Jornal da Arquidiocese | nº 258| Julho 2019

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Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 258

Diaconato

Sedemir é readmitido ao Ministério Ordenado | 3

Julho DE 2019

Grandes Cidades

Bispos se encontram em Florianópolis | 10

JAJ 2019

O coração da Arquidiocese é jovem | 11

Comunidades Eclesiais Missionárias


Jornal da Arquidiocese, julho de 2019

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opinião Vamos celebrar o dom da vida do Arcebispo!

Orgulho, o grande pecado Dom Wilson Tadeu Jönck, scj O orgulho é considerado o mal supremo. Ao lado dele os outros vícios - falta de castidade, raiva, avareza, vaidade - se tornam pequenos. É pelo orgulho o diabo se tornou diabo. A presunção leva aos outros vícios. O orgulho pode ser definido como um estado da mente contrário a Deus. Aproveito os escritos de C. S. Lewis para apresentar algumas reflexões sobre o orgulho. A comparação está presente no mecanismo do orgulho. O orgulhoso não sente prazer em ter algo, mas em ter mais que o próximo. Não é o ser rico, se achar bonito ou inteligente que tornam a pessoa orgulhosa, mas em se considerar mais inteligente, mais bonito, mais rico que os outros. O orgulho sustenta a competição de um modo que os outros vícios não o fazem. O orgulho é essencialmente competitivo, isto é, o é pela própria natureza. Enquanto os demais vícios são competitivos por acidente. Por exemplo, dois ho-

Julho é mês de festa para a Arquidiocese! O Arcebispo Metropolitano, Dom Wilson Tadeu Jönck, celebra 68 anos de vida na quarta-feira, dia 10. Além de orações, se você deseja ofertar um presente ao Arcebispo, ele mesmo sugere que seja em dinheiro, para que ele possa reverter o total para o Fundo dos Padres Idosos e Doentes da Arquidiocese. Peçamos ao Senhor que encha de graças e bênçãos o nosso Arcebispo Dom Wilson, para que continue a conduzir a igreja diocesana rumo à santidade! Já está disponível nas paróquias e na coordenação arquidiocesana de pastoral, ao preço de R$ 2,50, o livreto dos Grupos Bíblicos em Família (GBF) para o Tempo Comum, que tem como tema “Batizados e enviados”. Buscou-se fortalecer o pedido do Papa Francisco para nos tornamos uma Igreja missionária, em saída. Os GBF são um jeito de a Igreja se organizar nas casas, para realizar sua missão evangelizadora. Neste livreto há 14 encontros que refletem a missão de Jesus, nossa missão. Neste Tempo Comum refletiremos sobre a missão que Jesus nos confiou: “Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo”. Ele nos convoca a vivermos com intensidade o Mês Missionário Extraordinário. É importante lembrar que refletiremos e rezaremos o livreto desde a celebração inicial até o 10º Encontro - “Jesus: nossa esperança”. Aí vamos fazer uma pausa, para rezar o terço missionário e participarmos das atividades missionárias que irão acontecer em outubro, nas paróquias e nas foranias. Em novembro, retorna-se o livreto e continua-se até o 14º Encontro: “Jesus Cristo Rei do universo”.

mens podem competir por uma mesma mulher. É um acidente, uma vez que poderiam se apaixonar por mulheres diferentes. O orgulhoso vai competir, não porque ama a mulher, mas quer provar que é mais que os concorrentes. Quer saber se é orgulhoso? Veja o quanto detesta a outra pessoa que o inferioriza, que não lhe dá atenção, o quanto é exibida. Quanto mais orgulhosa é uma pessoa, mais detesta o orgulho da outra pessoa. O orgulho dos outros concorre com o orgulho da própria pessoa. Diante de Deus o orgulhoso se depara com alguém muito superior. Ele que costuma desdenhar as pessoas o fará também com Deus. Quem sempre olha para baixo não pode olhar nada que está acima. Quando dizem que amam a Deus estão adorando um deus imaginário. Ficam imaginando o quanto o seu deus os aprova e os considera melhores que os outros. Qualquer pessoa pode cair na mesma cilada. Sempre que

Nas redes

Nos caminhos de Francisco

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“Deus ama com amor de Pai. Cada vida, cada um de nós pertence-lhe”.

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“Para fazer a paz é preciso coragem, muito mais do que para fazer a guerra. É preciso coragem para dizer sim ao encontro e não à briga; sim ao diálogo e não à violência; sim às negociações e não às hostilidades; sim ao respeito dos pactos e não às provocações; sim à sinceridade e não à duplicidade. Para tudo isto, é preciso coragem, grande força de ânimo”.

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1 de junho, no Twitter

8 de junho, na Audiência Geral

“Aos missionários e às missionárias e a todos aqueles que de algum modo participam, em virtude do seu Batismo, na missão da Igreja, de coração envio a minha bênção”.

@pontifex_pt @franciscus

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9 de junho, no Twitter

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a nossa vida religiosa nos faz pensar que somos bons ou melhores que os outros, com toda certeza isto não vem de Deus. O sinal contrário diante de Deus é esquecer-se de si mesmo. Como adquirir a humildade? O primeiro passo é reconhecer o próprio orgulho. É um grande passo e nada pode ser feito antes disso. Se a pessoa tiver um contato com Deus, será com certeza, humilde.

“De graça re­ce­bestes, de graça deveis dar, para que as graças de Deus possam chegar ao coração de todos”. 11 de junho, na Missa na Casa de Santa Marta

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99673-1266

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

A tristeza do Papa pelo pai e a filha que morreram no Rio Grande

Solenidade de Corpus Christi reúne fiéis por toda a Arquidiocese

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Festa do Divino valoriza cultura açoriana

O Vídeo do Papa: estilo de vida dos sacerdotes

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“Os santos Pedro e Paulo foram transparentes diante de Deus. Na vida, mantiveram essa humildade, até o fim: eles compreenderam que a santidade não está no elevar-se, mas no abaixar-se”. 29 de junho, no Twitter

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Mateus Peixer e Sedemir de Melo. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br


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#compartilha Sedemir Melo é readmitido ao ministério ordenado, como diácono No dia 24 de junho, na Solenidade da Natividade de São João Batista, o Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck comunicou oficialmente que o Santo Padre, o Papa Francisco, por meio da Congregação para o Clero, acolheu o pedido de Sedemir Valmor de Melo, para a readmissão ao exercício do ministério ordenado, como diácono, em vista da ordenação presbiteral. Diácono Sedemir volta a exercer o ministério na Paróquia Divino Espírito Santo, em Camboriú. Ele conta que recebeu a notícia com muita alegria. “Eu estou muito feliz com a misericórdia de Deus e a acolhida da Igreja. Embora nunca tenha deixado de servir, sinto que agora é tempo de uma dedicação ainda mais exclusiva. Não há alegria maior do que colaborar no anúncio dessa boa nova que é o imenso amor de Deus”, confessa. Vida dedicada à Igreja Sedemir é da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, nos Ingleses. Sua família reside na comunidade de São João Batista, no Rio Vermelho, em Florianópolis. Mas toda sua história vocacional se passa na Paróquia de Santo Antônio, em Campinas, São José. Lá ele foi batizado, fez a Primeira Comunhão e a Crisma, participou de grupos de jovens e diversas pastorais.

Foto: Arquivo pessoal

Retalhos do Cotidiano Professor Carlos Martendal

Piscar

Tudo pode mudar num piscar de olhos, mas não se preocupe: Deus nunca pisca!

Consumismo 1

Muitos de nós estamos diante de uma encruzilhada: ou vamos pela estrada do consumismo que nos destrói, isola, esvazia o espírito, ou vamos pelo caminho da generosidade que nos engrandece, liberta, faz irmãos, dando-nos a paz que dinheiro algum consegue comprar.

Consumismo 2

Ah, triste escravidão, a do consumismo; bela liberdade, a da generosidade, da doação e da sobriedade! Formado em administração de empresas e especialista em comunicação, cursou Filosofia no Seminário Edith Stein e Teologia no Instituto Teológico de Santa Catarina (Itesc). Ordenado diácono em março de 2006, exerceu o diaconato na Paróquia São Cristóvão, em Itajaí, até setembro de 2007, quando pediu dispensa dos compromissos assumidos. Continuou servindo a Igreja em movimentos e pastorais. E partiu em missão para a Diocese de Barra, na Bahia, onde morou por quatro anos. Pediu a readmissão ao diaconato e passou a atuar na Paróquia do Divino Espírito Santo, em Camboriú, desde que retornou da Bahia, em janeiro de 2015. Consagrado da Comunidade Divino Oleiro, ele exerce atividades também na Rádio Conceição, de Itajaí, e na Rádio Divino Oleiro, de Camboriú.

Estou contigo

Não nos amedrontem as fraquezas: nosso Deus um dia fará cessá-las; não nos acovardemos, porque sempre de novo o Senhor nos incentiva como a Josué: “(Vai, ama) não te deixarei nem te abandonarei, passa o Jordão (teus medos, teus pecados, tuas fraquezas, teus desamores): sê forte e corajoso, porque Eu estou contigo em qualquer parte para onde fores” (cf. Js 1,1-9).

Hipoteca

Há os que hipotecaram o passado e sempre de novo estão querendo hipotecar o futuro, mas não vivem o presente, que é todo seu.

Tudo

Deus nos pede tudo para nos dar tudo!

Secretaria Paroquial: lugar de missão permanente Foto: Angelita Rachadel

Santuário da Mãe Peregrina Foto: Movimento de Schoenstatt

O Movimento de Schoenstatt de Santa Catarina lançou o projeto de construção do primeiro Santuário da Mãe Peregrina do estado. O evento ocorreu no dia 2 de junho, no local onde será construído o futuro santuário, em Tijuquinhas, município de Biguaçu. Aproximadamente 600 pessoas estiveram presentes.

Na programação do evento houve a narração da história de Schoenstatt, a apresentação de um teatro e a oração do terço. Após estes momentos, foi apresentado o projeto do futuro santuário, que contou com a presença do Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, do prefeito de Biguaçu, Ramon Wollinger, e do Bispo-auxiliar, Dom Vito Schlickmann. Também estiveram presentes os padres Pedro Kohler, Vanio da Silva, Luis Prim, Celso Antônio Marquetti, Olívio Guesser, Ewerton Martins Gerent, e os diáconos Hildo e Nilson. O dia encerrou-se com a missa e a coroação da Mãe Peregrina.

A secretaria paroquial faz parte do conjunto funcional de uma paróquia. É o espaço para tratar das questões de natureza administrativa, pastoral e organizacional da estrutura paroquial e, sobretudo, destinado ao atendimento das pessoas. É lugar de acolhida, de evangelização, e por isso, de missão permanente! A tarefa do(a) secretário(a) está marcada pela hospitalidade e o acolhimento, por

isso é preciso saber atender, ouvir, responder e orientar. Considerando a importância desse espaço e das pessoas que nele trabalham, nos dias 13 e 14 de junho, foram realizados dois encontros de formação para os que atuam nas secretarias das setenta e uma paróquias de nossa Arquidiocese. Os temas abordados estavam relacionados às dimensões pastoral e administrativa da Igreja.


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#compartilha

A Cruz Missionária Foto: Vatican Media

Em audiência no dia 5 de novembro de 2018, o Papa Francisco recebeu e abençoou a réplica da Cruz Missionária que caminhará por todas as dioceses do Brasil na animação e preparação do Mês Missionário Extraordinário, em outubro próximo. A Arquidiocese de Florianópolis receberá uma Cruz, que será levada nos locais dos eventos ar-

V Mutirão Arquidiocesano de Formação Já estão abertas as inscrições para o V Mutirão Arquidiocesano de Formação, que será realizado nos dias 13 e 14 de julho, no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos. O objetivo do encontro é oferecer formação para os cristãos leigos, por meio de estudos da 5ª Urgência da Ação Evangelizadora, Igreja a serviço da vida plena para todos, e da Exortação Apostólica Pós-Sinodal do Papa Francisco, Christus Vivi. O mutirão quer também promover a comunhão e celebrar a caminhada evangelizadora da Arquidiocese de Florianópolis. Podem participar coordenadores/as dos conselhos de pastoral (CPCs e CPPs), coordenadores/as de pastorais, movimentos, serviços, organismos, associações e demais interessados. A inscrição pode ser feita no site da Arquidiocese:

www.arquifln.org.br

quidiocesanos e peregrinará nas paróquias em que há hospitais, presídios, centros de tratamento de pessoas com dependência, casas de acolhida de idosos, universidades e colégios católicos. A visita da cruz será acompanhada por celebrações nesses locais, de acordo com a programação de cada paróquia. A Cruz Missionária recorda a Páscoa de Jesus que ilumina nossa vida e missão. Faz memória das missões jesuítas da Bolívia e a evangelização dos povos da América Latina. Ela expressa o amor infinito de Deus e salvação da humanidade. Hoje, a cruz continua inspirando a evangelização dos povos e animando a espiritualidade da ação missionária. Conheça a Cruz Missionária 1) A haste está em forma de espiral ascendente. Recorda o movimento característico da missão que parte da encarnação em direção à Páscoa de Jesus, crucificado e ressuscitado, que ilumina e trans-

Santuário Santa Paulina promove encontro para celebrar o Dia dos Avós O Santuário Santa Paulina promoverá o 3° Encontro da Vovó e do Vovô com Santa Paulina. O evento acontecerá no dia 26 de julho, às 9h, no Santuário em Vígolo, Nova Trento. O objetivo do encontro é celebrar o Dia dos Avós e proporcionar momentos de alegria e oração para este público. Diversas atividades estão sendo preparadas. A programação iniciará às 9h, com uma acolhida dos grupos de idosos e participantes do evento. Às 10h haverá a Missa presidida, pelo arcebispo Dom Wilson Tandeu Jönck, scj, dedicada aos avós. Às 11h30, uma pausa para o almoço no restaurante do santuário e, a partir das 13h, bingo e baile. Os participantes deverão levar brindes para o bingo. E confirmar presença pelo telefone: (48) 3267 3030, pelo e-mail santuario@santuariosantapaulina ou na recepção do santuário. Foto:Santuário Santa Paulina

forma a realidade. 2) Os cravos testemunham o martírio de Jesus na Cruz. 3) As flores que brotam da cruz representam a vida nova que nasce da Páscoa de Jesus Cristo. Em meio à dor e ao sofrimento, Deus se manifesImagem: divulgação ta e faz ressurgir a esperança e a alegria do Evangelho. 4) A inscrição IHS significa: Jesus, Filho de Deus, Salvador dos Homens. 5) Relíquia de Santa Nazaria Ignacia, fundadora de uma congregação religiosa missionária na Bolívia.

Kairós da Juventude: “Vós sois a luz do mundo” Foto: RCC

Animação, partilha, teatro, dança, adoração, pregações, interatividade e outras atividades fazem parte da 30ª edição do evento “Kairós da Juventude”, promovida pela Renovação Carismática Católica (RCC) da Arquidiocese. O evento acontecerá nos dias 27 e 28 de julho, com início às 8h, na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José. O encontro reunirá jovens de todas as foranias do movimento para viver uma profunda e incrível experiência com Cristo. O tema deste ano é “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14). É um convite que proporciona ao jovem o encontro pessoal com Jesus, concedendo-lhe a oportunidade de abraçar a causa do Evangelho e viver conforme os preceitos do coração de Deus. As vagas são limitadas. Para fazer a inscrição, acesse o site: www.rccflorianopolis.com.br. Mais informações ligue para (48) 99852-9891 ou mande um e-mail: rccfloripa.diocese@gmail.com.


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nossa fé

Missão no mundo urbano

Jubileu da Romaria da Terra e das Águas em Santa Catarina

Padre Vitor Galdino Feller Foto: divulgação

As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 20192023, recém-publicadas, propõem fortalecimento de comunidades eclesiais missionárias no mundo urbano, que sejam sinais da presença de Jesus e do seu Reino no mundo urbano. O desafio da cultura urbana O mundo atual torna-se cada vez mais uma grande cidade. A cultura urbana se expande aos rincões mais distantes. As pessoas tendem a ser mais individualistas, imediatistas, consumistas. Diminui a influência das tradições, religiões, instituições, porque as pessoas tendem a fazer suas próprias escolhas, baseadas em critérios subjetivos, emocionais. Crescem as formas de sofrimento, como a pobreza, o desemprego, a violência, a solidão, a devastação ambiental. Isso traz consequências huma-

nas, éticas, sociais, tecnológicas e ambientais. Também consequências para o modo como exercemos a obra evangelizadora.. A cidade do nosso Deus Os cristãos são convidados a fazer que as cidades sejam lugares onde Deus habita. Até se pode dizer: “a cidade de nosso Deus” (Sl 48,9). Para isso, como ensinou São Paulo VI, é preciso “atingir e como que modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade” (EN, 19). Isso será feito por meio de comunidades eclesiais missionárias. Nelas se vence o individualismo com a vivência da comunidade, supera-se a ganância do consumismo com a simplicidade e a sobriedade, anula-se a pressa do ime-

Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

diatismo com a paciência do serviço ao próximo. Cidades novas Diz o Documento de Aparecida: “A fé nos ensina que Deus vive na cidade, em meio a suas alegrias, desejos e esperanças, como também em meio a suas dores e sofrimentos” (DAp, 514). Com esta certeza de fé, somos convidados a fazer que nossas cidades se tornem cidades novas, como a nova Jerusalém, que vem do alto como dom de Deus, mas que também vai se realizando neste mundo através de nossa presença, do anúncio do Evangelho e do testemunho do amor e do serviço. Para isso, é preciso que a Igreja, semente e sacramento desta nova cidade, seja cada vez mais plural, samaritana, profética, acolhedora. Verdadeiramente humana, mas carregada do mistério divino.

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Fernando Anísio Batista A Igreja de Santa Cataria se cultores familiares e agroecolóprepara para o jubileu da Roma- gicos, as sementes crioulas, verria da Terra e das Águas. A 25ª dadeiros guardiões da criação. edição da romaria acontecerá no É momento de encontro dos dia 15 setembro, na Diocese de que acreditam na vida e na naLages, município de São José do tureza e lutam diariamente pela Cerrito, com o tema: “Semeando sua preservação. A romaria é a vida no campo e na cidade”. expressão da Igreja compromeA romaria é o povo de Deus tida com a casa comum, como em marcha. A primeira foi realiza- o Papa Francisco ressalta da da em 1986 em Taquaruçu, mu- Encíclica Laudato Si, que busca nicípio de Fraiburgo, um desenvolvimento terra da Guerra do integral e sustentáContestado, com a vel das pessoas, da presença de 20 mil sociedade e do plapessoas. Nestas 25 “A romarias é a ex- neta. edições, todas as pressão da Igreja Neste ano em dioceses do Estado comprometida com que a Igreja no Braacolheram romeiros, sil convida para a casa comum” tornando a romaria atuar nos diversos o maior evento reliambientes da sogioso do Regional ciedade em prol de Sul 4. políticas públicas Em cada edição, ao plantar a voltadas às pessoas com maior cruz de cedro, a Igreja se com- vulnerabilidade social, a Igreja promete a cuidar da mãe terra, de Santa Catarina conclama tounindo vozes do campo e da ci- dos os fiéis a se colocarem em dade com gritos que denunciam romaria por uma agricultura que o desmatamento, a destruição gere vida de verdade no campo dos rios e suas nascentes, o uso e na cidade abusivo de agrotóxicos. Organize uma caravana em As romarias apoiam os agri- sua paróquia.


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oração

Viver a vocação missionária Assumir e implantar o espírito da comunidade eclesial missionária é compromisso de todo batizado Em sua última assembleia geral, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para os anos de 2019 à 2023. Em seu objetivo geral, aparece uma novidade, Comunidades Eclesiais Missionárias, como uma característica da Igreja no Brasil. Vivemos num mundo urbano, muito abrangente, diverso e complexo. Este mundo é a casa (lar) de todos nós. Nesta “casa”, somos convidados a testemunhar a nossa fé cristã, sustentados pela Palavra, pelo Pão (Eucaristia) e pela caridade em um estado permanente de missão. Não esquecendo que tudo deve ter início num encontro pessoal com Jesus Cristo. A comunidade eclesial missionária é a Igreja nas casas, ou seja, comunidades que se formam em ruas, condomínios, aglomerados, edifícios, unidades habitacionais, bairros populares, povoados, aldeias e grupos por afinidade. São pessoas que se reúnem, movidas pela fé em Jesus Cristo, para escutar a Palavra, para viver a fé cristã, numa sociedade de contrastes; pessoas que vencem o anonimato e a solidão, promovem a mútua-ajuda e se abrem para a sociedade e para o cuidado da casa comum (meio ambiente); pessoas que não querem viver “cada um no seu quadrado” e sim, como viviam os primeiros cristãos (cf. Atos 2,42-47). A comunidade eclesial missionária deve viver os quatro pilares que sustentam a vida cristã. A Palavra de Deus, através da Iniciação à Vida Cris-

Foto: Arquidiocese de Florianópolis tã, da leitura orante da Palavra e da animação e formação bíblica. O Pão, vivendo e celebrando bem a Eucaristia, buscando ter uma profunda espiritualidade eucarística em todas as comunidades. A Caridade, servindo aos necessitados, promovendo a vida digna aos que estão à margem da sociedade. A Ação Missionária, em um estado permanente de missão, ou seja, estar em missão no dia-a-dia, testemunhando nossa fé, levando o Cristo aos que não o conhecem, sendo sinal do amor de Deus a todos. A Igreja deseja que nossas comunidades, a partir da experiência pessoal com Cristo e do anúncio do querigma (cf. Atos 2,14-41), testemunhem o Evangelho a todas as pessoas e em todos os lugares (residências, comércio, hospitais, escolas, universidades e outros), para que todos tenham vida plena!

Por Pe. Leandro José Rech Pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça

Em São José, a missão como temática na vivência Foto: Divulgação

A Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em São José, definiu na assembleia paroquial de 2011, que as Santas Missões Populares (SMP) estariam entre as prioridades pastorais de todos os grupos. “Naquela época, olhando para nossa realidade urbana, vendo quantas pessoas atingíamos nas pastorais, quantos iam às missas e o tamanho de nossos bairros, sentimos que precisávamos mudar a forma de agir e evangelizar. Atendemos ao que o Evangelho nos inspirava e ouvimos o que os documentos da Igreja nos falavam. Desse olhar, saiu a decisão de viver as SMP”, comenta o integrante da animação missionária da paróquia, Marciel Linhares. Para este trabalho, foi criada uma equipe paroquial de animação missionária, constituída por pessoas das quatro comunidades, que passou a se reunir todos os meses para planejar e motivar o espírito missionário na paróquia. Foto: Divulgação

Grupo de Missionários que realiza visita nas casas

Novena em preparação à festa do Divino Espírito, no Roçado

Outra decisão: missão não pode ser mais uma pastoral, movimento ou grupo. Missão tem que ser a vivência que é preciso ter em todos os lugares. “Não importa se sou da catequese ou do Terço dos Homens. Onde estou tenho que viver minha vocação missionária. Fazer visitas missionárias ou ir para as missões na Bahia ou Amapá são consequências desse ‘assumir o batismo’”, relata Marciel. Assim, passou-se a praticar e a viver a missão em todos os momentos. “Se vamos fazer uma semana de formação, ali tem um espaço sobre missão. Se vamos vivenciar a semana da família, aí tem também algo de missão. Fizemos encontros de formação, preparamos banner com logotipo, tema, oração, camisetas. Tudo para ajudar as pessoas a perceberem que o espírito missionário antes de ser falado, deve ser vivido”, aponta o coordenador. E acrescenta que, por exemplo, na comunidade onde ele mora, Igreja Nossa Senhora Aparecida, no Roçado, “incluímos o tema missionário na novena em preparação à festa do Divino Espírito Santo e no tríduo da festa de Nossa Senhora Aparecida. Quando organizamos a novena, já planejamos com a temática missionária. Os nove encontros acontecem sempre nas casas, em ruas diferentes, pois a orientação é sair. Essa dinâmica dos encontros pelas ruas e casas já temos há algum tempo. O que adicionamos foi o pano de fundo da missão”.


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oração Animação missionária em Balneário Camboriú Foto: COMIPA

COMIPA da Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Foto: COMIPA

A Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do bairro Vila Real, em Balneário Camboriú, também vive esta alegria de uma Igreja missionária. Em 2016 teve início o projeto missionário, quando a paróquia assumiu como prioridade pastoral, a primeira urgência da ação evangelizadora paroquial: Igreja em estado permanente de missão. Desde então, já são mais de três anos que a missão acontece nas nove comunidades que formam a paróquia. Posteriormente, foi criado o Conselho Missionário Paroquial (COMIPA). “Neste ano, com a dinâmica da comunidade eclesial missionária, pretendemos nos empenhar para que os Grupos Bíblicos em Família (GBF), a Igreja nas casas, ganhem um novo vigor’”, afirma a coordenadora paroquial do COMIPA, Verônica Velho Haas. Verônica explica ainda que “o COMIPA já deu o pontapé inicial para o Mês Missionário Extraordinário, promovendo a animação missionária com visitas às comunidades, que agora passaremos a chamar de ‘comunidades eclesiais missionárias’”. Através do COMIPA, os missionários passam por formação permanente, visitam as casas e fazem o cadastramento e o levantamento das famílias do bairro, com o objetivo de acompanhar e conhecer a realidade da paróquia. Nestas visitas, busca-se motivar e incentivar a criação de novos Grupos Bíblicos em Família (GBF). E na rua que não tem GBF, a orientação é que ali tenha um “missionário referencial”. O que faz o “missionário referencial”? • Ser o rosto da Igreja missionária naquela rua; • Ser um ponto de ligação com o COMIPA e a Igreja como um todo; • Estar atento às necessidades das famílias; • Informar sobre as pastorais e atividades existentes na paróquia; • Orientar ou encaminhar os casos especiais (situações do casal, pobreza, doenças); • Indicar o Posto de Saúde da comunidade, a Ação Social da Igreja e outras entidades que resolvam as necessidades da família; • Estar atento aos moradores novos. • Ir ao encontro das muitas famílias que não participam da Igreja ou vivem uma situação difícil, por falta de acolhimento e informação.

Comunidade Nossa Senhora da Esperança Foto: COMIPA

Missão na Comunidade Quilombola

Foto: COMIPA

Foto: COMIPA

Missão Juvenil

Pastoral da Criança em missão

Celebrações na Pedra Branca, em Palhoça Foto: arquivo pessoal

Na Arquidiocese de Florianópolis, muitas paróquias trabalham nesta dinâmica da comunidade eclesial missionária. Um exemplo prático vem justamente da Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, mais especificamente, da Comunidade Sagrada Família, no bairro Pedra Branca, em Palhoça. Uma população de 12 mil pessoas que ainda não conta com uma capela para as missas, para a Iniciação à Vida Cristã e para as outras atividades pastorais, mas que não faz disso um impedimento para evangelizar. Pelo contrário, as missas acontecem no primeiro, terceiro e quinto domingo de cada mês, na praça de alimentação do Passeio Pedra Branca. A comunidade ajuda a montar e desmontar o espaço da celebração. Em outro local, uma sala improvisada, as crianças participam da Iniciação à Vida Cristã. As casas, apartamentos e empresas do bairro são visitadas por fiéis da comunidade, que recentemente passaram com as bandeiras do Divino. É uma comunidade eclesial missionária que faz a Igreja nas casas, no comércio, onde a evangelização necessitar. Há três anos, a Ministra Extraordinária da Sagrada Comunhão da comunidade, Rose Mirian Peres Ramos, foi convidada a iniciar o trabalho voluntário de passar nas casas com a bandeira do Divino. Hoje, ela conta que são dez mulheres nesta evangelização. Neste ano, as missionárias resolveram deixar um bilhete com telefones de contato, nas casas em que as famílias não estavam. Nessa ida com a bandeira é apresentada a comunidade, há o momento para tirar dúvidas e os doentes recebem assistência. “Nosso desafio deste ano era entrar nas indústrias. Para nossa surpresa, 80% da área industrial foi alcançada, e os funcionários nos recebiam na maior alegria. A caminhada e a bandeira não cansam, porque colocamos todo nosso amor para evangelizar. Não é porque não temos ainda a igreja-templo, que vamos fazer de qualquer jeito, mas tem a Igreja povo de Deus, que precisa ser acolhida com todo respeito, carinho e alegria”, explica Rose Ramos. Entre os frutos desta comunidade eclesial missionária nascente, que foi fundada há quatro anos, já ocorreram batizados e crianças fizeram a Primeira Eucaristia.

Missa de acolhida dos catequizandos, no bairro Pedra Branca

Foto: arquivo pessoal

Crianças e pais na Iniciação à Vida Cristã


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bíblia

Sant’Ana e São Joaquim Os dados biográficos que conhecemos sobre os pais de Maria, avós de Jesus de Nazaré, foram legados pelos livros apócrifos, especialmente o Proto-Evangelho de Tiago. Também há relatos no Evangelho do Pseudo-Mateus e no Livro da Natividade de Maria, ligados ao Proto-Evangelho de Tiago. Muitos relatos acompanham a história de Sant’Ana (filha de Emerencia e Estolano) e São Joaquim (filho de Sebhrath e Matã). Na época das Cruzadas, na Idade Média, aparecem relatos de sagradas relíquias dos avós de Jesus, especialmente sobre as de Sant’Ana. O nome Ana, do latim Anna, provém do hebraico e quer dizer ‘aquela que encontrou misericórdia’, ‘graciosa’. É a abreviatura de Hananiah - Javé compadeceu-se. Donde provém igualmente o nome masculino Ananias. Do latim Anna: idosa, respeitável. Outros afirmam que o significado do nome pode ser ‘aquela que se levantará novamente’. O nome Joaquim provém do hebraico e tem algumas versões: O elevado por Jeová - Deus; Deus o exaltou; preparado por Deus, estabelecido por Deus; Deus construirá. Joaquim e Ana não tinham filhos, e um dia Joaquim, na Festa da Dedicação do Templo, fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos. Incomodado com a observação, ele saiu para a região montanhosa, perto de Jerusalém, onde os pastores e seus rebanhos estavam e clamou a Deus. Resolveu fazer 40 dias de jejum e

Lectio Divina Padre Paulo Stippe Schmitt

oração, ao final da penitência, um anjo lhe apareceu e disse que o casal iria ter uma menina. O casal deu-lhe o nome de Miriam – Maria, que significa Senhora da Luz, amada de Deus e escolhida por ele. Ela é a mãe de Jesus. Os avós hoje Durante uma missa na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013, o Papa Francisco pediu que ‘o Senhor abençoe os avós’ e lhes permita ‘envelhecer com sabedoria e dignidade’ para transmiti-la aos outros. Os avós são uma graça que nem sempre nossa sociedade sabe valorizar. Lembramos que eles, livres da pressa e do rendimento do trabalho, ensinam-nos a apreciar as coisas com gratidão e sabedoria. Marcados pela vida, guardam na memória ensinamentos do passado que previnem erros do futuro. São, no seu testemunho de oração constante e de resistência pacífica, uma verdadeira escola do Evangelho. ‘Não desprezes os ensinamentos dos anciãos, dado que eles os aprenderam com seus pais’ (Ecl 8,11)”. Na Arquidiocese há duas paróquias com o título de Sant’Ana: em Canelinha e no bairro de Colônia Sant’Ana, em São José. São Joaquim tem uma paróquia: Garopaba (1830), e uma capela: a da Armação do Pântano do Sul (1777), onde é co-padroeiro junto com Sant’Ana. Por Pe. Flávio Feler Vigário da Paróquia Sagrado Coração de Jesus Ingleses, Florianópolis Foto: divulgação

amor de sua vida. Porque amava muito a Jesus, permaneceu ao lado do sepulcro, mesmo quando a esperança parecia findar. Porque amava muito a Jesus, ouviu dele seu nome, “Maria”, com alegria que lhe fez anunciar aos apóstolos a vitória da vida sobre a morte.

Oratio (oração) - Rezar a música

Lectio (leitura) – Ct 3,1-4 Eis o que diz a noiva: Em meu leito, durante a noite, busquei o amor de minha vida: procurei-o, e não o encontrei. Vou levantar-me e percorrer a cidade, procurando pelas ruas e praças o amor de minha vida: procurei-o, e não o encontrei. Encontraram-me os guardas que faziam a ronda pela cidade. “Vistes por ventura o amor de minha vida?”. E logo que passei por eles, encontrei o amor de minha vida.

Meditatio (meditação) O amor procura, espera, percorre a cidade pelas ruas e praças. E, porque espera, encontra. Maria Madalena é a primeira a contemplar Jesus Ressuscitado,

Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minh’alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água! Vosso amor vale mais do que a vida: e por isso meus lábios vos louvam.

Contemplatio (contemplação) O Cântico dos Cânticos apresenta o encontro com Deus como uma relação de amor, num contexto esponsal. O amado e a amada buscam a presença um do outro, elogiam um ao outro, querem manter viva e forte a chama do amor, que é mais forte que a morte e que nunca se apagará. O testemunho de Maria Madalena nos fala de amor. Nosso Deus é amor e o amor é o caminho mais excelso, a via principal de acesso a Deus. Contemplo o amor de Deus e busco amá-lo com todo o meu ser.

Missio (missão) O amor a Jesus me faça procurar, esperar, encontrar, anunciar.

Conhecendo as cartas de São Paulo Padre Gilson Meurer

A Palavra chega a todos os habitantes da Ásia (At 19,10) Iniciamos o estudo da carta aos Efésios pela descrição da cidade. Capital da Ásia Proconsular, Efésios granjeava o respeito de todo o império romano em virtude de sua excelência na filosofia (pátria de Heráclito), na arte (pátria dos pintores Apeles e Parrasius), na arquitetura (com um teatro para 25 mil pessoas, vários ginásios, ágoras) e, especialmente, por hospedar o grande templo da deusa Ártemis (o Artemísion). Ártemis era uma divindade naturística, como personificação da fecundidade. Era a nutriz dos animais e dos viventes, invocada na proteção da vida, dos animais, e amparo no nascimento. O Artemísion recebia donativos de toda parte, e funcionava como um banco, onde se podia depositar valores. Mesmo o imperador Augusto reservou ali um recinto para o culto da deusa Roma e de Júlio César (cf. G.

Bellinato. «Paulo: cartas e mensagens». Loyola, 1979, pp. 241-246). São Paulo, em sua terceira viagem missionária, alcançou Éfeso pela primavera do ano 54 (cf. At 19). Conforme seu costume, permaneceu uns 3 meses pregando na sinagoga, procurando persuadir seus ouvintes acerca do Reino de Deus (At 19,8). Sentindo resistência, ele passou a ensinar na escola de Tirano, por aproximadamente 2 anos (At 19,9-10). O Apóstolo se afadigava, passando pelas casas ou em público, para admoestar judeus e gregos a que se «convertessem para Deus e cressem em Jesus Cristo, nosso Senhor» (At 20,20). A sua vida era um sinal constante da presença do Senhor, a tal ponto de muitos sinais se realizarem por meio dele, bem como inúmeras conversões. Diz o evangelista Lucas, que os

convertidos queimavam seus livros de magias à vista de todos e que, calculando o preço, deveria dar 50 mil peças de prata (At 19,19). «Assim, a Palavra do Senhor crescia e se firmava poderosamente» (At 19,20). Paulo foi obrigado a abandonar a cidade, porque sua doutrina estava arruinando o comércio dos ourives, que fabricavam lembrancinhas do Artemísion (cf. At 19,23-40). A despedida do Apóstolo dos anciãos de Éfeso, antes de voltar a Jerusalém, sabendo que provavelmente seria preso e nunca mais retornaria para vê-los, deixa-nos uma página de belos sentimentos de gratidão por todo o empenho de evangelização que S. Paulo realizou entre essa gente (cf At 20,17-38). Na próxima edição, veremos o conteúdo da carta que ele enviou a esses seus queridos amigos.

Você também pode conferir este artigo e os demais no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


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Jornal da Arquidiocese, julho de 2019

#paróquias Foto: Paróquia Santa Teresinha

A Paróquia São Judas Tadeu, em Brusque, é constituída por sete comunidades. A Igreja Matriz foi inaugurada em 1954 e fica localizada no bairro Águas Claras. Para saber os dias e os horários das missas, ligue para: (47) 3355-7715 ou mande um e-mail: psjt.brusque@gmail.com.

Foto: Paróquia São Judas Tadeu

A Paróquia Santa Teresinha, em Brusque, é constituída por 12 comunidades. A Igreja Matriz foi inaugurada em 1974 e fica localizada no bairro Santa Teresinha. Para saber os dias e os horários das missas, ligue para: (47) 3350-0301. Conheça as redes sociais da paróquia: facebook.com/ParoquiaSantaTeresinhaBrusque ou instagram.com/ paroquiaste. Foto: Paróquia Militar Nossa Senhora do Loretto

Foto: CADEIR

A Semana de Oração pela Unidade Cristã occoreu entre os dias 2 a 9 de junho na Arquidiocese, e foi organizada pela Comissão Arquidiocesana para o Diálogo Ecumênico e Inter-religioso (CADEIR). Na foto a celebração feita no Templo Cristão de Jurerê Internacional, em Florianópolis .

Entre os dias 2 a 8 de junho, a Paróquia Militar Nossa Senhora do Loretto, em Florianópolis realizou o VII Cerco de Jericó. As celebrações contaram com a participação de padres de diversas paróquias da região e de outros estados. Foto: divulgação Paróquia

No dia 9 de junho, a Paróquia São Judas Tadeu , em Barreiros, São José, realizou uma “Tarde de Encontro”, com o objetivo de propiciar aos seus paroquianos a experiência de viver o que Cristo ensinou e pediu: a comunhão. O tema: “Por uma Cultura do Encontro”. A comudade teve a oportunidade de enxergar uma Igreja verdadeiramente viva e diversificada, bela e repleta de riquezas, simplesmente porque fez acontecer um autêntico “Encontro”.

Sugestões, notícias e fotos da sua paróquia podem ser enviadas para: imprensa.arquifln@gmail.com.

Sugestões, notícias e fotos da sua paróquia podem ser enviadas para: imprensa.arquifln@gmail.com


Jornal da Arquidiocese, julho de 2019

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cidades

Mundo urbano: o que pensa? O que sente? O que sofre? Joel Portella Amado, o Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, e o Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. O encontro, na Casa de Retiros do Morro das Pedras, em Florianópolis, iniciou-se com a Missa, presidida pelo Arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Scherer. Na primeira palestra do dia, o professor Elson afirmou que o espaço urbano é um produto da sociedade. “Ele é um reflexo condicionante social, um conjunto de símbolos e campo de lutas, fruto da expressão espacial dos processos sociais materializados a partir das formas espaciais”, complementa. O professor também destacou diversas problemáticas encontradas nas cidades: questão habitacional, mobilidade urbana, espaços públicos, políticas públicas seletivas, violência urbana, democracia de baixa intensidade. Após o almoço, Pe. Vânio abordou o tema do atendimento às necessidades espirituais das pessoas que trabalham e transitam no centro. Além disso, o reitor indicou Foto: Mateus Peixer

A Arquidiocese de Florianópolis foi a sede do Encontro de Bispos das Grandes Cidades do Brasil, no dia 17 de junho. O objetivo foi refletir sobre o tema: “A evangelização no mundo urbano”. Os palestrantes foram o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Elson Pereira, e o reitor do Seminário Convívio Emaús, Pe. Vânio da Silva. Estiveram presentes no encontro 16 bispos, de oito estados. Entre eles estavam os Cardeais Dom Odilo Scherer e Dom Orani Tempesta, o secretário-geral da CNBB, Dom

sete características que devem estar presentes na Pastoral Urbana: “Uma presença plural, acolhedora, querigmática, comunitária, personalizada, solidária e cuidadora dos evangelizadores”, indica o padre. Para o secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella, o encontro foi muito importante para entender quais são os principais desafios da Igreja no mundo urbano. “É preciso compreender a mentalidade urbana. O que pensa, o que sente, o que sofre? Sobretudo na questão habitacional e na segregação de direitos, onde há muitos para uns e quase nenhum para outros”, aponta. O Cardeal Dom Odilo Scherer ressaltou que outro desafio concreto no mundo urbano é estar junto aos jovens e às crianças nas escolas e nas universidades. Ou seja, continuar a ter algum espaço na vida das pessoas que têm o tempo tomado pelo ritmo alucinante da cidade. “Há muitas formas que nós precisamos repensar na nossa maneira de estar na cidade e nos relacionarmos com o povo”, conclui. Ao final, foi anunciado que o próximo encontro dos bispos das grandes cidades será em Brasília, no ano de 2020.

caridade social

A Pastoral da Aids precisa de voluntários Estima-se que 866 mil pessoas vivam com o HIV no Brasil. A partir do crescimento da infecção pelo vírus do HIV, hoje o Estado de Santa Catarina conta com aproximadamente 43 mil casos de AIDS. Não se pode ficar indiferente aos problemas oriundos à questão e à crescente perda de vidas para esta epidemia. Faz-se necessário um trabalho urgente para enfrentar com renovado ardor transformador esta realidade social, não

só acompanhando os infectados, mas chegando antes que o vírus. O desejo da Pastoral da Aids da Arquidiocese é fazer parte desta construção, na diminuição dos preconceitos, que são os maiores estigmas que a Aids deixou, colocando-se como a Igreja do lava-pés no serviço de prevenção ao HIV e na assistência às pessoas que vivem com a doença. Como a Igreja do serviço, esta Foto: Pastoral da Aids frente de pastoral, que começou a dar os primeiros passos por iniciativa do capelão do Hospital Regional de São José, Pe. Almir José Ramos, busca evangelizar através da acolhida, solidariedade e informação. E atentos às necessidades das pessoas que vivem com HIV/ AIDS, trabalhar na prevenção, à luz da Palavra de Deus e dos valores do Evangelho, contribuindo com a sociedade na contenção desta pandemia, envolvendo os cristãos e não cristãos na luta contra a Aids. Representantes da Pastoral da Aids do estado, em um encontro no Regional Sul 4 A Pastoral da Aids na Arquidio-

Foto: Pastoral da Aids

Padre Almir foi o pioneiro para implantação da Pastoral

cese é uma semente, que ainda está sendo semeada. Constitui-se hoje de um pequeno grupo de agentes que se reúnem mensalmente para a organização das ações: visitas aos hospitais, panfletagens, palestras nas escolas e nas empresas, trabalho nas paróquias e comunidades, acompanhamento das pessoas que vivem com o HIV e AIDS e participação nos espaços de incidência política. Seja você também um voluntário da Pastoral da Aids! Maiores informações pelo fone (48) 98427-8502, com a coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Aids, Daniete da Rosa.


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jaj 2019

O coração da Arquidiocese é jovem Foto: Altieste Carlos Schmidt

Cronograma de julho da Arquidiocese 05 a 07/07 | Visita Canônica-Pastoral de Dom Wilson | Paróquia N. Sra. do Rosário - São José 08 a 11/07 | 25º Encontro Regional de Presbíteros | Florianópolis 10/07 | Aniversário Natalício de Dom Wilson 13 e 14/07 | Mutirão Arquidiocesano de Formação | CEAR 19 a 22/07 | Visita Canônico-Pastoral de Dom Wilson | Azambuja 22 a 25/07 | Retiro dos Presbíteros | Casa Dehon – Brusque 30/07 | Comissão Arq. de Liturgia – Formação Músicos, Fotógrafos e Decoradores de Casamento | Casa Dehon – Brusque

Foto: Sabrina Franzosi

A Jornada Arquidiocesana da Juven- fato a gente faça o bem e seja o caminho tude (JAJ) aconteceu no dia 23 de ju- a verdade e a vida”, destaca Thiago. nho, no Centro de Evangelização AngeA missa foi presidida pelo Arcebispo lino Rosa (CEAR), em Governador Celso Dom Wilson Tadeu Jönck, que lembrou Ramos. O evento foi promovido pelo aos jovens a necessidade de seguir a Setor Juventude da Arquidiocese de Cristo e tomar a sua cruz. “Meus jovens, Florianópolis e contou com a presença façam com que Cristo seja uma presende aproximadamente mil jovens de di- ça maior nas suas vidas!”. Dom Wilson versas expressões católicas. contou que a presença dos Com o tema “Eis aqui a “Meus jovens, jovens no encontro é essenserva do Senhor, faça-se em façam com que cial para o crescimento da fé mim segundo a tua palavra” Cristo seja uma e conhecimento de movimen(Lc 1,38), a JAJ promoveu ditos distintos. ferentes momentos para que presença maior “O seguimento a Crisos jovens pudessem viven- nas suas vidas” to não é oba-oba, é tomar a ciar e praticar os ensinamencruz de Cristo. É um caminho tos de Jesus Cristo. A palestra do pro- de calvário para deixar os desejos que fessor Thiago Chaves, do Movimento de se contrapõem a Cristo sejam assim cruEmaús, abordou a Exortação Apostólica cificados com ele.” afirma Dom Wilson. pós-sinodal “Christus vivit”, lançada pelo No período da tarde, foram realiPapa Francisco. Nela, fala-se da impor- zadas oficinas que abordaram temas tância da juventude ter como exemplo a como congregações, movimentos e figura de Jesus em seu dia a dia. novas comunidades. Brenda Werner “Fico muito feliz em compartilhar Klein, da Comunidade Católica Shacom esses jovens o quanto é bom amar lom, comentou que a proposta de reua Deus e respeitar o próximo. Estamos nir os jovens da Arquidiocese, cada um vivendo momentos de desentendimen- com sua particularidade, torna o evento to de ideias e ideologias, e tudo o que ainda mais interessante para o crescicabe é acreditar no Senhor para que de mento da Igreja. Foto: Sabrina Franzosi

Foto: Carlos Dill

Ministério de Música Sopro de Vida fez o show de encerramento

Matheus, Pe. Ewerton e Carla

Richard Lopes Correia, da Forania de Camboriú, conta que a primeira participação dele na JAJ foi em 2011 e percebeu que é o momento de viver Cristo. “O evento é maravilhoso, pois é a afirmação de que a juventude é protagonista e que pode alcançar muitas coisas com a fé e a graça de Deus”, acrescenta o jovem. Para encerrar a JAJ, foi realizado um show com o Ministério de Música Sopro de Vida, da Paróquia Santo Antônio, São José. O público pôde sentir o amor e a presença do Senhor através das músicas e do momento de Adoração ao Santíssimo, conduzido pelo vigário da Paróquia São João Evangelista, Pe. Philipe Damazo. A coordenação do Setor Juventude é composta pelo Assessor Eclesiástico, Pe Ewerton Gerent, o coordenador da

Região Sul, Matheus Crispim, a coordenadora da Região Norte, Carla Beatriz Corrêia, e os representantes de pastorais, movimentos e comunidades eclesiásticas. O jovem Matheus Crispim, em nome da coordenação, agradeceu a todos que ajudaram na organização do encontro: “Há quase um ano a gente vinha rezando, pensando e construindo a JAJ. Não só a coordenação, mas todos os representados do setor da juventude pensaram neste evento em conjunto. Temos que agradecer a Deus por tudo aquilo que Ele proporcionou, mas também agradecer a todos aqueles que ajudaram para que o evento fosse bem sucedido”, ressalta Crispim.

A juventude é um estado de espírito

Adoração ao Santíssimo Sacramento

Dom Wilson presidiu a Missa do evento

Por Vitória Horn Foto: Jéssica Ribeiro

Foto: Jéssica Ribeiro


Jornal da Arquidiocese, julho de 2019

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geral

Comissão Arquidiocesana de Liturgia promove encontros de formação Capacitação para músicos, cantores, ministros extraordinários da comunhão, leitores e outros Foto: Comissão Arquidiocesana de Liturgia

e sugestões tendo em conta a atuação desses. A síntese dessa sondagem será repassada à Coordenação de Pastoral Arquidiocesana. A celebração do matrimônio é questão complexa, e é salutar olhá-la a partir de diversos ângulos. JA: Quais são os cursos que a comissão promove? Voltada para qual público? Quem pode participar? Padre Rafael: Os cursos são direcionados às nossas lideranças, ao povo de Deus que atua nas nossas comunidades. Portanto, são encontros de formação para músicos, cantores, ministros extraordinários da comunhão, leitores e outros. Assim tem sido há um bom tempo e assim será com a grande parte dos encontros de formação.

Padre Rafael ministrou formação para Cerimonialista na Igreja São João Batista, Agronômica, em Florianópolis

A Comissão Arquidiocesana de Liturgia realiza diversos encontros de formação todos os anos. Muitas dúvidas acabam surgindo sobre estes encontros. Por isso o Jornal da Arquidiocese resolveu tirar algumas dúvidas com o Pe. Rafael Aléx Lima da Silva, pároco da São Judas Tadeu, em São José, coordenador geral da Comissão Arquidiocesana de Liturgia. O presbítero também tem doutorado em Liturgia pela Pontifício Ateneu e Colégio Santo Anselmo, em Roma. Jornal da Arquidiocese (JA): Quando foi o último encontro promovido pela Comissão? Padre Rafael Aléx Lima da Silva: O último encontro aconteceu no dia 22 de junho, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Florianópolis. Aproveito para agradecer, na pessoa do Pe. Jair, a toda a comunidade paroquial pela acolhida. Esse encontro foi chamado Encontro de Canto Litúrgico-Pastoral, concentrado nos sacramentos, ou seja, foram apresentadas letras e músicas condizentes com os sacramentos, como o matrimônio, a crisma e etc. Foi um bom encontro, bem preparado. JA: Quais são as maiores dúvidas que as pessoas têm em relação a esses cursos? Em especial aos de cerimonialistas e músicos? Padre Rafael: Nesse caso precisamos fazer uma distinção. Os encontros de canto litúrgico-pastoral, por exemplo, têm como público principal os músicos e cantores das nossas comunidades, os quais, pela condução do canto, auxiliam na ativa participação da assembleia litúrgica, sobretudo quando reunida para a Santa Eucaristia ou para a Celebração da Palavra. Já os encontros para cerimonialistas foram assim intitulados: Formação para Cerimonialistas do Casamento Católico. Houve dois encontros em Florianópolis, no mês de março, para a região Sul, e outros dois, no mês de abril, em Itajaí para o Norte da Arquidiocese. Gostaria de recordar que esses encontros não visavam as lideranças de nossas paróquias, envolvidas com a celebração do matrimônio, mas especificamente cerimonialistas profissionais. A intenção era oferecer um conteúdo formativo básico, até porque, como dissemos nesses encontros, a Comissão pretende dar continuidade no próximo ano, em vista de um futuro credenciamento, se assim for decidido pelo Arcebispo. E devo esclarecer: a Comissão nunca falou que essa formação inicial de cerimonialistas era equivalente a credenciamento! Esta não tem autoridade para isso. Aliás, falando de dúvidas, consideramos pastoralmente útil fazer uma breve sondagem com esses profissionais, sobre dificuldades, alegrias

JA: Mas e os cursos voltados para o profissionais envolvidos com a celebração do matrimônio? Padre Rafael: Pois bem, há também situações específicas, como no caso de profissionais ligados à celebração do matrimônio, os quais nem sempre são católicos. Trata-se de um público diversificado. JA: Tem algum encontro programado para este ano? Padre Rafael: Sim. Das atividades previstas, destaco a Formação para Músicos, Fotógrafos e Decoradores de Casamento, na Igreja São João Batista, em Florianópolis, no dia 30 de julho. Também nesse caso, não se trata de credenciamento, mas de formação inicial para esses profissionais. Foto: Comissão Arquidiocesana de Liturgia

Formação para Cerimonialista na Paróquia Santíssimo Sacramento, em Itajaí Foto: Comissão Arquidiocesana de Liturgia

Encontro de Canto Litúrgico-Pastoral, na Igreja São João Batista, na Agronômica, em Florianópolis


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