Jornal da Arquidiocese | nº 234 | Maio de 2017 by Arquidiocese de Florianópolis

Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 234

Senhor dos Passos

Procissão recebe 40 mil fiéis | 3

MAIO DE 2017

Festival da Família

Evento este ano ocorre em São José | 4

Política

Papa e bispos falam da situação do Brasil | 12

Mãe de Deus e da Igreja

Jornal da Arquidiocese, Maio de 2017

opinião Salve Rainha

Nossa Senhora, o Brasil clama por ti! A matéria principal da edição do Jornal da Arquidiocese (JA) deste mês de maio, páginas 06 e 07, vêm em dose dupla! Ela é dedicada a mãe de todos, com dois importantes títulos: Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Fátima. Você vai saber mais sobre a comemoração dos 300 anos do encontro da imagem da padroeira do Brasil. Além disso, no mesmo espaço, você poderá ter informações sobre os 100 anos de Nossa Senhora de Fátima. Na página 03, você confere notícias sobre a Procissão do Senhor dos Passos. A chuva que caiu em Florianópolis não desanimou os mais de 40 mil fiéis que foram prestigiar o encontro das duas imagens. Na mesma página você conhece mais sobre o trabalho missionário que o Pe. Jacob Archer faz na Diocese de Macapá, no Amapá. Na editoria da Caridade Social, página 10, o JA buscou saber mais sobre a Pastoral da Pessoa Idosa, vencedora do 3º Prêmio Dom Afonso Niehues. O trabalho é desenvolvido por 133 líderes comunitários, que atualmente atendem 568 idosos. Para aqueles que querem seguir a vocação matrimonial, o JA conversou com dois jovens casados para conhecer suas histórias de vida. Além disso, foram selecionadas cinco dicas para os jovens que namoram e ainda estão com dúvidas quanto ao casamento. Este conteúdo você encontra na página 11. A contracapa do jornal traz um assunto que repercutiu nos noticiários nos últimos meses. A matéria da página fala sobre o posicionamento do Papa e dos bispos a respeito da situação política e econômica em que o Brasil vive. Gratidão e bênçãos para todas as mães!

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Rezamos tantas vezes a “Salve Rainha”. Mas como entender Nossa Senhora Rainha? Na verdade, ela exerce a sua função como regente. Sabemos que o regente exerce a autoridade em nome de outro, aquele que detém o poder. E existem tantos exemplos de maus regentes que abusam da confiança e usam o poder para o seu bem particular. Mas há bons regentes. Estes têm como características a lealdade e a comunhão de mente, coração e orientação. Esta postura permite ao regente administrar de acordo com a intenção do rei. Maria se mostra acessível. Este é um traço da sua regência. Podemos chegar a ela. Mesmo que tenha subido ao céu em corpo e alma, ela continua presente entre os seres humanos em qualquer situação em que estejam vivendo. Ela não é divina, é totalmente humana. Ela nos faz sentir que é da nossa terra, da nossa raça, portanto, próxima de nós. Por isso podemos dizer: “rogai

por nós que recorremos a vós”. Da mesma forma que está intimamente unida a Deus, não consegue estar longe de nós. Através de sua feminilidade podemos entender algumas das verdades mais profundas do coração de Deus. Ela é a “mãe da misericórdia”. Ela faz com que o pecado não nos torne repugnantes diante dela. Apesar do pecado, ela não desiste de nós. Não sente nojo de nós por causa do pecado, mas sente pesar. Sente compaixão de nós pelo que sofremos por causa do pecado que cometemos e pelas atividades pecaminosas que povoam a nossa mente. Sem partilhar do nosso pecado, Maria partilha do pesar que o pecado nos causa. Ela reza para que sejamos livres dos nossos pecados. Maria é “nossa vida, nossa doçura e nossa esperança”. Às vezes, a beleza e a doçura de Deus estão quase inacessíveis. Em Maria, ao contrário, a beleza divina está ao alcance de todos, também dos peca-

Nos caminhos de Francisco

Nas redes

“Quando o Espírito Santo habita em nossos corações, nos faz entender que o Senhor está próximo, e cuida de nós”.

Padre Vilson Groh fala sobre o encontro com o Papa O padre, fundador do Instituto que leva o seu nome, conta como foi o encontro com o Papa Francisco. Além disso, o sacerdote relata um pouco como é o dia do Santo Padre.

02 de abril, no Twitter

dores. É como a beleza das flores, dos pássaros, dos córregos. “A ti clamamos, a ti suspiramos gemendo e chorando”. Maria compreende que estamos “exilados, distantes do Senhor (2Cor 5,6), numa terra longínqua (Lc 15,13), num “vale de lágrimas”. O que a atinge é que estamos sofrendo desde o nascimento até a morte. Uma vez que recebeu em seus braços o corpo do seu Filho morto, seu corpo assumiu uma postura permanente de receptividade e consolo.

“Existe corrupção quando o pecado entra, entra na consciência e não deixa lugar nem mesmo para o ar”.

03 de abril, na Missa de Santa Marta

youtube.com

“Jesus vem nos salvar e somos chamados a percorrer o seu caminho: o caminho do serviço, do dom, do esquecimento de si”.

Na Sexta-feira Santa, o mistério da Morte de Cristo @pontifex_pt

11 de abril, no Twitter

“Se alguém de vocês me perguntar: como nasce a esperança? Da cruz. Olhe para a cruz, olhe para cristo crucificado e dali virá a esperança que jamais desaparece”.

12 de abril, na Audiência Geral

“A misericórdia aquece o coração e o torna sensível às necessidades dos irmãos com a partilha e a participação. A misericórdia, enfim, compromete todos a serem instrumentos de justiça, de reconciliação e de paz”.

“Se tivéssemos sempre a Palavra de Deus no coração, nenhuma tentação poderia nos separar de Deus”. 24 de abril, no Twitter

23 de abril, no Angelus

A Catedral esteve lotada na tarde da Sextafeira Santa, 14, para a Ação Litúrgica da Paixão do Senhor Jesus. A celebração contou com a Encenação da Paixão e a procissão. facebook.com/arquifloripa

Os 90 anos de Bento XVI segundo D. George Gänswein A rádio alemã Horeb entrevistou o Prefeito da Casa Pontifícia, o Arcebispo George Gänswein, que acompanha muito de perto Bento XVI. twitter.com/arquifloripa

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Gabriela Fernandes, Gilmar Schmitz e Mateus Peixer. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis

Jornal da Arquidiocese, Maio de 2017

#compartilha Mais de 40 mil fiéis participam da Procissão do Senhor dos Passos Foto: Tiago Santana

Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal

Palavra 1

Na palavra boa está a vida; na palavra má, na que levanta dúvida a respeito de alguém, reside a morte, e nela está o próprio demônio, que se regala e se banqueteia.

Palavra 2

Há palavras que requerem descanso constante, aposentadoria, até; outras, no entanto, devem ser repetidas sempre: são as que dão vida e libertam!

Palavra 3

Nenhuma palavra é pequena se o amor a reveste.

Caminho

Chuva não impediu que as pessoas vivenciassem fortes momentos de fé

Tradição entre os católicos catarinenses desde 1766, a Procissão do Senhor dos Passos celebrou em 2017 a 251ª edição. Realizada anualmente, sempre 15 dias antes da Páscoa, a procissão reuniu milhares de fiéis no cortejo pelas ruas do Centro de Florianópolis. Neste ano, o evento ocorreu no dia 02 de abril. Na manhã do dia da procissão, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, presidiu às 09h30, na Catedral Metropolitana de Florianópolis, uma missa com a presença da imagem do Senhor Jesus dos Passos. Na homilia, o Arcebispo falou sobre acreditar na ressurreição de Cristo como Marta acreditou: “quando acreditamos na ressurreição de Cristo, nós conseguimos organizar essa nossa vida com princípios novos. A vida nova não é mais um monte de ossos, mas é a vida que vai buscar o amor, o serviço ao próximo, ou seja,

aquilo que nós sonhamos”. A chuva não atrapalhou o evento. Mais de 40 mil fiéis estiveram presentes na caminhada, com orações, pedidos, agradecimentos e cânticos, que simbolizavam a fé da multidão. A comissão responsável pela organização do evento, formada por membros da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, representantes do poder público e voluntários, trabalhou intensamente desde o final do ano passado, cuidando de todos os detalhes para que o evento fosse novamente impecável, repleto de fé e devoção. A Procissão do Senhor dos Passos contribui para o turismo religioso em Santa Catarina. Além disso, é considerada um dos maiores eventos de fé do Brasil, fica somente atrás do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, e das homenagens ao Padre Cícero, em Juazeiro do Norte.

Quem segue a Cristo não erra, porque segue o Caminho! Quantas famílias estão pegando ‘atalhos’, desviando-se da sua missão, extinguindo o amor e a doação, o serviço e a partilha entre seus membros, apagando o que é para ser um facho de luz de onde se irradia o Evangelho do Amor!

Bondade

A bondade é companheira da partilha; quem é bondoso sabe dar e dar-se. A bondade é companheira, irmã mesmo, da alegria que se sente ao exercitá-la. É como um bumerangue, que volta a quem o arremessou. E volta com juros!

Mãe

A mãe não se possui; se dá!

Dois anos de presença missionária em Macapá Foto: Divulgação

“Mata Atlântica, nossa Casa Comum” Foto: Franklin Machado

Audiência ocorreu no Plenarinho da Alesc

Em parceria com a Comissão do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa e o Dep. Estadual Pe. Pedro

Baldissera, a CNBB Regional Sul 4 promoveu no dia 19 de abril, às 9h, no Plenarinho da Alesc, uma Audiência Pública. O encontro deu sequência a programação da Campanha da Fraternidade 2017, que teve o tema: “Mata Atlântica, nossa Casa Comum”. Também etiveram presentes representantes do Governo do Estado, Fundação do Meio Ambiente (FATMA), Conselho Estadual do Meio Ambiente e demais órgãos públicos e não governamentais, que falaram sobre a situação do Bioma Mata Atlântica em Santa Catarina e as ações de políticas públicas de defesa do meio ambiente.

Gratidão, Pe. Jacob, pela sua oferta junto aos irmãos do norte do país

O Pe. Jacob Archer completou dois anos em missão na Diocese de Macapá, no Amapá. Hoje, ele é pároco da Paróquia Divino Espírito Santo, que compreende os municípios de Amapá e Calçoene (este faz divisa com o Oiapoque). E também, pároco na Paróquia São João Paulo II. “As distâncias das duas paróquias que Pe. Jacob atende exigem disposição e paciência, pois tem de viajar por caminhos esburacados, lamacentos no inverno e empoeirados no verão. Às vezes

também em longas horas de barco. Este é o Norte do Brasil, a Amazônia, ainda carente de padres, religiosos e religiosas”, explicou o bispo de Macapá, Amapá, Dom Pedro José Conti. Padre Jacob lembrou que é preciso anunciar o Reino de Deus, como o Papa Francisco tanto pede. “Agradeço muito a Deus por me escolher para esta sublime missão. Enquanto posso, permaneço por aqui, onde me sinto muito feliz. Mesmo com poucos recursos financeiros, vamos remando”.

Jornal da Arquidiocese, Maio de 2017

#compartilha Vem aí a 5ª edição do Festival da Família, neste ano, na Beira Mar de São José Imagem: Divulgação

A Comissão Arquidiocesana para a Vida e Família promove no dia 21 maio, o V Festival da Família. Um evento que reúne a família e tem como objetivo celebrar o Dia Internacional das Famílias. Na edição do ano anterior, na Beira Mar Continental, no Estreito, em Florianópolis, compareceram aproximadamente duas mil

Em maio ocorre a Semana de Oração pela Unidade Cristã “Reconciliação: é o amor de Cristo que nos move – Celebração do 500° Aniversário da Reforma”. Este é o tema da Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) de 2017, que ocorre de 28 de maio até 04 de junho. Este assunto é inspirado na Exortação Apostólica do Papa Francisco, Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), com a citação “O amor de Cristo nos move” (parágrafo 9 e 2Cor 5,14-20). O material dessa edição foi preparado pela Comissão Ecumênica Alemã, país considerado o berço da Reforma. No Brasil, quem adaptou o conteúdo foi o Regional do CONIC no Rio Grande do Sul. Na Arquidiocese de Florianópolis a Comissão para o Diálogo Ecumênico e Inter-Religioso (CADEIR) preparou uma programação com as seguintes celebrações: 30 de maio, terça feira, na IEAB - Igreja Anglicana – Ingleses; 31 de maio, quarta feira, na IECLB – Igreja Luterana – Palhoça; 01 de junho, quinta feira, no Templo Cristão – Jurerê Internacional; 02 de junho, sexta feira, na IPI – Igreja Presbiteriana Independente – Coloninha; 03 de junho, sábado, no Recanto Silvestre em Biguaçu. Informe-se na sua paróquia e comunidade e participe!

pessoas. Neste ano será na Beira Mar de São José, e a previsão de público da comissão organizadora é ainda maior, principalmente, pois conta com a participação de famílias inteiras, como tem se constatado a cada edição do evento. O 5º Festival da Família tem início às 09h, com a acolhida aos participantes. A missa será às 10h, presidida pelo Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, concelebrada por vários sacerdotes e com a participação dos diáconos. O piquenique começa às 12h. Todos os participantes estão convidados a saborear um carreteiro, preparado pelos membros do Movimento

Vocaçâo: Arquidiocese ganha dois novos diáconos

de Irmãos. O almoço custará R$ 15,00. Também haverá no local barracas com a venda de refrigerantes, lanches, doces e petiscos em geral. A partir das 12h30 ocorrem apresentações musicais, com talentos de Santa Catarina. Também serão oferecidas atividades recreativas para as crianças e atividades paralelas, dos diversos grupos pertencentes ao setor Vida e Família da Arquidiocese. Serviço V Festival da Família 09h – Acolhida na Beira Mar de São José e preparação para a missa 10h – Missa presidida por Dom Wilson e concelebrada por vários sacerdotes e com a participação dos diáconos 12h – Piquenique na praça 12h30 – Início das apresentações culturais 17h30 – Encerramento

Dom Wilson realiza primeira visita pastoral de 2017 em Canasvieiras

Imagem: Divulgação

A Arquidiocese de Florianópolis se alegra neste mês de maio, com a ordenação diaconal de José Sibrano Torquato e Paulo Stippe Schmitt. A solenidade ocorre no dia 07 de maio, às 15h, na Igreja Matriz São João Evangelista, em Biguaçu. Pelas mãos de Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, os dois jovens serão ordenados diáconos para o serviço da Igreja. José Silvano Torquato vem da paróquia Bom Jesus de Nazaré, Palhoça, e iniciará seu ministério diaconal na Paróquia Divino Espírito Santo, de Camboriú. Paulo Stippe Schmitt, da Paróquia Santo Antônio, Itapema, servirá como diácono na Paróquia São João Evangelista, de Biguaçu.

Dos dias 19 a 24 de maio, o Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, fará a primeira visita pastoral de 2017, na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, no bairro de Canasvieiras, em Florianópolis. O objetivo da visita é acompanhar de perto as ações pastorais da paróquia e promover reuniões com as lideranças e leigos das comunidades. Além da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, outras quatro receberão a presença do Arcebispo neste ano. São elas: Paróquia São Francisco de Assis (07 a 09 de julho), Paróquia São Francisco Xavier (04 a 06 de agosto), Paróquia São Judas Tadeu (01 a 03 de setembro) e Paróquia Santa Cruz (29 de outubro a 01 de setembro). Imagem: Divulgação

Em 2016, o arcebispo esteve em três paróquias

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nossa fé

Amor sempre maior

Bioma Mata Atlântica: nossa Casa Comum

Padre Vitor Galdino Feller

Fernando Anísio Batista

O amor conjugal não tem limites para seu crescimento. O limite é, na verdade, o amor infinito de Deus, que é precisamente um amor sem limites, sem condições, sem fronteiras. Deus ama sempre, ama mais, ama por primeiro, ama a todos, também aos inimigos, ama sem esperar nada em troca, ama até o fim. Assim deve ser o amor conjugal, um amor de amizade que se manifesta e cresce através de gestos e palavras. Que transborda em favor dos membros da família e da comunidade. “As palavras adequadas, ditas no momento certo, protegem e alimentam o amor dia após dia” (AL, 133). Constante crescimento “Esta forma particular de amor, que é o matrimônio, é chamada a um amadurecimento constante” (AL, 134). Não tem um termo de chegada, porque, pela pró-

pria natureza e pela graça do sacramento, é uma participação no próprio amor de Deus, na caridade infinita que é o Espírito Santo. Toda expressão de amor humano e, mais ainda, do amor conjugal, é um sinal – mesmo que seja uma faísca – do fogo do amor divino. Uma faísca que se torna em fogo ardente! Um fogo que toma conta de tudo e todos! Crescer abundantemente no amor (1 Ts 3,12) e fazer sempre novos progressos no amor (1 Ts 4,10) é a exortação que São Paulo fazia aos primeiros cristãos. Sob o impulso da graça O amor conjugal não cresce à força de muito falar de fardos e obrigações e doutrinas. Ele cresce sob o impulso da graça. “E só podemos corresponder à graça divina com mais atos de amor, com atos de carinho mais frequentes, mais generosos, mais ternos, Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

mais alegres” (AL, 134). Assim, à graça que vem de Deus corresponde o compromisso humano. Quanto mais graça, mais força para os compromissos e, consequentemente, mais graça. É o círculo virtuoso do amor cristão, expresso de modo sacramental no amor conjugal. O amor de Deus estimula o amor do casal a dar sempre mais de si. Desafios e imperfeições Não existe um amor perfeito. É ilusão sonhar com casamentos e famílias sem crises, sem tribulações, sem conflitos. O verdadeiro amor conjugal cresce no meio das cruzes e crises, provações e privações. “É mais saudável aceitar com realismo os limites, os desafios e as imperfeições, e dar ouvidos ao apelo para crescer juntos, fazer amadurecer o amor e cultivar a solidez da união, aconteça o que acontecer” (AL, 135). Compartilhe ArquiFloripa

A Campanha da Fraternida- conhecida como o bioma brade 2017 chamou atenção de sileiro mais descaracterizado. todos os brasileiros quanto ao Houve a destruição de quase cuidado com a criação divina 90% de sua forma original. São e defesa da vida a partir dos 383 espécies de animais amebiomas brasileiros. A expres- açados de extinção neste biosão bioma vem de “bio”, que ma. O saneamento básico nas em grego quer dizer “vida” e médias e grandes cidades é “Omã”, sufixo também grego precário, poluindo rios e mares. que quer dizer “massa, grupo Diz o Papa Francisco: “Nunou estrutura de vida”. ca temos ofendido nossa casa O Criador concomum como nos fiou aos catariúltimos dois sénenses parte do culos”. A ideia de bioma Mata Atlânpropriedade priva“Nunca temos tica, que é rico em da leva a um desofendido nossa controle e falta de biodiversidade e casa comum ocupa 15% do terresponsabilidade ritório nacional, al- como nos últimos solidária no cuidacançando um total do da criação. dois séculos” ou parcialmente 17 A Igreja de Sanestados brasileiros. ta Catarina está se É um complexo amorganizando para biental que engloba cadeias de uma grande romaria que aconmontanhas, vales, planaltos e tecerá no dia 10 de setembro, planícies de toda a faixa conti- na Diocese de Tubarão, dando nental atlântica leste brasileira. mais um passo na conversão A Mata Atlântica já foi um ecológica de nossas paróquias dos mais ricos e variados con- e comunidades e no cuidado juntos florestais-pluviais da da mata Atlântica que é nossa América do Sul, mas hoje é re- casa comum.

Jornal da Arquidiocese, Maio de 2017

capa

Um ano todo dedicado à Mãe de Deus e nossa O grande momento da Arquidiocese será a peregrinação ao Santuário de Aparecida, em junho Foto: Mateus Peixer

Roteiro para retiro espiritual do ano dedicado a Maria Para melhor viver este período, a Arquidiocese de Florianópolis elaborou um livreto que contém um roteiro com sete meditações que se inspiraram no objetivo geral do 13º Plano Arquidiocesano de Pastoral e do Ano Nacional Mariano. A ideia é que cada paróquia, movimento, pastoral, novas comunidades, apliquem este roteiro na realização de retiros ou mesmo, no caminho rumo a Aparecida. Cada meditação está organizada da seguinte forma: a) Introdução segundo o 13º Plano Arquidiocesano de Pastoral; b) Iluminação bíblica; c) Meditação temática dentro do Ano Mariano; d) Texto bíblico para leitura orante; e) Questões para meditação pessoal ou em grupo; f) Oração. Além das sete meditações foram preparadas as celebrações para os diversos momentos celebrativos que ocorrem durante o retiro.

Cem anos das aparições em Fátima MIssa de encerramento da visita da imagem jubilar ocorreu no Santuário de Santa Paulina, em Nova Trento

“Nossa Senhora é tudo para a gente. Os miA peregrinação da Arquidiocese ao Santuánistros da Eucaristia daqui a consideram uma rio da padroeira do Brasil em junho acontece no referência. Ir até a casa da Mãe deixa a gente Ano Mariano Nacional, instituído pela Conferência muito feliz e tem ministros que nunca foram até Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em comelá”. Assim, a coordenadora paroquial dos Minis- moração aos 300 anos do encontro da imagem tros Extraordinários da Sagrada Comunhão, Maria de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas Inedina Sagaz, da Paróquia Sagrado Coração de águas do rio Paraíba do Sul. Teve início no dia 12 Jesus, nos Ingleses, Florianópolis, fala da expec- de outubro de 2016 e se encerra em 11 de outubro tativa para a peregrinação de toda a Arquidiocese de 2017. ao Santuário Nacional de Nossa Senhora ApareciA celebração dos 300 anos é uma grande ação da, de 16 a 18 de junho. A paróquia já de graças. Todas as dioceses do Brasil, tem dez ônibus confirmados, em um desde 2014, preparam-se recebendo a total de 400 devotos, de 11 comunivisita da imagem peregrina de Nossa dades. Um destes ônibus está lotado Senhora Aparecida, que percorre cidasomente com os Ministros da Sagrades e periferias, lembrando aos pobres “Nossa Senhora da Comunhão. Ana Sagaz, como é está à nossa frente e abandonados que eles são os predilemais conhecida Maria Enedina, ex- em tudo, como Mãe tos do coração misericordioso de Deus. plica que quando assumiu a coordeNa Arquidiocese, a imagem peregrie intercessora” nação, dos três desejos que estavam na de Aparecida chegou no dia 31 de em seu coração, um deles era levar julho de 2016 e permaneceu até 28 de os ministros até o Santuário Nacional. agosto. A missa de encerramento da viE com a peregrinação arquidiocesasita no Santuário de Santa Paulina conna, deu certo. “Nossa Senhora está à nossa frente tou com a participação de aproximadamente sete em tudo, como mãe e intercessora”, acrescentou mil pessoas. A imagem jubilar foi doada para a a coordenadora. diocese e hoje está na Paróquia Nossa Senhora O pároco, Pe. Mário Raimondi, disse que a Aparecida, de Balneário Camboriú. ideia é “estar em comunhão com toda a diocese, Além da Paróquia dos Ingleses, todas as dena participação do Ano Mariano Nacional. Temos mais se mobilizam com caravanas de devotos grande devoção também à Desatadora dos Nós. para esta grande peregrinação rumo a ApareciSerá um encontro de fé e de oração. Também da. Até o fechamento desta edição do jornal, mais como parte deste ano especial, começamos no de 70 ônibus já estavam confirmados, distribuídos Santuário dos Ingleses no mês de maio, o Terço em dez foranias. Faltava apenas a confirmação dos Homens, toda terça-feira, às 20h”. dos peregrinos de outras três foranias.

Neste Ano Mariano Nacional, há outra comemoração em honra a Maria. No dia 13 de maio, a Igreja celebra os 100 anos das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, em Fátima, Portugal. O pequeno povoado se tornou centro internacional de devoção e pearegrinação. Sua legitimidade é atestada pelas visitas dos papas Beato Paulo VI, São João Paulo II, Bento XVI e, neste ano, Francisco. Para alegria de toda a Igreja, no dia 23 de março o Papa Francisco aprovou um milagre obtido pela intercessão de Jacinta e Francisco. Deste modo, o Papa vai canonizar Jacinta e Francisco, na viagem que fará a Portugal, neste mês, por ocasião do centenário das aparições. A Arquidiocese também recebeu a imagem peregrina de N. Sra. de Fátima, que esteve no santuário a ela dedicado, no Estreito, entre os dias 12 a 20 de março.

Um bispo e uma história com a Mãe O bispo da Diocese de Tubarão e presidente do Regional Sul 4 da CNBB, Dom João Francisco Salm, relata que o avô, Fredolino Arnoldo Schmitt, era muito devoto de Nossa Senhora de Fátima. Morou na localidade de Barro Branco, Paróquia São Pedro de Alcântara. Fredolino e a esposa Matilde rezavam o terço diariamente. O avô doou o terreno, a imagem de N. Sra. de Fátima e parte da construção da capela que atualmente existe no local. “Eu fui muito marcado por esta devoção dos meus avós. Além disso, aos 12 anos de idade, entrei no então Seminário de

7 Antônio Carlos, dedicado a Nossa Senhora de Fátima”, lembrou. Em 1968, os pais do bispo e, um pouco depois, também os avós e uma tia se mudaram para o bairro Jardim Maluche, em Brusque. Ele já estava no seminário daquele municípios, em Azambuja, ali,com outras pessoas, começou um movimento para formar uma comunidade. A mãe e as tias doaram uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, que assim se tornou a padroeira da nova comunidade. Logo que iniciou os trabalhos no Seminário de Azambuja, em 1980, Dom Salm aceitou o convite para celebrar na comunidade Nossa Senhora de Fátima, às sextasfeiras, a missa pelas vocações sacerdotais. Ainda hoje se mantem essa prática. “Na comunidade de Barro Branco, na minha infância, a referência era Nossa Senhora de Fátima. Outros títulos da Mãe de Jesus, como Nossa Senhora Aparecida, não eram tão familiares. Para mim, Maria é um modelo de discípula cristã, de vida, de vocação. Dela tenho sempre muito a aprender. Maria é intercessora e, por isso, costumo recorrer a ela. Sua proximidade com Jesus Cristo, sua participação na Igreja nascente, sua fidelidade e humildade fazem dela uma mulher diferente e encantadora”, assegurou Dom Salm.

Foto: Lúcia Maria Andricopolo

Ana Sagaz (E) e Gisele dos Reis (D), da Paróquia dos Ingleses

Foto: Arquivo família

Programação da Arquidiocese no Santuário Nacional 17 de junho 09h – Missa 15h – Momento formativo: conferência, cânticos, apresentações musicais e terço 18h30 – Participar da procissão do terço luminoso do Santuário Observação: No domingo, 18, a programação é livre para cada devoto aproveitar outros roteiros religiosos e visitas. Informações e dúvidas com a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral no (48) 3224-4799.

Imagem: Everton Marcelino

No ensino de crianças e jovens, uma padroeira especial No bairro do Estreito, em Florianópolis, um colégio católico tem Nossa Senhora de Fátima como padroeira. A vice-diretora do Colégio Salvatoriano Nossa Senhora de Fátima, Irmã Neuza Maria Cericato, reconhece que celebrar os 100 anos das aparições de Fátima é um acontecimento marcante para a Igreja, não apenas pela experiência inicial vivenciada, mas pela mensagem evangélica, o testemunho de fé e a dimensão profética que os apelos da Mãe trazem para os dias atuais. “Sua mensagem não está presa no passado, mas é uma força dinamizadora para cumprir o projeto de Deus em nossos dias. Somos felizes e privilegiados por tê-la como padroeira de nosso colégio e modelo a ser seguido na concretização da vida cristã”, apontou Irmã Neuza.

Imagem de Fátima saindo em procissão da casa do avô de Dom Salm

Padre Mário organizou a caravana da Par. dos Ingleses rumo à Aparecida

Foto: Gugu Garcia

Foto: Seminarista Nicácio Aiello

Irmã Neuza afirma que é uma graça ter Fátima como padroeira do colégio

Seminarista participa da visita da imagem peregrina de Fátima

Oração Jubilar: Senhora Aparecida, Mãe Padroeira, em vossa singela imagem, há 300 anos aparecestes nas redes dos três benditos pescadores no Rio Paraíba do Sul. Como sinal vindo do céu, em vossa cor, vós nos dizeis que para o Pai não existem escravos, apenas filhos muito amados. Diante de vós, embaixadora de Deus, rompem-se as correntes da escravidão! Assim, daquelas redes, passastes para o coração e a vida de milhões de outros filhos e filhas vossos. Para todos tendes sido bênção: peixes em abundância, famílias recuperadas, saúde alcançada, corações reconciliados, vida cristã reassumida. Nós vos agradecemos tanto carinho, tanto cuidado! Hoje, em vosso Santuário e em vossa visita peregrina, nós vos acolhemos como mãe, e de vossas mãos recebemos o fruto de vossa missão entre nós: o vosso Filho Jesus, nosso Salvador. Recordai-nos o poder, a força das mãos postas em prece! Ensinai-nos a viver vosso jubileu com gratidão e fidelidade! Fazei de nós vossos filhos e filhas, irmãos e irmãs de nosso Irmão Primogênito, Jesus Cristo, Amém!

Jornal da Arquidiocese, Maio de 2017

bíblia

O Espírito Santo na Bíblia Neste pequeno artigo, vamos conhecer um pouco mais o Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, especialmente na Bíblia, onde o encontramos sempre em ação, em movimento. No Antigo Testamento, o termo mais comum para se referir ao Espírito Santo ou Espírito de Deus é Ruah. Este termo que significa sopro, vento, brisa, ar, aparece em torno de 389 vezes. Trata-se de uma força dinâmica, pela qual Deus cria, conserva e sustenta a obra criada: “o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1,2b); “soprou-lhe nas narinas o sopro da vida,” (Gn 2,7b). Também, por esta força, Deus suscita líderes e profetas: “derramarei o meu Espírito” (Jl 3,1), e ainda “porei em vós o meu Espírito” (Ez 37,6). É no Novo Testamento que o mistério é revelado plenamente, pois encontramos várias referências ao Espírito Santo, que é chamado por Jesus de Paráclito, isto é, protetor, assistente, defensor, advogado, consolador. No Evangelho de Lucas, o Espírito Santo atua na anunciação: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra”

(Lc 1,35a), disse o anjo a Maria. O vemos ainda no batismo de Jesus - “e o Espírito Santo desceu sobre ele” (Lc 3,22a) - e conduzindo Jesus ao deserto (Lc 4,1). Pelo Espírito Santo Jesus anunciava a boa nova, operava milagres e prodígios, libertava cativos (Lc 4,18). O próprio Senhor envia o Espírito Santo sobre os discípulos para continuarem sua missão: “Então, soprou sobre eles e falou: ‘Recebei o Espírito Santo’” (Jo 20,22). Ainda no NT, temos a experiência que “dá início” à atividade apostólica da Igreja, o Pentecostes: “De repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam”. (At 2,2) No início da pregação do Evangelho, as comunidades cristãs foram fundadas pela ação do Espírito Santo, que é derramado sobre todos, sem distinção de pessoas (Gl 3,28) e fortalece os cristãos diante das tribulações. Deixemos que o Espírito Santo nos guie, como nos exorta São Paulo aos Gálatas: “deixai-vos sempre guiar pelo Espírito”! Pe. Leando Rech Ecônomo da Arquidiocese

Lectio Divina Padre Wellington Cristiano da Silva

Lectio (leitura) “Homens da Galileia, por que ficais aqui parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi elevado ao céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1,11).

Meditatio (meditação) A ascensão é a última aparição de Cristo Ressuscitado aos seus discípulos e o início da nossa missão. Cumprida sua missão salvífica, Jesus é exaltado como Rei do Universo. Elevado às alturas dos céus, Cristo Senhor proclama sua vitória sobre a morte e o pecado. Sentado à direita do Pai, nosso Salvador continua a interceder por cada um de nós. Ele subiu aos céus, não para se distanciar de nós, mas para abrir os caminhos que nos levam à imortalidade e à plena felicidade. Jesus não nos deixou órfãos, mas enviou, da parte do Pai, o Espírito da verdade para conduzir a sua Igreja. Sentimos sua presença e somos herdeiros da promessa do Emanuel, Deus conosco (Mt 1,23): “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo” (Mt 28,20b).

Oratio (oração) Senhor Jesus, experimentando aqui na terra as alegrias do céu, fazei que meu coração se volte sempre para o alto.

Contemplatio (contemplação) Nos céus, Jesus é acolhido no abraço afetuoso do Pai. Com os pés firmes no chão de nossa história, encorajados pela presença de nosso

divino Salvador, contemplamos sua subida gloriosa.

Missio (missão) Cremos, pelo testemunho dos apóstolos, que Jesus subiu aos céus, que retornou ao seio do Pai, de onde havia saído. Com a ascensão de Jesus e o envio do Paráclito, dá-se início a missão da Igreja. Apostólica, a comunidade dos fiéis é enviada a anunciar a boa-nova da salvação. Não inauguramos uma nova missão, mas damos continuidade à obra inaugurada por Cristo, que permanece unido ao seu povo. Não é tempo de ficarmos parados olhando para o céu, esperando as coisas “caírem do céu”. Animados e encorajados pelo Espírito de Jesus, abraçamos o projeto do Reino e aspiramos o céu como nossa meta definitiva, sem negligenciar em nosso compromisso de transformação do mundo. O Cristo que foi elevado aos céus prometeu voltar em sua glória. Na alegre expectativa de sua vinda gloriosa, permaneçamos orantes e vigilantes.

Conhecendo o livro dos Salmos Padre Gilson Meurer

Salmo 138 (137) – Te louvo de todo o coração... Após o lamento nostálgico dos exilados, que choram junto aos rios da Babilônia (Sl 136,1), passamos ao louvor e à ação de graças do salmo 137 (138 em hebraico). Esse Salmo, embora difícil de situá-lo, possui algumas características pós-exílicas, tal como o convite universal a “todos os reis da terra” de dar graças ao Senhor (v. 4). Se o exílio terminou, o salmista, em nome de toda a comunidade, “prostrado em direção do santuário” (a reconstruir?), agradece a Deus “de todo o coração” por ter respondido às suas preces (vv. 1-3). Na versão hebraica, o orante colocase diante “dos deuses” (’elohîm), mas nas traduções grega e latina, diante “dos anjos” (angelorum), para cantar ao Senhor (v.

2). As versões grega e latina espelham a concepção arcaica da “corte celeste”, na qual “deuses menores” (anjos) serviam ao Senhor (cf. 58,2; Jó 1–2). Mas o hebraico pode referir-se aos “deuses pagãos”, “diante” (“contra”, “no confronto”) dos quais o salmista se posiciona para cantar ao único Deus. Trataria-se, assim, de um implícito ataque à idolatria, tal como denunciado por Isaías no contexto da libertação obtida do exílio babilônico (cf. Is 43,9-13). O salmista louva ao Senhor pela sua fidelidade amorosa (v. 2), por ouvir as preces (v. 3), pelo seu beneplácito aos humildes (v. 6), por dar a vida e salvar em meios aos perigos (v. 7) e sua constante provi-

dência (v. 8). Uma bela oração, portanto, de agradecimento, de confiança e de súplica para que o Senhor nunca “abandone a obra de suas mãos” (v. 8). Leia o salmo e reflita: 1) Qual o estado de ânimo do orante nesse salmo? 2) Em qual contexto pode-se situar o salmo? 3) Quais os motivos que suscitam o agradecimento do salmista?

Você também pode conferir este e todos os outros salmos no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.

Jornal da Arquidiocese, Maio de 2017

evangelização

Santa Catarina em missão Foto: Claudia Conceição (Comunidade Divino Oleiro)

do Evangelho. São convidados a participar do evento, grupos de Infância e Adolescência Missionária e de Juventude Missionária, as delegações de missionários que estejam ligados às Santas Missões Populares e a experiências de missões, famílias missionárias e visitadores de todas as dioceses. Serão reservadas 40 vagas por diocese. Após a conclusão da inscrição no valor de R$ 30,00, os participantes receberão uma camiseta do congresso, o cancioneiro, uma bolsa e os materiais. O transporte para o local do evento fica por conta de cada diocese. Os participantes terão uma refeição na chegada, no dia 09 de junho, entre 17h e 19h. No domingo, 11 de junho, após a celebração de encerramento, será oferecido um almoço. As demais refeições serão Procissão de Ramos com as crianças de Tite, na missão de Guiné Bissau, África realizadas nas comunidades. As estadias serão Para dar um novo impulso à missão, à luz da Missionário Latino Americano (COMLA 10) e o nas casas das famílias. Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” (A 4º Congresso Missionário Nacional, em Recife, Alegria do Evangelho), do Papa Francisco, e se Pernambuco. preparar para o 4º Congresso Missionário NacioCom o tema – “A alegria do Evangelho, coraServiço nal, o Conselho Regional Missionário (COMIRE) ção da missão profética, fonte de reconciliação VI Congresso Missionário Regional promove dos dias 09 a 11 de junho, na Paróquia e comunhão” – e o lema - “Santa Catarina em 09 a 11 de junho São Francisco de Assis, em Palhoça, o VI Con- Missão. O Evangelho é Alegria” –, o encontro Paróquia São Francisco de Assis gresso Missionário Regional. O encontro está tem o objetivo geral de assumir a natureza misRua João José da Silva, 326 – Aririú – Palhoça em sintonia com a realização do 5º Congresso sionária da Igreja, guiada pelo Espírito, a servi40 vagas por Diocese Missionário Americano (CAM 5), o Congresso ço do Reino, vivendo e testemunhando a alegria

RCC: 50 anos conduzidos pelo Espírito Santo No final deste mês de maio, a Renovação Carismática Católica (RCC) celebra 50 anos de fundação. A comemoração será no Vaticano, no Jubileu de Ouro do movimento. Membros do movimento participantes de grupos de oração e das novas comunidades do mundo inteiro estarão reunidos para celebrar e louvar a Deus pelo que ele realizou na RCC. O evento ocorre nos dias 31 de maio a 04 de junho e contará com um Festival da Juventude, de reuniões especiais de teólogos, encontros com comunidades carismáticas, escolas de evangelização, fórum ecumênico e adoração ao Santíssimo Sacramento.

Entre as presenças já confirmadas estão Patti Gallagher Mansfield, pioneira da RCC no mundo, e Pe. Eduardo Dougherty, pioneiro do movimento no Brasil, que organizou a primeira experiência de oração no país, em 1969. Também estarão presentes a presidente do Conselho Nacional da RCC BRASIL, Katia Roldi Zavaris; o fundador da Comunidade Canção Nova, Monsenhor Jonas Abib; o presidente da Fraternidade Católica no Brasil, Aluísio Nóbrega, e fundadores e moderadores de novas comunidades brasileiras. Mais de 100 pessoas da Arquidiocese vão celebrar no Vaticano os 50 anos do movimento. Entre elas estará

a coordenadora arquidiocesana, Lidiane Cunha. Ela participou, há três anos, do Encontro Internacional da RCC, no Estádio Olímpico de Roma, onde o Papa Francisco, diante de mais de 50 mil pessoas, pediu para que o movimento celebrasse o Jubileu na Praça do Vaticano, no dia de Pentecostes, 04 de junho. Lidiane não

esconde a ansiedade e a emoção de poder vivenciar esta data tão especial. “Estamos muito felizes por ter a oportunidade de participar desta graça tão única. Vivenciaremos coisas maravilhosas, que depois vamos compartilhar com todos. É uma grande alegria representar a nossa Arquidiocese”, garantiu Lidiane.

Jornal da Arquidiocese, Maio de 2017

evangelização

Paróquia do bairro Capoeiras, na Capital, comemora 50 anos de criação Selo em parceria com os Correios foi lançado em homenagem ao Jubileu de Ouro No dia 1º de maio, a Paróquia São João Batista e Santa Luzia, do bairro Capoeiras, em Florianópolis, celebrou o Jubileu de Ouro de criação. Após a Missa de Ação de Graças, foi apresentado o Oratório de Nossa Senhora de Fátima. Ainda como parte das comemorações, a paróquia lançou um selo destes 50 anos, em parceria com os Correios. “Este Jubileu de Ouro é uma joia que ao longo destes anos foi trabalhada, santificada, purificada pela graça divina e se tornou preciosa aos olhos de Deus, da comunidade, da Arquidiocese e da Igreja no Brasil, graças aos presbíteros e diáconos aqui homenageados pelo trabalho e dedicação a esta comunidade paroquial”, completou o pároco, Pe Valdir Prim. A história Em 1939, Frei Felisberto Imhorst,

Caridade social

OFM, vigário de São José, adquiriu uma área de terras, na sede do distrito João Pessoa (hoje Estreito), para a construção de uma capela. A criação da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima e Santa Teresinha do Menino Jesus, do Estreito, deu-se em 1944 e o território abrangia os bairros de Capoeiras, Abraão, Bom Abrigo e Itaguaçu. Um Decreto da Cúria Metropolitana de 1º de maio de 1967 criou a Paróquia de São João Batista e Santa Luzia, no bairro de Capoeiras. O território da nova paróquia foi desmembrado da Paróquia do Estreito e o atendimento pastoral é confiado aos padres da Congregação de Dom Orione (Orionitas). Em 08 de março de 1981, é lançada a pedra fundamental da nova matriz, sendo o projeto arquitetônico doado pelo engenheiro José Sprícigo. Diversas iniciativas de atendimento à população menos favorecida tiveram

início. A obra de maior destaque foi a Orionópolis Catarinense, uma iniciativa do então pároco, Pe. Jaci Rocha Gonçalves. Hoje, a Orionópolis tem a sede na Paróquia de São José, em um imóvel doado à instituição, através da Mitra Metropolitana e por intervenção do Pe. Pedro Koehler e de Maria Alves de Sá Matos. A Congregação Orionita criou e mantém também, junto à paróquia de Capoeiras, as obras de Assistência Social Dom Orione. A congregação dos padres orionitas devolveu a paróquia à Arquidiocese em 2010. Passou a assumir como pároco, o Pe. Valdir Bernardo Prim, em 06 de fevereiro de 2010.

Foto: Padre Valdir Prim

Outras paróquias jubilares: - Paróquia Sagrado Coração de Jesus (Paulo Lopes) - 10 de janeiro de 1967 - Paróquia Santa Inês (Balneário Camboriú) - 21 de janeiro de 1967

“Idosos são uma riqueza, não podem ser ignorados” – Papa Francisco Foto: Mateus Peixer

PPI ganhou Prêmio Dom Afonso Niehues

A coluna Caridade Social, do Jornal da Arquidiocese, continua a falar sobre os vencedores do 3º Prêmio de Iniciativa Solidária, Dom Afonso Niehues, de 2016. Nesta edição, o destaque é para a Pastoral da Pessoa Idosa (PPI), que foi a vencedora na categoria Pastoral Social. Criada pela Conferência Nacional

dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2004, a PPI capacita voluntários da comunidade para acompanhar os idosos, por meio de visitas domiciliares mensais, através de um trabalho ecumênico. Eles visitam as pessoas idosas com a intenção de ouvi-las e levar-lhes uma mensagem de carinho, solidariedade e esperança. Um dos objetivos da pastoral é valorizar a história de vida e servir de ponte entre a pessoa idosa e os serviços existentes voltados a elas. Atualmente, a pastoral possui 133 líderes comunitários que atendem a 568 idosos. A PPI tem parceria com entidades que atuam pelos direitos das pessoas idosas e representantes em diversos segmentos. Isso possibilita curso gratuito de cuidador de idoso aos interessados que desejam exercer este ofício com algum familiar ou profissionalmente. O trabalho da pastoral melhora a autoestima do idoso, que posteriormente

passa a se cuidar mais, melhorando assim, também a socialização. Além disso, aumenta as chances de evolução no quadro da saúde, diminui o uso de medicamentos e reflete no bem-estar integral dessas pessoas. A coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Pessoa Idosa, Osvaldina Zucco Weber, falou da importância de

receber o Prêmio Dom Afonso Niehues: “A premiação fez a PPI entender que está no caminho certo, extrapolando, às vezes, a metodologia específica dessa pastoral, buscando alcançar também as famílias de idosos e outros membros da comunidade que se envolvem no bem -estar desse importante segmento populacional”, relatou Osvaldina. Foto: Divulgação PPI

Pastoral busca inserir o idoso na sociedade

Jornal da Arquidiocese, Maio de 2017

evangelização Casar segundo a vontade de Deus Jovens falam sobre seguir a vocação do matrimônio Foto: Alex Baricala

Evandro se casou com Vanessa no dia 27/09/2014

O casamento é uma escolha séria, em que duas vidas se unem para se tornarem uma só. Dizer sim, diante de Deus e da Igreja, é um ato de responsabilidade. Além da união, os noivos assumem um compromisso de formar uma nova família, ou seja, criar, cuidar e educar novas vidas que estarão por vir. Quando a sociedade junta responsabilidade e juventude, muitas vezes é para dizer que estas palavras não se combinam. E se as pessoas falam de matrimônio e juventude? Aí mesmo é que elas parecem não se corresponder. Mas será que este pensamento está correto? É claro que para tudo existe uma exceção, e todos sabem que ninguém é perfeito, inclusive a juventude. Você quer se casar? Sabe o valor de matrimônio? Quer construir uma família? Encontrou o amor de sua vida? Acha que está cedo? Diante destas questões, o Jornal de Arquidiocese resolveu falar com alguns jovens casados para saber a opinião deles a respeito do casamento e ajudar a tirar dúvidas daqueles que estão indecisos. Pai do Rafael e do Miguel, casado há quatro anos com Thaysy Zimermann Heck, 23, Guilherme Francisco Heck, 24, casou-se aos 20 anos e explica que não existe cedo ou tarde para se casar, mas sim, o momento correto. Membros da Comunidade Católica Shalom, Guilherme explica que os dois rezam diariamente desde o namoro. Diante de Deus, eles entenderam que

era a hora certa: “fomos percebendo muitas permissões de Deus para que este casamento fosse acontecendo”. Guilherme acredita que o matrimônio é algo sério, exige uma maturidade espiritual, física e mental. “Existem pessoas que casam por casar. Quando não dá mais certo, separam-se. Na verdade é isso. O casamento é uma união perante a Igreja para sempre, até que a morte os separe”, ressalta o jovem. Evandro Lima da Rosa, 28, casado com Vanessa Joaquim Gonçalves, 26, afirma que no início os desafios são grandes, porém, não se deve ser levado pelas imposições sociais. “Festas enormes, comprar primeiro o apartamento dos sonhos, dentre outras coisas, são necessidades que a sociedade hoje nos impõe e, às vezes, o casamento passa a ser algo quase inatingível”. Além disso, Evandro aconselha os jovens que encontraram a pessoa certa a não perder tempo: “Não espere ter uma vida perfeita para então se unir em matrimônio com a pessoa que ama. Porque estar ao lado da pessoa que amamos não tem preço e casar vale muito a pena”. Dicas aos jovens que já namoram 1º O casal deve rezar para ver se está no tempo de Deus; 2º Não tenham medo, a idade não vai interferir; 3º Conversem muito entre si, o diálogo é importante; 4º Convivam com outros casais.

Os jovens, a fé e a vocação Foto: Camila Dos Santos

Aproximadamente mil jovens participaram da JAJ 2017

No dia 08 de abril, o Setor Juventude da Arquidiocese de Florianópolis, promoveu a quinta edição da Jornada Arquidiocesana da Juventude (JAJ). O evento ocorreu na Paróquia Bom Jesus de Nazaré, no centro de Palhoça, e teve como tema: “O Todo poderoso realizou grandes coisas em meu favor” (Lc 1,49). O evento contou com uma programação intensa: animação com o Ministério Cenáculo, de Itajaí; Adoração conduzida pelas Novas Comunidades; catequese com o reitor do Seminário de Teologia Convívio Emaús, Pe. Vânio da Silva; Missa celebrada pelo o arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj; e show com o Ministério Bem-Aventurados, de

São José. Durante a catequese, Pe. Vânio da Silva citou dois motivos que Deus tem na escolha de cada um de nós. “Primeiro, ele vê a bondade que existe dentro de nós. Segundo, Deus é fiel a si mesmo e sabe com quem pode contar”. Na missa, Dom Wilson Tadeu Jönck, afirmou que responder ao chamado é a melhor maneira que tem um jovem para viver a vida. “O mais importante é aprender a ver a vida como uma vocação. Quando o jovem atende ao chamado, a sua vida passa a ter um significado. Na medida em que conseguimos ter essa dimensão, nós também somos capazes de superar os contratempos que existem na vida”.

Jornal da Arquidiocese, Maio de 2017

geral Papa Francisco e bispos se posicionam sobre a situação política do Brasil Governo Federal alega que o sistema previdenciário precisa ser avaliado Foto: Carmelo Cañas/ DeOlhoNaIlha

Em 2016, aproximadamente 95 mil pessoas foram protestar nas ruas de Florianópolis

Mais de 60 bispos de todo Brasil se manifestaram nas redes sociais das dioceses em que atuam, para convidar os fiéis a se manifestarem sobre a situação política do país, principalmente contra a Reforma da Previdência e a favor da Greve Geral que ocorreu no dia 28 de abril. No dia 23 de abril, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) havia divulgado uma nota sobre a Reforma da Previdência. No texto, aprovado pelo Conselho Permanente da entidade, os bispos elencaram alguns pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, considerando que a mesma “escolhe o caminho da exclusão social” e convocam os cristãos e pessoas de boa vontade “a se mobilizarem para buscar o melhor para o povo brasileiro, principalmente os mais fragilizados”. Na nota sobre a PEC 287, a CNBB manifesta apreensão com relação ao projeto do Poder Executivo em tramitação no Congresso Nacional. “O Art. 6º. da Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a Previdência seja um Direito Social dos brasileiros e brasileiras. Não é uma concessão governamental ou um privilégio. Os Direitos Sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio”, enfatizaram os bispos. O Governo Federal alega que há um déficit previdenciário, justificativa questionada por parlamentares, organizações da sociedade civil e

até por entidades governamentais. Neste sentido, os bispos afirmam não ser possível “encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias”. Abrangendo atualmente mais de 2/3 da população economicamente ativa, diante de um aumento da sua faixa etária e da diminuição do ingresso no mercado de trabalho, pode-se dizer que o sistema da Previdência precisa ser avaliado e, se necessário, posteriormente adequado à Seguridade Social, constata a nota da CNBB. A entidade também valoriza iniciativas que visam conhecer a real situação do sistema pre-

videnciário brasileiro, com o envolvimento da sociedade. O Papa Francisco, em carta enviada ao governo brasileiro, constatou que os pobres não podem pagar pela crise política e econômica que vive o Brasil. “Não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira”, escreveu o pontífice. Às vésperas da 55ª Assembleia Geral da CNBB 2017, em Aparecida (SP), o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da Conferência, Dom Leonardo Steiner, reiterou a nota do Conselho Permanente, ao convocar “os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência”. Observou ainda, que “os brasileiros e brasileiras desejam o bem do Brasil e para construir uma nação justa e fraterna querem participar das discussões e encaminhamentos”. Foto: Felipe Dana / AP

Foto: Divulgação

Congresso Nacional tomado por protestantes, em 2013

Rua no Rio de Janeiro ocupada por manifestantes