Jornal da
ARQUIDIOCESE
FLORIANÓPOLIS, nº 252
O sonho de Deus Novo livreto do GBF | 3
DEZEMBRO DE 2018
Dom Vito
90 anos de vida | 4
Santa Catarina
O dia da Padroeira do Estado | 9 Imagem: Divulgação
Ela deu à luz um filho e o chamou de Jesus
Jornal da Arquidiocese, dezembro de 2018
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opinião Paul Claudel e o Natal
No último Jornal da Arquidiocese de 2018, gratidão e paz!
Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Paul Claudel é escritor e pensador cristão. Nasceu em 1868 e morreu em 1955. Foi diplomata e representou a França em vários países, inclusive o Brasil. Nasceu em uma família católica, mas diz que a sua primeira comunhão foi o ponto final da sua prática religiosa. Na adolescência passou a ler autores ateus. Perdeu a fé. Acreditava naquilo que as pessoas cultas da sua época acreditavam. Todos se declaravam descrentes e mostravam hostilidade contra a Igreja. Pensava que o universo era um encadeamento de leis, de causas e efeitos, e que os cientistas em breve dariam as devidas explicações a tudo. Sem freio moral, aos poucos foi caindo em um estado de tédio e de desespero. Vivia em um cárcere materialista onde Deus e o sobrenatural não faziam sentido. Aos 18 anos, no dia de Natal, entrou na Catedral de Notre Dame, em Paris. Não foi motivado pela fé, mas para buscar
No dia 1º de janeiro, Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, será celebrado o 52º Dia Mundial da Paz, com o tema “A boa política está a serviço da paz”. A Sala de Imprensa da Santa Sé apresentou um breve comentário sobre a escolha do tema. A nota cita que “a responsabilidade política pertence a cada cidadão, em particular a quem recebeu o mandato de proteger e governar. Esta missão consiste em salvaguardar o direito e incentivar o diálogo na sociedade, entre as gerações e culturas”. Continua o texto, afirmando que “o compromisso político, uma das mais altas expressões da caridade, traz a preocupação pelo futuro da vida e do planeta, dos jovens e das crianças, em sua sede de realização”. Neste ano em que a nação terá novo presidente, bem como novo governador para nosso Estado, espera-se que este compromisso político realmente se volte para as expressões da caridade e da preocupação com a vida, como fala a Mensagem do Dia Mundial da Paz 2019, principalmente com os mais marginalizados da nossa sociedade. O conselho editorial do Jornal da Arquidiocese aproveita para agradecer a todos os colunistas, colaboradores, pessoas de diferentes cidades, comunidades e paróquias que foram entrevistados durante este ano. Gratidão às pessoas que ajudaram voluntariamente na cobertura dos grandes eventos, a você que auxiliou com sugestões e melhorias. O JA é seu, por isso, é importante sua opinião. Esperamos contar com sua participação em 2019. Envie dicas de pautas para o e-mail oficial da assessoria de comunicação da Arquidiocese: imprensa.arquifln@gmail.com. Um abençoado Natal e um Ano Novo de muita paz e dignidade para todos!
inspiração para um trabalho que estava escrevendo. Estava acontecendo a oração das vésperas. Durante o Magnificat teve uma experiência mística. Ele próprio conta o que aconteceu. “Em um relance, meu coração sentiu-se tocado e tive fé...” Acreditei com tal força, com tão poderosa convicção, que não havia lugar para qualquer espécie de dúvida. Mais tarde tentou juntar os elementos presentes naquela que foi a experiência central da sua vida. “Como são felizes os que creem! E se fosse verdade? É verdade! Deus existe, está aqui! É um ser tão pessoal como eu, me ama. Chama por mim”! A emoção tomou conta e as lágrimas desceram pelo seu rosto. E se intensificaram quando foi entoado o “Adeste Fideles”. Já em casa, retoma: “Sim, Jesus é o filho de Deus. É a mim, entre todos, que se dirigia o seu amor... Que me importa o resto do mundo”! Para concluir, alguns pensamentos de Paul Claudel:
Nas redes
Nos caminhos de Francisco
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“As crianças não devem receber a religião, têm que pegá-la do meio ambiente, como o sarampo”. “É mais trabalhoso conduzir os homens pela persuasão do que pela força”. “A juventude não foi feita para o prazer, mas para o desafio”. “Um pouco de luz vence muitas trevas”. “Será que o objetivo da vida é viver”? “Mais triste do que perder a vida, é perder a razão de viver”.
“Deus é fiel e a nossa esperança nele é como uma firme âncora nos céus.”. 02 de novembro, no Twitter
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“Em cada criança doente, em cada idoso fraco, em cada migrante desesperado, em cada vida frágil e ameaçada, Cristo está nos buscando, está buscando o nosso coração para desfechar a alegria do amor”. 10 de novembro, na Audiência Geral
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“O primeiro passo para conhecer Jesus Cristo é reconhecer a própria miséria, a necessidade de ser salvo”.
13 de novembro, no Twitter
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“O reino de Deus é fundado no amor e se enraíza nos corações, dando àqueles que o acolhem paz, liberdade e plenitude de vida”.
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“Diante das tragédias de nossa vida, somos chamados a olhar para o horizonte, porque fomos redimidos e o Senhor nos salvará”. 29 de novembro, no Twitter
Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99673-1266
Assessoria de Comunicação
Missa: Símbolos vocacionais na Forania de Itajaí
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Celebração de Abertura do Ano Jubilar do Apostolado da Oração, na Catedral
Vídeo do Papa: Ao serviço da paz
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25 de novembro, no Angelus
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Sulão da Infância e Adolescência Missionária
O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.
“Não há família perfeita; somente com o exercício diário do perdão a família cresce”.
01 de dezembro, no Twitter
DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Mateus Peixer e Sedemir de Melo. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben
DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br
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#compartilha GBF lança o livreto de Advento e Natal Imagem: GBF
A equipe arquidiocesana dos Grupos Bíblicos em Família (GBF), que elaborou o livreto do Advento/Natal, apresenta uma proposta de preparação para a celebração do Natal: “O Sonho de Deus”. São quatro encontros, para serem rezados e refletidos nas quatro semanas do Advento. Todos são convidados a vivenciar o “sonho de Deus” a partir do sim de Maria, passando pela missão de José,
experimentando a alegria da vinda do Senhor, celebrando o nascimento do Filho de Deus, Jesus de Nazaré. Os encontros nas casas reforçam as relações de família, de amizade e vida de comunidade, que fortalecem o verdadeiro sentido natalino: a alegria pelo nascimento de Jesus de Nazaré. Neste ano, os GBF querem motivar as famílias a participarem da Celebração de Natal em suas comunidades. “A celebração convida a olhar a realidade para além da superficialidade, com o olhar de Deus. A alegria do Natal brota deste encontro de olhares entre Deus e o ser humano”, afirma Dom Wilson Tadeu Jönk. Que o Evangelho da vida seja lâmpada para os pés, e a estrela de Belém luz para os caminhos de todos! Que o sonho de Deus se concretize no meio de todos. Por Coord. Arquidiocesana dos GBF
Serviço
Retalhos do Cotidiano Professor Carlos Martendal
Secura
De um ramo seco, no fim, nem mais as folhas querem saber.
Vergonha
Deus não se envergonha de mim, mas vem ao meu encontro e me carrega nos ombros: a magnificência e a pobreza, a grandiosidade e a pequenez, o perfeito e a imperfeição se fundem: Deus e eu somos um!
Natal 1
É Natal! Chegou a hora do basta: basta de queixas, de murmurações, de julgamentos, de pensamentos negativos, de pecados, de afastamentos, de tristeza: a santidade e a alegria de Deus vêm nos visitar!
Natal 2
É vida, presente de um Deus que nasce numa estrebaria, transformando-a em palácio, pois é Rei; é vida, presente de um Deus que faz de um cocho seu trono; é vida, presente de Deus para ficar na família, como Ele viveu com seus amados pais Maria e José, é vida, presente de Deus que nasce para amar e servir. Feliz Natal!
Irmão
Hoje vou pedir ao Irmão Perdão que me dê a mão para, juntos, caminharmos na estrada de Jesus ao encontro dos que ofendi e dos que me ofenderam. Se não puder encontrá-los pessoalmente, vou colocá-los no coração e levá-los até o sacrário, onde os entregarei ao Senhor. E desejarei feliz Ano Novo!
Seminaristas recebem o ministério de Leitorado e Acolitado Foto: Divulgação Seminário Emaús
Livreto GBF Advento/Natal Valor: R$ 1,70 Onde comprar: Na sua paróquia ou na Cúria Metropolitana. Mais informações: (48) 3224-4799
Infância e Adolescência Missionária tem nova coordenação Foto: IAM
No dia 19 de novembro, os assessores da Infância e Adolescência Missionária (IAM) da Arquidiocese estiveram reunidos na comunidade Nossa Senhora
Aparecida, em Bombinhas. Na ocasião, o coordenador do Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), Pe. Iseldo Scherer, agradeceu as coordenadoras arquidiocesanas da IAM, Matilde Broering Ferreira e Sinara Fortunato Farias, pelo excelente trabalho realizado. Neste encontro, também foi anunciada a nova coordenação arquidiocesana da Infância e Adolescência Missionária: Patrícia Dayane Dadan (coordenadora), Marcolina Cardoso de Assis (vice-coordenadora), Sinara Fortunato Farias (tesoureira) e Rodrigo Felipe Rocha (secretário).
Na ocasião, Ir. Ilda de Almeida celebrou 60 anos de vida religiosa
Uma missa presidida pelo Arcebispo marcou a instituição do ministério do Leitorado e do Acolitado de seis seminaristas da Arquidiocese. A celebração ocorreu no dia 13 de novembro, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Coqueiros, Florianópolis. Esta instituição é parte da etapa do caminho ao presbiterado. Na ocasião também foi celebrado os 60 anos de vida re-
ligiosa da Irmã Ilda Miranda de Almeida, da ordem Carmelita Missionária Teresiana. Receberam o ministério do leitorado os seminaristas do segundo ano da teologia: Joel José, José Vitor Fernandes Azevedo e Wagner da Silva. E o ministério do acolitado foi dado aos os seminaristas do terceiro ano da teologia: Alex Macedo de Liz Junior, Luiz Francisco Fraga e Roberto Rodrigues.
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#presbíteros
Comunicado oficial das transferências de padres para o ano de 2019 Imagem: Arquidiocese de Florianópolis
8 - Pe. Jorge Gelatti – Pároco da Paróquia Sant’Ana, Canelinha 9 - Pe. Valdir Prim – Pároco da Paróquia Santa Catarina, Dom Joaquim, Brusque 10 - Pe. Timóteo José Steinbach – Pároco da Paróquia São Francisco de Assis, Aririú, Palhoça 11 - Pe. José Rufino Filho – Pároco da Paróquia São Francisco Xavier, Monte Verde, Florianópolis 12 - Pe. Cláudio José Zimermann – Pároco da Paróquia São João Batista e Santa Luzia, Capoeiras, Florianópolis 13 - Pe. Pedro José Koehler – Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Coqueiros, Florianópolis O Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, comunica as transferências de alguns padres da Arquidiocese, para o ano de 2019. As posses serão feitas no final de janeiro e início de fevereiro. 1 - Pe. Mário José Raimondi – Pároco da Paróquias Nossa Senhora de Fátima e Santa Teresinha do Menino Jesus, Estreito, Florianópolis 2 - Pe. Antônio Luiz Schmitt – Pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Porto Belo 3 - Pe. Júlio César da Rosa – Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz, Agronômica, Florianópolis 4 - Pe. José Silvano Torquato – Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Ingleses, Florianópolis 5 - Pe. Flávio Feller – Vigário Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Ingleses, Florianópolis 6 - Pe. Francisco de Assis Wloch – Pároco e reitor da Paróquia Nossa Senhora de Azambuja, Azambuja, Brusque 7 - Pe. Iseldo Scherer – Pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo, Itaipava, Itajaí
14 - Pe. Ewerton Martins Gerent – Pároco da Paróquia São João Evangelista, Biguaçu
24 - Pe. Wellington Cristiano da Silva – Estudos e formador do Seminário Teológico Convívio Emaús, Florianópolis 25 - Pe. Eduardo Cardozo de Sena – Reitor do Seminário Propedêutico Monsenhor Valentim Loch, São José 26- Pe. Gervásio Fuck – Capelão do Hospital de Caridade, Florianópolis 27 - Pe. Gercino Atílio Piazza – Missionário na Bahia 28 - Pe. Aquilino Antônio dos Santos – Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, Canasvieiras, Florianópolis
Aniversário de Dom Vito! Foto: Mateus Peixer
15 - Pe. Philipe Valdenô Damazo – Vigário Paroquial da Paróquia São João Evangelista, Biguaçu 16 - Pe. José Luiz de Sousa – Pároco da Paróquia São Judas Tadeu, Águas Claras, Brusque 17 - Pe. Carlos André Paixão – Pároco da Paróquia São Pedro de Alcântara 18 - Pe. Guilherme dos Santos – Pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus, Monte Alegre, Camboriú 19 - Pe. Reinaldo Schmitz – Vigário Paroquial da Paróquia São Joaquim, Garopaba 20 - Pe. Marcelo Henrique Fraga – Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Fazenda, Itajaí 21 - Pe. Sérgio Luis Pedrotti – Vigário Paroquial da Paróquia São Sabastião, Tijucas 22 - Pe. Paulo Sérgio Chaves – Vigário Paroquial da Paróquia Divino Espírito Santo, Camboriú 23 - Pe. José Artulino Besen – Vigário Paroquial da Paróquia Sagrados Corações, Barreiros, São José
No dia 28 de dezembro, o Bispo Auxiliar Emérito de Florianópolis, Dom Vito Schlickmann, completa 90 anos de vida. Para agradecer este sacerdote que serve a Deus há muitos anos, convidamos você leitor a enviar para as redes sociais da Arquidiocese mensagens de carinho, parabenizando o bispo aniversariante. Acesse: facebook.com/arquifloripa. Ou o instagram: @arquifloripa.
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nossa fé
Espiritualidade encarnada
Ser a luz de Jesus
Padre Vitor Galdino Feller
Fernando Anísio Batista Imagem: Divlgação
O Tempo do Natal nos convida a voltar-nos ao centro de nossa fé: o mistério de um Deus que se fez homem, igual a nós em tudo, menos no desumano do pecado (Hb 4,15). Desde o momento em que o Filho de Deus assumiu a carne humana, até a morte na cruz, não é possível imaginar a espiritualidade cristã fora do mundo. Na verdade, fora do mundo não há salvação. Os padres da Igreja, primeiros teólogos cristãos, diziam que a carne é o eixo, a dobradiça da salvação. Não há salvação que não passe pela carne, pelo engajamento nas coisas materiais, pela presença e ação no mundo. Desafio à razão e á prática O mistério da encarnação continua a ser um desafio para nossa razão e, sobretudo, para a nossa prática. É difícil para a razão assimilar a grandiosidade que se revela nessa peque-
nez: o Senhor de todas as coisas fez-se um bebê, carente e frágil, que escolheu como berço a manjedoura. O infinito quis conter-se na finitude da história. Mais difícil é para a prática cristã tornar-se simples como esse Deus. Ser seguidor de Jesus implica em assumir a espiritualidade encarnada, característica específica da fé cristã. Ser cristão é buscar nas realidades do mundo e da história os sinais da presença e da ação salvadora de Deus. A lógica da carne e da cruz O documento 105 da CNBB – Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – nos adverte que “não podemos querer um Cristo sem carne e sem cruz” (Doc. 105, n. 184). Frequentemente o Papa Francisco alerta para a necessidade de ver nos pobres e necessitados a carne de Cristo. Na carta para o início do novo milênio, Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br
São João Paulo II convidava a rejeitar a “tentação de uma espiritualidade intimista e individualista, que dificilmente se coaduna com as exigências da caridade, com a lógica da encarnação” (NMI, n. 52). Nem materialista nem espiritualista Duas grandes tentações acompanham o cristianismo. O espiritualismo, que foge do mundo, do engajamento político-social, do empenho na solução dos conflitos históricos, pretendendo uma fé voltada só para as realidades celestes e divinas, uma fé medrosa diante das grandes questões que afligem as pessoas e a humanidade. O materialismo, que se insere de tal modo na realidade material a ponto de reduzir tudo ao fenômeno físico, à ação humana, às questões sociais, esquecendo da dimensão da graça divina e fechando-se ao mistério. Compartilhe ArquiFloripa
O Natal se aproxima. É tempo Outro gesto importante é parde renovar as esperanças, de re- ticipar da campanha 10 Milhões afirmar o compromisso com Cris- de Estrelas, da Cáritas Brasileira, to humilde, que veio para salvar que convida as famílias de todo a humanidade. Neste tempo as Brasil a acenderem uma vela e pessoas se preparam para festas, rezarem pela paz na noite de Najantares e celebrações. A maior tal. Nesta campanha, cada vela preocupação da maioria das representa uma estrela, que, pessoas é com o consumo: fazer assim como a estrela guia, nos compras (alimentos, presentes, conduz ao encontro de Jesus. A etc.). Muitas vezes, o principal é vela busca aproximar as famílias deixado de lado. Natal é data de em torno da mesa na ceia de oração, de espera e de solidarie- Natal. O gesto é simples, mas dade. fundamentalmente O tempo do Adadequado para a “Que a paz de vento deve transocasião, quando se bordar o coração de Jesus seja transmi- celebra o nascimencada pessoa, pois o tida neste Natal por to de Jesus, que Natal é o sinal con- cada pessoa que veio para iluminar a creto do amor que humanidade. busca um mundo Deus tem por cada A Igreja convida pessoa. A consequ- melhor, com união, todas as pessoas a justiça e amor” ência natural é pasrealizarem o gesto: sar este amor adianacender uma vela te, levá-lo para as da campanha 10 pessoas que estão distantes des- Milhões de Estrelas e rezar pela te sentimento, pessoas que estão paz nas casas, nas celebrações abandonadas, que nos caminhos de Natal, formando uma verdada vida se machucaram com as deira constelação solidária. Parpedras encontradas. te do recurso arrecadado com Os Grupos Bíblicos em Família a campanha é destinada para a (GBF), através dos encontros da manutenção de projetos sociais novena de Natal ajudam a enten- da Igreja Católica. der melhor este mistério em comuQue a paz de Jesus seja nidade. Participar dos GBF é um transmitida neste Natal por cada primeiro passo para se preparar pessoa que busca um mundo bem para o Natal. melhor, com união, justiça e amor. Foto: Divulgação
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Natal Foto: IAM
A manjedoura, onde a Palavra se fez carne Preparar não apenas a casa, mas o coração, para o nascimento do Salvador
Q
uem ainda não conhece o bairro Sul do Rio, em Santo Amaro da Imperatriz, é convidado neste mês a uma visita especial. Mais especificamente, para contemplar as sete mil lâmpadas de LED que iluminam toda a casa da aposentada Zélia Ventura Schmitz, 62 anos. A casa da Zélia é tão preparada para o nascimento do Salvador, que ela até já ganhou prêmios no município. Um hábito que a aposentada preserva desde criança quando a mãe, Alaíde Ventura, que faleceu aos 86 anos, reunia os filhos para o animado trabalho de preparar a casa para o Natal. “A alegria da minha mãe era enfeitar a casa. Ela pegava a casca do ovo de passarinho, com o ninho, e colocava no presépio”, relembra. Casou, teve quatro filhos, oito netos e se mudou para o Sul do Rio, onde há 45 anos preserva a tradição. “Fico triste hoje, porque nesta época do Natal, ninguém coloca pisca-pisca, nem presépio ou pinheiro. É a época mais linda do ano e está se perdendo esta tradição’, lamenta.
mentos comerciais, ruas, para a chegada do Menino Jesus. Mais do que decorar é essencial conhecer este tempo litúrgico que a Igreja vive, para manter acesa a chama do verdadeiro sentido do Natal.
Foto: Arquivo Pessoal
A Igreja vive o tempo litúrgico conhecido como Ciclo do Natal. Compreende o Advento, as festas do Natal, da Sagrada Família, de Santa Maria Mãe de Deus, do Ano Novo e da Epifania, e vai até a Festa do Batismo do Senhor.
Foto: Arquivo Pessoal
anúncio do Natal é a Coroa do Advento, feita com quatro velas: três roxas e uma rosa. A cor roxa recorda a vigilância na espera do Cristo que vem. Já a vela rosa deve ser acesa no terceiro domingo do Advento, chamado de “Domingo Gaudete”. A palavra “ gaudete”, em latim, significa “alegrai-vos”. Essa vela representa a alegria da proximidade do Santo Natal do Salvador. As velas são envoltas em um círculo de folhagens verdes. A forma circular simboliza a eternidade e a cor verde representa a esperança e a vida. São entrelaçadas por uma fita vermelha, símbolo do amor de Deus por todos. A luz das velas simboliza a fé do cristão. Foto: Comunidade Shalom
Presépio na casa da dona Zélia
Ciclo do Natal
A preparação para a chegada do Salvador
Residência da família Schmitz decorada para o Natal
Na casa da senhora Schmitz não pode faltar o presépio, mas também tem uma grande árvore, anjos iluminados na sacada, sinos de luzes nos coqueiros. Um trabalho em que toda a família participa e que leva cinco dias para concluir. Só se desmancha no Dia de Reis, 06 de janeiro. “Pensa na alegria das crianças. O Natal é tudo, é o nascimento de Jesus, é maravilhoso”. Assim como Zélia milhares de pessoas em todo mundo preparam as casas, estabeleci-
O Advento é um período de grande preparação antes do Natal e representa a esperança, a feliz expectativa do Messias que nascerá na manjedoura. Cada domingo do Advento é uma oportunidade para uma revisão de vida, para se determinar pelo amor e o perdão, pela solidariedade e pela paz. Tem a duração de quatro semanas e vai até a tarde do dia 24 de dezembro, quando se inicia propriamente o Tempo do Natal. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Nas duas últimas, a Igreja recorda a espera dos profetas e de Maria pelo nascimento de Jesus. Coroa do Advento Um dos elementos significativos do primeiro
Você pode fazer uma coroa do Advento em sua casa e, a cada domingo, acender uma das velas e rezar com seus familiares. Quando começa a decoração da casa? Recomenda-se que a decoração seja montada quando se inicia o Advento, neste ano foi no dia 02 de dezembro. E, tradicionalmente, desmonta-se em 06 de janeiro, Dia de Reis. Além da árvore, das luzes, sinos, toalhas e outros objetos, o principal elemento não pode faltar, o presépio.
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Natal
São Francisco de Assis e o presépio de Natal Pelo termo “presépio”, comumente se entende a representação plástica, com estátuas ou objetos similares, do acontecimento do nascimento de Jesus, representado nas pessoas dos protagonistas (Jesus, Maria e José), dos visitantes (pastores, anjos, reis magos), dos animais indicados pela tradição (boi, jumento, ovelhas, etc.) e ambientado numa paisagem presumidamente palestina. É opinião bastante difundida, embora haja controvérsias, que foi São Francisco de Assis que inaugurou a piedosa tradição de se montar presépios nas igrejas, nos conventos e nas casas, como ainda se faz hoje em nossos dias. Mas onde e quando foi representado o primeiro presépio? O que levou São Francisco a montar e a representar o presépio “vivo”? O local do primeiro presépio ocorreu em Greccio, uma pequena aldeia na montanha que domina o vale de Rieti, centro da Itália, em 1223. O relato da realização do presépio se encontra na “Vida Primeira de São Francisco de Assis”, escrita por Tomás de Celano, nos números 84 a 87. De acordo com o texto, “Francisco, cerca de 15 dias antes do Natal, chamou seu amigo João Velita, proprietário de Greccio e lhe disse: ‘Se você quiser que celebremos o Natal em Greccio, é bom começar a preparar diligentemente e desde já o que vou dizer. Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto numa manjedoura, e ver com os próprios olhos como ficou em cima da palha entre o boi e o jumento’. Quando chegou a noite de Natal vieram São Francisco, seus irmãos e o povo com tochas. Encontraram tudo pronto: a manjedoura, o feno, o boi e o jumento e celebraram o Natal”. Para compreendermos melhor: São Francisco amava o Natal mais que todas as outras festas. O que mais o impressionava sobre a encarnação do Filho de Deus era a humilda-
Foto: Canção Nova
de do nascimento de Jesus (1 Celano 84). Por isso, ele festejava com mais solenidade o Natal do que as outras festas do Senhor, porque, dizia ele, “embora nas outras solenidades o Senhor tenha operado a nossa salvação, no dia em que ele nasceu tivemos a certeza de que íamos ser salvos. Por isso, ele queria que, no dia de Natal, todos os cristãos exultassem no Senhor, e por amor daquele que se deu por nós, todas as pessoas deveriam dar com generosidade do que lhe pertencem, não só aos pobres, como também aos animais e às aves do céu” (Legenda Perusina 110). Afirmava que até mesmo as paredes deveriam ser esfregadas com carne (2 Celano 199), tamanho o seu amor pela encarnação do Verbo, o Deus que se fez humano, assumindo nossa carne. Montar o presépio hoje e rezar diante dele em nossas igrejas, em nossos lares, reunidos em família, ajuda-nos a contemplar a grandiosidade do amor de Deus, que se apequena, se faz menor, para ser acolhido em colo e calor humano.
Presépio na Praça XV, em Florianópolis Foto: Jone Araújo
Por Frei Evandro Aparecido de Souza, OFMCap Pároco da Paróquia Santíssima Trindade / Fpolis
O primeiro mestre presepista do Brasil “Enfeita-se a casa no Natal com luzes, beleza, com cores, para receber o Filho de Deus que vai nascer. No momento em que o Filho de Deus nasce, ele está deixando toda riqueza, todo poder nos céus, e vem nascer a partir de uma mulher, a única sem pecado e mantida em estado de graça, Maria Santíssima, e vive entre nós como uma criança comum. Ele vem trazer a salvação, a graça”. Palavras do artista plástico catarinense, Jone Cezar de Araújo. Desde 1993, ele é o responsável pela criação e montagem do presépio na Praça XV de Novembro, centro de Florianópolis, e em outras cidades do Estado. Em 2005, foi contemplado com a medalha de ouro na 30ª Mostra dei 100 Presepi, em Roma, na Itália. E neste ano de 2018, Jone recebeu o prêmio pelo Ministério da Cultura, como primeiro mestre presepista do Brasil. Um artista que ainda criança, em um dia no mês de dezembro de 1962, em Tubarão, come-
Foto: Jone Araújo
Presépio premiado em Roma Foto: Arquivo Pessoal
çou a brincar de montar um “presepinho”. “Depois de pronto, deitado na relva, olhei para aquela pequena estrebaria coberta com galhinhos secos, uma manjedoura formada com uma folha de goiabeira seca e nela um Menino Jesus de papel laminado prata. Estava muito aconchegante aos meus olhos. Então falei: ‘como eu gostaria de estar ali dentro naquele momento em que Jesus nasceu’”! Visite o presépio do Jone Araújo na Praça XV! Monte um presépio na sua casa ou mesmo no seu trabalho. Faça do seu coração um presépio, onde o Menino Deus possa nascer na noite gloriosa de 24 de dezembro e em todos os dias de sua vida. Deseje, como o Jone, estar dentro desta manjedoura e contemplar o milagre do Verbo que se fez carne, veio habitar no meio de todos e, principalmente, encontrou morada em seu coração. Feliz e santo Natal!
Jone Araújo
Jornal da Arquidiocese, dezembro de 2018
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bíblia Lectio Divina
Tudo começou com um sim
Padre Wellington Cristiano da Silva Lectio (leitura) “Jesus respondeu: ‘Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?’ Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas” (Lc 2,49-51). Meditatio (meditação)
Se compararmos os “anúncios de nascimentos”, feitos na história da salvação, como os de Abraão (Gn 17,1921), da mãe de Sansão (Jz 13,1-6), de Zacarias (Lc 1,5-20), percebemos que em todos eles a iniciativa do anúncio é sempre de Deus. Com Maria não foi diferente: Deus a chama e anuncia: “Eis que conceberás e darás à luz a um filho, e lhe porás o nome de Jesus, ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1,31-32). Maria é saudada pelo anjo com o “Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo”. Isso retrata sua missão, ou seja, ela é escolhida para participar da alegria do tempo messiânico e Deus não a abandonará diante de tão grande missão. Após questionar como aconteceria, responde o sim. O sim que mudou não apenas a vida de Maria, mas mudou a direção da criação e a realização da promessa feita a Israel. Pelo seu “Fiat”, Maria antecipa o que Jesus nos ensinaria como fundamento da oração: “Seja feita a sua vontade assim na terra como no céu”. Por isso ela é o modelo de disponibilidade provindo da fé e o exemplo perfeito do agir cristão. Maria, uma jovem simples, que como todos no seu tempo aguardava ansiosa a vinda do Salvador da hu-
manidade, na expectativa desta vinda recebe de Deus a missão de ser a portadora deste mistério grandioso: o Verbo de Deus se faz carne e habita entre nós. Maria ouve a palavra, acolhe-a no coração, sai de si e entrega-se ao projeto ao que se sentiu chamada. Maria, a serva do Senhor, torna-se a mulher da fé, Isabel enfatiza isso quando expressa: “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45). As maravilhas que Deus realizou na vida de Maria seriam, por conseguinte, o início das maravilhas que realizaria na vida de cada ser humano. Sendo assim, toda a humanidade tem, como Maria, motivos suficientes para engrandecer ao Senhor. Como diz São Beda: “Engrandece o Senhor a alma daquela que consagra todos os sentimentos da sua vida interior ao louvor e ao serviço de Deus e pela observância dos mandamentos. Exulta em Deus seu Salvador o espírito daquela que se alegra apenas na lembrança de seu criador, de quem espera a salvação eterna”. Por Ir. Marilis Teresa do Jesus Eucarístico Superiora da Congregação das Irmã Carmelitas do Divino Coração de Jesus
Aos 12 anos de idade, Jesus peregrina com seus pais a Jerusalém para a festa da Páscoa. São “romeiros” devotos, fiéis à lei do Senhor. No retorno para casa, Jesus permanece em Jerusalém, sem que seus pais percebessem. Maria e José encaram a dura realidade da perda. A angústia aflige os seus corações. Contudo, não se cansam de procurar o Menino. Depois de três dias, retornando a Jerusalém, encontram Jesus ensinado os doutores. A alegria do encontro acalma os corações atribulados. A narrativa da perda e do encontro do Menino Jesus retrata a experiência profunda do mistério da Páscoa de Cristo. A cruz é experiência de perda, dor, angústia, entrega. A ressurreição, todavia, é oportunidade de alegre encontro, de reavivamento da fé e da esperança. É Jerusalém a cidade da cruz e da ressurreição. É sempre necessário voltar a Jerusalém para encontrar o Senhor.
mistério que envolve a vida de Jesus, Maria persevera em sua caminhada de fé, guardando todas estas experiências vividas em seu coração. Seu coração é memória viva do Evangelho. Como Maria, contemplemos em nossos corações o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Missio (missão) Todas as famílias passam por momentos difíceis de perda e angústia. São vítimas de tantas ameaças e tribulações. Não foi diferente na história da família de Nazaré. A Sagrada Família também teve que enfrentar realidades desafiadoras. Contudo, o amor, a fé e a esperança sempre alimentaram a vida e a perseverança desta família. Como família de Cristo, assumimos o compromisso de não nos deixarmos levar pelo desânimo e pelo desespero. Nossa missão é perseverar na prática do Evangelho. Peçamos à Sagrada Família de Nazaré o sustento necessário para permanecermos fiéis à nossa vocação cristã.
Oratio (oração) Sagrada Família de Nazaré, minha família vossa é! Contemplatio (contemplação) Mesmo sem compreender todo o
Conhecendo as cartas de São Paulo Padre Gilson Meurer
“1ª Coríntios, um corpo orgânico e carismático” Na edição passada do Jornal da Arquidiocese, iniciamos a leitura da 1a Carta aos Coríntios. Corinto era uma cidade grega grandiosa comercial, esportivo e arquitetonicamente, mas mal afamada moralmente. Paulo fundou ali uma comunidade cristã pelos idos de 51, quando permaneceu por um ano e meio. Em missão por Éfeso, pelos anos 57, recebeu notícias de problemas na comunidade cristã de Corinto, e decidiu escrever-lhes uma carta. Essa carta apresenta o seguinte “índice”: 1) Preâmbulo e ação de graças (1,1-9); 2) Problema de facções-partidos na Igreja de Corinto (1,10–4,21) 3) O caso de incesto (5) 4) A apelação aos tribunais pagãos (6,1-11) 5) A fornicação (6,12-20)
6) Soluções para problemas diversos: Casamento e celibato (7) 7) As carnes oferecidas aos ídolos (8,1–10,33) 8) A boa ordem nas assembleias: o véu (11,1-16) 9) Ainda sobre as assembleias: a ceia do Senhor (11,17-33) 10) Os dons do Espírito ou os “carismas” (12– 14) 11) A ressurreição dos mortos (15) 12) Epílogo: questões várias, notícias, saudações (16,1-24) A preocupação de Paulo é pelo “corpo”, tanto da Igreja, “corpo eclesial”, quanto do fiel, “corpo do Senhor”. Ao corpo eclesial S. Paulo dedica boa parte da carta para afrontar os problemas de dilaceração (pontos 2, 4, 7, 8, 9, 10). De fato, o apóstolo compara a Igreja a um
corpo: esse forma uma unidade, tendo diversos membros com funções diferentes e ao serviço do todo (12,12-30). Ao cristão, cujo corpo é “membro de Cristo” (6,15), “templo do Espírito Santo” (6,19), destinado à ressurreição, o apóstolo dedica também boa parte da carta para tratar de problemas relativos a incesto, fornicação, casamento, celibato, ressurreição, etc. (pontos 3, 5, 6, 11). O corpo da Igreja e o corpo do fiel são “carismáticos”, recebem o Espírito Santo para viverem a santidade, em harmonia, no respeito, e não podem ceder às paixões de poder, ambições, rivalidades, raivas, luxúria. Nós não pertencemos a nós mesmos, mas ao Senhor, pois fomos resgatados por Cristo por alto preço (6,19). “Glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo” (6,20).
Você também pode conferir este artigo e os demais no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.
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Jornal da Arquidiocese, dezembro de 2018
Santa Catarina
As celebrações que marcaram o dia da Padroeira do Estado Na Missa, foi entregue o pedido de abertura do processo de beatificação do jovem Marcelo Henrique Câmara Foto: Tiago Vicente Santana
Missa ocorreu no Largo São João Paulo II, em frente a Catedral
Domingo, 25 de novembro de 2018. Pe. Vânio. Esta data ficará marcada para sempre Logo após a pregação, o Arcebisna história do povo catarinense. Neste po, padres, seminaristas e os leigos dia da Solenidade de Cristo Rei, das presentes, acompanhados da banda festividades da Padroeira do Estado, “Amor e Arte”, foram em procissão com Santa Catarina de Alexandria, e do en- a imagem de Santa Catarina de Alecerramento do Ano Nacional do Laica- xandria, pelas ruas centrais da capital, to, o Arcebispo recebeu o pedido de até o Largo São João Paulo II, onde abertura do processo de beatificação ocorreu a missa festiva. de Marcelo Câmara, o MarCentenas de outros ficelinho. A data ainda foi éis já se encontravam nas marcada pelo encerramen“Santa Catarina escadarias da Catedral, to da Jornada Vocacional à espera da imagem da ofereceu a vida Padroeira. “Jesus se dee Missionária (JOVEM) na livremente, por clara rei e veio ao mundo Arquidiocese. A programação teve para instaurar um reino diisso ela é um início na tarde do dominferente. Um reino onde o exemplo e go, na Capela do Colégio rei olha pelas pessoas. Ao intercede por Catarinense, centro de Floinvés de matar e guerrenós hoje” rianópolis, com a acolhida ar, ele morre para salvar. do barco e do ícone da JorNeste reino é instaurado nada Vocacional, seguida do terço vo- o amor, o perdão, a verdade, e Cristo cacional encenado e da pregação do é a verdade. Santa Catarina irradiou e reitor do Seminário Teológico Convívio proclamou esta verdade, com seu tesEmaús, Pe. Vânio da Silva. temunho de vida e com suas palavras. “Ser sal e luz. Hoje, no encerramen- Ela ofereceu a vida livremente, por isso to do Ano Nacional do Laicato, tenham ela é um exemplo e intercede por nós a certeza de que vós sois a luz do mun- hoje”, disse Dom Wilson Tadeu Jönck. do. Nesse ‘nós’, nesse junto é que soO Arcebispo prosseguiu a homilia mos luz, a luz do Evangelho”, afirmou falando acerca do exemplo de um jo-
vem leigo que encontrou essa mesma mensagem. “Foi nosso jovem Marcelo Câmara, nascido na ilha de Santa Catarina. Um dia ele também descobriu este Cristo do Evangelho e o testemunhou com alegria na universidade, no ambiente da Justiça, e entre os jovens da Arquidiocese. Na vida de um santo, o que importa é que ele manifeste a presença e a ação de Deus”. Após a comunhão, o vigário geral, Pe. Vitor Galdino Feller, e Maria Zoê Bellani Lyra Espindola, foram até o altar para entregar ao Arcebispo o libelo de súplica (supplex libellus), o pedido de abertura do processo de beatificação do jovem Marcelo Henrique Câmara. O requerimento foi feito pela Associação Marcelo Henrique Câmara, constituída com a finalidade de propagar o chamado à santidade no mundo atual, a partir do testemunho deste jovem. Padre Vitor, também conselheiro espiritual da Associação e do Movimento de Emaús, assina o libelo como postulador da causa. O sacerdote contará com o auxílio de Maria Zoê, autora da biografia publicada do Marcelinho, que atuará como vice-postuladora da causa.
Entre outros aspectos da vida de Marcelo, o postulador ressaltou que ele “foi do Movimento de Emaús e teve uma experiência profunda de Deus, engajando-se na evangelização da juventude”. E concluiu: “Ao nosso pedido anexamos a sua biografia, cópias de seus inscritos, transcrições de suas palestras, comprovantes de graças alcançadas e nomes de testemunhas que poderão ser ouvidas, para comprovação de suas virtudes. Aproveitamos para pedir aos irmãos e irmãs, que se conseguirem graças pela intercessão de Marcelinho, que nos comuniquem. Dom Wilson, contamos com seu apoio e sua bênção apostólica”. “Recebo este pedido como um grande presente deste Ano do Laicato. E é com muita alegria que como bispo acolho este pedido e convido a todos para rezarmos, para que de fato, em breve, nós possamos ter o nosso santo nascido aqui na nossa ilha e intercedendo pelas nossas necessidades. Isso nós temos certeza que ele já o faz”. É o primeiro, significativo passo, de um longo e criterioso processo, que depende da comprovação de um milagre. Foto: Betina Polli
Momento em que o arcebispo recebe o libelo de súplica
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evangelização
Arquidiocese celebra a vocação e a missão dos cristãos leigos celebração de abertura. Na sequência, a professora da Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), Silvia Togneri, fez uma introdução sobre o Ano Nacional do Laicato. Deu-se então o momento de partilha e de testemunho dos cristãos leigos que atuam na Igreja e na sociedade. A apresentação ocorreu do seguinte modo: 1) Educação, Colégio Nossa Senhora de Fátima; 2) Pastoral da Sobriedade, Recanto Silvestre; 3) Pastoral da População em situação de Rua; 4) Política, vereador Caê Martins; 5) Políticas Públicas, PastoEvento ocorreu no CEAR ral da Pessoa Idosa; 6) Pastoral do MiNo dia 11 de novembro, a Arquidiocese pro- grante, Centro de Referência e Atendimento ao moveu o Encontro Arquidiocesano do Laicato. Imigrante (CRAI); 7) Juventude, Instituto Vilson O evento ocorreu no Centro de Evangelização Groh; 8) Criança e Adolescente, Ação Social da Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Trindade; 9) Pastoral Carcerária; 10) Pastoral Ramos, e teve o objetivo de celebrar a vocação da Saúde; 11) Comunicação, Núcleo de Comue a missão dos cristãos leigos, “Sal da Terra e nicação da Arquidiocese. Luz do Mundo” (Mt 5,13-14), por meio da parA jovem Mariana Klauck Beirith, 17, estutilha de experiências de atuação a serviço do da no Colégio Salvatoriano Nossa Senhora de Reino de Deus. Participaram aproximadamente Fátima e representou a instituição no evento. 500 pessoas. Ela conta que o encontro foi interessante, pois O evento iniciou logo após o café, com uma pôde conhecer diferentes áreas de atuação da Foto: Mateus Peixer
Caridade Social
Igreja. Além disso, ela frisou a importância do cristão na área. “O papel do leigo na educação é fundamental na construção de uma sociedade que vivencie os valores cristãos do respeito e do amor. Mais do que conteúdos acadêmicos, o diferencial de uma escola católica está justamente na formação humana das crianças e dos adolescentes”, explica Mariana. Além de participar durante todo o dia, o Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck presidiu a celebração eucarística que marcou o encerramento do Encontro Arquidiocesano do Laicato. Foto: Mateus Peixer
Apresentação do Colégio Nossa Senhora de Fátima
Gratidão e solidariedade marcam o Prêmio Dom Afonso Niehues Foto: Fabiola Goulart
sentação. O Arcebispo foi convidado para saudar os participantes. Os premiados das categorias foram:
Dom Wilson acolheu todos que estavam presentes
Na noite de 24 de novembro, no auditório da Catedral, foi realizada a cerimônia de entrega do Prêmio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues, na sua quinta edição. A cerimônia se iniciou com a composição da mesa de autoridades e pronunciamentos. Em seguida foram entregues os prêmios e realizadas as homenagens. O coral infantil da Fundação Fé e Alegria, de Palhoça, fez uma apre-
- Presbítero, Religioso/a, Diácono: Diácono Djalma Lemes, de São José. - Voluntário: Maria Ana Raimundo, de São José. - Empresário: Casal José Carlos de Oliveira e Francisca Felicidade de Oliveira, de São José. - Pastorais Sociais ou Movimento Eclesial: Iniciativa Solidária “Aproximando Vidas”, da Pastoral da Pessoa Idosa, da Paróquia São João Evangelista, de Biguaçu. - Ação Social: Iniciativa Solidária “Revitalização do Pátio”, da Ação Social de Barreiros, de São José. - Entidade Social: Comunidade é Massa, Irmandade do Divino Espirito Santo, de Florianópolis.
Os homenageados foram: - Ação Social São Luiz Gonzaga, de Brusque: Curso para Gestantes. - Ação Social Paroquial Santa Maria Goretti, de Florianópolis: Projeto Musicando.
- Ação Social Santo Antônio, de Itapema: Casa de Caridade em Movimento. Por Olga Oliveira Assessora de Comunicação da ASA
Foto: Fabiola Goulart
Homenageados
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evangelização
Jovens da Arquidiocese se preparam para a JMJ 2019 A expectativa é que o Panamá receba 375 mil pessoas Foto: Divulgação
Cronograma de dezembro e janeiro 10/12 | 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos 14/12 | Jubileu de Ouro Sacerdotal do Pe. Alvino Introvini Milani | Azambuja 15 e 16/12 | Natal do Movimento Apostólico Schoenstatt | Praça de Biguaçu 25/12 | Natal do Senhor Jesus 31/12 | Shalom – Reveillon da Paz | Trindade 10 a 13/01 | Acapamento de Jovens | Sítio das Figueiras, Biguaçu 27/01 | Louvor de Verão | Camboriú
Férias: Fique ligado no acampamento de jovens em janeiro!
JMJ 2016 reuniu 2,5 milhões católicos do mundo inteiro na cidade de Cracóvia, na Polônia
No início de 2019, nos dias 22 a 27 de janeiro, jovens católicos do mundo inteiro estarão na capital do Panamá, para a 34ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ). É claro que a Arquidiocese não vai ficar de fora deste momento histórico. Alguns jovens daqui vão representar toda a juventude arquidiocesana na América Central. Um deles é Eduardo Cunha, 40, que é da Paróquia Nossa Senhora de Azambuja, em Brusque, e já participou das jornadas do Rio 2013 e Cracóvia 2016. O representante comercial afirma que a idade não é uma barreira para ir na jornada. “Hoje já não sou tão jovem assim, os 40 estão pesando, mas o espírito ainda é jovem (risos) e o contato frequente que tenho com os mais jovens me impulsiona a buscar experiências para serem partilhadas”. Eduardo também conta que a JMJ faz com que o jovem veja qual é a dimensão da Igreja no mundo e compreenda, através do contato, que todos estão em unidade. “A JMJ nos faz pensar que não estamos sozinhos, que nossas lutas, anseios, alegrias, desafios são os mesmos que os jovens ao
redor do mundo”, afirma. Diferente do Eduardo, a estudante de arquitetura, Thayná Holanda, 19, vai participar pela primeira vez do encontro. Ela afirma que espera viver novas experiências e se apaixonar ainda mais pela Igreja: “Que meu coração seja renovado e que eu volte com esse amor que tenho por servir e me doar para as coisas do Senhor ainda mais”, explica. Thayná admite que muitos foram os desafios para preparar a viagem ao Panamá. Mas, graças ao incentivo da família e da comunidade de que ela participa, Igreja São Francisco de Assis e Santa Rita de Cássia, no Kobrasol, em São José, foi possível angariar recursos financeiros para que ela e mais três jovens possam ir para a América Central. “Temos recebido total apoio e carinho de toda a comunidade. Podemos ver nas pessoas a alegria de poder nos ajudar e isso nos motiva ainda mais”, destaca a estudante. Rezemos por todos os jovens que estarão na JMJ 2019. Que o entusiasmo, a alegria e o amor que a juventude tem por Cristo possa se propagar pelos quatro cantos do Panamá.
De 10 a 13 de janeiro, a Comunidade Católica Shalom promove o Acamp’s Floripa, no Sítio das Figueiras, em Biguaçu. Esta é a 10ª edição do acampamento, que espera receber mais de 300 pessoas. O Acamp’s foi feito para os jovens e idealizado por eles, em julho de 1989, na cidade de Fortaleza, capital do Ceará, com a intenção de proporcionar entretenimento no período das férias. Atualmente, o evento acontece em diversas capitais do país e até em outros países. Podem participar jovens de 14 a 28 anos, em quatro dias de alegria,
celebrações eucarísticas, diversão, momentos fortes de oração, piscina, barracas, shows, futebol, vôlei, comida boa, sorriso no rosto e acolhimento. É uma oportunidade para fazer uma real experiência de Deus. As inscrições podem ser feitas pelo link no facebook. Lá também você encontra as formas de pagamento e as demais informações do que precisa levar, para os quatro dias desta aventura nas férias. Local do encontro: Rua Silvestre M. Ferreira, s/n, Biguaçu. Informações: (48) 99924-7957 / 32237801. Foto: Shalom
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geral
Paulo Chaves, presbítero para o serviço da Igreja “Agradeço primeiramente a Deus por me seduzir e me indicar um caminho, uma vocação específica, que hoje eu abraço: ‘sacerdote eternamente” Foto: Sheila Gelsleuchter
“Nunca percebemos que ele queria ser padre. Ele até fez o encontro vocacional no seminário, porém, disse ao padre reitor do Seminário de Azambuja na época, Pe. Siro Manoel de Oliveira, que por enquanto não era o tempo. Mas um dia encontrei o padre e ele me disse: ‘Teu filho não ficou, mas vai voltar’. E sem impor nada, ele mesmo voltou”. O quarto filho e o mais velho da pedagoga Luzia Kahl Chaves com Amarildo Chaves (in memoriam), retornou no dia em que o céu se rejubilou de alegria, em uma oferta sublime. Paulo Sergio Chaves, 36, foi ordenado presbítero no dia 03 de novembro, na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em São José, pelas mãos do Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. A missa foi concelebrada pelo Bispo Auxiliar Emérito de Florianópolis, Dom Vito Schlickmann, e outros 54 sacerdotes. A igreja estava lotada de familiares e amigos de Paulo Chaves, que vibravam em cada passo da liturgia de ordenação presbiteral. Ainda estavam presentes diáconos e seminaristas de Brusque, São José e Florianópolis. “Realmente vai se realizar o sonho do meu filho. Ele veio falar comigo e com a avó, Valdemira Kammers Kahl, foi quando o abençoamos, perguntamos se era isso mesmo que desejava e dissemos: ‘segue o teu caminho’”, completa a mãe Luzia, que também é catequista na Paróquia Sagrados Corações, em São José. Na homilia, Dom Wilson explicou que é Deus quem chama. E a força desse chamado é tão
grande que não se pode deixar de atender. “Paulo Chaves ouviu essa voz e, a partir de hoje, coloca-se a serviço das pessoas para as levar até Jesus. Paulo se reveste do poder de Cristo de abençoar a todos. Ele mesmo precisa ter vida íntima com Cristo. Esse estar junto com o Senhor é fundamental e essa experiência vai passar adiante”, acrescentou o Arcebispo. Foto: Sheila Gelsleuchter
para levar outros a buscarem a face do Senhor”, destacou o neo-sacerdote. E concluiu dizendo: “como criança a correr, para os teus braços eu irei também. Ora, não posso e não quero correr sozinho. Desejo que muitos outros se lancem para receber esse prêmio e que eu possa, com a graça de Deus e o auxílio de Nossa Senhora, ajudar muitos nesse caminho. Amém”! Histórico Natural de São José, Pe. Paulo Sergio Chaves cresceu na comunidade Nossa Senhora do Rosário. Em 1989 foi morar no Jardim Solimar, onde fica localizada a Igreja Nossa Senhora Aparecida, que pertence à Paróquia Sagrados Corações, São José. O despertar da vocação se deu a partir do grupo de jovens Filhos de Maria, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na qual Pe. Paulo voltou a participar no ano de 2005. Teve como grande incentivador vocacional, não ao ministério ordenado de forma direta, mas à vida cristã, Pe. André Gonzaga, que na época era pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário e o apoiou na sua decisão de discernir a vocação sacerdotal no ano de 2010. Entrou no Seminário Propedêutico, na época em Camboriú, em 2010, aos 28 anos de idade. Cursou filosofia na Faculdade São Luís, em Brusque, entre 2011 e 2013. De 2014 a 2017, fez teologia na Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC). A ordenação diaconal ocorreu em 21 de abril deste ano. Foto: Sheila Gelsleuchter
Luzia K. Chaves (e) e Valdemira K. Kahl (d)
Com o lema de ordenação presbiteral – “Arrasta-me, após ti. Corramos!” (Ct 1,4), o neo-presbítero disse que Deus quer que seus filhos retornem à face dele, para seus caminhos. “Por isso, ele encontra maneiras de seduzir-nos e, por tamanho amor que ele tem por cada um de nós, agradeço primeiramente a Deus por me seduzir, por me trazer para perto dele e me indicar um caminho, uma vocação específica que hoje eu abraço: ‘sacerdote eternamente’. Não para mim, mas
Padre Paulo Sérgio Chaves