Jornal da
ARQUIDIOCESE
FLORIANÓPOLIS, nº 225
Ano da Misericórdia
Foto: Everton Marcelino
Jubileu dos Presbíteros em Azambuja | 3
JULHO DE 2016
Mutirão de Formação
Destaque para Família e Canto Litúrgico | 9
Congresso Eucarístico
Partilha e Eucaristia na Amazônia | 10
Jornal da Arquidiocese, Julho de 2016
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opinião
Polarizações na vida do cristão
Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós! Chegamos na metade do ano. Para a igreja diocesana, um mês muito aguardado. No dia 31, estará em Florianópolis, a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que percorre todo o Brasil, como parte das comemorações dos 300 anos da aparição no rio Paraíba. Depois de chegar no Aeroporto de Florianópolis, a imagem da padroeira do Brasil seguirá em carreata, a partir das 16h, até a Catedral onde, às 18h, o Arcebispo irá presidir a missa solene. Durante o mês de agosto, ela vai passar por todas as foranias da Arquidiocese, nas datas que podem ser conferidas, na página 12 desta edição. O encerramento da visita da imagem será no dia 28 de agosto, no Santuário Santa Paulina, às 10h, com missa transmitida pela TV Aparecida. Programe já sua caravana para receber a Mãe Aparecida e confira no site da Arquidiocese as datas onde ela vai estar nas comunidades e paróquias. No dia 10 de julho, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, completa 65 anos de idade.Sugerimos aos leitores que, desde já, ofertem como presente ao Arcebispo sua oração em gratidão pela vida toda dedicada ao Reino de Deus. A partir desta edição do jornal, o vigário geral, Pe. Vitor Feller, medita a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia sobre o amor na família, do Papa Francisco. “Na análise de casamentos e famílias deve-se buscar a maior integração possível, valorizando tudo o que há de bom na vida das pessoas”, destaca Pe. Vitor no primeiro artigo sobre o assunto, na página 05. Essas e outras informações você encontra nesta edição de número 225 do Jornal da Arquidiocese. Boa leitura!
Dom Wilson Tadeu Jönck, scj O documento sobre os leigos, lançado pela CNBB (Doc. 105) na última assembleia, apresenta alguns entraves que impedem o cristão de viver sua fé de modo mais maduro e integrado. São oposições que estão enraizadas na mentalidade e na prática dos fiéis e das comunidades (133). Há realidades que deveriam estar relacionadas e que empobrecem a vida de fé quando vividas separadamente. Uma realidade apresentada é a oposição entre fé e vida. Muitos cristãos vivem sua vida de fé em um contexto separado do mundo onde transcorre a vida. A fé diz respeito só ao que é espiritual, sagrado, ao culto, aos sacramentos. Ao passo que a vida do dia a dia – o trabalho, os compromissos familiares, a educação dos filhos, a política – é vivida em um mundo separado, até mesmo em oposição ao mundo da fé. O Evangelho ensina que a fé deve manifestar-se em todas
estas realidades. Outra oposição é entre sagrado e profano. Isto acontece quando colocamos lugares, pessoas, tempos, situações de um lado, e no outro lado, situações, pessoas, lugares, que são vistos como separados de Deus ou indife-
“O Evangelho mostra que Jesus se relacionava com todo tipo de pessoa, frequentava lugares festivos. A vida cristã não pode ser vivida só no espaço considerado sagrado”
rentes à dimensão religiosa. O Evangelho mostra que Jesus não frequentou só lugares sagrados. Ele se relacionava com todo tipo de pessoa, frequentava lugares
Nos caminhos de Francisco
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Nas redes
“É preciso aprender a reencontrar o caminho ao nosso coração, recuperar o valor da intimidade e do silêncio, porque é ali que Deus nos encontra e nos fala”.
Diáconos e esposas se reúnem em retiro espiritual Ocorreu, de 03 a 05 de junho, o primeiro retiro espiritual do ano, para diáconos e esposas, da Arquidiocese de Florianópolis. Participaram 54 pessoas, que contaram com a assessoria do reitor do Seminário de Teologia da Diocese de Caçador, Pe. Marlon Malacoski.
01 de junho, na Audiência Geral
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“Que o Senhor nos dê a graça, apenas esta: rezar por nossos inimigos. Garanto a vocês que esta oração vai fazer duas coisas: ele vai melhorar, porque a oração é poderosa, e nós seremos mais filhos do Pai”.
facebook.com/arquifloripa
Arquidiocese lança podcasts com reflexões de Dom Wilson
14 de junho, na Casa Santa Marta
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“Entregar-nos à vontade de Deus significa confiar em sua infinita misericórdia”. 22 de junho, na Audiência Geral
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“Os sofrimentos dos armênios nos pertencem, são os sofrimentos dos membros do Corpo místico de Cristo”. 25 de junho, no Twitter
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“A oração permite que a graça abra uma via de saída: do fechamento à abertura, do medo à coragem, da tristeza à alegria. E podemos acrescentar: da divisão à unidade”.
@pontifex_pt
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“Que o Senhor converta os corações dos violentos e sustente os nossos passos no caminho da paz”. 29 de junho, no Ângelus
29 de junho, Missa da Solenidade de São Pedro e São Paulo
Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463
Assessoria de Comunicação
O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.
festivos. A vida cristã não pode ser vivida só no espaço considerado sagrado. Há ainda uma oposição entre Igreja e mundo. Neste caso, a Igreja é vista como lugar do encontro com Deus e o mundo é o lugar do pecado e da maldade. Assim, a vida cristã é vivida como um afastar-se do mundo e se refugiar na Igreja. Mas é neste mundo que o cristão deve ser sal e luz. O documento diz que o leigo é chamado a ser sujeito na Igreja e no mundo.
Para marcar os dois anos da Assessoria de Comunicação da Arquidiocese, em junho, foi lançada a página de podcasts com reflexões semanais do Arcebispo. Entre três a quatro minutos, Dom Wilson Jönck fala de temas como as emoções, desapego, silêncio interior e muitos outros. twitter.com/arquifloripa
Estudantes de teologia fazem visita técnica na Cúria O ecônomo arquidiocesano, Pe. Leandro Rech, acolheu na Cúria Metropolitana 15 estudantes do terceiro ano do curso de teologia da Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC). A visita ocorreu no dia 10 de junho, e os estudantes estavam acompanhados do professor Vilmar Dal Bó. facebook.com/arquifloripa
DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, A. Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Jean Ricardo Severino, Olga Oliveira e Roberson Pinheiro. JORNALISTA RESPONSÁVEL: A. Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben
DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO: Roberson Pinheiro COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa@arquifln.org.br e comunicacao@arquifln.org.br SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis
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#compartilha Arquidiocese realiza Jubileu da Misericórdia dos Presbíteros Foto: Carol Denardi
Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal
Resistência
Nada resiste ao amor. Nada! É preciso dar tempo à sua ação na alma humana. O fermento não faz o pão crescer na mesma hora em que a massa o recebe; é preciso esperar o tempo certo.
Oração
Num programa de auditório, perguntam à menina de sete anos: - Quantas pessoas tem no mundo? - Umas sete bilhões. - E quando as sete bilhões de pessoas rezam juntas, quem Deus ouve mais? As que gritam mais alto? - Não, as que mais amam Ele! Dia foi marcado por momentos de oração e fraternidade entre os padres
O Jubileu dos Presbíteros da Arquidiocese de Florianópolis, no dia 02 de junho, no Santuário de Azambuja, em Brusque, iniciou com o café, seguido da meditação do Pe. José Artulino Besen, sobre “o amor escandaloso de Deus”. Participaram dois diáconos, padres, o Bispo Emérito, Dom Vito Schlickman, e o Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj. “Nesta semana do Coração de Jesus e de oração pela santificação dos sacerdotes, encontramos no coração de Cristo a razão de ser da nossa vocação”, assegurou o Arcebispo nas palavras de boas-vindas ao clero arquidiocesano. Para o coordenador do Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), Pe. Josemar Silva, o Jubileu dos Presbíteros é “um momento forte de reflexão, de aprofundamento do Ano da Misericórdia, reconhecendo o amor de Deus por nós, verdadeiramente,
um amor escandaloso”. Na capela do Seminário de Azambuja, os padres participaram da Celebração Penitencial, conduzida pelo coordenador da Pastoral Presbiteral, Pe. Vilson Groh. Na ocasião, fizeram um exame de consciência a partir das obras de misericórdia corporais e espirituais, além de viverem o Sacramento da Reconciliação. Ainda, rezaram o terço na subida do Morro do Rosário e, antes da Celebração Eucarística, passaram pela Porta Santa do Santuário. Na homilia, Dom Wilson ressaltou que se deve viver na certeza de que Deus nos ama afetuosamente e nos quer bem. “A nossa postura, como pastores, como padres, é a postura da mãe pelo filho. Não importa se o filho erra, ela sempre o acolhe. Como sacerdotes, devemos ter esse amor”, concluiu.
Nada nos eleva tanto quanto o amor. Ele renova nossas forças, dá-nos alegria de viver, impulsiona-nos na direção dos irmãos necessitados, faznos estar com Deus.
Graça
Que graça a de abandonar-se à vontade de Deus: então, já não se é mais dono de si mesmo, porque quem se abandona à vontade de Deus já não se pertence, mas se dá: a Deus e aos irmãos, com quem se une.
Cansaço
O cansaço é fruto do trabalho como a lágrima é fruto do coração.
Colégio realiza missa para comunidade escolar Foto: Everton Veber
FACASC promove exposição com reflexões sobre o sagrado De 30 de maio a 06 de junho, a Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC) promoveu a Mostra de Trabalhos Integrados do Projeto “Emanação do Sagrado”. Durante os dias, duas exposições estavam disponíveis ao público: de fotografias, intitulada “Nos traços do Sagrado”; e de maquetes, com o nome “Paróquia Modelo”. A exposição de fotos teve como orientador o Prof. Pe. Domingos Nandi, dentro da disciplina Pastoral da Comunicação e Homilética. “O critério para captura das fotos foi a narrativa, ou seja, a história que a imagem conta por si em sua relação com o sagrado”, explica o professor. Ao todo, 22
fotografias compõem o quadro. Padre Domingos Nandi conta que as fotos foram feitas com os aparelhos celulares dos próprios alunos. “A partir de reflexões abordadas durante aulas na faculdade, nos desafiamos à captura das emanações do sagrado”, argumenta. Ainda dentro da Mostra, o Projeto “Paróquia Modelo” foi desenvolvido sob orientação do Prof. Vilmar Dal Bó, na disciplina de Gestão Pastoral. Quatro maquetes ilustrativas foram produzidas a partir dos conceitos estudados durante a elaboração de planos de pastoral. Participaram os alunos da 5ª fase do curso de teologia.
Missa de junho presidida pelo Pe. Alceoni Berkenbrock
Um antigo sonho do Colégio Salvatoriano N. Sra. de Fátima, em Florianópolis, concretiza-se: a celebração da missa na instituição. Por enquanto, as celebrações, que são presididas pelo Pe. Alceoni Berkenbrock, acontecem uma vez por mês, com a presença de familiares, estudantes e educadores, no oratório do colégio. A realização da missa é mais uma ação do Serviço de Pastoral Escolar, que acompanha e anima a dimensão pastoral do colégio, as-
sumida por educadores das mais diferentes disciplinas, setores e serviços. “Queremos, pela participação na celebração eucarística, santificar nossas vidas, bem como toda ação pedagógico-pastoral que, como Igreja, aqui concretizamos”, explica o coordenador do Serviço de Pastoral, Ricardo Marques. Outras escolas católicas da Arquidiocese também promovem celebrações e missas, em datas e eventos específicos.
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#compartilha Processo de avaliação do Plano de Pastoral será concluído na Assembleia Arquidiocesana Depois das etapas paroquiais e forâneas, chegou a hora da Assembleia Arquidiocesana de Pastoral. O encontro será no dia 23 de julho, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos. O 13º Plano de Pastoral foi aprovado em 2012 e tem vigência até 2022. “Ele é um instrumento que ajuda as paróquias, pastorais, movimentos, serviços e organismos a realizar o seu trabalho de evangelização”, justifica o coordenador arquidiocesano de pastoral, Pe. Revelino Seidler. “Concluir o processo de avaliação do plano de pastoral, propor alternativas para superar as dificuldades diagnosticadas durante a avaliação dos projetos e celebrar as conquistas da caminhada”, são os principais objetivos dessa assembleia. Quem participa São convocados pelo Arcebispo: o vigário-geral, o vigário judicial, os membros do Conselho Presbiteral, os párocos e administradores paroquiais, um
diácono de cada paróquia – onde houver –, o coordenador do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP), os membros do Conselho Arquidiocesano de Pastoral, o coordenador arquidiocesano de cada pastoral, movimento, serviço e organismo, um representante das “Novas Comunidades”; um religioso representante da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), um seminarista de Teologia e um da Filosofia da Arquidiocese. A convocação para essa assembleia está seguindo as indicações do Conselho Arquidiocesano de Pastoral aprovadas por Dom Wilson Tadeu Jönck. “É importante que os participantes tenham acompanhado o processo de planejamento, execução e avaliação do Plano de Pastoral”, argumenta Pe. Revelino. Ele ainda convida os fiéis a intercederem por esse momento, em vista do bom
Imagem: Lui Holleben
Assembleia de 2014 reuniu representantes da Arquidiocese no CEAR
desenvolvimento dos trabalhos. Para mais informações sobre o evento, entre em contato com a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral pelo telefone (48) 3224-4799 ou e-mail pastoral@arquifln.org.br.
Arcebispo celebra 65 anos de vida com missa em São José
CEAR sedia 1º Encontro Arquidiocesano de Novas Comunidades
A Comunidade Católica Shalom promove, de 29 a 31 de julho, o retiro Maturidade Humana, na casa da Comunidade Bethânia, em São João Batista. Essa é a segunda vez que o curso é realizado na Arquidiocese de Florianópolis. O encontro, para maiores de 18 anos, busca trabalhar questões do tipo: “Como chegar à estatura de Cristo, tendo relacionamentos maduros e estáveis, onde se testemunha o amor da Santíssima Trindade? Como identificar nossas imaturidades e encontrar itinerários espirituais e humanos para sermos cristãos coerentes com nossa fé?”. Os ensinamentos e reflexões são feitos “com base na Doutrina da Igreja e nos testemunhos de vida dos santos”, assegura a coordenadora do Centro de Formação da Comunidade Shalom, em Florianópolis, Cinara Zanuzo. As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas através do e-mail cursosflorianopolis@comshalom.org ou pelos telefones (48) 3223-7801 / (48) 8431-1317 / (48) 9647-6169.
O Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, completa 65 anos no dia 10 de julho. A Missa de Ação de Graças acontecerá no dia seguinte, 11 de julho, às 10h30, na matriz da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em São José. Dom Wilson nasceu no ano de 1951, em Vidal Ramos (SC). Em 1963 ingressou no seminário e, em 1972, fez os votos na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos). Cinco anos mais tarde recebeu a ordenação presbiteral, em 17 dezembro de 1977, também em Vidal Ramos. Em 11 de junho de 2013 foi nomeado bispo titular de Gemellae in Byzacena e auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião, no Rio de Janeiro; e a ordenação episcopal ocorreu no dia 16 de agosto. Tem como lema episcopal: “Maximus amor pro amicismori” (Amar é dar a vida). No dia 26 de maio de 2010, o Papa Bento XVI o nomeou bispo da Diocese de Tubarão, em Santa Catarina. E, em 15 de novembro de 2011, tomou posse como arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis.
Dia 16 de julho, a partir das 08h, acontece o 1º Encontro Arquidiocesano de Novas Comunidades, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos. O evento é voltado para membros de comunidades de vida e aliança presentes na Arquidiocese de Florianópolis. Durante o dia haverá momentos de oração, partilha, animação e pregação com o Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, e a consagrada da Comunidade Shalom, Germana Perdigão. As inscrições podem ser feitas no site da Arquidiocese e outras informações estão disponíveis pelos e-mails florianopolis@comshalom.org e transfiguracao@gmail.com.
Serviço Curso Maturidade Humana 29 a 31/07 | São João Batista Inf.: (48) 3223-7801 / (48) 9647-6169
Foto: Divulgação
Curso Maturidade Humana acontece no fim do mês
Foto: Divulgação
Inscrições: arquifln.org.br/encontro-novas-comunidades
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nossa fé
Misericórdia na família Pe. Vitor Galdino Feller Imagem: Portal A12
Plenitude humana e desenvolvimento sustentável Fernando Anísio Batista
Na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia sobre o amor na família, o Papa Francisco quer “encorajar a todos a serem sinais de misericórdia e proximidade para a vida familiar, onde esta não se realize perfeitamente ou não se desenrole em paz e alegria” (AL, 5). O papa convida a fazer da misericórdia, da integração e da caridade os princípioschave para acompanhar, discernir e integrar as pessoas, casais e famílias em situação de fragilidade.
O princípio da misericórdia Ao assinalar a situação de casais e famílias na miséria, na dimensão moral, religiosa, social ou econômica, o papa solicita: “Nas situações difíceis em que vivem as pessoas mais necessitadas, a Igreja deve dedicar especial atenção em compreender, consolar e integrar, evitando im-
por-lhes um conjunto de normas, tendo como resultado fazê-las sentirem-se julgadas e abandonadas precisamente pela Mãe que é chamada a levar-lhes a misericórdia de Deus” (AL, 49). Não se trata de conformar-se com os pecados do mundo, mas de acolher as pessoas em sua situação de fragilidade, com o perdão divino.
O princípio da integração Na análise de casamentos e famílias deve-se buscar a maior integração possível, valorizando tudo o que há de bom na vida das pessoas. “A Igreja não deixa de valorizar os elementos construtivos nas situações que ainda não correspondem ou já não correspondem à sua doutrina sobre o matrimônio” (AL, 292). Por isso, o papa insiste: “Trata-se de integrar a todos, deve-se ajuEncontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br
dar a cada um a encontrar a sua própria maneira de participar na comunidade eclesial, para que se sinta objeto de uma misericórdia imerecida, incondicional e gratuita” (AL, 297).
O princípio da caridade Com a misericórdia e a busca da maior integração possível, prevalece o caminho da caridade, que é o mandamento novo do Senhor Jesus. “Em toda e qualquer circunstância, perante quem tenha dificuldade em viver plenamente a lei de Deus, deve ressoar o convite a percorrer a via caritatis (o caminho da caridade). A caridade fraterna é a primeira lei dos cristãos (Jo 15,12; Gl 5,14)” (AL, 306). Sem negar o valor da doutrina, valoriza-se o atendimento pastoral, com a predominância da lógica da misericórdia pastoral. Compartilhe ArquiFloripa
A palavra desenvolvimen- é necessário construir formas to é muitas vezes entendida criativas do ser humano viver como crescimento econômi- em plenitude, buscando um co: construção de estradas, modelo de desenvolvimento grandes prédios, aumento da que seja responsável, integral lucratividade, mais empregos, e sustentável, satisfazendo novas tecnologias etc. Isso as necessidades da geração tudo faz parte do desenvolvi- presente, sem comprometer mento, mas não apenas isso. as que virão. As questões Mais que núrelacionadas com meros e índices a qualidade de abstratos, o deA ideia de vida são imporsenvolvimento susdesenvolvimento tantes elementos tentável envolve que compõem o a satisfação das econômico, desenvolvimento: pensada isolada- pessoas com a educação, saúde, vida e o mundo em mente, é alimentação de que vivem, com o incompleta” qualidade, habisentido de justiça tação digna, lazer social, com o cometc. promisso com ouA ideia de desenvolvi- tros povos, com os diferentes mento econômico, pensada ecossistemas e com o planeta isoladamente, é incompleta. como um todo. Podemos dizer que o desenO desenvolvimento susvolvimento é o caminho que a tentável não existe como atisociedade faz em direção ao tude individual. É um movifuturo pretendido. Um projeto mento de coletivos, seja uma de desenvolvimento de uma família, pequenos grupos, cidade deve apresentar res- uma comunidade, uma cipostas aos grandes proble- dade, um país, até chegar a mas da sociedade. toda a humanidade, para haO Papa Francisco na en- ver de fato vida em plenitude, cíclica Laudato Sì indica que que é a meta maior.
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capa
Cristãos leigos e leigas no mundo Sinal de unidade e de nova esperança para a Igreja
Na última Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em abril, foi aprovado o Documento 105 “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”, que tem o subtítulo: “Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5,13-14)”. Na comissão central do tema participaram cinco bispos, dois teólogos e três leigos. O vigário geral da Arquidiocese, Pe. Vitor Feller, fez parte da comissão que ajudou a elaborar o texto. Distribuído em 151 páginas, o conteúdo está formatado em três grandes partes. O “ver” - sobre a realidade dos leigos na Igreja e no mundo; o “julgar” – o lugar, “O leigo é um sujeia dignidade e a missão to eclesial, alguém dos leigos – e, por fim, o “agir” – a missão dos que tem dignidade leigos na Igreja e, prin- própria, específica no cipalmente, no mundo. interior da Igreja”, Padre Vitor destaca Pe. Vitor Feller que uma novidade do Documento 105 é apresentar o cristão leigo como sujeito, no sentido de ter identidade, vocação, espiritualidade e missão próprias dentro da Igreja. “Leigos e leigas não são cristãos de segunda categoria, de menos dignidade em relação aos bispos e aos padres. Aquilo que diz respeito à dignidade e igualdade é comum a todos. Uma só missão, que é a evangelização. A diferença vem depois, nas funções, nos serviços, nos ministérios que cada um ocupa”, frisou o vigário geral. Ainda segundo Pe. Vitor Feller, “leigo e leiga é um sujeito eclesial, alguém que tem dignidade própria, específica no interior da Igreja”. Assim, “inúmeros leigos e leigas competentes nos diversos setores da sociedade – professores, médicos, cientistas, psicólogos, comunicadores, profissionais em diferentes áreas – brilham com sua competência, sua fé e seu humanismo” (Doc. 105, 33). O leigo na gestão pública e como agente cultural Convicto do papel do leigo na Igreja e na sociedade, o jornalista Carlos Eduardo de Souza Martins, 34, morador de São José e ex-superintendente da Fundação Municipal de Cultura e Turismo do município, é um exemplo de cristão leigo. Solteiro, ele participa da liturgia e do grupo de oração da Renovação Carismática Católica (RCC), da Paróquia de São José. O jovem explica que “o cristão leigo é enviado a ser ‘sal da terra e luz do mundo’, para
que assim, toda sua ação e intervenção na sociedade seja orientada por essa ordem e envio de Jesus”. Enquanto gestor público e agente cultural, ele tem consciência e se empenha para a manutenção das identidades culturais que formam o povo peregrino. “Sempre que tive o dever de gerir ações culturais, levei em consideração o ensinamento de São Luiz Orione: ‘a unidade na multiplicidade constitui a força de um povo, a força da sociedade e da comunidade’. Essa força passa pela cultura e sua multiplicidade”, constata. Ainda de acordo com Carlos Eduardo, “a vida pública precisa ser encarada realmente como serviço. É o nosso verdadeiro testemunho cristão no cotidiano, permeado e orientado pelos nossos valores e pela Doutrina Social da Igreja, que pode dar tais respostas à sociedade. Conscientes de que compomos um Estado laico, nos inserimos nos espaços públicos, não como doutrinadores, mas como agentes públicos a serviço da casa comum, promovendo ações e propostas esperadas pela sociedade sofrida”, conclui.
“A vida pública precisa ser encarada realmente como serviço. É o nosso verdadeiro testemunho cristão no cotidiano”, Carlos Eduardo de Souza
“Ensinar e educar pelo respeito ao próximo, pela valorização das pessoas”, Nilcéa Lemos Pelandré
Na educação, o testemunho da fé “O cristão leigo é verdadeiro sujeito na medida em que cresce na consciência de sua dignidade de batizado, assume de maneira pessoal e livre as interpelações da sua fé, abre-se de maneira integrada às relações fundamentais – com Deus, com o mundo, consigo mesmo e com os outros – e contribui efetivamente na humanização do mundo, rumo a um futuro em que Deus seja tudo em todos” (Doc. 105, 124). Um relato da área da educação vem da professora universitária aposentada, Nilcéa Lemos Pelandré, 65. Casada há 42 anos com Miguel Pelandré Perez, ela tem como princípio bá-
sico que sua responsabilidade como educadora não pode ter outro fundamento senão o de humanizar ainda mais o humano, por meio da formação profissional e dos ensinamentos que desenvolve. “Todas as minhas ações como formadora de professores seguem essa linha, na especificidade dos conteúdos com
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os quais trabalhamos. Ensinar e educar pelo respeito ao próximo, pela valorização das pessoas”, observa. “Como procuro ver o rosto de Deus em meus semelhantes, não há outro modo de agir profissional e nas interações sociais que não pelo
(UFSC), hoje, aposentada, continua o trabalho, mas como professora voluntária em cursos de formação continuada de professores. No tempo em que lecionou e, ainda agora, tem oportunidades de expressar e testemunhar sua fé: “Aprendi com o professor Carlos Martendal que se pode também dar testemunho do nosso amor a Deus e ao próximo, em gestos muito pequenos, corriqueiros de nossa existência. Entendo que ao se exercer a cidadania, pensando-se no bem comum e no amor ao próximo, se está vivendo o Evangelho”. Essa cristã leiga, que participa também do Movimen“Nas minhas reporto de Emaús e, com o espotagens faço ecoar so Miguel, da Irmandade da valores universais que Nossa Senhora da Imaculada Conceição, procura “animar e têm como princípios alimentar a fé participando de o amor, o respeito e a grupos de estudo, reflexão e solidariedade com o oração”. E acrescenta: “Hoje, próximo”, Sonia Marisa sempre que possível, procuro colaborar com obras de forde Campos mação e sociais da Igreja”. Nos bastidores da notícia, a prevalência dos valores cristãos
Outro exemplo de cristão leigo, agora na área da comunicação. A jornalista Sonia Marisa de Campos, 37, é casada com Alessandro e “A participação nesses tem um filho de um ano e 11 meses. Frequenta a Paróespaços contribui para quia Santo Antônio, centro da a efetivação de Capital, e diz que busca em políticas públicas, na todos os momentos da vida defesa e construção levar uma rotina que seja coedos direitos”, Osvaldina rente com a fé que tem. “Tento demonstrá-la não só quanZucco Weber do vou à igreja, mas também na minha casa, no meu trabalho e no meu lazer. Busco mostrar com minhas atitudes que Jesus é o centro da nossa vida. No meu trabalho, ao noticiar os fatos, deixo sempre prevalecer os meus valores cristãos. Dessa forma, acredito chegar mais perto da imparcialidade e da verdade”, argumenta a comunciadora nascida em Lages (SC). Como cristã leiga no meio secular em que trabalha, Sonia respeito e valorização à dignidade de cada pes- Campos acredita na força da Igreja missionária soa, pelo respeito à natureza, pela valorização e evangelizadora na qual todos têm uma função. do trabalho e do esforço do próximo”, expõe a “Todos somos Igreja e devemos agir assim não professora que participou das equipes de Nos- só dentro dela, mas, principalmente, quando essa Senhora, durante mais de 35 anos. tamos em outros locais. No meu trabalho, busco A professora de cursos de graduação e de na minha convivência com os colegas, levar os pós na Universidade Federal de Santa Catarina ensinamentos do Evangelho. E nas minhas re-
portagens faço ecoar valores universais que têm como princípios o amor, o respeito e a solidariedade com o próximo”, assegura a jornalista. O papel do leigo nos Conselhos de Direitos “É nosso dever como cristão desempenhar na sociedade, nosso papel como evangelizador. Viver no Reino de Deus, um reino de paz, amor, verdade, justiça e de liberdade”. Com essas palavras, a coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI), Osvaldina Zucco Weber, se aproxima dos idosos mais necessitados, daqueles menos lembrados e assistidos. A principal atividade da PPI é a re“A eficácia do trabalho alização de visitas domiciliares mensais apostólico do fiel leigo às pessoas idosas, está intimamente associada à sua base espiritu- preferencialmente as mais vulnerabilizadas. al, à sua vida de oração “O tempo nos mostrou pessoal e comunitária, que os idosos que vià freqüência na recepsitamos nos ajudam a experimentar a proxição dos Sacramentos, sobretudo a Eucaristia e midade da sabedoria a Penitência e à sua reta de Deus”, afirmou Osvaldina. formação doutrinária”, “Nos Conselhos de São João Paulo II Direitos há um grande espaço para os cristãos leigos se empenharem por políticas públicas em favor da saúde e da educação, do emprego e da segurança, dentre outras áreas. São espaços para defender políticas públicas em favor das mulheres e dos idosos” (Doc. 105, 265). Assim, os voluntários da pastoral participam, também, nos Conselhos Estaduais do Idoso, da Saúde e da Assistência Social. E, no município de Florianópolis, têm cadeira no Conselho do Idoso e no da Saúde. Como Conselheira Titular da PPI, já na segunda gestão, Osvaldina Weber representa a CNBB no Conselho Estadual do Idoso. “A participação nesses espaços contribui para a efetivação de políticas públicas, na defesa e construção dos direitos, somando esforços no enfrentamento de questões relacionadas à violência e maus tratos”, conclui a coordenadora. Carlos Eduardo, Nilcéa, Sonia, Osvaldina, e tantos milhares de cristãos se ofertam na Igreja e na sociedade, para que Cristo seja reconhecido. Para os leigos, o Papa Francisco deixa a dica: “Peçamos ao Senhor a graça de ser batizados corajosos e confiantes em que o Espírito, que temos em nós, recebido no Batismo, nos incentive sempre a proclamar Jesus Cristo com nossa vida, com o nosso testemunho e também com as nossas palavras”. Serviço O Documento 105 da CNBB - “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade” pode ser adquirido em livrarias católicas ou na Coordenação Arquidiocesana de Pastoral.
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bíblia Lectio Divina
Maria Madalena: aspectos da Misericórdia Sobre Maria Madalena ou Maria de Mágdala muito se têm escrito e falado. A sua principal característica é ter sido ela uma das primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus conforme atestam os quatro evangelhos. Além disso, foi pelo testemunho dela e das outras mulheres que a notícia da ressurreição de Jesus se tornou conhecida. Foi o próprio Jesus que lhe ordenou: “Vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20,19). E ela cumpriu o seu mandato quando junto aos irmãos declarou: “Eu vi o Senhor” (Jo 20,18). O evangelista Lucas, referindo-se às mulheres que acompanhavam Jesus diz: “Os Doze iam com ele, e também algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos maus e de doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes (Antipas); Suzana e muitas outras, que serviam a Jesus com os bens que possuíam” (Lc 8,1b-3). A misericórdia divina por meio de Jesus curou doentes e expulsou espíritos impuros de muitas pessoas. Não
foi apenas de Maria de Mágdala que espíritos impuros foram expulsos, mas também do endemoninhado de Gerasa e da filha da mulher siro-fenícia. Em relação à Maria de Mágdala, os sete demônios são muitas vezes interpretados como a causa de que ela cometesse inúmeros pecados. Isso é uma interpretação errônea. Na época uma pessoa possuída por espíritos impuros era considerada como pecadora e, por isso, excluída. Para Jesus isso não era importante e, sim, sua ação em libertar os aprisionados por doenças e espíritos que deixavam as pessoas à margem da sociedade. A missão de Jesus era resgatar toda pessoa pecadora: “O Filho do Homem veio para procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19, 10). É preciso lembrar que Maria de Mágdala não é a mulher pecadora que unge Jesus, segundo Lc 7,36-50. Se fosse Maria Mágdala, o evangelista a teria nominado, como o fez em duas outras passagens (Lc 8,2; Lc 24,10). Segundo Jo 12,1-8, a mulher que unge Jesus é Maria, irmã de Lázaro. Essas passagens são mais uma descrição da misericórdia divina que se deixa tocar por pessoas consideradas pecadoras. Para Jesus é preciso que pessoas em estado de graça e de perfeição diante de Deus, convivam com pessoas pecadoras e impuras. Porque é a pureza, o amor de Deus que precisa se mostrar e se deixar tocar para assim serem conhecidos por outras pessoas. É o que Jesus pede, hoje, a todos nós. A misericórdia de Deus caminhou com pessoas que estavam à margem da sociedade. Precisamos, nos dias de hoje, agir também com a mesma misericórdia que Jesus pediu que tivéssemos: “Vá, e faça você também a mesma coisa” (Lc 10,17b).
Por Silvia Togneri - Professora da Faculdade Católica de Santa Catarina
Pe. Wellington Cristiano da Silva
Lectio (leitura) “Jesus entrou num povoado e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa” (Lc 10,38).
Meditatio (meditação) Marta é uma das mulheres mais próximas de Jesus. Irmã de Maria e Lázaro, Marta sempre recebia Jesus como um hóspede querido. Ela é uma verdadeira anfitriã. Sua maior preocupação estava em fazer com que Jesus se sentisse bem. Contudo, com frequência, ela tomava como ponto de partida suas necessidades e preocupações enquanto anfitriã, sem se voltar verdadeiramente para o convidado. Marta aprenderá com o Mestre que mais do que dar coisas, é preciso dar-se, ofertar-se, “gastar tempo” com quem amamos. Suas preocupações e lidas diárias podem lhe tirar a alegria de experimentar “a melhor parte” (Lc 10,42). Modelo de serviço, Marta mostra para onde o caminho espiritual deve seguir: para o amor cuidadoso. Sua solicitude e diakonia revelam que sua vida não gira em torno de si mesma: Marta tem empatia por seu convidado.
Oratio (oração) “Pai todo-poderoso, cujo Filho quis hospedar-se em casa de Marta, concedei por sua intercessão que, servindo fielmente a Cristo em nossos irmãos e irmãs, sejamos recebidos por vós em vossa casa” (Oração da coleta).
Contemplatio (contemplação) Marta, diante de Jesus que veio em sua casa para restaurar a vida de Lázaro, seu irmão, professou sua fé no Cristo Senhor: “Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo” (Jo 11,27). Como Marta, contemplemos e professemos nossa fé em Cristo, nossa Ressurreição, nossa Vida (cf. Jo 11,25).
Missio (missão) Marta assume em sua vida o exemplo de seu Mestre. Na ceia de Betânia, ela está no meio de seus irmãos e irmãs como aquela que serve (cf. Jo 12,2; Lc 22,27). Mulher trabalhadora e dedicada, Marta é padroeira dos hospedeiros e das mulheres que se empenham no cuidado do lar. Nossa missão consiste em servir nossos irmãos e irmãs como Marta serviu a Cristo. Jesus a exortou – e também exorta a cada um de nós – a unir ao serviço da hospitalidade e à escuta amorosa de sua Palavra. Atentos à Palavra do Senhor, aprendemos na escola de Jesus como bem servir e acolher nossos convidados: os pobres, os pequenos, os humildes...
Conhecendo o livro dos Salmos Pe. Ney Brasil Pereira
Salmo 119 (118): O Salmo da Lei (VI) Chegamos ao último bloco das 22 estrofes do salmo. São as três últimas, novamente cada uma com oito versículos e cada versículo começando com a mesma letra hebraica. No total, são 176 versículos. Sendo tantos, alguém poderia pensar que neles o salmista apresenta uma síntese da teologia bíblica. Entretanto, não é assim. Por exemplo, o longo salmo nada diz da história do seu povo: nada do Êxodo, da Aliança no Sinai, do Templo, nem dos sacrifícios, nem do culto. Deus aí não aparece como rei, nem há rei humano. A lei de Deus, que é o grande tema do salmo, estava firmemente vinculada à Aliança e aos relatos de Moisés. O salmista não aclama a santidade de Deus, o Deus “santo”, atributo relativamente frequente no saltério. Não recorda nem canta a obra criadora, e nada lembra do cuidado
devido aos pobres e fracos, tantas vezes mencionado em outros salmos e nos Provérbios. Por que esse silêncio do salmista sobre tantos pontos importantes? Talvez, foi para levar o leitor a concentrar-se no único tema que lhe domina a atenção, isto é, a Lei. Mas aí, novamente a pergunta: como conciliar Lei e Evangelho? Diante da lei de Moisés, Jesus propõe seus oito valores ou bem-aventuranças, em Mt 5,3-10. E, em vez de muitos mandamentos, Ele nos dá “o seu” mandamento, antigo e novo, o do amor fraterno (Jo 13,34). Pois bem. Esta nossa concentração no essencial não ficará enfraquecida, pelo contrário, será fortalecida, desde que criteriosamente, e à luz do Evangelho, saibamos aplicar-lhe as múltiplas expressões do zelo e entusiasmo deste salmista pela Lei.
Leia os versículos do 153 ao 176 e reflita: 1) Por que é que, num salmo tão longo, seu autor omite muitos temas bíblicos importantes? 2) Por que, apesar de “grandes”, as misericórdias do Senhor não alcançam os “ímpios”? 3) Que significa a palavra “paz”? E a paz é fruto de quê? 4) É ociosa a esperança do salmista? De que modo ele a torna ativa? 5) Como entender o último versículo, no qual o salmista se compara a uma “ovelha desgarrada”?
A análise completa desse salmo se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.
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evangelização
Família e Liturgia são temas do 2º Mutirão Arquidiocesano de Formação Temas foram apresentados pelo Pe. Wladimir Porreca e Frei Joaquim Fonseca Em sua segunda edição, o Mutirão Arquidiocesano de Formação evidenciou dois temas nos dias 25 e 26 de junho, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos. A Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia foi estudada no primeiro dia, enquanto o assunto principal do domingo foi “Liturgia e Canto”. O evento, no sábado, 25, começou com a acolhida do Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, seguida da oração da manhã, conduzida pela equipe da Iniciação à Vida Cristã. A assessoria do Pe. Dr. Wladimir Porreca, da Diocese de São João da Boa Vista (SP), teve início, ainda pela manhã. O professor apresentou os tipos de documentos da Igreja e fez uma retrospectiva de publicações eclesiais, desde Pio XI até o Papa Francisco, a respeito da família. Já na parte da tarde, os participantes se agruparam por foranias para discutir temas relacionados à família, a partir das reflexões da manhã. Depois, cada grupo apresentou seus apontamentos no plenário. “Foi quase unânime na palavra dos grupos que nós, famílias, precisamos ir ao encontro de outras famílias”, comentou Odete Rossi, da Paróquia São Sebastião, de Balneário Camboriú. Em entrevista, Pe. Wladimir avaliou positivamente os trabalhos do dia. “O fato de congregar as pessoas
Segundo dia No domingo, 26, o professor de Liturgia e Arte Cristã, Frei Joaquim Fonseca de Souza, ofm, detalhou o tema “Liturgia e Canto” durante a manhã e a tarde. Frei Joaquim começou fazendo a retrospectiva do processo de transformação da música litúrgica, antes e após o Concílio Vaticano II. E caminhou até a compreensão de canto litúrgico nos tempos de hoje. Durante a exposição, apresentou vários aspectos importantes dos ritos litúrgicos, que ampliaram a compreensão dos participantes, não somente dos critérios para escolha e composição de um canto, mas também de outros pontos relevantes, principalmente da missa.
Padres Eder Claudio Celva e Flávio Feler lançam novos livros Guabiruba e Canelinha estão em destaque em obras literárias. Dois padres da Arquidiocese lançaram novos livros que relatam a história e aspectos específicos destes municípios. “Cultura e Religiosidade de um Povo”, do Pe. Eder Claudio Celva, e “A História do Oratório de São Sebastião do Bairro da Índia Canelinha – SC”, do Pe. Flávio Feler. “Em Guabiruba, como em tantas outras comunidades, a construção da vida comunitária aconteceu nas coisas cotidianamente pequenas. Não foram os grandes projetos que a sustentaram verdadeiramente, mas sim, ações pe-
Foto: Roberson Pinheiro
já torna esse um momento importante. A Arquidiocese olha de maneira especial à questão da família. E, de fato, essa força que provém da família é o que move a realização de toda a evangelização da Igreja”.
Evento reuniu representantes das foranias para dois dias de estudos
Para o seminarista de teologia, Paulo Chaves, o estudo desse assunto, em um encontro como esse, aprofunda nos fiéis o sentimento de importância que se deve dar à liturgia. “A contribuição que levo é em pensar pastoralmente como ajudar a comunidade a colocar em prática os pontos que observamos a respeito do tema”, comentou Paulo. A missa dominical foi presidida por Dom Wilson, que também deu a bênção de envio ao término do encontro. Foto: Divulgação
quenas, mas concretas, de amor, que se sucederam pacientemente, dia Capa dos livros do Pe. Flávio Feller (esq.) e do Pe. Eder Celva (dir.) após dia”, destaca Pe. Eder Celva, no livro. Nossa Senhora do Carmo, em CoqueiNatural de Guabiruba e formador ros, Florianópolis, Pe. Flávio Feler, é um do Seminário Menor Nossa Senhora mergulho na história do bairro da Índia de Lourdes, em Azambuja, Brusque, o em Canelinha, no Vale do Rio Tijucas. jovem sacerdote pesquisa sobre a ci- “Acredito que é o bairro de Canelinha dade natal desde a infância. “Falar de com maior número de casas antigas Guabiruba é algo que me motiva, pois e, dentre elas, um oratório centenário. falo também de minha história pesso- Há personagens civis e religiosos que al”. A obra será lançada neste mês de ajudaram a escrever a história do munijulho e conta com mais de 400 páginas. cípio e, até mesmo, do Estado de Santa Já o livro do pároco da Paróquia Catarina”, escreve a professora Márcia
Reis Bittencourt, no prefácio do livro de 216 páginas. “A comunidade eclesial da ‘Índia’ antes de ter o Oratório de São Sebastião, estava ligada à igreja de Sant’Ana do Porto do Moura, Canelinha, criada 15 anos antes do oratório. Antes disso, todos iam a Tijucas ou a São João Batista para as celebrações religiosas nas respectivas igrejas”, relata Pe. Flávio, que há mais de 20 anos pesquisa sobre a história de Canelinha. Serviço Cultura e Religiosidade de um Povo Pe. Eder Claudio Celva Aquisição: Seminário de Azambuja A História do Oratório de São Sebastião do Bairro da Índia Canelinha Pe. Flávio Feler Aquisição: Secretaria da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Coqueiros.
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evangelização
Amazônia é tema do 17º Congresso Eucarístico Nacional em Belém Missas, jornadas pastorais, workshops, simpósio teológico, exposições e shows fazem parte da programação Imagem: Divulgação
Pela segunda vez, Belém (PA) será sede do Congresso Eucarístico Nacional (CEN). Em 1953, a capital paraense sediou pela primeira vez o evento e novamente o acolhe para celebrar os 400 anos da cidade e, também, os 400 anos de evangelização da Amazônia. “Eucaristia e partilha na Amazônia missionária” é o tema do 17º CEN, que traz como lema “Eles o reconheceram no partir do pão”. A programação vai de 15 a 21 de agosto e pretende reunir mais de 5.000 congressistas, de acordo com a organização. O primeiro Congresso Eucarístico, no mundo, foi celebrado em 1881 em Lille (França), por iniciativa de um grupo de fiéis leigos, apoiados por São Pedro Julião Eymard. Foi uma celebração solene, a qual participaram fiéis e bispos de vários países da Europa. Desde então, outros países aderiram à iniciativa. No Brasil já foram realizadas 16 edições. O primeiro aconteceu, no ano de 1933, em Salvador (BA). Florianó-
polis (SC) também foi sede do evento, quando realizou o 15º CEN, de 18 a 21 de maio de 2006. “O Congresso Eucarístico quer ser a convergência de todas as pessoas que professam a fé católica na realidade da Santíssima Eucaristia e desejam dar um testemunho público de sua fé na presença real do Senhor Jesus”, descreve a página oficial do encontro. A programação do Congresso inclui missas presididas por cardeais brasileiros, jornadas pastorais, workshops, procissões, simpósio teológico, exposição de arte sacra e artesanato, shows e apresentação de orquestra. As inscrições podem ser feitas pelo site cen2016.com.br. Arquidiocese de Florianópolis Para que o CEN 2016 possa também ser vivido pelas diversas dioceses do país, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sugere que,
especial
Inscrições devem ser feitas pelo site cen2016.com.br
localmente, cada região promova atividades relacionadas ao tema central. “Aqui na Arquidiocese de Florianópolis, sugerimos aos párocos que, na semana do Congresso, celebrem missas nas comunidades, promovam momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento e organizem formações a respeito da
Homenagem: Padre Edgard - homem justo
Foto: Divulgação
Padre José Edgard de Oliveira nasceu em São João Batista, em 31 de dezembro de 1929. Seus pais eram católicos fervorosos, Francisco Joaquim Leonardo de Oliveira e Nila Soares Pereira de Oliveira. Em 1943, o jovem José Edgard, depois sempre conhecido por Edgard, manifestou o desejo de ir para o seminário para ser padre. Saiu de sua casa para o seminário de Pinheiral, instituição dos padres jesuítas que atendiam à paróquia de Nova Trento. Terminando o estudo preliminar, a família preferiu que fosse matriculado no Seminário Nossa de Lourdes, em Azambuja, onde já se encontravam colegas seus. Concluídos o ginásio e o clássico, foi enviado para os Seminários Maiores de São Leopoldo (RS) e Viamão (RS), onde estudou filosofia e teologia. Tudo pronto, em 07 de dezembro de 1958 foi ordenado sacerdote no Seminário de Azambuja, por Dom Joaquim Domingues de Oliveira. Dedicação
Padre Edgard também foi assessor religioso da União dos Escoteiros
Eucaristia e da evangelização na Amazônia, que é o tema deste ano”, esclarece o coordenador arquidiocesano de pastoral, Pe. Revelino Seidler. Verifique nas secretarias paroquiais a programação local preparada em vista da celebração do Congresso Eucarístico de 2016.
Padre Edgard era um homem justo, um sacerdote defensor da justiça social e, acima de tudo, um padre à procura de pobres, prostitutas, homens e mulheres da rua. Nele havia a preocupação com aqueles que eram rejeitados pela
sociedade, o povo da sarjeta. Quando terminava o dia no expediente paroquial, ele saía à rua para abraçar, beijar, conversar com os sofredores da vida. Encarnava como poucos, a palavra do Papa Francisco: tinha cheiro do povo. Um padre que se preocupou com os jovens, com a política, com a Igreja; um padre dedicado, trabalhador, verdadeiro, feliz, de palavra, desprovido de qualquer preconceito. Um homem de Igreja, de fé cristã, misericordioso, amante da pessoa humana. Saudades Em 2016, a Irmã Dor visitou-o, consequência de um câncer na próstata. Deus o recolheu à sua casa na tarde de 31 de maio de 2016. Seus colegas no ministério e o povo a quem serviu, dele se despediram nas exéquias celebradas na matriz de São João Batista. Sua vida se encerrou com a Visitação de Maria e ressuscitou no mês do Sagrado Coração de Jesus, 1º de junho.
Leia o artigo completo em arquifln.org.br. Colaboração de Pe. José Artulino Besen
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evangelização Setor Juventude promove formação de líderes Evento arquidiocesano mobilizou representantes de todas as foranias da Arquidiocese Foto: Divulgação
Cronograma de julho 02 e 03/07 | Encontro para casais em segunda união | Palhoça 02 e 03/07 | Retiro arquidiocesano para animadores GBF/CEBs | Nova Trento 04 a 06/07 | Curso regional da Pastoral da Saúde | Lages 07 a 10/07 | 483º Cursilho Feminino | Florianópolis 09/07 | Formação para Infância e Adolescência Missionária | Itajaí
Outros eventos formativos devem entrar na pauta do Setor para o próximo ano
O Setor Juventude da Arquidiocese promoveu, no dia 05 de junho, a Formação de Jovens Líderes, na Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, na Ponte do Imaruim, em Palhoça. O encontro foi voltado para coordenadores de grupos de jovens, coordenadores paroquiais da juventude e assessores, e contou com a participação de 60 líderes. “Um dos grandes pontos desse encontro foi justamente a reunião de várias paróquias, podermos conhecer um pouco do trabalho que é feito também por outros jovens”, observa a coordenadora paroquial da juventude, da Paróquia São Sebastião, Tijucas, Carla Beatriz Corrêia. A primeira parte da formação, conduzida pelo professor do curso de Administração da Universidade Federal de Santa Catarina, Thiago Chaves, teve como foco a liderança cristã. Em seguida, o assistente eclesiástico do Setor Juventude da Arquidiocese, Pe. Ewerton Gerent, destacou a missão evangelizadora e a estrutura do Setor. Já na parte da tarde, a ginecologista, Dra. Zélia Dal Castel, abordou o estudo sobre sexualidade na ótica na Igreja. “Diante da vida cristã, percebemos a necessidade de o jovem encontrar seu papel como liderança cristã na Igreja e na sociedade,
como também viver a dimensão da sexualidade na ótica cristã, tema este que entre os jovens está muito presente e que para muitos cristãos é um tabu”, argumenta Pe. Ewerton. Na conclusão das atividades, os jovens participaram da celebração eucarística. O secretário do Setor Juventude, João Augusto de Farias, avaliou positivamente o encontro. “Os jovens precisam cada vez mais acreditar e participar desses momentos formativos, que são de extrema importância para as diversas expressões juvenis de nossa Arquidiocese”, sublinhou João Augusto. “Nos próximos encontros queremos alcançar mais paróquias e abordar novos temas como a dimensão da missão na vida dos jovens”, acrescentou Pe. Ewerton. Jubileu da Juventude O Setor Juventude ainda promove, este ano, o Jubileu da Juventude, no dia 21 de agosto, no Santuário Santa Paulina, em Nova Trento. A celebração contará com a presença da Imagem Jubilar de Nossa Senhora Aparecida. Saiba mais em facebook.com/juventudearquifloripa ou arquifln.org. br/juventude
09/07 | Encontro da Caridade Social – F. Camboriú, Brusque e Itajaí | Camboriú 10/07 | Aniversário de Dom Wilson Tadeu Jönck, scj 10/07 | Jubileu de Ouro – Pe. Joaquim Filipin, cs 10/07 | Festa Litúrgica de Santa Paulina 14 a 17/06 | 484º Cursilho Masculino | Florianópolis 16/07 | Encontro Arquidiocesano de Novas Comunidades | CEAR 16/07 | Legião de Maria – Retiro Legionário | Florianópolis 17/07 | Koinonia Fest | CEAR 23/07 | 29ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral | CEAR 24/07 | Escola de Formação Catequética para Multiplicadores | Tijucas 25 a 31/07 | Jornada Mundial da Juventude | Polônia 31/07 | Recepção da Imagem de Nossa Senhora Aparecida | Florianópolis Acesse o calendário completo em www.arquifln.org.br
Arquidiocese se despede de seminarista Imagem: Divulgação
Gabriel tinha 19 anos quando faleceu
“Ele atuava muito com os jovens”, destacou o Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, durante a Missa das Exéquias do seminarista Gabriel Barbosa Vieira, no dia 05 de junho, falecido vítima de câncer e complicações associadas à doença. Gabriel participava da Comunidade Santo Estevão, no Alto Ribeirão, em Florianópolis. Entrou para o Seminário Propedêutico da Arquidiocese, em fevereiro deste ano. E permaneceu ali por dois meses, quando
teve que sair para fazer tratamento. “Ele era um menino doce, leve, engraçado… com uma história forte, que fazia até os mais durões tomarem um fôlego para ouvi-lo. Mas ele? Ele não se abalava, contava sua história com leveza, não se atinha a fazer os problemas mais fortes do que eram, tampouco maiores do que ele”, destacou o seminarista Vinícius Pereira, na homenagem feita a Gabriel. Durante a leitura da mensagem, na missa de corpo presente, Vinicius enfatizou: “Ele era engraçado, divertido, fazia brincadeira de tudo, até do que não devia, arrancando gargalhadas nos momentos mais impróprios possíveis. Nos levava àquela vergonha comunitária, que nos fazia rir por dias e dias, e voltar a rir todas as vezes que lembrávamos”. “A ele o céu e a nós a certeza de que nada nos separará nas orações. A certeza de termos um intercessor fervoroso e de que seremos eternos amigos”, conclui a mensagem.
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geral O ROSTO DA MISERICÓRDIA Pe. Vitor Feller
Síntese da Bula do Jubileu da Misericórdia
Como viver o Ano Santo da Misericórdia Veja mais alguns dos diversos meios de vivência do Jubileu da Misericórdia sugeridos pelo Papa Francisco: O Sacramento da Reconciliação. Pode-se, aí, tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia, reencontrar o caminho de volta ao Senhor, redescobrir o sentido da vida. Aos padres o papa pede que sejam verdadeiro sinal da misericórdia do Pai, sejam os primeiros a fazer-se penitentes na busca do perdão, ofereçam tempo aos penitentes, participem da mesma missão de Jesus, sejam servos fiéis e não senhores do perdão de Deus, acolham os penitentes arrependidos e os levem ao encontro do Pai (nº 17). A acolhida dos missionários da misericórdia. Foram enviados pelo papa a todo o mundo como sinal de solicitude da Igreja pelo povo de Deus, artífices de um encontro cheio de humanidade, fonte de libertação, rico de responsabilidade para superar os obstáculos e retomar a vida nova do Batismo (nº 18).
As missões populares. São oportunidade para se pregar sobre a misericórdia, para celebrar o sacramento da Reconciliação, para favorecer ao povo, sobretudo aos afastados, o encontro de um novo caminho para a casa paterna (nº 18). O encontro com os que estão longe. A palavra do perdão deve chegar a todos e a chamada para experimentar a misericórdia não deve deixar ninguém indiferente. Pessoas que estão fora da graça, ou que pertencem a um grupo criminoso, ou que são idólatras do dinheiro e vivem na dependência dele, ou são defensoras ou cúmplices da corrupção... todos esses devem ser buscados para serem tocados pela graça da misericórdia. É o momento favorável para estas pessoas mudarem de vida e perceberem que permanecer no caminho do mal é fonte apenas de ilusão e tristeza (nº 19). Programação do Jubileu: Agosto Jubileu dos Presos 06 de Agosto Jubileu dos Diáconos Santuário de Azambuja 21 de Agosto Jubileu da Juventude Santuário Santa Paulina