Jornal da
ARQUIDIOCESE
FLORIANÓPOLIS, nº 257
Junho DE 2019
“Administrar bem também é evangelizar” | 3
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Juventude
Vem aí a JAJ 2019! | 11
Vocação
Arquidiocese ganha três diáconos | 12
“
Simpósio Canônico
O sacerdote é o amor do Coração de Jesus São João Maria Vianney
Jornal da Arquidiocese, junho de 2019
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opinião Evangelizar pelos meios de comunicação
Mitocôndrias Dom Wilson Tadeu Jönck, scj
Nos últimos cinco anos, a Arquidiocese de Florianópolis evoluiu significativamente na área da comunicação. A Assessoria de Comunicação Arquidiocesana completa meia década de existência no dia 9 de junho. Temos a missão de coordenar os trabalhos de comunicação com profissionalismo e criatividade para contribuir com o crescimento evangelizador, unidade arquidiocesana e fortalecer a imagem da Igreja perante a sociedade. Além da modernização deste tradicional jornal, a assessoria desenvolveu diversas melhorias como: restruturação do programa de rádio semanal do Arcebispo, novo site, desenvolvimento das redes sociais oficiais (Facebook, Instagram, Twitter e Youtube), solidificação do processo de clipagem das notícias, criação do canal de comunicação interna para o clero (e-mail e WhatsApp), profissionalização das coletivas de imprensa, ampliação da cobertura de eventos arquidiocesanos, implantação da Revista de Verão e produção do primeiro vídeo institucional da Arquidiocese. Não podemos deixar de agradecer a todas as PASCOMs paroquiais, movimentos e comunidades que nos ajudam diariamente a alimentar todos os canais de comunicação da Arquidiocese. Gratidão! Aproveitamos a oportunidade, para lembrar que no dia 2 de junho, na festa da Ascensão do Senhor, é celebrado o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que tem o tema “‘Somos membros uns dos outros’ (Ef 4,25): das comunidades de redes sociais à comunidade humana”. Acesse o site da Arquidiocese e leia a mensagem do Papa Francisco para este dia: www.arquifln.org.br.
O corpo humano é composto por milhões de células. No interior da célula existem estruturas que garantem o seu funcionamento. São as organelas. Uma destas organelas é a mitocôndria. É ela que fornece energia para que a célula cumpra suas atividades. São verdadeiras usinas produtoras de energia. Ela processa a energia a partir da alimentação ingerida pelo corpo. Como se pode ver, as mitocôndrias são estruturas ativas e da sua atividade depende o bom funcionamento do corpo. Por outro lado, ela pode não funcionar bem. O seu não funcionamento provoca a morte da célula. Mas também quando produz pouca energia gera mau funcionamento das células com reflexos na vida de toda a pessoa. Pesquisas recentes buscam encontrar no seu mau funcionamento as causas de doenças, por exemplo, o Mal de Alzheimer. Não sou entendido no estudo das células, muito menos
no funcionamento das mitocôndrias. Creio, no entanto, que elas podem ajudar a entender como a mensagem do Evangelho pode se fazer presente na vida do cristão. A vida cristã precisa ser alimentada. E muitas vezes pode enfraquecer e levar ao colapso da vida de seguimento de Cristo. Os sacramentos, a Eucaristia, a oração, a escuta da Palavra de Deus, a prática da caridade... são meios que dispõe a pessoa a abrir-se à ação do Espírito Santo. É Ele que transforma a vida da pessoa. É Ele a força que renova a face da terra. Os Evangelhos falam de guardar a Palavra. Isto acontece quando a Palavra se torna atitude, decisão, enfim, modo de viver. Assim, a pessoa é conduzida pela força do Espírito Santo. É Ele que dá a sabedoria para acolher a Palavra de Deus, entendimento para compreender o mundo em que vivemos. Dá força para enfrentar os desafios e tentações. Transforma nossos gestos em atos
Nas redes
Nos caminhos de Francisco
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de coragem e testemunho. O Espírito não pode ser uma força afastada da pessoa. Quer estar no mais íntimo, ali onde são tomadas as decisões. Mas a vida, tal como as mitocôndrias, deve ser alimentada. Desta forma se pode dizer como São Paulo: “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. O Espírito Santo prometeu que ia recordar-nos tudo o que Jesus ensinou.
“Precisamos de um jornalismo livre, a serviço da verdade, do bem e do justo; um jornalismo que ajude a construir a cultura do encontro”. 3 de maio, no Twitter
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“Também hoje há a necessidade de evangelizadores apaixonados e criativos, para que o Evangelho alcance aqueles que ainda não o conhecem e possa irrigar novamente as terras onde as antigas raízes cristãs secaram”.
@pontifex_pt @franciscus
8 de maio, na Audiência Geral
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“Se vivemos como filhos de Deus e nos deixamos guiar pelo Espírito Santo, fazemos o bem também à criação”.
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9 de maio, no Twitter
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“Peçamos hoje a graça da docilidade à voz do Senhor e do coração aberto ao Senhor; a graça de não nos assustarmos em fazer coisas grandes, e a delicadeza de cuidar das coisas pequenas”. 10 de maio, na Missa na Casa de Santa Marta
Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99673-1266
Assessoria de Comunicação
O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.
Coral de Azambuja na Festa de Nossa Senhora de Caravaggio, em Brusque
Bispos catarinenses elegem a nova presidência do Regional Sul 4
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Paróquia de Biguaçu recebe visita da imagem e relíquia de São Camilo de Lellis
Vídeo do Papa: A Igreja na África, fermento de unidade
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“Permaneçamos unidos ao Senhor Jesus mediante a escuta da Palavra, dos sacramentos, da vida fraterna e do serviço aos outros”. 19 de maio, no Twitter
DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Mateus Peixer e Sedemir de Melo. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben
DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br
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#compartilha Terceiro Simpósio Canônico abordou sobre a gestão dos bens eclesiásticos Foto: Everton Marcelino
Retalhos do Cotidiano Professor Carlos Martendal
Sagrado Coração 1
Desde antes de todos os séculos, Deus se ocupava de mim e agora, como que ansioso, me aguarda para o abraço terno e eterno. Ele se alegra em me servir, Ele se ocupa de mim como se não houvesse mais ninguém no mundo, e o mesmo faz contigo: que amor tão grande!
Sagrado Coração 2
Jesus quer ficar ao teu lado, ao meu lado, sempre e em qualquer situação, para que tu e eu possamos ficar ao lado d’Ele, porque é próprio do amor não ir embora...
Sagrado Coração 3
Com o tema “A gestão dos bens eclesiásticos à luz do Acordo Brasil - Santa Sé: desafios e perspectivas”, ocorreu nos dias 7 e 8 de maio, o III Simpósio Canônico, promovido pelo Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina (ISDCSC). Esta terceira edição foi realizada no centro de eventos da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), em Florianópolis. Participaram cerca de 130 pessoas, entre clérigos, religiosos e leigos, entre eles, advogados, contadores, administradores, provenientes de 13 Estados. Na abertura, o Vigário Geral, Pe. Vitor G. Feller, falando em nome de Dom Wilson Tadeu Jönck, deu as boas-vindas aos participantes e citou a relevância do evento para um melhor entendimento e administração dos bens eclesiásticos. Na manhã do primeiro dia, o Doutor em Direito Canônico pela Universidade Gregoriana de Roma, Cônego Dr. Abílio Soares de Vasconcelos, falou sobre a gestão canônica dos bens eclesiásticos: desafios e perspectivas. “Com relação à responsabilidade da Igreja diante do Estado no âmbito administrativo é preciso levar as pessoas tanto ao conhecimento das leis canônicas quanto das leis civis”, disse o Cônego. No período da tarde foi a vez de o Especialista em resolução de conflitos pela
Corte Catarinense de Mediação e Arbitragem, o Contador e Consultor Tadeu Pedro Vieira, discorrer sobre a contabilidade das instituições eclesiásticas no âmbito do Terceiro Setor: informação, prevenção e transparência. O segundo dia do Simpósio iniciou com a contadora e professora Zenaide Carvalho, uma das maiores especialistas no Brasil em eSocial, que falou sobre as instituições eclesiásticas e as obrigações decorrentes do eSocial. À tarde, foram tratados temas seletos do Acordo Brasil – Santa Sé: desafios, perspectivas e questões práticas, expostos pelo Dr. Ricardo R. Monello e pela Dra. Maria Esther P. M. Reis. Para o Pe. Dr. Tarcísio Pedro Vieira, Diretor do ISDCSC, o III Simpósio Canônico favoreceu, de modo privilegiado, o estudo de um tema sempre atual e com grandes desafios, que exigem da Igreja no seu todo uma nova postura, a saber, a gestão dos bens eclesiásticos. A Igreja diante do Estado, e tenha-se presente o Acordo entre Brasil e Santa Sé, enquanto Organização Religiosa e configurada como Pessoa Jurídica pertencente ao Terceiro Setor, deverá estar atenta às obrigações exigidas pela legislação e realizar com competência e responsabilidade sua missão evangelizadora. Aliás, Pe. Tarcísio recorda que “administrar bem também é evangelizar”. Foto: Everton Marcelino
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade. Por que não nos deixamos aquecer por esse Coração que nos ama tanto? Por que fugimos desse refúgio seguro, porto nas tempestades, abraço nos exílios, muito mais terno que a melhor das mães?
Sagrado Coração 4
Como é pouco amado esse Coração que tanto nos ama, como continuamos a flagelá-lo com nossos pecados, como continuamos a crucificá-lo com nossas omissões! Por quê?
Amor
Sem amor, só o vazio nos habita, só a solidão se faz companheira, só a tristeza vem morar em nosso coração.
Doação
Hoje, apenas hoje, vou esforçar-me e doar meu coração para renovar o de alguém.
Famílias se reúnem em São José Foto: PASCOM Campinas
Várias pastorais, grupos e movimentos da Arquidiocese marcaram presença na sétima edição do Festival da Família, que aconteceu no dia 5 de maio, no Centro de Atenção à Terceira Idade (CATI), na Beira Mar de São José. Promovido pela Comissão Arquidiocesana para a Vida e Família (CAVF), teve como objetivo celebrar o Dia Internacional das Famílias. O evento iniciou com a missa
presidida pelo Bispo Auxiliar Emérito de Florianópolis, Dom Vito Schlickmann, concelebrada por diversos padres, com a presença de vários diáconos. A animação ficou com o Ministério de Música dos Coroinhas Anjos de Deus, da Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José. Após a missa, as famílias realizaram piquenique e também puderam prestigiar algumas atrações culturais.
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#compartilha
Festa de Santa Paulina acolherá devotos de todo país acompanhada, nos nove dias que antecedem a festa, pelo canal do YouTube do Santuário. O Santuário Santa Paulina, desde a beatificação, em 1991, organiza anualmente o evento, que tem o objetivo de reunir em oração e ação de graças os devotos de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Este ano, a festa destaca o serviço da vida, ao estilo de Santa Paulina. O tema será “Com Santa Paulina, saiamos depressa ao serviço da vida” e terá como lema “Servir-vos, minha querida mãe”. A programação da festa, no dia 14, começa às 5h, com a queima de fogos de artifício, seguida de missa solene, às 6h, com transmissão pela TV Aparecida. A partir das 9h15 uma procissão com a imagem da Santa sairá da frente da Capela Nossa Senhora de Lourdes e seguirá até o Santuário. A
Foto: Santuário Sta. Paulina
São esperados mais de 20 mil devotos e peregrinos que vêm de várias cidades de Santa Catarina e de diversos estados do Brasil para a 28ª edição da festa de Santa Paulina, que acontece no dia 14 de julho. O diferencial desse ano será o tríduo em preparação e a oração da novena, que poderá ser
Participe do encontro de Canto Litúrgico-Pastoral! No dia 22 de junho, o Setor de Música e Canto Litúrgico da Arquidiocese promove o Encontro de Canto Litúrgico-Pastoral sobre o tema “Sacramentos”. Será na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Coqueiros, na capital, das 8h às 17h, e incluirá o estudo litúrgico, espiritual, teológico e litúrgico-musical sobre alguns sacramentos da Igreja, entre eles: Batismo, Primeira Eucaristia, Crisma e Matrimônio. Em paralelo com a assessoria, serão realizados ensaios de cantos litúrgicos que contemplam o tema do encontro. O valor da inscrição será de R$40,00 e inclui: assessoria; caderno de partituras, letras e cifras; um CD das músicas e coffee break de manhã e à tarde. O pagamento será realizado no momento do credenciamento (somente em dinheiro). O almoço não está incluso nesse valor e fica a cargo de cada participante. Inscrições online: http://bit.ly/encontrosacramentos
Movimento de Irmãos: rumo ao Jubileu de Ouro No dia 29 de junho, a Paróquia Santíssimo Sacramento, em Itajaí, acolhe a abertura do Jubileu de Ouro do Movimento de Irmãos, que em 2020 completará 50 anos de fundação. São esperados 1,2 mil pessoas no evento. O Movimento de Irmãos está presente em 41 paróquias da Arquidiocese. Confira a programação: 6h: Liturgia das Horas seguida de Adoração ao Santíssimo Sacramento, na Capela Guadalupe; 12h: Hora do “Angelus”, na Igreja; 20h: Vigília luminosa com a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, concentração na praça da Igreja; 21h: Missa em Ação de Graças; 22h: Jantar festivo, no Clube Náutico Almirante Barroso. Após o encontro, a Imagem Jubilar de Nossa de Guadalupe vai percorrer as áreas e paróquias em que o movimento está inserido. A peregrinação se encerra em 2020, na celebração do jubileu, no Santuário de Santa Paulina, em Nova Trento. Foto: Movimento de Irmãos
principal missa será realizada às 9h45, com cobertura pela TV Século 21. Após a celebração, ocorre o almoço festivo no restaurante do Santuário. Outras três missas solenes estão programadas: às 12h, 14h e 16h. Já no Centro Comercial do Santuário, haverá programação cultural e artística, das 11h às 17h. O tríduo será realizado nos dias 10, 11 e 12 de julho, às 19h30. Cada dia destacará alguma virtude da Santa. No dia 10, o tema será “Santa Paulina e o zelo pela Igreja”. No dia 11, “Santa Paulina, missão de tornar Jesus conhecido e amado”, com bênção aos educadores, catequistas e representantes pastorais. E na sexta-feira, 12, o tema será “O cuidado de Santa Paulina com os doentes e necessitados”, com bênção especial da saúde e dos medicamentos. A programação completa está disponível no site www.santuariosantapaulina.org.br. Por Guilherme Melim Comunicação e Marketing Santuário de Sta. Paulina
Renovação Carismática promove o Cenáculo de Pentecostes No dia 16 de junho, a Renovação Carismática Católica (RCC) realiza o Cenáculo de Pentecostes com o tema “Unidos de coração vivemos um novo Pentecostes” (At 2,1-4). O encontro inicia às 8h, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos. A entrada é gratuita e aberta ao público. A programação do evento consta de orações, pregações, apresentações teatrais, musicais e missa. “Estamos organizando tudo com muito carinho e oração. Aguardamos que as pessoas venham celebrar esta data conosco”, ressalta Thaís Furquim, presidente do Conselho Arquidiocesano da RCC. Este ano será um Cenáculo Jubilar, já que em 2019 a RCC completa 50 anos de existência no Brasil. Foi em 1969 que o movimento chegou ao país, por meio do padre jesuíta, Haroldo Joseph Rahm. Imagem: RCC
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nossa fé
Comunidades Eclesiais Missionárias
A previdência em reforma
Padre Vitor Galdino Feller
Fernando Anísio Batista Foto: GBF
A CNBB acaba de publicar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – 20192023. A grande proposta de evangelização para os próximos anos concentra-se na criação ou fortalecimento de comunidades eclesiais missionárias. Como Jesus e os primeiros discípulos evangelizavam nas casas, em pequenas comunidades, propõe-se que também hoje se viva a comunhão e a missão em comunidades eclesiais missionárias. Casa da comunidade “A casa permitiu que o cristianismo primitivo se organizasse em comunidades pequenas, com poucas pessoas, que se conheciam e compartilhavam a refeição cotidiana” (DGAEIB 2019-2023, n. 80). Era nas casas que se vivia a fidelidade ao ensinamento dos apóstolos, a partilha do pão eucarístico,
o serviço da caridade fraterna, o cuidado com os necessitados, o compromisso com a justiça, o anúncio do Reino de Deus. A imagem da casa expressa o grande objetivo da evangelização em nosso país, tão marcado pela cultura urbana do individualismo, do mercantilismo religioso, do pluralismo ético e cultural. Igreja nas casas Quanto mais pudermos formar pequenas comunidades eclesiais missionárias, mais estaremos chegando na realidade existencial de nosso povo e alcançando mais pessoas para o Reino de Cristo. Essas pequenas comunidades, no modelo de Igreja nas casas, podem se formar “em ruas, condomínios, aglomerados, edifícios, unidades habitacionais, bairros populares, povoados, aldeias e grupos por afinidades” (n. 84). Nelas se vive a comunhão,
Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br
com forte impulso para a missão. A experiência do amor de Deus e do encontro com Cristo vivo é uma graça que não pode ficar restrita aos nossos ambientes. É preciso levá-la adiante! Os pilares da casa Cada comunidade eclesial missionária sustenta-se em quatro pilares: a) o pilar da Palavra, para incentivar a iniciação à vida cristã, a leitura orante da Bíblia e a animação bíblica de toda ação pastoral; b) o pilar do pão, para alimentar a liturgia, a vivência sacramental, a oração e a espiritualidade cristã; c) o pilar da caridade, para impulsionar o serviço dos mais pobres, a promoção e defesa da vida em todas as situações, a dimensão profética e samaritana da prática evangélica; d) o pilar da missão, para garantir que todos os fiéis estejam em estado permanente de “saída” missionária.
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Neste primeiro semestre de seguridade social, sobretudo, 2019, o tema da reforma da pre- nos desempregados e nas gevidência (PEC 06/2019) ocupou rações mais jovens. o centro do debate político do Os cortes dos privilégios Brasil. Não é para menos, essa também precisam ficar mais reforma, assim como a traba- claros, principalmente quais lhista (lei 13.467/2017) atinge são esses privilégios e qual diretamente todas as classes a quota de sacrifício que será sociais, mas principalmente os dado por cada categoria profistrabalhadores. sional. Em sua nota divulgada em Por fim, a CNBB conclamarço de 2019, a CNBB rea- ma para a participação dos firma que o sistetrabalhadores na ma da previdência discussão da reforsocial possui uma ma. É fundamental “A trabalhista intrínseca matriz (lei 13.467/2017) favorecer o debate ética. “Ele é criae a discussão na também atinge do para a proteção sociedade sobre social de pessoas diretamente todas suas principais que, por vários moti- as classes sociais, alterações, consivos, ficam expostas mas principalmente derando sempre a à vulnerabilidade os trabalhadores” dignidade dos trasocial (idade, enferbalhadores e sua midade, acidentes, justa e digna apomaternidade...) particularmente sentadoria, especialmente dos os mais pobres. Nenhuma solu- que se encontram mais fragilição para equilibrar um possível zados. Reconhecer a necessidéficit pode prescindir de valo- dade de avaliar o sistema não res ético-sociais e solidários. permite desistir da lógica da A CNBB alerta para as solidariedade e da proteção mudanças contidas na PEC social através da capitalização, 06/2019 que podem sacrificar como propõe a PEC 06/2019. os mais pobres, penalizar as Também não é ético desconstimulheres e trabalhadores rurais, tucionalizar regras da Previdênpunir as pessoas com deficiên- cia, inseridas na Constituição cia e gerar desânimo quanto à de 1988. Foto: Gustavo Roth/Folha Imagem/Dedoc
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oração
Sacerdotes: testemunhas de alegria, fé e santidade No dia 28 de junho, na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes
Como o senhor vive a busca da santidade no ministério sacerdotal?
não dorme e não posso abrir-lhe brechas. Neste sentido, louvo a Deus por conseguir receber com mais frequência a Reconciliação Sacramental e a direção espiritual. É o Senhor com a sua graça que me mantem de pé, sem ele não sou nada. Qual é a importância de o fiel rezar pela santificação dos sacerdotes? Se todo o povo de Deus passa por provas, enfrenta grandes tentações, quanto mais aqueles que foram chamados a estar à frente do rebanho do Senhor! Se hoje temos sacerdotes de pé é porque há uma multidão de fiéis de joelhos. Deus tem sido imensamente misericordioso comigo. Tenho a alegria de frequentemente encontrar fiéis que partilham, que oram, que oferecem penitências e sacrifícios por nós, sacerdotes. Eu, assim como os meus irmãos sacerdotes, sentimos a força da oração da Igreja. Sempre que tenho oportunidade, peço aos fiéis que orem por nós, pois necessitamos muito da intercessão de todos. Sei que Deus há de recompensá-los abundantemente por tamanha generosidade.
Como o senhor vive a busca da santidade no ministério sacerdotal?
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Pe. Vicente de Paula Neto, scj 49 anos Presidente da Comunidade Bethânia São João Batista
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A santidade é amar! No dia a dia, no ministério que a Igreja me confiou, procuro viver isso. O amor do Senhor Jesus é livre (Jo 10,18), total (Jo 10,15; Gl 2,20), fiel (Jo 13,1) e fecundo (Jo 10,10). Amar assim é um desafio constante, mas com o auxílio da graça divina é possível. Padre Antônio Vieira dizia: “Há homens que são como as velas; sacrificam-se, queimando-se, para dar luz aos outros”. Amar uma pessoa é querer que ela um dia esteja no céu com Deus. Que graça o Senhor me conceda cooperar na redenção da humanidade! Minha entrega cotidiana é amparada e sustentada pelas seguintes práticas: a Liturgia das Horas, o terço, a meditação da Palavra de Deus, a celebração da missa, a Adoração Eucarística, as obras de caridade e de misericórdia, penitências, mortificações, devoções particulares. Como várias atribuições pastorais me foram confiadas, preciso constantemente estar atento e vigilante para não perder o estado de graça, pois o inimigo
peciais, para o sacerdócio e para a vida consagrada” - Papa emérito Bento XVI. Por isso, no dia 28 de junho, na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, convocado pelo Santo Padre através da Congregação para o Clero. O Jornal da Arquidiocese conversou com três padres e perguntou sobre a vida de santidade e a força da intercessão. Confira.
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fiéis por seus pastores se torna indispensável, pois faz a Igreja crescer em unidade e santidade. Sem a oração e a intercessão dos fiéis, a missão do sacerdote fica mais difícil, principalmente nos tempos atuais, que apresentam diversos desafios para a vivência da fé. “A oração constante e profunda faz crescer a fé da comunidade cristã, na certeza sempre renovada de que Deus nunca abandona o seu povo e que o sustenta suscitando vocações es-
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O ministério sacerdotal é um serviço indispensável para a Igreja e para o mundo e pede dos sacerdotes fidelidade a Cristo e constante união com ele. O sacerdote deve ser testemunha da vida que brota do Ressuscitado. Ele precisa viver a santidade, sobretudo, na tarefa de ser missionário para transmitir a fé, para que esta seja acolhida com alegria pelos fiéis. Porém, sem a graça é impossível ao homem ser santo. E é nesse sentido que a oração dos
O ser padre possibilita algo realmente maravilhoso que se torna basilar em uma busca sincera de santidade: a centralidade da Eucaristia no coração e na vida. No ministério sacerdotal, o que é de todo cristão católico, nele se potencializa. Vou dizer o óbvio: a Eucaristia é o centro da vida do padre. Da Eucaristia tudo parte, e para ela tudo converge. A vivência eucarística nos proporciona uma dimensão de profunda sacralidade para com o criado. Tocar o sagrado, o ‘santo dos santos’, ‘o três vezes santo’, todos os dias, mexe e remexe profundamente nossa existência. É a realização máxima daquilo que é ensinado pela Mãe Igreja, quando diz que a comunhão eucarística vai nos eucaristizando. O ministério sacerdotal nos coloca no coração deste mistério, e nele nos envolve completamente. Nada somos sem Jesus Eucarístico, e nos sentimos cada dia mais cheios dele, na medida em que emprestamos nossos gestos, nossas palavras, nosso coração, para
Padre Pedro Paulo Alexandre 33 anos Pároco da Paróquia São Sebastião Anitápolis
que o Cristo Ressuscitado no milagre da Eucaristia atue no hoje da história. Poder e querer ser ‘outro Cristo’, para melhor servir, adquire sua máxima intencionalidade na celebração da Eucaristia. Humildemente agradeço a Deus por tão grande graça. Posso afirmar com Paulo: ‘pela graça de Deus sou o que sou…’ (1Cor 15,10). Qual é a importância de o fiel rezar pela santificação dos sacerdotes? Na minha infância cresci vendo os padres dehonianos insistirem, nas adorações eucarísticas e nas missas, que vocação sacerdotal é uma resposta a uma comunidade que reza e pede mais operários para a messe. Ninguém fica padre sozinho. O padre é a somatória da oração de muitos. Nas horas difíceis da caminhada vocacional, nas tentações, nas adversidades, estas orações são força e sustento. Não me canso de repetir aos que se aproximam que rezem por nós, pois precisamos muito. Vocação é resposta a uma comunidade orante. Rezem pelas vocações!
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oração Como o senhor vive a busca da santidade no ministério sacerdotal?
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O padre está sempre em contato com os sacramentos, que são fontes de santificação. Toda vez que batizo uma pessoa, tenho essa consciência de que estou ajudando mais uma pessoa a entrar no caminho da santidade. Com uma semana de vida fui batizado. Aos sete anos tive a graça de me confessar pela primeira vez. Depois daquela confissão, percebi que estava diferente. Meu pai estava na igreja, ele me viu sair da confissão e me perguntou: ‘Porque você está tão alegre?’. Ele percebeu uma mudança ali. Assim, toda confissão que faço como penitente ou pecador, sinto que fico diferente. Fico mais animado a buscar o caminho da perfeição, apesar das dificuldades e fraquezas. Em todos os sacramentos que tenho celebrado, a Eucaristia mais do que os demais, torna-me um pouco melhor do que era até então. Também tem a Palavra de Deus, com a qual o padre sempre vive em contato. Ele transmite a palavra ao povo. A Pala-
vra de Deus faz esse trabalho de aperfeiçoamento; naturalmente é preciso querer aprender e aprender para viver. A oração também é importante, ela nos leva para muito perto do Pai e a mergulhar na santidade de Deus. Qual é a importância de o fiel rezar pela santificação dos sacerdotes? O padre é um homem, sendo um ser humano, ele é um pecador. É frágil e tem dificuldades, ele não é defendido por uma redoma de vidro, mas pela graça de Deus. Mas é preciso que ele queira e esteja em contato permanente com Deus. Nós padres também sofremos as dificuldades que o povo sofre. As tentações, as fraquezas... Por isso que temos de rezar muito e contamos com a oração do povo de Deus. A oração atrai a graça e a graça de Deus nos protege, nos anima, nos encoraja e nos defende, assim como minha oração pelo povo faz também esse trabalho.
Padre Pedro Adolino Martendal 79 anos Vigário da Catedral Metropolitana Florianópolis
É preciso pedir a Deus sacerdotes santos! É a missão do cristão leigo rezar por eles para que sejam santos, deem testemunho da alegria de ser católico e de viver da fé. Leia os depoimentos de alguns leigos que colocam os sacerdotes nas orações.
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Jéssica da Silva Kreusch 21 anos Paróquia Sagrado Coração de Jesus Leoberto Leal
Flávio de Souza 38 anos Paróquia Imaculada Conceição Angelina
Comecei a rezar pelos sacerdotes principalmente depois que descobri o Cristo na pessoa do sacerdote. É através dele que Cristo vem ao mundo e que Deus perdoa os nossos pecados. O sacerdote age in persona Christi - na pessoa de Cristo, e exerce ofícios divinos que a ele foram confiados. Por isso, creio que os sacerdotes são muito tentados pelo inimigo e precisam muito das nossas orações. Penso que a Igreja precisa de sacerdotes santos, o povo de Deus está sedento e os sacerdotes são os escolhidos para a belíssima missão de levar almas para o céu. Em contrapartida, os padres precisam muito das nossas orações, porque só a graça de Deus pode sustentá-los na missão a eles confiada.
Rezo pelos sacerdotes, que são os nossos melhores conselheiros. Se não fossem eles, quem nos iria trazer a Eucaristia? O perdão, no Sacramento da Reconciliação? Rezo por eles no terço. Segundo os mistérios, nas passagens bíblicas, faço a intenção de acordo com o que leio. O que nossa mãe Maria nos pediu em Caná da Galiléia quando faltou vinho na festa de casamento? Ela disse: ‘Façam tudo o que ele vos disser’. Atualizando a mensagem da Palavra para nossos dias, quando nossa Mãe pede para fazerem o que Jesus mandar, é a mesa coisa que nós ouvíssemos os sacerdotes. Peço por eles nas missas e também na Liturgia das Horas.
Marlene Nunes 67 anos Paróquia Sant’ Ana Canelinha Rezo pelos sacerdotes para que sejam abençoados na missão de anunciar o Evangelho, os quais se dedicam ao serviço do próximo e à expansão da igreja. Peço a Deus pela santificação de cada um, para que sintam-se amparados, protegidos, alicerçados pela fé e pelo amor de Jesus. Peço que o Espírito Santo os conduza a viver o amor, a alegria de servir e o seu ministério. Através da oração do terço, do oferecimento diário da oração pelas vocações, na adoração ao Santíssimo Sacramento, nas missas e na minha oração diária, sempre rezo pelos sacerdotes, para que sejam fortalecidos através do amor de Jesus.
E você? Já rezou pelos padres hoje?
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bíblia Lectio Divina
Corpus Christi: a fé em Jesus eucarístico Foto: Divulgação
“Eu sou o Pão Vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá eternamente, e o pão que deverei dar pela vida do mundo é a minha carne (...). Aquele que come a minha carne e bebe meu sangue permanece em mim, e Eu nele” (João 6,51-58). A solenidade de Corpus Christi é celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após a Oitava de Pentecostes e, segundo estudos, o marco de sua instituição é um decreto escrito por Papa Urbano IV - a bula Transiturus de hoc mundo, publicada em 11 de agosto de 1264. Ele havia presenciado fatos espirituais como a visão de Santa Juliana de Liège (religiosa agostiniana belga) e um milagre ocorrido na cidade de Bolsena, na Itália, que veio firmar a fé vacilante de um sacerdote. Após o decreto,
Padre Paulo Stippe Schmitt
Papa Urbano pediu a Santo Tomás de Aquino para compor o ofício e partes da missa para esta solenidade, sendo ele o grande músico da Eucaristia, inspiração para os músicos da Igreja até hoje! Esta data é, portanto, um dia para que celebremos esse mistério, mas também nos penitenciarmos por nossa pouca fé e zelo pela sagrada Eucaristia. É muito mais que ornar belos tapetes que fazem memória ao dia da entrada de Jesus em Jerusalém e ao dia em que Jesus pediu que repetíssemos o seu partir do pão: “Enquanto comiam, Jesus pegou um pão, deu graças, quebrou-o, e o deu aos seus discípulos, recomendando: Tomai, comei; isto é o meu corpo” (Mateus 26,26-28). É, de fato, uma grande oportunidade para meditarmos e crermos de verdade nesse mistério. O próprio São Paulo nos diz tão claramente que a Eucaristia é verdadeiramente o corpo e sangue de Cristo: “Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é a comunhão do sangue de Cristo? Acaso o pão que partimos não é nossa participação no corpo de Cristo?” (1 Coríntios 10,16). É preciso perceber que ao comungarmos, nos tornamos sacrários vivos para tocar o mundo tendo o próprio Jesus dentro de nós, ele que é o verdadeiro alimento capaz de nutrir a fé e a esperança não apenas nossa, mas de quem estiver a nossa volta. É receber o Amor que não se cansa de querer habitar em nós. Por Simone Medeiros Cantora e compositora missionária em aliança da Comunidade Católica Divino Oleiro
ta-se em louvor a Deus, exaltando sua misericórdia. A missão do menino será grande, pelo que celebramos também a festa de seu nascimento com muita alegria.
Oratio (oração) - Rezar a música Eu sou a voz, Cristo a Palavra. Voz passageira, Palavra eterna. Voz que se faz ouvir apenas para levar o Deus Palavra aos corações e preparar o caminho do Senhor.
Contemplatio (contemplação) Lectio (leitura) – Lc 1, 76-79 E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, anunciando ao seu povo a salvação, que está na remissão dos seus pecados. Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz.
Meditatio (meditação) Nasce São João Batista, filho dos já idosos Zacarias e Isabel. O primo de Jesus vem para preparar os caminhos do Sol que nasce do alto e que nos visitará. A boca de Zacarias – emudecido por não ter crido no anúncio do anjo quanto ao nascimento do menino – sol-
João era a voz, mas o Senhor era a Palavra desde o prin¬cípio. João era uma voz passageira; Cristo era desde o princípio a Palavra eterna. [...] Quando lhe perguntaram: Então, quem és? Respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor. Voz do que clama no deserto, voz de quem quebra o silêncio. Preparai o caminho do Senhor, como se dissesse: Sou a voz que se faz ouvir apenas para introduzir a Palavra no vosso coração (De uma homilia de Santo Agostinho).
Missio (missão) Também eu anunciarei Jesus, como voz que anuncia a Palavra eterna e como quem prepara seus caminhos neste mundo. A missão do precursor João Batista é também a minha, como seguidor de Jesus.
Conhecendo as cartas de São Paulo Padre Gilson Meurer
Gálatas: a magna carta da liberdade cristã (3) Vimos na edição passada que pela fé em Jesus e pela associação a Ele através do batismo, obtêm-se as promessas de Deus, a salvação e a vida eterna. São Paulo desvinculou a necessidade dos pagãos (não-judeus) de se converterem à Lei mosaica, ao culto e aos hábitos alimentares dos judeus como “necessário” para a salvação. Pois somos salvos pela fé em Jesus Cristo, e não pela Lei. Fomos libertados dos jugos doutrinários da Lei para viver a “liberdade” dos filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. Contudo, isso não deveria significar que qualquer estilo de vida fosse possível ao novo modo de viver dos cristãos. De fato, sendo o amor a marca essencial do
agir cristão, somos libertados para agir no amor. A fé não é vazia de obras concretas, mas “a fé opera pela caridade” (5,1-6). Liberdade é crescimento no amor, manifestado expressamente na generosidade, caridade, empenho de justiça. Quem diz “eu faço o que eu gosto, o que eu quero, o que eu tenho vontade”, pautando-se no egocentrismo, não é livre, mas escravo de suas paixões. Foi para a liberdade, e não para a libertinagem, que fomos libertados por Cristo: “Vós fostes chamados à liberdade, irmãos. Entretanto, que a liberdade não sirva de pretexto para a carne, mas, pela caridade, colocai-vos a serviço uns dos outros” (5,13). A “carne”, aqui, indica, a situação
humana pecadora, que produz rixas, discórdias, divisões..., e o “espírito” indica a situação humana redimida, que produz amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio (5,13-24). Desenvolvendo ainda os frutos do amor, ele se manifesta pela correção fraterna em espírito de mansidão; pelo zelo em carregar o fardo uns dos outros; pela partilha dos bens materiais (5,25–6,6). No epílogo (6,11-18), São Paulo assina a carta “de próprio punho”. Reitera a falsidade de quem quer impor jugos pesados, mas nem mesmo os suportam; reapresenta sua total dedicação a Cristo, pelo qual se tornou uma nova criatura.
Você também pode conferir este artigo e os demais no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.
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Jornal da Arquidiocese, junho de 2019
#paróquias A Paróquia São José, em Botuverá, é constituída por dez comunidades. A Igreja Matriz foi inaugurada em 1912 e fica localizada no centro do município. Para saber os dias e os horários das missas, ligue para: (47) 3359-1142. Você também pode mandar um WhatsApp para (47) 98498-9500. Conheça as redes sociais da paróquia: facebook.com/ paroquiasjbotuvera ou instagram.com/ paroquiasaojose79.
Foto: Paróquia São José
Foto: Paróquia Santa Catarina
A Paróquia Santa Catarina, em Brusque, é constituída por oito comunidades. A Igreja Matriz foi inaugurada em 1969 e fica localizada no bairro Dom Joaquim. Para saber os dias e os horários das missas, ligue para: (47) 3351-0765 ou acesse: www.paroquiasantacatarina.com.
Foto: Divulgação
Foto: Apostolado da Oração
O pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus do Aflitos, Pe. Antônio Luiz Schmitt, celebrou no dia 16 de maio a missa que abre oficialmente a safra da tainha em Porto Belo. O presbítero também abençoou os pecadores e as embarcações que trabalharão na pesca nas próximas semanas.
No dia 19 de maio, a Paróquia Sant’Ana recebeu a Jornada Espiritual do Apostolado da Oração da Forania de São José. O encontro contou com aproximadamente 300 pessoas e a presença do Ícone Jubilar do Sagrado Coração de Jesus. Foto: Marcos Célio da Luz
Nos dias 18 e 19 de maio, na Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, em Palhoça, ocorreu a Festa do Divino Espírito Santo. Todas as fotos desta festa você pode ver em facebook.com/paroquiaponte.
Sugestões, notícias e fotos da sua paróquia podem ser enviadas para: imprensa.arquifln@gmail.com.
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Jornal da Arquidiocese, junho de 2019
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migrantes
Arquidiocese e FACASC promovem encontro com legisladores catarinenses ck; o bispo de Caçador e presidente do Regional Sul 4 da CNBB, Dom Severino Clasen; o bispo de Lages, Dom Guilherme Werlang e o bispo de Blumenau, Dom Rafael Biernaski. O arcebispo falou aos participantes que a Igreja, por missão, trabalha no âmbito social e nas questões migratórias. “Dentre tantos temas, a migração é um dos mais urgentes para a atualidade. Apesar de sermos um país formado por migrantes, somos tardios na construção de leis e políticas públicas para as questões migratórias”. Também foi concedida a palavra ao presidente do Regional Sul 4 da CNBB, Dom Severino Clasen, que agradeceu a iniciativa e disse que sem parcerias não se constrói nada. “Nós, Igreja e Estado, precisamos formar juntos um grande mutirão de acolhimento para aqueles que vem e, com dignidade, querem permanecer no meio de nós”, disse. No intuito de dinamizar a reflexão no encontro foi Foto: Joel Schvambach
Para discutir migração e políticas públicas, a Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), em parceria com a Arquidiocese de Florianópolis, promoveu no 20 de maio, um encontro com senadores, deputados federais e estaduais catarinenses. O evento, realizado no auditório da FACASC, contou com a presença de diversos parlamentares, representantes do governo do Estado e de entidades públicas e civis. Também estiveram presentes no encontro o Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jön-
Migração e Políticas Públicas O Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) promove, de 16 a 23 de junho, a 34ª Semana do Migrante, que tem como tema “Migração e Políticas Públicas” e o lema “Acolher, proteger, promover, integrar e celebrar. A luta é todo o dia”. Como faz há 34 anos, a Semana do Migrante dá continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade, que este ano debateu o tema “Fraternidade e Políticas Públicas”, porém, no sentido da migração no país. Migrar é um direito humano. Por isso são necessárias políticas públicas coerentes que garantam o direito de toda pessoa, seja qual for a origem e o destino. Ao convite do Papa Francisco, a sociedade é chamada a acolher, proteger, promover e integrar o migrante. Na América do Sul, o Brasil está na terceira posição como o país que mais recebe imigrantes. Em Santa Catarina, o primeiro Centro de Referência de Atendimento ao Imigrante (CRAI), que funciona através de um convênio firmado com a Ação Social Arquidiocesana (ASA) e a Secretaria de Esta-
do da Assistência Social, Trabalho e Habitação, atendeu em um ano de funcionamento, mais de cinco mil pessoas, de 57 nacionalidades, realizando 8.174 procedimentos. Confira a programação da Semana Nacional do Migrante na Arquidiocese: 05, 06, 07/06: Capacitação da ONU e Ministério Público Federal em Florianópolis 25/06: Feira dos Migrantes no Largo da Catedral durante todo dia 25/06: Caminhada em prol dos migrantes promovida pela Cáritas SC. Saída do CRAI até a Catedral 29/06: Pedal humanitário (de manhã). Saída da Beira Mar até o Parque de Coqueiros 29/06, às 16h: Cine debate no Capitão Gourmet sobre América Latina 30/06, às 10h: Missa em espanhol seguida de uma confraternização na Paróquia Santa Terezinha 7, 14, 28/06, às 19h: Cine Paredão na UFSC com a temática “Migração e Refúgio”
proposta uma mesa redonda com a participação do coordenador estadual da Pastoral do Migrante, Pe. Marcos Bubniak; da especialista em questões migratórias, doutora Dalila Maria Pedrini e o imigrante haitiano, há sete anos no Brasil, Jean Samuel Rosier. A doutora Dalila Pedrini ressaltou a importância e urgência da criação de uma lei estadual que institua uma política pública para que a população migrante possa garantir o acesso a direitos fundamentais, aos direitos sociais e aos serviços públicos. “Santa Catarina é uma colcha de retalhos culturais de diversidade em raças e etnias. Somos todos imigrantes. Se faz necessária a implementação de uma lei que possa garantir o respeito à diversidade, à interculturalidade e, ao mesmo tempo, combater a xenofobia, o racismo, a intolerância religiosa entre outros”, declarou. Após as falas da mesa redonda, o encontro foi aberto para partilhas, perguntas e contribuições dos participantes. Por Franklin Machado Comunicação CNBB Regional Sul 4
Imagem: Divulgação
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juventude Cronograma de junho
Sexualidade e namoro: Dom de doação mútua Foto: Divulgação
A sexualidade é constitutiva de todo interpessoais. A sexualidade é mais do ser humano. Mas erroneamente muitas que a satisfação dos próprios desejos, vezes vemos isso como um tabu. E por é uma vida de relações. A sexualidade isso muitos cristãos têm tanta dificulda- ultrapassa a dimensão biológica do ser de em trabalhar esta dimensão na sua humano, está na dimensão da existência vida. total da pessoa. E está na vivência verNa última Exortação Apostólica Pós- dadeira do amor. -sinodal, Christus Vivit, o Papa Francisco Por isso é tão importante que os nosvárias vezes insistiu sobre a sexualidade. sos jovens compreendam o verdadeiro “Os jovens reconhecem que o corpo e a sentido do namoro. O namoro como um sexualidade são essenciais tempo de preparação para para a sua vida e para o o matrimônio, e não somencrescimento da sua identite para ter alguém consigo. “Nossos jovens dade. Mas, num mundo que devem viver um Um namoro que deve ser videstaca excessivamente a namoro de doação, vido na castidade. E para ser sexualidade, é difícil manter vivido na castidade, o namouma boa relação com o pró- de conhecimento ro é um tempo de “educarde si e do outro, -se a si mesmo, desenvolver prio corpo e viver serenamente as relações afetivas” da vivência com o as melhores virtudes, sobre(n. 81). Infelizmente vemos outro, para poder tudo o amor, a paciência, uma inversão de valores ser expressão de a capacidade de diálogo e na sexualidade. Em vez de Deus e do caminho de serviço” (n. 265). Saindo a olharmos como um dom de uma mentalidade de uso de santificação” da outra pessoa, para uma para o outro, ela é usada para interesse egoísta. E “capacidade de se doar esta é uma das grandes chaves para plenamente a uma pessoa, de maneira compreendermos esta temática. A se- exclusiva e generosa (n. 265). xualidade é um dom de si para o outro. Nossos jovens devem viver um naLembramos que fomos criados por Deus moro de doação para o outro, de cocomo seres sexuados. “Ele próprio criou nhecimento de si e do outro, da vivência a sexualidade, que é um presente mara- com o outro, para poder ser expressão vilhoso para as suas criaturas” (n. 261). de Deus e do caminho de santificação. Muitos jovens quando falam de sePor Pe. Ewerton Martins Gerent xualidade lembram de pornografia, Pároco da Paróquia São João Evangelista sexo, masturbação, instintos sexuais. Assessor Eclesiástico do Setor Juventude Não olham para as relações afetivas,
02 a 09/06 | Semana de Oração Pela Unidade Cristã | Paróquias 09/09 | Pentecostes 13/06 | Fórum das Pastorais, Entidades e Ações Sociais Paroquiais | Bethânia 15/06 | Reunião da Comissão das Forças Vivas | Santuário de Fátima 16 a 23/06 | Semana do Migrante 17/06 | Encontro dos Bispos das Metrópoles do Brasil | Morro das Pedras 20/06 | Corpus Christi 22/06 | Encontro Canto Litúrgico-Pastoral | Coqueiros 29/06 | Família: Escola de Amor 2ª Edição | Trindade
Jornada Arquidiocesana da Juventude será no dia 23 deste mês Foto: Arquidiocese de Florianópolis
A edição do ano passado recebeu ótimo público
“Queridos jovens, não sois o futuro, porque é normal dizer os jovens são o futuro, não. São o presente, vocês, jovens, são o agora de Deus. Ele vos convoca e vos chama, nas vossas comunidades e cidades, para irdes à procura dos avós, dos mais velhos; para vos erguerdes de pé e, juntamente com eles, tomar a palavra e realizar o sonho com que o Senhor vos sonhou”. Com estas palavras, na JMJ-Panamá, o Papa Francisco animava os jovens a serem presença viva na Igreja. Como juventude da Arquidiocese, todos são convidados a celebrar a presença dos jovens nas paróquias, movimentos, pastorais, enfim, na Igreja. E, para isto, acon-
tece a Jornada Arquidiocesana da Juventude (JAJ), no domingo, 23 de junho, a partir das 8h, no CEAR, em Governador Celso Ramos. Este quer ser um momento celebrativo de todas as juventudes, com momentos de oração, reflexão, adoração, missa, oficinas, feira vocacional, oportunidade para confissões e encerramento com o show do Ministério de Música Sopro de Vida, de São José. A JAJ é um importante momento, pois os jovens estarão reunidos com o Arcebispo celebrando a fé em Cristo, aquele que vive e é a esperança de todos. Participe junto com seu grupo de jovens, movimento ou paróquia. Mais informações nas mídias da Arquidiocese.
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geral
No mês de maio foram ordenados três diáconos na Arquidiocese Mauro da Costa é diácono permanente em Nova Trento, e Clovis e Willian serão ordenados presbíteros no segundo semestre Foto: Mateus Peixer
vivenciada com intensidade”, explicou Willian. Atualmente, Clovis auxilia na Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, centro de Palhoça, e Willian, na Catedral. Marque na sua agenda No segundo semestre, os dois diáconos serão ordenados presbíteros. No dia 19 de outubro, às 9h, na Paróquia São Luis Gonzaga, em Brusque, ocorre a ordenação de Diác. Willian. Já o Diác. Clóvis se tornará padre no dia 15 de novembro, às 9h, na Paróquia São Joaquim, em Garopaba. Arquidiocese ganha mais um diácono permanente
Diáconos Clovis e William
Com o lema “Servo vosso por amor a Cristo” (2 Cor 4,5), os seminaristas Clovis Martins e Willian Vogel, ambos com 26 anos de idade, foram ordenados diáconos no dia 11 de maio, na Igreja Matriz da Paróquia São João Batista, em São João Batista. Fiéis de diversas partes da Arquidiocese, que acompanharam a trajetória vocacional dos novos diáconos, além de familiares, estiveram presentes. A missa foi presidida pelo Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, e concelebrada por diversos padres. Contou também com a presença de diáconos e dos seminaristas da Arquidiocese. Na homilia, Dom Wilson refletiu sobre a missão do diácono, que é buscar aquilo que Jesus veio fazer no mundo. “Cristo veio e ensinou o Evangelho. A missão do diácono é colocar-se a serviço da Palavra de Deus. Eles vão vivê-la e farão todo o esforço para torná-la conhecida, desejada e acolhida por todos”, afirmou o arcebispo. Após a homilia realizou-se o Rito de Ordenação Diaconal, com a Ladainha de todos os Santos, quando os candidatos se prostraram diante do altar, em total rendição à Deus. Seguiu-se a imposição das mãos, a oração de ordenação dos diáconos e outros ritos específicos, como a promessa de obediência e a entrega dos Evangelhos. “Para mim foi uma grande graça viver esse momento da ordenação. Me senti agraciado pela presença do povo de Deus que fez parte da minha caminhada vocacional e que me ajudou a crescer
e a dar o sim definitivo. Sinto-me feliz por entregar minha vida por Cristo e em favor do povo de Deus, servindo com amor à Igreja,” agradeceu Clovis. “Senti-me muito feliz em ser ordenado diácono da Igreja, quando pude responder o sim definitivo ao chamado que o Senhor me fez. Foi um momento emocionante onde muitos dos que me ajudaram na caminhada até agora estavam lá. ‘Servo vosso, por amor a Cristo’ (2 Cor 4,5) foi o lema da ordenação, o qual procuro viver colocando Cristo como centro de toda a caminhada. Para mim, a celebração foi realizada com muito zelo e, em cada rito,
A Igreja Matriz da Paróquia São Virgílio, em Nova Trento, esteve em festa no dia 12 de maio, quando Mauro Alves da Costa, 56 anos, foi ordenado Diácono Permanente pelo Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. O lema da ordenação foi: “Onde está teu tesouro aí estará também teu coração” (Mt 6,21). “Senti que o chamado de Deus, quando respondido positivamente, é feito por Deus com uma graça, uma força, enfim, uma consolação divina, que causa uma animação espiritual para a ação evangelizadora na Igreja, tanto para dentro como para fora, em saída. Deus seja louvado e glorificado sempre! Assim quero exercer o ministério diaconal”, afirma Diác. Mauro. Foto: Carlos Pedrotti
Diácono Mauro