Jornal O Semeador

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Será a voz do que saiu a semear a sua semente...

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O Semeador: 100 anos semeando a fé

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ESPECIAL

RECORTES

PALAVRA DO PASTOR

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Como o semeador Jesus Cristo saiu a semear...

Personalidades que construíram a história do O Semeador

O legado histórico do Papa Bento XVI


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A imagem do centenário

Editorial Centenário do jornal O Semeador! A Arquidiocese de Maceió possui um legado cultural, demonstrado em iniciativas como a da fundação deste impresso, que faz parte de um tesouro da história. Quantas páginas ficaram amareladas pelo tempo, revelando assim o passar dos anos que ninguém é capaz de deter, mas que demonstram o serviço exaustivo da Igreja à Comunicação. Seja no âmbito religioso ou não, a sociedade alagoana pode se orgulhar da feitura de um impresso que leva a marca de ser o primeiro diário católico do Brasil e o mais antigo jornal em circulação no nosso Estado. Títulos estes merecedores de mais que uma edição comemorativa, e sim, de verdadeiras celebrações honrosas por conta do desbravamento apresentado desde o início das atividades do impresso. O Jornal surgiu assim: o segundo bispo de Alagoas, Dom Manoel Antônio de Oliveira Lopes (1911-1922), ordena a três jovens sacerdotes a missão de fundação de um jornal diário com orientação católica, mas escrito para a sociedade como um todo. “Esta aí, caríssimos padres, a obra que lhes confio: fundar um jornal; será a voz do que saiu a semear a sua semente; será chamado 'O Semeador'”, disse o prelado. Assim foi fundado O Semeador em 02 de março de 1913. Cem anos se passaram! O jornal superou as grandes dificuldades de um periódico católico, nas crises políticas nacionais e regionais, como também aquelas das duas guerras mundiais, chegando a ficar várias vezes sob ameaça de empastelamento. Neste século de existência O Semeador ofereceu diversos contributos à sociedade, os quais podem ser vistos nas páginas desta edição comemorativa. Contribuições estas que anunciavam e denunciavam, formando opinião, catequizando, criticando, e inclusive, por conta disso, alguns chegaram a sofrer retaliações por se expressarem desta forma. Hoje, apresentamos a você, leitor, um novo jornal. Um marco nesta história. Nosso periódico passou por uma remodelagem e é apresentado com 24 páginas, novo layout, impresso em colorido, papel jornal e no formato tabloide, diferenciando-se assim do antigo design e aumentando a sua tiragem para cinco mil exemplares. Esperamos não somente a aceitação daqueles que tiverem contato com este veículo de comunicação, mas esperamos que o mesmo possa continuar contribuindo com a formação e informação da sociedade, sob uma orientação católica, baseada em valores ético-morais, conforme nossa doutrina. Algo que, mesmo diante das incoerências à volta, não foi perdido nestes anos todos; papel de quem é cristão, expresso no papel de um jornal de cristãos.

O centenário do jornal O Semeador será marcado pela arte criada pelo padre Márcio Roberto, vencedor do concurso lançado pelo Arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, durante a Assembleia de Pastoral, no dia 15 de novembro de 2012. A criação será estampada nas edições de 2013 e no material que será produzido para divulgação do centenário do nosso periódico. Agradecemos aos que participaram e parabenizamos o Pe. Marcio Roberto, vencedor do concurso. Apresentamos a explicação da arte do centenário, segundo o próprio autor. Explicação: No centro do espiral vemos Jesus Cristo, o semeador, lançando as sementes da sua Palavra ao longo da história. A cruz junto do espiral forma o número cem. E a frase de Mt 13, 3 é memória da primeira edição do jornal “O Semeador”e exprime a dinâmica do Reino de Deus, sair para semear a Boa Nova da Palavra de Deus, no coração da pessoa humana, no tempo e para transformar a nossa história. Visão em pormenores A cruz forma o número 1; O espiral evoca a ideia dinâmica do tempo e tem as cores da missão intercontinental: azul, amarelo, vermelho, verde e branco. Visto da esquerda para a direta junto da cruz, vemos dois zeros. Formando assim o número 100; A mão direita de Jesus está lançando as sementes na direção do ano de criação do semeador, 1913, mas seu olhar está direcionado para o presente ano, 2013, ano centenário do Jornal;

EXPEDIENTE O Jornal O Semeador é uma publicação quinzenal da Arquidiocese de Maceió Fundado a 02 de Março de 1913 Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Maceió Av. Dom Antônio Brandão, 559-A, Farol, CEP 57021-190 - Maceió-AL

Contatos - Redação: Tel.: (82) 3326-5458 semeadorojornal@ibest.com.br

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A mão esquerda segura o pergaminho, símbolo da Palavra de Deus. Nele vemos escrito o início da parábola do semeador em latim, como estava na primeira publicação. Estando do lado do coração, indica a palavra lançada com Amor e de coração, na fidelidade ao Espírito Santo. O número de sementes lançadas é sete, alusão às sete alegrias da padroeira de nossa Arquidiocese; Os pés do ícone de Jesus tocam no nome “O Semeador” justamente porque o semeador é quem anda anunciando a Palavra. O ícone de Jesus Cristo no centro do espiral revela-nos que Ele é o Senhor do tempo, mas ao mesmo tempo acima do tempo, isto é, na eternidade.

DIRETOR-GERAL: Dom Antônio Muniz Fernandes DIRETOR: Côn. José Kermes Martins CONSELHO EDITORIAL: Côn. José Kermes Pe. Celso Alípio REVISÃO: Zorilda da Cunha Buarque DIAGRAMAÇÃO: Wagner Oliveira

COLABORADORES: D. Edvaldo Amaral, Mons. Rubião Lins, Pe. Manoel Henrique, Pe. Walfran Fonseca, Pe. Valmir Galdino, Pe. Everaldo Filho, Cícera da Silva, Marcos Filipe, Luiz Antônio, Jorge Vieira, Álvaro Queiroz, Vitor Avner, Rodrigo Ediberto, Valdenice Cosmo, RCCM, Pastorais da Família, Idoso e Criança, Cursilhos e Catequese. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Rodrigo Rios (1037-MTE/AL) IMPRESSÃO: 01/03/2013 Gráfica Tribuna Independente TIRAGEM: 5.000 exemplares

O Semeador ASSINATURAS

Em breve, poderão ser feitas assinaturas do Jornal O Semeador. Informações: 3326-5458 ou semeadorojornal@ibest.com.br

Órgão de Comunicação da Arquidiocese de Maceió


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PALAVRA DO PASTOR

Cem anos semeando Dom Antônio Muniz Fernandes Arcebispo de Maceió Para compreendermos uma história de cem anos de existência, precisamos ir ao encontro de uma pergunta que, espontaneamente, como uma flor que desabotoa, deverá estar surgindo no âmago do coração dos que iniciam esta leitura. Que semente foi plantada neste chão?. Trata-se de um jornal centenário, que em seus primórdios, circulou diariamente em nossa sociedade alagoana e foi um incentivador para a formação de opiniões. A resposta a esta pergunta que se deve formular ao nosso espírito neste instante, nos tempos vertiginosos que estamos vivendo, quando a alma humana busca as coisas essenciais, o cerne dos acontecimentos, o coração dos fatos é esta: Como o semeador Jesus Cristo saiu a semear, esperando de nós uma resposta pelo ardor missionário, somos convidados a parafrasear o salmista

quando nos diz que; aquele que planta com largueza um dia voltará carregando os seus molhos. Com esta resposta quero homenagear os nossos predecessores que contribuíram e incentivaram todo o trabalho de evangelização com este sapiente veículo de comunicação. O período quaresmal em que estamos vivendo nos convida a olharmos a necessidade que o mundo tem de verdadeiras testemunhas de Jesus Ressuscitado. Abramos o livro dos Atos dos Apóstolos, aquela admirável e inapreciável primeira historia da Igreja, em que São Lucas nos conservou os fatos, que entreteceram como uma renda misteriosa o andar trôpego e vacilante da Igreja infante, que ensaiava sua caminhada pelas estradas da terra. Depois da Ressurreição e da Ascensão de Jesus os apóstolos e a comunidade dos cristãos, que eram apenas cento e vinte pessoas aproximadamente como está escrito no capítulo primeiro do

livro dos Atos dos Apóstolos, eles se encontraram reunidos em uma sala, obedecendo a ordem de Cristo, esperando a misteriosa vinda do Espírito Santo que se daria no dia de Pentecostes. E durante aquela espera, como nos conta o evangelista Lucas, que o ouviu de testemunhas oculares e auriculares, Simão Pedro o chefe da Igreja levantou-se e disse: Meus irmãos não é bem, não é correto que o número dos Apóstolos do Senhor fique incompleto, porque Judas Iscariotes, o traidor abandonou o seu lugar, Jesus nos escolheu doze, agora nós somos onze, vamos, pois, proceder à escolha de um, para ocupar o lugar daquele que desertou e traiu. Com este pensamento bíblico quero dizer que durante os cem anos em que este jornal circula em nosso meio, nunca perdemos o elo desta apostolicidade, tendo como primeiro objetivo, a fidelidade a esta Igreja que é Mãe e Mestra. A longevidade deste jornal parte do testemunho que

precisamos salvaguardar. Testemunhar é transmitir, comunicar uma certeza íntima, trepidante, vivida, feita de convicção. Nossa missão hoje é transmitir este testemunho, esta certeza de Jesus Ressuscitado. Deus quis precisar de nós e na medida em que nós formos fiéis a Ele o cristianismo que sofre os embargos da maldade, a contradição e toda a perversidade dos espíritos do mundo, no sentido do Evangelho de São João, o cristianismo vencerá, pois esta é a vitoria que vence o mundo, a nossa fé.

LINHA DO TEMPO Os Arcebispos de Maceió e O Semeador

Dom Manoel Lopes Está aí, caríssimos padres, a obra que lhes confio: fundar um jornal. Será a voz do que saiu a semear a sua semente... Será chamado 'O Semeador'

Dom Santino Coutinho Com minha bênção sinceras felicitações pelo vigésimo quinto aniversário augusto do querido “Semeador”. longa e prospera existência.

Dom Ranulpho Farias O SEMEADOR, cujas tiragens significam a vitória do espírito de sacrifício em favor da causa da boa imprensa, tão abençoada pelo Vigário de Cristo, constituem de acordo com o seu nome, uma sementeira dos ensinamentos e das virtudes do Evangelho.

Dom Adelmo Machado “O Semeador” é para Maceió católica – semelhante ao sino de uma paróquia do Interior, o qual, se emudecer, abre uma lacuna, faz um vácuo, entristece a gente.

Dom Miguel Câmara

O nosso semanário católico vem sendo impresso em sua nova fase pedimos, que colaborem com este esforço da Arquidiocese de Maceió em manter um jornal moderno e atual

Dom Edvaldo Amaral

É “O SEMEADOR” o patriarca da imprensa alagoana, fundado que foi a 2 de março de 1913, e comemorando assim com toda energia seus 91 anos de ininterrupta atividade, em marcha para o primeiro centenário.

Dom José Carlos

Na passagem dos 91 anos deste jornal, queremos prestar a merecida homenagem aos heróis desta causa meritória, a estes imortais e verdadeiros arautos do Evangelho através da palavra escrita.


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UM OLHAR HISTÓRICO

Será a voz do que saiu a semear a sua semente... Pe. Eduardo Tadeu Jornalista A Fundação do Jornal O Semeador Em 02 de março de 1913, um grupo de jovens sacerdotes que tendo a frente o Pe. Antonio José de Cerqueira Valente, seguido do Pe. Luis Carlos de Oliveira Barbosa e do Pe. José Franklin de Lima são chamados à residência episcopal, pelo Bispo Dom Manoel Antônio de Oliveira Lopes, 2º bispo de Alagoas (1911-1922). O bispo da “Diocese das Alagoas” confia a fundação de um jornal católico a esses sacerdotes, que tinham sido ordenados há apenas dois anos. Bispo de uma diocese pobre como a de Maceió, como quase todas as dioceses de capital no nordeste, Dom Manoel Antônio busca fazer com que a Igreja tenha uma palavra mais ousada em meio a sociedade. Confiando aqueles padres uma grande missão os fala: “Esta aí, caríssimos padres, a obra que lhes confio: fundar um jornal.” “Será a voz do que saiu a semear a sua semente...” Será chamado “O Semeador”. “Se faltar dinheiro, então chegou à hora de pagar os operários com as espórtulas das missas que vocês mesmos celebram”. Assim nasceu o jornal O Semeador. Pe. Antônio Valente foi o grande timoneiro deste grande matutino. Assumiu com toda dedicação, chegando até a financiar o “O Semeador”, além das “espórtulas de missa”, também a venda dos “sinos verdes do mar” das terras patrimoniais que faziam parte de suas economias particulares. Na história de O Semeador observa-se a presença de três figuras que foram imprescindíveis para o seu desenvolvimento, os quais se mostraram ousados na realização de um trabalho jornalístico, mesmo sem a devida

formação para a efetivação e elaboração do jornal. São eles: monsenhor Antonio de Cerqueira Valente, monsenhor Luis Carlos de Oliveira Barbosa e padre Franklin José Valente de Lima. Os demais sucessores na direção de O Semeador também são responsáveis pela continuação do jornal que é parte da história de Maceió. Os pioneiros do Jornal O Semeador Mons. Antonio Valente, era um jornalista que atribuía a seus escritos a censura de discernimento, que faz o homem de imprensa, respeitado pelo ideal que sustenta, pela opinião que mantêm, por isso mesmo orientadora. Jornalista que possuía um admirável cuidado, não só em propagar notícias senão também em publicar os artigos que eram lidos, relidos e examinados, antes de serem publicados. O segredo de seus artigos respeitados era a sua característica marcante de ser um Jornalista independente, os quais eram marcados com o timbre de sua personalidade sacerdotal. Sua “pena” não possuía colorido político, mas era calcada pela fé, em proveito do bem comum do povo de Deus. Por isso mesmo, era “O Semeador” respeitado por todos os “credos políticos”. As Manchetes do diário da Arquidiocese eram esperadas todas as tardes, com ansiedade, pois eram o resultado da abnegação de seu diretor que traduzia o pensamento da Igreja sobre o que acontecia de certo ou errado em Alagoas. Mons. Luís Carlos Barbosa, foi diretor do Jornal O Semeador até a sua morte. Manteve, durante toda a sua vida, uma seção intitulada Comentando, sob o pseudônimo de “Perk”, comentando o dia-a-dia da vida de Alagoas. Pe. Franklin, falecido em 16 de fevereiro de 1921, foi um dos padres de 1912, que em apenas 8 anos de vida sacerdotal encheu

uma época, dignificando pela inteligência, pela cultura e pelo zelo à então Diocese das Alagoas. Foi um dos grandes defensores do jornal O Semeador durante o período da Primeira Guerra Mundial perante o Governo.

Os diretores do Jornal O Semeador Com a morte de seu diretor Mons. Valente, foi nomeada no dia 28 de dezembro de 1968 por Dom Adelmo Machado, Arcebispo de Maceió uma nova equipe para direção do jornal O Semeador composta por: Côn. Fernando Iorio Rodrigues como diretor geral; Pe. Salomão de Barros Lima e Cônego Teofanes de Araújo Barros. Esta equipe geriu o Semeador que a partir daquele momento passara de um jornal diário para semanal. O Semeador mais uma vez muda seu expediente. para sua administração é nomeado como Diretor Superintendente por Dom Miguel Câmara, Arcebispo de Maceió, o Prof. João Azevedo, ViceReitor da Universidade Federal de Alagoas que fora Diretor até o ano de 1978. O Cônego Fernando Iorio continua sendo o Diretor Geral. Em 1985, Cônego Fernando Iorio foi eleito Bispo de Palmeira dos

Índios, assumindo a Direção Geral de O Semeador, o jornalista e grande colaborador Luis Renato de Paiva Lima, que prestou um brilhante serviço ao Jornal da Arquidiocese até a sua morte. Em 1986, foi nomeado por Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, Arcebispo de Maceió, como Diretor Geral do Jornal o Semeador o Cônego José Kermes Martins, ainda exercendo esta função nos dias atuais. Circulação e Diagramação do Jornal O Semeador em suas várias fases Quando o Jornal O Semeador começou a circular sua redação era nos fundos da Catedral de Maceió, onde ali seu diretor monsenhor Valente, buscava fazer com que o neoinformativo pudesse, a cada semana, levar as informações de interesse da comunidade católica. Na impossibilidade de ter repórteres eram os próprios sacerdotes que colhiam as notícias da “boca dos outros”. Daí muitas vezes, após a impressão de alguns números do jornal, já em circulação, era verificado que suas notícias não eram verdadeiras. Com isso, o jornal era retirado do seu processo de impressão para a realização das devidas correções, ficando uma mesma edição com notícias diferentes. O redator e revisor era o monsenhor Valente, que escrevia os textos a mão e os enviava para a tipografia. Em algumas edições havia matérias demais, enquanto em outras não havia nada para publicar. Porém, o ideal de levar a boa notícia não desanimava seus redatores. Por não possuir profissionais da imprensa em sua equipe ou expediente, muitas vezes a direção do jornal não tinha tempo para dedicar-se ao semanário. Cada um dos redatores tinha várias outras funções na estrutura administrativa da igreja.


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UM OLHAR HISTÓRICO

Será chamado O Semeador Quando começou a circular O Semeador era impresso em uma tipografia situada no bairro de Jaraguá, pertencente ao “Sr. Soares” como era conhecido o tipógrafo. Eram impressos 2 mil jornais, que tinha um custo de 300 mil reis e sua circulação era semanal até dezembro de 1913, quando passou a ser diário. Devido à precária estrutura, chegavam muitas reclamações dos anunciantes e leitores, os quais no momento do pagamento diziam ao cobrador: “O jornal dos padres só traz coisas da igreja e não nos serve”. Daí em diante, O semeador passou a ser um jornal diário e tornou-se um noticioso. Começou a ser impresso na tipografia do próprio jornal, em um salão onde já funcionava sua redação, nos fundos da Catedral Metropolitana de Maceió. Durante 55 anos, O semeador foi um jornal que sempre cumpriu diariamente o programa traçado por monsenhor Valente. Com a morte de seu principal idealizador, o periódico teve alguns meses de recesso para poder se adequar a uma nova realidade. Depois de nove meses fora de circulação, tempo de uma gestação, O semeador retomou seu caminho, no dia 16 de agosto de 1969, tendo como diretor geral o Cônego Fernando Iorio Rodrigues. Agora não mais um diário como fora há 55 anos, e sim como um jornal semanal. Como dizia Dom Adelmo Machado em artigo intitulado a “A volta de O semeador” de 16/08/1969, pág 1: “O semeador volta a circular como nasceu: um hebdomadário que pretende ir a todas as paróquias, todos os sábados, com a data de

domingo.....”. Sua redação e impressão eram ainda, em sua própria gráfica, nos fundos da catedral de Maceió. Em 15 de setembro de 1974, O Semeador, começou a circular com uma nova diagramação, mais moderna e mais atraente para leitura. Sob a direção do professor João Azevedo, vice-reitor da Universidade Federal da Alagoas (Ufal), na época, de 01 de julho de 1978 a 28 de fevereiro de 1981, O Semeador foi impresso e diagramado na Gráfica da Ufal (Universidade Federal de Alagoas). Inicia-se outra fase do Jornal O Semeador, no dia 26 de junho de 1982, quando voltou a circular não mais semanalmente e sim quinzenalmente e passou a ser diagramado e impresso na Sergasa (Imprensa Oficial do Estado de Alagoas). Sua impressão na Sergasa, com o passar dos anos tornou-se uma dor de cabeça para seus diretores, pois muitas vezes era posto em segundo plano pelos diagramadores e sua impressão sempre saía com atraso, impossibilitando sua distribuição nas paróquias, principalmente do interior. Em 1997 o referido jornal católico começou a ser impresso e diagramado no parque Gráfico da Gazeta de Alagoas, da OAM (Organização Arnon de Mello). Duas de suas edições foram coloridas em sua capa e contracapa. Foi um período curto de um ano e quatro meses. A abnegação de Dom Edvaldo Amaral, jornalista e amante da comunicação, fez com que O Semeador voltasse em 12 de outubro de 1998 a ser impresso e diagramado em seu próprio parque gráfico, situado em

uma sala no térreo da Cúria Arquidiocesana, ficando sob os cuidados da Fundação Educadora Palmares, esta mantenedora do jornal até a atualidade. Desde que iniciou a circulação em 1913, sua diagramação sofreu várias mudanças, e seu formato foi sendo melhorado. Primeiramente publicado

Nomes como Emílio Maya, José Felix Lima, Pe. Júlio de Albuquerque, são entre outros tantos, que até o ano de 1968 quando O Semeador era dirigido por Mons.Valente, fizeram com que diariamente o Jornal O Semeador fosse aguardado com ansiedade por suas matérias e artigos. Lima Junior foi um dos

Luiz Renato de Paiva lima retoma à coluna Moedas Correntes, que fora por muito tempo, de Lima Júnior. Outros colaboradores que fizeram e fazem O Semeador, Dom Fernando Iório Rodrigues, Dom Henrique Soares da Costa, Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, Dom José Carlos Melo, Dom Antônio Muniz, Rilda Rocha,

grandes que fizeram maior O Semeador, quase obrigando os intelectuais da terra, a lerem diariamente O Semeador, para saberem o que é que estava pensando aquele grande intelectual, com sua coluna Moedas Correntes. Com o ressurgimento do O Semeador em 1969, após um período de nove meses em recesso, outros articulistas, também deram sua contribuição durante muitos anos. Prof. Elinaldo Barros sempre fazia seus comentários sobre cinema. Medeiros Neto, fazendo seus comentários sobre política. Nilo Sergio, com sua coluna Flash, enfocando assuntos diversos da sociedade. Rodrigo de Gouveia, comentando sobre Economia e Finanças. Prof. Dr. Luis Américo Galvão, escrevendo sobre Literatura, Arte e Educação e outros escritores ilustres. Em 1982, o jornalista

Mons. Celso Alípio Mendes Silva, Mons. Rubião Lins Peixoto, Pe. Manoel Henrique de Melo, Côn. José Everaldo, Pe. Elison Silva, Pe. Walfran Fonseca, Pe. Walmir Galdino, diácono e Jornalista Rodrigo Rios Batista, Prof. Jorge Vieira, que ao longo dos anos buscam com esmero fazer com que o Jornal O semeador possa levar a seus leitores uma leitura bem compreensiva da Igreja Católica e da sociedade como um todo. D Assim podemos dizer que o Jornal O Semeador realmente é um marco da imprensa Católica em nosso país. Durante estes cem anos superou todas as adversidades e continua sua caminhada secular. Agora devemos nos preparar para também conduzi-lo a mais uma longa caminhada, fazendo parte da construção de sua nova história.

“O semeador volta a circular como nasceu: um hebdomadário que pretende ir a todas as paróquias, todos os sábados, com a data de domingo.....”.

tipograficamente, ou seja, com sua impressão artesanal, que perdurou da primeira edição até o ano de 1940, contendo quatro páginas de conteúdo. Com seu crescimento em número de leitores, notícias e anúncios, no ano de 1940 até 1982, passa a ser em linotipo, impresso em oito páginas. Já de julho de 1982 a 1988, começa a ser impresso em offset e circula com 12 páginas. Em fevereiro de 1988 começou a ser editado com 16 laudas da forma que é diagramado até hoje. Sua redação e diagramação seguem os padrões exigidos para um jornal. Os colaboradores do O Semeador Em sua longa caminhada, O Semeador teve diversos colaboradores que elevaram seu valor jornalístico perante a sociedade maceioense e alagoana.


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O OLHAR DOS COLABORADORES

O OLHAR DOS COLABORADORES

Uma história de 100 anos Jorge Vieira

Jornalista e professor do CESMAC Participar do centenário do jornal O Semeador da Arquidiocese de Maceió, como órgão de comunicação impresso mais antigo em circulação em Alagoas, como colunista, é sentir-se honrado por fazer parte da história viva da comunicação no Estado e ter tido a oportunidade de registrar e publicar os principais acontecimentos da Igreja, do mundo, do Brasil e de Alagoas. Nesses cem anos, o mundo vivenciou acontecimentos das mais diversas dimensões políticas, ideológicas, econômicas, culturais, étnicas e religiosas, que provocaram profundas mudanças e transformações na sociedade e na humanidade. Em nível internacional, destaca-se a Revolução Bolchevique em 1917, criação e derrocada do Bloco Soviético; a humilhação estadunidense na guerra do Vietnã e Iraque; duas guerras mundiais; a formação dos blocos

econômicos dos países da União Europeia (EU) e da América do Norte (NAFTA); a movimentação da malfadada Área de Livre Comércio das Américas (ALCA); a crise da modernidade e do liberalismo econômico e do neoliberalismo capitaneado pelas grandes potências econômicas mundiais. Na América Latina, registram-se alguns fatos marcantes, a exemplo da revolução comunista em Cuba, a ascensão e derrubada dos sandinistas na Nicarágua e a resistência Zapatista, em Chiapas, México, contra o neoliberalismo, em primeiro de janeiro de 1994. Não poderia deixar de destacar a mão intervencionista estadunidense no mundo, especialmente no continente latino americano, promovendo golpes militares contra governo constitucionais e democráticos, espoliando as riquezas naturais, exilando e matando milhares de cidadãos latinos. No Brasil, além da tradicionalista história do populismo e do suicídio do presidente Vargas, destaca-se o golpe militar de 1964. Período em que as elites brasileiras, civis e militares, subservientes e coadjuvantes dos interesses

estadunidenses, jogaram o país em profunda turbulência social, acompanhadas por crises econômicas políticas. O caos instalado pelo regime militar e sua burguesia mercantilista, colocou a maioria da população a índices de negatividade estratosférica de exclusão social, em contraposição à concentração da riqueza nas mãos de uma minoria e de fortalecimento dos interesses do capital internacional. No século XXI, na contramão dos fatos negativos, a população brasileira elegeu, pela primeira vez em sua história, um operário para a presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que colocou o país em patamares de desenvolvimento econômico e de distribuição de renda para as classes marginalizadas até então nunca visto. Em Alagoas, entre conflitos, crises governamentais e econômicas, registram-se os períodos de turbulências, por Razões políticas, econômicas e ideológicas opostas, os governos de Muniz Falcão e de Divaldo Suruagy. Nas últimas décadas, pode-se registrar a profunda crise social instalada no Estado, campeão dos grandes índices de

violência, alfabetismo e exclusão social. Nesse cenário de retrospectiva histórica, dois fatos marcaram a Igreja e o Brasil, pela relevância e significados, o Concílio Vaticano II e a famigerada Comemoração dos 500 anos. Com o primeiro acontecimento, a Igreja abriu-se para o diálogo com o mundo moderno, mudanças que até os dias atuais continuam alimentando e repercutindo positivamente nas estruturas eclesiásticas e eclesiais. E as Celebrações dos 500 anos, promovidas pelo governo brasileiro à época, contraditoriamente, serviram para desmascarar a farsa do Descobrimento do Brasil, possibilitando à academia pesquisar, com os povos indígenas e a população em geral, discutir e conhecer a história de colonização, dominação e espoliação de suas riquezas. Os acontecimentos históricos registrados pelo jornal O Semeador, sem dúvida nenhuma contribuiu com a informação e formação do povo alagoano, alimentando e construindo a Esperança evangélica da construção do Reino de Deus, da Justiça e do Amor.

O primeiro diário católico do Brasil Côn. José Everaldo R. Filho

Pároco de São Pedro - Ponta Verde No dia 2 de março de 2013 nosso jornal católico O Semeador estará celebrando seus 100 anos de existência. Dom Manoel Antônio de Oliveira Lopes, nosso segundo bispo designou os padres Antônio José de Cerqueira Valente, Luiz Carlos de Oliveira Barbosa e Franklin Casado de Lima, para edificarem os alicerces de O Semeador. Foi uma ideia pioneira, pois nascia o primeiro diário católico do Brasil. É muito interessante, a Igreja só se abre as novidades dos meios de comunicação com o decreto conciliar “Inter Mirifica”, do concílio Vaticano II, promulgado pelo Papa Paulo VI a 04 de dezembro de 1966: “Entre as maravilhosas invenções

da técnica que, principalmente nos nossos dias, o engenho humano extraiu, com a ajuda de Deus, das coisas criadas, a santa Igreja acolhe e fomenta aquelas que dizem respeito, antes de mais, ao espírito humano e abriram novos caminhos para comunicar facilmente notícias, ideias e ordens” (nº 1). A 1915 foi montada com grandes esforços da comunidade católica alagoana uma nova tipografia na Praça da Catedral, tendo como coordenador o Cônego João Machado de Melo. Mons. Antônio Valente foi diretor de O Semeador por 55 anos. Sempre foi a coluna mestra do jornal. Muitas vezes, na falta de dinheiro, mantinha o jornal às próprias custas . Desde sua origem sempre procurou adequar o projeto aos novos avanços da modernidade. Em 1981 sua impressão

foi assumida pela Imprensa Oficial do Estado. Na década de 1980, sua impressão foi transferida para a Gráfica e Editora Gazeta de Alagoas. Nos últimos anos do governo episcopal de Dom Edvaldo foi construída uma gráfica própria de nossa Arquidiocese. Na década de 1970, assumiu a direção do órgão de imprensa arquidiocesano o Cônego Fernando Iório Rodrigues, até ser nomeado bispo de Palmeira dos Índios em 1985, assumindo logo depois Côn. José Kermes. As matérias publicadas no O Semeador sempre tiveram força e peso na opinião pública alagoana. Côn. Luís de Medeiros foi preso por escrever um artigo considerado ofensivo às autoridades civis da época e Pe. José Brandão Lima foi assassinado por ferir

alguns interesses oligárquicos do Estado. O Semeador sempre defendeu os interesses da Igreja nos momentos de grande convulsão social, sofrendo grande perseguição do poder econômico. Como afirmou Professor Álvaro: “Passa o tempo, morrem as pessoas, mudam os costumes, e o jornal da arquidiocese de Maceió continua sua benemérita missão de difundir a Palavra de fé e vida, de justiça e paz”. O clero do presente e do futuro não pode permitir que o Semeador morra. É um legado histórico de nosso clero, que devemos conservar a ferro e a fogo. É preciso renová-lo, dinamizá-lo, torná-lo mais vibrante. Pois, é um grande instrumento para formar opinião e espalhar a boa semente da Palavra junto com a doutrina de nossa Santa Igreja.

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O OLHAR DOS COLABORADORES

Criatividade jornalística Côn. Walfran Fonseca

Pároco de Santo Antônio-Bebedouro

A cultura é como uma árvore, as ramificações do tronco são visíveis sobre o solo e expostas às fáceis transformações queridas pelo homem, enquanto as raízes estão escondidas, sepultadas na terra, e se desenvolvem segundo as exigências da vida. A metáfora sugere que cada cultura esconde motivações e valores profundos, sob as aparentes tradições e as explícitas crenças ideológicas. Um jornalista deverá conhecer profundamente a própria cultura e aquela dos destinatários do seu produto, e realizar com os usuários uma profunda comunicação sociocultural exatamente nas motivações das suas

reconstruções dos fatos de atualidade, chegando assim a “informar” aqueles que o leem ou escutam. Isso será possível se consegue encontrar uma continuidade entre a produção de sentido, que torna significativos os fatos da atualidade, e a busca do consenso que inevitavelmente realiza toda informação jornalística. Neste contexto comunicativo profundo, o jornalista conseguirá exprimir a sua criatividade e, dentro da criatividade, poderá refazer a cosmovisão na qual ele crê e que transcende a sua cultura e qualquer outra cultura. Eis o momento da sua responsabilidade diante da verdade, não somente aquela histórica, mas sobretudo aquela teorética, que oferece uma resposta aos problemas radicais e cruciais do nosso destino.

É certamente importante compreender como nasce e evolui a cultura, entendida como o produto dos produtos do homem, e o consequente pluralismo cultural. Não existe a cultura, existem as culturas. Por isso, é necessário que as culturas realizem diálogos e intercâmbios e isso não parece possível sem uma referência à verdade sobre o homem, reconhecida essencial e transcultural. A utopia da verdade absoluta e objetiva funciona como um horizonte luminoso que pode orientar o diálogo e a colaboração intercultural e a superação de todos os regionalismos que possam traduzir-se em relativismos no campo ético. O conhecimento das leis da percepção justificaria a necessária interpretação inerente a cada fato

perceptivo e, ao mesmo tempo, poderia amadurecer um senso crítico precioso para a decodificação da aparelhagem informativa dos meios de comunicação, sobretudo sabendo distinguir a natureza e as finalidades das mensagens. Por conseguinte, uma ética da mediação torna-se urgente, porque o fenômeno comunicativo, na sociedade das mídias, não é mais um fato individual e, portanto, os comunicadores são susceptíveis a agir e interagir com rígido pragmatismo, movidos por um certo fatalismo. O noticiário é um produto de muitos, aos quais porém se devem reconhecer a criatividade e a responsabilidade da sua colaboração. Nascem assim novos problemas éticos que dilatam e complicam aqueles clássicos acerca da difusão dos fatos da atualidade.

clero, mostrando preocupação com o amanhã de “O Semeador”, dizendo que aquele momento seria decisivo para sobrevivência de nosso jornal e imediatamente nomeou o então Cônego Fernando Iório Rodrigues como Diretor responsável. O nosso jornal, durante sua existência, foi impresso em gráficas da Universidade Federal de Alagoas, SERGASA e Gazeta de Alagoas. Finalmente, o Arcebispo D. Edvaldo Amaral, com seu particular gosto pelo jornalismo e amor à Igreja, adquiriu, em Verona, na Itália, um parque gráfico próprio, que funciona no térreo da Cúria Arquidiocesana. Ao longo dos anos, “O Semeador” tem sido responsável pela comunicação de nossa Arquidiocese, com a PASCOM que é a

Pastoral da Comunicação. Quem tem a curiosidade de consultar muitas edições de nosso jornal admira-se do conteúdo de informações e artigos, registrando a história não só da Igreja, mas também dos acontecimentos e do mundo da cultura. Essa data centenária será um estímulo para a sobrevivência do mais antigo meio de comunicação da Igreja que está em Maceió. Receba, Senhor Arcebispo D. Antônio Muniz e toda a direção atual de “O Semeador”, os sinceros parabéns! Como outrora na parábola do Evangelho, nosso jornal continue a semear a Palavra de Deus, colhendo cem por um!

O Semeador centenário! Mons. Rubião Lins Peixoto

Pároco de Nsa Sra Lourdes - Gruta Tenho uma satisfação grata de também participar da história centenária de nosso jornal, não só porque estou celebrando este evento, mas também tenho usado de suas páginas, se bem que como modesto colaborador em muitas de suas edições. Nossa Arquidiocese junta-se ao mundo intelectual das Alagoas, celebrando os cem anos da existência de “O Semeador”, como o primeiro diário católico do Brasil. Seu pioneirismo e persistência no jornalismo é deveras um acontecimento notável, digno de uma comemoração participativa, com

personagens da imprensa de nosso Estado e particularmente da cidade de Maceió. Seu nascimento deve-se ao Excelentíssimo Bispo de Maceió D. Manuel Antônio de Oliveira Lopes, a 2 de março de 1913, confiando sua fundação aos padres Antônio José Cerqueira Valente, Luís Carlos Oliveira Barbosa e Franklin Valente de Lima. A esses, o louvor, admiração e gratidão dos que prosseguiram com empenho para que “O Semeador” chegasse ao seu centenário, avançando sempre na conquista de modernizar-se também no processo gráfico. Quando da morte do então jornalista Monsenhor Antônio Valente, no ano de 1968, recordo que o nosso Arcebispo D. Adelmo Machado, com seu dinamismo e determinação, reuniu o

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O Semeador

UM OLHAR DA IMPRENSA ESCRITA

A Igreja Católica e a imprensa escrita nas Alagoas Álvaro Queiroz Professor, historiador e escritor Ao ensejo das comemorações do centenário de fundação do jornal O Semeador, órgão de comunicação da Arquidiocese de Maceió, é de bom alvitre proceder uma breve reflexão histórica, que revele até mesmo os antecedentes congêneres desse evento memorável. Isso significa mostrar que, antes mesmo da existência desse veículo, a Igreja Católica, através sobretudo de seu clero, utilizava a imprensa escrita como imprescindível instrumento de suas causas. De fato, já no século XIX, desde a própria gênese da imprensa alagoana, a Igreja se faz presente e atuante. Tal qual ocorreu em outros setores, como educação, saúde, artes cênicas, literatura, filosofia e teologia, sem dúvida alguma, podese certamente afirmar o pioneirismo católico na história da imprensa escrita nas Alagoas. É exatamente este o objetivo precípuo do presente artigo: destacar a importância da Igreja – notadamente do clero – no processo de evolução histórica da imprensa escrita no torrão caeté. Preliminarmente, é assaz oportuno recordar que, desde as suas origens, nos idos da década de 1830, a imprensa escrita local sempre recebeu a influência decisiva da Igreja. Não se deve esquecer de que o patriarca do jornalismo nas Alagoas é um sacerdote católico – o Cônego Afonso de Albuquerque Melo, considerado como o primeiro jornalista genuinamente alagoano. Tendo nascido na vetusta cidade das Alagoas (hoje Marechal Deodoro), em 1802, o Pe. Afonso de Albuquerque Melo fundou e dirigiu o jornal O federalista alagoense, que sucedeu o Íris alagoense, em 1832. Atuou também na Sociedade Federal de Maceió, da qual foi presidente naquele mesmo ano.

Além de jornalista e político militante, Pe. Afonso de Albuquerque foi Vigário da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Alagoas (Marechal Deodoro), Cônego da Capela Imperial, Visitador Diocesano e Vigário Geral da então Província das Alagoas. Faleceu em 1874, aos 72 anos de idade. Outro padre secular que dirigiu igualmente O federalista alagoense foi o Pe. Francisco do Rego Baldaia, jornalista, político e agitador popular temível, famoso por sua exagerada lusofobia. Nas lutas que culminaram na abdicação de D. Pedro I, o Pe. Baldaia exerceu papel decisivo, tanto através da imprensa escrita, quanto da sedição armada. Em Maceió, ele comandou as manifestações antilusitanas, que exigiram do Governo a demissão dos funcionários portugueses e a sua retirada da Província. A sublevação, que contou com a adesão de elementos militares, estendeu-se a Penedo, Atalaia e São Miguel dos Campos. De capital importância também para a história do jornalismo no século XIX é o nome de Frei João Capistrano de Mendonça, natural da cidade do Penedo. A partir de 1837, Frei Capistrano lecionou teologia no Convento de Santo Antônio, em Recife. Foi ativo militante político da ala mais exaltada do Partido Liberal, tendo inclusive destacado papel na célebre Revolução Praieira de 1848. Como jornalista atuante, foi fundador e redator de diversos periódicos de cunho liberal, dentre os quais destacam-se: O cometa, O João pobre, O azorrague, O vulcão e Hum dos cinco mil, todos editados no Recife. Por conta da sua ostensiva militância, ficou popularmente conhecido pelas alcunhas de “Frei Cometa”, “Frei João Pobre” e “Capelão dos cinco mil”. Os dois primeiros apelidos por causa dos títulos de seus jornais; já o de “Capelão dos cinco mil”, em virtude de integrar o movimento praieiro

Dom Antônio Manoel Lopes, fundador do jornal O Semeador e Mons. Antônio de Cerqueira Valente, primeiro diretor

do Recife, denominado de “grupo dos cinco mil”. Ainda no século XIX, os anais conservaram para a posteridade o nome do Cônego Antônio José da Costa, proprietário do Diário das Alagoas, primeiro jornal alagoano de publicação diária, surgido a 1º de março de 1858, em Maceió. Graças à obra singular, História da imprensa em Alagoas, de autoria do proficiente historiador Moacir Medeiros de Santana, a figura desse padre emergiu dos porões do anonimato à ribalta da história. Segundo Santana, esse intrépido e destemido sacerdote, “dotado de grande bravura pessoal”, resistiu corajosamente à tentativa de empastelamento de seu jornal. “De charuto aceso diante de um barril de pólvora, disposto a voar com a sua tipografia”, o padre esperou sozinho a polícia, no escritório da redação. Ao tomar conhecimento da atitude do padre, a polícia mudou de resolução e não mais empastelou o diário, pois considerou o obstinado presbítero capaz de realizar tamanho desatino. O Cônego Costa faleceu na capital alagoana, a 20 de setembro de

1896. Então, a marcha inexorável do tempo faz a história avançar irreversivelmente. Eis que chega o século XX. E com ele a criação da Diocese das Alagoas, trazendo novas perspectivas de desenvolvimento religioso e sóciocultural. Em 2 de março de 1913, em pleno alvorecer da nova centúria, nasce o jornal católico O Semeador, graças a oportuna iniciativa de Dom Manoel Antônio de Oliveira Lopes, segundo bispo da então Diocese das Alagoas, que confia a fundação do órgão aos padres Antônio José de Cerqueira Valente, Luiz Carlos de Oliveira Barbosa e Franklin Casado de Lima. Faz precisamente um século. O Semeador já nasceu com a marca do pioneirismo, pois foi o primeiro diário católico a surgir no país. O veículo de comunicação da Arquidiocese de Maceió ostenta ainda o recorde histórico de ser hoje o mais antigo jornal em circulação no Estado das Alagoas. Sua periodicidade passou de diária a semanal, na década de 1970, sendo, atualmente, quinzenal. .


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UM OLHAR DA IMPRENSA ESCRITA De 1913 a 1968, por mais de meio século, precisamente 55 (cinquenta e cinco anos), Mons. Antônio Valente foi diretor de O Semeador. Na verdade, ele foi a própria vida do jornal, sua alma e seu coração. Culto e perseverante, desapegado e apostólico, corajoso e eficiente fora até à morte a coluna mestra do jornal. O Semeador sempre foi a “menina dos seus olhos”. Superou as dificuldades econômicas de um diário católico, vencendo as crises de duas guerras mundiais: 19141918 e 1939-1945. Muitas vezes, quase sempre, na falta de dinheiro, Mons. Valente mantinha o jornal às custas do próprio bolso. Para cobrir as despesas – que não eram poucas – o decano do jornalismo alagoano utilizava os parcos recursos de sua tiragem de coco, no sítio Cria Menino, na Massagueira. Por conta disso, costumava dizer, gracejando, que era o único dirigente de jornal do mundo que pagava para ser diretor. Após a sua morte, em 1968, enfrentando enormes dificuldades financeiras, o jornal deixou de ser diário.

Côn. Fernando Iório, 2º diretor do Jornal

Outro aguerrido fundador e colaborador na direção de O Semeador era o Mons. Luiz Barbosa, assistente do Departamento Arquidiocesano de Defesa da Fé e da Moral. Ele era responsável pela coluna

Edição de 23 de julho de 1925 e edição comemorativa dos 27 anos do Jornal O Semeador

“Comentando” e assinava usando o pseudônimo PERK. Através dessa coluna, fazia ecoar duras críticas ao comunismo ateu, bem como atacava tudo o que, na sua concepção, representava perigo e ameaça ao cristianismo católico. Destarte, a imparcialidade histórica registrou também alguns reveses, ao longo do século XX, por conta da intensa atuação jornalística de alguns clérigos alagoanos. Basta ver os casos ocorridos com dois prestimosos colaboradores de O Semeador, a saber: Pe. Luís de Medeiros Neto e Pe. José Brandão Lima. O Pe. Luís de Medeiros Netto, pelos idos da década de 1930, chegou a ser preso por algumas horas, em virtude de um artigo, intitulado Do berço ao lixo, considerado demasiadamente ofensivo pelas autoridades civis da época. Ao tomar conhecimento do encarceramento do padre, o então arcebispo, D. Santino Coutinho, acompanhado de Mons. Valente e Cônego Lyra, dirigiu-se à delegacia onde estava detido o sacerdote, conseguindo a sua imediata liberação. Sem se deixar abalar com o fato, Pe. Medeiros Neto continuou sua atividade jornalística, não só no O Semeador, senão também no tradicional Jornal de Alagoas, órgão dos Diários Associados, infelizmente extinto, no qual manteve uma coluna por muitos anos. O outro caso, em 1959, envolveu o Pe. José Brandão Lima, denodado pároco de N. Sra. do

Bom Parto, em Maceió, que perdeu a vida de forma misteriosa. Por causa de alguns artigos, que incomodaram aos poderosos da época e que foram equivocadamente atribuídos a este sacerdote, ele foi vítima de um acidente de trânsito que o matou, ocorrido em circunstâncias até hoje nunca totalmente esclarecidas. Na fase posterior à gestão de Mons. Valente, já na década de 1970, a direção de O Semeador foi assumida pelo Cônego Fernando Iório Rodrigues, depois bispo de Palmeira dos Índios. Homem dotado de grande carisma popular e, ao mesmo tempo, um intelectual, escritor e orador sacro de largos recursos, ele permaneceu no cargo até ser nomeado titular da diocese Xucuru, em 1985. No tempo presente, sob a orientação geral do arcebispo metropolitano, D. Antônio Muniz Fernandes, O Semeador tem a direção do Cônego José Kermes Martins. O seu parque gráfico encontra-se instalado no subsolo do prédio da cúria, ao lado do Seminário, na Avenida D. Antônio Brandão, no bairro do Farol. Hoje, como ontem, diversos clérigos e inúmeros leigos colaboram na elaboração do jornal. Entre os padres, podem ser mencionados Mons. Celso Alípio Mendes Silva, Mons. Pedro Teixeira Cavalcante, Mons. Rubião Lins Peixoto, Cônego José Everaldo Rodrigues Filho, Pe. Manoel Henrique de Melo Santana e outros

mais. Já entre os leigos, citam-se os nomes de Rilda Rocha Ferro, Moézio de Vasconcelos, Jorge Vieira, Valdenice, Maria José Borges (Zezé), Edmílson Marcos dos Santos, entre outros. Mormente, na atualidade, alguns clérigos colaboram em jornais diários do Estado, escrevendo artigos semanais. Exemplos disso são: D. Henrique Soares da Costa, alagoano, que exerce a função de bispo auxiliar de Aracaju, e assina artigos na Gazeta de Alagoas; D. Edvaldo Gonçalves Amaral, arcebispo emérito de Maceió, que colabora igualmente na Gazeta de Alagoas; Pe. José Luciano Duarte, que também escreve na Gazeta de Alagoas; Pe. Manoel Henrique de Melo Santana, que publica artigos na Tribuna independente; e o Diácono Rodrigo Rios, que também é graduado em jornalismo e escreve para a Gazeta de Alagoas. Assim, diante de tudo o que foi visto neste artigo, pode-se afirmar, sem embargo, com certeza e sem medo de errar, que a Igreja Católica nas Alagoas sempre esteve na vanguarda da imprensa escrita. De fato, esta breve reminiscência histórica, em que pesem as limitações e imperfeições comuns a toda obra humana, mostrou, claramente, como se propôs em seu objetivo maior, a contribuição marcante e decisiva da Igreja para o progresso da imprensa escrita em solo alagoano. .


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UM OLHAR PASTORAL

O Semeador na Vida Pastoral da Arquidiocese Foto:www.padredavidfrancisquini.com

Pe. Celso Alípio Pároco da Catedral

Dom Manoel de Oliveira Lopes Bem escreveu, com castiça e límpida linguagem, o arcebispo Dom Adelmo Machado a respeito do Jubileu de Ouro de 'O Semeador': “Meio século de palavra certa todos os dias, ao cair da tarde, como se 'O Semeador' quisesse dar testemunho de uma luz que não tem ocaso, é alguma coisa mais penetrante do que gotas d´agua batendo na rocha, sem parar”. Quando Dom Manoel de Oliveira Lopes convocou os três jovens sacerdotes: Antônio José de Cerqueira Valente, Luis Carlos de Oliveira Barbosa e José Franklin e confiou a importante obra de fundar um jornal que seria chamado “O Semeador”, ele pensou num meio de comunicação que exercesse uma ação pastoral, evangelizadora e catequética, na educação da fé do povo de Deus. O Semeador tem sido um jornal pobre, mas invariavelmente digno, “dizendo coisas que o Evangelho disse e aferindo pela medida do Evangelho as coisas que os homens dizem”. Cumpriu seu dever pastoral, apresentando os tempos do ano litúrgico com suas reflexões e a história dos santos que foram testemunhas da fé e nos estimulam a sermos também. Traçou o perfil dos arcebispos que se ocuparam do pastoreio da Arquidiocese de Maceió e descreveu a festa do povo em recebê-los. Manteve sempre uma coluna de catequese, orientando os catequistas no novo método catequético, chamando a atenção para a formação

bíblica e litúrgica. Trouxe sempre a palavra do Papa, esclarecendo os grandes eventos da Igreja: Concílio do Vaticano II, Dia Mundial da Paz, Domingo da Comunicação Social, reflexão sobre o problema vocacional, entrevistas e palestras nas viagens do Papa. Deu sempre conhecimento do pensamento do Pastor diocesano na publicação dos seus artigos. As cartas pastorais e decretos dos arcebispos sempre foram publicados pelo nosso Jornal. A vida e os acontecimentos dos movimentos leigos e pastorais sempre foram notificados pelo nosso periódico. Dom Santino Maria da Silva Coutinho Salientamos a publicação no O Semeador do ato publico do Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Arcebispo Dom Santino Maria da Silva Coutinho, aprovando e recomendando a fundação da atual Casa do Pobre, no dia 31 de janeiro de 1932. Foi ele também quem mandou edificar o prédio do arcebispado, para residência dos arcebispos e funcionamento da cúria metropolitana. Dom Ranulpho da Silva Farias Convocou toda Arquidiocese o Congresso Eucarístico Provincial de Ação Católica. A carência de sacerdotes, as várias circunstâncias provocadas pelo ambiente do mundo hodierno, exigem a colaboração eficaz dos leigos nos trabalhos da hierarquia da Igreja. Daí o Papa Pio XII convocou todos os fiéis para anunciar o Evangelho em todos os setores da sociedade, apontando-lhes os campos de ação. Originou-se, assim, a Ação Católica. A

Arquidiocese de Maceió, fiel ao Pontífice concretizou o desejo do Papa, formando leigos de ambos os sexos e de todas as idades, que ofereceram, com dedicação exemplar, à Igreja de Cristo a sua inteligência e o seu coração para o trabalho da vinha do Senhor. O Congresso se realizou e o povo cantou: “Por seu Deus e o torrão brasileiro/ Mostra sempre Alagoas quem é: do Brasil indomável guerreiro/ Invencível soldado da fé”. Um dos resultados do Congresso foi a instalação do Santuário Eucarístico da Arquidiocese, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Centro da Cidade, onde depois da missa da 6h, o Santíssimo Sacramento ficará exposto, para adoração dos fiéis até as 17h. O Jornal O Semeador publicou a carta do Papa Pio XII, endereçada ao Arcebispo D. Ranulpho, felicitando-o pelas bodas de prata de seu episcopado, no dia 11 de setembro de 1945. Dom Adelmo Cavalcante Machado O Semeador fez o povo participar do grande evento da inauguração da Rádio Educadora Palmares de Alagoas, no dia 18 de agosto de 1962. Para abençoar os transmissores sediados em Bebedouro e os estúdios da referida Rádio esteve presente Dom Armando Lombardi, Núncio Apostólico no Brasil. Traçou Sua Excelência o programa de ação do apostolado radiofônico. O Movimento de Educação de Base, abençoado pelo Papa João XXIII, viria ajudar aos bispos do Brasil na sua missão evangelizadora,

Congresso Provincial Eucaristico de Ação Católica, 1944

oferecendo educação e cultura de modo geral aos católicos e não católicos.

Dom Otávio Barbosa Aguiar primeiro bispo de Palmeira dos índios

Ao mesmo tempo, depois de vários anos como bispo da diocese de Campina Grande, Dom Otávio Barbosa Aguiar toma posse, como primeiro bispo da Diocese de Palmeira dos Índios, no dia 19 de agosto de 1962. Dom Lombardi elogiou o seu espírito culto e organizador, integrado nos atuais problemas da vida agrária, esperando que ele levasse um grande e apostólico espírito, desejoso de tudo realizar em benefício daquele grande povo. A Arquidiocese vibrou

de alegria, através das folhas do nosso Jornal, com a notícia da inauguração do Centro Social Rural, no Vergel do Lago, no dia 04 de novembro de 1967. Importante presença no ato da inauguração foi a de Dom Helder Camara, arcebispo de Olinda e Recife. O Centro Social se tornou uma escola de líderes sociais de toda Arquidiocese. Ao lado deste objetivo se fez uma experiência piloto de promoção humana no bairro do Vergel do Lago. O povo tomou conhecimento da nomeação de Dom Eliseu Gomes de Oliveira, Ocarm, como bispo auxiliar de Maceió. O ato da ordenação episcopal, no dia 12 de março de 1968, foi presidido por Dom Adelmo Machado, sendo consagrantes dois bispos carmelitas: Dom Gabriel Bruno Couto, bispo de Jundiaí e Dom Raimundo Luz, bispo de Paracatú, pregando o evangelho Dom Helder Câmara.


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UM OLHAR PASTORAL Dom Miguel Fenelon Câmara Filho Em 1974, o nosso Jornal publicou a nomeação de Dom Miguel Fenelon Câmara Filho como arcebispo coadjuntor e administrador “sede plena” da Arquidiocese de Maceió e, só depois da renúncia de Dom Adelmo Machado, em 1976, ele se tornou arcebispo metropolitano de Maceió. O Semeador acompanhou e publicou as diversas atividades de Dom Miguel Câmara: vários planos pastorais para o trabalho organizado da evangelização em nossa Igreja, com avaliações realizadas nas assembleias pastorais; criação de novas paróquias; difusão do Natal em família; incentivou o Movimento de Cursilhos de Cristandade; reabriu o curso de filosofia e teologia no Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora da Assunção. Dom Edvaldo Gonçalves Amaral Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, bispo de ParnaíbaPI, chegou para suceder D. Miguel Câmara, no dia 12 de janeiro de 1986. Fato notório de seu pastoreio foi a realização do primeiro Sínodo Arquidiocesano de Maceió. O povo de Deus tomou consciência de que deveria levantar as urgências pastorais da Arquidiocese para construir o Reino de

Fazenda da Esperança Santa Teresinha

Deus, estudar as prioridades pastorais para a confecção de um plano pastoral, fixar orientações, pistas e normas, respeitando os carismas pessoais e as necessidades locais. O Sínodo foi realizado com eficiência, abordando temas importantes e necessários para a renovação pastoral da Igreja de Maceió. O marco do seu pastoreio foi a visita do Santo Padre João Paulo II a nossa cidade de Maceió, no dia 19 de outubro de 1991. Num local aprazível, às margens da Lagoa Mundaú, foi erguido um imponente monumento para a recepção do Santo Padre. Um coral de 100 vozes solenizou a celebração litúrgica. A palavra do Papa levou a multidão a pensar no assunto: trabalho e moradia. Tendo sido cantado: “toda gente que sai de Alagoas, coração deixa em Maceió”, o Santo Padre respondeu: “O

Inauguração da gráfica do jornal O Semeador, em 1998

Papa deixa o seu coração em Maceió”. O Semeador se alegrou com o presente de uma gráfica por Dom Edvaldo, sendo agora impresso e diagramado em seu próprio parque gráfico, situado em uma sala no térreo da Cúria Arquidiocesana. Dom José Carlos Melo Sucedendo Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, tomou posse como Arcebispo Metropolitano, Dom José Carlos Melo, no dia 03 de julho de 2002. Entusiasmado com o trabalho em prol das vocações sacerdotais, administrou várias reformas no prédio do seminário, ocupou o cargo de reitor por vários meses e organizou a obra das vocações sacerdotais. Em 2007 Dom Antônio Muniz Fernandes, Ocarm,

Dom Muniz celebra na campanha do desarmamento, 2012

apresenta uma nova fase no seu pastoreio episcopal, iniciado no dia 04 de fevereiro de 2007: a realização de uma Igreja Orante, Missionária e Samaritana. Os fiéis acolheram com admiração e fervor, no sentido de ver todos os recantos de nossa Arquidiocese evangelizados e assistidos pelos ministros da Igreja. As Santas Missões se realizaram em todas as paróquias e, para os nossos irmãos dependentes químicos, a Fazenda da Esperança Santa Teresinha foi construída com esmero. Em seguida, lembrou-se Dom Antônio dos que vivem na rua, sem casa e sem abrigo e construiu para eles a Casa do Servo Sofredor, em Juvenópolis. As mulheres de rua, sem teto e sem apoio, foram também acolhidas numa casa própria para elas: a Casa Betânia.

Missa na Capela do Seminário Arquidiocesano, em 2011

Mas os sonhos de Dom Antônio alcançam muito longe e ele deseja, neste ano, construir a Casa do Menor, do interior, portador de câncer, a fim de que tenha um ponto de apoio para os tratamentos durante a semana. Os maceioenses elogiaram as iniciativas e estão colaborando com a realização de bingos, chás e ofertas pessoais, contanto que as obras atinjam o seu objetivo. O nosso Arcebispo instituiu a Missa da Paz e a Missa da Gratidão, a fim de que rogássemos ao Senhor para que Maceió se torne a “Cidade da Paz” e déssemos ação de graças por tantos benefícios sobre a terra alagoana. Merece atenção especial a decisão que D. Antônio teve de uma publicação comemorativa do nosso jornal O Semeador, por ocasião do seu centenário. Por tantos escritos, excelentes artigos sobre vários assuntos, notícias da Igreja universal, da Igreja particular de Maceió e de todas as paróquias, O Semeador se tornou um jornal pastoral, não somente noticiando, mas estimulando todos os fiéis a participarem das iniciativas pastorais que foram realizadas, durante cem anos, nesta Igreja de Maceió.


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O Semeador

MOSAICOS DE UM ARQUIVO VIVO

Personalidades que construíram a história do O Semeador nos último anos Diácono Rodrigo Rios Jornalista A elaboração de um jornal passa por diversas etapas, desde a composição dos artigos e matérias, à impressão e distribuição; processo este por vezes desconhecido de muitos que somente têm em mãos o produto final. Diante das diversas fases do O Semeador nesses cem anos de história, inúmeras pessoas estiveram na equipe de redação, nas variadas funções existentes. Como impresso que ostenta o recorde histórico de ser hoje o mais antigo jornal em circulação no Estado das Alagoas, têm-se registros do que os seus primeiros colaboradores fizeram somente a partir das edições conservadas nos múltiplos arquivos no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, na Cúria Metropolitana e na Biblioteca Nacional. Contudo, há pessoas que estão há quase ou mais de duas décadas a serviço da comunicação da Arquidiocese de Maceió através deste periódico. Estas se tornaram um arquivo vivo das mudanças de cenário históricosocial acompanhadas pelo jornal, das dificuldades enfrentadas em sua composição e da garra de tantos que se esmeraram em continuar com a obra deste centenário órgão de comunicação. É sobre estas pessoas que nossa reportagem se detém. Em 1969 o então diário católico O Semeador passa a ter sua publicação semanal. Já na década de 1980, durante o governo eclesial de Dom Miguel Câmara, o sacerdote Pe. Celso Alípio Mendes Silva, atual pároco da Catedral Metropolitana, foi convidado a fazer parte da equipe como colaborador, função que exerce até os tempos atuais. Quase três décadas! Na época, ele era um dos responsáveis em conseguir artigos e registrar as notícias dos acontecimentos da Arquidiocese, sendo inúmeras vezes, por telefone; assim inteirava-se dos fatos das Paróquias, redigindo-os e

entregando-os para a datilografia. Já que existiam os articulistas locais, Pe. Celso selecionava artigos de contexto nacional, como os de Dom Lucas Moreira Neves, Dom Eugenio Sales, Dom Marcos Barbosa, conseguindo-os através do Jornal do Brasil que saia semanalmente e os colocava para a edição no O Semeador. Era uma forma de demonstrar a unidade da Igreja com o restante do país. Nesta época, o semanário era enviado para as paróquias de ônibus e vendido aos fieis. Muitas informações colhidas também se tornavam difundidas nas missas transmitidas pelas emissoras de televisão. A partir do dia 26 de junho de 1982 o semanário passou a ter periodicidade quinzenal, e em 1986, Côn. José Kermes Martins assume

Nos primeiros tempos o jornal era opinativo, com esse propósito de formar opinião. Com o passar das décadas, assumiu uma postura evangelizadora e catequética, sendo assim até hoje, com notícias mais pacíficas. Côn. José Kermes Martins, diretor do O Semeador há quase 30 anos

como Diretor, ainda como seminarista, a partir de um convite do então bispo Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, atuando na

mesma função até hoje. Ao estar na direção do impresso, dificuldades não deixaram de aparecer, como as da Gráfica Sergasa, imprensa oficial do Estado, que entrava em greve ou então como possuía inúmeros serviços, não “rodava” o Semeador. Cansado dessa situação, Dom Edvaldo partiu para uma gráfica privada, mas por conta dos custos não pode manter o ensejo. Côn. Kermes narra este fato, lembrando ainda com admiração: “ele tinha um sonho e apostava muito no Semeador, conseguiu então um maquinário gráfico com os Salesianos, passando assim o jornal a ser impresso nas dependências da Cúria”. O sacerdote relata também o quanto foi difícil equilibrar a direção do O Semeador com a docência no Seminário de Maceió e as atividades da Paróquia, porém, apresenta ainda outras dificuldades de uma forma geral. “Manter o Jornal é um desafio. Como a nossa Igreja é carente nesse sentido! Passamos por muitas crises, mas mesmo assim, continuamos. Animava-me muito o impulso e o carinho dados por Dom Edvaldo, pois em sua visão, o impresso era como uma prioridade entre os tantos trabalhos existentes na Arquidiocese. Aprendi a ter paciência com as pessoas que colaboravam, com as críticas, já que muitas delas expressavam opiniões sobre como deveria ser o jornal, mas nunca colaboravam em nada. Isso me ajudava a perceber e entender essas limitações”, afirmou. Sua função exige também a análise do conteúdo no intuito de observar se algo não corresponde à orientação proposta. “Há alguns articulistas que precisei acompanhar de perto o que seria publicado, chegando às vezes a não publicar determinado artigo porque, de certo modo, não estava de acordo com o que a Igreja crê e celebra. Esses têm dificuldade em apresentar a Igreja como ela é; gostam de mostrá-la como aquela de seus sonhos, como gostaria que fosse. Dão asas assim aos seus escritos. Minha missão como diretor

é ter esse cuidado, inclusive não permitindo a publicação”, explicou. Quanto aos funcionários e exfuncionários do Semeador, aproveitamos a oportunidade para entrevistar três. Estes vestiram a “camisa” do jornal, colaborando em todos os instantes quanto possível. Valdenice Cosmo da Silva entrou na equipe em outubro de 1982. Recém formada no Ensino Médio, foi convidada ao serviço como seu primeiro trabalho, exercendo-o até os dias hodiernos. É responsável em recepcionar as pessoas, receber os pagamentos das paróquias, atender aos telefonemas, realizar cobranças, dentre outras tarefas. Lembra-se dos

Vejo este impresso como uma contribuição importante para a sociedade, pois evangeliza as pessoas de todas as idades, ou seja, a família como um todo. Valdenice Cosmo da Silva, funcionária do jornal há 30 anos

nomes da equipe de outrora, hoje muitos já falecidos, como Dom Fernando Iório, Luiz Renato Paiva Lima e Teófilo Lins. Em sua fala, Valdenice afirma que O Semeador não é muito aceito pelas paróquias, que não o divulgam tanto. Na época eram impressos 2 mil exemplares,


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MOSAICOS DE UM ARQUIVO VIVO distribuídos na capital e nos interiores, número que foi reduzido pela metade nos últimos anos. Todavia, lembra de “vitoriosos” colaboradores, como o senhor José Saraiva dos Santos, o qual já vende o periódico há mais de 20 anos, chegando a fazê-lo não somente na Igreja, desde a época de Pe. Anibal como administrador da Paróquia situada no Salvador Lyra, onde ele reside; e Zorilda Buarque, exreligiosa que atuou como revisora nos jornais Gazeta de Alagoas, Tribuna, Jornal de Alagoas, Diário de Pernambuco, e revisa o Semeador há mais de quinze anos. Em relação à dificuldade de aceitação, esta é uma opinião compartilhada por Maria José Ferreira Borges, secretária no Colégio Mons. Luis Barbosa, que atuou na equipe do Semeador por mais de quinze anos, deixando-a há mais de um ano. “Muitos não sabem do processo de elaboração do

Vi o jornal na Paróquia sendo vendido e me interessei por ele. O Semeador traz muitas coisas boas; quando vendo, passo as páginas para mostrá-las às pessoas. Sempre peço que divulguem o conteúdo com os irmãos e os vizinhos. Faço inclusive, um sistema de pré-venda, anotando quem deseja o impresso, recebendo o pagamento antecipado, para entregar o periódico depois. Sou louco por esse jornal! Vendo todos! Muitos ficam impressionados com o amor que tenho pelo O Semeador, mas é isto mesmo! Faz parte de minha vida. José Saraiva dos Santos, de 85 anos, colaborador na venda do jornal há mais de 20 anos

jornal, das dificuldades existentes, como por exemplo, a falta de alguns materiais; criticando assim o produto final. Sempre houve muito esforço de todos. Uma vez cheguei a realizar uma compra com meu cartão de crédito, sendo ressarcida posteriormente, com o intuito de colaborar da melhor forma possível, pois não queríamos passar uma quinzena sem lançar o impresso. Até hoje existem dificuldades, com certeza, mas vejo que, como católicos todos nós devemos valorizar o nosso jornal”, afirmou. Maria José que atuava na editoração eletrônica do periódico, chegando a fazer uma capacitação no Jornal Gazeta de Alagoas, durante três meses, no início de seu trabalho, para aprender a lidar com os softwares de planejamento gráfico utilizados na época. Participante da Igreja, Maria José exprime que a grande diferença do Semeador é a

Tenho muito amor por este serviço. Colaborar com a Igreja é minha missão como cristã. O convite de Dom Edvaldo Amaral para fazer parte da equipe foi um convite de Deus. O Semeador é um veículo muito importante, pois nos possibilita parar, refletir com os artigos de cunhos educativos, na linha da evangelização. Tudo no jornal é uma oportunidade de meditação. É uma parcela de contribuição para o que o cristão se desenvolva e enriqueça a sua vida espiritual. É a vivência do objetivo do nome: semear. Zorilda da Cunha Buarque, revisora dos textos como voluntária há mais de 15 anos

visão religiosa dos fatos do cotidiano, pois a capacidade crítica ligada à fé torna-o um meio de comunicação valiosíssimo, principalmente nas questões teológicas, morais e científicas, chegando a ter textos diversos referentes a único conteúdo, com várias visões propostas, atualizando assim os fiéis. Na impressão do O Semeador, atua Edmilson Marcos dos Santos,

Mesmo tendo uma acolhida com dificuldades em relação a alguns por conta do conteúdo religioso e opinativo que existe no jornal, para mim, ele foi de grande valia. Mesmo estando na editoração do jornal, lia muitos textos e aprofundava minha fé com conteúdos teológicos. Este emprego me deu a oportunidade de entrar em contato com tantas questões que eu não sabia e conhecer bem mais a fé. Para mim, o Semeador foi uma escola. Maria José Ferreira Borges, atuou na redação do jornal por mais de 15 anos

que há mais de 15 anos realiza-o no parque gráfico da Cúria Metropolitana. Dentre as suas atribuições, ele faz a montagem, corta o papel, grava as chapas, imprime e monta o jornal. Segundo seu relato, chega a realizar todo esse processo em um único dia, a partir de 08h até a madrugada, por volta das 02h. Ele recorda que imprimiu algumas edições em colorido, mas sempre prevaleceu uma única cor por conta das despesas. Entrar em contato com aqueles que dedicaram anos de suas vidas ao serviço da comunicação na

Arquidiocese de Maceió enaltece e enobrece o impresso que comemora seu aniversário jubilar. Um jornal não é feito somente de papel e letras, mas de tempo, disposição, coragem

Com a aquisição dos equipamentos no início da Gráfica tudo foi ocorrendo bem, já que vieram seminovos. Hoje, com o passar dos anos, a estrutura das máquinas foi se deteriorando, dificultando assim o serviço. Precisa-se de uma reforma geral. Contudo, continuamos até hoje tentando melhorar e continuar com esta missão. Edmilson Marcos dos Santos que há mais de 15 anos imprime O Semeador

e vida doada. Estes são mosaicos de um arquivo vivo, décadas postas como entrega para tornar comum o pensamento da Igreja em cada tempo.

O Semeador foi uma antecipação do uso dos meios de comunicação pela Igreja. O jornal é uma boa semente lançada quinzenalmente, no coração de todos os cristãos, porque leva a Palavra de Deus. Por ele, tenho contato com os escritos do Papa, o pensamento do Arcebispo e tomo parte da pastoral arquidiocesana com as notícias dos eventos religiosos que acontecem. Pe. Celso Alípio Mendes Silva, o mais antigo colaborador do O Semeador, há mais de 30 anos


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RECORTES DA ROTINA DO JORNAL

O Semeador demora dois dias para ficar pronto e chegar às suas mãos Marcos Filipe Sousa Jornalista Duas vezes ao mês os responsáveis pelo jornal O Semeador realizam o mesmo ritual. Da entrega das matérias à impressão, o veículo demora três dias para está pronto e distribuído na Arquidiocese de Maceió. Entregues pelos colaboradores e pastorais, os textos são impressos e enviados para a revisão ortográfica, processo que demora em torno de um dia. Após isso, o diagramador

explicou o seu trabalho: “Recebo as páginas e realizo a montagem em folhas, onde serão gravadas e reveladas em chapas de alumínio”. As chapas são colocadas na máquina de impressão e com as páginas em mãos, o gráfico começa a encadernação. Edmilson explicou que está fase é concluída em 12 horas. “Terminando, o jornal já pode ser distribuído”, finalizou. Durante o sábado, os 1.100 exemplares são entregues às paróquias e leitores que assinam O Semeador. Restauração para estudos Estudantes dos cursos de História e Biblioteconomia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) levaram aproximadamente três meses para limpar e restaurar exemplares antigos do O Semeador.

Wagner Oliveira

Wagner Oliveira começa a montagem do jornal, da capa à última página. “Esse trabalho também dura aproximadamente um dia”, disse. Segundo ele, a dificuldade está em encaixar os textos na atual formatação: “Ocorre às vezes de não recebermos a tempo as matérias. Temos que ter um plano B para preencher o espaço vazio”, completou. Com a impressão do papel vegetal, o próximo passo são as cópias na gráfica. Edmilson Marcos é o responsável por esta parte. Imprimindo há 15 o periódico,

Gustavo Alfredo

O bolsista Gustavo Alfredo explica o trabalho que está sendo realizado. “O primeiro passo foi organizar o arquivo da Arquidiocese. Catalogamos e limpamos documentos antigos referentes à contabilidade,

processos de ordenação, livros de tombo. Materiais desde o período colonial”. O estudante disse que a segunda etapa foi à “caça” aos exemplares antigos do O Semeador que estavam espalhados em gavetas. “À medida que o arquivo foi sendo organizado começaram a aparecer os números antigos”. E continuou: “Limpamos as folhas, tiramos traças, outros insetos e até ferrugem”. Para ele, o processo de restauração é importante para manter a história viva da Arquidiocese. “Infelizmente não temos os exemplares das décadas de 1940 e 1960, prejudicando um estudo mais detalhado do jornal”, expôs Alfredo. O trabalho dos estudantes continua com uma exposição itinerante que percorrerá faculdades e locais públicos, mostrando as principais capas e fatos importantes da história de Alagoas e da Igreja publicados durante os 100 anos do O Semeador. .

Nota explicativa sobre a numeração do jornal Esta edição comemorativa dos cem anos traz na capa uma nova numeração aproximada do jornal O Semeador, realizada mediante pesquisas efetuadas nos arquivos da Cúria Metropolitana de Maceió e do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. O cálculo foi baseado de acordo com o tempo em que o impresso foi diário, semanal e desde quando assumiu a peridiocidade quinzenal. Por conseguinte, a partir desta edição de número 18.272, as próximas seguirão na ordem crescente ininterruptamente, pois constatamos que inúmeras vezes havia sido reiniciada, com a passagem de um novo ano. Esta edição de n° 18.272, por ser edição especial, foi estendida até o di 22 de março, passando a circular normalmente e com o mesmo formato da edição especial.

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NOSSOS COLABORADORES

Um Dom Centenário Pe. Valmir Galdino

Assistente Esclesiástico Setor Juventude

Somos privilegiados, nós da querida Arquidiocese de Maceió, pois há entre nós mesmos, para maior glória de Deus, um meio de comunicação, um dom, uma dádiva divina chamada “Jornal O Semeador”. Um sublime veículo de comunicação da Igreja que, como o próprio nome diz, tem a missão de semear a Palavra de Deus. Ele, “O Semeador”, nesses cem anos, vem, sem nenhum cansaço, cumprindo o mandado de Jesus: pregar a Boa Nova do Reino. Porque entende que “a Igreja tem, pois, um direito radical de possuir e usar desses meios (de comunicação) como úteis à educação cristã e ao seu trabalho em vista da salvação das almas” (Decreto Inter Mirifica do Vaticano II). Por sua fidelidade ao projeto salvífico de Jesus, vem, o nosso Jornal, resistindo às intempéries da vida, que não são poucas, que são diversas, que são muitas. Sem medo, sem fraquejar, produz textos de profunda qualidade, pois retratam as realidades da vida, de modo particular, no que tange a fé do povo, povo de Deus. Ao longo destes cem anos, foram muitos e ainda são, homens e mulheres brilhantes, os que ousaram e ousam preencher as páginas de “O Semeador”. Foram inúmeros os que, livremente, poetizaram sobre as coisas de Deus, e, por consequência, das coisas da vida, vida humana. Com isso, salienta Bento XVI, “para que os instrumentos de comunicação social possam prestar um serviço

positivo ao bem comum, é preciso uma contribuição responsável de todos e de cada um” (Discurso aos representantes dos meios de comunicação presentes em Roma, 23.04.05). Por isso, falar sobre este veículo comunicador é refletir sobre um tesouro, um bem, não mais escondido, mas próximo de nós, em nossas mãos, aos nossos olhos. Sim. É isto que o querido “O Semeador” é para nós, um tesouro, uma joia preciosa, algo muito distinto e singular. São 100 anos de história, de uma longa história a ser contada, nunca esquecida. Um jornal que no silêncio da vida, longa vida, disserta sobre as coisas da alma humana numa profunda e estreita relação com Deus. Tarefa esta dura, marcada por incompreensões e desafios. Tarefa esta não muitas vezes compreendida, respeitada e, às vezes, ignorada. Mas imbuída do espírito cristão: “ai de mim se não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16). Nosso velho e bom moço, “O Semeador”, um menino de cem longos anos, não se cansa, pois não nasceu (pasmem!) da vontade do homem, vontade humana, mas da vontade única de Deus. É por isso que resistiu e tem resistido há tanto tempo, porque existiram e continuam a existir bravos heróis que nele acreditaram e ainda acreditam, torceram e torcem por ele. Portanto, parabéns “Jornal O Semeador”. Parabéns por tantas décadas, pelo brilhantismo para com a fecunda missão de evangelizar. Deus seja sempre louvado, também, pela sua existência. .

Centenário D' O Semeador Tobias Medeiros

Sócio efetivo do IHGAL

Celebrar o centenário de um jornal é motivo de júbilo. Alegria para os mantenedores, que relembram os fundadores e narram a história do veículo de comunicação e para os leitores em geral. A Diocese das Alagoas, criada pelo Papa Leão XIII, em 2 de julho de 1900, foi governada por Dom Antônio Manuel de Castilho Brandão (1900-1910), primeiro bispo alagoano, nascido em Mata Grande, cidade serrana do Sertão. Mas foi na administração do seu sucessor Dom Manuel Antônio de Oliveria Lopes (1910-1922), baiano, que surgiu “O Semeador”, precisamente, em 2 de março de 1913, dirigido pelos Padres Antônio José de Cerqueira Valente, Luís Carlos de Oliveira Barbosa e Franklin Casado de Lima. Três sacerdotes distinguidos, na comunidade, pela dedicação ao serviço da Igreja. A imprensa é um instrumento poderoso, que pode contribuir para mudar os rumos de um povo. Consciente dessa realidade, o Sumo Pontífice Leão XIII, em Carta dirigida aos bispos do Brasil, em 2-7-1894, já advertia: “A ninguém passará despercebido quanta força possuem os jornais e outras publicações congêneres, para o bem e para o mal, principalmente em nossos tempos. Portanto, combater com essas armas, pela defesa da religião cristã, recebendo, como convém, as diretivas dos bispos e guardando o respeito devido ao poder civil, não seja uma das menores solicitudes dos católicos” (Documentos Pontifícios – 41, Sobre a Imprensa, Editora Vozes Ltda., Petrópolis, RJ, 1951). Na época, Alagoas saia do regime da chibata e da oligarquia, conforme afirmou Clodualdo da Fonseca, Governador eleito em 12 de março de 1912 (12-6-1912 – 1915), na Mensagem à Câmara dos Deputados. Em novo clima político, “O Semeador” nasceu espalhando os ensinamentos evangélicos. A imprensa liberdade é

instrumento de liberdade espiritual e comunicação das camadas sociais. Ao transmitirem as informações, acerca dos mais variados acontecimentos, os jornalistas precisam estar atentos à verdade, para que tenham credibilidade junto aos leitores. O povo merece e precisa ser bem informado, sentindo-se seguro com o que leu. Durante um século, “O Semeador” levou aos lares as notícias sobre a vida da Igreja na Arquidiocese de Maceió e como órgão independente continua apresentando a doutrina católica e defendendo com prudência os operários e os sem terra. Fazer um jornal é tarefa exaustiva e séria dos dirigentes, produtores dos textos e técnicos envolvidos na diagramação e impressão. Empresa agregadora de pessoas diversas com um só objetivo: colaborar na evangelização. Nessa missão, tive o ensejo de ver, mais de uma vez, o Monsenhor Antônio valente, já idoso, vigário da catedral, responsável por esse órgão, revisando as páginas impressas nas oficinas atrás da Igreja Catedral. Assim, “O Semeador” atravessa um século de vida, atualmente, com a orientação de Dom Antônio Muniz Fernandes. Suas instalações gráficas se encontram no subsolo do prédio da Cúria, ao lado Seminário Nossa Senhora d'Assunção, adquiridas, por Dom Edvaldo Gonçalves Amaral. “O Semeador” é um marco no jornalismo em Alagoas, em razão de ser o mais antigo e de ter sido o primeiro jornal católico de circulação diária, no Brasil. O viver consiste nas mutações. E, comemorando cem anos de existência desse periódico, é natural que se cogite em fazê-lo ainda melhor e mais divulgado. As alegrias do nascer são grandes, mas as advindas de uma vida longa são maiores, pois os desafios tornam o tempo existencial incerto. Portanto, estão de parabéns todos os que fazem “O Semeador”, que continua espargindo os ensinamentos da Igreja Católica no intuito de mantê-la una e universal, conforme a vontade de Cristo, seu fundador.


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UM OLHAR RELIGIOSO E SOCIAL

Saiu O Semeador... Pe Manoel Henrqiue

Vigário Episcopal, professor e escritor O nosso interesse é apenas de lembrar, outros poderão fazer mais. O ano de 1912 passou entre nós pontuando muitas lembranças, algumas centenárias, para que não percamos a memória de nossa história. O Concílio do Vaticano II no ultimo dia 11 de outubro completava 50 anos de seu começo, com o Papa João XXIII, no ano de 1962. Este acontecimento eclesial fez uma grande ala abrir suas portas às mudanças necessárias, enquanto também operou o fechamento, conservador e retrógrado, com prejuízos sentidos em muitos setores da Igreja Católica. A Teologia da Libertação tem 40 anos de existência e fez o Papa João Paulo II, em nove de abril de 1986, proferir as cuidadosas palavras, conforme artigo de Dom Angélico Sândalo: “Deus os ajude a velar incessantemente para que aquela correta e necessária teologia da libertação se desenvolva, no Brasil e na América Latina, de modo homogêneo e não heterogêneo em relação à teologia de todos os tempos, em plena fidelidade à doutrina da Igreja, atenta a um amor preferencial, não excludente nem exclusivo, para com os pobres”. Esta Teologia provocou muitas controvérsias e insatisfações em todo o mundo, como o que lemos em “Libertando-se da 'Libertação”, na edição de cinco de maio de 1979, o que não poderia ser diferente em Maceió. As Comunidades Eclesiais de Base foram lembradas e assumidas pelos Pastores da Igreja de Maceió, sobretudo nos tempos do Sínodo Arquidiocesano. As pastorais despertaram a partir de um compromisso com a Igreja conciliar. Fomos banhados pelo sangue dos mártires da Igreja no Brasil, testemunhas verdadeiras do Reino de Deus, dada a intensa “fome e

sede de justiça” dos discípulos de Jesus. O Sínodo Arquidiocesano de Maceió foi sem dúvida o maior empreendimento eclesial da Igreja de Maceió, sob o pastoreio de Dom Edvaldo Amaral. A estrutura metodológica de um sínodo permitiu um envolvimento quase completo das forças vivas da Igreja. “O Semeador” acompanhou com muita sensibilidade este momento novo, desde os dez anos de pastoreio de Dom Miguel Fenelon Câmara. Hoje os tempos são outros, estamos numa nova época! Novas respostas haveremos de dar, renovando o ardor missionário, em novas estruturas e métodos de evangelização. Com os olhos fixos em Jesus, ouviremos os apelos do Espírito, atentos aos sinais dos tempos, a pedido de Jesus e renovados por João XXIII. Alagoas se lembrou do centenário de Dom Avelar Brandão Vilela, filho de Viçosa das Alagoas, que dignificou a Igreja no Brasil, quando transformou a sua residência em Salvador num abrigo para acolher os pobres. Nesta mesma terra viçosense, Padre Severiano Pires Jatobá, aos treze de dezembro, vindo da vizinha Diocese de Pesqueira, completaria cem anos de nascimento. Alagoas agradece com orgulho a herança deixada pelo Padre Teófanes Augusto de Barros, nomeado o maior educador de todos os tempos. As páginas de “O Semeador” registraram sua presença de educador. “Está aí, caríssimos padres, a obra que lhes confio: fundar um jornal”. Será a voz do que saiu a semear a sua semente. Será chamado 'O Semeador', declara Dom Manuel Lopes, então Bispo das Alagoas. Os seus 50 anos foram comemorados pela sociedade alagoana, desde as autoridades, representações da imprensa local, instituições culturais e demais cidadãos, que em todas as tardes aguardavam ansiosamente o jornal

Sínodo Arquidiocesano

da Arquidiocese, principalmente com suas manchetes. Coube a Dom Adelmo Machado, então Arcebispo Coadjutor de Maceió, proferir uma saudação exemplar, registrando para sempre o significado daquela celebração. Dom Adelmo, padre conciliar, escreverá suas notas sobre o Concílio, editando-os no “O Semeador”, notas que mais tarde serão organizadas por Padre Manoel Henrique e publicadas pelas Edições Loyola, através do Instituto Teológico Pastoral de Maceió, com introduções de Mons. José Luiz Soares e Prof. Álvaro Queiroz. Este vespertino da Igreja de Maceió registra historicamente a data em que se celebrou a primeira missa em língua portuguesa no dia 27 de julho de l964. Infelizmente, hoje registramos o inverso, a volta do latim para a missa chamada tridentina, de 400 anos atrás. “E, sem parar, esse “semeador” andou, todas as tardes de cinquenta anos, dizendo coisas que o Evangelho disse e aferindo pela medida do Evangelho as coisas que os homens dizem.” As Manchetes eram grandes, longas para logo justificar a intenção da redação. A diversidade e a abertura para as grandes questões da humanidade

são uma rica fonte de pesquisa. “O Semeador” não assumiu uma linha paroquial ou curial, intraeclesial, de sacristia. Viveu assim as grandes tensões históricas e políticas. Opinou contra os franceses na “guerra das lagostas”. Lutou oportunamente no contexto anticomunista daqueles idos que precederam a tomada do poder no Brasil pelos militares. Com toda a Igreja Católica, posicionou-se pela chamada “Revolução”, com ações de graças a Deus, porque o comunismo estava sendo derrotado. Uma manchete trazia a notícia de um encontro cordial entre os Bispos e Arcebispos do Brasil com o Marechal Castelo Branco, então Presidente do Brasil, por ocasião da viagem do episcopado brasileiro para o Concílio do Vaticano II. O Governo Brasileiro sempre ofereceu o transporte aéreo para o deslocamento dos Bispos brasileiros até o Vaticano. Combateu conforme o espírito da época o espiritismo que, naquele momento, se difundia pelo Brasil. Mas ao mesmo tempo noticiou com destaque a chegada de Dom Helder Câmara em Recife, repetindo sua frase no sermão de posse: “Visitarei os Palácios, os Quartéis e os Sindicatos”.


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UM OLHAR RELIGIOSO E SOCIAL Os relatos de “O Semeador”, de forma comprometida, comentavam a sua posse na Sé de Olinda e Recife: “O homem do povo vibrou nas ruas e ouviu cheio de esperanças a mensagem do novo pastor. Todas as classes estiveram representadas no seu desembarque e calorosa saudação que recebeu também dos representantes de outras religiões. Veio para unir, disse, sem distinguir a ninguém”. As diferenças de linhas pastorais e compromissos sociais aumentariam, mais tarde, distanciando os caminhos das duas Igrejas. Mesmo assim a atuação do Regional Nordeste II se faria por toda a parte, atingindo substancialmente a Igreja de Maceió, sob as lideranças de Dom Helder Câmara, Dom Marcelo Carvalheira, Dom Luis Fernandes, Dom Francisco Austregésilo e Dom José Lamartine, Arcebispo eleito para Maceió, sem que tomasse posse, pois faleceu antes. No jornal de 30 de dezembro de 1964, “O Semeador” em magnânima manchete anunciava a

Centro Social Rural, fundado por Dom Adelmo Machado

II, sendo hoje um dos poucos vivos que podem contar essa história. Recentemente, no dia 20 de dezembo de 2012, Dom Waldyr recebeu a comenda Mário Guimarães, na Câmara de Vereadores de Maceió, outorgada pelo atual Presidente da Câmara,Vereador Galba Novaes. Esse homem é testemunha viva da Igreja e da Sociedade, especialmente na Diocese de Barra do Piraí e Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro, onde foi pastor por mais de 30 anos. Foi

Instituto da Família, na Catedral de Maceió

sagração episcopal de Dom Waldyr Calheiros, alagoano de Murici, cuja celebração aconteceu na cidade do Rio de Janeiro. Estava de festa a Paróquia de São Francisco Xavier, na Tijuca, onde realizou as primeiras experiências de renovação conciliar. Ainda participou do Concílio do Vaticano

testemunha da invasão e morte de operários na Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, que os militares covardemente executaram. A opção pelos pobres foi assumida coerentemente, ao lado de uma boa formação de seu clero. Houve um tempo em que a Arquidiocese de Maceió possuía

uma emissora de ondas média e tropical, Rádio Educadora Palmares de Alagoas, que visava à evangelização e à alfabetização, pois Dom Adelmo Machado havia acolhido o projeto do Movimento de Educação de Base (MEB). Havia um sonho almejado de um canal de televisão, que, porém não se concretizou. Sem um serviço organizado de Pastoral, sem articulação e sem coordenação, o jornal “O Semeador” não tem distribuição efetiva, sem penetração no interior, não tem servido de meio de comunicação entre as várias paróquias, movimentos e pastorais. São muitas as deficiências atuais, e Dom Antônio Muniz aguarda certamente o momento exato para lançar um novo formato deste jornal prestes a comemorar seu centenário. Vários foram neste período centenário os seus colaboradores, contando com jornalistas profissionais, escritores, articulistas, sem esquecer as várias faixas de interesse da sociedade, incluindo os esportes e as fichas cinematográficas. Até os dias de hoje muitos padres colaboram escrevendo, sobre vários assuntos, a exemplo de Padre Medeiros Neto, Deputado Federal por vários mandatos, que sempre escrevia diretamente da Pajuçara. Não se pode esquecer o nome de Padre João Leite, recentemente falecido, e de Padre Rubião Lins Peixoto. Uma nota de reconhecimento segue para o incansável colaborador Cícero Torres Leite, promotor público, morto em um acidente automobilístico. “Moedas Correntes” era uma coluna escrita

por Félix de Lima Júnior e, em seguida, escrita por Luiz Renato De Paiva Lima. “Comentando” era apresentada sob o pseudônimo de Perk. Também acompanhamos as colunas de Tobias Granja, “De tudo um pouco” ou textos de Padre Fernando Iório, depois Bispo de Palmeira dos Índios, era professor e escritor, e ainda Presidente da Academia Alagoana de Letras, tendo sido Diretor-Presidente da Fundação Palmares, durante muitos anos. Num de seus escritos aparece pela primeira vez uma alusão ao Padre Cícero do Juazeiro, reconhecendo o movimento que já havia dos romeiros, mas alertando para possíveis abusos e exploração da fé popular. As páginas de ”O Semeador” oferecem um amplo campo de pesquisas sobre o comércio deste tempo, dadas as publicidades vendidas, bem como ao quadro de médicos e ofertas de tratamentos. As notícias vinham das paróquias, de notas pessoais, um verdadeiro veículo de notícias e informações. As notícias chegavam do âmbito nacional e internacional. Parece pequeno o “O Semeador”, escrevia Dom Adelmo Machado, se o medimos com metro e contamos as suas páginas. No entanto, completa Dom Adelmo, “meio século de palavra certa, todos os dias, ao cair da tarde, como se “O Semeador” quisesse dar testemunho de uma luz que não tem ocaso, é alguma coisa mais penetrante do que gotas d'água batendo na rocha, sem parar”. Agora, serão cem anos, que dizer, então? Viveu durante muitos anos nos fundos da Catedral de Maceió, fruto da teimosia e sustentação financeira, advinda de Monsenhor Antônio Valente e da ajuda de seus amigos. Hoje, está localizado nos porões da Cúria Arquidiocesana, nascendo das mãos operárias de Edmílson Marcos dos Santos, através de máquinas adquiridas por Dom Edvaldo Amaral, depois de editado por Padre José Kermes e seus colaboradores. Os motivos são para se comemorar, pois se trata do jornal alagoano mais antigo em circulação.


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UM OLHAR DAS PASTORAIS E MOVIMENTOS LEIGOS

Ecos da ação pastoral da Igreja de Maceió Luiz Antônio de A. Guimarães Seminarista do 4º Ano de Teologia

Em 02 de março de 1913 o Jornal O Semeador despontava na sociedade alagoana como um ousado meio de comunicação católica para divulgar as verdades de fé da Igreja e sua ação pastoral na Arquidiocese de Maceió. Os anos de veiculação de “O Semeador” sucederam-se por numeráveis décadas e foi acompanhando de perto os fatos históricos que mudaram os rumos da ação pastoral da Igreja. Dentre esses fatos, ressalte-se, de viva voz, o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), que se apresentou como um novo hálito de evangelização. Foi a partir dele que a Igreja passou a estar mais perto da realidade pastoral de seu povo, criando o que se entende hoje por pastorais, a saber: Pastoral da Criança; Pastoral da Juventude; Pastoral Familiar; Pastoral Universitária; Pastoral Catequética; Pastoral Carcerária; Pastoral da Pessoa Idosa; Pastoral da Comunicação e outras mais. Com isso, as pastorais ganharam forma e eco em todo o Brasil, a exemplo das páginas de “O Semeador” que lhes proporcionou destacados espaços para comunicarem seus trabalhos

de evangelização na Arquidiocese. Veja, a seguir, os comentários de algumas pastorais sobre a razão de colaborar com este Jornal; os Fatos Históricos veiculado; e as congratulações por ocasião dos 100 anos deste Órgão de Comunicação da Arquidiocese de Maceió. Razão de colaborar com o Jornal O Semeador “A finalidade deste jornal, hoje centenário, era justamente fazer com que a fé fosse despertada e amadurecida. O próprio nome expressa o sair em missão, para lançar a semente do projeto de Deus nas comunidades de fé e para homens e mulheres de boa vontade, que mesmo sem exercitarem a prática religiosa, sentem um chamado a uma total adesão, através desse instrumento de abertura e diálogo da sociedade com a religião.” (Pe. Marcio Roberto dos Santos, coordenador da Comissão Arquidiocesana para Animação Bíblico-Catequética) “Pelo fato de se tratar de um veículo de informação voltado aos fiéis da Igreja de Maceió, nos possibilita uma comunicação evangelizadora através de um meio que facilita a difusão da nossa mensagem e presença em

Bênção do Instituto da Família, dezembro de 2012

Caminhada da família, agosto 2008

todos os cantos da Arquidiocese onde o Jornal O Semeador chega. Com esse recurso, nossa missão torna-se mais eficaz.” (José Robson Soares Rocha, coordenador arquidiocesano da Pastoral Familiar) “Este jornal tem sido um canal direto entre as ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, entre os voluntários da Pastoral da Criança e a sociedade em geral, mas principalmente no contato com as paróquias que compõem a Arquidiocese de Maceió.” (Maria do Amparo Torres, capacitadora da Pastoral da Criança) “O Jornal O Semeador é um verdadeiro canal de graças! Muitas pessoas acompanham a vida e missão da nossa Igreja através deste importante instrumento de comunicação, evangelização e cidadania. Para nós da Pastoral da Pessoa Idosa, o 'O Semeador' é um caminho que leva conhecimento, fé, vida e esperança a tantas pessoas idosas e suas famílias.” (Crismédio Vieira Costa Neto, coordenador estadual da Pastoral da Pessoa Idosa). Fatos Históricos “Nos últimos anos, dois temas tiveram grande repercussão na

reflexão catequética: o lançamento do Diretório Arquidiocesano de Catequese e o Desenvolvimento das Redes Bíblico-Catequética (os blogs). Destaco ainda, mais recentemente, a divulgação do itinerário do Círio da Fé.” (Pe. Marcio Roberto dos Santos, coordenador da Comissão Arquidiocesana para Animação Bíblico-Catequética) “Sem dúvida o fato histórico que mais repercutiu nessa colaboração da Pastoral Familiar com o Jornal O Semeador foi a inauguração do Instituto Arquidiocesano da Família, artigo publicado, recentemente, em dezembro de 2012.” (José Robson Soares Rocha, coordenador arquidiocesano da Pastoral Familiar) “Dentre as histórias que marcaram a Pastoral da Criança na Arquidiocese de Maceió, e que foram noticiadas no Jornal O Semeador, destaca-se a visita da memorável Dra. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança; e o 1º Encontrão de Líderes do Setor Nossa Senhora dos Prazeres, em 2009, que reuniu 250 líderes da pastoral”. (Maria do Amparo Torres, capacitadora da Pastoral da Criança)


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UM OLHAR DAS PASTORAIS E MOVIMENTOS LEIGOS “Em outubro de 2010, nosso querido pastor Dom Antônio Muniz proclamou em nossa Arquidiocese o Ano da Pessoa Idosa – iniciativa que ganhou reconhecimento de muitos bispos e de várias personalidades nacional e internacional. O Jornal O Semeador foi um importante parceiro no sentido de publicar as atividade do Ano dedicado a Pessoa Idosa.” (Crismédio Vieira Costa Neto, coordenador estadual da Pastoral da Pessoa Idosa). Congratulações por ocasião do centenário de O Semeador “Seja louvado Nosso Senhor Jesus Cristo por nos ter iluminado, no Espírito Santo, a criação desse grande meio de evangelização e catequese, o Jornal O Semeador, inspirado e idealizado a partir da parábola de Jesus que não somente apresentava a mensagem de Deus, mas Ele mesmo a esclarecia para os seus. Neste jornal, também hoje, lemos textos e explicações da Palavra de Deus e de ações pastorais que nos enriquece na fé e na missão. Parabenizamos a tantos bispos, padres, religiosos e religiosas, diáconos, seminaristas e diversos leigos que ao longo destes cem anos nos ajudaram a fazer ecoar, catequizar, a semente da fé.” (Pe. Marcio Roberto dos Santos, coordenador da Comissão Arquidiocesana para Animação Bíblico-Catequética)“ Cem anos de vida para um jornal impresso, em um Estado que historicamente tem se colocado entre os últimos em matéria de escolaridade, mais que uma data, é um marco, pois este periódico se mantém distante dos conchavos e acordos políticos mantendo sua autonomia editorial. Que o Senhor continue a dar forças a todos os que fazem “O Semeador” para que permaneçam firmes na missão, assumindo o desafio de anunciar a Mensagem de Deus a toda a sociedade alagoana.” (José Robson Soares Rocha, coordenador arquidiocesano da Pastoral

Caminhada da Pastoral da Pessoa Idosa

Familiar) “Parabéns Jornal O Semeador! Obrigada por ter sido um meio de união entre as pessoas, tornandoas mais fortes. A comunicação efetiva torna as ações comuns, envolve, encanta, e possibilita que outros se unam a uma rede de amor e solidariedade como a Pastoral da Criança.” (Maria do Amparo Torres, capacitadora da Pastoral da Criança) “Parabenizo o empenho de todos os que fazem e semeiam o Jornal O Semeador! Que este Jornal continue semeando Fé e Vida em Plenitude para todo o povo de Deus ... Continue dando essa importante contribuição à Igreja de Jesus e a toda a família alagoana. Salve o Jornal O Semeador!” (Crismédio Vieira Costa Neto, coordenador estadual da Pastoral da Pessoa Idosa). Nas palavras dos colaboradores entrevistados percebe-se o quanto

a Arquidiocese de Maceió tem se preocupado com a ação pastoral, principalmente no tempo que se chama hoje, em que os desafios da evangelização são diversos, mas que se tornam amenos com a utilização de recursos comunicacionais, a exemplo do impresso centenário “O Semeador”. Observe, porquanto, que este centenário se dá no Ano da Fé, ocasião em que se celebram os 50 anos da abertura do Vaticano II, e em cuja expressão Orante, Missionária e Samaritana vive a Igreja de Maceió, através do incentivo pastoral do arcebispo metropolitano, Dom Antônio Muniz Fernandes, que está atento a uma evangelização eficiente e pastoralmente eficaz, fazendo valer o que diz o Concílio Ecumênico Vaticano II no Decreto Inter Mirifica sobre os Meios de Comunicação Social: “para formar um genuíno espírito cristão nos

leitores, crie-se e se difunda uma imprensa especificamente católica que – sob o estímulo e a dependência direta da autoridade eclesiástica, ou de leigos católicos – seja publicada com o intento de formar, firmar e promover a opinião pública em consonância com a lei natural, a doutrina e a moral católica; e ao mesmo tempo de divulgar e dar a conhecer na sua justa luz acontecimentos ligados à vida da Igreja”. Contudo, este 02 de março de 2013 constitui, por assim dizer, um marco histórico para as variadas pastorais presentes na Arquidiocese de Maceió, que encontram no Jornal O Semeador um meio de ecoar vivazmente suas ações de evangelização em prol do Reino de Deus. Por isso, em alto e bom som pode-se ouvir ecos da ação pastoral da Igreja de Maceió em um jornal Centenário.


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ESPECIAL BENTO XVI Dom Edvaldo G. Amaral

Arcebispo emérito de Maceió

A Renúncia

Naquela segunda-feira (Carnaval no Brasil), 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, o planeta foi sacudido de estupor pela notícia, logo transmitida pela mídia internacional: o Santo Padre Bento XVI anunciava ao mundo sua renúncia ao Sumo Pontificado da Igreja, no próximo dia 28 de fevereiro! Na verdade – conforme fontes do Vaticano – parece que ele teria querido renunciar naquele mesmo dia, mas foi persuadido pelos cardeais, seus mais íntimos conselheiros, a anunciar naquele dia apenas a próxima renúncia. O gesto do Papa Ratzinger causa imensa admiração, por ser o segundo em toda a bimilenar história do papado. O primeiro, que renunciara ao pontificado era Celestino V em 1294, depois declarado santo. Seu sucessor foi o famoso Bonifácio VIII (1294 1303) célebre por suas lutas com o rei Felipe IV de França e acusado, talvez falsamente, de ter induzido o santo Celestino a renunciar. A decisão de nosso querido Bento XVI impressionou o mundo, primeiramente, pela humildade de que se reveste, por se considerar indigno de continuar como Sumo Pontífice por causa da idade. Inclui também profunda renúncia ao “status” de chefe da Igreja, para ser talvez apenas um cardeal da Santa Igreja Romana. Mas foi também gesto de coragem apostólica, ignorando por completo como será sua vida e atividade a partir de agora, nessa nova situação, tão insólita, de um ex-papa. Certamente, como grande teólogo que é, dos maiores da atualidade, vai dedicar-se aos seus estudos e aos

seus livros. Grande era já sua produção teológica, quando eleito Papa, além do recente livro “Jesus de Nazaré”, escrito não como Papa, como pronunciamento do Supremo Magistério da Igreja, mas livro de pesquisa e reflexão, podendo ser contestado e criticado por qualquer estudioso da matéria. Quero informar que, eleito Papa, o teólogo Ratzinger renunciou a todos os direitos autorais de suas mais de duzentas publicações, em favor das combalidas finanças da Santa Sé. Mas, acho que foi também atitude de imenso amor pela Igreja. Julgo que Bento XVI, por esse amor tão grande, que é o sentido de sua vida, teme que pelo peso dos anos, já não possa mais servir à sua Igreja, como desejaria, e assim ela venha a sofrer alguma deficiência, pela idade de seu pontífice supremo. Mas vejo sobretudo, nesta decisão de nosso querido Papa Bento, uma visão de fé nos destinos da Igreja, amparada, guiada e sustentada por seu Divino Fundador. Apesar da fraqueza dos homens que a governam, ela permanece para sempre “nos caminhos da história, em meio às consolações de Deus e às perseguições dos homens” (S. Agostinho). Com seu ato, Joseph Ratzinger faz a entrega do governo supremo da Igreja àquele que é, de fato, seu verdadeiro Chefe, Cristo Jesus.

Wagner Oliveira Teólogo e radialista O legado de Bento XVI Foram quase oito anos de frutuoso pontificado por meio do qual, de maneira afável, humilde e corajosa guiou a Santa Mãe Igreja como o Sucessor de Pedro. Bento XVI fez um trabalho apostólico fundamental e seu nome entrará para a História como o de um Pontífice que mostrou, de forma coerente, a importância do desapego às coisas terrenas e, ao mesmo tempo, provou que é possível, sim, levar o anúncio do Evangelho ao mundo de hoje. Soube sabiamente interpretar o Vaticano II apresentando orientações condizentes a este contexto pósmoderno. É um dos maiores intelectuais do mundo contemporâneo e se tornou um dos mais notáveis pontífices da História da Igreja, um Pastor de almas dedicado, a exemplo de São Paulo, fazendo-se tudo para todos para a todos salvar. Ele ofereceu à Igreja e ao mundo uma extraordinária lição de um estilo pastoral o qual revelou um serviço eclesial que patenteou um Pontífice inteiramente atento a todas as necessidades dos homens e mulheres de todas as nações, raças e crenças. Tal foi sempre sua postura em suas alocuções, nas suas viagens apostólicas na Itália e em outros países, nos livros que publicou e, sobretudo, nas suas três monumentais encíclicas: “Deus é amor”; “Spes Salvi” sobre a Esperança Cristã e “Caridade na Verdade”. Com coragem apontou sempre os erros do mundo hodierno, criticou a violência que pretende ter uma justificação religiosa, execrando sem cessar o relativismo e o hedonismo. Procurou corrigir os desvios éticos com prudência, mas com inflexibilidade. No centro de seu pensamento nunca deixou de estar presente a questão da relação entre a fé e razão, entre a religião e a renúncia à violenta ação da liberdade religiosa. Não houve neste

pontificado uma involução como certos comentaristas apressados comentam, nem ele foi um mero pontífice de transição, mas, isto sim, foi um papa de progressão, que impulsionou um movimento histórico ou marcha para diante da grei de Cristo, resguardando com firmeza os princípios que fundamentam uma fé esclarecida, baseada no amor de Deus pelo homem e que encontra na cruz do Redentor e na sua ressurreição sua máxima expressão. É que para Bento XVI a fé nunca foi uma questão a ser solucionada, mas um dom que deve ser redescoberto dia a dia, trazendo alegria e a plenitude da paz. Bento XVI deixa marcas positivas na História. Cabe agora aos fiéis rezarem para que os Cardeais, iluminados pelo Espírito Santo, escolham o novo Papa que prosseguirá impulsionando a evangelização no mundo como o fez com galhardia e muito talento o Pontífice Emérito. Obrigado, Bento XVI! Durante quase oito anos tivemos a graça de, em todas as edições de nosso jornal centenário, O Semeador, ter a palavra de Bento XVI. Agora, agradecemos a Deus por este tempo em que nosso Papa Emérito pode nos proporcionar com seus belos textos catequéticos para a edificação de nossa fé. Em sua nova caminhada estará unido a nós pela oração. Como ele mesmo disse: “não abano a Igreja, pelo contrário, continuarei a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor”. Estejamos também nós preparados para, a cada dia, darmos o testemunho de amor à Igreja de Cristo como ele fez. Como Cristo nos convida a amar incondicionalmente, que sintamos este amor por sua Igreja e afirmemos, na fé, como disse Bento XVI: “amar a Igreja significa ter a coragem de fazer opções difíceis”. Aguardemos na oração e na fé a escolha iluminada do novo Pontífice que continuará trazendo a sua palavra em nosso jornal.


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CONCLAVE: A ELEIÇÃO DO PAPA Como se dará a eleição do novo Papa O Papa Emérito Bento XVI fez publicar antes de sua renúncia a Carta Apostólica em forma de “Motu Proprio” (de iniciativa própria) sobre algumas modificações nas regras relativas à eleição do Romano Pontífice. Dentre os pontos do “Motu Proprio”, Bento XVI deixou ao Colégio Cardinalício a faculdade de antecipar o início do Conclave se consta da presença de todos os cardeais eleitores, como também a faculdade de prolongar, se existirem motivos graves para tal. Passados ao máximo vinte dias do início da Sé Vacante, todos os cardeais eleitores presentes devem proceder à eleição. A escolha do novo papa será realizada numa reunião de cardeais conhecida como Conclave. A palavra Conclave vem da expressão latina cum clavis, que significa com chave. O Conclave foi criado em 1274, pelo Papa Gregório X, para que a Igreja escolha o sucessor de Pedro, o Papa. Papa é o título dado ao bispo de Roma e sucessor de Pedro Pertencem ao Colégio Cardinalício, atualmente 209 cardeais, dos quais, no máximo, 120 são eleitores, com menos de 80 anos de Idade, segundo a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, promulgada pelo Papa João Paulo II em 22 de fevereiro de 1996, que estabelece as regras, hoje vigentes, para a eleição do Pontífice. Devem participar do próximo Conclave 117 cardeais, serão 61 europeus, 19 latinoamericanos, 14 norte americanos, 11 africanos, 11 asiáticos e 1 da Oceania. O Brasil tem 5 eleitores e a Itália é o pais que possui maior número de eleitores, 19 cardeais. Cardeal é um título dado pelo Papa aos membros do Colégio, que são

conselheiros e eleitores papais. Bento XVI divulgou sua carta renúncia durante o Consistório Ordinário Público (reunião de cardeais convocada e presidida pelo papa), realizado em Roma, no dia 11 de fevereiro, às 11h42 minutos. A Sé ficou Vacante no dia 28, às 20h, horário de Roma, pondo fim, a um pontificado de quase 8 anos. Uma renúncia papal é um ato jurídico previsto no Código de Direito Canônico da Igreja, no nº 332. O último

papa que renunciou ao pontificado foi Gregorio XII, em 1415. Como acontecerá a eleição Os cardeais eleitores convocados deverão iniciar o Conclave nos próximos dias. Preside as reuniões o Cardeal Camerlengo, atualmente, o cardeal italiano Tarcisio Bertone (nomeado em 04 de abril de 2007). Ele será o encarregado de preparar o conclave, cuidar do sigilo

das reuniões, receber os votos dos eleitores e administrar os trâmites legais da eleição do novo papa. Os eleitores participarão de uma missa na Basílica de São Pedro, e logo após se retirarão para a Capela Sistina, quando todos os acessos serão fechados para garantir o total isolamento dos cardeais que ficarão hospedados na Casa Santa Marta, na Cidade do Vaticano, em celas particulares, sem qualquer tipo de contato com o restante do mundo. Durante o escrutínio (processo de eleição) o candidato deverá ter pelo menos, uma maioria de dois terços dos votos ou a maioria absoluta após 33 escrutínios, no decorrer de vários dias, interrompidos por um eventual dia de oração. Os cardeais recebem um papel retangular com as palavras impressas “Eligo in summum pontificem” (Elejo como Sumo Pontífice). Depois, cada um escreve o nome de quem deseja eleger Papa, dobra o papel ao meio e leva-o até um altar, onde estarão os três cardeais escrutinadores escolhidos por sorteio. O ritual implica ainda em um juramento: “Chamo como testemunho Jesus Cristo, o Senhor, que seja meu juiz, que o meu voto seja dado àquele que perante Deus considero dever ser eleito”. Nessa altura, o voto é colocado num cálice. Depois de todos os cardeais usarem o seu direito de voto, os três escrutinadores farão a contagem dos votos. Cada voto secreto quanto ao seu autor, é lido em voz alta. Os papéis onde os votos são expressos são, depois, queimados. Sem o consenso, os papeis são queimados com uma solução química que produzirá uma fumaça preta na chaminé da Capela, indicando aos que

aguardam na Praça de São Pedro, que a votação terá de ser repetida e o mundo ainda não tem um novo Papa. Quando há consenso, o eleito é chamado pelo Decano dos Cardeais, ou do seu representante, a aceitar ou a recusar a posição de Supremo Pontífice: “Acceptasne eletionem de te canonice factam in Summum Pontificem?” (“Aceitas a tua eleição, canonicamente feita, para Sumo Pontífice?”). Se aceitar é declarado logo, e oficialmente, Papa. O eleito informa durante a aceitação com qual nome deseja ser chamado e os cardeais prometem obediência prostrando-se, um a um. Concretizada a escolha do novo Papa os votos, apontamentos dos Cardeais e as tiras do sorteio dos escrutinadores são levados para serem incinerados dentro do forno da Capela Sistina, que produzirá uma fumaça branca anunciando a multidão que aguarda na Praça São Pedro para conhecer o novo papa. Para garantir que o novo papa tenha vestes do seu tamanho, o Vaticano providencia antecipadamente vários modelos, para todos os tamanhos. Assim, no dia da eleição e da tomada de posse, o novo papa estará vestido a rigor.

É na “Sala das Lágrimas”, perto da Capela Sistina, que o novo Papa se veste. Ao novo Papa é dado o Anel do Pescador, que será usado até à sua morte. O anúncio é feito pelo cardeal protodiácono, atualmente, o cardeal francês, Dom Jean-Louis Tauran, que pronunciará as palavras solenes: "Anuncio-vos com a maior alegria!: Temos Papa!(Habemus Papam!) Eminentíssimo e Reverendíssimo

Senhor [primeiro nome],Cardeal da Igreja Católica Romana [apelido], que escolheu para si o nome de [nome papal]." O seu primeiro gesto é a Bênção Urbi et Orbi, lançada sobre a cidade de Roma e ao Mundo. Os cardeais do Brasil O Brasil possui nove cardeais, porém já ultrapassaram o limite de 80 anos para participarem do Conclave. Dom Eusébio Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, com 81 anos; dom Paulo Evaristo Arns, de 91 anos, arcebispo emérito de São Paulo; dom Serafim Fernandes de Araújo, de 88 anos, arcebispo emérito de Belo Horizonte; e dom José Freire Falcão, de 87, arcebispo emérito de Brasília. Os cardeais eleitores brasileiros são: Dom Odilo Pedro Scherer - o cardeal arcebispo de São Paulo, 63 anos, é mestre em Filosofia e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Dom João Braz de Aviz - aos 65 anos, em 2012 foi nomeado Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano. Dom Raymundo Damasceno Assis - cardeal arcebispo de Aparecida, São Paulo, dom Raymundo Damasceno é presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Dom Frei Cláudio Hummes - é frade franciscano, de 78 anos de idade, é arcebispo emérito de São Paulo. É membro da Pontifícia Comissão para a América Latina. É considerado moderado, sendo preocupado com as questões sociais e zeloso em relação à doutrina da Igreja. Defensor dos direitos dos trabalhadores, foi uma voz de contestação ao regime militar brasileiro. Dom Geraldo Majella Agnelo arcebispo emérito de São Salvador, na Bahia, o cardeal dom Geraldo Majella Agnello nasceu em Juiz de Fora (MG) tem 79 anos. Deixou a cátedra da igreja na capital baiana quando completou 75 anos.

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ATUALIDADE

DESTAQUE

Comunidade Doce Mãe de Deus realiza Cenáculo de Oração

Novas Comunidades se reúnem com o vigário episcopal da Vida Consagrada na Arquidiocese de Maceió Com o objetivo de reunir as Novas Comunidades para um momento de reflexão e orientação pastoral, Mons. Pedro Teixeira Cavalcante, vigário episcopal da Vida Consagrada na Arquidiocese de Maceió, promoveu Encontro na quinta, 21 de fevereiro, no auditório da Igreja Divino Espírito Santo, no bairro da Jatiúca. Em sua explanação, Mons. Pedro Teixeira fez uma digressão da história da Vida Consagrada na Igreja e expôs o olhar pastoral do arcebispo de Maceió para com esta realidade. Além disso, o vigário comentou as palavras dos últimos papas sobre as Novas Comunidades. Como resultados do evento, ficou estabelecida uma pequena agenda para os próximos meses, a possibilidade de um encontro de formação que contará com a presença de Dom Antônio Muniz, além de um retiro espiritual. Participaram do encontro representantes das Comunidades Shalom, Doce Mãe de Deus, Trindade Santa, Nova Jericó, Divina Revelação, Segue-me, Missão Rosa Mística e alguns irmãos de Viçosa.

A missão de Maceió da Comunidade Doce Mãe de Deus realiza nos dias 16 e 17 de março deste ano, a quinta edição do seu Cenáculo de Oração. O evento será realizado no auditório do SENAI, localizado no bairro do Poço e tem por tema “A Cruz é para nós como o Sol”. Este ano o encontro conta com a presença de Inaldo Alexandre, moderador e fundador da Comunidade Doce Mãe de Deus e de Pe. Márcio José, sacerdote da Comunidade que realiza trabalho com a Juventude na Arquidiocese da Paraíba e no Regional Nordeste 2, além da participação de Pe. Márcio Fabiani, administrador da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, situada no bairro do Jacintinho. “O Cenáculo é um convite a todos os que desejam aprofundar o itinerário pessoal de oração e penitência, proposto pela igreja em seu tempo litúrgico quaresmal. Um período de 40 dias em que os cristãos vivem com propósitos de mudança de atitudes, jejuns e práticas de caridade orientadas pela oração e Palavra de Deus”, explica Wagner Oliveira, consagrado da Comunidade. Ele ainda enfatiza que as palestras e momentos de oração serão conduzidos a uma contemplação da “cruz de Cristo” como sinal de amor incondicional de um Deus que viveu e morreu por nós. A programação conta com momentos de palestras, adoração ao Santíssimo Sacramento, orações, tudo culminando com a celebração da Santa Missa ao final de cada dia. Os participantes contarão ainda com uma estrutura de alimentação para os que desejarem passar o dia no local. As inscrições podem ser feitas na Casa da Comunidade Doce Mãe de Deus, situada no Vergel do Lago, como também nas livrarias Paulinas e Paráclito, ambas no Centro de Maceió. A taxa solicitada é uma colaboração de R$ 10,00 para ajudar nas despesas. A equipe de organização informa que as vagas são limitadas. Mais informações: 3326-5753 ou 8876-8433.

Paróquia de São Pedro na Ponta Verde abre Curso de formação para coroinhas

A Paróquia de São Pedro Apostolo, localizada na Ponta Verde, promove Curso de formação para coroinhas a partir deste mês. Os encontros acontecerão sempre nos 1º e 3º sábados de cada mês, das 15h às 16h30, na Igreja Matriz. Podem participar jovens e adolescentes que desejam auxiliar nas celebrações eucarísticas. Mais informações e inscrições na Secretaria da Paróquia ou através do número 3231-7044.

I Gincana da Fraternidade

A Pastoral da Juventude da paróquia de São Francisco de Assis, no bairro do Santos Dumont. Realiza no dia 23 de março, às 14, no Ginásio do Colégio Mahatma Gandi, a I Gincana da Fraternidade com a juventude em comunhão com a Campanha da Fraternidade 2013. Vai ser um momento de formações e conhecimento para os jovens

Paróquia de Colônia Leopoldina realiza Assembleia Paroquial A Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, situada na cidade de Colônia Leopoldina, em Alagoas, realizou Assembleia Paroquial no último Domingo, 24, das 09h às 15h. O evento teve por objetivo avaliar os projetos de ação pastoral e organizar as datas da agenda da comunidade. Os diversos grupos, movimentos, pastorais e serviços da Paróquia apresentaram seus calendários de atividades a serem realizadas durante este ano. O encontro ofereceu também a oportunidade de conhecer o que é realizado por cada grupo e como está sua realidade em termos de estrutura. “Desta forma, teremos uma linha de ação conjunta em relação à pastoral”, explica Pe. Luis Sampaio, administrador paroquial, ao justificar os presentes sobre a iniciativa. Através do método ver, julgar e agir, foram traçadas metas a serem alcançadas de acordo com os desafios da realidade atual na cidade. A Assembleia teve a Assessoria da Irmã Danúzia, pertencente à congregação das Filhas do Sagrado Coração de Jesus e contou com cerca de 50 participantes.


O Semeador Pastorais Sociais realizam Encontro Provincial As diversas Pastorais Sociais do Estado de Alagoas realizaram no último sábado, 22, um Encontro Provincial, na cidade de Palmeira dos Índios. O evento contou com a presença de Dom Dulcenio Fontes de Matos, bispo diocesano de Palmeira dos Índios e de Dom José Luiz, bispo diocesano de Pesqueira e referencial das Pastorais Sociais no Regional Nordeste 2 da CNBB. A arquidiocese de Maceió esteve representada pelo Padre Rogério Madeiro, da Congregação da Missão e coordenador das Pastorais Sociais, Carlos Lima, da Comissão da Pastoral da Terra (CPT) e Crismédio Neto, articulador da Pastoral da Pessoa Idosa. Pastoral da Escuta é implantada na Paróquia de Nossa Senhora das Graças na Levada A Paróquia de Nossa Senhora das Graças, na Levada, implanta a Pastoral da Escuta, oferecendo um serviço de atendimento àqueles que desejam partilhar sobre suas vidas ou receber oração. O trabalho é voluntário e os atendentes podem ser contatados pelo telefone 3031-7913, funcionando 24h, inclusive aos feriados. Cerca de mil pessoas são esperadas 8° Mutirão Brasileiro de Comunicação no RN Este ano, a cidade de Natal no Rio Grande do Norte sediará durante os dias 27 de outubro a 01 de novembro o 8° Mutirão Brasileiro de Comunicação. Segundo a organização, aproximadamente mil pessoas são esperadas para o evento que reúne comunicadores de todo país. Com o tema “Comunicação e Participação Cidadã: Meios e processos”, terá na abertura a conferência com Muniz Sodré, professor emérito da UFRJ. A inscrição custa R$ 100 até o mês de julho e R$ 130 até o dia 10 de outubro e pode ser feitas pelo site: www.muticom.com.br.

Programa

MOMENTOS

VIDA

EVANGELIZANDO ATRAVÉS DO RÁDIO

Rádio Difusora - 960 AM Domingo - 6h45 às 7h30

Rádio Imaculada Conceição - 1320 AM Segunda a Sexta - 8 às 09h

Pároco da Igreja de São Pedro na Ponta Verde visita enfermos e acamados na Quaresma

Durante a Quaresma, às sextas-feiras, o Côn. José Everaldo Filho visita os enfermos e acamados da Paróquia de São Pedro Apostolo, na Ponta Verde, a fim de realizar orações, confissões e unção dos enfermos. Aqueles enfermos que não podem frequentar a Igreja, mas não têm impedimentos para receber a comunhão, serão acompanhados pelos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, a fim de dar continuidade à recepção da Sagrada Eucaristia.

Núcleo Psicológico realiza atendimento na Paróquia de Nossa Senhora das Graças

Outro serviço oferecido pela Paróquia de Nossa Senhora das Graças é um atendimento psicológico, através do Núcleo Psicológico Graça. De segunda a sexta, profissionais voluntários atendem a jovens, adultos, crianças e realizam também orientação vocacional. O serviço é gratuito e mais informações podem ser obtidas na Secretaria da Igreja Matriz ou pelo telefone 3223-4156.

VAI ACONTECER

ATUALIDADE

DESTAQUE

20 ANOS DE 1

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Coleta Nacional da Solidariedade sustenta projetos sociais

Todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sob a coordenação da Cáritas Brasileira, promove a Coleta Nacional da Solidariedade que acontece nas dioceses, igrejas, paróquias e comunidades de todo o país. A coleta é realizada no Domingo de Ramos e este ano acontece no dia 24 de março. Na data, os fiéis doam recursos financeiros que são destinados aos Fundos Nacional e Diocesanos de Solidariedade. Sessenta por cento do total da coleta permanecem na diocese de origem e compõem os Fundos Diocesanos de Solidariedade (FDS). Os recursos são destinados ao apoio de projetos sociais da própria comunidade diocesana. Os outros 40% dos recursos restantes compõem o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) que são revertidos para o fortalecimento de projetos sociais em todo o Brasil. Nos últimos cinco anos, o Fundo Nacional de Solidariedade ajudou 1.142 projetos em todo o Brasil. Os Fundos de Solidariedade estão ligados à superação de ações assistencialistas junto a comunidades empobrecidas.

Curso de Teologia

Estão abertas as inscrições para o curso de Teologia Pastoral no Instituto Nossa Senhora do Livramento. As matriculas devem ser feitas na secretaria da Igreja do Livramento no Centro de Maceió. Valor da matricula e mensalidade R$ 30,00. Professores: Mons. Celso Alípio, Pe. Francisco Teixeira e Pe. Luciano Duarte. Início das aulas 6 de março, com aulas as quartas e quintas-feiras. Telefone: 3223-8964

Colégio Rosa Mística

Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio Conj. Osmam Loureiro, Q. C-2, nº 133 CEP 57071-330 - Tab do Martins Fone: 3324-2803 / 3338-2391 - Maceió-AL E-mail: misticarosa@ig.com.br

Formando Cidadãos


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Liturgia Diária - Março de 2013 - Ano C 01/03/2013 (Sexta-feira)

11/03/2013 (Segunda-feira)

1ª leitura - Gn 37,3-4.12-13.17-28 Salmo responsorial - Sl 105,16-21 Evangelho - Mt 21,33-46

1ª leitura - Is 65,17-21 Salmo responsorial - Sl 29 Evangelho - Jo 4,43-54

02/03/2013 (Sábado)

21/03/2013 (Quinta-feira) 1ª leitura - Gn 17,3-9 Salmo responsorial - Sl 104, 4-9 Evangelho - Jo 8,51-59

12/03/2013 (Terça-feira)

22/03/2013 (Sexta-feira)

1ª leitura - Mq 7,14-20 Salmo responsorial - Sl 103 Evangelho - Lc 15,1-3.11-32

1ª leitura - Ez 47,1-9.12 Salmo responsorial - Sl 45 Evangelho - Jo 5,1-16

1ª leitura - Jr 20,10-13 Salmo responsorial - Sl 17 Evangelho - Jo 10,31-42

03/03/2013 3º Domingo da Quaresma

13/03/2013 (Quarta-feira)

23/03/2013 (Sábado)

1ª leitura - Is 49,8-15 Salmo responsorial - Sl 144 Evangelho - Jo 5,17-30

1ª leitura - Ez 37,21-28 Responsório - Jr 31,10-13 Evangelho - Jo 11,45-56

14/03/2013 (Quinta-feira)

24/03/2013 Domingo de Ramos

1ª leitura - Ex 3,1-8.13-15 Salmo responsorial - Sl 103 2ª leitura - 1Cor 10,1-6.10-12 Evangelho - Lc 13,1-9

04/03/2013 (Segunda-feira) 1ª leitura - 2Rs 5,1-15 Salmo responsorial - Sl 42;43 Evangelho - Lc 4,24-30

05/03/2013 (Terça-feira)

1ª leitura - Dn 3,25.34-43 Salmo responsorial - Sl 25 Evangelho - Mt 18,21-35

06/03/2013 (Quarta-feira) 1ª leitura - Dt 4,1.5-9 Salmo responsorial - Sl 147 Evangelho - Mt 5,17-19

07/03/2013 (Quinta-feira)

1ª leitura - Êx 32,7-14 Salmo responsorial - Sl 105, 19-23 Evangelho - Jo 5,31-47

15/03/2013 (Sexta-feira)

1ª leitura - Sb 2,1a.12-22 Salmo responsorial - Sl 33 Evangelho - Jo 7,1-2.10.25-30

16/03/2013 (Sábado)

1ª leitura - Jr 11,18-20 Salmo responsorial - Sl 7 Evangelho - Jo 7,40-53

17/03/2013 5º Domingo da Quaresma

1ª leitura - Jr 7,23-28 Salmo responsorial - Sl 95 Evangelho - Lc 11,14-23

1ª leitura - Is 43,16-21 Salmo responsorial - Sl 125 2ª leitura - Fl 3,8-14 Evangelho - Jo 8,1-11

08/03/2013 (Sexta-feira)

18/03/2013 (Segunda-feira)

1ª leitura - Os 14,2-9 Salmo responsorial - Sl 81 Evangelho - Mc 12,28-34

09/03/2013 (Sábado) 1ª leitura - Os 6,1-6 Salmo responsorial - Sl 50 Evangelho - Lc 18,9-14

10/03/2013 4º Domingo da Quaresma 1ª leitura - Jr 5,9a.10-12 Salmo responsorial - Sl 33 2ª leitura - 2Cor 5,17-21 Evangelho - Lc 15,1-3.11-32

1ª leitura - Dn 13,41c-62 Salmo responsorial - Sl 22 Evangelho - Jo 8,1-11

19/03/2013 (Terça-feira) Solenidade de São José

1ª leitura - 2Sm 7,4-5a.12-14a.16 Salmo responsorial - Sl 88 2ª leitura - Rm 4,13.16-18.22 Evangelho - Mt 1,,16.18-21.24a

20/03/2013 (Quarta-feira)

1ª leitura - Dn 3,14-20.24.49a.91-92.95 Responsório - Dn 3,52-56 Evangelho - Jo 8,31-42

Evangelho - Lc 19,28-40 1ª leitura - Is 50,4-7 Salmo responsorial - Sl 21 2ª leitura - Fl 2,6-11 Evangelho - Lc 23,1-49

25/03/2013 (Segunda-feira) 1ª leitura - Is 42,1-7 Salmo responsorial - Sl 26 Evangelho - Jo 12,1-11

26/03/2013 (Terça-feira) 1ª leitura - Is 49,1-6 Salmo responsorial - Sl 70 Evangelho - Jo13,21-33.36-38

27/03/2013 (Quarta-feira)

Aniversariantes 30/03/2013 Sábado Santo Vigília Pascal

1ª leitura - Gn 1,1-2,2 Salmo Responsorial - Sl 103 2ª leitura - Gn 22,1-18 3ª leitura - Êx 14,15-15,1 Responsório - Êx 15,1-6.17-18 4ª leitura - Is 54,5-14 Salmo responsorial - Sl 29 5ª leitura - Is 55,1-11 Responsório - Is 12, 2-6 6ª leitura - Br 3,9-15.32-4,4 Salmo responsorial - Sl 18,8-11 7ª leitura - Ez 36,16-17a.18-28 Salmo responsorial - Sl 41/42 Leituras do Novo Testamento Rm 6,3-11 Salmo responsorial - Sl 117 Evangelho - Lc 24,1-12

31/03/2013 Domingo da Páscoa do Senhor Evangelho - Lc 19,28-40 1ª leitura - Is 50,4-7 Salmo responsorial - Sl 21 2ª leitura - Fl 2,6-11 Evangelho - Lc 23,1-49

Campanha da Fraternidade Tema: Fraternidade e juventude Lema: Eis-me aqui, envia-me! (Is 6,8)

28/03/2013 Quinta-feira Santa Ceia do Senhor

Coleta da Solidariedade de 2012 Dia 24 de março de 2013

29/03/2013 Sexta-feira Santa Paixão do Senhor

1ª leitura - Is 52,13-53,12 Salmo responsorial - Sl 30 2ª leitura - Hb 4,14-16;5,7-9 Evangelho - Jo 18,1-19,42

Natalício 05 / 03 - Côn. Antônio Alexandre da Silva 13/03 - Frei Osvaldo Pereira, OFMCap. 19/03 - Côn. José Kermes Martins Ordenação 14/03 - Mons. Pedro Teixeira Cavalcante - Ano 1959 19/03 - Pe. Cristovão da Silva de Almeida Ano 1999 19/03 - Côn. Claudinier José Medeiros - Ano 1993 25/03 - Bacilon Monteiro da Silva - ano 2000 25/03 - Ernesto Amynthas - Ano 1992 25/03 - Côn. João Neto - Ano 1999 25/03 - Côn. Walfran Fonseca - Ano 1999

Orientações litúrgicas: Ano da Fé 11 de outubro de 2012 a 23 novembro de 2013

1ª leitura - Is 50,4-9a Salmo responsorial - Sl 68 Evangelho - Mt 26,14-25

1ª leitura - Êx 1,1-18.11-14 Salmo responsorial - Sl 115 Evangelho - Jo 13,1-15

O Semeador

Abstinência de carne e jejum Dia 29 de março, Sexta-feira da Paixão do Senhor. Jornada Mundial da Juventude 23 a 28 de Julho, no Rio de Janeiro Tema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Informações: http://www.rio2013.com

ARQUIDIOCESE NA INTERNET www.arquidiocesedemaceio.org.br

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