Jornal da Arquidiocese | nº 255| Abril 2019

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 255

Inscrições abertas

Simpósio de Direito Canônico | 4

ABRIL DE 2019

Políticas Públicas

Campanha da Fraternidade 2019 | 10

Fundo Solidário

20 anos de atuação | 12

DA CRUZ À RESSURREIÇÃO


Jornal da Arquidiocese, abril de 2019

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opinião Páscoa da Ressurreição

Cristo ressuscitou, aleluia! Venceu a morte com amor! Aleluia!

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Os judeus, quando celebram a Páscoa, fazem memória das quatro noites da salvação. Na escuridão da noite e nas trevas do coração veio a luz para salvar. Recordar as obras do amor de Deus torna presente, hoje, as maravilhas do amor de Deus. Depois de lembrar cada uma das noites bebem o cálice da salvação. A primeira noite lembra a criação. O mundo era deserto e vazio. As trevas o ocupavam. O Verbo, que é luz, o iluminou. A criação é o surgimento da grande luz. A segunda noite lembra a figura de Abraão. Não tinha filhos. Ele era idoso e sua mulher era estéril. O nascimento de Isaac trouxe luz para a sua vida. Lembra ainda a noite do sacrifício do filho. Neste momento os céus se abaixaram e Isaac pôde contemplá-lo. Seus olhos ficaram deslumbrados com a sua perfeição. A terceira noite lembra a manifestação de Deus no Egito. Mata os primogênitos dos

No dia 25 de março, o Papa Francisco assinou e confiou a Nossa Senhora de Loreto a Exortação Apostólica Pós-Sinodal - Christus vivit, do Sínodo dos Bispos sobre os Jovens, realizado no Vaticano, em outubro de 2018. O Pontífice foi à cidade de Loreto, província de Ancona, para a assinar o documento. Fato que é singular, porque documentos como este geralmente são assinados no Vaticano. Mas o Papa preferiu fazê-lo na cidade italiana, aos pés da Virgem de Loreto. O documento pontifício em forma de “Carta aos Jovens” foi publicado no dia 2 de abril, e tem como título: “Christus vivit - Cristo vive”. “O Ressuscitado deseja percorrer o caminho com cada jovem, acolhendo as suas expetativas, mesmo que sejam desiludidas, e as suas esperanças, ainda que sejam inadequadas. Jesus caminha, escuta, compartilha”, trecho de uma das partes da Exortação. Neste mês de abril, a Igreja celebra o Ressuscitado que passou pela Cruz. Vitorioso, Cristo venceu o medo, a morte, o mal, e vivo está! Leitores do JA afirmam que a força da ressurreição muda suas vidas. Quer saber como? Leia nas páginas centrais, 6 e 7. Reúna sua família e amigos para um domingo sensacional. É a sétima edição do Festival da Família que vai acontecer no dia 5 de maio, no Cati, Beira Mar de São José. Veja a programação na página 4. E atenção para a dica: no site da Arquidiocese você encontra a programação de alguns retiros da Semana Santa, para melhor se preparar para a morte e vida do Senhor Jesus. Confira em: arquifln.org.br. Para todos vocês, leitores do JA, uma Páscoa cheia de vida, da força de Cristo ressuscitado e iluminada pelo Espírito Santo!

egípcios e salva os filhos dos judeus. E a quarta noite é a noite da Páscoa. É a noite preparada para a libertação de todas as gerações. Ao atravessar o Mar Vermelho o povo escolhido passa da escravidão para a liberdade. Toda história da salvação do Antigo Testamento é uma figura da libertação realizada por Cristo com sua morte e ressurreição. Na noite da paixão de Jesus a Palavra ficou muda. Foi sepultada na terra. Foi a noite da desolação e da alienação mortal. A noite da paixão de Jesus é a noite dos três rostos: da traição, da entrega e do abandono. Nas escolhas fundamentais da vida, o homem sempre está só. É na solidão absoluta diante do Pai que Cristo pronuncia o seu “Sim”- “não a minha, mas a tua vontade”. Os Padres da Igreja chamam este momento de

Nas redes

Nos caminhos de Francisco

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“treva luminosa”. A noite Páscoa de Jesus inunda o mundo todo com a luz do Messias, ressuscitado da morte para entrar no coração de todo ser humano. Acontece como com a gestação de um novo ser. A gestação não é o fim, e sim o nascimento. Na Páscoa nascemos para uma nova vida em Cristo ressuscitado.

“Para rezar bem, é preciso ter um coração de criança”.

01 de março, no Twitter

“Quando nós cristãos dizemos: ‘Venha a nós o vosso Reino’, significa ‘Precisamos de Vós, em todos os lugares e para sempre, em meio de nós’”. 06 de março, na Audiência Geral

“A mulher embeleza o mundo, o protege e o mantém em vida. Traz a graça que faz novas todas as coisas, o abraço que inclui a coragem de doar-se”.

@pontifex_pt @franciscus

Dom Vito completa 24 anos de ordenação episcopal

Inscrições abertas para o Coral Santa Cecília

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CNBB e Cáritas lançam SOS África: Moçambique, Zimbabué e Maláui

O Vídeo do Papa: Reconhecimento dos direitos das comunidades cristãs

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08 de março no Twitter

“Jesus. ao responder ao tentador, não entra em diálogo, mas responde aos três desafios somente com a Palavra de Deus. Isto nos ensina que com o diabo não se dialoga, não devemos dialogar, somente se responde a ele com a Palavra de Deus”.

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10 de março, no Angelus

“A Quaresma é um chamado para parar, ir ao essencial, jejuar do supérfluo que distrai. É um despertador para a alma”. 16 de março, no Twitter

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99673-1266

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

“Se abandonamos a lei do amor, afirma-se a lei do mais forte sobre o mais fraco”. 21 de março, no Twitter

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Mateus Peixer e Sedemir de Melo. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br


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#compartilha 44 adolescentes marcam presença no Grupo de Orientação Vocacional Foto: Divulgação

Retalhos do Cotidiano Professor Carlos Martendal

Tecelão

Tu me teceste no seio de minha mãe, te colocaste ali, foste me construindo com dedos delicados, dedos de artista, e me fizeste maravilhoso. Como são admiráveis tuas obras, Senhor! (cf. Sl 139,13-14)

Dons

Quantos dons! O dom do sorriso que rejuvenesce, da palavra que encoraja, do perdão que repõe alegria nos corações, do olhar que anuncia compreensão... Os dons são presentes que o Espírito Santo nos dá para presentearmos nossos irmãos.

Eucaristia

Aproximemo-nos sempre mais, e sempre com mais amor da Eucaristia, preparando-nos bem para esse momento. E, se o pecado veio habitar em nossa alma, expulsemo-lo com uma boa e santa Confissão. E não desanimar nunca, pois isso, o desânimo, é coisa do diabo. “Já imaginaste o que seria de ti sem a Eucaristia?”

Eucaristia 2

“A vocação é uma proposta de amor” (Papa Francisco). Entendendo a vocação como um chamado particular que Deus tem para cada um de nós, ocorreu no dia 24 de março, no Seminário de Azambuja, em Brusque, o primeiro Grupo de Orientação Vocacional São João Paulo II (GOV JP2), de 2019. O encontro é organizado pela Pastoral Vocacional (PV) da Arquidiocese de Florianópolis, tendo como responsável Pe. Vânio da Silva. Reuniu 44 jovens, de 12 a 16 anos, de 16 paróquias da Arquidiocese. Durante o dia, os garotos puderam participar de momentos como orações, pales-

tras, gincanas e outras atividades, com o objetivo de ajudá-los no discernimento vocacional. Durante o ano acontecem quatro edições do GOV JP2. Os próximos serão em 19 de maio, 22 de setembro e 23 e 24 de novembro. São sempre gratuitos e a Pastoral Vocacional se responsabiliza pelo transporte dos que moram longe de Brusque. Interessados podem entrar em contato com o Pe. Vânio da Silva, coordenador da PV, no (48) 999163808.

“A Eucaristia não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos” (Papa Francisco).

Eucaristia 3

A Eucaristia nos leva ao irmão e o irmão nos leva à Eucaristia: nós nos alimentamos do Senhor e, com Ele, alimentamos o irmão!

Coordenadores de coroinhas participam de retiro arquidiocesano Foto: Mathilde Dandolini

Por Seminarista José Vitor Fernandes

Padres se reúnem para a primeira reunião deste ano No dia 27 de março, na Paróquia dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, em Barreiros, São José, o clero da Arquidiocese esteve reunido para a primeira reunião do ano. Participaram 114 padres e dois seminaristas. O encontro foi marcado, além da unidade e partilha de experiências pastorais, também pela espiritualidade quaresmal. Juntos com o Arcebispo, os padres participaram de uma celebração penitencial e puderam confessar-se entre si. “Fortalecidos e cuidados, cuidarão melhor dos seus”, disse o Arcebispo.

A próxima reunião geral do clero, com a presença dos diáconos, será no dia 28 de maio. Foto: Pe. Leandro Rech

De 16 a 17 de março, ocorreu o retiro das coordenações de coroinhas da Arquidiocese. Promovido pela Pastoral dos Coroinhas, foi realizado no Provincialado da Divina Providência, em Florianópolis, sob a orientação do formador do Seminário de Azambuja, Pe. Paulo Stippe Schmitt.

Dom Wilson Tadeu Jönck esteve no sábado pela manhã, quando presidiu a missa. O Arcebispo conversou com os participantes sobre o que a Igreja espera da Pastoral dos Coroinhas. Participaram setenta representantes das várias foranias, de norte a sul da Arquidiocese.


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#compartilha

Estão abertas as inscrições para o III Simpósio de Direito Canônico Foto: Everton Marcelino

PALESTRANTES: Cônego. Dr. Abílio Soares de Vasconcelos Doutor em Direito Canônico pela Universidade Gregoriana de Roma; foi diretor e professor do Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico do Rio de Janeiro.

A edição de 2018 contou com mais de 100 participantes de todo o país

Estão abertas as inscrições para o III Simpósio Canônico do ISDCSC | A Gestão dos Bens Eclesiásticos à luz do Acordo Brasil – Santa Sé: Desafios e Perspectivas, que acontecerá nos dias 7 e 8 de maio, no centro de eventos da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), em Florianópolis. O evento é promovido pelo Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina (ISDCSC). A inscrição tem o custo de R$ 350.

Vem aí a sétima edição do Festival da Família! Vem aí a sétima edição do Festival da Família, que acontece no dia 5 de maio, no Cati, Beira Mar de São José, das 9h às 17h. Promovido pela Comissão Arquidiocesana para a Vida e Família (CAVF), tem o objetivo de celebrar o Dia Internacional das Famílias. Com uma programação recheada de atrações, o festival tem seu ápice na missa das 10h, presidida pelo Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Jönck. Depois haverá almoço às 12h, sendo que os alimentos serão vendidos por food trucks. À tarde, a partir das 12h30, começam as apresentações musicais, atividades recreativas para crianças e barracas com atividades dos grupos do Setor Vida e Família da Arquidiocese. Foto: Fernanda Brüggemann

Professor Sérgio Roberto Monello Contabilista com 40 anos de atuação, professor e advogado com 30 anos de experiência no Terceiro Setor. É sócio-diretor do Escritório Contábil Dom Bosco; sócio-diretor da Advocacia Sérgio Monello. Esp. Tadeu Pedro Vieira Contador, graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina, com Pós-graduação MBA em Planejamento Tributário pela Universidade Cândido Mendes/RJ; Especialista em resolução de conflitos pela Corte Catarinense de Mediação e Arbitragem; Sócio das empresas RTACONT Assessoria Contábil

Confira a programação da Semana Santa na Catedral A Semana Santa abre com o Domingo de Ramos, para celebrar a entrada de Jesus em Jerusalém. O centro da semana é o Tríduo Pascal: a Ceia do Senhor, sua Paixão e Morte e a Vigília Pascal da Ressurreição. Na Vigília tem a Bênção do Fogo, a Liturgia da Palavra, a Bênção da Água Batismal, a Renovação das Promessas do Batismo e o canto do Aleluia. Confira a programação da Catedral: Domingo de Ramos Bênção e Procissão de Ramos: 13/04, às 18h15 | 14/04, às 7h30, 9h, 18h e 19h30. Tríduo Pascal Quinta-feira Santa - 18/04 Missa do Crisma: 9h Missa da Ceia do Senhor e Lava-pés: 19h30 Sexta-feira Santa - 19/04 Celebração Solene da Paixão do Senhor: 15h Encenação da Paxão de Cristo: 17h30 Sábado Santo - 20/04 Vigília Pascal: 19h30

Em 2018, foi a primeira vez que o evento ocorreu no CATI

Domingo da Páscoa - 21/04 Ressurreição do Senhor: 7h30, 9h30, 18h e 19h30.

e RTA CONSULT Consultoria Empresarial; Conselheiro e Coordenador da Comissão do Programa de Voluntariado da Classe Contábil do Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina – CRCSC. Professora Zenaide Carvalho Contadora, Administradora, pós-graduada em Auditoria e Controladoria, Mestranda em Direção Estratégica e tem mais de 37 anos de experiência profissional. Ministra treinamentos e palestras na área trabalhista e previdenciária no Brasil todo e já atendeu órgãos de destaque, como: STJ, STF, TRE e TRT. Zenaide é empresária, Diretora da Nith Treinamentos e autora de três livros sobre eSocial, além disso coordena o MBA Legislação Trabalhista e Direito Previdenciário, pela BSSP. Conheça mais sobre os palestrantes e outras informações sobre o simpósio no site do Instituto: isdcsc.org.br.

Bazares beneficentes fortalecem projetos sociais Dos dias 10 a 15 de abril, a Casa de Apoio São José realiza um bazar beneficente, no Clube Maré Alta, em São José. O horário de funcionamento será das 14h às 22h. Além da Casa de Apoio, outras entidades da Arquidiocese vão promover bazares ao longo de 2019. Essa iniciativa ocorre porque uma grande rede de lojas doou lotes de roupas, sapatos e acessórios novos, em parceria firmada com a Ação Social Arquidiocesana (ASA) e a Cáritas de Santa Catarina. As entidades sociais poderão enviar um ofício para a ASA solicitando a doação destes produtos para a realização de um bazar solidário, destacando a finalidade da aplicação do recurso. Mais informações sobre os próximos bazares e o ofício, no: (48) 3224-8776. Foto: Casa de Apoio


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nossa fé

A opção de Puebla pelos jovens

Era estrangeiro e me acolheste

Padre Vitor Galdino Feller

Fernando Anísio Batista Foto: Divulgação

Neste ano em que se celebram os 40 anos do Documento de Puebla, vêm à tona a opção da Igreja pelos jovens. O Sínodo dos Bispos e a publicação de seu documento final sobre “Os, a fé e o discernimento vocacional”, junto com a Exortação apostólica Christus vivit do Papa Francisco, oferecem ocasião para resgatar e atualizar a opção da Igreja latino-americana pelos jovens. Opção pelos pobres e jovens No capítulo sobre a Igreja missionária a serviço da evangelização, o Documento de Puebla faz duas opções: pelos pobres e pelos jovens. Pelos jovens, porque “a juventude latino-americana deseja construir um mundo melhor e busca os valores evangélicos da verdade, justiça e amor” (DP, 1131). Consideram os bispos

que “os pobres e os jovens constituem a riqueza e a esperança da Igreja na América Latina e sua evangelização é, por conseguinte, prioritária” (DP, 1132). Retomada atual A opção pelos jovens foi feita com grave percepção da realidade e decidida vontade de levar em frente essa nobre causa. Mas houve como que um arrefecimento. Aqui e ali algumas dioceses e paróquias e movimentos trabalharam com afinco nessa frente de evangelização. Mas faltava algo mais. Como na parábola da semente, que uma vez semeada tem o seu tempo de germinação e maturação, também esta opção levou tempo – 40 anos – para ser assimilada por toda a Igreja. Agora, é a Igreja inteira, sob a liderança do Papa Francisco, que chama em causa esta opção. Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

O lugar dos jovens Puebla Caracteriza a juventude não só como idade cronológica, mas como atitude frente à vida, espírito de aventura, capacidade criadora de respostas novas diante dos desafios da transformação social, liberdade autêntica e simples, que rejeita com rebeldia a sociedade invadida por hipocrisia e contravalores. Considera a importância dos jovens no corpo social e na Igreja e convida-os a sentirem-se Igreja, novo povo, o povo das bem-aventuranças. Afirma que a Igreja confia nos jovens, vê na juventude um verdadeiro potencial para o presente e o futuro da evangelização. Sugere uma diferencial e orgânica pastoral da juventude, que se caracterize por levar em conta a realidade social dos jovens e apresentar-lhes o Cristo vivo, homem e Deus, modelo de autenticidade, simplicidade e fraternidade. Compartilhe ArquiFloripa

A migração é um fenômeno Social Arquidiocesana (ASA), cada vez mais atual. É conse- em parceria com o Governo quência de diversos fatores. do Estado de SC, é um exemResulta, principalmente, de plo prático da importância de desastres ambientais, guer- ter equipamentos públicos de ras, perseguições políticas, atenção aos imigrantes. Em étnicas ou culturais, estudos, apenas um ano de existência busca por melhores condi- foram atendidos mais de cinções de vida, entre outros. co mil imigrantes, resolvendo Estima-se que uma em cada situações de documentação, 35 pessoas é imigrante no capacitação, trabalho e atenmundo. A cada dois segundos dimento psicossocial. alguém tem que ir É necessário embora sob grave avançar no sentido ameaça. No munde dar respostas do, são mais de 68 adequadas aos milhões de pessoimigrantes com “Estima-se que as forçadas a viver uma em cada 35 uma política púlonge de sua casa. blica de Estado A Igreja tem pessoas é imigran- organizada, a fim te no mundo” se esforçado para de não potenciaapresentar resposlizar essa probleta cristã a esse mática humana. fenômeno: “era esA Campanha da trangeiro e me acolheste” (Mt Fraternidade 2019 alerta so25,35). São diversas obras so- bre a necessidade de ter pociais da Igreja destinadas ao líticas públicas de Estado, acolhimento de imigrantes e não apenas de governo, como refugiados, obras que prestam é o caso do CRAI hoje. Para relevante serviço na socieda- isso, torna-se fundamental a de, muitas vezes sem receber aprovação de leis e a criação recursos públicos. de equipamentos públicos O Centro de Referência eficientes que absorvam as e Atendimento ao Imigrante demandas trazidas pelos imi(CRAI), coordenado pela Ação grantes. Foto: Vatican Media


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Páscoa

Da loucura da Cruz à força da Ressureição O mistério pascal faz compreender que precisamos ir além da morte para definitivamente penetrarmos num novo âmbito da vida

A Igreja vive, celebra e testemunha a sua fé! E a fonte e o ápice, o centro e o fundamento de nossa fé cristã é a Ressurreição de Jesus! “Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa pregação e vã é também a nossa fé” (ICor 15, 14). Com esta afirmação de São Paulo, podemos dizer que o centro da fé cristã é o anúncio da Ressurreição de Jesus. Todos os aspectos da nossa fé – doutrina, liturgia e moral – encontram fundamento na proclamação da vitória sobre a morte, porque Jesus ressuscitou. Por isso, nossas comunidades uma vez mais “exultarão” de alegria na Vigília Pascal erguendo as velas do fogo novo, entoando o Aleluia solene, fazendo soar os sinos nas torres mais altas e as sinetas entre as mãos dos mais pequeninos em nossos altares. Vestes brancas revestirão nossos catecúmenos, a água jorrará qual torrente para aspergir nossas assembleias festivas que, entoando cânticos festivos, uma vez mais proclamará: Vive Jesus! Ele é o Senhor. Em todos os rincões, nas comunidades de base das periferias, nas catedrais mais suntuosas, nas igrejas dos mosteiros, nas igrejas rurais e nas cidades, nos famosos santu-

ários e até debaixo das mangueiras Testamento e de Jesus, mesmo ou junto aos ribeiros a Igreja cantará, durante a sua vida terrestre (CIC aplaudirá, dançará. E até mesmo 652). Tudo o que fora prometido e onde é perseguida, não lhe faltará preparado para o povo da Antiga a alegria do Evangelho da Vida que Aliança cumpriu-se no triunfo de vence a morte para lhe garantir a es- Jesus que passou pelo escândalo perança e, assim, resistir e vencer da Cruz (1Cor 1,23) à surpreendencom Cristo. te Ressurreição: “Porque todas as Quanta alegria! Como é alenta- promessas de Deus são ‘sim’ em dor celebrar a Páscoa do Senhor! Jesus” (IICor 1,20 ). Mas nossa fé celebrada se prolonga 3ª. A Ressurreição confirma a como “oitava” sempre verdadeira divindade atual ao ser vivida e tesde Jesus (CIC 653). São “Que sejamos temunhada. João narra: “Quando tifelizes, fecundos O Catecismo da Igreja verdes elevado o Filho e santos, celeCatólica (CIC) nos apredo Homem, então sasenta cinco consequên- brando, vivendo e bereis que EU SOU (Jo cias importantes da Res- testemunhando 8,28). Temos revelada e o Cristo surreição do Senhor que confirmada a identidaRessuscitado” são, na verdade, preciode de Jesus: Ele é Deus sas bênçãos espirituais Vivo e Verdadeiro! das quais nós que cremos, passa4ª. A Ressurreição nos torna “jusmos a usufruir: tificados” pela vitória sobre o peca1ª. A Ressurreição constitui, an- do (CIC 654). Recebemos a adoção tes de tudo, a confirmação de tudo filial que nos garante uma particio que o próprio Cristo fez e ensinou pação real na vida do Filho Único (CIC 651). Assim são dignas da fé to- e assim viveremos uma vida nova! das as suas palavras e atos narrados Aleluia! nos Evangelhos, porque o sepulcro 5ª. A Ressurreição é o princípio e ficou vazio! Ele venceu a morte! fonte da nossa ressurreição futura. 2ª. A Ressurreição é o cumpri- “Se o Espírito daquele que ressusmento das promessas do Antigo citou Jesus dos mortos habita em

Foto: Arquivo pessoal

A vida nova a partir da ressurreição de Cristo

vós, ele, que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará a vida aos vossos corpos mortais pelo seu espírito que habita em vós” (Rm 8, 11). Irmãos, ponhamos nisto a nossa fé, tomemos posse de tão poderosas bênçãos e “caminhemos rumo ao prêmio celeste, ao qual Deus nos chama em Cristo Jesus” (Fil 3,14). Ao usufruir de tão abençoadas consequências da Ressurreição de Cristo nos comprometamos ainda mais com a vida fraterna, orante e missionária de nossas comunidades. Que sejamos felizes, fecundos e santos, celebrando, vivendo e testemunhando o Cristo Ressuscitado. Sejamos ousados e criativos no anúncio do Evangelho sem medo do novo, libertos e libertadores, abençoados e abençoadores! A Ressurreição do Senhor nos libertou! Aleluia! A Ressurreição do Senhor nos abençoou! Aleluia!

Por Padre Marcio Alexandre Vignoli Pároco do Divino Espírito Santo em Camboriú Moderador da Comunidade Divino Oleiro

Foto: Arquivo pessoal

Aleluia, Cristo verdadeiramente ressuscitou, aleluia! O que muda em sua vida, a partir da ressurreição de Cristo? Com a palavra, alguns leitores do Jornal da Arquidiocese.

Valdete Gianesine Mariane,

46 anos, secretária, Paróquia São José, Botuverá “É a partir da ressurreição de Cristo que temos mais esperança em um mundo melhor. É na Páscoa que a gente tem mais sentimentos de amor ao próximo, de querer perdoar mais, fazer diferença para o outro. Não ser melhor que o outro, mas para ele. Isso deveria ser o sentimento de todo cristão. Nós somos a prova viva de que a morte de Jesus não foi apenas um acontecimento histórico, pois ele está agindo constantemente dentro e através de cada um de nós. É neste sentimento de amor incondicional que está a prática da nossa vivência; temos sempre que transmitir para quem nos vê a própria pessoa de Cristo”.

Adelir da Silva Raupp,

69 anos, professora, Florianópolis “Sou impulsionada a viver minha fé cristã na esperança, uma fé dinâmica e crítica, com um amor profundo e inteligente ao meu Jesus ressuscitado. A partir da ressurreição passo a perceber com maior clareza que Jesus dá imenso sentido a minha vida terrena e se torna para todos nós a garantia da nossa ressurreição. O mistério pascal deixa para mim a expectativa da compreensão efetiva de que precisamos ir além do morrer e do transformar-se para definitivamente penetrarmos ‘num novo âmbito da vida, o estar com Deus’, como afirma o Papa Bento XVI. Jesus torna-se o critério no qual posso confiar, porque Deus manifestou-se verdadeiramente”.


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Páscoa Foto: Arquivo pessoal

Foto: Mateus Peixer

Pedro Paulo da Silva,

Maria Roseli Voges,

72 anos, aposentado, Paróquia Santo Antônio e Santa Maria Goretti, Coloninha, Florianópolis

62 anos, aposentada, Paróquia São José

“A ressurreição de Jesus Cristo acrescenta em mim a certeza de que, mesmo não sendo merecedor pela mácula do pecado, seu sangue derramado na cruz me lava de todo mal e me projeta a possibilidade de viver a vida eterna, como ao bom ladrão nos braços da cruz foi prometido: ‘ainda hoje estarás comigo no paraíso’”.

“A cada celebração a gente vai mudando, aprendendo, tendo mais fé e, às vezes, até perdoando coisas que nem imaginava que deveria perdoar. Fazer o bem para os outros, não falar mal, porque não gosto de fofoca, não criticar, ajudar, e tudo de bom que puder fazer eu faço. Para mim isso aí é ressurreição. Somos bastante católicos eu e meu esposo, rezamos antes das refeições e antes de dormir, todas as noites. E, assim, buscamos que os filhos sigam este exemplo de fé em Cristo ressuscitado”.

Símbolos da Páscoa Cordeiro

Pão e Vinho

Ovo

Foto: Divulgação

Símbolo da fertilidade e da nova vida. A existência da vida está intimamente ligada ao ovo, que simboliza o nascimento. O sepulcro de Jesus ocultava uma vida nova que irrompeu na Noite O cordeiro é o símbolo mais antigo da Pascal. Ofertar ovos significa desejar Páscoa. No Novo Testamento, Cristo que a vida se renove em cada um. é o Cordeiro de Deus sacrificado pela salvação da humanidade. É a nova aliança de Deus realizada por seu Filho, com todos os povos.

Círio Pascal

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Concentra todo o significado da Páscoa na ressurreição e também no sofrimento de Cristo. No Concílio de Niceia em 325 d.c., Constantino decretou a cruz como símbolo oficial do cristianismo. Não é somente um símbolo da Páscoa, mas de toda a vida cristã.

É uma grande vela que é acesa no fogo novo, no Sábado Santo, logo no início da celebração da Vigília Pascal. Assim como o fogo destrói as trevas, a luz que é Jesus afugenta toda a treva do erro, da morte, do pecado. É o símbolo de Jesus ressuscitado, a luz dos povos. Após a bênção do fogo acende-se, nele, o Círio. Faz-se a inscrição dos algarismos do ano em curso; depois crava-se cinco grãos de incenso que lembram as cinco chagas de Jesus, e as letras “alfa” e “ômega”, primeira e última letra do alfabeto grego, que significam o princípio e o fim de todas as coisas.

Foto: Divulgação

Pão e Vinho Foto: Divulgação

Coelho

Óleos Santos Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Por serem animais capazes de gerar grandes ninhadas e se reproduzirem várias vezes ao ano, a imagem simboliza a capacidade da Igreja de produzir novos discípulos de Jesus, Filho de Deus.

Na ceia do Senhor, Jesus escolheu o pão e o vinho para dar vazão ao seu amor. Representando o seu corpo e sangue, eles são dados aos seus discípulos para celebrar a vida eterna.

Na Quinta-feira Santa é celebrada nas catedrais a Missa do Crisma, onde são abençoados os óleos usados no Batismo, na Crisma e na Unção dos Enfermos. Para os cristãos, os óleos simbolizam o Espírito Santo.


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bíblia Lectio Divina

A vitória da vida sobre a morte (1Cor 15)

Padre Paulo Stippe Schmitt Lectio (leitura) Sl 117 (118) Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterna a sua misericórdia. Diga a casa de Israel: é eterna a sua misericórdia. A mão do Senhor fez prodígios, a mão do Senhor foi magnífica. Não morrerei, mas hei-de viver para anunciar as obras do Senhor.

Meditatio (meditação) O capítulo 15 da Primeira Carta aos Coríntios trata do tema da ressurreição. Atento ao que acontecia nas comunidades que fundara, Paulo preocupa-se com a fidelidade ao primeiro anúncio (querigma) referente a Jesus Cristo que “morreu por nossos pecados, foi sepultado e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Cor 15,4). Acontece, porém, que um grupo entre os cristãos de Corinto questionava a historicidade da ressurreição de Jesus, como também a possibilidade da ressurreição dos nossos corpos. Esta maneira de pensar contaminava a fé da comunidade, deturpando o conteúdo central do credo cristão. Paulo, então, responde a três perguntas: 1. Cristo, de fato, ressuscitou? 2. Existe a ressurreição dos mortos? 3. Em caso afirmativo, como ela acontece? Ele lembra que a ressurreição está fundamentada em testemunhos de pessoas qualificadas: de Pedro e dos demais apóstolos, de mais de 500 pessoas e, por último, do próprio Paulo. (Os Evangelhos, escritos depois das cartas paulinas, revelam que as primeiras testemunhas de Jesus ressuscitado foram as mulheres). São testemunhos de total credibilidade. Se assim não fosse, Paulo não se lançaria

em missão pelo mundo, enfrentando todo tipo de conflitos e sofrimentos (cf. 15,1-11). Assim, ele nos alerta: “Se é só para esta vida que colocamos a nossa esperança, somos, entre todas as pessoas, os mais dignos de lástima” (cf. 15,12-34). Como ressuscitaremos? A própria natureza e o universo nos oferecem a explicação (cf. 15,35-57). Paulo conclui toda a sua explanação, muito bem fundamentada, dizendo: “Por consequência, meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis, aplicando-vos cada vez mais à obra do Senhor. Sabeis que o vosso trabalho no Senhor não é em vão”. Portanto, a fé na ressurreição implica no compromisso de continuidade da missão de Jesus, no empenho sincero de transformar o mundo, vencendo a injustiça e a morte, “até que Deus seja tudo em todos” (15,28). Fomos incorporados em Cristo pelo Batismo. Não podemos, portanto, viver como mortos num Corpo ressuscitado.

Alegremo-nos e exultemos! É a Páscoa de Jesus. Vencendo a morte e renovando a vida, Deus faz novas todas as coisas. Na vitória sobre o pecado e a morte, fruto do pecado, Deus renova em nós a esperança e concede a todos os seus filhos e filhas a herança da vida eterna. Resgatados em Jesus, viveremos para anunciar as obras de Deus, os prodígios que sua mão realizou e realiza continuamente entre nós..

Oratio (oração) Dou-te graças, Senhor, porque tua mão manifestou-se na vitória de Cristo

sobre a morte. Na ressurreição de teu Filho retorna para nós a luz, a alegria, a esperança, a vida eterna. Quero proclamar com minha vida as maravilhas da salvação que operas no mundo. Que a minha boca se encha de louvor, para que eu cante a tua misericórdia eterna.

Contemplatio (contemplação) Contemplo a misericórdia de Deus: se grandes foram suas obras em toda a história da salvação, muito maior é seu grande ato de amor no mistério da Páscoa de Jesus. Minha contemplação é jubilosa diante da maravilha da ressurreição..

Missio (missão) “Não morrerei, mas hei de viver para anunciar as obras do Senhor”. O tempo pascal, até o domingo de Pentecostes, convida-me a ser testemunha da ressurreição. Faço isso manifestando em minha vida alegria, vivendo a misericórdia, sendo sinal do amor de Deus para os irmãos e irmãs. Minha missão é viver como pessoa ressuscitada.

Por Celso Loraschi Professor de Estudos Bíblicos nos cursos de extensão e de pós-graduação na Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC)

Conhecendo as cartas de São Paulo Padre Gilson Meurer

“Gálatas: a magna carta da liberdade cristã (1)” A Galácia foi fortemente povoada por bandos de gauleses (celtas) que, séculos antes de Cristo, desceram da Gália pelo Danúbio até a Ásia Menor. Ela foi conquistada em 189 aC. pelo cônsul romano Mânlio Vúlsio, e foi expandindo-se territorialmente até se tornar “província romana” nos anos 25 aC. Em sua segunda viagem missionária, provavelmente pelos anos 50, S. Paulo encontrou uma região bem diversificada de gregos, romanos, judeus, e ali fundou uma comunidade cristã (ou até mais comunidades). Ele a visitou alguns anos depois, na terceira viagem, pelos anos 53, “confirmando todos os discípulos” (At 18,23). Enquanto estava em

Éfeso (At 19,8-10), ele recebeu notícias desagradáveis da Galácia. Segundo lhe reportaram, os gálatas estavam sendo atribulados por um “grupo de agitadores” (Gl 1,7) que julgava necessário o retorno à Lei de Moisés, a circuncisão e outras práticas, para obter salvação. Esse grupo também questionava a autoridade e a pregação de Paulo, considerada contrária ao que os outros apóstolos pregavam (Gl 1,1.7.12). Por isso, a comunidade caiu em uma angustiante crise de identidade, de autoridade e de fé. De Éfeso, então, pelos idos de 54, S. Paulo enviou esta carta aos gálatas a fim

de confirmar a fé em Cristo como única necessária para a salvação, bem como reiterar que seu apostolado é um chamado feito por Deus (Gl 1,1), baseado na Revelação (Gl 1,10s) e realizado com o reconhecimento dos outros apóstolos (Gl 2,9). Eis as seções dessa carta: I – Introdução (1,1–5); II – O chamado de Paulo ao apostolado (1,6–2,21); III – A justificação pela fé (3,1-29); IV – A vida nova dos filhos de Deus (4,1-31); V – A liberdade cristã (5,1– 6,10); VI - Epílogo (6,11-18). No próximo número, analisamos o conteúdo da carta.

Você também pode conferir este artigo e os demais no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


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Jornal da Arquidiocese, abril de 2019

#paróquias Foto: Paróquia São Sebastião

Foto: Paróquia Nossa Senhora Aparecida

A Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Balneário Camboriú, é composta por nove comunidades. A Igreja Matriz foi inaugurada em 2002 e fica localizada no bairro Vila Real. Para saber os dias e os horários das missas, ligue para: (47) 33600488. Ou acesse: www.facebook.com/nsaparecida2017.

A Paróquia São Sebastião, de Balneário Camboriú, é composta por três comunidades. A Igreja Matriz foi reinaugurada em 2004 e fica localizada no bairro Ariribá. Para saber os dias e os horários das missas, ligue para: (47) 3360-4321. Ou acesse: facebook.com/ saosebastiaobc. Foto: Tiago Vicente Santana

Foto: Paróquia São Virgílio

A Quaresma começou no dia 6 de março. Nas celebrações da Quarta-Feira de Cinzas, os fiéis foram convidados ao arrependimento dos pecados e a uma vida nova. A Paróquia São Virgílio, em Nova Trento, recebeu Dom Wilson Tadeu Jönck, scj. Na ocasião, o Arcebispo Metropolitano realizou a visita pastoral na comunidade e foi acolhido com muito carinho pelos fiéis. Foto: Fernanda Brüggemann

No dia 19 de março, Diác. José Neri de Souza celebrou 25 anos de ordenação sacerdotal, na Igreja Santo Antônio, na Fazenda, em São José.

Sugestões, notícias e fotos da sua paróquia podem ser enviadas para: Sugestões, notícias e fotos da sua paróquia podem ser enviadas para: imprensa.arquifln@gmail.com.

imprensa.arquifln@gmail.com


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evangelização

Campanha da Fraternidade 2019: Políticas Públicas Foto: Mateus Peixer

Coletiva de imprensa, na Cúria Metropolitana

Na Quarta-feira de Cinzas, 6 de março, ocorreu a abertura oficial da Campanha da Fraternidade 2019, na sede da Cúria Metropolitana, em Florianópolis. Na ocasião, o Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, reforçou que faz parte da vida cristã colaborar na construção da sociedade. “Não se pode delegar isso aos governantes e cobrar deles apenas. Cobramos, mas devemos dar a nossa colaboração. E esse é o espírito da Campanha da Fraternidade”. Na cerimônia de abertura, Dom Wilson estava

Caridade Social

acompanhado da diretora do Estado de Assistência Social, Sandra Regina da Silva Coimbra; do Articulador da Pastoral do Migrante no Estado de Santa Catarina, Pe. Marcos Mario Bubniak, CS; do Secretário Executivo da Ação Social Arquidiocesana, Fernando Anísio Batista e da conselheira representante do Conselho Nacional de Assistência Social, Solange Bueno. Além deles, também foram convidadas a Conselheira Titular do Conselho Municipal de Saúde (Florianópolis), do Conselho Estadual de Saúde e do Conselho Estadual de Assistência Social, Leonilda Delourdes Gonçalves; a tesoureira da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) e da Associação Beneficente São Dimas (ASBEDIM), e voluntária da Pastoral Carcerária, Leila Pivatto; a presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Karina Gonçalves Euzébio; e a Auditora Federal de Finanças e Controle, da Controladoria-Geral da União, Rosemary Zucarelli Innocencio.

ram presentes todos os bispos do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padres, religiosos, seminaristas e leigos vindos de todo o Estado de Santa Catarina. O bispo de Tubarão e presidente do Regional Sul 4 da CNBB, Dom João Francisco Salm, discursou no plenário da Assembleia Legislativa. Segundo Dom João, “a Campanha da Fraternidade é um grande apelo para a superação da indiferença pela conversão do coração”. Foto: Franklin Machado

Sessão Solene A Campanha da Fraternidade (CF) 2019 foi homenageada no dia 11 de março, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC). Estive-

Plenário durante a Sessão da CF 2019

Justiça Restaurativa: criar melhores condições para o convívio social

Com o objetivo de implantar a cultura da paz e de uma comunicação não-violenta, foi iniciado neste mês, o projeto-modelo de implantação da Justiça Restaurativa (JR) na Penitenciária de Florianópolis. A JR é uma iniciativa que envolve o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, a Ação Social da Paróquia da Santíssima Trindade e a Penitenciária da Capital, sob coordenação do juiz de Direito Dr. Alexandre Karawasa Takaschima, do agente prisional Jannynffer Glayson da Cunha Nazário, e da assistente social da ação social Dyana Ayres dos Santos Carvalho. A premissa da Justiça Restaurativa, instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), é a tese de que um ato violento não tem início no momento em que é praticado. “O projeto-piloto no sistema prisional é uma proposta de agregar a cultura da paz e da comunicação não-violenta aos demais programas já realizados no Complexo Prisional da Agronômica, como por exemplo o da educação”, explicou o juiz Alexandre Takaschima. “A proposta é a utilização de círculos de construção de paz

para transformação dos conflitos, por meio de reparação às vítimas e autorresponsabilização do ofensor, com a participação dos familiares e da comunidade”, completou. Para Takaschima, a Justiça Restaurativa permite criar melhores condições para o retorno do preso ao convívio social, porque trabalha novas formas de relacionamento pelo diálogo, com a participação de familiares, pessoas de apoio e referências, além da comunidade, e com foco na reparação dos danos e necessidades das vítimas. Segundo o juiz, não se trata de projeto para ser aplicado a todos os presos, pois exige voluntariedade, responsabilização pelos danos causados e reparação às vítimas. Inicialmente, 20 condenados do regime fechado participarão do primeiro ciclo do projeto. A intenção é que cada apenado tenha dois encontros mensais durante um período mínimo de seis meses. Enquanto os presos realizam os círculos dentro da penitenciária com representantes de vários órgãos e entidades do Estado, além da própria comunidade, os familiares farão o mes-

mo movimento em encontros fora das unidades prisionais. O Complexo da Agronômica reúne cinco unidades prisionais, que acolhem quase 2,5 mil detentos. Desses presos, 1,4 mil estão na Penitenciária de Florianópolis. A intenção é que o projeto alcance as 50 unidades prisionais do Estado. Foto: Divulgação

Os autores do projeto: agente Nazário, Dyana, Frei Evandro e dr. Takaschima


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juventude

Encontro de Líderes Jovens recebe mais de cem participantes Foto: Mateus Peixer

No dia 10 de março, mais de 100 jovens estiveram reunidos na Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, para participar do Encontro de Líderes Jovens. A iniciativa foi do Setor Juventude da Arquidiocese de Florianópolis. O Assessor Eclesiástico da Juventude na Arquidiocese, Pe. Ewerton Gerent, iniciou o dia com uma palestra sobre o documento final do Sínodo dos Bispos – Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. Após a palestra, os jovens foram divididos em três grupos para participar das oficinas sobre o protagonismo jovem (conduzido por André de Oliveira – Renovação Carismática Católica), a vocação (Pe. Vânio da Silva – Pastoral Vocacional Arquidiocesana) e a missão (Pierre Pires – Comunidade Bethânia). Para o jovem Guilherme Colombi, 21 anos, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Guabiruba, o encontro foi um momento gratificante, pois ele pôde adquirir mais conhecimento a respeito do documento final do Sínodo

e ressaltou que volta para sua cidade cheio deste ensinamento para conduzir cada vez melhor a missão. “Ser um jovem protagonista na comunidade, cada vez mais engajado com as pastorais, o discernimento, a vocação e a missão, eis o fio condutor neste encontro. Fico agradecido ao Setor Juventude por nos proporcionar este momento de formação”, frisa Guilherme. No período da tarde, os jovens se reuniram para um momento de partilha e depois participaram da missa de encerramento, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj. O encontro reanimou muitos jovens e reforçou dentro deles o papel de cada um na Igreja. “Devemos manter nosso fascínio por Jesus e ser protagonistas na Igreja em que participamos. Não podemos nos deixar abater pelo desânimo, mas continuar responsáveis e perseverantes em nossa caminhada”, explica Ana Luiza Schmidt, da Paróquia Santo Antônio, de Campinas, São José. Foto: Mateus Peixer

Cronograma de abril 06/04 | Oficina de Elaboração de Projetos Sociais – FAS | Sagrados Corações - Barreiros 06/04 | Procissão Senhor dos Passos | Hospital Caridade p/ Catedral 07/04 | Dia Mundial de Luta pela Saúde 07/04 | Procissão encontro N. Sra. das Dores e Senhor Jesus dos Passos | Florianópolis 13/04 | Reunião Arq. para os Assessores da IAM | 18/04 | Missa do Crisma | Catedral 19/04 | Paixão do Senhor Jesus 20/04 | 48ª Assembleia da ASA | Biguaçu 21/04 | Páscoa do Senhor 26 a 28/04 | Retiro – Diáconos e Esposas | Provincialado

Paróquia São Sebastião de Tijucas realiza Retiro da Mistagogia Foto: PASCOM Tijucas

Aproximadamente 170 jovens, com idades entre 11 e 14 anos, participaram do Retiro de Jovens da Mistagogia, no salão paroquial da Capela do Porto do Itinga, no interior de Tijucas. O retiro foi organizado pela paróquia para os adolescentes que continuam o Itinerário de Iniciação à Vida Cristã e ocorreu no final de fevereiro. O jovem Tiago dos Santos participou desse encontro e se diz renovado na fé. “Foi muito legal encerrar a Mistagogia nesse clima de oração e descontração”, comenta Tiago.

Para acolher os jovens, uma grande equipe de trabalho foi montada, com a supervisão do pároco, Pe. Elizandro Scarsi. “Nossa intenção é ajudá-los a discernir a grandeza dos sacramentos que vão receber”, destaca. Nesse modelo atual de Iniciação à Vida Cristã, crianças, jovens e adultos fortalecem o encontro pessoal com Jesus, valorizando tempos e etapas, com o consequente amadurecimento da fé. Por PASCOM Tijucas


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geral

FAS: 20 anos de gestos concretos Foto: Pastoral Cacerária

APAC na Arquidiocese de Florianópolis

Outra iniciativa que também contou com a ajuda do FAS foi a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC), que se dedica à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade. O trabalho dispõe de um método de valorização humana, vinculada à evangelização, oferecendo ao condenado reais condições para se recuperar. Detentos trabalham na Estampa Livre “Acreditar na recuperaNeste ano, o Fundo Arquidiocesano de Solidarie- ção do ser humano, proteger a sociedade, socorrer a dade (FAS) completa 20 anos de existência. O FAS vítima e promover a justiça, são os quatro pilares da é um fundo solidário permanente composto pelos re- APAC”, explica a presidente da APAC, Leila Pivatto. cursos da Coleta da Campanha da Fraternidade, reA estrutura física da associação comporta no máxializada no Domingo de Ramos. Visa apoiar projetos mo 200 recuperandos, compreendidos os três regimes realizados pelas ações sociais paroquiais, movimen- (fechado, semiaberto e aberto). O apoio da família é tos sociais, grupos de economia solidária, pastorais fundamental para o método ter resultados satisfatórios. sociais e entidades da sociedade civil atuantes na Em 2016 foi realizada uma coleta nas paróquias da Arquidiocese de Florianópolis. Arquidiocese, como fruto concreto do Ano da MiseriA proposta partiu da Cáritas Brasileira e das pas- córdia, instituído pelo Papa Francisco naquele ano. O torais sociais. Em 1998, a Conferência Nacional dos valor arrecadado foi de aproximadamente R$ 107 mil. Bispos do Brasil (CNBB) aprovou a iniciativa, durante Graças a esse recurso, a refora sua 36ª Assembleia, determinando a seguinte dis- ma da edificação da associação tribuição dos recursos da Coleta da Solidariedade: pôde ser concluída. “Esse dinhei60% para compor os Fundos Diocesanos e 40% para ro veio ajudar nas muitas despeo Fundo Nacional de Solidariedade. sas dessa reforma. Agradecemos a todos os fiéis da Arquidiocese Projeto Estampa Livre que contribuíram”, afirma Leila. São duas décadas em que o FAS favorece a criação de projetos alternativos de geração de trabalho e renda. Um exemplo dos beneficiados com o Fundo é o Projeto Estampa Livre, que em maio de 2006 iniciou uma Oficina de Estamparia. A iniciativa foi idealizada por Luiz Carlos Pires Senna e Taise Zanotto, com o objetivo de capacitar e gerar trabalho e renda aos detentos do Presídio Masculino de Florianópolis. Tudo começou com apenas três detentos, mas a demanda de camisetas aumentou e então foi inaugurada a confecção. Atualmente, dez detentos trabalham na estamparia.

150 crianças e adolescentes no contra turno escolar. São oferecidas oficinas de coral, violão, teclado, flauta, dança, judô, reforço escolar, atendimento psicológico e artesanato. Com uma equipe de 95 voluntários e professores contratados são oferecidas oportunidades no desenvolvimento de aptidões, sejam elas físicas ou mentais. “A casa está localizada numa área empobrecida da região, e a oportunidade de desenvolver essas atividades os resgata de possíveis situações de violência nas ruas. Hoje, muitas crianças que já passaram pela casa são destaques na comunidade”, ressalta Darci Steil da Silva, presidente da Casa Madre Teresa. Números de 2018 Muitos foram os projetos que o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade ajudou nestes 20 anos e quer continuar a fazer. Em 2018 foram arrecadados R$ 262 mil, nos quais, R$ 157 mil foram destinados ao FAS e R$ 104 mil para o fundo nacional. Você pode conferir toda a prestação de contas da Coleta da Solidariedade, da Campanha da Fraternidade 2018, no site da Arquidiocese: www. arquifln.org.br. Este ano, a coleta ocorre no final de semana do Domingo de Ramos, dias 13 e 14 de abril, em todas as missas da Arquidiocese. Ajude a fortalecer diversos projetos sociais nas paróquias e comunidades de todo Brasil. Foto: Ação Social Santo Antônio

Acompanhamento de crianças e adolescentes O FAS também contribui com iniciativas que apontam para a superação das estruturas de pobreza e injustiça. É o exemplo da Casa Madre Teresa de Calcutá, que faz parte da Ação Social Santo Antônio, de Itapema, e já contou a com auxílio do fundo. A entidade atende cerca de

Ação Social Santo Antônio foi um dos projetos beneficiados pelo fundo


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