Jornal da Arquidiocese | nº 251 | Novembro 2018

Page 1

Jornal da

ARQUIDIOCESE

FLORIANÓPOLIS, nº 251

Santa Catarina

Arquidiocese celebra dia da Padroeira | 4

NOVEMBRO DE 2018

Laicato

Participe do Encontro Arquidiocesano | 4

Vocação

Fique por dentro dos encontros vocacionais | 12

Os jovens, a fé e o discernimento vocacional


Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

2

opinião Serviço voluntário

Novembro: mês rico de esperança!

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj Foi programado para São os leigos que constio dia 11 de novembro um tuem a família, o embrião evento conclusivo da ce- de toda a sociedade orgalebração do Ano do Laica- nizada. A formação de fato na Arquidiocese. É mais mílias cristãs, consistentes uma atividade que ressalta e ajustadas, repassam uma a presença ativa e operante contribuição determinanna nossa Igreja. Os leigos te no desenvolvimento das apresentam o rosto da Igre- pessoas e na construção da ja, dão visibilidade à cami- paz na sociedade. nhada da Igreja nas várias Mas o encontro do dia comunidades. 11 de novemOs leigos mabro quer chamar “Queremos, de nifestam a face atenção para da Igreja de mui- alguma forma, re- uma outra pretas formas. Uma alçar o testemunho sença do leigo delas é quando na Igreja: o serde tantos leigos se reúnem para que tornam, com viço voluntário. celebrar o misInspirados na suas atividades, mensagem tério de Cristo. do Expressam a fé mais leve a vida de Evangelho, um muitas pessoas” número expresem Cristo e são alimentados para sivo de cristãos prosseguirem na caminha- dedica-se ao serviço de cada. Talvez não avaliemos o ridade. São milhares àquequanto a sociedade é be- les em nossa Arquidiocese neficiada porque os fiéis se que doam do seu tempo, unem para rezar. das suas capacidades para Outra realidade onde o dar mais qualidade à vida leigo tem papel fundamen- dos outros, sobretudo dos tal é a formação da família. necessitados.

No dia 02 de novembro é celebrada a memória dos mortos. Muitos possuem uma lista de pessoas que passaram pelas suas vidas e já faleceram. O Dia de Finados é o período para rezar por estas pessoas que fizeram parte da história de cada um. A edição deste mês fala nas páginas 6 e 7 sobre o Sínodo dos Bispos 2018, que ocorreu entre os dias 03 e 28 de outubro, no Vaticano, e teve como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O Jornal da Arquidiocese (JA) buscou saber qual é a opinião de alguns jovens daqui sobre este momento histórico da Igreja. A Pastoral do Migrante da Arquidiocese recebeu, no final de julho, o novo coordenador, Pe. Marcos Mario Bubniak. Após 40 dias de trabalho na Igreja arquidiocesana, o presbítero foi convidado pelo Presidente da CNBB Regional Sul 4 para ser também coordenador regional da mesma pastoral. Leia a entrevista com ele e veja os projetos que pretende desenvolver para a pastoral. Com o objetivo de celebrar a vocação e a missão dos cristãos leigos, “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14), a Arquidiocese promove, no dia 11 de novembro, o Encontro Arquidiocesano do Laicato, em Governador Celso Ramos. Mais informações na página 04. A contracapa, página 12, apresenta o trabalho desenvolvido pela Pastoral Vocacional. São momentos de oração, programas de rádio, formação, reuniões por forania, pregações e diversas atividades que buscam semear a cultura vocacional nas paróquias, pastorais e movimentos.

Nas redes

Nos caminhos de Francisco

1

No fechamento do Ano Nacional do Laicato queremos, de alguma forma, realçar o testemunho de tantos leigos que tornam, com suas atividades, mais leve a vida de muitas pessoas. Temos certeza que o serviço de caridade transforma a face das comunidades e da sociedade. É uma das mais belas imagens da Igreja católica.

“A santa inquietude pelo Evangelho é a única inquietude que dá paz”. 02 de outubro, no Twitter

2

“Mas como pode ser terapêutico, civil ou simplesmente humano um ato que suprime a vida inocente e inerme no seu germinar? É justo tirar uma vida humana para resolver um problema? É justo alugar um assassino para resolver um problema”? 10 de outubro, no Audiência Geral

3

“Guardemo-nos do risco de sermos atores mais que testemunhas. Somos chamados a ser memória viva do Senhor”.

13 de outubro, no Twitter

4

@pontifex_pt @franciscus

6

“Acolhamos o Evangelho como um chamado à conversão, para testemunhar com coragem e generosidade uma Igreja que se inclina aos pés dos últimos, para servir-lhes com amor e simplicidade”.

21 de outubro, no Angelus

5

“Eu disse que eles tinham deixado a pele no documento preparatório, agora eu digo que eles deixaram os ossos”.

Encontro Estadual do Terço dos Homens, no Santuário Santa Paulina

Nossa Senhora Aparecida, interceda pelo nosso País!

facebook.com/arquifloripa

instagram.com/arquifloripa

Pastoral do Migrante recebe policiais federais para roda de conversa com imigrantes

Dom Wilson convida para o Encontro Arquidiocesano do Laicato

twitter.com/arquifloripa

youtube.com

“Gostaria de dizer aos jovens: nos desculpem se muitas vezes não os ouvimos; se, ao invés de abrir o coração, enchemos os vossos ouvidos”! 28 de outubro, no Twitter

27 de outubro, no encerramento do Sínodo dos Bispos 2018

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC, Fone: (48) 3224-4799 / 99673-1266

Assessoria de Comunicação

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de Florianópolis-SC.

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Pe. Revelino Seidler, Carol Denardi, Fernando Anísio Batista, Mateus Peixer e Sedemir de Melo. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carol Denardi (SC 01843-JP) PROJETO GRÁFICO: Lui Holleben

DIAGRAMAÇÃO: Mateus Peixer COORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense EMAIL: imprensa.arquifln@gmail.com SITE: www.arquifln.org.br


Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

#compartilha Pastoral do Migrante tem novo coordenador Foto: Mateus Peixer

e agora estamos recebendo também um grande número de venezuelanos”, afirma Pe. Marcos. O presbítero confessou que está muito feliz por ter assumido a coordenação e explicou que muitos desafios precisam ser superados. “Queremos criar uma casa de acolhida ao imigrante. Muitos chegam em situação de extrema vulnerabilidade, não tendo um local para ficar e com extremas dificuldades de começar a vida aqui”, explica o coordenador da Pastoral do Migrante. Conheça o Pe. Marcos

A Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Florianópolis recebeu, no final de julho, o novo coordenador, Pe. Marcos Mario Bubniak. Após 40 dias de trabalho na Igreja arquidiocesana, o presbítero recebeu o convite do Presidente da CNBB Regional Sul 4, Dom João Francisco Salm, para coordenar a Pastoral do Migrante em Santa Catarina. “Dom João me convidou, pois há uma grande preocupação com a imigração nas grandes cidades do Estado. Os haitianos representam 80%

Natural de Curitiba, Pe. Marcos nasceu no dia 14 de abril de 1972. Ordenou-se padre no dia 18 de dezembro de 1999. Em janeiro de 2000, foi para o Peru, onde morou por 18 anos. Neste período, ele foi pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Diocese do Callao, Reitor do Seminário Propedêutico dos Escalabrinianos no Peru e nos últimos oito anos foi Secretário Executivo Nacional da Pastoral do Migrante, na Conferência Episcopal Peruana. Atualmente, Pe. Marcos é vigário da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, na Prainha, em Florianópolis.

3

Retalhos do Cotidiano Professor Carlos Martendal

Rastro

No entardecer, o jato que cruza os céus deixa um rastro branco belo como as nuvens; de manhã, o barco que navega as águas tranquilas do Atlântico se esquece de si e marca o mar com sua passagem; de noitinha, o caracol vagueia vagaroso, deixando seu sinal na terra que percorre. E eu, Senhor, que rastros tenho deixado, que marcas tenho fincado?

Cedilha

Tão simples e tão importante, a cedilha. Pode valer uma vida. Veja: Deus dá a força, o diabo oferece a forca...

Filhos

Qualquer hora as nossas crianças farão como as crianças alemãs: sairão em passeata pelas ruas, rogando aos pais que parem de olhar o celular e comecem a olhar para elas; pedindo-lhes que deixem de ver imagens no celular e vejam-nas a elas, suas crianças, seus filhos; suplicando-lhes que acabem de brincar com o celular e comecem a brincar com elas; gritando a plenos pulmões: não percam tanto tempo com o celular, ganhem-no conosco, seus filhos, seu tesouro!

Miséria

Vitimado por um infarto fulminante, o Marcos, mendigo e alcoólatra, partiu numa noite cheia de estrelas. Dormiu seu último sono na terra debaixo de uma marquise e, não tendo nada, nada levou, a não ser sua miséria para se encontrar com a Misericórdia!

Um Simpósio com temas da atualidade Foto: Pe. Domingos Nandi

CNBB inicia articulação para Campanha da Fraternidade 2019 Foto: Franklin Machado

Aproximadamente 50 pessoas que atuam na luta e na defesa de políticas públicas participaram, entre os dias 19 e 21 de outubro, do Seminário da Campanha da Fraternidade 2019

(CF), do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento foi realizado em Lages e visou o aprofundamento da temática do próximo ano da campanha, “Fraternidade e Políticas Públicas”. Cada participante recebeu um exemplar do texto-base da CF 2019, pensado para despertar o desejo da participação nas políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum. O texto-base já está disponível para aquisição no site oficial das Edições CNBB (edicoescnbb.com.br/).

Seminaristas participantes do simpósio

O Simpósio Teológico da Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), com o tema “Vocação, juventude e laicato”, reuniu conferencistas e várias pessoas, em sua grande maioria jovens, dos dias 08 a 10 de outubro. Entre os palestrantes estavam a professora Rosana Manzini, chefe do Departamento de Teologia Prática da Faculdade de Teologia da PUC (SP) e presidente da Rede Lati-

no-Americana de Doutrina Social da Igreja; o professor do Instituto Federal de Educação, em Videira, Doutor em Educação e Mestre em Filosofia, Marcos Rohling; e o doutorando na área da antropologia da vocação e assessor do Serviço de Animação Vocacional da Diocese de Apucarana (PR), Pe. Valdecir Ferreira. Informações sobre os próximos simpósios e cursos, acesse o site: facasc.edu.br.


Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

4

#compartilha

Santa Catarina, três vezes padroeira Imagem: Catedral de Florianópolis

Diáconos do Regional Sul 4 se encontram para integração No dia 24 de novembro, a Coordenação Regional dos Diáconos Sul 4 promove o Encontro Interdiocesano dos Diáconos Permanentes, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos. São convidados os diáconos de todo o Regional e suas esposas. O convite é aberto também para os padres e bispos do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que engloba as nove dioceses e a Arquidiocese. O objetivo é promover a integração dos diáconos, padres e bispos de Santa Catarina. A programação se inicia com o café, às 08h. Em seguida, o Pe. João Leite, coordenador dos diáconos da Diocese de Blumenau, falará sobre o tema “o diácono e a vocação à santidade”. Às 11h, o presidente do Regional, Dom João Francisco Salm, preside a missa, concelebrada pelos demais bispos e padres que estiverem presentes. O encontro encerra-se com o almoço.

Santa Catarina de Alexandria é a padroeira do Estado, do município de Florianópolis, da Arquidiocese, de algumas paróquias e capelas e co-padroeira da Catedral Metropolitana. A data é celebrada em 25 de novembro. Neste ano, as festividades estão em unidade com a ação evangelizadora “Cada Comunidade Uma Nova Vocação”. Também marcam o encerramento da Jornada Vocacional e Missionária (JOVEM). Confira a programação e participe!

25 de novembro, com início no Colégio Catarinense:

De 13 a 23 de novembro, na Catedral:

Prêmio Dom Afonso Niehus

18h: Oração do Ângelus e das Vésperas. 18h30: Missa e Novena em honra a Santa Catarina de Alexandria. 23 de novembro: Carreata após a missa das 18h30, levando a imagem de Santa Catarina para a Capela do Colégio Catarinense, de onde ela também é padroeira.

Ainda como parte das comemorações em honra à padroeira do Estado, no sábado, 24, ocorre a entrega do Prêmio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues, para as pessoas e entidades sociais das diversas paróquias, que tiveram destaque nos trabalhos sociais em 2018. Será no auditório da Catedral, às 19h30.

Participe do Encontro Arquidiocesano do Laicato Foto: Arquidiocese de Florianópolis

Com o objetivo de celebrar a vocação e a missão dos cristãos leigos, “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14), a Arquidiocese promove, no dia 11 de novembro, o Encontro Arquidiocesano do Laicato. O evento começa às 08h no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos. Todos os cristãos leigos que atuam nas diversas instâncias eclesiais e sociais da Arquidiocese são convidados a participar. A alimentação é por conta de cada participante e custa R$ 20. O café da manhã será partilhado; por isso, cada pessoa é convidada a levar algo para partilhar. Confirme a presença até o dia 06 de novembro, através do e-mail: pastoral@arquifln.org.br ou pelo telefone: (48) 3224-4799, com a coordenação arquidiocesana de pastoral.

13h: Acolhida do barco e do ícone da Jornada Vocacional e Missionária. 13h30: Animação e terço vocacional. 14h30: Pregação com o reitor do Seminário Teológico Convívio Emaús, Pe. Vânio da Silva. 15h20: Procissão com a imagem de Santa Catarina até a Catedral Metropolitana . 16h20: Missa festiva no Largo São João Paulo II.

Arquidiocese ordena o sexto padre de 2018 No dia 08 de dezembro, a Igreja ganha um novo padre. Diácono Sérgio Luís Pedrotti será ordenado presbítero na Igreja Matriz São Judas Tadeu, em Jaraguá do Sul, às 16h. A missa será presidida pelo Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj. Natural de Jaraguá do Sul, Diácono Sérgio tem 47 anos e será o sexto presbítero ordenado para a Arquidiocese em 2018. O lema de ordenação é: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Foto: Arquivo pessoal


Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

5

nossa fé

O cristão leigo, sujeito eclesial Padre Vitor Galdino Feller Foto: Colégio Catarinense

Encaminhando-nos para o final do Ano do Laicato, somos convidados a ouvir mais uma vez o refrão do documento da CNBB sobre os cristãos leigos na Igreja e na sociedade: “o cristão leigo é verdadeiro sujeito eclesial”. Os fiéis leigos não são sujeitos de segunda categoria, não são apenas ouvintes dos ensinamentos de seus pastores, receptores dos sacramentos, contribuintes do dízimo, destinatários da obra evangelizadora da Igreja. Não são objeto da Igreja. São verdadeiros sujeitos.

(Doc. 105, n. 119). A Igreja não é um clube social, uma agência de serviços, uma organização social. É a comunidade dos seguidores de Cristo, é a irmandade dos filhos de Deus. Por isso, para garantir a verdadeira comunhão dos fiéis, todos devem assumir seus deveres e contar com seus direitos de participação e integração. Leigos não são puxasacos de seus pastores, mas também não são um bando de contestadores. São membros do corpo de Cristo. Coragem e criatividade

Direitos e deveres O documento 105 da CNBB insiste nesse refrão, que indica a condição dos cristãos leigos: “Como sujeito eclesial, assume seus direitos e deveres na Igreja, sem cair no fechamento ou na indiferença, sem submissão servil nem contestação ideológica”

“Ser sujeito eclesial significa ser maduro na fé, testemunhar amor à Igreja, servir aos irmãos e irmãs, permanecer no seguimento de Jesus, na escuta obediente à inspiração do Espírito Santo e ter coragem, criatividade e ousadia para dar testemunho de Cristo” (Doc. 105, Encontre esse e outros artigos em: www.arquifln.org.br

n. 119). Nesse sentido, vale a pena considerar o que diz o documento final do Sínodo dos Jovens. Dificuldades e fragilidades dos jovens “nos ajudam a ser melhores, seus questionamentos nos desafiam, as críticas nos são necessárias porque muitas vezes através deles a voz do Senhor nos pede conversão e renovação”. Liberdade, autonomia e relacionalidade Para ser sujeito eclesial, o cristão leigo é chamado a viver a liberdade cristã, como nova criatura na relação com Deus e os irmãos. “Cada pessoa se revela sujeito ao assumir essa liberdade, essa autonomia e essa relacionalidade” (Doc. 105, n. 123). Livre porque toma consciência de ser nova criatura em Cristo. Autônomo por sabe tomar decisões por si mesmo. Relacional, porque sabe viver em comunhão. Compartilhe ArquiFloripa

Este pobre clama e o Senhor escuta (Sl 34,7) Fernando Anísio Batista O Papa Francisco esco- mãos de Deus para fazer recolheu a passagem do Livro dos nhecer a sua presença e a sua Salmos para o tema do II Dia salvação. Mundial dos Pobres. O primeiro O II Dia Mundial dos Poelemento que sobressai nes- bres será realizado no dia 18 ta oração é o sentimento de de novembro e pretende ser abandono e confiança num Pai uma pequena resposta dirigique escuta e acolhe. O Senhor da pela Igreja aos pobres de é bom para todos todo lugar, a fim de que procuram n’Ele “Esse encontro é não pensarem que seu refúgio, prinsinal da proximida- o clamor cairá em cipalmente os que saco roto. O Papa estão com o cora- de de Deus, saben- alerta que não é de ção dilacerado pela do que a primazia protagonismo que tristeza, solidão e compete a Ele, que os pobres têm neexclusão. abre nossos olhos cessidade, mas de O salmista diz e nosso coração à amor que sabe esque o Senhor não conder-se e esqueconversão” só escuta o clamor cer o bem realizado pobre, mas tamdo. Os verdadeiros bém responde, a partir da pro- protagonistas são o Senhor e os ximidade concreta e palpável, pobres. onde “cada cristão e cada coPapa Francisco convida que munidade são chamados a ser cada paróquia realize um dia de instrumento de Deus a serviço encontro onde muitos poderão da libertação e promoção dos encontrar o calor d’uma casa, a pobres” (EG 187). Esse encon- alegria de uma refeição festiva tro é sinal da proximidade de e a solidariedade dos que quiDeus, sabendo que a primazia serem compartilhar a mesa de compete a Ele, que abre nossos forma simples e fraterna. Enfim, olhos e nosso coração à conver- rezarem juntos em comunidade são. Quem se coloca a serviço e compartilhar a refeição no dia dos pobres é instrumento nas de domingo. Foto: Divulgação


Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

6

Juventude Foto: Vatican Media

Participaram 267 bispos, 49 auditores e 23 especialistas

Sínodo: uma aliança entre gerações Bispos apresentaram sugestões de novas linguagens, métodos e abordagens para evangelizar os jovens Você leu na edição do mês passado a entrevista com Filipe Domingues, jovem representante do Brasil no Sínodo dos Bispos 2018, que ocorreu entre os dias 03 e 28 de outubro, no Vaticano, e teve como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Participaram 267 bispos, 49 auditores e 23 especialistas ligados à Igreja, à pastoral juvenil e às questões sociológicas, morais e antropológicas do mundo da juventude. Durante estes dias, os participantes dialogaram sobre diversos assuntos, como a formação para a vida consagrada e o sacerdócio, os desafios da migração, a proposta cristã para a sexualidade, o valor da família, entre outros. “Gostaria de dizer aos jovens: nos desculpem se muitas vezes não vos ouvimos; se, ao invés de abrir o coração, enchemos os vossos ouvidos”, admitiu o Papa Franciso, no encerramento do

Sínodo, no dia 28 de outubro. Os bispos apresentaram o documento final da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, dividido em três partes, 12 capítulos, 167 parágrafos e 60 páginas. O Papa autorizou a publicação. Um dos parágrafos contém a íntegra da emenda feita por Dom Vilsom Basso, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB e bispo de Imperatriz (MA): “A Igreja Católica faz opção pelos jovens. E essa opção requer tempo, pessoas e recursos financeiros”. Com isso, a Igreja ressalta o jovem como sua opção. Para entender um pouco mais sobre como foi o Sínodo, o assessor eclesiástico do Setor Juventude, Pe. Ewerton Gerent, preparou um artigo resumindo o que foi debatido nestes dias. Foto: Arquivo pessoal

Padre Ewerton

A escuta da voz, da sensibilidade e da fé dos jovens Para toda a Igreja, e em especial para os jovens este está sendo um tempo muito especial de escuta da Igreja aos anseios dos jovens do mundo todo. Como disse Dom Lorenzo Baldisseri, Secretário-geral do Sínodo dos Bispos, a Igreja está pronta para se por “à escuta da voz, da sensibilidade e da fé dos jovens, mas também quer ouvir suas críticas e dúvidas”. O sínodo seguiu a metodologia do Instrumentum Laboris, dividido em três partes: Reconhecer, Interpretar e Escolher. O Papa Francisco na sua sabedoria propôs que a cada 4 intervenções haveria um momento de silêncio para meditar sobre as realidades e buscar iluminações. No que diz respeito ao ‘Reconhecer’, os padres sinodais falaram que os jovens não são problema, eles precisam saber e sentir que a Igreja é sua casa. No ‘Interpretar’, os padres e os jovens sinodais refletiram sobre a fé e o discernimento vocacional, pedindo que a Igreja ajude os jovens a trilhar este caminho de aprofundamento da fé e de um caminho com o Senhor. A terceira parte do sínodo tratou sobre o ‘Escolher’, utilizando as contribuições dos jovens de todas as dioceses, inclusive da nossa. Nesta parte foi refletido sobre o caminho que a Igreja deve seguir na evangelização da juventude. A Igreja tem esperança nos encaminhamentos deste sínodo, para a vivência de um protagonismo juvenil. Protagonismo não de documento, mas protagonismo no dia a dia. O ano de 2019 será o ano da Jornada Mundial da Juventude no Panamá. Alguns jovens de nossa Arquidiocese estarão junto com o Papa Francisco para celebrar este momento singular. E neste ano, na expectativa do documento do sínodo, o Setor Juventude de nossa Arquidiocese vai ter três momentos importantes: a formação para líderes jovens, em março, para refletir os encaminhamentos do sínodo; o Pós-JMJ, em junho, para celebrar a experiência da JMJ-Panamá; e o DNJ (Dia Nacional da Juventude), em outubro, numa experiência missionária. Rezemos por todos os jovens, e por toda a Igreja Arquidiocesana, para que tenha um olhar especial para os nossos jovens. Por Pe. Ewerton Gerent Assessor Eclesiástico do Setor Juventude


Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

7

Juventude

Qual é a opinião dos jovens da

Arquidiocese? Foto: G.O.J. Javé Nessi

Elizabeth Matheus 23 anos, contadora, participa da Paróquia São Cristóvão, em Itajaí.

Foto: Mateus Peixer

Hiago Medeiros Mendes

Foto: Paróquia São Luis Gonzaga

João Guilherme Koschnik

22 anos, auxiliar de escritório, atua na Paró- 26 anos, arquiteto e urbanista, colabora na Paquia Santo Antônio, em Campinas, São José. róquia São Luis Gonzaga, em Brusque.

O que você achou do tema do Sínodo?

O que você achou do tema do Sínodo?

O que você achou do tema do Sínodo?

Em meio à realidade de muitos jovens que não encontram mais sentido para viver ou até mesmo animação para acreditar, esse tema faz sonhar e encontrar em Deus a verdade para sua missão. Faz com que a Igreja sinta a necessidade de ser testemunha do amor de Cristo para nossa juventude, um carinho para com aqueles que não são apenas o futuro, mas sim, o próprio presente. Afinal, as nossas atitudes hoje precisam refletir a alegria do Evangelho. E nosso caminhar precisa ainda mais de um direcionamento preciso, tendo em vista as dificuldades que os jovens encontram em seus meios, para viver a santidade.

Achei uma escolha muito sábia, porque a juventude de hoje é quem vai passar adiante os ensinamentos, valores e tradição da nossa Igreja no futuro. Os jovens precisam de atenção e de direcionamento.

Eu acredito que nós jovens somos o futuro. Creio que antigamente os jovens não tinham muita voz e oportunidade para dizerem o que pensam. Nos dias de hoje acredito que as coisas mudaram, as informações chegam mais rápido e isso acaba influenciando muito nós jovens, que rapidamente já nos posicionamos sobre o assunto.

Qual é sua opinião sobre os assuntos “afetividade e sexualidade”, “maturidade e santidade” e “vocação” que foram abordados no Sínodo? O jovem muitas vezes é movido pela liberdade e pelo prazer momentâneo. É preciso mostrar que existem possibilidades de buscar a santidade na simplicidade de seus atos. Temas como estes precisam ser rotineiros em encontros com os jovens, para que a santidade possa ser algo simples quando colocada em prática, mas preciosa quando ofertada a Deus.

Qual é sua opinião sobre os assuntos “afetividade e sexualidade”, “maturidade e santidade” e “vocação” que foram abordados no Sínodo? Estes temas se relacionam e são de extrema importância para o crescimento pessoal e espiritual da juventude. São pontos que causam muitos conflitos e dúvidas nos jovens: o que é certo e o que é errado, o que pode e o que não pode, qual caminho seguir, qual o posicionamento da Igreja em relação a determinado assunto, entre tantas outras perguntas que podem ser feitas. Então, tendo isso em mente, acho, sim, que esses temas precisam ser abordados com mais frequência, pois apesar de a Igreja ter extensos documentos a respeito desses assuntos, muitas vezes a juventude não conhece ou não tem acesso e precisam de um incentivo pra buscar mais entendimento.

Qual é sua opinião sobre os assuntos “afetividade e sexualidade”, “maturidade e santidade” e “vocação” que foram abordados no Sínodo? Os três assuntos são temas que estão na atualidade. Sempre que estamos em rodas de amigos, esses assuntos acabam surgindo e são muito comentados. Acredito que esses temas devem ser abordados com frequência, sim, pois quanto mais são discutidos, mais fácil se tornam para os jovens tomarem um posicionamento diante deles. E ainda podem estar cada vez mais atentos e seguirem os ensinamentos e pensamentos da Igreja em relação aos temas.


Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

8

bíblia Lectio Divina

Pastoral do Dízimo

Padre Wellington Cristiano da Silva A vocação surge da realidade onde estamos inseridos e acompanha nossa história de vida. A prontidão de André e Pedro demonstra a firme e livre convicção de deixar tudo, de não perder tempo e de seguir Jesus sem olhar para trás. Eles deixaram as redes de pesca e tomaram nas mãos as redes do Evangelho.

Oratio (oração) Senhor Jesus, dai-me a coragem de avançar para águas mais profundas! Como sabemos, na Igreja, existem muitas pastorais, das quais os fiéis podem participar conforme os dons que receberam do Senhor. Mas nos últimos anos, a Igreja está acolhendo com muito carinho a Pastoral do Dízimo, cuja necessidade e aprovação bíblica foram esquecidas durante muitos anos. Na Bíblia há inúmeras citações e apelos sobre o Dízimo. Já os primeiros cristãos tinham o hábito de dividir o que possuíam. Como sabemos, não havia pobres entre eles. As primeiras comunidades foram edificadas sob o espírito da partilha (Atos 2,42-47). A partilha acontece nas comunidades, quando existe o espírito de fraternidade. Hoje, mais do que nunca, devido às grandes mudanças da modernidade, o espírito comunitário, tanto nas famílias como na comunidade, é mais difícil de ser praticado. Por isso, o número de pobres aumenta cada vez mais. Uma minoria de super-ricos possui noventa por cento dos bens da terra.

A Pastoral do Dízimo, atualmente, está sendo considerada essencial para o bom andamento social e econômico das pároquias. É por isso que esta pastoral deve ser o assunto necessário na catequese, encontros, retiros, cursos de formação... Quando uma comunidade pratica a Pastoral do Dízimo, é lembrado o que diz Mateus 25,24-40, sobre a presença de Jesus em cada irmão necessitado. Se na hora da oferta do Dízimo, oferecermos o óbolo da viúva, Deus na procissão para a comunhão se oferece amorosamente a nós como Senhor do universo. Não podemos esquecer o ritual do Senhor na hora do Lava-Pés, nem a caminhada de sua mãe para as montanhas de Judá, quando foi atender a sua prima Isabel. Seria a Pastoral do Avental, da humildade, que é sempre o primeiro passo para a santidade. Sempre que nos aproximamos de Deus, nosso coração pula de alegria. Por Pe. Egídio A. Bertotti / Nova Trento

Contemplatio (contemplação)

Lectio (leitura) “Quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse a eles: ‘Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens’. Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram” (Mt 4,18-19).

Meditatio (meditação) Jesus, ao passar por uma região de pesca, vê e chama os irmãos pescadores, André e Pedro, para serem seus discípulos. Jesus chama os irmãos no seu local de trabalho.

Contemplemos a presença de Deus em nossos afazeres do cotidiano. Ele sempre passa em nossas vidas e continua a repetir o convite: Segue-me!

Missio (missão) Segundo antigas tradições, Santo André, irmão de São Pedro, sofreu o martírio sendo crucificado em uma cruz em forma de “X”, a chamada “cruz de Santo André”. André soube unir toda sua vida a Cristo. Seu fim é semelhante ao de seu Mestre. Foi capaz de amar até o fim, derramando suor e sangue na missão de anunciar o Cristo. Iluminados pelo seu testemunho de santidade, sejamos pescadores do Reino, na coragem de dar a vida por causa de Cristo e de seu Evangelho.

Conhecendo as cartas de São Paulo Padre Gilson Meurer

“1ª Coríntios, uma carta emergencial” Comecemos nesse mês a conhecer melhor a 1a Carta de S. Paulo aos Coríntios. Conforme o livro dos Atos dos Apóstolos (At 18,1-8), S. Paulo esteve na cidade de Corinto depois de passar por Atenas. Pode ser que a experiência “relativamente frustrante” de não convencer os atenienses pela oratória, o fez se apresentar “sem a superioridade da palavra ou da sabedoria para anunciar o mistério de Deus. Pois não quis saber outra coisa, a não ser Jesus Cristo, e esse crucificado” (1Cor 2,1-5). São Paulo evangelizou na cidade de 51 a 53, cerca de um ano e meio, pregando inicialmente na sinagoga. Ele ficava na casa de Priscila e Áquila, artesãos de

tendas como o apóstolo. Diante, porém, de mais uma recusa dos judeus de o ouvirem, voltou-se à evangelização dos gregos, ensinando na casa de Tício Justo. O contexto não era simples. Pois Corinto não era famosa apenas por ser a capital da Província Romana da Acaia, ou por ser uma importante cidade portuária, situação que lhe rendia um comércio muito intenso, e pelos seus grandes edifícios, como o Templo de Apolo, ou ainda pelos jogos ístmicos, cujas manifestações olímpicas atraíam gente de todo o império, mas, particularmente, pela fama de devassidão moral, causada pela oferta fácil de prostituição. Estima-se que 1000 mulheres re-

alizavam o ritual da prostituição sagrada no templo da deusa do amor e da luxúria, “Afrodite Pândemos” (cf. Estrabão, VIII, 6,20). Moça de Corinto era sinônimo de meretriz (Platão, Rep. III, 404). Pelos idos de 57, enquanto evangelizava em Éfeso, S. Paulo recebe notícias de Corinto: cisões, contendas, injustiças, abusos, desordens morais, litígios levados diante de juízes pagãos, um notório caso de incesto não reprovado pela comunidade, que obrigou Paulo a exarar essa carta para reforçar os carismas e dons de fé, bem como corrigir os desvios de conduta. O que escreveu Paulo, tratamos na próxima edição do jornal.

Você também pode conferir este artigo e os demais no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br.


9

Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

evangelização

Arquidiocese publica novas orientações canônico-pastorais para os Sacramentos Imagem: Divulgação

No decorrer deste ano, a Arquidiocese realizou um amplo processo de revisão e atualização das orientações canônico-pastorais para os sacramentos. O texto que está sendo publicado foi estudado pelos conselhos pastorais das comunidades e paróquias, bem como pelas equipes pastorais, especialmente de Catequese, Liturgia, Pastoral Familiar e outras

instâncias da Arquidiocese, a fim de que pudessem oferecer suas contribuições. As emendas contendo correções, acréscimos, supressões, modificações e sugestões foram recolhidas, sintetizadas, e submetidas à apreciação dos conselhos pastorais nas foranias e encaminhadas para a 30ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, que se re-

alizou no dia 28 de julho. Os membros da assembleia tomaram conhecimento das principais modificações inseridas no texto e tiveram a oportunidade de apresentar outras sugestões antes da aprovação final. Com a graça de Deus, esse processo que envolveu muitas pessoas, instâncias e organismos de nossa Arquidiocese há de fortalecer a pastoral orgânica na Igreja particular de Florianópolis. Neste caminho, somos encorajados pela Conferência de Aparecida que afirma: “A Diocese, presidida pelo Bispo, é o primeiro espaço da comunhão e da missão. O Bispo deve estimular e conduzir uma ação pastoral orgânica renovada e vigorosa. Cada comunidade cristã, paróquia, comunidade educativa, comunidade de vida consagrada, associação ou movimento e cada pequena comunidade se insiram ativamente na pastoral orgânica da Diocese” (DAp, 169). Segundo o Papa Francisco, a Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Todos podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos

podem fazer parte da comunidade, e nem sequer as portas dos sacramentos se deveriam fechar por uma razão qualquer. Isto vale sobretudo quando se trata daquele sacramento que é a “porta”: o Batismo. A Eucaristia, embora constitua a plenitude da vida sacramental, não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos (EG, 47). Sendo assim, as orientações canônico-pastorais para os sacramentos que foram reeditadas entram em vigor no próximo ano e apresentam um caminho para a evangelização no que se refere à preparação, à celebração, e à vivência e acompanhamento dos fiéis que buscam os sacramentos. Portanto, devem ser acolhidas com alegria e responsabilidade por todos e inspirar-nos na caminhada pastoral diante das transformações atuais que exigem atitudes de “conversão pastoral”, “missionariedade” e “mudança nas estruturas”. Por Pe. Revelino Seidler Coord. Arquidiocesano de Pastoral

Monsenhor Valentim Loch: um padre da Igreja que amou e serviu Imagem: Divulgação

Desde a infância, Pe. Eder Celva escutava histórias sobre a atuação de padres marcantes na região de Brusque. Monsenhor Valentim Loch foi um deles. O resultado de anos de pesquisa foi o livro: “Monsenhor Valentim Loch – Um padre da Igreja que amou e serviu”, com 293 páginas, lançado em outubro. Está sendo vendido na secretaria do Seminário Azambuja e nas livrarias de Brusque. Padre Eder relata que tudo no Monsenhor era sacerdotal, representava o estereótipo de padre. “Lembro-me com muita alegria dos dias em que pude encontrar-me com Mons. Valentim - que me havia crismado - em alguma missa ou confissão sacramental no santuário, onde, inclusive, uma vez lhe agradeci e disse-lhe o quanto o admirava. Minha impressão era sempre a mesma: eu estava diante de um santo. Monsenhor Valentim contribuiu

para o amadurecimento de minha opção vocacional. Ele me ofereceu um modelo de padre. Também por isso escolhi a vocação de padre diocesano. Aqui certamente se explica minha motivação para esses anos dedicados a este livro”. O autor conta que neste livro “não está apenas a história de um padre, mas também uma pequena mescla da história da Igreja catarinense, de modo muito particular da Arquidiocese de Florianópolis, onde sempre esteve incardinado. Reunimos informações, testemunhos, escritos que, conjugados, geraram esta fonte narrativa de Mons. Valentim. Valemo-nos de uma garimpagem ampla buscando muitas fontes. Nossa intenção é fazer memória da vida deste padre, dando a cada leitor, a oportunidade de recordar ao menos alguma faceta de sua vida”.


Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

10

evangelização Paróquia Santíssima Trindade realiza celebração inter-religiosa

Mobilize sua comunidade para o Dia Mundial dos Pobres

A Paróquia Santíssima Trindade e a Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), promovem uma celebração inter-religiosa no dia 13 de novembro, às 19h, no auditório paroquial, em Florianópolis. A celebração recorda os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e contará com a presença de representantes das religiões: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Religião de Matriz Afro-Brasileira e a Igreja Católica Apostólica Romana. O evento é gratuito e aberto a todos os públicos. O encontro vai contar com a participação dos líderes religiosos: Padre Frei Evandro A. de Souza, Pároco da Paróquia Santíssima Trindade, Padre Vilson Groh, Vigário da Catedral de Florianópolis, Professora Ethel Scliar, representante do Judaísmo, Sheikh Amim Alkaran, líder do Islamismo, Sacerdotisa Kátia Regina Luz, da religião de Matriz Afro- Brasileira, e Pastor Renatus Porath, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

Neste ano, o II Dia Mundial dos Pobres será no domingo, 18 de novembro. A mensagem do Papa Francisco para este dia foi inspirada no Salmo 34: “Este pobre clama e o Senhor o escuta”. Segundo o Papa, “as palavras do salmista tornam-se também as nossas no momento em que somos chamados a encontrar-nos com as diversas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos nossos que estamos habituados a designar com o termo genérico de ‘pobres’”. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) confiou à Caritas Brasileira o processo de animação da Jornada Mundial dos Pobres, a ser celebrada na Semana da Solidariedade, que acontecerá entre os dias 11 e 18 de novembro. Segundo a Organização das Nações Unidas, em um relatório sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, de maio deste ano, 6,5% da população mundial continuará na pobreza extrema até 2030. Imagem: Cáritas

Celebração inter-religiosa

13 de novembro | 19h Auditório da Paróquia Santíssima Trindade Praça Santos Dumont, 94, Trindade, Florianópolis

Caridade Social

Morada da Misericórdia: lugar de acolhimento Foto: Comunidade Abbá Pai

Construção do Centro de Assistência e Evangelização “Morada da Misericórdia”

A Comunidade Católica Abbá Pai está realizando a construção do Centro de Assistência e Evangelização “Morada da Misericórdia”. A construção conta com a doação

de colaboradores que conhecem o trabalho missionário da entidade realizado nos últimos 19 anos. Porém, os recursos não são suficientes para dar prosseguimento à obra.

Sediado bem no coração da Arquidiocese, em Tijucas, o empreendimento tem duplo objetivo: o de assistir pessoas necessitadas (crianças, jovens, idosos, deficientes físicos e mentais), prestando atendimento especializado e multiprofissional gratuitos; e o de promover a realização de eventos espirituais. Segundo o coordenador da Abbá Pai, Ivano Alves Pereira, nas últimas duas décadas, somente pelo seu trabalho caritativo, a entidade já realizou mais de 10.000 visitas a instituições, sendo, em média, mensalmente, três mil contatos voluntários e 350 atendimentos prestados por profissionais da área da saúde e pedagogia, entre outros. Ele explica que o objetivo é ampliar muito esse trabalho, promover mais atividades e atingir mais pessoas.

Mais informações estão no site www.abbapai.org. Doações podem ser feitas nas contas da entidade: Banco do Brasil: Ag. 1386-2; CC 48430-0 Caixa Econômica: Ag. 0409 (OP); CC 498-5 Foto: Comunidade Abbá Pai

Integrantes da Abbá Pai


Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

11

evangelização

Nova coordenação do Setor Juventude

Cronograma de novembro

O desafio de dinamizar, promover e acompanhar o trabalho das expressões que lidam com os jovens na Arquidiocese

03/11 | Ordenação Presbiteral Diác. Paulo Chaves | São José 06/11 | Reunião Cons. Arq. de Pastoral | Biguaçu 07/11 | Assembleia Arq. da Pastoral da Pessoa Idosa | Morro das Pedras Clube Hotel 10/11 | Formação – Agentes da Pastoral de Rua | Campinas 10/11 | Reunião Comissão das Forças Vivas | Santuário de Fátima 11/11 | Encontro Arquidiocesano do Laicato | Governador Celso Ramos 13/11 | Celebração Inter-religiosa | Florianópolis 17 a 24/11 | Semana da Solidariedade | Paróquias 18/11 | Dia Mundial dos Pobres | Paróquias 20/11 | Reunião Geral do Clero (Presbíteros e Diáconos) | Tijucas 24/11 | Prêmio Dom Afonso Niehues | Auditório da Catedral 24 e 25/11 | Retiro Projeto de Vida | Propedêutico 25/11 | Dia de Sta. Catarina e Encerramento Ano Nacional do Laicato | Catedral

Foto: Setor Juventude

Matheus, Pe. Ewerton e Carla

No dia 20 de outubro, a nova coordenação do Setor Juventude realizou a primeira reunião. Na ocasião foi abordada a programação de 2019, e o assessor eclesiástico do setor, Pe. Ewerton Gerent, apresentou os novos secretários executivos norte e sul. Conheça-os! Secretária do Setor Juventude Norte Carla Beatriz Corrêia tem 24 anos, é analista de exportação, participa da Paróquia São Sebastião, em Tijucas. A jovem afirma que ficou surpresa e ao mesmo tempo ficou feliz com o convite para ocupar a secretaria e ressaltou que o Setor Juventude deve levar a Boa Nova do Evangelho a todos os jovens da Arquidiocese. “É possível proporcionar um genuíno encontro com Deus a cada jovem que de alguma forma for alcançado por essa grande ferramenta de evangelização que é o Setor Juventude. Que essa propagação gere cada vez mais graças, mais jovens decididos por seguir a Deus, cada qual com sua pessoalidade, dentro dos carismas, movimentos, congregações que lhe agradam, priorizando assim o pro-

Divino Oleiro promove mais um Heaven’s Party

tagonismo jovem, como destaca a missão do Setor”, explica a jovem.

Foto: Comunidade Divino Oleiro

Secretário do Setor Juventude Sul Matheus Crispim da Silva tem 21 anos, estuda Educação Física na UDESC, é professor e participa da Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José. O jovem confessa que ficou muito feliz ao receber o convite, mas que esperou um tempo para discernir a decisão. Além disso, o jovem contou o que espera desse novo desafio. “Espero possibilitar aos jovens formas de se encontrarem com Deus e manter esse vínculo de amor, buscando cada vez mais viver uma vida reta n’Ele, preservando sempre o carisma jovem para colocar em prática o que disse São João Paulo II: ‘Ser santo sem deixar de jovem’”, cita Crispim. Jovens unidos Os dois secretários destacaram que o maior desafio do Setor é dinamizar, promover e acompanhar o trabalho das expressões que lidam com os jovens na Arquidiocese possibilitando uma uma maior unidade da juventude como Igreja.

Nos dias 16, 17 e 18 de novembro, a Comunidade Divino Oleiro promove a sexta edição do Heaven’s Party, a festa do céu. Com um novo visual, o evento será no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos. A juventude vai ter a oportunidade de apreciar muita música, teatro, pregação, louvor e participar de uma Adoração ao Santíssimo Sacramento. São com essas iniciativas que a festa do céu vai provocar um despertar dos jovens para Deus. Além de todo suporte da Co-

munidade Divino Oleiro, o evento conta com muitos convidados especiais. As bandas Amados do Eterno, Missão Resgate, e o cantor Elizandro Sfreddo vão animar a galera. Os participantes terão a oportunidade de participar de 18 workshops, para a reflexão e o crescimento sobre alguns assuntos importantes. Este o ano, o evento tem o tema: “Buscai primeiro o Reino de Deus.” E o lema: “Venha o teu Reino”. Se você ainda não fez sua inscrição, ligue agora para: (48) 99145- 5183.


Jornal da Arquidiocese, novembro de 2018

12

geral

Participe dos encontros vocacionais Vocação acertada, vida feliz!

A Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Florianópolis tem, durante todo o ano, trabalhado para semear a cultura vocacional nas paróquias, pastorais e movimentos. Foto: Divulgação

a inscrição basta entrar em contato com os seus párocos ou com o coordenador da Pastoral Vocacional, Pe. Vânio da Silva. Encerramento da Jornada

Símbolos vocacionais

A Jornada Vocacional e Missionária (JOVEM) é uma atividade da Ação Evangelizadora “Cada Comunidade – Uma Nova Vocação”. O objetivo é fortalecer a cultura vocacional em todas as comunidades, com a participação da juventude. Foto: Ricardo Righetto

Retiro Projeto de Vida

Promovem-se momentos de oração, programas de rádios, formações, reuniões por forania, pregações e diversas atividades ligadas à promoção vocacional. Contudo, merecem destaque os encontros “Projeto de Vida” e “Grupo de orientação vocacional João Paulo II”. Ambos acontecem com o objetivo de favorecer aos adolescentes e jovens um aprofundamento no discernimento vocacional. Foto: Divulgação

ta Catarina de Alexandria, no dia 25 de novembro. Até esta data, os símbolos vocacionais continuam a percorrer as 13 Foranias da Arquidiocese.

Procissão na abertura da JOVEM

Na Arquidiocese, a JOVEM teve início no dia 08 de outubro, em que seminaristas, leigos e sacerdotes, com os símbolos vocacionais (cruz, barco e o ícone do Discípulo Amado) saíram em caminhada do Seminário Teológico Convívio Emáus, no bairro Pantanal, em Florianópolis, em direção à Igreja Matriz da Santíssima Trindade, onde participaram da celebração eucarística presidida pelo Vigário Geral, Pe. Vitor Galdino Feller, e concelebrada por outros presbíteros.

Cruz: Símbolo dos cristãos, da fé em Jesus e da missão de todo batizado em evangelizar. Cor amarela: representa a nobreza, a alegria, a juventude. Maria: Referência ao tema da próxima Jornada Mundial da Juventude e à padroeira do Brasil. Em seu manto a representação das contas da dezena do terço, oração mariana pelas vocações. Cor azul: Representa o manto de Nossa Senhora Barco: Símbolo vocacional da própria Igreja de Cristo e da unidade dos cristãos. Cor ciano: representa harmonia, paz, contemplação. Ícone do Discípulo Amado: é citado no Documento Preparatório do Sínodo: “Na leitura tradicional do Quarto Evangelho ele é a figura exemplar do jovem que escolhe seguir Jesus, e o discípulo que Jesus amava” (p. 15). Colaboração Alex Macedo de Liz Junior Seminarista do Convívio Emaús Foto: Divulgação Paróquias

Foto: Ricardo Righetto

Dinâmica com retirantes

O Retiro Projeto de Vida é reservado aos rapazes que já completaram ou estão terminando o Ensino Médio, a partir dos 17 anos. O próximo será nos dias 24 e 25 de novembro, no Seminário Propedêutico Monsenhor Valentim Loch, em São José. E o Grupo de Orientação Vocacional João Paulo II é voltado para as crianças e adolescentes, a partir de 12 anos. O último deste ano ocorre no Seminário de Azambuja, em Brusque, nos dias 1º e 02 de dezembro. Todos os encontros são gratuitos e para fazer

Seminaristas que participaram da Missa de abertura

O encerramento desta campanha vocacional será junto com as comemorações em honra a San-

Os símbolos vocacionais


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.