Jornal da Arquidiocese | nº 226 | agosto de 2016

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 226

AGOSTO DE 2016

Assembleia Arquidiocesana

Coleta para construção da APAC | 10

Ano da Misericórdia Jubileu da Juventude | 11

Foto: Everton Marcelino

Família permanece como eixo transversal | 3

Final de agosto

Fiéis acolhem imagem jubilar de

Nossa Senhora Aparecida


Jornal da Arquidiocese, Agosto de 2016

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opinião

Acontecimentos no meio do ano

Que venha a JMJ 2019 no Panamá! Na Jornada Mundial da Juventude, que ocorreu de 26 a 31 de julho na Cracóvia, participaram 13 mil brasileiros A Arquidiocese esteve representada por 60 jovens que mergulharam no tema deste ano: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). A edição desta jornada ganhou ainda mais destaque, por ter acontecido na terra do idealizador da JMJ, São João Paulo II, e também, de Santa Faustina, apóstola da misericórdia. Durante os cinco dias em Cracóvia, os participantes se reuniram em espaços culturais, shows, atividades esportivas e eventos religiosos que incluíram missas, catequeses, a vigília de sábado, a Via Sacra e procissões. Mas, o que os jovens mais queriam era ver e ouvir o Papa, que marcou a vida de todos, pelas palavras e lugares que visitou. Uma das passagens que mais emocionou o mundo foi quando Francisco visitou os campos de concentração de Auschwitz, onde mais de um milhão de pessoas morreram durante a Segunda Guerra Mundial. Na missa de encerramento foi grande a alegria de todos quando o Papa anunciou que a JMJ de 2019 será no Panamá. Nesta última homilia, o Santo Padre disse que Jesus assumiu a nossa humanidade e o seu coração nunca se afastará de nós. “O Espírito Santo quer habitar em nós. Eis a nossa identidade espiritual: não aceitar-nos e viver descontentes e de modo negativo significa não reconhecer a nossa verdadeira identidade. Deus nos ama como somos e nenhum pecado, defeito ou erro lhe fará mudar de ideia”. Obrigado, Papa Francisco, por encorajar novamente os jovens a não desanimarem: “Com seu sorriso e braços abertos transmitam esperança, pois vocês são uma bênção para a família humana”.

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Três eventos se destacam na caminhada da Igreja diocesana nos meses de julho e agosto: a Jornada da Juventude, a Assembleia de Pastoral e a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida. A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) aconteceu em Cracóvia, na Polônia, entre os dias 26 e 31 de julho. Aproximadamente 60 jovens da Arquidiocese se fizeram presentes. Alguns detalhes intensificaram o significado desta JMJ. O primeiro é que acontece no Ano da Misericórdia. O Papa escolheu como tema “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”. Outro aspecto significativo: Cracóvia é a terra de São João Paulo II e de Santa Faustina. São João Paulo II deu início às Jornadas Mundiais da Juventude. Santa Faustina, por sua vez, foi a responsável pelo início da devoção à Divina Misericórdia.

A Assembleia Arquidiocesana de Pastoral aconteceu no dia 23 de julho. Na verdade, era a terceira etapa do processo de avaliação do Plano de Pastoral da Arquidiocese. Já tinha acontecido uma etapa nas paróquias e outra nas foranias. O ponto alto foram as sugestões que a Assembleia apresentou para a caminhada nos próximos anos. Conclamamos a todas as paróquias, comunidades, grupos e movimentos a retomarem este material para que possam impulsionar a caminhada de toda a Arquidiocese. A visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida teve seu início no dia 31 de julho com a chegada da imagem e celebração na Catedral. Durante o mês de agosto estará percorrendo todas as foranias. O encerramento ocorrerá no dia 28 de agosto, no Santuário de Santa Paulina, em Nova Trento. Podemos destacar dois aspectos. O primeiro é que

Nos caminhos de Francisco

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Nas redes

Amar e perdoar como o próprio Deus ama e perdoa. Trata-se de um programa de vida que não pode conhecer interrupções nem exceções.

Dom Pedro Zilli envia mensagem de agradecimento O bispo da Diocese de Bafatá (Guiné-Bissau), Dom Pedro Carlos Zilli, PIME, esteve na Arquidiocese de Florianópolis, em julho. Na ocasião, ele gravou uma mensagem de agradecimento a todos que colaboram com as missões na África.

03 de julho, no Twitter

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Através das boas obras, que realizamos com amor e com alegria aos outros, a nossa fé germina e dá frutos.

youtube.com

10 de julho, no Angelus

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Um coração misericordioso tem a coragem de deixar o conforto e sabe ir ao encontro dos outros, é capaz de abraçar a todos. 28 de julho, durante a Jornada Mundial da Juventude

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Retiro dos GBF/CEBs reflete tema “Nas mãos do Oleiro”

Rezar ao Pai perdoando todos, esquecendo os insultos, é a melhor oração que você pode fazer. 16 de julho, Missa na Casa Santa Marta

Maria tem aquela pequenez amada por Deus, que “pôs os olhos na humildade da sua serva” e “exaltou os humildes”

estaremos unidos à Igreja do Brasil que celebra os 300 anos da aparição da imagem no rio Paraíba, em São Paulo. O Santuário de Aparecida promove uma intensa programação para celebrar durante todo o ano de 2017. Em segundo lugar, temos a grande oportunidade de acolher a imagem e prestar culto a Nossa Senhora, mãe de Jesus. Ela é a padroeira do Brasil. É nossa mãe e modelo, e nos ensina como servir a Jesus.

@pontifex_pt

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A verdadeira alegria que se experimenta na família não é algo casual nem fortuito, mas profunda e estável. 02 de julho, no Twitter

28 de julho, Missa no Santuário de Jasna Gora, em Czestochowa

Nos dias 02 e 03 de julho aconteceu o retiro arquidiocesano dos Grupos Bíblicos em Família (GBF) e Comunidades Eclesiais de Bases (CEBs), no Centro de Espiritualidade Imaculada Conceição, em Nova Trento. Participaram 83 animadores/as e membros dos GBF/CEBs, representando 32 paróquias. twitter.com/arquifloripa

Igreja se despede de Dom Irineu Roque Scherer No dia 01 de julho, faleceu o bispo de Joinville, Dom Irineu Roque Scherer, vítima de infarto fulminante. Mais de 50 bispos, além de padres, religiosos e leigos participaram da missa de corpo presente, presidida pelo cardeal Dom Odilo Scherer. facebook.com/arquifloripa

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, A. Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Jean Ricardo Severino, Olga Oliveira e Roberson Pinheiro. JORNALISTA RESPONSÁVEL: A. Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO: Roberson Pinheiro COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa@arquifln.org.br e comunicacao@arquifln.org.br SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis


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#compartilha Padre dos migrantes completa 50 anos de ordenação presbiteral Foto: Carol Denardi

Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal

Servir 1

Servir não é um piquenique nem um passeio sem cansaços no carrossel das horas do dia.

Servir 2

Devemos amar e servir assim como somos e com o que temos: o Senhor e os irmãos não nos pedem mais do que isso. E se lhes dermos o que somos e o que temos, viveremos em paz, na paz que vem do Alto!

Servir 3

Como se serve quando se consola, quando se compreende o irmão, quando se ama, quando se perdoa! “Atrás de um documento tem uma pessoa, uma família”

No último mês de julho, o coordenador da Pastoral do Migrante, Pe. Joaquim Roque Filippin, comemorou 50 anos de vida sacerdotal. Vigário da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, na Prainha, em Florianópolis, Pe. Joaquim é da Congregação dos Missionários de São Carlos. Natural da cidade de Campos Novos (SC), o sacerdote entrou para o seminário de Guaporé (RS), aos 14 anos de idade. Lá concluiu o ginásio e o noviciado. Cursou filosofia e teologia em São Paulo, fez um ano de estágio em Casca (RS) e foi ordenado padre no dia 10 de julho de 1966, na sua cidade natal. O missionário scalabriniano atuou como vigário e pároco em diversas paróquias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, estudou a espiritualidade dos salmos em Roma e trabalhou com migrantes no Paraguai e em Porto Alegre.

Em 2011 retornou a Florianópolis, passou um ano na Catedral e, desde 2013, está na paróquia da Prainha, na coordenação da Pastoral do Migrante. Um trabalho que busca conseguir apoio na Arquidiocese, na sociedade civil e nas várias instâncias do governo para a causa. “Buscamos interesse e conscientização sobre a presença do migrante. Acolher Jesus. Jesus é o peregrino em cada migrante”, afirma Pe. Joaquim. Nestes 50 anos de vida sacerdotal, Pe. Joaquim assegura que “só vejo gratidão ao Senhor, a Nossa Senhora e a milhares de pessoas que entraram em minha vida e me fizeram escrever esta história. Meu trabalho é muito focado no social”. E completa que “isso é a verdadeira evangelização. É o falar de Jesus e de Maria através de ações simples. Atrás de um documento tem uma pessoa, uma família. Estou contente por isso”.

Presença

Se Jesus vive na família e com a família, violência não há; se Ele lá não está, são mais fáceis de ocorrer os dissabores, as brigas, as discussões, o mal-querer, as separações...

Tesouro

Onde está nosso tesouro: na posse ou na dádiva, no defender-nos dos outros ou no entregar-nos a eles, fazendo-nos dom? O amor se dá, se entrega, se faz dom, porque não sabe guardar-se para si.

Devotos participam da Festa Litúrgica de Santa Paulina Foto: Divulgação / Santuário

Frei Celso Gevaerd chega ao Jubileu de Diamante de vida presbiteral No dia 02 de julho, às 19h, na Igreja São Benedito, em Amparo (SP), foi celebrada a Missa em Ação de Graças por ocasião dos 60 anos de vida sacerdotal do frei Celso Francisco Gevaerd de Faria (OFM). Frei Celso nasceu em Florianópolis, em fevereiro de 1928, fIlho de Heitor e Maria Júlia Veiga de Faria, açorianos e fervorosos católicos. “O sonho de sua mãe era ter um filho padre. Dos cinco filhos homens, além de três mulheres, pelo menos quatro estiveram no Seminário de Rio Negro, mas somente Frei Celso seguiu a vida religiosa. Sua mãe, contudo, faleceu antes de ver seu sonho realizado”, revelou um dos amigos do frei.

Seu processo vocacional se deu em grande parte em Santa Catarina e, ao longo de sua caminhada presbiteral, trabalhou em algumas paróquias franciscanas da Arquidiocese como: Balneário Camboriú, Santo Amaro da Imperatriz e na capital. A celebração jubilar contou com a presença do bispo diocesano de Amparo, Dom Luiz Gonzaga Fechio, além do bispo emérito, Dom Francisco José Zugliani. Outros padres e representantes de provincias franciscanas também prestigiaram este momento festivo.

Colaboração da Pascom de Amparo (SP)

Na homilia, Dom Wilson destacou as obras de misericórdia vividas pela santa

Momentos de fé e devoção marcaram a 25ª Festa Litúrgica de Santa Paulina celebrada no dia 10 de julho, no santuário dedicado em homenagem à primeira santa do Brasil, em Nova Trento. A missa solene das 09h45, presidida pelo Arcebispo Dom Wilson Jönck, contou com a participação de quatro mil pessoas. Na homilia, Dom Wilson destacou as ações misericordiosas de Santa Paulina. “Ela foi uma mulher rejeitada, incompreendida, mas nada disso fez

com que ela desistisse de servir. Quando estamos tomados pelo ideal de servir ao próximo, nada nos tira da missão”, lembrou o Arcebispo. Segundo a diretora do santuário, Ir. Anna Tomelin, “os peregrinos e peregrinas vindos de muitos recantos do Brasil retornam às suas famílias fortalecidos e esperançosos na intercessão de Santa Paulina. Que Santa Paulina cuide de nós em todas as situações de nossa vida”.


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#compartilha Semana Nacional da Família deste ano reflete sobre a misericórdia A Semana Nacional da Família de 2016 acontece de 14 a 21 de agosto e tem como tema a “Misericórdia na família: dom e missão”. Na Arquidiocese, diversas paróquias vão realizar programações como celebrações eucarísticas, visitas às famílias, palestras e orações. Para bem celebrar, a Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da CNBB, publicaram o subsídio “Hora da Família”, disponível para aquisição na loja virtual da Pastoral Familiar (cnpf.org.br). O material apresenta reflexão sobre temas familiares, oferece roteiros de orações e cantos para motivar as atividades. Os temas dos encontros são ligados à misericórdia: família e Igreja, lugares de misericórdia; a família promotora da misericórdia na sociedade; o perdão na família – fonte de reconciliação e libertação, entre outros. Com o objetivo de evangelizar a família, espaço privilegiado de escuta e discernimento ao chamado de Deus, o subsídio traz, além dos temas dos encontros, diversos roteiros de celebrações como Via-

Festa de Nossa Senhora de Azambuja movimenta Santuário O Santuário de Nossa Senhora de Azambuja promove, nos dias 20 e 21 de agosto, a tradicional festa em honra à padroeira. Mas a programação começa dias antes, com a novena a partir de 12 de agosto, às 19h, com a presença dos noveneiros. No sábado, dia 20, haverá missa às 16h e às 19h e, em seguida, a procissão luminosa marca o evento, com a subida ao Morro do Rosário, rezando o terço. No domingo, oito missas preenchem o cronograma. Em todas elas haverá atendimento de confissões. Venda de cachorro-quente, churrasco, prato quente, café com cuca, roda da fortuna, bazar e barraca do bingo, também fazem parte da festa. Os recursos arrecadados contribuem para a manutenção do santuário e do seminário de Azambuja. Para mais informações acesse o site da paróquia: azambuja.org.br. Serviço Festa de Nossa Senhora de Azambuja 20 e 21 de agosto | Brusque Inf.: (48) 3396-6276 | azambuja.org.br

Sacra em família, celebração para o Dia dos Pais, Dia dos Avós e Dia das Mães.

Imagem: Divulgação

Ano de Graças O Ano Jubilar da Misericórdia trouxe muitas graças para as famílias cristãs, especialmente com a Exortação Apostólica Pós Sinodal, Amoris Laetitia, do Papa Francisco, que estimula as famílias a “apreciar os dons do matrimônio e da família e a manter um amor forte e cheio de valores como a generosidade, o compromisso, a fidelidade e a paciência” (AL 5). A Pastoral Familiar Arquidiocesana tem procurado levar essa mensagem a todas as paróquias, ao motivar a leitura dessa exortação, e encorajar as famílias a serem sinais vivos de misericórdia, com uma espiritualidade própria que as torne igreja doméstica e célula viva para transformar o mundo.

Por Sarita e Mario Prisco - Coordenação Arquidiocesana da Pastoral Familiar

Pastoral das pessoas em situação de rua é tema de estudo

Edição do evento que aconteceu em maio tratou da Pastoral do Migrante

No dia 18 de agosto, das 08h às 12h30, na Paróquia São Vicente de Paula, em Itajaí, ocorre o Fórum das Entidades, Pastorais e Ações Sociais da Arquidiocese. O evento tem como tema principal a Pastoral da População de Rua, que está em processo de organização em nível arquidiocesano. Segundo o secretário executivo da Ação Social Arquidiocesana (ASA), Fernando Anísio Batista, “existem muitas iniciativas isoladas nas paróquias e comunidades de cuidado e atenção à população que vive em situação de rua. A proposta é ter maior articulação dessas iniciativas, fortalecendo a ação pastoral com essas pessoas”. Além do assunto central, também será organizada a peregrinação do Ano Santo da Misericórdia das entidades sociais da Arquidiocese, prevista para o dia 15 de outubro, ao Santuário de São Pedro de Alcântara.

Subsídio publicado para reflexões em família

Comunidade Divino Oleiro realiza Congresso de Mulheres Católicas “A vinha em flor exala o seu perfume; levanta-te, minha amada, formosa minha e vem” (Ct 2,13). Este será o tema da 13ª edição do Congresso Evangelístico de Mulheres Católicas, que acontece entre os dias 05 e 07 de agosto, na Vila do Divino Oleiro, em Governador Celso Ramos. As pregações estarão a cargo do fundador da Comunidade Divino Oleiro, Pe. Marcio Vignoli, e de Jacira Mourão, do Rio de Janeiro. Jake Trevisan, de São Paulo, juntamente com o Ministério Divino Oleiro, vão animar o retiro. As inscrições podem ser feitas na Igreja Nossa Senhora do Parto e na Rádio Cultura AM, em Florianópolis; no Espaço Católico de Balneário Camboriú e na Rádio Conceição (Itajaí). O valor é de R$ 10. Imagem: Divulgação

Mais informações: (48) 3296-1511 ou contato@divinooloeiro.com


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nossa fé

Acompanhar, discernir e integrar Pe. Vitor Galdino Feller

O cristão e a política: serviço ao Reino Fernando Anísio Batista

Na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia sobre o amor na família, o Papa Francisco dedica todo o capítulo VIII às situações chamadas “irregulares”.

O ideal e a realidade Primeiramente, apresenta o ideal cristão do matrimônio, “reflexo da união entre Cristo e a Igreja”, na doação recíproca de um homem e uma mulher que, “com um amor exclusivo e livre fidelidade, se pertencem até a morte e se abrem à transmissão da vida, consagrados pelo sacramento que lhes confere a graça para se constituírem como Igreja doméstica e serem fermento de vida nova na sociedade”. A seguir, reconhece que “algumas formas de união contradizem radicalmente este ideal, enquanto outras o realizam pelo menos de forma parcial e analógica”. O que fazer com estas situ-

ações? O papa responde: “a Igreja não deixa de valorizar os elementos construtivos nas situações que ainda não correspondem ou já não correspondem à sua doutrina sobre o matrimônio” (AL, 292).

e enfrentamento de “todas estas situações de forma construtiva, procurando transformá-las em oportunidades de caminho para a plenitude do matrimônio e da família à luz do Evangelho” (AL, 294).

O princípio da gradualidade

A lógica da integração

Muitos casais, principalmente jovens, unem-se apenas numa mera convivência ou num matrimônio apenas civil, às vezes na espera da aquisição de maior segurança existencial (moradia, emprego e salário fixo), nem sempre por preconceitos e resistências à união sacramental. O papa sugere que, nesses casos, se use o princípio da gradualidade: diálogo com essas pessoas “a fim de evidenciar os elementos da sua vida que possam levar a uma maior abertura ao Evangelho do matrimônio na sua plenitude” (AL, 293)

As situações de fragilidade e de imperfeição, diz o papa, precisam ser acolhidas na lógica da integração. Refere-se a “duas lógicas (que) percorrem toda a história da Igreja: marginalizar e integrar” e recorda que “o caminho da Igreja é sempre o de Jesus: o caminho da misericórdia e da integração”. Por isso, “não condenar eternamente ninguém, (mas) derramar a misericórdia de Deus sobre todas as pessoas que a pedem com coração sincero”, na prática de uma caridade “sempre imerecida, incondicional e gratuita” (AL, 296).

Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

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O Papa Francisco afirma qualquer forma, reproduzindo o que “a política é uma das for- sistema corrupto que está aí. mas mais sublimes da caridade, A presença do cristão na políporque busca o bem comum”. tica deve ser revestida do espíriA palavra caridade é utilizada to do Evangelho, comprometida pelo Papa a partir do seu sen- com as classes mais populares tido originário, que denota a e sofridas da nossa sociedade. ação de promover e assegurar A atuação cristã na política deve a dignidade da pessoa. Neste resgatar a missão expressa no sentido, a caridade livro de Isaías, reafiré muito mais que mada for Jesus: “O o ato de dar algo Espírito do Senhor “A presença do está sobre mim, para alguém. Ela se constitui de valores cristão na politica pois ele me ungiu como a verdade, deve ser revesti- para anunciar a Boa justiça, o amor e da do espírito do a-Nova aos pobres: a liberdade, que enviou-me para proEvangelho” asseguram condiclamar a libertação ções para promoaos presos e, aos ver a subsistência cegos, a recuperada pessoa que se encontra em ção da vista; para dar liberdade situação de exclusão. aos oprimidos e proclamar um Você acredita que a polí- ano aceito da parte do Senhor” tica atualmente busca o bem (Lc 4,18-19). comum? Os últimos episódios As eleições deste ano se da política nacional brasilei- aproximam. Como você, enra demonstram sua utilização quanto cristão, participará da para consecução de benefícios política? A falta de envolvimento pessoais, retirando a dignidade do cristão na política não o isendas pessoas mais excluídas da ta da culpa de ter tanta sujeira sociedade. na esfera política, pelo contráPara o Papa Francisco é um rio, algumas vezes é a sua falta dever trabalhar para o bem co- de participação com o espírito mum. Os leigos cristãos devem evangélico que abre espaço atuar na política, mas não de para outros participarem.


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capa

A intercessora do povo de Deus! A imagem de madeira sobre a mesinha da sala foi um presente de casamento. Aliás, não qualquer presente, mas um pedido dos recém-casados Andressa Cacenot e Tiago Vick a um casal de padrinhos. A escultura, de aproximadamente 30 cm, traz três significativos personagens: Maria, Jesus e José. A enfermeira de 27 anos não esconde no sorriso a emoção de falar sobre Nossa Senhora. Durante a entrevista, ela se esforçava para encontrar palavras que expressassem tamanho carinho à mãe de Jesus. “Minha devoção a Maria é de muito antes de eu entender quem era Nossa Senhora, algo que veio de família. Desde cedo aprendi a pedir a proteção da mãezinha do céu”, relata. Quem sempre ouviu falar da mãezinha do céu, também, é a Dona Ana, esposa do Seu Adilson. Moradora da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Ana Sirlei de Andrade Borges, recorda com alegria quando sua mãe ia acordar os filhos cantando ou assoviando uma cantiga para crianças que lembra de Nossa Senhora. Ana tem três filhos e garante que é “uma das que mais incomoda Nossa Senhora”. “Com meus filhos morando longe, sempre peço a intercessão e o amparo da Virgem Maria”, confessa.

mentalismo estéril e passageiro, ou em vã credulidade, mas procede da fé verdadeira que nos leva a reconhecer a excelência da Mãe de Deus e nos inscita ao amor filial para com a nossa mãe, e à imitação das suas virtudes”. A exemplo de Maria, que ao saber que sua prima Isabel – de idade avançada – estava grávida, partiu ao encontro de sua parenta, Ana Sirlei também busca sempre ir ao encontro dos necessitados. “Eu procuro muito ajudar minha comunidade, estar presente em diversos serviços”, enfatiza.

Características

ANA DE ANDRADE BORGES

ANDRESSA CACENOT

Imitação “Como é uma amizade que vem de muito tempo, principalmente ao me tornar mãe, criei uma relação íntima com Nossa Senhora”, comenta Melissa Queirós. “Sempre ficava pensando como será que Maria agia no dia a dia”, exemplificou, quando revela que vê em Nossa Senhora a inspiração para o cuidado dos filhos e do matrimônio. Aliás, assemelhar-se à Virgem Maria é uma atitude daqueles que têm uma verdadeira devoção mariana, explica o Pe. Wellington Cristiano. “O culto mariano é caracterizado por um ato de veneração e amor, invocação e imitação, como cita a Constituição Dogmática Lumen Gentium”, define. O documento ainda destaca que “a verdadeira devoção não consiste em senti-

Maria é reservado o culto de hiperdulia, isto é, um grande culto de veneração, acima de todos os santos, sem, contudo, confundir-se com a latria (adoração), que é reservada a Deus”. Volta e meia o tema vem à tona e é ponto de conflito, muitas vezes, entre católicos e protestantes. Quanto a isso, o magistério da Igreja escreveu diversos documentos que fundamentam a fé no que se refere à Virgem Maria. Na Exortação Apostólica Marialis Cultus, por exemplo, o Papa Paulo VI enfatiza a importância de uma sóbria devoção mariana para “que os exercícios de piedade para com a Virgem Maria exprimam, de maneira clara, a característica trinitária e cristológica que lhes é intrínseca e essencial”. Citando a exortação, Pe. Wellington é enfático: “em Maria, tudo é relativo a Cristo”.

Alexandre Queirós, o esposo da Melissa, conta uma emocionante história familiar. Sua mãe era protestante e seu pai católico. Nesse cenário, a devoção mariana não foi muito difundida dentro de sua casa. Somente após ficar mais velho, em um retiro do Movimento de Emaús, é que Alexandre se aprofundou no catolicismo. “Tive uma experiência linda com Maria e depois é que fui entender que eu estava antes em um processo de conversão”, observa. Ele realça que quando sua mãe ficou doente, já no final da vida, junto com seus irmãos, pedia a Deus pela cura e pela conversão dela. “Maria foi a porta de entrada da minha mãe para a religião católica”. Alexandre conclui a história lembrando que sua mãe recebeu o Sacramento da Reconciliação e da Eucaristia. “E essas foram as últimas palavras dela – a confissão – e o último alimento – a Eucaristia”. “Mesmo nos momentos de sofrimento, quando se tem a referência de Maria aos pés da cruz, o sofrimento transforma-se em consolo. Cria-se uma empatia”, acrescenta Melissa. O centro é Cristo Padre Wellington recorda uma distinção fundamental na devoção a Nossa Senhora: “a

O que mais chama a atenção em Nossa Senhora, foi uma das últimas perguntas feitas aos fiéis entrevistados nesta edição. A jovem Andressa Cacenoti antecipou-se e disse: “o silêncio”. Dona Ana frisou essa mesma característica. “Maria guardava tudo no coração. Aprendo muito a silenciar com ela”, concluiu a catequista. Além do silêncio, Melissa salientou a “entrega”. “O sim de Maria é o maior exemplo de fé. Ela expressa um amor incondicional, uma ternura, um carinho muito grande”, declara. “Vejo Maria e já penso: confiança total”, pontua. Já Alexandre destacou a serenidade. “Aquela que acredita profundamente em Cristo, que aponta para Cristo”, enaltece. E Andressa acrescenta ainda mais duas virtudes: “a constância e a determinação”.

ALEXANDRE E MELISSA QUEIRÓS

Assista o vídeo das entrevistas em arquifln.org.br


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Santuário Nacional O Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida é o maior santuário no mundo dedicado a Maria, Mãe de Deus. Está localizado no Vale do Paraíba, no eixo Rio – São Paulo. A pedra fundamental da Basílica Nova foi lançada em 10 de setembro de 1946, e as atividades religiosas no Santuário, em definitivo, passaram a ser realizadas a partir do dia 03 de outubro de 1982, quando aconteceu a transladação da Imagem Milagrosa da Antiga Basílica para a Basílica Nova.

A senhora de Aparecida Em 1717, três pescadores, levados por necessidades econômicas, saíram a pescar, numa época escassa de peixes. Por ação misteriosa de Deus, chegando ao “Porto de Itaguassu”, a primeira coisa que caiu em suas redes foi o corpo de uma imagem quebrada, na altura do pescoço. Num segundo lance de rede, pescaram a cabeça da mesma imagem. Juntando as duas partes viu-se que se tratava da Senhora da Conceição. Depois do encontro da imagem, a pesca de peixes foi abundante e os pescadores intuíram a presença e ação de Deus naquele singular evento. “O cenário do rio, da pesca e dos pescadores lembra claramente o chamado dos primeiros apóstolos de Jesus. Eles eram pescadores. Não podemos esquecer, igualmente, o sinal da pesca abundante que acompanha o achado da imagem”, argumenta Pe. Wellington sobre o significado ao redor da aparição da imagem. Feita de terracota, a imagem de Nossa Senhora Aparecida provém de terras brasileiras. Depois de achada, foi introduzida na casa de um dos pescadores. Construiu-se, em seguida, uma capelinha. O número de peregrinos devotos começou a multiplicar-se. Da pequena capela, ergueu-se o grande Santuário dedicado à Mãe de Deus, no Estado de São Paulo. A santa foi, então, proclamada Rainha, em 1904, e Padroeira do Brasil, em 1930.

Com informações do Projeto Rota 300

Arquidiocese acolhe imagem jubilar Por volta das 16h do domingo, dia 31 de julho, o Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, chegou ao aeroporto Hercílio Luz. Com ele estava a comitiva que havia participado da missa pela manhã no Santuário Nacional, responsável por buscar a imagem jubilar de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. No saguão do aeroporto, desde as 14h30, aguardava Dona Martinha Machado. A senhora de 94 anos estava em uma cadeira de rodas, já que tinha dificuldades para andar. Acompanhada das filhas, desejava ansiosamente se aproximar da imagem. Ao sair pelo portão de desembarque, Dom Wilson foi ao encontro da senhora e, ao ver a imagem de Nossa Senhora, Dona Martinha não conseguiu expressar palavras, apenas chorou. Ficaram emocionados outros tantos fiéis que, ao som da música Ave-Maria, aplaudiam e ecoavam: “Viva Nossa Senhora!”. A imagem jubilar, que segue em peregrinação pela Arquidiocese durante o mês de agosto, foi levada até a Capela Santa Rita de Cássia, no bairro Carianos, onde um caminhão do Corpo de Bombeiros aguardava para puxar a carreata. Fogos de artifício, buzinas, aplausos, bandeirinhas e muita devoção montavam o cenário daquela tarde ensolarada. Pelo caminho, várias pessoas aguardavam para ver a imagem passar. Sueli Solemar era uma das senhoras que esperavam. “Sou muito devota de Nossa Senhora, vou duas vezes por ano ao Santuário de Aparecida para agradecer as muitas graças que recebo”, diz. No trajeto, havia quem jogava pétalas de rosas, quem segurava cartazes e faixas, bandeiras do Brasil e o terço na mão. Por onde se passava, era possível ver o sorriso no rosto e católicos fazendo o sinal da cruz, acolhendo o momento de bênçãos. Já passada das 18h, o cortejo chegou à Cate-

Foto: Everton Marcelino

Missa campal reuniu fiéis em frente à Catedral Metropolitana para acolher a imagem de Nossa Senhora Aparecida

dral Metropolitana. Mais de três mil pessoas, segundo a organização do evento, aguardavam a chegada da imagem. Cantos animavam os instantes antes da celebração eucarística. Durante a homilia, na missa campal, em frente à Catedral, Dom Wilson falou do singular tempo que a Igreja diocesana vive com a visita da imagem. “Esse é um momento simples, mas a nossa fé em Nossa Senhora e naquilo que Deus quer nos revelar, fará disso um grande fato, um grande acontecimento para nossas vidas e das nossas comunidades”, afirmou. A passagem das Bodas de Caná também foi pano de fundo para as palavras do bispo. “Jesus é capaz de transformar nossa vida, como da água para o vinho, o vinho novo que encontramos nas palavras do Evangelho”. “Que esta visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, pelos 300 anos de sua aparição, possa proporcionar, de fato, a oportunidade de fazer que a nossa vida se torne sempre mais o vinho novo, o vinho de festa, que é a presença de Cristo na nossa vida”, enfatizou Dom Wilson. “Nós queremos nos abrir para fazer tudo o que Cristo nos pedir. Amém!”, finalizou.


Jornal da Arquidiocese, Agosto de 2016

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bíblia Lectio Divina

A vocação humana - dom de amor Deus, ao criar o homem, por pura bondade, criou-o livre e o fez participante da sua vida divina. E aqui está a mais sublime vocação do homem: a comunhão com Deus. Nesse caminho de comunhão, cada um de nós vai se tornando íntimo de Deus. Deus sempre é o sujeito de toda vocação; é dele toda iniciativa, é ele quem chama. É Deus também quem acompanha o ser humano, para que este aceite e viva a sua vocação. O mesmo Deus que chama e acompanha, favorece a vocação, dando-lhe a eficácia e a perseverança até o fim. Se Deus é o sujeito da vocação, o homem é, por sua vez, o interlocutor. É preciso então responder ao chamado de Deus. Essa resposta pede atitude: trilhar esse caminho vocacional. Para bem vivê-lo, é necessário ter fé, a exemplo dos grandes homens e mulheres da Sagrada Escritura, que responderam com generosidade ao chamado divino: Abraão (Gn 12,1), José do Egito (Gn 37,20), Moisés (Ex 7,7), Samuel (1Sm 1,10 ss), Saul (1Sm 9,2), Davi (1Sm 17,34s), Elias (1Rs 17,1), Isaías (Is 6,5), Jeremias (Jr 1,4), João Batista (Lc 1,5-7), Maria (Lc 1,28), os Apóstolos (Jo 1,35-39; Lc 6,1216; Mc 3,13-14) e Paulo (At 22,21). A Sagrada Escritura nos confirma que a vocação, quando correspondi-

Pe. Wellington Cristiano da Silva

da, faz com que a pessoa fale e aja em nome do próprio Deus. Por isso afirmamos que toda vocação implica em uma missão. Essa missão exige uma resposta pessoal e livre. Somos todos convidados a responder com generosidade o chamado que Deus nos faz. É preciso ter a convicção de que Deus acompanha sempre o vocacionado. Sua proteção é necessária à fraqueza humana. Em sua bondade, Deus ajuda a vencermos as dúvidas, os fracassos e a tentação de fugir ao seu plano de amor. Cada cristão é convidado a crescer em santidade, nossa vocação primeira, sendo fiel a Deus que nos chama. É preciso procurá-lo, amá-lo e servi-lo. Foi o que fizeram os grandes vocacionados ao longo de toda a história da salvação. Que neste mês dedicado às vocações, busquemos também nós sermos fiéis, correspondendo diariamente às graças que recebemos. Como Maria, a virgem fiel e grande vocacionada do Pai, queremos responder ao chamado que Deus fez e faz a cada um de nós. Estejamos atentos aos apelos de Deus que não chama apenas os capacitados, mas capacita os que chama, para o serviço em seu Reino.

Por Diác. Murilo Guesser

Lectio (leitura) “Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante” (Lc 9,28b-29).

Meditatio (meditação) O evangelista Lucas narra a subida de Jesus à montanha para orar. Nas Escrituras, o monte é lugar de encontro com Deus. Moisés, por exemplo, recebeu do Senhor a revelação de seus mandamentos no monte Sinai. Elias, por sua vez, experimentou a presença de Deus no ruído de uma leve brisa no monte Carmelo. Jesus, ao subir a montanha, levou consigo três de seus discípulos, os que lhe eram mais íntimos: Pedro, Tiago e João. A estes, o Senhor manifesta sua verdadeira face. À vista deles, o Mestre se transfigura. Conversando com Moisés e Elias, Jesus dá pleno cumprimento às promessas e profecias feitas a Israel, seu povo. A Transfiguração é também um evento trinitário, um transbordamento da ação amorosa de Deus na história humana, que antecipa a glorificação pascal do Filho de Deus: a nuvem luminosa expressa a presença vivificante do Espírito Santo; a voz do Pai confirma a missão de seu Filho: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz” (Lc 9,35). Ao ser transfigurado, o Senhor manifesta aos discípulos o mistério de Deus. O homem Jesus revela a sua face divina. O rosto transfigurado de Cristo torna visível a face do Pai: “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9). O rosto brilhante do Senhor é também indício de nossa glorificação.

Oratio (oração) “Senhor é vossa face que eu procuro, não me escondais a vossa face!” (Sl 26,8b).

Contemplatio (contemplação) Diante do mistério da Transfiguração, “os discípulos ficaram calados” (Lc 9,36). No silêncio do nosso coração, contemplemos o Senhor revestido de glória e esplendor.

Missio (missão) Na festa da Transfiguração do Senhor, reportamo-nos à experiência da iluminação de Jesus Cristo na montanha, onde ele, com o rosto transfigurado, eleva nossa humanidade ao plano da divinização. A oração levou Jesus a transfigurar-se. Nossa missão é orar por tantos homens e mulheres desfigurados pela indiferença e opressão. Cabe a nós, cristãos, o compromisso de levar a experiência da transfiguração aos rostos marcados pelo desânimo e pelo cansaço. Confiantes, com o salmista, peçamos: “Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós! (Sl 66,2).

Conhecendo o livro dos Salmos Pe. Ney Brasil Pereira

Salmos 120, 121, 122 (119, 120 e 121) – “Das Subidas” Tendo meditado sobre o longo “Salmo da Lei”, constituído por vinte e duas estrofes com oito versículos cada uma, deparamo-nos agora com uma série de quinze salmos, quase todos bastante curtos, os de número 120 a 134, todos eles classificados como “cantos das subidas”, em hebraico, ou “cantos dos degraus”, em grego, ou “salmos graduais”, em latim. Há também outras denominações, como “cantos das romarias”, ou “cantos de peregrinação”. Talvez o mais característico desses salmos seja o de número 122, com o seu conhecido início: Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor! Agora detêm-se nossos passos, às tuas portas, Jerusalém! (Sl 122,1-2). De Jerusalém contemplam-se os montes (Sls 121 e 125); olha-se para o

céu (Sl 123); recorda-se o exílio e o retorno (Sls 120 e 126); recebe-se a bênção (Sls 127 e 128); segurança e confiança (Sls 129 e 131); tudo, pela presença do Senhor em seu Templo (Sl 132). Poderíamos também apresentar a sequência dos quinze salmos em ordem ascendente ou progressiva, com a sua temática: Sl 120, no desterro; Sl 121, à vista dos montes; Sl 122, em Jerusalém; Sl 123, olhando o Senhor; Sl 124, anseio de libertação; Sl 125, estabilidade; Sl 126, retorno do exílio; Sl 127, uma casa e família; Sl 128, a vida no lar; Sl 129, o inimigo rechaçado; Sl 130, a sentinela; Sl 131, confiança íntima; Sl 132, o Senhor em seu Templo; Sl 133, alegria da convivência; Sl 134, bênção final.

Leia os três salmos e reflita: 1) O que você entende por “salmos das subidas? 2) O que aflige o orante do Sl 120? Qual o poder nefasto da mentira? 3) De quem espera socorro o orante do Sl 121? Como o Senhor nos guarda? 4) O que caracteriza o Sl 122, em seus dois primeiros versículos? 5) Como o salmista do Sl 122 exalta Jerusalém, e como lhe exprime seus votos?

A análise completa desses salmos se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


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Jornal da Arquidiocese, Agosto de 2016

evangelização

Igreja reunida para a 29 ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral Entre as decisões finais, a família continua como eixo transversal da evangelização Foto: Carol Denardi

No segundo momento, Pe. Vitor Feller “Esta assembleia tem o objetivo fez a análise teológico-pastoral da avaliade propor diretrizes para a ação ção do plano arquidiocesano de pastoral. pastoral e avaliar a caminhada. Já “É preciso ser realistas, não ter medo de passamos por duas fases: avaliaver nossas fraquezas, quem sabe até peção nas comunidades e paróquias, cados. Mas também considerar nossos depois nas foranias e agora aqui. positivos com alegria, como dom de Deus Nesta terceira fase, vamos nos deagindo em nós”, citou o vigário geral. bruçar sobre a proposição e suÀ tarde aconteceram os trabalhos em gerir passos para a caminhada”. grupos, por foranias. Ao término dos traCom estas palavras, o Arcebispo balhos, ficou definido que a família contiDom Wilson Tadeu Jönck, abriu a nua sendo eixo transversal de nossa ação 29 ª Assembleia Arquidiocesana de pastoral. E também, será acrescentada a Pastoral, no dia 23 de julho, no Cenpalavra “misericordiosa” no objetivo geral tro de Evangelização Angelino Rosa do plano arquidiocesano. (CEAR), com o objetivo principal de Na avaliação do Pe. Revelino, esta concluir o processo de avaliação Paróquias e comunidades participaram ativamente do processo de avaliação do Plano de Pastoral assembleia “foi um momento importante do plano de pastoral aprovado em 2012, com vigência até 2022. Participaram, apro- diocesana. O material que temos em mãos é o porque fez olhar para o passado, para perceber ximadamente, 240 pessoas. resultado de todo trabalho das paróquias e das o que está dando certo e o que precisa ser melhorado, e nos levou a olhar para o futuro com O coordenador arquidiocesano de pastoral, foranias”. Pe. Revelino Seidler, explicou que “a cada três Durante a manhã na assembleia, os coorde- esperança e propor novas metas para responder anos, o plano propõe avaliação ampla da ca- nadores dos projetos pastorais, referentes ao aos apelos da realidade, auxiliados pela graça de minhada. Foi o que fizemos desde março. Um eixo transversal e às urgências na evangeliza- Deus, contando com o serviço generoso de tanquestionário foi respondido pelos conselhos de ção fizeram uma breve memória dos objetivos tas pessoas que vivem, anunciam e testemunham pastoral, CPCs, CPPs e depois apresentado nas de cada projeto. Em seguida, foi mostrado o re- o evangelho de Jesus Cristo nas comunidades e assembleias de pastoral das foranias, em maio. sultado da avaliação do plano de pastoral nas paróquias da Arquidiocese”. Uma celebração de envio marcou o encerramento da assembleia. A síntese foi encaminhada para esta assembleia paróquias e foranias.

Dom Wilson cria o Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina O Arcebispo, com o apoio unânime de todos os Bispos do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), erigiu canonicamente, no dia 16 de julho, o Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina, agregado à Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma, mediante a qual conferirá o Mestrado Eclesiástico em Direito Canônico, após aprovação da Santa Sé. Foi nomeado como primeiro diretor, o Vigário Judicial, Pe. Dr. Tarcísio Pedro Vieira. O Brasil necessita de um número maior de especialistas em Direito

Canônico para estarem a serviço dos Tribunais Eclesiásticos, para as atividades administrativas, para o serviço de assessoria e consultoria nas cúrias diocesanas e em outros âmbitos da vida eclesial, para o ensino e contribuição do desenvolvimento da ciência jurídico-canônica. A grande motivação da criação do Instituto foi o apelo do Papa Francisco expresso nas duas Assembleias do Sínodo dos Bispos, na publicação da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia, e na entrada em vigor do motu proprio Mitis Iudex Dominus Iesus. Há muitos que precisam do

Instituto terá como diretor o Pe. Dr. Tarcísio Vieira

abraço misericordioso da Igreja e da ação qualificada, rápida e próxima da Justiça Eclesial. O Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina terá como finalidade formar canonistas cônscios da sua missão de especialistas no Direito Canônico, com sólida formação

nas ciências jurídicas, grande sensibilidade às situações sociais de cada tempo e local, para poderem aplicar o direito com equidade, contribuir na elaboração de novas leis e garantir o desenvolvimento da ciência canonística através da pesquisa, do ensino e da prática jurídica eclesial.


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evangelização

Mais de cem missionários da Arquidiocese participam das Santas Missões Populares Projeto é organizado pelo Conselho Missionário Diocesano (COMIDI) em parceria com dioceses da Bahia Imagem: Divulgação / COMIDI

De 08 a 19 de julho, 127 missionários de Santa Catarina, participaram das Santas Missões Populares nas dioceses de Barreiras e de Barra, no sertão baiano. Do total, 104 participantes são da Arquidiocese de Florianópolis. Neste ano, a Paróquia Santa Rita de Cássia, da Diocese de Barreiras, solicitou apoio na realização da semana missionária. “Foi uma experiência nova e enriquecedora, desde a acolhida até a celebração final das Santas Missões Populares”, destacou Nair Correia Guerra, de Itapema, que participou da ação evangelizadora. Na Diocese de Barra, igreja-irmã de Florianópolis, as Santas Missões aconteceram na Paróquia de São Gonçalo, município de Buritirama. Os 98 missionários catarinenses, que foram para Buritirama, somaram-se aos outros 100 da Diocese da Barra e se distribuíram no atendimento de mais de 63 comunidades. A semana missionária foi intensa. Por volta das 05h da manhã, diariamente,

Caridade social

Foto: Greicy Antunes

acontecia a caminhada penitencial, com a oração do terço pelas ruas e comunidades. Seguiam-se as visitas às casas, com a bênção de famílias, idosos, crianças, doentes e locais de trabalho. No período da noite, eram realizadas celebrações eucarísticas nas comunidades onde tinha padre ou celebrações da palavra. Logo após, ocorriam reuniões com jovens, lideranças e casais. Encontros com crianças, jovens, terço dos homens também fizeram parte da programação. “Sempre com o objetivo de apoiar a organização das atividades pastorais, como catequese, dízimo, CPC, terço dos homens, juventude, celebrações; ou organização da comunidade na conquista de seus direitos e/ou melhoria das condições de vida, por exemplo, destinação de lixo, limpeza dos brejos, saneamento, saúde etc”, relatou Marciel Linhares, membro do Conselho Missionário da Arquidiocese. “Tivemos ao longo desses dias mui-

Logo pela manhã, missionários se reuniam com moradores locais para fazer as caminhadas penitenciais

tas e boas sementes plantadas no coração de nosso povo. A terra é o coração de nosso povo, terra rica e sedenta para dar bons frutos”, destacou o bispo da Diocese da Barra, Dom Frei Luiz Cappio. E concluiu: “Os missionários foram os semeadores que plantaram com toda generosidade, amor, dedicação, semeando a Palavra de Deus, o Evangelho

de Nosso Senhor Jesus, levando uma mensagem de amor e de esperança, de solidariedade e de participação”. Em 2017, as Santas Missões aconterão na Paróquia de Itaguaçu da Bahia. Serão mais de 73 comunidades a serem visitadas. “Florianópolis estará junto nessa caminhada missionária ano que vem, se Deus quiser”, ressalta Marciel.

Coleta do Ano da Misericórdia é destinada para a construção da APAC Conforme decisão do Conselho Presbiteral, nos dias 27 e 28 de agosto, a Arquidiocese promove a coleta para a construção, implantação e manutenção da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC). Realizada em todas as paróquias, é um gesto concreto do Jubileu da Misericórdia. A Pastoral Carcerária e a coordenação arquidiocesana de pastoral vão disponibilizar um envelope específico para a coleta.

tros países, como Alemanha, Bulgária, Estados Unidos, México, entre outros. Os índices de recuperação são altos, a reincidência é baixa, girando em torno de 08%, e o custo do recuperando é um terço a menos que o do sistema convencional. Em Florianópolis (SC), a APAC está constituída juridicamente e possui um terreno ganho em comodato, onde está sendo construída a sede, com capacidade inicial para 12 pessoas presas. Mais informações sobre a APAC e a coleta pelo fone (48) 3879-2168 ou e-mail apacfloripasc@gmail.com. Foto: Divulgação / Pastoral Carcerária

Voluntários da APAC em reunião

Sobre a APAC A Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) é uma entidade civil de direito privado, com personalidade jurídica própria, dedicada à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade. O trabalho dispõe de um método de valorização humana, vinculada à evangelização, oferecendo ao condenado reais condições para se recuperar. A estrutura física da APAC comporta no máximo 200 recuperandos, compreendidos os três regimes (fechado, semi aberto e aberto). O apoio da família é fundamental para o método ter resultados satisfatórios. Hoje existem mais de 100 APACs juridicamente organizadas no Brasil, e em ou-

Primeira sede da APAC, em Santa Catarina, já está em obras


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evangelização Jovens se encontram para celebrar o Jubileu da Misericórdia

Evento acontece dia 21 de agosto no Santuário de Santa Paulina Foto: Divulgação

Cronograma de agosto 01 a 31/08 | Jubileu da Misericórdia dos Presos 01/08 | Confraternização dos Padres 04 a 07/08 | Curso Feminino – Movimento de Emaús | Morro das Pedras 05 a 07/08 | Congresso de Mulheres – Com. Divino Oleiro | CEAR 06/08 | Jubileu da Misericórdia dos Diáconos e Esposas | Azambuja

Encontro contará com apresentações artísticas e momentos de oração

A partir das 09h, do dia 21 de agosto, a juventude da Arquidiocese se encontra para celebrar o Jubileu da Misericórdia. A data faz parte do calendário arquidiocesano de celebrações do Ano Santo. O cenário do evento será o Santuário Santa Paulina, em Vígolo, Nova Trento. “Escolhemos o santuário, a pedido do arcebispo, justamente para que tivéssemos acesso a uma Porta Santa, favorecendo a vivência do Ano Santo da Misericórdia”, observa o assessor eclesiástico do Setor Juventude, Pe. Ewerton Gerent. A programação tem início com a animação. Por volta das 09h30 os jovens acolhem os ícones de Nossa Senhora Salus Populi Romani, e de São João Paulo II; além da réplica da cruz da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e a imagem da santa catarinense. Às 09h45 começa a missa, com transmissão ao vivo pela TV Século 21. Na sequência, os participantes caminham até o pátio da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, na parte inferior do complexo do santuário, onde um palco estará montado. Uma feira vocacional, ainda, faz parte do itinerário, “para que o jo-

vem possa descobrir sua vocação; a vocação à vida familiar, religiosa, sacerdotal, consagrada, enfim, realmente perceber aquilo a que Deus o chama”, indica Pe. Ewerton. A imagem jubilar de Nossa Senhora Aparecida também estará presente em todo o evento. “Este é um momento de graça e unidade, onde viveremos um aprofundamento da experiência da misericórdia e de preparação para o Jubileu dos 300 anos da aparição da Virgem de Aparecida”, destaca o secretário executivo do Setor Juventude, João Augusto de Farias. Os Ministérios Glória Eterna (Florianópolis), Bem Aventurados (São José) e Shalom (Florianópolis), e a Banda Abraço Forte (São João Batista) farão a animação do encontro, com muita música e dança. O tema misericórdia estará em evidência, tendo um momento de pregação na parte da tarde, seguido pelo testemunho de pessoas que participaram da JMJ na Cracóvia. “É uma oportunidade de partilha entre os jovens peregrinos da Jornada Mundial, estendendo a mensagem do Papa aos que acompanharam, mesmo a distância, este singular encontro”, conclui João.

14 a 21/08 | Semana Nacional da Família | Paróquias 14/08 | Festa da Assunção de Nossa Senhora 15 a 21/08 | Congresso Eucarístico Nacional | Belém (PA) 20/08 | Fórum das Pastorais, Entidades e Ações Sociais | Itajaí 20/08 | Escola de Liturgia da Arquidiocese | Itapema 21/08 | Jubileu da Misericórdia da Juventude | Nova Trento 21/08 | Escola de Formação Catequética para Multiplicadores | Tijucas 25 a 28/08 | 485º Cursilho Feminino | Florianópolis 27/08 | Encontro Vocacional Coroinhas (feminino) | Florianópolis 28/08 | Encerramento – Visita Imagem Jubilar de N. Sra. Aparecida | Nova Trento 29/08 a 01/09 | V Congresso Teológico | FACASC 30 a 31/08 | Curso de formação permanente para o clero | Faculdade São Luiz Acesse o calendário completo em www.arquifln.org.br

Fraternidade “O Caminho” realiza missão Imagem: Divulgação / Fraternidade O Caminho

A 1ª Missão Anawim (pobres de Deus), foi organizada pela Fraternidade “O Caminho”, e ocorreu nas ruas de Florianópolis, de 15 a 17 de julho. Cerca de 100 missionários participaram da iniciativa, na maioria, jovens universitários e estudantes recém-formados de várias cidaJovens se mobilizaram no atendimento às pessoas em situação de rua des do sul do Brasil. O objetivo foi o de sentir o mesmo que ram no trabalho junto aos pobres. sentem as pessoas em situação de Os integrantes da missão fizeram rua, inclusive o frio. a campanha do R$ 1 nos semáforos “Uma verdadeira e profunda ex- e a arrecadação foi dividida com os periência de Deus, que se revela nos necessitados que viviam nas ruas. pobres e pequeninos. Superou nos- Durante as tardes, os missionários sas expectativas”, afirmam as irmãs visitaram comunidades carentes de da Fraternidade. Florianópolis. Já no domingo, foi orgaA missão iniciou com a celebra- nizado um mutirão pela manhã para ção eucarística presidida por Dom cortar unhas, cabelos, e fazer a barba Wilson Tadeu. Nos dias de missão dos moradores de rua. “Dias marcatambém estiveram presentes os pa- dos por alegria, música, teatro e muidres Vilson Groh e Luiz Prim, que to amor ao pobre”, como definem as presidiram missas nas ruas e ajuda- organizadoras.


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geral Fotos: Angélica S. Rocha

O ROSTO DA MISERICÓRDIA Pe. Vitor Feller

Síntese da Bula do Jubileu da Misericórdia sores e sua santidade é capaz de acudir à nossa fraqueza. Viver a indulgência no Ano Santo significa aproximar-se da indulgência do Pai na experiência da santidade da Igreja (nº 22).

Crianças atendidas pelos projetos sociais tiveram contato com a tocha olímpica

Jogos Olímpicos Rio 2016 - Campanha Rio se Move O Rio de Janeiro será a capital mundial do esporte, entre os dias 05 e 21 de agosto, quando acontecem os Jogos Olímpicos de 2016. As Paraolimpíadas também serão realizadas no Rio, de 07 a 18 de setembro. A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro colabora com este evento através da campanha “Rio se Move”, em parceria com diversas instituições alemãs. A campanha nasce na Alemanha, da vontade de ajudar a criar um legado social para os Jogos Olímpicos. Diversas pessoas e instituições se uniram para arrecadar recursos para o Rio de Janeiro. Um dos objetivos é impulsionar alguns projetos sociais já existentes na Arquidiocese e que precisam de ajuda. Entre eles destacam-se: trabalhos com refugiados, economia solidária, esporte e complementação escolar de crianças, reabilitação de mulheres em situação de prostituição, entre outros. Em paralelo à ajuda aos projetos sociais, a Arquidiocese do Rio promove uma campanha de promoção da paz. “Nós acreditamos no que disse São João Paulo II: ‘O esporte pode oferecer uma contribuição válida para o entendimento pacífico entre os povos e colaborar para a confirmação da nova civilização do amor no mundo’”, explicou o coordenador da Campanha Rio se Move, Pe. Leandro Lenin. Portanto, “re-

alizamos uma série de eventos pela promoção da cultura de paz, entre eles, um encontro inter-religioso para ressaltar a importância do respeito entre as mais diversas denominações religiosas”, acrescentou o padre que também é o representante arquidiocesano para os Jogos Rio 2016. Em parceria com a Rio 2016, algumas escolas e projetos sociais tiveram acesso à tocha olímpica. Nesse encontro, as crianças experimentaram um esporte para cegos, onde vendadas fizeram a experiência da superação do atleta paraolímpico. Para os atletas presentes, essa experiência é muito importante, pois gera nas crianças empatia. Como grande evento ocorreu ainda, o Congresso Internacional 100 Dias de Paz, onde discutiu-se a importância do esporte como ferramenta para o desenvolvimento humano. Durante os Jogos Olímpicos, o trabalho continua. Em uma parceria com a confederação carioca de esgrima, a Arquidiocese do Rio vai levar crianças dos projetos sociais para assistir os Jogos Olímpicos de Esgrima.

Colaboração da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Acompanhe outros diferentes modos de viver o Jubileu da Misericórdia indicados pelo Papa Francisco, na Bula do Ano Santo: A indulgência. O perdão de Deus para os nossos pecados não conhece limites. Seu amor chega ao ponto de destruir nossos pecados. Através do mistério pascal e da mediação da Igreja podemos experimentar a misericórdia de Deus. No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa e apaga os nossos pecados; mas permanece o cunho negativo que os pecados deixaram em nossos comportamentos e pensamentos. A misericórdia é mais forte do que isso. Ela torna-se indulgência do Pai que, através da Igreja, alcança o pecador e o liberta de qualquer resíduo das consequências do pecado. Na Igreja, que é a comunhão dos santos, e na Eucaristia, que nos põe em união espiritual com todos os crentes, podemos contar com a santidade dos santos e beatos. A sua santidade vem em ajuda da nossa fragilidade com a sua oração e a sua vida. Na Igreja-Mãe, os santos e beatos são nossos modelos e interces-

Relação com os judeus e muçulmanos. O povo de Israel foi o primeiro que recebeu a revelação da misericórdia de Deus. As páginas do Antigo Testamento estão cheias de misericórdia, porque narram as maravilhas que Deus realizou em favor de seu povo nos momentos mais difíceis de sua história. O islamismo, por sua vez, chama a Deus de misericordioso e clemente. O encontro com estas religiões monoteístas e com as grandes tradições religiosas – budismo, hinduísmo, taoísmo etc. – é sinal de misericórdia, porque nos torna mais abertos ao diálogo e ao conhecimento mútuo e elimina todas as formas de fechamento, desprezo e discriminação (nº 23). Programação do Jubileu: 01 a 31 de Agosto Jubileu dos Presos 06 de Agosto Jubileu dos Diáconos Santuário de Azambuja 21 de Agosto Jubileu da Juventude Santuário Santa Paulina


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