. O mar imaginávamolo como o açude do Tinhela sem margens e sem amieiros. Recordo o esforço e o sacrifício sobre-humano de alguns pais quererem por os filhos a estudar para os libertar da enxada e da rabiça do arado. Prefiro deixar menos vinhas aos meus filhos mas que eles estudem, tirem um curso e
sejam alguém na vida – dizia o meu pai analfabeto, como todos os da sua geração. O transmontano soube e teve de rasgar montanhas a ferro e pá, levantar paredes e socalcos para produzir o vinho, a amêndoa, o azeite e mais acima a castanha; teve de desbastar as serras para produzir o centeio; cavar a terra a braço para colher couves e batatas; abrir poços para plantar as hortas; caminhar com o gado pelas serras e coabitar com ele para o seu sustento, fertilização das terras, trabalho na lavoura e aquecimento das casas. Sonhava-se e folgava-se apenas com o colorido das procissões, as romarias do verão com as bandas de música e os ruidosos arraiais. Recordo a última recomendação do meu pai quando a cavalo me levou à estação da Brunheda, tinha eu 10 anos, depois de atravessar o Tua a vau: se apanhares uma raposa tens aqui vinhas e oliveiras para cavar. Sozinho no comboio concluí que um transmontano não podia nunca chumbar. De facto, e como regra um transmontano vai à luta e é sempre para vencer. A vida era tal que nunca nos permitiu ser medíocres. Sempre me ajudou a superar dificuldades lembrar-me do povo a que pertenço. Todos somos “torgas” porque em nós a chama transmontana jamais se apaga na alma. Ouvi dizer várias vezes: escava, escava que no coração do transmontano encontrarás sempre terra. É impossível falar de Trás-osMontes e Alto Douro sem reconhecer publicamente as nossas raízes cristãs que ainda hoje se mantêm na vida diária, nos principais acontecimentos da vida, na pausa domingueira, nos cruzeiros, no cimo de cada monte e nos jornais locais.
Foram os seminários o alfobre da cultura, da formação e das letras, mais até do que o próprio Estado. Felizmente o Nordeste dispõe hoje de escolas secundárias, UniversidadeeInstitutosPolitécnicos, IPs, ICs e autoestrada, a grande via internacional do rio Douro, e… sobretudo o entusiasmo, a iniciativa e a bravura dos autarcas. Apesar disto, continuo a sentir que nos consideram sempre os últimos. Senti graça e raiva quando foi anunciada a construção da autoestrada da Justiça porque Trás-os -Montes era a única região que não dispunha de autoestrada. Garoto ainda, ao visitar o monstro assustador da barragem de Picote e depois Miranda com extensas linhas suspensas a levar a luz lá pra baixo para todos os lados e eu perguntar porque é que as nossas casas continuavam na escuridão. Por fim lá chegou também para nós. Sempre os últimos. Orgulho-me hoje de revisitar zonas do nordeste onde se vê a pujança agrícola, pequenas empresas familiares, cooperativas, aldeias arranjadas, casas restauradas, ruas limpas, parques infantis, lares de idosos e o enorme esforço e carinho dos autarcas……apesar do abandono silencioso do interior. Vejo agora muitos turistas nacionais e estrangeiros à procura de tudo porque tudo é bom na nossa terra. Veneramos esta casa – a nossa casa! Estes retratos pendurados olham-nos e parece que nos pedem que querem continuar connosco porque só connosco continuarão vivos. Vamos todos juntos fazer alguma coisa para reerguer esta casa porque, como diz o povo transmontano, as obras falam e as palavras calam. (Excertos da tomada de posse)
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Rua José Afonso, 4 B 1600-130 LISBOA geral@MarquesDePalma.com www.marquesdepalma.com RESERVAS (+351) 217 272 188
Através dos Caminhos de uma Nova Sede
© Vasco Saldanha
Ainda não foi há muito tempo que sufragamos o programa da Direção no sentido desta levar a efeito a realização dos seus objectivos. Não deixa dúvidas a ninguém que o enunciado no programa veio identificar as carências da CASA e a necessidade de um maior desenvolvimento das suas actividades de forma a dar-lhe a sustentabilidade que lhe vem faltando nos últimos 20/30 anos. Várias análises podem ser feitas relativamente às causas, mas a perda do Associativismo, a transformação da Sociedade e a falta de uma Sede com outras condições, parecem ser factores maiores que tem contribuído para tal situação. Estes serão sem dúvida os motivos principais do afastamento dos sócios da vida da Nossa CASA. Há que inverter este caminho. Esta Direcção está muito empenhada em alterá-los. E então sobre a almejada Sede? Finalmente chegou-se ao edifício da Calçada do Ferragial por troca com o terreno de Belém. Não é meu propósito escalpelizar o processo que envolveu esta permuta. No entanto, e apesar do esforço da Direcção da altura, penso que, com os tempos que correm, não faz sentido investir num Edifício da CML, sito na Calçada do Ferragial, um valor aproximado de 600/700 mil Euros, quando esse património nunca será da CTMAD. Em rigor, alguém que analise a situação e diga de sua justiça se valerá a pena investir tais importâncias e começar a pagar uma renda mensal de 700,00 € à CML após a obra concluída? Presentemente, apesar do projecto do edifício estar aprovado como é que a CASA vai encontrar sustentabilidade financeira para um investimento desta natureza? Na verdade, várias Direcções tentaram resolver o problema da Nova Sede durante anos a fio na perspectiva de se criar em Lisboa uma verdadeira embaixada dos Transmontanos e Alto Durienses, honra seja feita ao Engº Tomaz Espirito Santo e mais meia dúzia deles que, procuraram sempre encontrar a tal almejada embaixada mas, apesar desse esforço e, passados vários anos, encontramonos numa situação de grande impasse. Posto isto, salienta-se que já foram feitas três reuniões com a Câmara Municipal de Lisboa na tentativa de se resolver tão “dificílimo” processo no sentido de se encontrar a melhor solução que defenda os interesses da CASA e onde os sócios, como é óbvio, serão chamados a decidir. Uma coisa deve ficar bem clara entre os sócios: esta Direcção está a fazer tudo por tudo para resolver definitivamente este assunto e para defender os interesses da CTMAD. A Direcção está a trabalhar, mas nem tudo está nas nossas mãos! Por isso, queremos que os sócios se unam em torno da Casa. Estamos a lutar contra as vicissitudes do nosso tempo. O processo para a constituição da lista que deu origem aos actuais corpos sociais não foi fácil. Não existem sócios de 1ª e de 2ª grandeza, todos, somos importantes e necessários. Que a sua História nos ajude a caminhar Unidos. Esta Direcção está aqui para caminhar na direcção que todos querem para a CASA e para a Região de TMAD. Todos Unidos.
última
AGOSTO 2017
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