Jornal da Arquidiocese | nº 216 | setembro de 2015

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 216

Risoto Solidário

Cartaz do Grito dos Excluídos 2015 07 de setembro

Ajuda para missão na África | 4

SETEMBRO DE 2015

Prêmio Dom Afonso

Homenagem para promoção da paz | 10

Imagem de Aparecida

Projeto Rota 300 na Arquidiocese | 11


Jornal da Arquidiocese, Setembro de 2015

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opinião

Centenário do Contestado

Fé, cidadania e a Cruz de Cristo, confira nesta edição “Será que eu sou um bom cristão-cidadão”? Esta é a pergunta que abre a matéria de capa do Jornal da Arquidiocese deste mês. Já parou para pensar como você, cristão, pode exercer sua cidadania? O próximo dia 07 de setembro, mais do que um feriado para descanso e um momento para estar com a família, pede uma pausa também para reflexão sobre as dimensões sociais da fé cristã. Como afirma o leigo Luiz Carlos Maçaneiro, da Paróquia São Judas Tadeu, de Brusque, “o católico não deve estar descontextualizado das questões da sociedade”. Outro momento de meditação neste mês é o dia 14, quando a Igreja celebra a Exaltação da Santa Cruz. “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14). Segundo Pe. Kelvin Konz, no artigo da página oito desta edição, “contemplando a cruz, vemos que Deus não é indiferente e frio ante o sofrimento do mundo, mas sofre conosco, é Deus de ‘com-paixão’. É neste caminho de dor e amor que se abrem as portas para uma vida nova”. A página quatro, incentiva a solidariedade em um almoço especial do domingo, 13 de setembro. Vem aí, a quarta edição do risoto solidário, uma ação para angariar recursos para a manutenção da missão da Comunidade Divino Oleiro, em Tite, Diocese de Bafatá, Guiné Bissau, na África. Palavra de Deus, cidadania, cruz de dor e amor, solidariedade, formação, notícias, cronograma arquidiocesano. Um jornal recheado de conteúdo que evangeliza toda a família. Ajude a distribuir para seus amigos, vizinhos e familiares. Excelente leitura!

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj O nome “Contestado” vem da disputa de território entre Paraná e Santa Catarina. O território contestado tinha a extensão de 48 mil quilômetros quadrados, rico em araucárias. Este litígio foi resolvido em 1916. O mesmo território, situado no meio oeste de Santa Catarina, foi palco de outro acontecimento: a “Guerra do Contestado”, que durou de 1912 a 1916. As causas que levaram ao conflito armado foram outras. As principais razões da contenda estavam ligadas à demarcação e desapropriação de terras. Eis alguns fatos: a) O Governo brasileiro contratou uma empresa americana para construir a Estrada de Ferro entre União da Vitória e Marcelino Ramos. Como pagamento concedeu o direito de explorar e colonizar 15 quilômetros de cada lado ao longo da ferrovia; b) A Serraria Lumber adquiriu 180 mil hectares de terra para explorar; c) Vários fazendeiros foram requerendo terras devolutas para criar gado. Os moradores destas terras, famílias pobres, tiveram que sair. Como não tivessem para onde

ir, juntaram-se, formando vários grupamentos na região. Receberam o nome de “caboclos”. A estes se somaram milhares de pessoas que foram dispensadas, depois de concluídos os trabalhos na Estrada de Ferro. Outro elemento importante é o aspecto religioso. Estes redutos eram visitados por um místico que instruía a gente, rezava com as famílias, fazia romarias e dava conselhos de vida. Os “caboclos” tinham grande confiança nesta pessoa e o tratavam como “monge”. Foi seguindo “vozes que vinham do céu” que os “caboclos” se colocaram em luta por quatro anos. Para combater os “caboclos” do Contestado foi convocado o exército. As armas mais sofisticadas da época, como a metralhadora de repetição, foram usadas. Pela primeira vez na América Latina se usou avião em combate. No início, os “caboclos” tiveram algumas vitórias, mas acabaram sendo esmagados pelo exército. Calculam-se que morreram aproximadamente oito mil homens. Os “caboclos” do Contesta-

Nos caminhos de Francisco

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Aprendemos muitas virtudes numa família cristã, sobretudo amar sem pedir nada em troca.

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Queridos recém-casados, sejam sempre na vossa família apóstolos do Evangelho do amor.

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Padre Francisco Wloch retorna à Arquidiocese Depois de passar quatro anos como coordenador do Setor de Informática e Subsecretário Adjunto de Pastoral, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, Pe. Chico agora assume como vigário paroquial em Tijucas.

12 de agosto, na saudação da Audiência Geral

facebook.com/arquifloripa

Quem é Jesus para mim? É um nome? Uma ideia? É apenas uma figura histórica? Ou é realmente aquela pessoa que me ama, que deu sua vida por mim e caminha comigo. Para você quem é Jesus? Um cristão muito apegado ao dinheiro se equivocou de caminho. 25 de agosto, no Twitter

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Nas redes

06 de agosto, no Twitter

23 de agosto, na Praça São Pedro

Não são as coisas exteriores que nos fazem santos ou não santos, mas é o coração que expressa as nossas intenções, as nossas escolhas e o desejo de fazer tudo pelo amor de Deus.

do, por muito tempo foram vistos como “jagunços”, pessoas perigosas. Sofreram perseguição mesmo depois do conflito. Foram tratados como renegados pelo poder constituído. É uma fama que não merecem. No próximo dia 13 de setembro será realizada a “Romaria do Centenário do Contestado”. Acontecerá em Timbó Grande, um dos redutos dos “caboclos”. Um século depois temos oportunidade de recontar a história do Contestado, acontecimento relevante da História de Santa Catarina. Deixo registrado uma saudação a todos os descendentes dos “caboclos” do Contestado. Constituem uma parte importante do povo catarinense.

Dom Wilson grava entrevista para TV Aparecida @pontifex_pt

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Quando experimentamos o amor misericordioso do Pai, nos tornamos mais capazes de dividir esta alegria com os outros. 18 de agosto, no Twitter

30 de agosto, no Angelus

O Arcebispo Metropolitano e outros colaboradores da Cúria Arquidiocesana participaram da gravação de uma reportagem especial para o Programa Bem-Vindo Romeiro, da TV Aparecida. As matérias estão disponíveis no site da emissora. facebook.com/arquifloripa

Especial Vocação - Vídeos A Assessoria de Comunicação da Arquidiocese deu início, no mês de agosto, à produção de vídeos que destacam os tipos de vocação. Em agosto foram publicados o “Chamado à Vocação Sacerdotal” e o “Chamado à Familia”. youtube.com

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, A. Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Jean Ricardo Severino, Olga Oliveira e Roberson Pinheiro. JORNALISTA RESPONSÁVEL: A. Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO: Roberson Pinheiro COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa@arquifln.org.br e comunicacao@arquifln.org.br SITE: www.arquifln.org.br FACEBOOK: Arquidiocese de Florianópolis


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#compartilha Pastoral e Ensino Religioso ampliam reflexões em fórum catarinense Foto: Divulgação / ANEC

Retalhos do Cotidiano Prof. Carlos Martendal

Aparência

Que no exterior apareça nossa pobreza, nossa fraqueza; que o Senhor nos dê a grande graça da humildade, de revelar-nos. Mas que igualmente apareçam nossas virtudes, porque Ele mesmo ordenou: “Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16). Somos aquilo que somos diante de Deus, e nada mais.

Amor

O amor é sábio; sendo sábio, sabe descobrir necessidades. Não dizemos que “quem procura acha”? O amor é perito em achar e nada consegue vencê-lo. Nem a morte! Encontro também debateu temas sugeridos no Congresso Nacional de Educação Católica, que aconteceu em julho

Catequistas, pastoralistas, professores e representantes de colégios católicos de Santa Catarina estiveram reunidos, nos dias 21 e 22 de agosto, para o Fórum Catarinense de Pastoral Escolar e Ensino Religioso. O evento aconteceu no Provincialado Coração de Jesus, em Florianópolis, promovido pela Associação Nacional de Educação Católica (ANEC). O tema central do debate foi “Pastoral e Ensino Religioso: diferenças e complementariedades”. As reflexões da tarde do primeiro dia foram mediadas pelo Prof. José Ricardo Baptista, que ajudou os participantes no processo de diferenciação entre Ensino Religioso, Pastoral Escolar e Catequese. Já no segundo dia, o Prof. Rodinei Balbinot destacou que a Pastoral Escolar “é o jeito de ser da escola católica, é sua própria identidade” e, por isso, deve permear as ações pedagógicas e disciplinas do currículo. Segundo Balbinot, “na escola católica, um currículo que busca desenvolver

competências e habilidades sem a dimensão espiritual e pastoral é como um corpo sem vida, sem alma”. Para o Prof. Anerino Candido Galdino, do Colégio Santa Catarina, de Florianópolis, “o Fórum foi de grande importância para entendermos que a escola, em suas várias frentes, precisa respirar pastoral. Ou seja, a pastoral deve nortear todos os processor e projetos da escola”. Na opinião da coordenadora Valquíria Cidral, da Pastoral Escolar do Colégio São José, em Itajaí, “foi de singular valor formativo participar e estar com tantas escolas com o mesmo ideal, pensando o Ensino Religioso e a Pastoral Escolar. Temos ‘carência’ de encontros de formação como este e agradeço a iniciativa da ANEC/SC”. Ainda este ano acontece o Congresso Mundial de Educação Católica, de 18 a 21 de novembro, em Roma.

Máximo

O mínimo com Deus é máximo; o máximo sem Ele é mínimo!

Barco

Um barco não é feito para ficar na praia e ser beijado pelas águas só na maré cheia; o barco é para estar no mar, pescando, cumprindo sua missão. O barco somos nós, a água é o campo da vida, a terra dos irmãos. Soprando as velas, o Espírito Santo!

Clero participa de confraternizações em agosto Foto: Pe. Valmir Debarbi

* Com a colaboração de Ricardo Marques e Jairo Rambo

Encontro da Pastoral do Dízimo reúne mais de 200 pessoas Duzentas e trinta pessoas de diversas paróquias da Arquidiocese participaram do encontro arquidiocesano anual da Pastoral do Dízimo, no dia 22 de agosto, na Paróquia São Sebastião, em Tijucas. Assessorado pelo Padre Domingos Nandi, foi organizado pela coordenação arquidiocesana do dízimo. Na pauta do dia esteve a retrospectiva e fundamentação bíblica e histórica sobre o dízimo, organização nas comunidades e depoimento dos participantes. Também se

Pouco

Quem tem pouco dá tudo; quem tem tudo, quase sempre dá pouco e, então, não dá nada!

retratou a função social do dízimo e aspectos de formação em geral para as equipes paroquiais presentes no encontro. O Diácono João Flávio, da Paróquia do Santuário de Fátima, no Estreito, disse que percebeu o quanto o dízimo cresce, com novos métodos de evangelização. “O dízimo, como manifestação de gratidão a Deus, torna-se um meio de participação do cristão não só na manutenção, como no jeito de ser Igreja”, destacou o diácono.

Dia de recreação e fraternidade é organizado todos os anos pela APAZ

Mais de cem presbíteros participaram da confraternização dos padres da Arquidiocese de Florianópolis, no dia 03 de agosto, em Porto Belo. A Paróquia Bom Jesus dos Aflitos foi o ponto de encontro para o café e o almoço. Um passeio de barco também fez parte da programação festiva, em clima de descontração e fraternidade. Sacerdotes religiosos e diocesanos se reuniram com o Arcebispo Metropolitano, Dom Wilson Tadeu Jönck, e o Bispo Emérito,

Dom Vito Schlickmann, para celebrarem o Dia do Padre. Alguns diáconos e seminaristas também estiveram presentes. Já no dia 08 de agosto, os diáconos da Arquidiocese de Florianópolis e familiares, reuniram-se para celebrar o seu padroeiro, São Lourenço – a memória do mártir é lembrada no dia 10 de agosto. O encontro aconteceu no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos.


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#compartilha Um risoto com sabor especial: ajudar a quem precisa

Foto: Valério Andrade

O almoço do domingo, 13 de setembro, tem gostinho de solidariedade e o preço do amor. Neste dia, as pessoas que vão até a Vila do Divino Oleiro, no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos, poderão saborear do Risoto Solidário. Tem por meta angariar recursos para a manutenção da missão da Comunidade Divino Oleiro, em Tite, Diocese de Bafatá, Guiné Bissau, África, e todo projeto Mãos Unidas que abraça o hospital e o liceu (escola). Esta será a quarta edição do Risoto Solidário, na última em 2014, aproximadamente 800 pessoas estiveram presentes e se solidarizaram às obras de missão na África. O diretor da Rádio Católica AM 1500, de Balneário Camboriú, e da Rádio Conceição FM 105,9, de Itajaí, Sedemir Melo, explica que com o dinheiro dos risotos anteriores, conseguiu-se comprar o carro da missão e construir uma residência (república) para alojar os professores da escola, uma vez que estão localizados a 700 quilômetros da capital, Bissau. “Reformamos e compramos equipamentos para o

hospital, e mantemos com medicamentos. Atualmente precisamos de uma ambulância, pois estamos em uma campanha para atrair as mulheres grávidas para darem a luz no hospital. Assim reduzimos a mortalidade infantil e de mães no parto e queremos implantar o projeto ‘Pão Nosso de cada dia’, para dar merenda aos alunos que chegam a caminhar 25 quilômetros até a escola”, detalhou Sedemir. Desde o ano 2010, a Divino Oleiro está em Guiné Bissau. Lá, os missionários (Cláudia dos Santos, Valter Brandão e Karina Schuastz), e o Pe. Lúcio Espíndola, também da Arquidiocese, cuidam de um hospital, maternidade e de uma escola com mais de 500 alunos, do Ensino Fundamental ao Médio. Além disso, o maior objetivo é a evangelização. Atualmente, estão inseridos em mais de 15 “tabancas” (aldeias), com a missão evangelizadora. O fundador da Comunidade Divino Oleiro, Padre Márcio Vignoli, ainda lembrou que “estamos a serviço de centenas de crianças, jovens, adultos e idosos, naquele que é um dos mais pobres países do mundo”.

A história do Contestado revivida em Romaria

Cresce expectativa para Corridas e Caminhadas do Bem 2015

Diretor nacional do Apostolado da Oração estará na Arquidiocese

Começa em setembro a edição 2015 do SESI Corridas e Caminhada do Bem. O evento, promovido pela FIESC/SESI, em parceria com a Ação Social Arquidiocesana (ASA), pretende auxiliar nas atividades sociais, já que parte do valor da inscrição será revertida para esta finalidade. As corridas e caminhadas acontecerão nas cidades de Florianópolis, no dia 13 de setembro, São José, 04 de outubro, e Itajaí, em 29 de novembro. As inscrições podem ser feitas no site corridasdobem.com.br. Os inscritos no evento ganham uma camiseta, sacolinha e outros brindes.

Os membros do Apostolado da Oração (AO) se preparam para receber, nos dias 26 e 27 de setembro, o novo diretor nacional do movimento, Pe. Eliomar Ribeiro, SJ. O padre jesuíta vem para conhecer a realidade do AO da Arquidiocese e apresentar a nova estrutura.

No próximo dia 13 de setembro, Timbó Grande, no meio oeste do Estado, será sede da Romaria do Centenário do Contestado. Com o tema, “Redutos de resistência, esperança e encantamento da vida”, o evento pretende reunir comunidades, pastorais, movimentos, organizações e a sociedade em geral. A Romaria é organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, Diocese de Caçador, CNBB Regional Sul 4 e por Pastorais e Movimentos Sociais. O evento recorda os traços de uma guerra que durou mais de quatro anos e deixou aproximadamente 20 mil mortos. Nesta Romaria será relembrada a luta na defesa da vida e do direito de viver do camponês. Informações na Paróquia de Timbó Grande: (49) 3252-1169.

Período de inscrições Florianópolis: até 07/09 São José: até 28/09 Itajaí: até 23/11 corridasdobem.com.br

Outras informações: Comunidade Divino Oleiro (48) 3296-1511 / 3025-3750

Programação 26/09, 13h30 – Acolhida do Pe. Eliomar e reunião com todos os coordenadores e diretorias do AO e do Movimento Eucarístico Jovem (MEJ), na Catedral; 27/09, 09h – Primeira peregrinação arquidiocesana do Apostolado e MEJ ao Santuário de Santa Paulina. Acolhida e adoração ao Santíssimo Sacramento com o reitor do Santuário, Pe. André da Silva. Às 10h, Pe. Eliomar preside a Missa e em seguida fará uma palestra. Mais informações: (48) 3245-2208.


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nossa fé

Comunidade da Palavra

Quem são os responsáveis pela crise?

Pe. Vitor Galdino Feller

Fernando Anísio Batista

A palavra evangelização se tornou chave para entender a missão da Igreja em nossos tempos. Não há evangelização sem a Palavra de Deus. Toda a obra da Igreja – sacramentos, ações sociais, devoções, retiros espirituais, celebrações etc. – deve estar permeada pela Palavra de Deus. Trata-se do anúncio da Palavra, em linguagem direta e simples, alegre e cordial.

Leitura orante da Palavra O Documento 100 da CNBB – “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. A conversão pastoral da paróquia” – ensina que “sendo Casa da Palavra, a paróquia há de promover uma nova evangelização”. Mas logo adverte: “Muitos paroquianos ainda não se familiarizaram com a Bíblia”. E sugere: “A Palavra é saboreada na experiência comunitária da leitura orante” (n. 271). A leitura orante da Palavra de Deus consta de cinco passos. Primeiro,

faz-se a leitura do texto, perguntando-se simplesmente sobre o que o texto diz. Depois faz-se a meditação do texto, com a pergunta: o que o texto diz para mim, na situação que estou vivendo? Depois vem a contemplação, com a pergunta: o que o texto me diz a respeito da vida, do mundo, da sociedade, do momento histórico atual, dos conflitos sociais etc.? A oração é o quarto momento, trabalhado com a pergunta: o que o texto me faz dizer a Deus? É o momento específico da oração, através da qual, inspirado pela Palavra, o fiel louva, bendiz, agradece, suplica, pede perdão, entrega-se e abandona-se, num relacionamento íntimo com Deus. O último momento é a ação, com a pergunta: o que o texto me pede para fazer? Pode-se ver, assim, que a leitura orante da Palavra é um caminho que vai transformando o coração, a oração e a ação do fiel e da comunidade. Uma paróquia que promove a leitura orante vai tornar-se Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

verdadeiramente evangelizadora.

Anúncio alegre da Palavra O lugar por excelência do anúncio da Palavra é a celebração. Isso pode ser feito em diversas ocasiões: na celebração de cada sacramento (no batismo e no casamento, por exemplo), nas celebrações eucarísticas e em celebrações próprias da Palavra. Nessas ocasiões convém ressaltar a mesa da Palavra, de modo que se torne centro da atenção dos fiéis. Através da proclamação alegre e clara das leituras, do salmo, do canto de aclamação e do próprio Evangelho e através da homilia, podese fazer uma boa obra de evangelização. Sobre a homilia, diz o Documento 100 da CNBB: “Ela precisa ser breve e capaz de falar a linguagem dos homens e mulheres da cultura atual. Pela homilia a comunidade é levada a descobrir a presença e a eficácia da Palavra de Deus em sua vida” (n. 272). Compartilhe ArquiFloripa

Num determinado momento da história ela surge de forma violenta, despertando pavor e desespero em toda humanidade. Como numa grande corrente todos procuram descobrir quem são seus responsáveis e as formas de superá-las. Do que estamos falando? Sem muito esforço, podese definir que estamos falando de algo que aflige a humanidade neste exato momento: a crise. Mas qual crise? A crise econômica, política, ética, cultural, social ou ambiental. O mundo vive uma grande crise, que pode ser resumida como a crise humanitária. Toda espécie humana está em crise. Acontecimentos recentes demonstram a existência não de uma, mas de várias crises, tendo como principal responsável o próprio ser humano. A encíclica do Papa Francisco, Laudato Si’, apresenta a crise ecológica como um problema global, constituindo atualmente um dos princi-

pais desafios da humanidade. Mesmo com todo esforço de cientistas e técnicos que procuram dar soluções aos problemas criados pelos ser humano, nota-se que muitas vezes este esforço está a serviço da finança e do consumismo, tornando a terra menos rica e bela, cada vez mais limitada e cinzenta (LS 34). O apelo do Papa Francisco destaca a existência de uma indiferença geral perante a tragédia ecológica, que põe em risco a perpetuação de todas as espécies, inclusive a espécie humana. A falta de reações diante dos dramas da humanidade é sinal da perda do sentido de responsabilidade pelos nossos semelhantes. Os responsáveis pela crise são todos os seres humanos. “Por nossa causa, milhares de espécies já não darão glória a Deus com sua existência, nem poderão comunicar-nos a sua própria mensagem. Não temos direito de o fazer” (LS 33).


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capa

O QUE VOCÊ TEM A VER COM ISSO? Como pensar uma sociedade mais cristã e mais cidadã? Quais as iniciativas e os compromissos que os fiéis podem assumir para fazer um país melhor? Será que eu sou um bom secretário geral da Conferência jogando as pedras, é preciso se envolver”, gacristão-cidadão? A pergunta é Nacional dos Bispos do Bra- rante Luiz. simples, mas pode ser que nunsil, Dom Leonardo Steiner, “o ca tenha sido feita. Aspectos da comportamento ético é essenOração fé cristã, do testemunho da Pacial para a vida do cidadão e, “O católico não lavra de Deus e do exercício da especialmente, para aqueles e Há dois anos em uma reunião com o clero da cidadania repercutem no mês aquelas que pretendem se de- Igreja Católica, o Papa Francisco orientava sodeve estar de setembro, com o dia da Inao serviço da sociedade, bre a necessidade de se rezar pelos políticos, descontextualizado dicar dependência. do bem comum, no serviço pú- “para que eles governem bem”, salientava. “Um das questões A cidadania implica no uso blico”. cristão que não orar por seus líderes não é um dos direitos e deveres de modo Dar exemplo é uma maneibom cristão”, conceituou Francisco, que em ouda sociedade” interligado, e o respeito e cumra de levar outras pessoas a tras oportunidades já expressou a necessidade primento de ambos na contribuiaderirem a posturas éticas na dos fiéis de se aproximarem do tema. ção para uma sociedade mais sociedade, defende o diácono Também na Bíblia se vê o pedido de oração equilibrada. Tais hábitos já eram da Paróquia São Vicente, Itajaí, por aqueles que governam. “Antes de tudo, observados desde os tempos de Juarez Carlos, “e deve ser acei- pois, exorto que se use a prática de súplicas, Cristo. Na carta aos estrangeiros tas por todo aquele que crê em orações, intercessões, ações de graças, em faespalhados pela Ásia, o apósCristo”, justifica. “O testemunho vor de todos os homens, em favor dos reis e de tolo Pedro exorta os fiéis às práticas cidadãs: sempre será a maior arma, todos os que se acham in“Tratai a todos com honra, amai aos irmãos, te- a partir dos valores cristãos. vestidos de autoridade, para mei a Deus, honrai ao rei” (1Pe 2,17). Estar atento aos projetos da que vivamos vida tranquila O agente de pastoral Luiz Carlos Maçaneiro, associação de bairros, lançar e mansa, com toda piedade 53, da Paróquia São Judas Tadeu, de Brusque, ideias na sociedade, particie respeito”, tal como indica “O comportamento tem familiaridade com os assuntos de cidadania, par dos foros públicos e não São Paulo na primeira carta ético é essencial e defende que “isso é uma questão de cristianis- se calar perante as injustiças a Timóteo (1Tm 2,1-2). mo”. “O católico não deve estar descontextuali- sociais”, são atitudes práticas A resposta da pergunta para a vida do zado das questões da sociedade”, observa. ressaltadas por Juarez. inicial parte, portanto, de cidadão e, especialLuiz relaciona os dez mandamentos como A postura crítica também uma autoanálise, naquilo mente, para aqueles orientações cidadãs aos cristãos. Ainda argu- ganha repercussão quando que cada um pode conmenta que “nós precisamos amar a Deus e ao nas tratativas dos conflitos da tribuir na vivência social, que pretendem se próximo, como nos indica o mandamento do sociedade. A crítica, por extendo em vista os valores dedicar ao serviço Senhor, e ser um bom cidadão é uma forma celência, é “o ato de examinar cristãos. Desde rezar pelas de amar”. cuidadosamente uma obra, autoridades a se compromeda sociedade, do teoria ou opinião, procuranter em iniciativas solidárias, bem comum, no Política do determinar se são boas ou inserir-se em conselhos de serviço público” verdadeiras e avaliando os ardiscussão, entre outras opEncarada muitas vezes com repulsa, a polí- gumentos ou ideias em que se ções. O importante é de fato tica integra um emaranhado de questões rela- apoiam”. Neste contexto, “não pensar: “Será que eu sou um cionadas à cidadania e à ética. Como lembra o se pode apenas ficar de fora bom cristão-cidadão?”.


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Saiba Mais

Alunos se comprometem com iniciativas cidadãs

No bairro Jardim Zanelato, em São José, um grupo de estudantes se empenham em mostrar o caminho para se construir uma pátria mais cidadã. “A partir do momento em que passo a fazer parte do processo político, eu posso fazer a diferença”, destaca o jovem Igor Santos, 17, aluno do 2º ano do ensino médio. O Centro Social Marista, fundado no bairro há 19 anos, é o encarregado de incentivar estas iniciativas. O projeto “Protagonismo infanto-juvenil: construindo políticas emancipatórias” começou pelo tema da Campanha da Fraternidade de 2013 – Fraternidade e Juventude -, mas se efetivou no ano passado. “Nós nos reunimos e discutimos com os alunos sobre as questões sociais a fim de despertar neles a consciência política de que devem se envolver”. Só neste ano, professores e alunos participaram de reuniões do Conselho da Criança e do Adolescente e do Conselho da Juventude, da cidade de São José. “É importante que a gente vá e lute por nossos direitos”, ressalta Bianca Voigt, 16 anos. “É bom ser ouvido”, complementa Igor. “Eles têm muitas vezes aversão à palavra política, mas quando você leva eles num espaço onde podem falar e perceber que podem ser ouvidos, planta-se uma semente e isso muda o pensamento deles no futuro”, argumenta o assistente de pastoral, Cleber Rodrigues. Não só os direitos, mas também os deveres são lembrados durante os encontros dos envolvidos no projeto. “Vale lembrar que todos nós temos responsabilidades”, justifica Cleber. “Eu pensava antes que o colégio tinha muitos problemas, mas participando das conferências percebi que existem outras dificuldades também na sociedade e são até maiores”, detalhou o estudante do 9º ano do ensino fundamental, Mateus Candido, 15. As palavras do fundador dos Maristas, São Marcelino Champagnat, “formar bons cristãos, virtuosos cidadãos”, ganham eco dentro da instituição que abriga mais 1.200 alunos. Formar neles um compromisso cristão na sociedade é uma saudável iniciativa que tende a gerar grandes frutos.

Dicas de Leitura: - Pensando o Brasil, Volume 1 e 2 | CNBB - Encíclica Caritas in Veritate | Papa Bento XVI - Encíclica Rerum Novarum | Papa Leão XIII


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bíblia Lectio Divina

Nossa glória está na cruz de Jesus Cristo A Festa da Exaltação da Santa Cruz, em 14 de setembro, nos recorda que a cruz de nosso Senhor Jesus Cristo está no centro da nossa fé, pois, por ela, Jesus venceu a nossa morte e passou à ressurreição. São Paulo exclama: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14). Mas, o que é a cruz? Em si mesma, ela é um terrível escândalo, resultado de uma injustiça miserável. Nela está significada toda a cruz do mundo e da humanidade: a cruz do inocente que sofre, dos pobres, dos sem nome, sem vez nem voz. Assim, a cruz não é um ornamento qualquer, mas uma parábola impressionante e dolorosa! E, no entanto, Jesus diz que era necessário passar pela cruz: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado” (Jo 3,14). Palavra impressionante, confirmada após a ressurreição: “Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso e assim entrasse na sua glória?” (Lc 24,26). Por que no caminho do Cristo e do cristão tem que estar a cruz? Para mostrar-nos até onde o pecado nos levou e

até onde o amor de Deus está disposto a ir por nós. Ele nos leva a sério e nos é solidário. Ele não explica o sofrimento; mas silenciosamente, toma-o sobre os ombros, sofre conosco até o mais baixo da humilhação, da solidão e da dor: “Ele esvaziou-se de si mesmo, assumindo a condição de escravo (...) humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,7). Contemplando a cruz, vemos que Deus não é indiferente e frio ante o sofrimento do mundo, mas sofre conosco, é Deus de “com-paixão”. É neste caminho de dor e amor que se abrem as portas para uma vida nova. Não há outro caminho para a glória, senão a cruz do Senhor. Ela é a árvore da vida! Por isso a cruz era necessária; por isso Paulo não queria gloriar-se a não ser na cruz de Jesus; por isso exaltamos o mistério da cruz! Cabe a cada um de nós abraçarmos a nossa cruz em união com a cruz de Jesus, com os sofredores da humanidade, na fiel esperança da ressurreição. “Se alguém quiser me seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8,34).

Por Pe. Kelvin Borges Konz Paróquia Santa Cruz, São José

Pe. Wellington Cristiano da Silva

Lectio (leitura) “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado” (Jo 3,14).

Meditatio (meditação) No diálogo com Nicodemos, Jesus revela o amor supremo de Deus manifestado no gesto concreto de sua paixão na cruz. Para tornar mais compreensível o significado de sua livre entrega, Jesus compara o sinal de sua cruz ao sinal da serpente erguida por Moisés. Assim como quem olhava para a serpente de bronze, levantada por Moisés no deserto, era curado do veneno mortal (Nm 21,8), todo aquele que olhar para o Crucificado receberá vida e salvação. Quem se voltava para a serpente de bronze – que se tornou sinal de salvação para o povo de Israel (Sb 16,6) – era curado, não pelo que via, mas pela ação do Deus Salvador de todos (Sb 16,7). Por sua vez, o Filho do Homem, levantado na cruz, leva à plenitude a salvação oferecida por Deus à humanidade.

Oratio (oração) Eu vos adoro Senhor Jesus Cristo e vos bendigo, porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Contemplatio (contemplação) “Olharão para aquele que transpassaram” (Zc 12,10; Jo 19,37). Assim como a serpente de bronze, a Santa Cruz nos obriga a olhar para o alto e a superar toda idolatria. Ao contemplarmos Jesus levantado na

cruz, somos curados do veneno da maldade que nos faz perecer.

Missio (missão) “Eis o lenho da Cruz do qual pendeu a salvação do mundo! Vinde e adoremos!”. A Festa da Exaltação da Santa Cruz mantém estreita relação com a Sexta-Feira Santa. Jesus, condenado à morte de cruz, foi elevado da terra, atraindo todos para si (Jo 12,32). “Elevado da terra” significa ao mesmo tempo crucificado e glorificado. Jesus transformou a vergonha da cruz em fonte de plena salvação. No Crucificado, Deus manifesta a sua glória, pois a cruz é derrota do pecado e vitória do amor. A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo é também a nossa glória (Gl 6,14). Sejamos, pois, missionários do consolo e da esperança, levando em nosso coração o sinal da cruz. E, igualmente, verdadeiros cireneus a aliviar as cruzes pesadas de tantos irmãos.

Conhecendo o livro dos Salmos Pe. Ney Brasil Pereira

Salmos 113 e 114 (112 e 113) Estes dois pequenos salmos constituem a abertura do conjunto dos salmos que se cantam na ceia pascal, chamados de “grande Hallel” ou “Hallel egípcio”, celebrando a Páscoa anual.

Salmo 113 (112): Ele exalta os humilhados Os nove versículos deste salmo, que é um hino de louvor, distribuem-se equitativamente em três partes: a primeira (vv. 1-3) é o invitatório, o convite a louvar, expressamente, o “nome” do Senhor; a segunda (vv. 4-6) é a proclamação do ser de Deus, excelso acima das criaturas, mas que não se dedigna de “inclinar-se”, e “olhar para a terra”; e a terceira (vv. 7-9), a descrição da sua atividade benéfica, do seu poder salvador.

Salmo 114 (113): Quando Israel saiu... Certamente um dos salmos mais conhecidos e originais de todo o saltério. Seu propósito é evidente: fazer memória poética do acontecimento fundamental da fé de Israel, o Êxodo, concentrando-se nos dois momentos extremos, saída do Egito e entrada na Terra. Não recorre, porém, à forma do hino: não há convite a participantes, nem dedicatória ao Senhor, nem fórmula de motivação. O salmista apenas evoca as duas etapas, exprimindo-as porém, com original criatividade poética. Quanto ao conjunto dos oito versículos, pode-se facilmente distribuí-los em quatro estrofes.

Leia o salmo e medite: 1) Que salmos constituem o “grande Hallel”? Qual a função dos salmos 113 e 114? 2) Por que o Sl 113 dedica três versículos ao “nome” do Senhor? 3) Compare o final do Sl 113 com o cântico de Ana e com o Magníficat de Maria. 4) Como os seres inanimados reagem à passagem do povo hebreu pelo deserto? 5) Que significa a transformação dos elementos da natureza, pelo poder de Deus?

A análise completa destes salmos se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br


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Jornal da Arquidiocese, Setembro de 2015

evangelização

Ações ligadas à família acontecem em âmbito arquidiocesano Implantação das Comissões Forâneas para a Vida e a Família já acontece em 12, das 13 foranias Foto: Everton Marcelino

Na Assembleia Arquidiocesana de Pastoral de 2012 ficou definido que a família é o eixo transversal da ação evangelizadora, dentro do Plano de Pastoral da Arquidiocese de Florianópolis, com validade até 2022. Com base nisto, tem-se trabalhado para implantar as Comissões Forâneas e Paroquiais para a Vida e a Família, com todos os movimentos, pastorais e serviços ligados ao trabalho pastoral com as famílias presentes em cada uma dessas instâncias. Atualmente, várias ações são desenvolvidas em relação à família. Na Catedral Metropolitana, há dois anos é oferecido o Serviço de Aconselhamento Familiar, Forania da Ilha – Centro Sul, para os casais e famílias com realidades específicas. Serviço este totalmente gratuito. Foi aplicado o Curso do Instituto Nacional da Pastoral Familiar (INAPAF), nas regiões norte e sul, com 250 alunos matriculados. E dentro do calendário das atividades, todo ano se realizará o Festival da Família.

O evento Viva Floripa este ano será substituído por uma ampla mobilização na Câmara de Vereadores de Florianópolis e na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, no dia da votação dos Planos Municipal e Estadual de Educação. Em andamento, o processo de implantação das Comissões Forâneas para a Vida e a Família em 12, das 13 Foranias da Arquidiocese, envolvendo todas as pastorais, movimentos e serviços ligados à família e presentes no território de cada forania. Como também, a implantação das Comissões Paroquiais para a Vida e a Família, nas paróquias da Arquidiocese. Além disso, não propriamente ligado à Comissão para a Vida e a FamíFestival da Família ganha destaque na Arquidiocese em sua terceira edição lia, mas relacionado à promoção da A Comissão Arquidiocesana para a Vida e a vida, ainda ocorreu o curso de especialização em Família (CAVF) desenvolve o curso de formação família, na Faculdade Católica de Santa Catariana para agentes de pastoral que farão o Aconse- (FACASC), e o Congresso Teológico sobre Família lhamento Familiar da Forania de Palhoça. Esta e Evangelização. Se você deseja saber mais sobre as ações liequipe também mobiliza agentes para trabalhar na questão da ideologia de gênero em distintas gadas à família da Arquidiocese, entre em contato com a Pastoral Familiar: (48) 3242-1544. cidades da Arquidiocese. Foto: Roberson Pinheiro

Paróquia N. Sra. das Necessidades é reativada em Florianópolis Na histórica igreja de Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis, aconteceu a Missa de reativação da Paróquia Nossa Senhora das Necessidades, na noite do dia 14 de agosto. Dom Wilson Tadeu Jönck presidiu a Celebração, que contou com a presença de muitos fiéis e de padres das foranias da capital. Criada, em 27 de abril de 1750, por Álvara Régio de Dom João V, rei de Portugal; em 1963 foi anexada à Paróquia Santíssima Trindade e, a partir de 1984, à Paróquia São Francisco Xavier. A igreja é uma das mais antigas da Arquidiocese e preserva características da cultura açoriana. A Paróquia agora é formada pelas comunidades Santo Antônio de Lis-

boa (Nossa Senhora das Necessidades), Cacupé (Santa Cruz), Barra do Sambaqui (São Sebastião), Sambaqui (São Pedro) e Recanto dos Açores (Santa Luzia), desmembradas da Paróquia São Francisco Xavier. “Santo Antônio sempre se comportou como paróquia, com as comunidades andando sempre unidas”, contou o paroquiano Sérgio Luiz Ferreira. Atualmente, já estão em atividades o Apostolado da Oração, a Pastoral do Dízimo, a Pastoral Catequética, a Pastoral do Idoso e a Irmandade do Divino Espírito Santo. O novo pároco é o padre Edinei da Rosa Cândido, que desde 2008 era vigário paroquial da Paróquia São Fran-

Comunidades já se articulavam em pastorais e movimentos, antes mesmo da reativação da Paróquia

cisco Xavier, Monte Verde, e prestava atendimento na região de Santo Antônio de Lisboa. “Esta cerimônia, abrindo um novo tempo dessa longa história, acabou de empossar seu 23º pároco”, lembrou Pe. Edinei em seu poético discurso quase ao término da Celebração. Na homilia das vésperas da Solenidade da Assunção de Nossa Senho-

ra, Dom Wilson destacou que “Nossa Senhora é a certeza de que Cristo está presente no meio do povo”. E enfatizou: “Tal como a Virgem Maria, a comunidade paroquial é convocada a comunicar Jesus uns aos outros. Devemos anunciar o Cristo que toca os nossos corações e vivifica o nosso testemunho de piedade e vida cristã”.


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evangelização

Prêmio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues traz novidades este ano Nesta segunda edição também serão homenageadas pessoas que ajudam na promoção da paz Imagem: Arquivo ASA

Estão abertas as inscrições para a segunda edição do Prêmio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues. A premiação tem por objetivo manter viva a chama da paz, da esperança e da solidariedade de Dom Afonso Niehues, que hoje está presente nos diversos trabalhos sociais desenvolvidos no âmbito da Arquidiocese de Florianópolis. Neste ano, além das entidades sociais, o prêmio também homenageia pessoas engajadas nas causas sociais que contribuem na promoção da paz. O ano de 2015 foi proclamado, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), como o Ano da Paz. Teve início no primeiro domingo do Advento, 30 de novembro de 2014, e se encerra no Natal de 2015. Os premiados serão: uma entidade social, uma ação social paroquial e uma pastoral social ou Movimento Eclesial Católico. Cada uma receberá o valor de R$ 7.000,00 (sete mil).

Caridade social

Já os homenageados serão seis pessoas que atuam nas diferentes categorias: presbítero, religioso(a), diácono, leigo(a); servidor (a) público(a) e empresário(a). As iniciativas solidárias e o trabalho desenvolvido pelos homenageados devem ter as seguintes características: a) inclusão social de pessoas em situação de vulnerabilidade social; b) ações de superação da pobreza e de geração de trabalho e renda através da Economia Popular Solidária; c) articulação e promoção do protagonismo de grupos socialmente vulneráveis nas mobilizações e lutas sociais; d) promoção de grupos para a participação em espaços de construção da cidadania, políticas públicas e/ou no exercício do controle social destas políticas. As inscrições são gratuitas e se encerram no dia 23 de outubro. O edital

Presidente da Ação Social Arquidiocesana, Diácono Djalma Lemes, na Celebração de entrega do prêmio

completo e mais informações estão disponíveis no site www.asafloripa. org.br. Em 2014 Na primeira edição do prêmio, ano

passado, 12 entidades participaram, sendo que o primeiro lugar ficou com a Fundação Fé e Alegria do Brasil e o segundo, com a Associação Beneficente São Dimas. As demais foram homenageadas com uma placa pelo trabalho que desenvolvem.

Paróquia São Virgílio ajuda migrantes que chegam em Nova Trento

“Quando se faz um serviço voluntário, nós é que ganhamos. A gente ameniza um pouco a dor daqueles que nada têm”. Assim, Enelita de Medeiros define o voluntariado que realiza desde o ano de 2007, quando começou a participar da Ação Social Neotrentina, da Paróquia São Virgílio, de Nova Trento. Foi fundada em 1985, com o objetivo de ser o braço social da Paróquia. Em 2007 foram aprovados os novos estatutos Ação Social organiza também confraternização de Natal e se estruturou então uma diretoria. Hoje está localizada em uma sala do salão paroquial São Virgílio. Conta com aproximadamente 20 voluntários. A secretária da Ação Social Neotrentina, Enelita, explica que toda segunda-feira ocorre a entrega de roupas e calçados, além de um brechó. As roupas que não têm condições de uso, são transformadas em estopas por um grupo de voluntárias e depois vendidas nas oficinas mecânicas. O dinheiro é revertido para pagamento de medicamentes, exames e outras necessidades. A grande maioria das pessoas que recebem doações são migrantes do Paraná e Rio Grande do Sul. Na terça-feira, quatro cursos gratuitos acontecem simultaneamente através de um projeto de inclusão e promoção para o trabalho. A presidente da Ação Social, Eunice Bittencourt, afirma que também fazem visitas

aos doentes e pessoas necessitadas toda semana. Ainda recolhem móveis usados e colchões para beneficiar os migrantes. “A comunidade liga e vamos buscar. Somos uma gota d’água no oceano, mas fazemos tudo com muito prazer”, comenta Eunice. Este trabalho está ligado à evangelização. Eunice afirma que muitas pessoas são encaminhadas para a Paróquia para colocar os sacramentos em dia. Há também momentos de espiritualidade realizados nos dias do atendimento. “Com este trabalho, a gente consegue alcançar pessoas em vulnerabilidade social. É gratificante para as pessoas, pois elas também são ouvidas”, disse a voluntária. Fotos: Divulgação / Paróquia

Brechó é realizado todas as segundas-feiras, a partir das 13h30


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evangelização Água Viva completa 25 anos Formação, oração, vida fraterna e espiritualidade são os pilares do Movimento Foto: Divulgação / MAVJ

Cronograma de setembro 31/8 a 3/9 | IV Congresso Teológico | Faculdade Católica de Santa Catarina 2/9 | Jubileu de Prata Presbiteral – Pe. Celso Marquetti | 4 a 6/9 | Encontro Regional de Jovens Cursilhistas | Casa Dehon - Brusque 4 a 6/9 | XV Congresso Estadual da RCC | Brusque 7 a 10/9 | Retiro dos Presbíteros | Florianópolis 11 a 12/9 | Sulão GBF / CEBs |

Grupo realiza apresentação de espetáculos, como a Paixão de Cristo, entre outras montagens durante o ano

Em comemoração aos 25 anos de fundação, o Movimento Água Viva realiza, no dia 19 de setembro, um jantar a partir das 19h30. Uma Missa, no dia 23 de setembro, às 20h, também marca a data celebrativa em clima de ação de graças. Fundado em 23 de setembro de 1990, tendo como lema “Cristo, Caminho, Verdade e Vida”, o Movimento Água Viva Jovem (MAVJ) completa seu Jubileu de Prata em um caminho de evangelização da juventude, transmitindo a mensagem do amor de Deus. Os encontros acontecem na Paróquia Nossa Senhora de Loreto, localizada na Base Aérea de Florianópolis, aos domingos. As reuniões contribuem na formação de lideranças para a Igreja, bem como se torna uma opção agradável para estar entre amigos e partilhar momentos de fraternidade. Outros conteúdos formativos são disponibilizados através do endereço www.movimentoaguaviva.com. br. Além disso, fotos dos eventos e informações sobre as atividades do grupo são postadas no site. “Ser jovem Água Viva é encontrar um amor incondicional de Deus por

mim, através de amigos”, destaca Beatriz Américo. Já Fernando Costa recorda a transformação no seu cotidiano a partir das reuniões: “Entrar no Movimento e participar se tornou um divisor de águas na minha vida. Tudo mudou da água para o vinho”. A linha pastoral do MAVJ segue quatro pilares: a formação, compreendendo espiritual, social e afetiva; a oração, com a leitura orante da Bíblia; a ação, por meio do serviço em ministérios na Igreja, na Pastoral dos Excluídos e em cursos e teatros populares; a Celebração, com a participação na Missa Jovem mensal. “Ser jovem Água Viva é se doar pela Igreja e pelos jovens e encontrar, mesmo em meio aos desafios, amigos que estão dispostos a ser apoio e que nos ajudam a carregar nossas cruzes do dia a dia”, conclui o participante Samuel Pivatto Cavilha.

Serviço Celebração Jubileu de Prata Jantar: 19 de setembro, 19h30 Missa: 23 de setembro, 20h Paróquia Nossa Senhora de Loreto

13/9 | Jubileu de Prata – Paróquia São Vicente | Itajaí 13/9 | Romaria do Contestado | Timbó Grande 13/9 | Corrida e Caminhada do Bem | Florianópolis 18 a 19/9 | 48ª Assembleia Regional de Pastoral | Lages 20/9 | Escola de Formação Catequética para Multiplicadores | Tijucas 22/9 | Reunião Geral dos Presbíteros | 24 a 27/9 | Encontro Regional de Catequese | Lages 25 a 27/9 | Retiro dos Diáconos | Lages 25 a 27/9 | Visita Pastoral – Dom Wilson | Paróquia Sant’Ana – São José 27/9 | Seminário Música e Canto Litúrgico | São José 27/9 | Louvor de Primavera - Com. Divino Oleiro | CEAR Acesse o calendário completo em www.arquifln.org.br

Rota 300 traz imagem de Aparecida No mês passado aconteceu, no Santuário Nacional de Aparecida, o “Encontro Nacional dos Adultos Responsáveis Diocesanos pela Evangelização da Juventude e dos Assessores Adultos das Expressões Juvenis”. O assistente eclesiástico do Setor Juventude, Pe. Ewerton Gerent, representou a Arquidiocese de Florianópolis. Uma das pautas do encontro foi esclarecer e delinear o projeto Rota 300. O bispo referencial para a juventude da CNBB, Dom Vilson Basso, no recado para os jovens da Arquidiocese de Florianópolis, falou que o “projeto quer entrar no coração dos adultos e despertar assessores para que apoiem, incentivem e acompanhem a juventude. O Rota 300 vem animar a evangelização da juventude em todo o país”. A imagem peregrina de Aparecida estará na Arquidiocese em agosto de 2016, junto com as missões juvenis.

Foto: Arquivo Pessoal

Padre Ewerton e Dom Vilson no encontro em Aparecida

A Arquidiocese, “junto com a imagem peregrina, quer fazer dos jovens um povo a caminho do encontro com Jesus, com a Romaria Nacional da Juventude que acontecerá em abril do próximo ano, com a Jornada na Cracóvia e, especialmente, com o Jubileu da Juventude no Ano da Misericórdia”, destacou Pe. Ewerton. O Rota 300 é um projeto nacional e está vinculado aos 300 anos do encontro da imagem de N. Sra. Aparecida. Com esta iniciativa, os jovens conduzem a imagem peregrina da Santa em todas as dioceses do Brasil.


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Jornal da Arquidiocese, Setembro de 2015

geral O ROSTO DA MISERICÓRDIA

Carol Denardi

Organização do Jubileu na Arquidiocese

ANO DA PAZ Programação para o dia 04 de outubro O ano de 2015 foi proclamado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), como o Ano da Paz. Iniciou no primeiro domingo do Advento, 30 de novembro de 2014, e encerrará no Natal de 2015. As paróquias e comunidades da Arquidiocese de Florianópolis se preparam para uma grande mobilização para bem viver este evento. Toda programação da celebração do Ano da Paz está concentrada para o dia 04 de outubro.

Confira as atividades por foranias: Forania Florianópolis Continente – Parque de Coqueiros, 10h; Forania Itajaí – concentração a partir das 08h no Estádio Hercílio Luz (sede do Marcílio Dias). Às 09 ocorre a Celebração Eucarística; Foranias de Palhoça, Santo Amaro, São José, Barreiros e Biguaçu – participam da Caminhada do Bem, 08h, na Beira-Mar de São José; Forania de Brusque – caminhada com saída da Matriz do centro a partir das 14h até o Santuário de Azambuja, onde será celebrada uma Missa; Forania de Camboriú – cada paróquia vai fazer sua programação própria, entre os dias 03 e 04 de outubro; Forania Tijucas – caminhada a partir das 16h com saída da Concha Acústica, centro de Tijucas. Chegada na Igreja Matriz, onde será realizada a Celebração Eucarística; Forania Florianópolis Norte – cada paróquia vai organizar sua programação própria no dia 04 de outubro;

Desde o mês de junho, a Comissão para preparar o Ano da Misericórdia na Arquidiocese tem se reunido na Cúria Metropolitana. Na segunda reunião, no dia 28 de julho, Pe. Ney Brasil Pereira apresentou o hino com a letra e a música do Ano da Misericórdia que foi aprovado pela Comissão. O Vigário Geral, Pe. Vitor Feller, desenvolveu a síntese da Bula em cinco páginas. Ficou constituído um grupo de trabalho central para elaborar o calendário oficial. No dia 07 de agosto, esta Comissão Central do Ano da Misericórdia se reuniu para preparar as sugestões de programação. Na ocasião, aprofundou-se a questão do envio de missionários da misericórdia, ou seja, padres que estarão à disposição dos fieis para confissão, em datas específicas. A abertura da Porta Santa, como orienta o Papa Francisco, também acontecerá em locais estratégicos que serão definidos pela Comissão. Nesta programação foram sugeridas datas para os Jubileus da Vida Consagrada,

dos enfermos, das crianças, adolescentes e crismandos, colaboradores da Mitra, das famílias, dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, dos sacerdotes, Diáconos, juventude, dos presos, mariano, dos catequistas, dos coroinhas e da Infância Missionária, dos Colégios Católicos e das entidades sociais. Na terceira reunião da Comissão Geral do Ano da Misericórdia, no dia 27 de agosto, apresentou-se o folder que foi elaborado com a inspiração bíblica, síntese e obras de misericórdia. Na oportunidade, todos puderam debater o calendário em nível arquidiocesano, com os principais eventos deste Ano Santo. Esta programação vai passar pela votação dos padres, na próxima reunião geral do clero deste mês de setembro e do Conselho Arquidiocesano de Pastoral (CARP). Os eventos arquidiocesanos do ano entram para este calendário. O objetivo é seguir o calendário do Papa para estar em sintonia e adaptar o da Igreja local. A abertura será no dia 13 de dezembro na Catedral, nos Santuários de Azambuja, Santa Paulina, Angelina, Bom Jesus da Santa Cruz, Nossa Senhora de Fátima e na Matriz do Santíssimo Sacramento, de Itajaí.


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