Jornal da Arquidiocese | nº 262 | Novembro 2019

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FLOR I A NÓPOLIS, nº 262

Jornal da

NOV E M BRO DE 2019

ARQUIDIOCESE Mês Missionário Paróquias já colhem frutos | 3

Vocação Pe. Willian Vogel é ordenado em Brusque | 3

Santa Catarina Festa da padroeira na Catedral | 4


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Jornal da Arquidiocese, NOVEMBRO DE 2019

Editorial

O medo é humano

Música, missão e comunicação A música é um importante instrumento de unidade para tornar eficaz o anúncio do Evangelho no mundo de hoje, através da beleza que ainda fascina e torna possível crer no amor do Pai. Por isso, nada melhor do que aproveitar a intercessão de Santa Cecília, padroeira dos músicos cuja memória litúrgica celebramos no dia 22 de novembro. Outro assunto importante dessa edição são os frutos do Mês Missionário Extraordinário e os diversos eventos que marcaram esse tempo especial na nossa Igreja. Foram visitadas pessoas em hospitais, colégios, casas de recuperação... Quantas pessoas puderam viver uma experiência missionária em sua paróquia ao visitar os vizinhos e doentes da comunidade?! Há tantas histórias, testemunhos e partilhas! Como comunicar tudo o que vimos e vivemos? Para isso contamos com você, amado(a) leitor(a). Envie-nos o seu testemunho ou um breve relato de como a sua comunidade viveu o Mês Missionário Extraordinário e quem sabe ele será compartilhado com todos através de um espaço especial em nosso site. Outra novidade é a chegada da jornalista Giovanna Dutra, a mais nova colaboradora da Assessoria de Comunicação da Arquidiocese que integra o núcleo editorial do jornal. Bem vinda, Giovanna! Que o Espírito Santo conduza teus caminhos conosco.

D O M W I L S ON T A DE U J ÖNC K , S C J Não há como viver neste mundo sem enfrentar os próprios medos. Já houve quem definisse o medo como a principal ameaça à construção do ser. Mas também é verdade que o confrontar-se com os seus medo é o caminho necessário para o amadurecimento humano. O medo é um sinal que aponta para algo além da situação vivida. E o que se encontra debaixo do medo é um tesouro que vale a pena ser descoberto. Durante a vida toda pessoa terá que dar uma resposta ao medo de ser rejeitado, o medo de fracassar, o medo da solidão, o medo da morte, o medo da doença e da dor. A construção da pessoa madura passará pela qualidade de resposta a estes medos. Pode-se apontar algumas atitudes que não produzirão bom resultado: “não posso cometer erro algum para não ser desvalorizado”, “não posso passar vergonha para não ser rejeitado”. A presença dos medos indica que eles têm um sentido na vida da pes-

Nos caminhos de Francisco

soa. E que é preciso ultrapassá-los. O último passo desta passagem deve ser efetuado por cada pessoa sozinha. Assim o medo da solidão mostra que no íntimo da pessoa há um espaço onde ninguém pode entrar. É importante frequentar este lugar. Costuma ser o espaço privilegiado do encontro com Deus e consigo mesmo. Também o medo da morte aponta para aquilo que distingue nossa vida e nosso destino. Morreremos, mas nossa identidade não será destruída. Uma das novidades do Evangelho é apontar caminhos para enfrentar adequadamente os medos essenciais da vida. Desta forma a obediência responde ao medo do poder que outros podem ter sobre nós. Mostra que abrir-se à vontade de Deus torna a pessoa livre. A pobreza é uma resposta ao medo de privações, de levar desvantagens, do medo do desprezo e da desconsideração. Abre-se mão das seguranças e confronta-se com a verdade. Confessa que Deus é capaz de

preencher os anseios humanos. A castidade responde ao medo de não ter onde se apoiar. Nesta situação a pessoa tende a se agarrar a outras pessoas ou a seguranças exteriores. Quando a pessoa se confronta com seus medos através dos caminhos indicados pelo Evangelho, alcança a sua verdade e liberdade interior. Encontra seu verdadeiro ser e adquire atitudes consistentes de maturidade.

Nas redes

“Neste Sinodo Amazônico, sentimos “O Senhor deseja que os seus filhos

a necessidade de nos colocar diante

superem toda particularidade

do Senhor, de colocá-lo no centro, em

para se abrirem à universalidade

nível pessoal e como Igreja. Porque

da salvação. Este é o objetivo, pois

se anuncia somente o que se vive.”

Deus quer que todos sejam salvos ”

27 de outubro, no Twitter

16 de outubro, na Audiência Geral

“O ato, pelo qual somos feitos filhos de Deus, sempre é eclesial, nunca “A todos nós, o Senhor dá uma

individual: da comunhão com Deus,

vocação para nos fazer descobrir

Pai e Filho e Espírito Santo, nasce

talentos a fim de colocá-los

uma vida nova partilhada com

ao serviço dos outros.”

muitos outros irmãos e irmãs ”

14 de outubro, no Twitter

20 de outubro, Dia Mundial das Missões

“No dia de Nossa Senhora Aparecida, trago no coração o povo brasileiro e envio uma saudação. Que Ela, pequenina e humilde, continue cobrindo-os e acompanhando-os em seu caminho: caminho de paz, de alegria, de justiça.” 12 de outubro, Festa de Nossa Senhora Aparecida

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC,

(48) 3224-4799 / 99673-1266 Email: imprensa.arquifln@gmail.com Site: www.arquifln.org.br

Recordação da visita de São João Paulo II à Arquidiocese

O Papa Francisco envia mensagem especial aos brasileiros

instagram.com/arquifloripa

instagram.com/arquifloripa

Dom Wilson envia mensagem sobre o Mês Missionário

Prestação de contas: Coleta para o Congresso Eucarísitco Nacional

youtube.com/arquidiocesedeflorianopolis

facebook.com/arquifloripa

Diretor: Pe. Vitor Galdino Feller

Diagramação: Fabíola Goulart e Giovanna Dutra

Conselho Editorial: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Pe. Sedemir de Melo, Fabíola Goulart, Giovanna Dutra,

Coord. Publicidade: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa

Fernando Anísio Batista. Jornalista Responsável: Fabíola Goulart (MTB 06647/SC) Projeto Gráfico: Lui Holleben/Gustavo Huguenin

Tiragem: 24.000 exemplares Impressão: Gráfica Soller O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal , de distribuição gratuita, da Arquidiocese de Florianópolis.


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Frutos do Mês Missionário Extraordinário devem ser cultivados

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Retalhos do Cotidiano P R OF E S S OR C A R L O S M A R T E N DA L

Foto: Valério Andrade

A proclamação do Mês Missionário Extraordinário (MME) foi um acontecimento eclesial muito importante para a Igreja. O objetivo da instituição deste mês foi reavivar entre os cristãos a vocação batismal. Cada um tem de estar em constante missão e obedecer ao que nosso Senhor Jesus nos ensinou: “Ide por todo mundo e proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). Segundo Pe. Revelino Seidler, coordenador arquidiocesano de pastoral, este mês serviu também para despertar a consciência da necessidade da missão. “Com o Mês Missionário Extraordinário houve uma ampliação da visão dos cristãos, que por consequência levou à oração, depois à reflexão e, por fim à ação. E também demostrou que a missão deve ser constante e não se atentar somente a um mês do ano”, completa.

Família

Que nossas famílias não sejam uma solidão, mas um celeiro de amor!

Poupança

Poupar-se é não seguir a Cristo, Caminho, Verdade e Vida! Santa Teresa d’Ávila pergunta: “Ó meu Deus, o que pensa quem não se desfaz todo por vós?”

Perto

Quanto mais se reza, mais se ama; quanto mais se ama, mais se fica perto de Deus; quanto mais perto de Deus, mais perto dos pobres, os prediletos do Senhor!

Entrega

O amor não reserva nada para si; entrega tudo ao outro, no Outro!

Pertença

Se quiseres ser um bom cristão, vais sentir, muitas vezes, que não mais te pertences.

Coqueiro

Tolheram o crescimento do coqueiro. Árvores grandes abafam-no. Não podendo subir, põe-se para os lados. Na aridez, busquemos as coisas do alto pondo-nos embaixo, ao lado dos irmãos. Paróquias prepararam espaços e atividades especiais.

“E caíram em terra boa e produziram frutos...”

Arquidiocese celebra ordenação presbiteral do Pe. Willian Vogel Foto: Everton Marcelino

Paróquia São Joaquim – Garopaba Durante o mês de outubro, a Paróquia São Joaquim realizou diversas ações missionárias. Os paroquianos realizaram a Romaria de Nossa Senhora Aparecida pelas ruas de Garopaba, rezando o terço e refletindo sobre o MME. Outra iniciativa da paróquia foi ir ao encontro dos doentes das comunidades para rezar com eles. Paróquia São José – São José O Mês Missionário Extraordinário marcou a Paróquia São José, em São José. Como fruto das missões, os paroquianos deram os primeiros passos para a criação de uma Pastoral Missionária. Jennifer Amorim conta “que, certamente, o Mês Missionário Extraordinário foi a resposta do povo ao convite de Jesus: ‘Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda criatura’”. (Mc 16,15)

Pe. Willian (ao centro) com o arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson (direita) e o Pe. Diomar Romoniv, de Brusque.

No mês de outubro os fiéis da Arquidiocese puderam celebrar mais uma ordenação presbiteral. No dia 19 de outubro, o segundo grau da Ordem Sacerdotal foi conferido a Willian Vogel através da imposição das mãos do arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj. O lema do neo-sacerdote é: “Nada temas, eu te chamo pelo nome, tu és meu!” (Is 43, 1). A celebração eucarística aconteceu na Igreja Matriz São Luís Gonzaga, em Brusque. Estiveram presentes cerca de

1.000 pessoas, entre padres, diáconos, seminaristas, religiosas e fiéis. A primeira missa do neo-sacerdote aconteceu no dia 20 de outubro, na Comunidade Sagrado Coração de Jesus, no bairro Guarani, em Brusque, bairro de origem do padre. Atualmente Pe. Willian atua como vigário na paróquia da Catedral, em Florianópolis. A próxima ordenação será do Diácono Clóvis Martins, no dia 15 de novembro, na Matriz da Paróquia São Joaquim, em Garopaba, às 9h.


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Fiéis celebram Santa Catarina de Alexandria Arquidiocese. A programação terá início com a concentração e oração em frente à Igreja São Francisco das Chagas, no centro de Florianópolis.

Foto: Arquivo

No dia 24 de novembro, a Catedral Metropolitana de Florianópolis celebra a Festa de Santa Catarina de Alexandria, padroeira da Ilha, do Estado e da

A festa mais tradicional em honra a padroeira ocorre na Catedral Metropolitana, com presença do arcebispo.

Florianópolis recebe Congresso Nacional da Pastoral Familiar Agentes da Pastoral Familiar, movimentos, associações e serviços familiares já podem se inscrever para o Congresso Nacional da Pastoral Familiar, a ser realizado de 4 a 6 de setem-

bro de 2020, no Centro de Eventos Luís Henrique da Silveira, em Canasvieiras. O tema da edição, “Amor Familiar: vocação e caminho de santidade”, foi escolhido em sintonia com o tema do X Encontro Mundial das Famílias com o Papa Francisco, que acontecerá em 2021, com o lema: “Se eu não tenho amor, eu nada sou” (I Cor 13,2). A arte do encontro já foi divulgada e faz referência ao tema e ao local do congresso, destacando a Sagrada Família retratada na imagem de Nossa Senhora do Desterro, padroeira de Florianópolis. Para saber mais, acesse o site: www.congressopastoralfamiliar.org.br.

Logo após, segue-se a procissão em direção ao largo São João Paulo II onde acontecerá a missa festiva, às 16h15. Como preparação para a festa Pe. David Antônio Coelho, pároco da Catedral, convida a todos a participar das novenas que acontecerão de 15 a 23 de novembro, às 18h15. A Capela do Colégio Catarinense também terá comemorações em honra a Santa Catarina. A programação terá início no dia 18 de novembro com a palestra “És Formadora de Cidadãos”, às 18h15, no auditório da Catedral e se encerra no dia 25 de novembro com Missa solene de Santa Catarina de Alexandria, na capela do colégio, às 18h30. A programação completa você encontra em nosso site: www.arquifln.org.br.

65 anos de ordenação presbiteral de Dom Vito Foto: Arquivo

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No dia 28 de novembro, o bispo auxiliar emérito da Arquidiocese, Dom Vito Schlickmann, completará 65 anos de sua ordenação presbiteral. Para celebrar este dia especial, acontecerá uma missa em ação de graças na igreja matriz da Paróquia Santa Cruz, em São José , às 19h30.

FACASC promove Jornada de Estudos sobre a Família A Faculdade Católica de Santa Catarina convida a todos para participar da Jornada de Estudos sobre a Família, que acontecerá nos dias 29 e 30 de novembro e 1 de dezembro na sede da instituição. O evento quer proporcionar um ambiente de reflexão sobre a mediação e acompanhamento de famílias no contexto acadêmico e sóciocomunitário. A Exortação Apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco, irá guiar o debate. A jornada quer trazer também à sociedade a conclusão dos estudos da primei-

Foto: Franklin Machado/CNBB Sul 4

ra turma do Curso de Especialização em “Mediação e acompanhamento pastoral de famílias”, promovido pela FACASC. O evento contará com a assessoria de professores e alunos do curso. As inscrições custam R$ 80,00 e podem ser realizadas através do site www.facasc.edu.br/JornadaDeEstudos.php.


Nossa fé

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Amazônia e conversão integral PA DR E V I T OR G A L DI NO F E L L E R

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O que fazer para mudar o mundo? F E R N A N D O A N Í S IO B A T I S T A

O documento final do Sínodo da Amazônia inicia com a sugestão de São Paulo VI: “Cristo aponta para a Amazônia”. E sugere que os discípulos missionários de Cristo vivam uma conversão integral, “uma conversão profunda de nossos esquemas e estruturas a Cristo e a seu Evangelho” (n. 5), “conversão que nos leve a ser uma Igreja em saída que entre no coração de todos os povos amazônicos” (n. 18). Conversão pastoral Toda a Igreja, em todo o mundo, sobretudo nos países mais envolvidos, é chamada a voltar-se para a Amazônia. Para isso, é preciso tornar-se uma Igreja em saída missionária, samaritana, misericordiosa, solidária, para acolher a diversidade daqueles povos e culturas. Uma Igreja em diálogo ecumênico, inter-religioso e cultural. Uma Igreja indígena, que assuma o rosto dos povos amazônicos. Conversão cultural Trata-se de valorizar a cultura dos povos amazônicos, na inculturação da piedade popular, da catequese, da liturgia, da teologia, reconhecendo que “o pensamento dos povos indígenas oferece uma visão integradora da realidade, que é capaz de compreender as múltiplas conexões existentes entre os seres criados” (n. 44). Uma visão que contrasta com a corrente dominante da cultura ocidental, que

tende a fragmentar e dividir a realidade das pessoas e comunidades. Conversão ecológica É preciso enfrentar a exploração ilimitada da ‘casa comum’ e de seus habitantes, superando o extrativismo predatório, a lógica da ganância, o paradigma tecnocrático, o consumismo desenfreado. É urgente encontrar novos modelos de desenvolvimento justo, solidário e sustentável, “combinando conhecimentos científicos e tradicionais para empoderar as comunidades tradicionais e indígenas, em sua maioria mulheres, e fazer que essas tecnologias sirvam ao bem-estar e à proteção das matas” (n. 71). Conversão sinodal A Igreja descobre-se cada vez mais como povo em caminho, que se dispõe a ouvir todas as realidades, sobretudo as mais pobres e periféricas, para em conjunto debater e tomar decisões sobre questões que dizem respeito a todos. São urgentes novas estruturas sinodais, que facilitem a participação de todos, homens e mulheres, leigos, religiosos e ministros ordenados. “O exercício da sinodalidade reforça os vínculos espirituais e institucionais, favorece o intercâmbio de dons e ajuda a projetar critérios pastorais comuns” (n. 113). Foto: National Geographic

Você também pode conferir este e os demais artigos no site da Arquidiocese:

www.arquifln.org.br.

Foto: Obras Irmã Dulce

Para responder essa pergunta Santa Dulce dos Pobres (19191992) usava uma única palavra: amor. Com seus gestos ela demonstrava que o amor pode, sim, mudar a realidade. Dizia ela: “ame simplesmente, porque nada nem ninguém pode acabar com um amor sem explicação. As pessoas que espalham amor não têm tempo nem disposição para jogar pedras”. O que fez Irmã Dulce se tornar santa? Amou. Seguindo os passos de Jesus ela amou incondicionalmente a todos, em especial os pobres e sofredores. Ela sabia que não é possível acabar com a pobreza, porque o próprio Deus institui pobres e ricos, mas empregava todos os esforços possíveis para melhorar a vida dos necessitados. Dizia ela que “a miséria é a falta de amor entre os homens”. Por isso, ela aconselhava as pessoas que sempre que for possível falem de amor e com amor para alguém: “faz bem aos ouvidos de quem ouve e a alma de quem fala”. Santa Dulce dos Pobres mostra que é possível ser santo nos dias

atuais. Mostra que a santidade não é algo irrealizável, muito menos para pessoas privilegiadas. A santidade é para todos. Ela mostrou que para ser santa basta amar e servir Jesus que se faz presente no pobre. Ela colocou amor em tudo que fez e se tornou a primeira santa nascida no Brasil, com o terceiro processo de santificação mais rápido da Igreja Católica, com apenas 27 anos até a beatificação, porque o amor não pode esperar, ele tem que se espalhar.

“Ame simplesmente, porque nada nem ninguém podem acabar com o amor sem explicação”. Santa Dulce dos Pobres O amor tão forte e tão presente na vida de Irmã Dulce continua ecoando nos corações de outros fiéis, deixando cada vez mais visível que é possível ser santo nos dias atuais. Santa Dulce dos Pobres, rogai por nós!


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Especial

A música e a Igreja, uma aliança profunda Expressar a arte musical e ajudar os fiéis a participar dos mistérios divinos são algumas das missões a que os músicos católicos são chamados, não importa se num ministério completo ou a animar celebrações com sua humilde voz.

Na Arquidiocese de Florianópolis, não há comunidade sem alguém para conduzir o canto nas celebrações litúrgicas e reuniões religiosas. Algumas possuem diversas vozes, instrumentistas e contam com uma estrutura completa de som; outras, em sua simplicidade, tocam os corações dos fiéis e animam o espaço religioso apenas com suas vozes. Não importa o tamanho ou a estrutura, é inegável que o serviço de música nas paróquias tornou-se indispensável para criar pontes, que aproximam as pessoas, até as mais distantes, ao Mistério de Cristo. Desde o início, a música sempre foi um elemento muito presente na Igreja. Não é por acaso que a devoção à Santa Cecília, nobre jovem romana martirizada por volta do ano 230, é bastante popular. Considerada padroeira dos músicos, sua devoção atravessa gerações. A importância da música sacra para a Igreja é destacada no documento Constituição sobre a Liturgia Sacrosanctum concilium, que afirma “a tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte... Não cessam de a enaltecer, quer a Sagrada Escritura, quer os Santos Padres e os Romanos Pontífices, que ainda recentemente vincaram com mais insistência a função ministerial da música sacra no culto divino.” Segundo o Papa Francisco, em discurso aos participantes do III Encontro Internacional de Corais do Vaticano, a música é um verdadeiro instrumento de evangelização na medida em que torna os músicos testemunhas da profundidade da Palavra de Deus que comove o coração das pessoas, e que permite a celebração dos sacramentos, em particular da Sagrada Eucaristia, que fazem sentir a beleza do paraíso. “Nos momentos de alegria e na tristeza, a Igreja é chamada a estar sempre próxima das pessoas, para lhes oferecer a companhia da fé. Quantas vezes a música e o canto permitem que estes momentos

sejam únicos na vida das pessoas, porque elas os conservam como uma recordação preciosa que marcou a sua existência”, destacou o pontífice na ocasião. São João Paulo II já reforçava a importância da arte para que o homem moderno pudesse contemplar a beleza da criação: “A arte é um dom de Deus para os homens. Por meio dela, o homem e a mulher são capazes de incutir esperança nos corações e perpetuar a cultura de um povo”. Conselhos dos papas aos músicos Entretanto, se os papas da Igreja exaltam os frutos da música sacra e religiosa na Igreja ao longo das últimas décadas, também não faltam conselhos sobre o que se espera dos músicos católicos e os caminhos para uma música que verdadeiramente sirva à liturgia e conduza até Deus. São Paulo VI desejava que a música sacra que se integrasse com a liturgia e que dela obtivesse as suas características fundamentais. Não uma música qualquer, mas uma música com três características bem específicas, as quais o Papa Francisco resumiu em um discurso em 28 de setembro de 2019: “santa, porque são santos os ritos; dotada da nobreza da arte, porque a Deus deve ser dado o melhor; e universal, para que todos pudessem compreender e celebrar. Acima de tudo, bem distinta e diferente das utilizadas para outros fins.” E recomendou aos músicos que se cultivasse o sensus ecclesiae, o discernimento da música na liturgia. Ele disse: “Nem tudo é válido, nem tudo é lícito, nem tudo é bom. Aqui o sagrado deve unir-se ao belo numa síntese harmoniosa e devota”, em discurso às religiosas encarregadas do canto litúrgico, em abril de 1971. Pianista e grande amante da música clássica, Bento XVI também teve muitos encontros com os músicos e os exortava a serem “guardiães da Beleza”. “Vós tendes, graças ao vosso talento, a possibilidade de falar ao coração da humanidade, de tocar a sensibilidade individual e coletiva, de suscitar sonhos e esperanças”, motivou em discurso aos artistas, em novembro de 2009.


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Especial

Formar para servir Setor de Música e Canto Litúrgico da Arquidiocese destaca importância da formação para músicos a estudarem e melhorarem a forma como servem na música”, salientou. O setor organiza diversas formações durante o ano, mas também está à disposição das paróquias e comunidades que desejam formar os seus músicos. Também há um material disponível na Cúria Metropolitana, sob valor simbólico para cobrir os custos do setor. Para entrar em contato, basta ligar para (48) 3224-4799 ou enviar um e-mail para semuarfloripa@ gmail.com. Música religiosa x música ritual litúrgica Dentro da música existem diversos gêneros, dentre eles, há música religiosa, que contempla a relação das pessoas com o divino e engloba toda produção musical em qualquer religião, inclusive a cristã católica. Já a música sacra é utilizada especifica-

A música em minha vida

“A música é um dom de Deus. E essa é uma forma muito bonita de se viver a fé. Quem canta e toca reza duas vezes, e fazemos isso porque amamos a Deus.” André Felipe Carpes, 33 anos - Organista e tenor no Coral Santa Cecília

Além de estar nas formações arquidiocesanas, as paróquias podem pedir auxílio ao Setor no preparo de seus músicos.

Legado musical do Pe. Ney Brasil Pe. Ney Brasil Pereira nasceu em 1930, em São diversas formas a música litúrgica: concedia Francisco do Sul, e faleceu dia 4 de janeiro de entrevistas; fazia arranjos; tinha suas com2017, em Florianópolis. É considerado um dos posições utilizadas em ensaios; atuava como maiores compositores e estudiosos de música regente; escrevia resenhas para revistas. Colaritual litúrgica do Brasil. borou na tradução da bíblia da CNBB. Suas reFoi, por 60 anos, padre na Arquidiocese de senhas sobre música e outros assuntos foram Florianópolis, assim como regente, arranjador publicadas em diversas revistas nacionas, e professor da Faculdade Católica de Santa Ca- sobretudo na revista Encontros Teológicos, da tarina (FACASC). Tornou-se mestre em Ciências Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC). Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e, durante mais de 15 anos, foi membro da Pontifícia Comissão Bíblica, do Vaticano. Realizou estudos de música nos Estados Unidos, na Universidade de Duquesne, em Pittsburgh (1962-1963). Por 43 anos, foi regente do Coral Santa Cecília, da Catedral de Florianópolis. Integrou a Equipe de Reflexão de Música Litúrgica da CNBB. Até o fim de sua vida, Pe. Ney auxiliava de Pe. Ney Brasil foi um dos maiores especialistas em música ritual litúrgica do Brasil.

Foto: ALESC

“Para mim a música é a minha missão. Desejo que através da música Deus possa tocar as pessoas e assim elas vão para casa com o coração cheio. E que nós músicos sempre louvemos a Deus através da música para sempre estarmos em missão”. Silvana Laurea Ribeiro, 57 anos - Paróquia Nossa Senhora da Lapa - Ribeirão da Ilha, Florianópolis

mente nas celebrações litúrgicas, que cantam os ritos que estão sendo vividos pelos fiéis. “Músicas religiosas que cantam a fé, que podem ser mais catequéticas ou devocionais, são ótimas para o nosso relacionamento com Deus em reuniões, retiros, formações, mas devem ser evitadas em celebrações litúrgicas”, explicou. Foto: Arquivo pessoal

O Setor de Música e Canto Litúrgico da Arquidiocese de Florianópolis auxilia os músicos das paróquias e comunidades na formação contínua para melhor servir na Igreja. Para o coordenador arquidiocesano, Luiz Eduardo Silva, o aprendizado permanente é o principal caminho para que a música ritual litúrgica possa realmente servir ao seu papel, especialmente nas celebrações litúrgicas. “A formação leva a uma consciência efetiva sobre o que se está sendo cantado ou tocado. Muitas vezes, escuto ‘ah, mas já faço isso há tantos anos’, mas respondo: ‘será que você sabe o sentido disso?’ Entender o que se está sendo feito é o primordial e não somente repetir ações que foram copiadas mecanicamente ao longo dos anos”, alertou o coordenador arquidiocesano. Outro ponto apontado por ele que atrapalha o músico em procurar a formação é quando “se sente especialista” por ter a formação técnica necessária, não sentindo necessidade da formação litúrgica; ou pelo contrário, conhecer a fundo a liturgia e seus ritos, mas contar só com a boa vontade e não buscar a técnica musical. “Uma figura importante nesse processo são os padres, que podem motivar os músicos


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Bíblia

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Lectio Divina PA DR E PAU L O S T I P P E S C H M I T T

Foto: Arquivo - Mosteiro Nossa Senhora da Paz-Itapecerica da Serra/SP

No domingo, dia 24 de novembro, a Igreja de tradição romana festeja Cristo Rei do Universo, rei de tudo e de todos. Essa solenidade abre a última semana do Tempo Comum, tempo litúrgico mais antigo e ritmado pelo Domingo como páscoa semanal. E, ao mesmo tempo, lança-nos à espera do Senhor que virá, esperança alimentada, de modo particular, pelo tempo litúrgico do Advento. A oração do dia de Cristo Rei ressalta a vontade do Pai que quis restaurar todas as coisas em Jesus Cristo, seu Filho e nosso Senhor. Toda a criação, portanto, é tocada pela obra redentora de Cristo e espera sua restauração plena nos fins dos tempos. Muito caberia nos recordar do Sínodo Pan-Amazônico, do necessário zelo pela casa comum. Pois, à luz da bondade da primeira criação, tipificada no Paraíso, e da “segunda criação” marcada com o sangue do nosso Redentor que vive para sempre, as coisas criadas são esse grande jardim pelo qual Deus passeia e fala conosco.

O Evangelho, a iluminar essa grande festa, é tirado de Lucas 23,35-43, e traz para o “hoje” da assembleia litúrgica a imagem do Cristo crucificado. O nosso Rei é o Cristo da Cruz, ou seja, o servo plenamente obediente ao Pai e profundamente misericordioso ao acolher o ladrão arrependido, salvando-o das trevas do pecado. A dinâmica do reinado de Cristo passa pela Cruz, e é exercida na força da ressurreição. Ao celebrarmos essa grande festa do senhorio de Jesus, o Cristo do Pai, motivados pela oração sobre as oferendas do dia de Cristo Rei, pela qual a Igreja pede paz e união a todos os povos, supliquemos que nossa nação brasileira, como irmã de todos os povos, seja banhada pelas águas da fraternidade e serenidade, da justiça e da paz. Pe. Rafael Aléx Lima da Silva Coord. geral da Comissão Arquidiocesana de Liturgia e pároco da Paróquia São Judas Tadeu, em Barreiros - São José

CONHECENDO AS CARTAS DE SÃO PAULO

Lectio (leitura): Mateus 25,1-13 Solenidade de Santa Catarina de Alexandria, padroeira da Arquidiocese

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: ”O Reino dos Céus é como a história das dez jovens que pegaram suas lâmpadas de óleo e saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram imprevidentes, e as outras cinco eram previdentes. As imprevidentes pegaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. As previdentes, porém, levaram vasilhas com óleo junto com as lâmpadas. O noivo estava demorando e todas elas acabaram cochilando e dormindo. No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Ide a seu encontro!’ Então as dez jovens se levantaram e prepararam as lâmpadas. As imprevidentes disseram às previdentes: ‘Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. As previdentes responderam: ‘De modo nenhum, porque o óleo pode ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar aos vendedores’. Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou. Por fim, chegaram também as outras jovens e disseram: ‘Senhor! Senhor! Abre-nos a porta!’ Ele, porém, respondeu: ‘Em verdade eu vos digo: Não vos conheço!’ Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia, nem a hora”. Meditatio (meditação) Virgens que têm consigo as lâmpadas acesas e o óleo de reserva para abastecê-las, virgens que esqueceram de comprar óleo suficiente. Virgens prudentes, virgens tolas. Virgens que entram para a festa, virgens que ficam do lado de fora, porque a porta foi fechada. Preparação e despreparo. Medito a cena bíblica, imagino as personagens, ouço o diálogo. Medito a finalidade das palavras de Jesus: a vigilância.

Contemplatio (contemplação) A parábola das dez virgens nos é apresentada na festa da virgem Santa Catarina, nossa padroeira. Desde esta imagem posta por Jesus diante de nós contemplamos a vida de nossa padroeira: fidelidade, prudência, manter na vida a lâmpada acesa, viver como esposa de Cristo, aceitar o martírio como ato de amor. Contemplar a vida de um santo ou santa é pedir a graça de também nós seguirmos os passos de Jesus.

Oratio (oração) Que a lâmpada da minha fé, Senhor Jesus, esteja constantemente abastecida pela oração, a vigilância, o amor. Quero estar preparado para, com alegria, participar das bodas da salvação.

Missio (missão) Ponho-me atento à minha vida cotidiana: como abasteço a lâmpada da minha fé? Em que situações me vejo despreparado diante da vinda de Jesus? Assumo viver no espírito de vigilância.

P OR PA DR E G I L S ON M E U R E R

Colossenses: correção da falsa mística (parte 1) Iniciamos a análise da carta de São Paulo aos Colossenses. A cidade de Colossos (atual Honaz, na Turquia ocidental) situa-se no vale do rio Lico. No primeiro século, era famosa pela lã cor de colossino (tonalidade rosa-escuro própria da flor ciclame), que deu nome à cidade e lhe trazia prosperidade. Uma população eminentemente pagã, mas com presença judaica, em razão da transferência da Mesopotâmia para aquela região de 2.000 famílias por Antíoco em 213 a.C. (Josefo, Ant. 12,148-153). Ela ficava na estrada geral que interligava o mar Egeu à Índia, por onde São Paulo deve ter passado sempre que partia de Antioquia em direção ao oeste. Mas ele nunca visitou essa cidade (Cl 2,1). Certamente que ele não podia parar em qualquer vilarejo, mas concentrava-se em cidades maiores, onde circulavam pessoas que

depois se tornavam apóstolos em suas próprias cidades, entre os amigos e familiares. Provavelmente Epafras de Colossos (4,12) deve ter conhecido São Paulo e se convertido quando veio a Éfeso para negócios, e enviado de novo à casa para evangelizar os seus (1,7; 4,13). Pelos idos dos anos 53-54, São Paulo estava encarcerado em Éfeso e foi visitado pelo seu amigo Epafras que lhe trouxe notícias boas e ruins de Colossos. As boas diziam da fé, da esperança e do amor que cresce e se fortalece entre os colossenses, produzindo cada vez mais frutos de boas obras e conhecimento de Deus (1,4-8). São Paulo rende graças a Deus por esses dons do Evangelho (1,3-14). As ruins diziam de uns falsos mestres que se infiltraram na comunidade e estavam desviando a fé com doutrinas estranhas

ao Evangelho. Esses falsos mestres pregavam um sincretismo religioso, misturando elementos cristãos, judaicos e pré-gnósticos, mascarados por práticas externas de cunho místico-ascético, na base da abstinência de certos alimentos e bebidas e uma estreita observância de festividades judaicas (2,16ss), promovendo um mal-entendido e temeroso culto dos anjos (2,18), e uma severa mortificação do corpo (2,23), como um modo de elevação espiritual. Em resposta a esse problema, São Paulo lavra a “carta aos Colossenses”, na qual enaltece Cristo acima das criaturas (também as espirituais) e único redentor e salvador da humanidade. A carta se estrutura em Introdução (1,1-14); parte Dogmática-polêmica (1,15–3,4); parte Exortativa (3,5–4,6) e Epílogo (4,7-18). Na próxima edição, apresentamos o seu conteúdo.


Paróquias

Jornal da Arquidiocese, NOVEMBRO DE 2019

Foto: Arquivo

A Paróquia Nossa Senhora da Glória, no bairro Balneário do Estreito, em Florianópolis, foi fundada em fevereiro de 1982 através do decreto assinado por Dom Afonso Niehues então bispo arquidiocesano. A Igreja Matriz foi construída no mesmo ano da fundação da paróquia. Para mais informações sobre os horários das missas, ligue: (48) 3304-8014 ou acesse www.pnsg.org.br/site/.

Foto: Arquivo

A Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, no bairro de Canasvieiras, em Florianópolis, foi criada em 2004. A Igreja Matriz também foi construída em 2004. Uma curiosidade é que o nome da paróquia foi escolhido para homenagear os numerosos turistas latinos que visitam todos os anos a região durante a temporada de verão. Para mais informações sobre os horários das missas, ligue: (48) 3369-1388 ou acesse www.facebook.com/ParoquiaNossaSenhoraDeGuadalupeCanasvieiras.

Em outubro, houve a entrega da Palavra de Deus para as crianças das turmas de Iniciação à Vida Cristã da Paróquia São José, em São José. Esse belo gesto é um marco importante para vida dos catequizandos.

A Paróquia Nossa Senhora de Loreto participou da Páscoa dos Miliares, na Paróquia dos Sagrados Corações. A celebração foi presidida por Dom Wilson.

Jovens e adultos da Paróquia São Sebastião, de Anitápolis, receberam o Sacramento da Crisma. A celebração foi presidida pelo Pe. Tarcísio Pedro Vieira, ecônomo da Arquidiocese, e concelebrada pelo pároco Pe. Pedro Paulo Alexandre.

As irmãs da Pequena Missão para Surdos realizam a evangelização através da interpretação da missa aos surdos da Paróquia Santo Antônio, em Itapema, desde 2012.

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Jornal da Arquidiocese, NOVEMBRO DE 2019

Evangelização

Paróquias e pastorais celebram III Dia Mundial dos Pobres “A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Salmo 9,19) Foto: Pastoral do Povo de Rua

Como fruto do Ano Santo da Misericórdia, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres. Segundo Dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e Secretário Geral da CNBB, este dia é “um convite a todas as comunidades cristãs e a todas as pessoas de boa vontade, para que levem esperança e conforto aos pobres, e a colaborarem para que ninguém se sinta privado da proximidade de Deus e da solidariedade humana”. Neste ano, o Santo Padre convida a todos os cristãos a refletir sobre o tema “A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sl 9,19). Na carta escrita pelo pontífice para este dia, ele deixa claro que “pobre é aquele que ‘confia no Senhor’, pois tem a certeza de que nunca será abandonado. Na Escritura, o pobre é o homem da confiança!” Mas para que isso aconteça é preciso que cada um de nós seja a face do Deus vivo em nossas comunidades. Presença real para os irmãos A mensagem escrita pelo Papa Francisco vem ao encontro do Mês Missionário Extraordinário que a Igreja acaba de viver. É preciso sair do comodismo e encontrar aqueles que mais precisam. Alguns gestos podem

Pastoral do Povo de Rua realiza serviços emergenciais aos mais pobres.

nos ajudar nessa missão: • Ir ao encontro: visitar comunidades mais carentes, pessoas em situação de rua, entidades sociais, escolas, centros comunitários. • Escutar: dar-se ao outro, sentar e conversar. • Rezar: participar de Missas na intenção dos pobres, rezar o terço. • Partilhar: doar alimentos e roupas.

Pois tive fome e me destes de comer (Mt 25, 35) Com anseio de corresponder ao apelo do Papa Francisco de ir ao encontro dos esquecidos, a Pastoral do Povo de Rua realiza diversos trabalhos em 11 das 13 foranias da arquidiocese. Além dos cuidados emergenciais, a pastoral evangeliza através da partilha do pão e também da Palavra de Deus. “Arde em nosso peito o desejo de cuidar e enxergar no outro o próprio Cristo. Temos a missão de ser presença de Deus junto às pessoas em situação de rua, levando afeto e esperança na vida e na história de cada pessoa que encontramos”, relata Evânia Cunha de Medeiros, voluntária da pastoral. A Pastoral do Povo de Rua conta com doações e voluntários para a realização dos trabalhos. Mais do que alimentar com pão dos homens, a pastoral quer dar autonomia e qualidade de vida aos que mais precisam. Se você deseja ajudar de alguma forma ou se tornar um integrante da Pastoral do Povo de Rua, entre em contato com Evânia pelo telefone: (48) 99121-0953

CARIDADE SOCIAL

Paróquia da Trindade realiza IV Encontro da Rede da Ação Social Foto: Paróquia da Santíssima Trindade

A caridade e o respeito aos direitos humanos como fatores para uma vida plena foram os temas centrais do IV Encontro de Rede da Ação Social da Trindade, realizado no dia 25 outubro, na Paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis. O encontro começou com uma missa em ação de graças. Na sequência foi realizado o credenciamento e oferecido café da manhã para todos os participantes. O evento contou com palestras do paróco Frei Evandro Aparecido de Souza e do juiz João Marcos Buch. Frei Evandro falou sobre o tema “Caridade: Igreja a serviço da vida plena para todos”. “Todo ser humano tem direito a uma vida plena. A

caridade não é somente doar, fazer uma doação. A caridade também é traduzida pelo amor, um amor descompromissado, ajudar alguém sem esperar nada em troca”, e completou: “a caridade me obriga a sair de mim mesmo e ir ao encontro de outras pessoas, daquele que sofre, daquele que necessita”. Usando a Parábola do Bom Samaritano, Frei Evandro lembrou aos presentes que a caridade está fundamentada nos próprios ensinamentos da bíblia. “O que nos leva à caridade é a Palavra de Deus. A fé cristã está centrada na capacidade de amar a Deus e ao próximo. A falta de caridade nos impede de ver as outras pessoas”, disse.


Jornal da Arquidiocese, NOVEMBRO DE 2019

Evangelização

Movimento Emaús realiza gincana Marataús

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Cronograma de novembro 02/11 | Finados 03/11 | Solenidade de todos os Santos 05/11 | Reunião do Conselho Arquidiocesano de Pastoral | Biguaçu 11 a 17/11 | Jornada Mundial dos Pobres 15/11 | Ordenação Presbiteral Diácono Clóvis | Garopaba 17/11 | Dia Mundial dos Pobres 19/11 | Reunião Geral do Clero | Palhoça 22/11 | Entrega do Prêmio Dom Afonso Niehnes | Catedral 24/11 | Solenidade de Cristo Rei 24/11 | Festa de Santa Catarina de Alexandria | Catedral

Entre os dias 18 e 20 de outubro, foi realizada a Gincana Marataús, que tem como objetivo a integração de todos os participantes do Movimento Emaús de Florianópolis. O evento acontece a cada dois anos e reúne crianças, jovens e adultos para a realização de uma competição sadia e divertida. A edição contou com 175 participantes, entre comissão organizadora e competidores. Para que a dinâmica da gincana seja possível, os participantes são divididos em cores para a realização de tarefas esportivas, culturas e artísticas. “O objetivo das provas é que, através do clima descontraído, os participantes

sejam levados a conhecer melhor a nossa religião”, afirma Rafael Mota, integrante da comissão organizadora. Rafael ainda diz que mais importante do que competição é o clima de companheirismo e felicidade que a gincana proporciona a todos. “Pra mim, viver as coisas do Emaús é sempre uma felicidade e um aprendizado e a Marataús foi mais um deste momentos. No final da gincana, as mensagens de carinho dos participantes agradecendo a organização é o que nos move. Só sinto alegria em poder participar deste movimento e ajudar a agregar de alguma forma” ressalta.

Fotos: Divulgação

Todos os participantes foram divididos em times para a realização de provas que uniam descontração e aprendizado da fé.

Igreja convida jovens para o Dia Nacional da Juventude Foto: Setor Juventude/Forania de Tijucas

O Dia Nacional da Juventude (DNJ) foi criado com o propósito de celebrar a unidade e a vida dos jovens. A cada ano, o evento propõe a discussão e reflexão sobre um tema relacionado ao cotidiano da juventude. Sempre com temas e lemas que dão sequência às reflexões iniciadas com a Campanha da Fraternidade, e que nortearam as atividades permanentes da Comissão para a Juventude da CNBB. Este ano, o tema do DNJ foi “Juventude e Políticas Públicas: uma história nos chama à civilização do amor”, e lema: “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10). Na Arquidiocese de Florianópolis, a celebração foi organizada pelas foranias. No último dia 26 de outubro, a Forania de Tijucas realizou o seu DNJ na Paróquia de Sant’Ana, cidade de Canelinha

(foto). Os participantes foram encorajados a levar a palavra de Deus para as famílias e comunidades da cidade. “A Igreja convida a sua juventude a ser o rosto de Jesus na atualidade. Neste Mês Missionário Extraordinário a realização do DNJ na forania de Tijucas é um gesto concreto deste convite em que nossos jovens saem para missão e alcançam aqueles que mais precisam sentir o amor de Deus”, destacou Pe. Ewerton Gerent. “Desejo que cada (Arqui)diocese do Brasil possa experimentar e promover o protagonismo juvenil na construção de uma Igreja em saída que chama à civilização do amor, propondo o Evangelho da Alegria!”, enfatizou Dom Nelson Francelino Ferreira, presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB.


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Geral

Jornal da Arquidiocese, NOVEMBRO DE 2019

Foranias celebram encerramento do Mês Missionário Extraordinário Confira os registros das celebrações! O Papa Francisco insistiu o mês de outubro de 2019 como o Mês Missionário Extraordinário com o objetivo de “despertar em medida maior a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral”. E atendendo ao chamado do pontífice comunidades e paróquias realizaram missões em toda Arquidiocese. Para celebrar as missões realizadas neste mês aconteceu nas foranias da Arquidiocese as missas de encerramento do Mês Missionário Extraordinário.

F OR A N I A DE I T A J A Í F OR A N I A DE S ÃO J O S É

F OR A N I A F L OR I A NÓP OL I S NOR T E

F OR A N I A F L OR I A NÓP OL I S C E N T R O S U L

F OR A N I A DE PA L HO Ç A

F OR A N I A DE S A N T O A M A R O DA I M P E R A T R I Z F OR A N I A DE I T A P E M A F OR A N I A F L OR I A NÓP OL I S C ON T I N E N T E


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