Revista de Verão 2020

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EDIÇÃO VERÃO

2020 GRATUITA


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REV ISTA DE VE R ÃO 2 02 0 - ARQUIDIOCESE DE F LO R I A NÓ PO LI S

P O R D O M WIL S O N TA D EU J Ö N CK , S C J É um conto dos irmãos Grimm. Um conde tinha um único filho. Queria que estudasse e se tornasse brilhante, mas o filho não aprendia nada. Um dia o conde resolveu enviá-lo a um país distante para que um famoso sábio lhe ensinasse alguma coisa. Depois de um ano, o filho voltou e o pai lhe perguntou o que aprendera. O filho respondeu que aprendera a linguagem dos cães. O pai ficou muito contrariado e decidiu enviá-lo a outro mestre. Ao voltar, o filho declarou que havia aprendido a linguagem dos pássaros. Enlouquecido de raiva o pai enviou o filho a um terceiro mestre. Passado um ano, o filho voltou e o pai ansioso queria saber o que aprendera. E disse que aprendera o que coaxam os sapos. Cego de raiva o pai o expulsou de casa. Não merecia mais viver. Ordenou aos criados que o levassem para o fundo de uma floresta e o sacrificassem. Os criados foram, mas tiveram compaixão e o deixaram ir embora.

e deviam guardar um grande tesouro que estava enterrado debaixo da torre. Disseram ainda que não podiam descansar enquanto não fosse resgatado o tesouro. E indicaram como se podia desenterrar o tesouro. O rapaz foi até a torre, cavou e encontrou uma grande caixa de ouro e entregou-a ao dono. Nunca mais se ouviu o ladrar feroz dos cães e toda a região ficou em paz.

O jovem seguiu seu caminho. Chegou a um castelo e pediu comida e pouso. O dono concedeu, mas disse que deveria dormir no porão da torre. E avisou que lá estava cheio de cães selvagens que latiam sem parar e de vez em quando era necessário entregar-lhes uma pessoa, que prontamente a devoravam. Os habitantes da região viviam apavorados com o fato, mas não sabiam o que fazer. O jovem, porém, disse que não tinha medo de cães. Foi até a torra e os cães vieram até ele e fizeram festa.

Este conto pode fazer compreender o caminho do amadurecimento humano. Primeiro é preciso se desprender das expectativas do pai. O filho não aprende o que o pai quer, mas o que ele mesmo sente. O pai o envia a três mestres que não ensinam o que o pai considera decisivo. Mestres estranhos e terras estranhas iniciam-no no mistério da vida.

Na manhã seguinte o jovem disse ao dono do castelo que os cães haviam dito, na sua língua, porque eram tão agressivos. Estavam enfeitiçados

O jovem seguiu o seu caminho. Queria chegar a Roma. Na viagem passou por um pântano onde coaxavam muitos sapos. Parou para escutá-los e ficou muito triste. Na sua língua os sapos disseram que ele seria eleito papa. Chegou a Roma quando os cardeais estavam reunidos para escolher o novo papa. Queriam que o futuro papa apresentasse um sinal milagroso. Quando entrou na igreja, um bando de pombos começou a voar em torno da sua cabeça. Os cardeais viram nisso um sinal de Deus e o elegeram papa.

das expectativas do pai, sob as paixões, sob a agressividade, sob as incertezas. Os cães são companheiros, mas não param de latir até que o rapaz descubra o tesouro que carrega consigo. A vida não pode ser um contínuo medo dos cães que latem, menos ainda um tratar cães selvagens. O coaxar dos sapos anuncia o que virá. São os sonhos que mostram caminhos para o futuro. Às vezes parecem sem sentido, mas de repente acontece, exatamente, o que se vislumbrou em um momento da vida. O canto dos pássaros, por sua vez, conduz o jovem até o destino que ele não escolhera, mas que lhe é atribuído. O ser papa lhe parecia acima das suas forças. Simboliza a pessoa que é responsável por si, que confia nas suas qualidades. É a pessoa madura, capaz de acompanhar e conduzir outras pessoas na vida.

A língua dos cães simboliza as paixões, os conflitos, as doenças, as incertezas, os fracassos. O latido dos cães conduz o jovem para o tesouro, seu verdadeiro ser que está enterrado debaixo

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O conto das três línguas

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A Revista de Verão é uma publicação da Arquidiocese de Florianópolis, de distribuição gratuita, produzida pela Assessoria de Comunicação Arquidiocesana. Diretor: Pe. Vitor Galdino Feller Conselho Editorial: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Revelino Seidler, Pe. Sedemir Melo, Fabíola Goulart, Fernando Anísio Batista, Giovanna Dutra Jornalistas Responsáveis: Fabíola Goulart (MTB 06647/SC) e Giovanna Dutra (MTB 06675/SC) Foto da capa: Marcello Dalmolin (Praia da Armação/Florianópolis)

Projeto gráfico: Fabíola Goulart Diagramação: Fabíola Goulart e Giovanna Dutra Coordenação de publicidade: Pe. Tarcísio Pedro Vieira e Erlon Costa Tiragem: 50 mil exemplares Impressão: Gráfica Coan Contatos: E-mail: imprensa.arquifln@gmail.com Telefone: (48) 3224-4799 / 99673-1266


Vivendo o “kairós” das férias P O R J O EL S P C A R T Foto: Everton Marcelino/Igreja Matriz de São José

As férias aproximando-se e os planos, se já não estão prontos, começam a serem traçados por muitos de nós. Pensamos nas festas, jantares, almoços, confraternizações. E, muitas vezes, acabamos esquecendo de cultivar, cuidar daquilo que nos é mais precioso: a vida e a nossa espiritualidade!

e fortemente próximos de nossos irmãos e de Deus. Durante as férias precisamos escolher sempre a melhor parte, a qual nunca nos será tirada. Em qualquer lugar onde nos encontramos a Eucaristia e a comunhão com Deus se fazem presentes na celebração das comunidades cristãs. O Senhor nos chama a estar com ele, ainda que nossas rotinas estejam um tanto quanto alteradas.

O livro de Eclesiastes, no início de seu capítulo 3, diz-nos que “para tudo há um momento, e um tempo certo para cada coisa debaixo do céu”, inclusive para descansar, calar um pouco a voz e o coração para curtir um período de férias. Para tanto, que tal apurarmos nosso olhar para encontrar, através da contemplação mística, o mistério da Vida; que Jesus revela aos pequenos (cf. Mt 11, 25-30)? Assim, em um olhar mais atento perceberemos a ação de Deus na vida dos pequeninos, de pessoas que esquecemos de ouvir e valorizar ao longo do ano. Férias é tempo especial para o encontrar-se com pessoas diferentes e descobrirmos a riqueza que o Senhor plantou no coração delas. Férias é tempo para descansar, respirar

com mais tranquilidade, oxigenar a mente e o coração e aguçar os olhos e os sentidos para pessoas e situações que não costumamos valorizar na correria do dia a dia. Férias é tempo de renovação. É tempo de fazermos uma faxina em nossos armários e guarda-roupas retirando de lá tudo aquilo que não nos serve mais ou está lá apenas ocupando espaço. É uma forma também de organizarmos o nosso interior, retirando dele todas as situações que nos impedem de estarmos mais livres

Este tempo especial de férias nos convida também a valorizarmos e curtimos momentos fortes com nossa família. Aproveitar a possibilidade de estar mais próximos deles e com eles elevar a mente e o coração em gratidão por tantas maravilhas operadas por Deus em nós. Para todos nós fica o convite: estar com Deus, buscar a Deus e deixar que ele viva e permaneça em nós independente do tempo em que estamos vivendo. Que as férias sejam para todos nós ocasião privilegiada para abrir-se a Deus e aos outros. Afinal, não podemos dar férias à nossa espiritualidade!

Filmes e livros para curtir no verão As férias são um período propício para o descanso e o lazer. Assistir a um bom filme ou seriado, ler um bom livro são boas alternativas para passar o tempo. Confira as indicações que a Arquidiocese de Florianópolis tem para você curtir neste verão.

E-BOOK NO CAMINHO DA SANTIDADE O livro ‘No caminho da Santidade – a vida de Marcelo Câmara’ está disponível em e-book. Para adquirir basta acessar o QR Code:

IRMÃ DULCE O filme conta a história da religiosa que viveu na capital da Bahia e dedicou sua vida aos pobres. Santa Dulce dos Pobres chegou a ser indicada ao Nobel da Paz e era conhecida como “Anjo Bom da Bahia”, graças a sua dedicação total aos necessitados. Mulher de fé profunda, religiosa comprometida com a verdade e com os valores cristãos.

ATÉ O ÚLTIMO HOMEM Baseado em uma história real, o filme narra a história de Desmond Doss, um soldado norte-americano que vai à guerra com uma única condição: não tirar a vida de ninguém. Desmond é de família religiosa e fiel ao mandamento “Não matarás”. Apaixonado pela medicina, o jovem usa seus dons para salvar vidas, nunca para tirá-las.

E S PI R I TUALI DADE

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AR QUI DI OC E S E

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Arquidiocese de Florianópolis

em números

História A Arquidiocese de Florianópolis foi criada em 19 de março de 1908. Na época ainda era diocese, e seu território eclesial compreendia todo o estado de Santa Catarina. O primeiro bispo diocesano foi Dom João Becker, que foi empossado em 12 de outubro de 1908 e permaneceu à frente da diocese até 1912. Em 1927, com a criação das dioceses de Joinville e Lages, Florianópolis foi elevada à categoria de Arquidiocese e Sede Metropolitana. Na época, Dom Joaquim Domingues de Oliveira recebeu o título de arcebispo, sendo o primeiro de Florianópolis. Atualmente o Arcebispo de Florianópolis é Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, que foi empossado em 15 de novembro de 2011.

Geografia e Economia O território eclesial da Arquidiocese de Florianópolis ocupa 12% do Estado de Santa Catarina, abrangendo 30 municípios, 13 deles se situam no litoral, com forte densidade urbana e intensa atração turística durante a temporada de verão. Os outros 17 municípios apresentam características bem diferentes, próprias de cidades pequenas e médias, com uma economia baseada no turismo rural, agricultura, indústria e comércio.

Organização - 71 paróquias - 07 santuários - 01 reitoria - 01 capelania

População Segundo o levantamento de 2017 do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, na área de jurisdição da Arquidiocese há 1.845.484 habitantes.

Forças vivas 17 pastorais 17 movimentos 09 associações 07 organismos 11 novas comunidades

- 02 capelanias militares - 02 paróquias militares - 642 comunidades - 109 padres diocesanos - 34 padres não incardinados - 70 padres religiosos - 141 diáconos permanentes - 386 religiosas

Entidades sociais com algum vínculo com a Arquidiocese - 15 casas com crianças e adolescentes - 06 hospitais

Ação Social 54 ações sociais paroquiais 8 pastorais sociais 42 entidades sociais ligadas à Igreja

- 08 comunidades terapêuticas - 05 lares para idosos

- 03 casas de acolhimento para pessoas em situação de rua - 02 instituições para pessoas com necessidades especiais

- 01 casa de acolhimento - 03 unidades educacionais para acompanhantes de pacientes hospitalizados com ensino gratuito


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Horário de Verão SEGUNDA A SEXTA-FEIRA: 06h30, 12h15 e 18h15 De 20/12/2019 até 31/01/2020 estão suspensas as missas de 12h15 - retorna no dia 03/02/2020 Sábado: 18h15 DOMINGO: 07h30; 09h30; 18h e 19h30 NOVENA DO PERPÉTUO SOCORRO: São suspensas de 25/12/2019 a 29/01/2019 - retornam no dia 05/02/2020 Foto: Gaio Torquato

Catedral

Metropolitana

Uma das obras que chamam a atenção de quem visita a Catedral Metropolitana de Florianópolis, é a fuga para o Egito. A imagem personifica a passagem que está no evangelho de São Mateus. Nela, José e Maria fogem com o menino Jesus para o Egito, por terem medo do Rei Herodes que estava matando todos os recém-nascidos em Jerusalém. A imagem (foto abaixo) representa em tamanho natural as figuras de José, caminhando ao lado de um burrico, com Maria, montada, carregando Jesus no colo, ainda bebê. A obra é rica em detalhes e foi talhada à mão, na madeira Tília-Grandiflo, sendo composta por dois blocos. O escultor da obra foi o austríaco Demetz Groeden. Historiadores contam que a imagem foi adquirida pela Irmandade da Catedral, no século XX, após o navio em que estava naufragar no litoral de Santa Catarina.

SECRETARIA PAROQUIAL DE SEGUNDA A SEXTA das 08:00 às 12:00 e 13:00 às 17:30

PADRES PÁROCO: Pe. David Antônio Coelho VIGÁRIOS: Pe. Eugênio Kinceski ,Pe. Pedro Adolino Martendal, Pe. Vilson Groh, Pe. Willian Vogel

AUXILIAR: Pe. Anderson Moacir Ramos

CAT E DR AL

MISSAS


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CULTUR A

CULTURA AÇORIANA A chegada dos colonos das Ilhas dos Açores ao litoral catarinense mudou a nossa história e nossa cultura que marcam gerações de “manézinhos”. A vinda dos açorianos para o município do Desterro, que compreendia além da ilha, toda área entre as cidades de Itajaí e Garopaba, aconteceu em um curto espaço de tempo, entre os anos de 1748 e 1754, sendo chamada de ‘A grande vinda’. Neste intervalo de tempo, chegaram cerca de seis mil imigrantes vindos do Arquipélago dos Açores, o que é considerado uma quantidade grande de pessoas, já que na época a localidade tinha cerca de 300 habitantes. Para entender um pouco mais sobre a colonização e a história da chegada dos açorianos ao litoral catarinense, a Revista de Verão conversou com Sérgio Luiz Ferreira, presidente da Casa dos Açores de Santa Catarina e professor da UFSC. Segundo Sérgio, “eles (açorianos) vieram porque a coroa portuguesa queria ocupar efetivamente o sul do Brasil”, já que os limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas não eram tão claros. Sendo assim, a coroa portuguesa enviou os açorianos para o sul do Brasil com o objetivo de tomar o território para si, a partir do Tratado de Madri, que estabelecia no acordo entre Portugal e Espanha o chamado uti possidetis, o princípio que diz: quem possui determinado território é dono dele.

Desafios no Novo Mundo

Com a vinda ao novo mundo, os açorianos precisavam encontrar formas de sobrevivência. Sérgio conta que, “ao chegar no Brasil, eles tentam plantar trigo e não conseguem”, pois, a esperança inicial era encontrar as mesmas condições climáticas da sua terra natal, para assim plantar trigo e produzir a farinha. Porém,

Foto: SANTUR

ao desembarcarem se deparam com uma realidade bem diferente. A terra não era boa para o plantio do trigo e os ventos não eram constantes para a construção dos moinhos de vento, e por isso encontraram na produção da mandioca uma alternativa. Essa adaptação na cultura e alimentação fez com que os açorianos aperfeiçoassem a produção da farinha de mandioca. Tanto que “o primeiro processo de industrialização em Santa Catarina é a produção da farinha de mandioca. No resto do país, a produção era realizada manualmente. O açoriano adaptou as engrenagens dos moinhos de trigo e utilizou a mão de obra animal ou a força da água para essa produção”, destaca Sérgio. O estado catarinense se tornou, em meados do século XVIII, um grande exportador do produto. Além da produção da farinha, o açoriano aprendeu a pescar depois da chegada ao Brasil, porque, mesmo morando em ilhas, eles são

conhecidos como ‘homens de costas para o mar’. Sérgio explica o motivo: o mar que banha o Arquipélago dos Açores, o Oceano Atlântico, não é favorável para a prática. “O mar é muito bravo e as ilhas são de um relevo muito alto. Como, por exemplo, a ilha de São Jorge, que fica num planalto elevado e a praia lá em baixo”, descreve o historiador. Muitos são os traços deixados pela colonização açoriana em Santa Catarina, tornando o litoral do estado único em beleza e cultura. Para Sérgio, “a maior herança deixada pelos açorianos em Santa Catarina e em todos os lugares por onde eles passaram é a devoção ao Espírito Santo. As festas do Divino acontecem ainda hoje aqui, na Califórnia, nas Bermudas, no Canadá, e em muitos outros lugares do mundo por conta da colonização açoriana”. Além, é claro, do jeito açoriano de ser. Assim como nos Açores, a hospitalidade em terras catarinenses é sem dúvida uma marca singular.


A farinha de mandioca produzida pelo açoriano é conhecida como “farinha polvilhada”, por ser bem fina, pois, inicialmente eles queriam usar essa farinha para fazer as mesmas receitas que levavam a farinha de trigo.

Foto: Volpato Fotografia Foto: Anderson Coelho/NDmais

Alguns estudiosos acreditam que a devoção tenha origem com a Princesa Isabel, como forma de pagar uma promessa, mas outros relatam que a festa tem origens ainda mais antigas.

Foto: Mario - Floripa Convention

Em Santa Catarina, ainda encontramos casas rurais dos séculos 18 e 19 com as suas eiras para a secagem do café. A estrutura consiste num pátio geralmente posicionado em frente à moradia e calçado com pedras ou tijolos. E a beira é o beirado ou beiral do telhado, designando a casa propriamente.

VOCÊ SABIA?

Existem palavras que são usadas no Arquipélago dos Açores e também em nosso litoral, mas não compreendidas pelos portugueses que vivem em Portugal. Confira algumas: Nisca de gente: criança Paranho: teia de aranha Esgueirar: chegar de fininho

De montes: muitos Vento encanado: corrente de ar Gadelhas: cabelos

CULTUR A

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ACONT EC E U

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O que foi destaque em 2019 Várias pastorais, grupos e movimentos da Arquidiocese de Florianópolis marcaram presença na VII edição do Festival da Família, em maio, no Centro de Atenção à Terceira Idade (CATI), na Beira Mar de São José. O encontro é promovido pela Comissão Arquidiocesana para a Vida e Família (CAVF) e tem como objetivo celebrar o Dia Internacional das Famílias. Foto: Paulo Elis Souza

Mais de quatro mil pessoas se reuniram no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR) para comemorar os 20 anos da Pastoral de Coroinhas na arquidiocese e a abertura do Mês Vocacional, em agosto. As crianças e adolescentes adoraram Jesus na Eucaristia, rezaram a Maria pelas vocações, cantaram com muito vigor, encontraram-se como irmãos, membros da Igreja. Foto: Victor Souza Foto: Everton Marcelino

Outro grande evento foi o dos membros do Apostolado da Oração e Rede Mundial de Oração do Papa, que reuniu mais de cinco mil pessoas no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR). Celebrando o Ano Jubilar do Apostolado da Oração no mundo, com seus 175 anos de fundação, foi apresentado no encontro a imagem jubilar do Sagrado Coração de Jesus.


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PE R F I L

Padre Léo: amor que transforma vidas P O R M A RCI A P E I X E

Mineiro, o sacerdote escolheu Santa Catarina para viver e acolher pessoas com dependência química. Após 12 anos de seu falecimento, Padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, scj, permanece vivo entre aqueles que acreditam no “amor como a única força capaz de mudar as pessoas”. Ele nasceu em 9 de outubro de 1961, em uma família humilde de Delfim Moreira, em Minas Gerais, no vilarejo conhecido por Biguá. Antes de ingressar no seminário foi torneiro mecânico e também trabalhou em uma fábrica de armas em Itajubá (MG).

pessoas com AIDS.

Em 1982, ingressou no Seminário Dehonista na cidade de Lavras (MG), pertencente à Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, na qual ordenou-se sacerdote em 1990. Em seguida, atuou na formação de novos religiosos e sacerdotes, e foi diretor do Colégio São Luís, em Brusque (SC). Durante este período, percebeu a necessidade de criar um local que proporcionasse um novo jeito de viver para acolher dependentes químicos e

Mas foi por meio da TV que sua voz e presença foram amplificadas. Entre 1999 e 2006, atuou em programas católicos de televisão na Associação do Senhor Jesus, em Valinhos (SP), e posteriormente no Sistema de Comunicação Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP). Além disso, escreveu 27 livros, a partir da temática da Cura Interior, caminho que percorreu até os últimos dias de sua vida.

Então, em 1995, Padre Léo pôs em prática o sonho de Deus que estava no seu coração: acolher a todos como ao próprio Cristo. E então fundou a Comunidade Bethânia, em São João Batista (SC). De lá para cá, são 24 anos de história dedicados ao acolhimento gratuito além de outros sete recantos pelo Brasil: Curitiba (PR), Irati (PR), Guarapuava (PR), Cianorte (PR), Lorena (SP), Uberlândia (MG) e Itaperuna (RJ).

Padre Léo faleceu em 4 de janeiro de 2007, aos 45 anos, vítima de infecção generalizada por causa de um câncer no sistema linfático. Em outubro de 2017, os sacerdotes da Comunidade Bethânia, Pe. Vicente de Paula Neto, Pe. Lúcio Tardivo e Pe. Elinton Costa fizeram o pedido oficial ao arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, para que desse início ao processo de beatificação de Pe. Léo. O pedido foi aceito e agora aguardam-se os próximos passos do processo perante à Igreja Católica. Fotos: Divulgação/Comunidade Bethânia

Primeira casa da Comunidade Bethânia foi aberta em São João Batista (SC) pelo Padre Léo. Hoje o recanto continua a acolher pessoas em tratamento da dependência química.

Também há espaços para visitantes que desejam saber mais sobre a comunidade e seu fundador, como o Memorial Padre Léo, que guarda objetos pessoais e religiosos e conta com uma pequena capela onde estão os restos mortais do sacerdote.


E S PEC I AL

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BATIZADOS E ENVIADOS: a Igreja de Cristo em missão O Mês Missionário Extraordinário reforçou o papel da Arquidiocese de Florianópolis em todos os campos de missão, das comunidades eclesiais missionárias às missões sem fronteiras. O Papa Francisco instituiu o mês de outubro de 2019 como o Mês Missionário Extraordinário, com o objetivo de “despertar em medida maior a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral”. Atendendo ao chamado do pontífice, comunidades e paróquias realizaram missões em toda a Arquidiocese. Segundo o coordenador arquidiocesano de pastoral, Pe. Revelino Seidler, a data serviu também para despertar a consciência da necessidade da missão. “Com o Mês Missionário Extraordinário houve uma ampliação da visão dos cristãos, que, por consequência, levou à oração, depois à reflexão e, por fim à ação. E também demostrou que a missão deve ser constante e não se atentar somente a um mês do ano”, completa. A ação envolve uma dinâmica que a arquidiocese pouco a pouco vem assumindo, com as frentes de missão no Amapá, Bahia e Guiné-Bissau, algo que alcança a Igreja local, regional e além-fronteiras. A secretária de Animação Missionária da Arquidiocese de Florianópolis, Zenir Gelsleichter, destaca que muitas paróquias realizaram missões em diferentes datas do ano. Porém, a convocação do Papa Francisco animou ainda mais os fiéis, com mais de 40 paróquias realizando as Santas Missões Populares no mês de outubro, envolvendo mais de 1.500 pessoas. A participação da Infância e Adolescência Missionária (IAM) também foi muito importante nas atividades e visitas missionárias. Para saber mais sobre como a Arquidiocese de Florianópolis viveu o Mês Missionário Extraordinário, acesse o nosso site: www.arquifln.org.br.

APAE de Brusque

Centro Terapêutico São Lourenço - Itajaí

Paróquia Nossa Senhora do Rosário - Enseada de Brito Paróquia Sagrado Coração de Jesus - Paulo Lopes


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E S PEC I AL

Cruz Missionária visitou locais de diversas cidades da arquidiocese, como hospitais, organizações, comunidades terapêuticas, escolas, entre outros.

Foto: Juliane Ferreira

Foto: Juliane Ferreira

Os presbíteros de Florianópolis, Pe. José Jacob Archer e Pe. Josemar Silva, em missão na Diocese de Macapá, no Amapá. Demais fotos: Divulgação/ArquiFloripa

Colégio Salvatoriano Nossa Senhora de Fátima - Florianópolis

Paróquias se organizaram e saíram às ruas e casas durante o Mês Missionário Extraordinário.

Paróquia Santa Cruz - Barreiros - São José

Abertura do Mês Missionário na Forania de Camboriú


S ANTUÁR I OS

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Roteiros de fé e devoção Santuário Imaculada Conceição da Lagoa reúne história da Ilha de Santa Catarina. O bairro Lagoa da Conceição, em Florianópolis, encanta turistas e moradores por suas belezas naturais. É lá, em um dos pontos mais privilegiados, em meio à natureza, que se localiza o Santuário Imaculada Conceição da Lagoa.

Foto: Arquivo

As obras da igreja tiveram início em 20 de junho de 1750 quando o então governador Manuel Escudeiro Ferreira de Souza encaminhou a planta do templo para Portugal. Assim como outras igrejas construídas no século 18, na ilha de Santa Catarina, o santuário possui o estilo arquitetônico trazido pelos colonizadores portugueses. Em 1847, o imperador Dom Pedro II visitou a freguesia da Lagoa, como era chamada a localidade, e na ocasião destinou à comunidade uma quantia em dinheiro para a manutenção da igreja. Em uma segunda visita, o imperador presenteou a igreja com dois sinos, que estão lá até os dias de hoje. A igreja já passou por algumas obras para a preservação da sua estrutura. A mais recente se iniciou em janeiro de 2008 e levou cinco meses para ser terminada. O santuário e seu entorno estão protegidos pela Lei Municipal nº 2.193, de 1985, que instituiu o Plano Diretor de Uso do Solo dos Balneários da Ilha de Santa Catarina, por considerá-los incluídos em Área de Preservação Cultural tipo Um, ou seja, “área de interesse histórico”.

VISITAÇÃO: De terça-feira a sexta-feira, das 8h às 12h, sábado e domingo, das 15h às 19h MISSAS: sábado, às 18h | domingo, às 8h e 20h LOCALIZAÇÃO: Rua Francisca Luiza Vieira, 277 Lagoa da Conceição - Florianópolis

Santuário Nossa Senhora de Fátima

Santuário Santa Paulina

Rua Souza Dutra, 442 – Estreito – Florianópolis – SC

Rua Madre Paulina, 3.850 - Vígolo - Nova Trento – SC

Rua Nicolau Kretzer, 254 – Angelina – SC

Fone: (48) 3244-2435 | www.facebook.com/santNSF

Fone: (48) 3267-3030 | www.santuariosantapaulina.org.br

Fone: (48) 3274-1185 | www.santuarioangelina.com.br

Santuário Nossa Senhora do Bom Socorro

Praça de Azambuja, 1076 – Azambuja – Brusque – SC

Rua Santo Inácio, 170 – Nova Trento – SC Fone: (48) 3267-0127 | www.paroquiasaovirgilio.com

Santuário Nossa Senhora de Azambuja Fone: (47) 3396-6276 | www.azambuja.org.br

Santuário Nossa Senhora de Angelina

Santuário Bom Jesus da Santa Cruz Rua João Pering, 254 – São Pedro de Alcântara – SC Fone: (48) 3277-0109 | spaarquifloripa@gmail.com


Igreja Nossa Senhora da Lapa História de tradição e religiosidade no Ribeirão da Ilha. Foto: Marcos A Malagoli

O bairro Ribeirão da Ilha foi o segundo a ser fundado na antiga Vila do Desterro, hoje Florianópolis. A localidade traz consigo inúmeros traços dos seus colonizadores portugueses, vindos do arquipélago dos Açores. Um de seus mais tradicionais pontos turísticos é a Igreja Matriz Nossa Senhora da Lapa, cuja construção teve início em 1763, ficando pronta somente em 1806, ano da sua inauguração. Para a construção foram usados pedra e cal, como era o costume da época, trazidos do ancoradouro da Praia da Armação. A imagem da padroeira, Nossa Senhora da Lapa, foi trazida no fim do século XVIII por Manoel de Vargas Rodrigues, que obteve Provisão Episcopal para a fundação da igreja na região.

Foto: Ricardo Henrique da Silva

Desde sua fundação muitas intervenções foram realizadas na estrutura da igreja. Algumas delas fizeram com que suas características originais mudassem um pouco. Mesmo assim a igreja segue a tradição arquitetônica açoriana, com a fachada principal em formato triangular, duas torres e no seu interior o altar-mor e duas sacristias.

MISSAS: domingos, às 9h30, e sextas-feiras, às 16h (Missa e Novena) LOCALIZAÇÃO: Praça Hermínio Silva, s/nº, Ribeirão da Ilha – Florianópolis Telefone: (48) 3237-3889

HI STÓR I A E F É

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VOCAÇÕE S

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Sim ao chamado de Deus

Será que eu sou chamado a ser padre? Se você deseja trilhar um caminho para a descoberta vocacional, entre em contato com a Pastoral Vocacional da Arquidiocese. Padre Vanio da Silva Telefone: (48) 3234-4443 | (48) 99916-3808 e-mail: pe.vanio@ig.com.br

A vocação sacerdotal é um presente de Deus para a humanidade. É através das mãos do padre que recebemos a graça e a força dos sacramentos. Corresponder ao chamado de Deus a essa vocação é um desafio belo e audacioso.

Em 2019, a Arquidiocese de Florianópolis teve a graça de celebrar a ordenação de três presbíteros. Com muito entusiasmo, louvamos a Deus pelo sim de cada um. Foto: Pascom/Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré

Foto: Valério Andrade

Foto: Victor Souza

Padre Clóvis Martins

Padre Sedemir Valmor Melo

Padre Willian Vogel

Ordenação: 15 de novembro, na Matriz da Paróquia São Joaquim, em Garopaba.

Ordenação: 21 de setembro, no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos.

Ordenação: 20 de outubro, na Matriz da Paróquia São Luís Gonzaga, em Brusque.

Lema de ordenação: “Para que todos sejam um como tu Pai estás em mim e eu em ti” (Jo 17,21) Onde atua: Vigário na Paróquia na Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça.

Lema de ordenação: “Essa é minha alegria e ela é completa, que ele cresça e eu diminua” (Jo 3,29c –30) Onde atua: Vigário Paroquial na Paróquia Divino Espírito Santo, em Camboriú.

Lema de ordenação: “Nada temas, eu te chamo pelo nome, tu és meu!” (Is 43,1) Onde atua: Vigário Paroquial na Catedral Metropolitana, em Florianópolis.


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R E V ISTA DE V E R ÃO 2 02 0 - A R Q U I D I OC ESE DE FLORI AN ÓP OL I S

O período de férias chegou! Em janeiro, inúmeras pessoas procuram deixar o ritmo exaustivo do dia a dia para buscar descanso, lazer ou qualquer atividade que fuja do estilo de vida que as embalaram durante todo o ano. De acordo com o Papa Emérito Bento XVI, as férias devem ser acolhidas como dom de Deus, um tempo de descanso e motivação para recobrar as forças físicas e espirituais. Além disso, elas são também uma oportunidade para dedicar mais tempo à família e à oração. “No mundo em que vivemos, é indispensável recuperar energias para o corpo e o espírito, especialmente para aqueles que vivem nas cidades, onde as condições de vida, às vezes frenéticas, deixam pouco espaço para o silêncio, a reflexão e o saudável contato com a natureza”, afirmou ele em julho de 2005, durante suas primeiras férias como pontífice. Em 2011, durante seu período de descanso em Castel Gandolfo, na Itália, Bento XVI deu dicas valiosas para quem deseja viver bem este tempo de férias. Confira ao lado.

J UVE NTUDE

4 DICAS PAR A O TEM PO DAS F ÉR IAS 1. Descanse!

Procure viver de modo novo as relações com os outros e com Deus. “Abri um largo espaço para a leitura da Palavra de Deus, particularmente o Evangelho, que, certamente, colocareis na vossa bagagem de férias!”

2. Proteja a criação!

Admire a beleza e sinta a presença e a grandiosidade do Criador na natureza ao seu redor. “A realidade divina está escondida em nossa vida diária como sementes enterradas no solo. A nós, cabe fazê-las frutificar.”

3. Visite lugares históricos!

Descubra com curiosidade inteligente e profunda os monumentos do passado como testemunho de cultura e fé, como igrejas, fortes e museus. “Que o Espírito Santo, que vê os corações, inspire-vos a rezar nesses lugares, dar graças e interceder pela humanidade do terceiro milênio!”.

4. Dedique um tempo para Deus!

“Somos convidados a dedicar o tempo de férias a buscar a Deus e pedir que Ele liberte a todos nós da carga desnecessária. Peçamos ao Senhor um coração inteligente e sábio que o encontre.”

AS FÉRIAS DO PAPA FRANCISCO Os pontífices João Paulo II e Bento XVI tiravam alguns dias de descanso na residência papal de Castel Gandolfo ou mesmo no Valle de Aosta, nos Alpes italianos. Já Francisco deixou claro em uma ocasião aos jornalistas que desde 1975 não tira férias. “A última vez que tirei férias fora de casa foi em 1975. Desde então, eu tiro férias – de verdade! – mas na minha própria casa. Mudo de ritmo, durmo um pouco mais, leio coisas que me ajudam a descansar, escuto música, rezo mais... E tudo isso me ajuda a descansar”.

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REV ISTA DE VE R ÃO 2 02 0 - ARQUIDIOCESE DE F LO R I A NÓ PO LI S

Hospitais filantrópicos: atendimento humanizado Fotos: Arquivo

O Papa Francisco no IV Seminário de Ética na Gestão de Serviços de Saúde, em Roma (2018), declarou: “Temos que lutar para manter íntegro este vínculo de profunda humanidade, pois nenhuma instituição assistencial pode por si substituir-se ao coração humano. Portanto a relação com o doente exige respeito em sua autonomia e grande disponibilidade, atenção, compreensão, cumplicidade e diálogo, para ser expressão de um compromisso assumido como serviço”. No território da Arquidiocese de Florianópolis, temos seis hospitais que são administrados por organizações católicas que, em ambiente humanizado, atendem seus pacientes. Apresentamos nesta edição o Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux de Brusque/SC. O Santuário de Azambuja faz parte da história de Brusque. À sua frente está localizado o centenário Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos

Renaux. O Hospital de Azambuja, como é conhecido, foi inaugurado em 29 de junho de 1902, quando a então Santa Casa de Misericórdia já englobava um pequeno hospital, um asilo, um orfanato e um hospício. Naquele mesmo ano, os atendimentos se iniciaram de forma constante com a presença das Irmãs da Congregação da Divina Providência.

Desde que foi criado, o hospital tem por vocação o atendimento baseado na atenção e no carinho ao paciente e o compromisso em prestar uma assistência integral e segura, com profissionais qualificados. Hoje tornou-se um dos mais importantes estabelecimentos de saúde da região, atendendo em média 4.700 pessoas por mês. Possui cerca de 10.800 metros quadrados construídos, em três pavimentos, e conta com 154 leitos para atender a comunidade, sendo sete leitos na Unidade de Terapia Intensiva.

Imperial Hospital de Caridade Florianópolis/SC

Hospital Dom Joaquim Brusque/SC Hospital Marieta Konder Bornhausen Itajaí/SC

Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Conceição Angelina/SC Hospital São José Tijucas/SC


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R E V ISTA DE V E R ÃO 2 02 0 - A R Q U I D I OC ESE DE FLORI AN ÓP OL I S Fotos: Arquivo

ACOLHI DA

Centro Terapêutico São Lourenço: lugar para recomeçar O centro terapêutico São Lourenço foi inaugurado em 11 de outubro de 2015, em Itajaí, com o intuito de atender homens entre 18 e 59 anos, com alguma dependência química. A sede está localizada numa área rural da cidade, e visa a recuperação e reinserção social dos internos, mantendo cursos de formação religiosa, cultural e profissional. O local possui três repartições: a casa de acolhida, o refeitório e o ambiente de morada dos monitores. O Centro Terapêutico conta com 12 voluntários, que auxiliam na manutenção do local, bem como na obtenção de doações, e nove profissionais: terapeuta, psiquiatra, psicóloga, enfermeira, auxiliares de enfermagem e monitores. Atualmente o centro atende cerca de 20 homens, sendo 10 na faixa etária de 19 a 29 anos, e outros na faixa de 30 a 60 anos.

Como ajudar:

Caixa Econômica Federal Agência 1011 / Operação 011 / Conta 1704-0

Demais comunidades terapêuticas na Arquidiocese: Comunidade Bethânia Estrada Mun. Bethânia, 400 - Timbezinho São João Batista | Telefone: (48) 3265-4415

Cliníca Caminho do Sol (Masculino e Feminino) Rua Maria Claudino da Cruz, 645 - Capoeiras Florianópolis | Telefone: (48) 3248-3997

CARE Rua Geral Fernandes, s/n - Bairro Fernandes São João Batista | Telefone: (48) 3265-2208

Comunidade Terapêutica Lar Recanto da Esperança (Masculino) Rodovia João Gualberto Soares, 3040 - Rio Vermelho Florianópolis | Telefone: (48) 3369-2271

Centro de Tratamento Recanto Silvestre (Masculino) Rua João Alfredo Fermino, 783 - Fundos Biguaçu | Telefone: (48) 3243-3414

Fazenda Porta Aberta Fazenda da Esperança (Feminino) Endereço: Rua José Lana, s/n, Km 14 – Brilhante II, Itajaí Telefone: (47) 99607 3195 E-mail: diaconojuarez@gmail.com

Rua Rosa, 1764 - Pantanal / Florianópolis Telefone: (48) 99913-0939 (Flor)


CAS A COM UM

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REV ISTA DE VE R ÃO 2 02 0 - ARQUIDIOCESE DE F LO R I A NÓ PO LI S

Pe. Raulino Reitz: ciência, fé e amor pela Criação Você sabia que o patrono dos ecologistas catarinenses é um sacerdote católico? Saiba mais sobre um dos filhos mais ilustres de Santa Catarina. A união entre ciência e fé ainda parece estranha para alguns, mas um catarinense fez história justamente por viver sua vocação nestes dois campos. Raulino Reitz (1919-1990) foi um presbítero da Arquidiocese de Florianópolis que dedicou a sua vida à ciência e à proteção do meio ambiente. Em 2019, celebramos o centenário de seu nascimento.

da Serra do Tabuleiro.

A maior parte de sua vida foi aplicada ao levantamento da flora catarinense. Seus trabalhos de pesquisa atingiram as áreas de Botânica, Zoologia, Genealogia e História. Sobre estes assuntos publicou 45 livros e 114 artigos científicos. Descobriu para a ciência cinco gêneros e 327 espécies novas de plantas. Coletou 30.073 plantas e emprestou seu nome a três gêneros novos e 59 espécies de plantas. Em 22 de junho de 1942, fundou o Herbário Barbosa Rodrigues, em Itajaí, com um acervo contendo 95% da flora catarinense.

Entre vários prêmios recebidos por trabalhos em favor do meio ambiente recebeu o Prêmio Global 500, concedido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, no México, em 1990. Em Santa Catarina, é reconhecido como Patrono dos Ecologistas Catarinenses.

Desempenhou os cargos de diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro de 1971 a 1975, um dos mais importantes do mundo. Também foi diretor da Fundação do Meio Ambiente (FATMA), atualmente chamada de Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Santa Catarina, de 1976 a 1983.

Fotos: Arquivo pessoal

O amor pela Casa Comum Todo o conhecimento e experiência adquiridos nutriu em Pe. Raulino o amor pela Criação e a vontade de recuperar e proteger a natureza, muito antes da bandeira ecológica virar tendência. Criou e implantou, em 1961, o Parque Botânico do Morro Baú, em Ilhota, com 750 hectares. Neste sentido, por meio de exposição e anteprojetos, participou diretamente da criação de diversas unidades de conservação catarinenses, como o Parque Estadual

Padre Raulino Reitz com Lyman Smith, seu amigo e maior sistematizador botânico dos EUA


Parque Estadual da Serra do Tabuleiro Foto: André Ganzarolli Martins

A maior unidade de conservação de proteção integral do Estado foi criada em 1975, com base nos estudos dos botânicos Pe. Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein, com o objetivo de proteger a rica biodiversidade da região e os mananciais hídricos que abastecem as cidades da Grande Florianópolis e do Sul do Estado. O parque ocupa cerca de 1% do território catarinense. Abrange áreas dos municípios de Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes. Fazem parte do parque as ilhas do Siriú, dos Cardos, do Largo, do Andrade e do Coral, e os arquipélagos das Três Irmãs e Moleques do Sul.

Quarta-feira a domingo, das 9h às 16h (o horário pode mudar durante as férias de verão). Entrada gratuita. Contato: (48) 3286-2624

Como chegar ao Parque

Endereço: Rodovia BR 101, Km 238 - Tem um viaduto próximo ao Posto Maciambú. Cruzar em direção ao litoral e seguir por cerca de 500 metros e então encontrar o portão de entrada. Seguir a estradinha interna até o estacionamento.

35anos

Foto: Daiane Antunes/Geokiriri

Horário de visitação

CAS A COM UM

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R E V ISTA DE V E R ÃO 2 02 0 - A R Q U I D I OC ESE DE FLORI AN ÓP OL I S


Koerich, hรก mais de 60 anos a loja preferida dos catarinenses.


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