III Fora do Lugar Festival Internacional de MĂşsicas Antigas Idanha-a-Nova 2014
UM PROJECTO
COM A PARCERIA
ESTRUTURA FINANCIADA POR
APOIOS
MEDIA PARTNER
Conceito original Arte das Musas Direcção artística e de produção Filipe Faria Produção Rita Santos Nuno Vieira Daniel Carreiro Conceito gráfico, design e paginação Arte das Musas/Filipe Faria Fotografia da capa: Colecção Capitão Mário Marques de Andrade (cortesia da família). Fotografias antigas: Coleccções particulares (CMIN/CCR). Restantes fotografias e textos da responsabilidade dos artistas/músicos/grupos excepto quando creditadas.
Festival Fora do Lugar Web: www.foradolugar.pt Facebook: www.facebook.com/foradolugar Email: festival@foradolugar.pt Arte das Musas Morada: Rua de Infantaria Dezasseis, 88 - 1.º Dto. 1350-170 Lisboa PORTUGAL Tel.: +351 210995674 Email: mail@artedasmusas.com Web: www.artedasmusas.com © Arte das Musas 2014
ÍNDICE
Abertura Armindo Jacinto
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PRESIDENTE DO MUNICÍPIO DE IDANHA-A-NOVA
Programa geral
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28 Novembro 2014 MÚSICA João Hasselberg
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29 Novembro 2014 19 OFICINA Construção de instrumentos reciclados 20 OFICINA Os sons perdidos do Al-Andaluz 22 MÚSICA Emilio Villalba ESPANHA 24 5 Dezembro 2014 OFICINA Construção de adufes MÚSICA Cuarteto Típico El Bocadito ARGENTINA/UCRÂNIA/PORTUGAL
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6 Dezembro 2014 OFICINA | DANÇA Tango, la danza del abrazo MÚSICA Arianna Savall e Petter Udland Johansen ESPANHA/NORUEGA
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7 Dezembro 2014 47 OFICINA | PEQUENO CONCERTO Conto musical 48 OFICINA Mobilidade alternativa em família 50 EXPOSIÇÃO | INAUGURAÇÃO Barra das Almas 52 CINEMA | CURTA-METRAGEM En présence (Piedad silenciosa) FRANÇA 55 MÚSICA Concerto Campestre 58 12 Dezembro 2014 OFICINA Doces tradicionais MÚSICA Cardo-Roxo + Silva
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13 Dezembro 2014 PASSEIO NATUREZA Os barrocais do monte-ilha granítico de Monsanto MÚSICA Galandum Galundaina
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Mapa de Idanha-a-Nova Projectos ou memórias Fora do Lugar
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2014
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ARMINDO JACINTO PRESIDENTE DO MUNICÍPIO DE IDANHA-A-NOVA O ano de 2014 assinala a terceira edição do Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas, um dos projectos culturais mais relevantes na área da música na região. Apoiado desde o primeiro momento pelo Município de Idanha-a-Nova, na qualidade de parceiro, este projecto assume um papel de relevo no contexto da sua linha de intervenção no plano cultural, em particular no que diz respeito ao desenvolvimento do diálogo entre formas musicais e da atitude perante a música antiga, abordando de um modo inovador os conceitos de erudito/popular e antigo/contemporâneo. A fronteira entre estas noções, longe de ser linear, surge aqui como uma experiência que, mais do que tudo, nos faz reflectir sobre os processos históricos que conduzem de uma linha musical a outra, feitos de permanências, mudanças e rupturas, muitas delas surpreendentes. Ao longo da história da música, passado e presente cruzam caminhos incessantemente. Não é por isso de estranhar um programa com presenças tão diversas: do jazz ao eco dos esplendores do Al Andalus, passando pela exuberância do barroco alemão e a expressividade da world music. Um conceito provocador? Sim, e tão assumido como os próprios espaços de realização do festival que rompem, também eles, com as convenções e estereótipos vigentes. Eficaz? Os resultados das edições anteriores falam por si, reforçando a validade de uma opção política que ilustra, ao nível local, a capacidade de produzir cultura num cenário onde muitos não concebem pensá-la neste moldes: o país perdido das pequenas aldeias quase desertas. Daqui releva uma das virtudes maiores do projecto, a possibilidade de chegar até onde mais ninguém se deu ao trabalho de ir, cumprindo um objectivo que, sendo do Município de Idanha-a-Nova, deveria ter reflexos mais amplos na realidade nacional – um real e generalizado acesso à diversidade cultural dos nossos dias. Ao longo do tempo Idanha tem investido, como poucos, neste sentido. Por esta razão, 2014 marca, igualmente, mais uma etapa no caminho da validação deste esforço e do reconhecimento das valências e dinamismo culturais deste território, com a candidatura, em curso, à Rede das Cidades Criativas da UNESCO, precisamente na categoria da Música. Neste contexto, onde tradição e modernidade convivem e dialogam em permanência entre si, o contributo do Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas afigura-se decisivo. Sobre as terras de Idanha recaem não apenas as expectativas das suas gentes, mas as de todos aqueles que, neste e noutros projectos promovidos pelo Município, revêem o tremendo potencial do mundo rural português.
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PRO GRA MA 9
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Monsanto | S. Pedro de Vir-a-Corça 21h30 MÚSICA João Hasselberg Truth has to be given in riddles
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Idanha-a-Nova | Centro Cultural Raiano 11h00 OFICINA Construção de instrumentos reciclados 15h00 OFICINA Os sons perdidos do Al-Andaluz com Emilio Villalba ESPANHA Salvaterra do Extremo | Antiga Câmara 21h30 MÚSICA Emilio Villalba ESPANHA Instrumentos em tempos de AlsaqundI: Uma viagem sonora pelas ruas do al-Andaluz
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Idanha-a-Nova | Centro de Artes Tradicionais 10h30 OFICINA Construção de adufes
Lugar das Soalheiras | Ass. Rec. da Caça “A Raiz” 21h30 MÚSICA Cuarteto Típico El Bocadito ARGENTINA/ UCRÂNIA/PORTUGAL Para bailar la vida
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Idanha-a-Nova | Centro Cultural Raiano 11h00 OFICINA | DANÇA Tango, la danza del abrazo com Cuarteto Típico El Bocadito ARGENTINA/UCRÂNIA/PORTUGAL
Idanha-a-Velha | Antiga Sé 21h30 MÚSICA Hirundo Maris: Arianna Savall e Petter Udland Johansen ESPANHA/NORUEGA Cantos del Sur y del Norte
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Idanha-a-Nova | Centro Cultural Raiano 10h30 OFICINA| PEQUENO CONCERTO Conto musical com Concerto Campestre 12h00 OFICINA Mobilidade alternativa em família 17h00 EXPOSIÇÃO | INAUGURAÇÃO Barra das Almas de Valter Vinagre e Pedro Guimarães 17h45 CINEMA | CURTA METRAGEM En présence (Piedad silenciosa) de Nino Laisné FRANÇA 18h30 MÚSICA Concerto Campestre Um concerto bem temperado. A música de câmara de J. S. Bach
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Monsanto | Pólo de Gastronomia 11h00 OFICINA Doces tradicionais (Argolas mimosas/Filhós flor) São Miguel d’Acha | Centro de Dia 21h30 MÚSICA Cardo-Roxo & Silva Alvorada: Música tradicional portuguesa
Monsanto | Ponto de encontro a anunciar 10h00 PASSEIO NATUREZA Os barrocais do monte-ilha granítico de Monsanto Idanha-a-Velha | Antiga Sé 21h30 MÚSICA Galandum Galundaina D’alhá para acá. Las modas de ls nuossos abós, hoije
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21H30
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MÚSICA
JOÃO HASSELBERG THE TRUTH HAS TO BE GIVEN IN RIDDLES
S. PEDRO DE VIR-A-CORÇA
Créditos fotográficos: V. Marmelo
MONSANTO
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JOÃO HASSELBERG THE TRUTH HAS TO BE GIVEN IN RIDDLES João Hasselberg apresenta um diálogo entre os seus dois discos como líder: Whatever it is you’re seeking, won’t come in the form you’re expecting (2013) e Truth has to be given in riddles (2014). O primeiro é composto por temas originais inspirados em alguns dos grandes clássicos da literatura do séc. XX. Uma espécie de banda sonora para estas estórias cujo ambiente, mesmo em papel, é altamente cinematográfico recriando o ambiente vivido pelo leitor que assume, agora, o papel de ouvinte. O segundo assenta na premissa de que a verdade não pode ser dita de uma forma directa, comprometendo o seu entendimento por parte do receptor. O encontro com a verdade deve, no entanto, ser fruto de um processo de descoberta pessoal. • Opening • A wild sheep chase • On the road • The old man and the sea • Perry Smiths dreams • Abraham’s doubt • Two brothers in a treasure hunt • For Charlie • Intro – In cold blood • In cold blood • To a God unknown
DIOGO DUQUE Trompete DESIDÉRIO LÁZARO Saxofone JOANA ESPADINHA Voz LUÍS FIGUEIREDO Teclado Harmónio JOÃO HASSELBERG Contrabaixo Baixo eléctrico BRUNO PEDROSO Bateria
João Hasselberg, contrabaixista já inserido no panorama musical nacional e internacional, estreouse como compositor e líder do seu próprio projeto com o lançamento do disco Whatever it is you’re seeking, won’t come in the form you’re expecting (Sintoma Records, 2013) e Truth has to be given in riddles (2014) Estudou na Escola de Jazz do Hot Clube entre 2004 e 2006 e graduou-se pelo conservatório de Amsterdão em 2010. Em 2007 é o 3º classificado na Competição Interna-cional de Jazz de Bucareste (Roménia) e em 2009 é finalista da competição Keep an Eye Jazz Award (Amesterdão) e grava duas faixas para o CD da mesma. Toca/grava com Luisa Sobral, Filipe Melo, Júlio Resende, Afonso Pais, Sara Serpa, Spyros Manesis, Gerard Presencer, João Firmino, Desidério Lázaro, Gianni Gagliardi, Mariana Norton, David Murray, Gilles Estoppey, Simone de Oliveira, Paula Sousa, Noa Noa entre outros. Toca em festivais como London Jazz Festival (Reino Unido), Cully Jazz (Suíça) , Den Hague Jazz Festival, Jazz Ahead (Alemanha) IJ Jazz Festival, Breda Jazz Festival, Meer Jazz festival, Trytone Jazz Festival, (Holanda), Festival Internacional de Jazz de Barcelona, Festival de Jazz de Cartagena (Espanha), Europa Fest (Romania), Sudoeste TMN, CoolJazzFest, Festa de Jazz do S.Luis, Festival de Valado dos Frades, Jazz no Castelo, Festival de Jazz de Verão de Setúbal, Seixal Jazz (Portugal), entre outros. E em salas como Barbican Center (Londres), Half-Note (Atenas), Hot Clube (Lisboa), Tempodrom (Berlim), Alte Oper (Frankfurt), Kolner Philarmonie (Colónia), LaeiszHalle (Hamburgo), Casa da Música, CCB e na maioria das grandes salas Nacionais. É professor de contrabaixo da Escola “Luis Villas-Boas” do Hot Clube e Portugal desde 2011. Em 2011 vence o Prémio Jovens Músicos na categoria de Jazz Combo.
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Na escrita de Hasselberg, de apurado sentido melódico, confluem referências que espelham uma mente criativa e de horizontes largos, que combina o rigor da linguagem do jazz com a elegância e a sofisticação de uma certa pop, à mistura com elementos derivados da música clássica. Fugindo a compartimentações estanques, ressalta claro que entende a música como um todo, posicionando-se como alguém capaz de integrar esse todo e de se moldar ecleticamente. Antonio Branco in Jazz.pt
Entrada livre sujeita à lotação da sala. Por motivos de segurança a porta será encerrada assim que a lotação estiver preenchida. As portas abrem +-30’ antes do início dos concertos.
+ INFORMAÇÕES
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CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS RECICLADOS
IDANHA-A-NOVA
CENTRO CULTURAL RAIANO
Destinatários para FAMÍLIAS com crianças entre os 5 aos 10 anos Formadora Rita Santos/Arte das Musas Descrição Vamos aprender a construir instrumentos musicais a partir do que temos em casa.
Créditos fotográficos: Filipe Faria
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OFICINA
11H00
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Cada criança inscrita (dos 5 aos 10 anos) terá que ser acompanhada por um adulto (ou no máximo dois adultos). Para frequentar as oficinas é necessária uma inscrição prévia. Inscrições (até 48 horas antes): no Centro Cultural Raiano, Av. Joaquim Morão Lopes Dias, Idanha-a-Nova, através do tel. 277202900 ou do email. festival@foradolugar.pt. Os inscritos serão informados da abertura ou cancelamento das actividades até 24 horas antes.
Duração +- 40 minutos MAIS INFORMAÇÕES EM
Condições Oficina gratuita de inscrição obrigatória
www.foradolugar.pt festival@foradolugar.pt
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OFICINA
OS SONS PERDIDOS DO AL-ANDALUZ COM EMILIO VILLALBA ESPANHA
15H00
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IDANHA-A-NOVA
CENTRO CULTURAL RAIANO
Destinatários para TODOS
com Emilio Villalba ESPANHA Descrição Nesta oficina descobriremos como se reconstroem os instrumentos medievais, quem os faz, como se fazem, com que materiais e, sobretudo, como se faz música com eles. O alaúde, o rabab, a darbouka… Escalas, melodias, histórias… Todo o que é necessário para levar a música do Al-Andaluz a um palco.
Para frequentar as oficinas é necessária uma inscrição prévia. Inscrições (até 48 horas antes) no Centro Cultural Raiano, Av. Joaquim Morão Lopes Dias, Idanha-a-Nova, através do tel. 277202900 ou do email. festival@foradolugar.pt. Os inscritos serão informados da abertura ou cancelamento das actividades até 24 horas antes.
MAIS INFORMAÇÕES EM
Condições Oficina gratuita de inscrição obrigatória
www.foradolugar.pt festival@foradolugar.pt
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MÚSICA
EMILIO VILLALBA ESPANHA INSTRUMENTOS EM TEMPOS DE ALSAQUNDI
SALVATERRA DO EXTREMO ANTIGA CÂMARA
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EMILIO VILLALBA ESPANHA INSTRUMENTOS EM TEMPOS DE ALSAQUNDI: UMA VIAGEM SONORA PELAS RUAS DO AL-ANDALUZ No século XIII, o célebre poeta cordobês Alsaqundi, descreveu, no seu livro La Rissala, dedicado a louvar a arte e a cultura do al-Andaluz, um conjunto de instrumentos musicais medievais: o oud, o saltério, o rabab, o duff, o rabel, o dumbek… Emilio Villalba e Sara Marina dão hoje vida a estes instrumentos para que mostrem o seu papel na música andaluza, a sua própria voz, o seu próprio som. Uma viagem musical pelas ruas, palácios e mesquitas do al-Andaluz. • Viaje de Ziryab
Anónimo andaluz. Oud e darbouka.
• Buselik Pesrev
Anónimo otomano transcrito por Dimitri Cantemir. Guitarra mourisca e bendir de soalha.
• Cantemir VII Santur e bendir.
• Sirto de Creta
Anónimo de Creta. Oud e darbouka.
• A que por muy gran fremosura
Cantiga de Santa Maria/Alfonso X. Harpa gótica e duff.
• La morita Viola e riq.
• Karsilama
Sanfona e bendir.
• Laili Djan iraní Santur e bendir
EMILIO VILLALBA Alaúde medieval Santur Sanfona Guitarra mourisca Viola medieval Rabel SARA MARINA Darbouka Adufe Bendir Pandeiros
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Artistas multidisciplinares, compaginan su actividad como intérpretes de música medieval con artes como la ilustración, el diseño y el trabajo textil.
Secretos de alAndalus. La música olvidada
El poeta cordobés del siglo XIII AbulWalid Ismail Ibn Muhammad, más conocido como AlSaqundi, escribía en su libro La Risala, dedicado a elogiar la poesía, las costumbres y las artes de alandalus, las siguientes palabras sobre los instrumentos musicales: “También habrás oído las especies de instrumentos músicos que hay en esta tierra, tales como el jayáll, el karríy, el ‘úd, la rútá, el rabáb, el qanún, el múnis, la kanira, el quitar, el zulámi, la suqra (…) Aunque todos estos instrumentos existan en otras ciudades de alAndalus, es en Sevilla donde hay más y están a la mano. En cambio, en Berbería no hay nada de esto, fuera de lo que ha sido llevado de alAndalus (…): el duff, el aqwal, el y ara, la dabdaba (…)” Algunos de estos instrumentos han sido recuperados gracias al esfuerzo y trabajo de musicólogos y artesanos, que han recompuesto el puzzle fragmentado de documentos, pergaminos e iconografías: el úd es el laúd, la ruta es el salterio, el rabab es un instrumento con tapa armónica de piel, el qanun define a las arpas, el quitar es la guitarra, el yara es la cítola. En el siguiente espectáculo, Emilio Villalba y Sara Marina hacen sonar algunos de estos viejos instrumentos de alAndalus, mudos durante largos siglos, para hablarnos de nuevo con melodías y escalas de oriente a occidente. Reproducciones basadas en iconografías medievales, para interpretar danzas de palacio, garnathis, bailes de tabernas, melodías sufíes y pesrev otomanos. Emilio Villalba
Emilio Villalba se ha especializado a lo largo de su carrera musical en la interpretación y estudio de instrumentos de cuerda antiguos. En sus conciertos, podemos escucharlo con instrumentos de cuerda pulsada como el oud árabe, la guitarra medieval, el saz turco, el arpa o el salterio; instrumentos de cuerda frotada como la zanfona, el rabel o la viola medieval; e instrumentos de cuerda percutida como el santur. También es ilustrador de libros, de videojuegos y de apps interactivas infantiles. Diseña él mismo sus propios trabajos discográficos, así como cartelería para eventos y festivales de música medieval. Sara Marina es pianista e investigadora de percusiones tradicionales, como el duff, el riq, el pandero cuadrado, la darbouka o el bodhram. Es artesana textil y realiza diseños de bolsos y mochilas de temática medieval y musical. El dúo está realizando una interesante labor de recuperación y difusión del arte y la música medieval, no sólo en sus conciertos, sino también en el desarrollo de talleres educativos, exposiciones de instrumentos, juegos infantiles, accesorios textiles, láminas, libros, etc. Todo ello en un afán de divulgación y acercamiento del mundo medieval a todos los públicos.
Entrada livre sujeita à lotação da sala. Por motivos de segurança a porta será encerrada assim que a lotação estiver preenchida. As portas abrem +-30’ antes do início dos concertos.
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CONSTRUÇÃO DE ADUFES
IDANHA-A-NOVA
CENTRO DE ARTES TRADICIONAIS
Créditos fotográficos: Filipe Faria
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OFICINA
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Destinatários para ESCOLAS Formadores Técnicos do CAT Centro de Artes Tradicionais/CMIN Descrição Nesta oficina descobriremos como se constroem os adufes!
Para frequentar as oficinas é necessária uma inscrição prévia. Inscrições (até 48 horas antes): no Centro Cultural Raiano, Av. Joaquim Morão Lopes Dias, Idanha-a-Nova, através do tel. 277202900 ou do email. festival@foradolugar.pt. Os inscritos serão informados da abertura ou cancelamento das actividades até 24 horas antes.
Duração +- 40 minutos MAIS INFORMAÇÕES EM
Condições Oficina gratuita de inscrição obrigatória
www.foradolugar.pt festival@foradolugar.pt
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CUARTETO TÍPICO EL BOCADITO
ARGENTINA/UCRÂNIA/PORTUGAL
PARA BAILAR LA VIDA
LUGAR DAS SOALHEIRAS
ASSOCIAÇÃO RECREATIVA DA CAÇA - A RAIZ
Créditos fotográficos: Bruno de Sousa
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MÚSICA
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CUARTETO TÍPICO EL BOCADITO ARGENTINA/UCRÂNIA/PORTUGAL PARA BAILAR LA VIDA Composto por bandoneón/voz, violino, contrabaixo e guitarra clássica o Cuarteto recria a cultura argentina num ambiente intimista e glamoroso com toda a intensidade e sedução característica deste género. Sendo uma cultura do outro lado do Atlântico, o Tango tem, em muitos aspectos, uma semelhança ao sentir português e especificamente ao Fado. El Bocadito faz essa ponte… entre Portugal e a Argentina. • Historia del tango Milonga recitada
• El flete Tango
• El choclo
JUAN “T” CAPRIOTTI Bandoneón Voz DENYS STETSENKO Violino solista MIGUEL GELPI Contrabaixo
• Mano a mano
RAQUEL SANTOS Guitarra mansa
• Prendido a ti
CONVIDADA
• Don Juan
GRACIANA ROMEO Bailarina
Tango
Tango canción Valsa + Danza Tango
• Se va la vida Tango
• Yuyo verde Tango
• Valsecito Valsa
• Nada
Tango + Danza
• Melingo mix
Tango-milonga urbana/campera
• Si supieras “la cumparsita” Tango + Danza
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O Tango, desde a sua origem como género popular, teve sempre uma única inspiração… a mulher e todo o seu mistério.
Formação criada pelo bailarino Juan Capriotti (Argentina) e o músico Denys Stetsenko (Ucrânia), ambos residentes actualmente em Lisboa, Portugal. A ideia deste encontro foi a interacção entre bailarinos que tocam música e músicos que bailam, para criar um grupo dedicado a fazer música para bailar, como foi o Tango Argentino na sua origem. O Cuarteto Típico El Bocadito respeita os parâmetros da velha guarda do Tango com uma sonoridade muito actual e com temas próprios para continuar a tradição criativa desta música citadina.
Entrada livre sujeita à lotação da sala. Por motivos de segurança a porta será encerrada assim que a lotação estiver preenchida. As portas abrem +-30’ antes do início dos concertos.
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OFICINA
TANGO COM CUARTETO TÍPICO EL BOCADITO ARGENTINA/UCRÂNIA/PORTUGAL
IDANHA-A-NOVA
CENTRO CULTURAL RAIANO
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Destinatários para ADULTOS
com Cuarteto Típico El Bocadito ARGENTINA/UCRÂNIA/PORTUGAL
Descrição Curso de iniciação à Dança de Tango Argentino para experimentar todo o mistério de bailar abraçados a música que seduz o mundo inteiro. O Jogo entre um homem e uma mulher ao som da música do 2 x 4.
Para frequentar as oficinas é necessária uma inscrição prévia. Inscrições (até 48 horas antes): no Centro Cultural Raiano, Av. Joaquim Morão Lopes Dias, Idanha-a-Nova, através do tel. 277202900 ou do email. festival@foradolugar.pt. Os inscritos serão informados da abertura ou cancelamento das actividades até 24 horas antes.
Duração +- 60 minutos MAIS INFORMAÇÕES EM
Condições Oficina gratuita de inscrição obrigatória
www.foradolugar.pt festival@foradolugar.pt
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IDANHA-A-VELHA ANTIGA SÉ
MÚSICA
HIRUNDO MARIS ARIANNA SAVALL PETTER U. JOHANSEN ESPANHA/NORUEGA
CANTOS DEL SUR Y DEL NORTE
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HIRUNDO MARIS ARIANNA SAVALL PETTER UDLAND JOHANSEN ESPANHA/NORUEGA
CANTOS DEL SUR Y DEL NORTE Cantos del Sur y del Norte (Canções do Norte e do Sul) é uma viagem que liga o Mediterrâneo ao Mar do Norte. Através dos cantos desenham-se pontes subtis onde uma canção catalã e uma melodia norueguesa reencontram ritmos e modos comuns, onde um romance norueguês e um canto sefardita partilham a mesma tonalidade, ou onde um romance catalão nos fala de um amor entre uma donzela do Mediterrâneo e um cavaleiro do norte. As inúmeras viagens que, no passado, fizeram vikings, catalães, escoceses ou sefarditas criaram pontes invisíveis. Graças à música, estas podem ser ouvidas e são testemunho deste fio condutor entre o sul e o norte. Este é um programa onde duas vozes, um violino norueguês e harpas se entregam ao serviço da poesia e da música que canta o amor e o mistério da vida. Canções antigas e modernas abraçam-se hoje. A tradição antiga de contar uma história cantando com um harpa retoma um novo caminho entre o norte e o sul nas mãos de Arianna e Petter . • Anima Nostra
Canto gregoriano/A. Savall
• Bendik og Arolilja Trad. Noruega/P. U. Johansen
• Josep i Maria
Trad. Catalunha/A. Savall
• Yo m’enamorí d’un aire Trad. sefardita/A. Savall
ARIANNA SAVALL Soprano Lira Harpa medieval Harpa tripla barroca PETTER UDLAND JOHANSEN Tenor Hardingfele Císter
• Harpa e delirio d’água Aurelino Costa/A. Savall
• Tarantela Lucas Ruiz de Ribayaz/A. Savall
• Penselströk Rolf Egil Moel/P. U. Johansen
• Jotas
Santiago de Murcia/A. Savall
• The wayfaring stranger Gospel/P. U. Johansen
• Kling no klokka Trad. Noruega/P. U. Johansen
• O virtus Sapientie
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Canciones antiguas de mi tierra, ¿quién os ha dado esta dulzura y aspereza que arrebata el corazón del que ha tenido la dicha de dormirse al son de vuestros aires y tonadas y de palpitar de amor y valor, sino estas sierras y gargantas escabrosas pero hermosas donde nacisteis, los campos y tomillos de que sois aroma, los árboles y frondosidades de que sois suspiros y encantadoras melodías? Jacint Verdaguer,1865
Hildegard von Bingen
• Meditation I
Petter Udland Johansen
• In the Bleak Midwinter
Christina Rosetti/Gustav Holst
• Preghiera San Francesc d’Assís/A. Savall
• El Mariner
Trad. Catalunha/A. Savall/P. U. Johansen
Entrada livre sujeita à lotação da sala. Por motivos de segurança a porta será encerrada assim que a lotação estiver preenchida. As portas abrem +-30’ antes do início dos concertos.
+ INFORMAÇÕES
Arianna Savall y Petter Udland Johansen fundaron en el 2009 el conjunto Hirundo Maris, especializado en música antigua desde la Edad Media hasta el Barroco, creación propia y early fusion. El núcleo creativo es la música mediterránea y nórdica, fruto del extenso trabajo en conjunto; y, como el pájaro migratorio, también nosotros encontramos caminos de mar y música que unen desde tiempos remotos los países escandinavos con la península ibérica. Con Hirundo Maris actúan en numerosos festivales de Europa, como Stanser Musiktage (Suiza), Kölner Fest für Alte Musik (Alemania), Jazz in Church Bucharest (Rumanía), Menuhin Festival Gstaad (Suiza), Bachwochen Thun (Suiza), Styriarte Festival (Austria), All’Improvviso Festival (Polonia), Kirkemusikk Festivalen Oslo (Noruega), Nordlysfestivalen Tromsø (Noruega), Festival de Dinan (Bretaña), Seduced by Harps (Bélgica), Festival Internacional d’Arpa de Sentmenat (Cataluña), Arp Sanati Dergi de Estambul (Turquía), Festival de Fontfroide (Francia) y Philippe Maillard Productions (Francia), entre otros. Hirundo Maris grabó su primer disco Chants du Sud et du Nord con el prestigioso sello discográfico de
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Manfred Eicher, ECM. Dicho disco fue producido personalmente por Eicher y tuvo una excelente acogida por parte de la crítica internacional. Su conjunto combina elementos de la tradición nórdica y mediterránea en una danza fluida y formal pero equilibradamente lenta. Fastuoso. (Nick Coleman, The Independent, julio 2012) Hirundo Maris ha iniciado numerosas colaboraciones con otros grupos y sellos, como Alia Vox, Ramée Records y CAB Records.
continente a otro, de una época a otra, con una felicidad incesante, creando para cada pieza una atmósfera de mil reflejos perfectamente definida, con la constante de esa intimidad mediterránea y nórdica que forma parte del patrimonio musical irreductible de Arianna Savall y Petter Udland Johansen. En una época en que no dejamos de interrogarnos sobre los puentes tendidos entre los repertorios musicales, entre las prácticas cultas y los legados inmemoriales de las tradiciones orales, nos encontramos ante una originalidad excepcional y una calidad musical irreprochable. Yutha Tep
Arianna Savall y Petter Udland Johansen proponen un viaje musical a través de la geografia y el tiempo alternando páginas de la música tradicional (melodías sefardíes, catalanas, españolas, célticas y noruegas) con composiciones propias, creando un universo sonoro y poético eminentemente personal, mezclando con una sorprendente naturalidad las prácticas musicales adquiridas a lo largo de su carrera y una diversidad excepcional que abarca todas las músicas. Gracias al acompañamiento de las arpas y el hardingfele, Arianna Savall y Petter Udland Johansen llevan a cabo una caracterización refinada y sutil de cada clima y hacen centellear los mil y un colores de las cuerdas pulsadas. La voz, no hace falta mencionarlo, se engalana como de costumbre con una luz que es alternadamente cálida y diáfana, con una disciplina perfecta y sobre todo con su capacidad de convocar las inflexiones líricas como el fulgor tan natural del canto tradicional. Además, Arianna y Petter han reunido a su alrededor a unos músicos excepcionales, llegados del norte y del sur, surgidos igualmente de horizontes estéticos muy diversos pero virtuosos en el paso de una estética a otra. Agrupados como Hirundo Maris (denominación latina de la golondrina de mar), el grupo pone de manifiesto una fidelidad absoluta a su nombre, pasando de un
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OFICINA | PEQUENO CONCERTO
CONTO MUSICAL COM CONCERTO CAMPESTRE GRUPO RESIDENTE
IDANHA-A-NOVA
CENTRO CULTURAL RAIANO
Créditos fotográficos: Filipe Faria
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Destinatários para FAMÍLIAS
com Concerto Campestre Descrição O objectivo desta apresentação é o de convidar o público em geral e os mais novos em particular a ouvir de uma forma activa excertos de música erudita dos séc. XVII e XVIII. A música realizada ao vivo em instrumentos antigos será contextualizada em pequenas histórias infantis que vão sendo apresentadas pelos músicos de forma a sensibilizar e captar a atenção dos ouvintes. Este espetáculo foi originalmente criado e apresentado na Fábrica das Artes no CCB.
Condições Oficina gratuita de inscrição obrigatória Para frequentar as oficinas é necessária uma inscrição prévia. Inscrições (até 48 horas antes): no Centro Cultural Raiano, Av. Joaquim Morão Lopes Dias, Idanha-a-Nova, através do tel. 277202900 ou do email. festival@foradolugar.pt. Os inscritos serão informados da abertura ou cancelamento das actividades até 24 horas antes.
MAIS INFORMAÇÕES EM
Duração +- 30 minutos
www.foradolugar.pt festival@foradolugar.pt
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OFICINA
MOBILIDADE ALTERNATIVA EM FAMÍLIA
IDANHA-A-NOVA
CENTRO CULTURAL RAIANO
Destinatários para TODOS
com Pedro Castro e Flávia Almeida Castro Descrição O objectivo desta apresentação é o de dar a conhecer em primeira mão conceitos de locomoção em bicicleta menos comuns, tais como as bicicletas de carga, os tandem e as bicicletas electricamente assistidas num contexto de mobilidade familiar. Além de uma utilização prática no dia a dia de transporte para a creche, escola e emprego, o autor da apresentação traz na primeira pessoa a experiência de realizar viagens de férias em autonomia a longo da costa portuguesa, desde o Porto até Tavira.
Condições Oficina gratuita de inscrição obrigatória Para frequentar as oficinas é necessária uma inscrição prévia. Inscrições (até 48 horas antes): no Centro Cultural Raiano, Av. Joaquim Morão Lopes Dias, Idanha-a-Nova, através do tel. 277202900 ou do email. festival@foradolugar.pt. Os inscritos serão informados da abertura ou cancelamento das actividades até 24 horas antes.
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Duração +- 30 minutos
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EXPOSIÇÃO | INAUGURAÇÃO
BARRA DAS ALMAS VALTER VINAGRE* PEDRO GUIMARÃES*
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CENTRO CULTURAL RAIANO * COM A PRESENÇA DOS ARTISTAS
ENTRADA LIVRE
Como representar o tempo? Como, através de uma imagem, falar desse conceito tão fugaz e elusivo, que experimentamos através de palavras como duração, movimento, mudança, e que no entanto parece fazer tão intimamente parte de nós que a distância necessária para o pensar parece impossível de estabelecer? Ao olhar para esta série de fotografias Barra das Almas, de Valter Vinagre, sabemos por instinto que, apesar da sua data recente, se referem a um tempo que não é o nosso. Um tempo pré-moderno, onde a máquina não determinava ainda a vida dos homens e as horas e os dias se sucediam pautados por calendários antiquíssimos. Não há homens e mulheres maduros nestas imagens, apenas um casal de idosos e uma criança, enfeitada de frutos como um jovem deus pagão, que reabre o ciclo da vida que adivinhamos fechar-se em breve. Tudo, nestas imagens, é marcação do tempo no lugar de Barra das Almas, como o poderia ser noutro local
qualquer isolado, periférico, abandonado, de um país obrigado a esquecer as raízes que o sustentam de pé. Quando visitou o local, Valter Vinagre propôs-se documentar a vida de uma pequena comunidade rural prestes a desaparecer. Integrado agora numa Europa de agricultura concebida à escala global, onde as pequenas explorações domésticas deixaram de poder ser competitivas, o campo, como em tempos o conhecemos, dá a pouco e pouco lugar aos baldios incultos, às produções em grande escala de desconhecidos senhores, a ruínas prestes a serem vendidas a conglomerados de resorts e spas destinados ao alívio momentâneo do stress citadino. No mundo de hoje, no continente europeu em que vivemos, esta e outras centenas de Barras das Almas esperam pacientemente o seu fim, sabendo que com o último casal partirá a memória do viver da terra, de saberes outrora transmitidos de geração para geração e agora estéreis, de um modo de estar na vida, de experimentar o espaço e o tempo.
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E é de espaço e de tempo que, no fundo, aqui se fala. Com a linguagem própria da fotografia e o olhar único de Valter Vinagre, que sabe falar do fim próximo de um mundo sem tocar – nem focar – os agentes desse fim. Nas imagens do casal que ainda vive em Barra das Almas não vemos qualquer referência à máquina, à produção massificada, a um elemento que seja desse novo modo de usar a terra sem o respeito e a decência que ela exige. Sem um trabalho que é feito com as mãos que cavam, regam, semeiam, matam, colhem. Por isso, este tempo é outro. Entendemo-lo com um espaço, este espaço também tão longínquo da cidade onde vivemos. Nem existe outro modo de conceber o tempo a não ser indissociavelmente ligado a um espaço. Quanto tempo leva a percorrer a distância que nos separa de Barra das Almas? Provavelmente, mais do que as centenas de quilómetros marcadas nos mapas, medida inventada por nós para nos situar no mundo mas que nada diz do universo simbólico que aqui encontramos. Um universo feito dos quatro elementos – terra, ar, água, fogo -, mesmo quando um deles apenas se intui num pendão enfunado com o vento ou na direcção do fumo de uma queimada. Mesmo quando estes elementos são continuamente atravessados por sinais de morte: a faca, o corpo do cão em decomposição, a mesa da matança, a carne disposta na mesa. Ou as linhas cortadas em cruz em duas ou três imagens, sempre traçadas por umas mãos rudes, indiferentemente de um corpo de homem ou de mulher. E, se bem que o tempo, com a mudança que lhe é concomitante, sempre tenha sido motivo de fascínio por parte da arte moderna e contemporânea, essa mudança, com o movimento que lhe permite realizar-se, estão totalmente ausentes da série “Barra das Almas”. Estamos aqui muito mais próximos da iconografia dos Livros de Horas medievais, que
ilustravam as orações das diferentes horas do dia com imagens de trabalhos ou cenários campestres apropriados, do que, por exemplo, o Nu Descendo a Escada de Duchamp, uma das tentativas modernas de aprisionar a representação do tempo. Do mesmo modo, e como há mil anos atrás, este tempo que aqui se convoca é um tempo cíclico: adivinhamos que as estações se seguem umas às outras, que cada tarefa, da sementeira à poda da oliveira, se faz por razões que se prendem com a lenta marcha da Terra em torno do Sol, em vez de imperiosos ditames das cotações em bolsa de tal ou tal fruto da terra. Ou ainda, o que vem a dar no mesmo: que a casa que vemos, a bilha ao canto e o cabelo alvo cuidadosamente penteado são idênticos a outros, velhos de séculos, desaparecidos sem possibilidade de registo pela fotografia. Este é por isso um tempo, e umas imagens que nele se concretizam, que esperam na sua lentidão o golpe de graça que inevitavelmente virá. Entretanto, sucedemse os dias, as estações, os anos. Sempre iguais, ou quase. Até ao fim. Luísa Soares de Oliveira
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EN PRÉSENCE (PIEDAD SILENCIOSA) NINO LAISNÉ* FRANÇA
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CINEMA | CURTA-METRAGEM
ENTRADA LIVRE
En présence (Piedad silenciosa), 2013 Realizador: Nino Laisné FRANÇA Filme | 8’14’’ com Cécile Druet Vincenzo Capezzuto, Daniel Zapico Pablo Zapico
IDANHA-A-NOVA
CENTRO CULTURAL RAIANO * COM A PRESENÇA DO REALIZADOR
Sinopse No palco de um teatro, um cantor com uma voz perturbadora entoa uma tonada venezuelana. A sala está vazia. Atrás, uma tiorba e uma guitarra barroca respondem ao seu canto enquanto, no cimo das escadas, uma porta abre, em silêncio. À distância, uma jovem observa o palco, cativada pelo que ouve. O trio interpreta agora Embarazada del viento, uma canção tradicional que descreve a misteriosa gravidez de uma adolescente. A jovem é abalada de uma forma quase imperceptível, numa desordem interior.
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Estreia em Portugal Legendado em português
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MÚSICA
CONCERTO CAMPESTRE* UM CONCERTO BEM TEMPERADO * GRUPO RESIDENTE
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CONCERTO CAMPESTRE* UM CONCERTO BEM TEMPERADO. A MÚSICA DE CÂMARA DE J. S. BACH Johann Sebastian Bach (1685-1750) é talvez o compositor mais marcante de toda História da Música cuja influência se faz sentir até os dias de hoje. A sua música de câmara instrumental foi composta no contexto das apresentações do Café Zimmerman em Leipzig e ao serviço do Rei Frederico II da Prússia. O programa do Concerto Campestre foi desenhado sobre uma selecção de obras para trio instrumental deste fabuloso compositor. Revivemos aqui, numa proposta de interpretação historicamente informada em cópias de instrumentos da época, alguns dos tesouros deste músico completo. * Grupo Residente do Festival
• Contrapunctus 1 da Arte da Fuga
• Trio Sonata BWV 1039 Oboé, gamba e b.c.
• Sonata BWV 1035 Flauta solo e b.c.
• Canon in Hypodiapason – Canon alla Ottava Flauta e gamba solo
• Sonata BWV 1023 Gamba e cravo
• Ich habe genug” Ária da Cantata BWV 82
• Sonata H549
Carl Philipp Emmanuel Bach (1714-1788)
PEDRO CASTRO Oboé barroco Flauta de bisel SOFIA DINIZ Viola da gamba FLÁVIA ALMEIDA CASTRO Cravo
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Bach é o princípio e fim de toda a música. Max Reger
Com o nome inspirado no famoso quadro de Giorgone, o Concerto Campestre é um grupo de música de câmara que se dedica à interpretação de música europeia desde o renascimento ao período barroco, também chamada “música antiga”. Existe, como formação de câmara, há mais de 15 anos e tem vindo a crescer não só em experiência artística, como também em número de músicos para poder interpretar cada vez mais repertório tal como concertos para instrumento solista de Seixas, Vivaldi ou Telemann, assim como cantatas de Bach e Handel com vozes solistas e coro. É constituído por jovens profissionais especialistas nos instrumentos da época, tais como cravo, oboé barroco, viola da gamba e violoncelo barroco. Os seus elementos são formados nas principais escolas europeias e trabalham em vários grupos da especialidade, como Ricercar Consort, Al Ayre Español, Les Talens Liryques e Divino Sospiro. O grupo está sediado em Lisboa e tem a direcção artística de Pedro Castro. Tem-se apresentado por todo o país em eventos como a Festa da Música no CCB, Encontros de Música Antiga de Loulé, Museu Gulbenkian, “Festa no Chiado”, “Festas de Lisboa”, Encontros de Música Antiga de Tomar e Festival “Terras sem Sombra”. O seu primeiro trabalho discográfico “Um discurso sem palavras” está em fase de produção. É grupo residente do Festival “Fora do Lugar” desde 2012.
J. S. Bach (1685-1750) é um dos compositores mais emblemáticos de toda história da música cuja influência se faz sentir até os dias de hoje. As suas obras fazem parte do ensino do piano, violino ou violoncelo em todos os níveis de aprendizagem e fazem parte do ADN de qualquer músico de formação clássica. Grande parte da produção deste compositor consistiu em mais de 300 Cantatas religiosas. Entre muitas outra obras há a destacar as várias Suites Orquestrais, os famosos Concertos Brandemburgueses, o livro de peças de tecla intitulado Cravo bem temperado e os Oratórios da Paixão de Cristo segundo João e Mateus. No seu tempo era conhecido por dominar com mestria inigualável a arte de compor ao chamado “estilo antigo” ou contraponto imitativo fugado. Não era um compositor tão famoso como hoje, mas era muito procurado como professor de composição. A sua música de câmara instrumental foi composta principalmente no contexto das apresentações do “Café Zimmerman” em Leipzig e ao serviço do Rei Frederico II, em Potsdam. Este monarca, exímio executante de flauta, quando conheceu o compositor solicitou-lhe que improvisasse sobre um tema que lhe propôs e que Bach realizou num moderno fortepiano. Mais tarde e sobre esse mesmo tema, o compositor escreveu toda uma série de fugas e contrapontos que intitulou de Oferenda musical e que ofereceu a este Rei músico. É precisamente com esta obra que começa o nosso concerto, com o Contrapuctus 1 cuja instrumentação original foi deixada em aberto e à escolha do intérprete. Do repertório realizado ao serviço deste flautista e monarca, será possível ouvir também a Sonata para flauta e baixo contínuo BWV 1035 e a Trio sonata BWV 1023, original para duas flautas e baixo, que teve várias versões do próprio compositor. Aqui conta com uma instrumentação realizada para o nosso grupo em
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que as linhas melódicas estão distribuídas pelo oboé e pela viola da gamba. Neste concerto podemos também ouvir duas cópias de instrumentos que se sabe terem estado intimamente ligados ao célebre compositor. O cravo é uma cópia de um original construído por Mietke que sabemos ter tido encomendas do próprio compositor. Este modelo de cravo, tipicamente alemão, era, na altura, um tipo de cópia dos cravos italianos do séc. XVII, caracterizados pela construção de uma imitação de caixa externa e pela utilização de cordas de latão em toda a extensão. O oboé que tocamos neste concerto é uma cópia de um original de Eichentopf, artesão que trabalhou em Leipzig no tempo em que Bach ocupou o cargo de mestre de música principal da Thomasschule. Terá sido a ele que os músicos ao serviço do compositor recorreram para construir os instrumentos para tantos e tão belos solos de Cantatas e Oratórias. Este facto é muito importante pois a exigência técnica da escrita para oboé, em particular deste compositor, é extremamente elevada e a quantidade de árias e sinfonias com partes específicas para oboé que nos deixou demonstram a predilecção que o compositor tinha pelo instrumento. Originais deste construtor (Eichentopf ) existem apenas dois oboés, um em Lisboa, no Museu da Música, e outro em Halle, Alemanha. O instrumento utilizado neste concerto foi construído por um português, Diogo Leal, e foi uma encomenda de Pedro Castro, de uma cópia exacta do original que se encontra em Lisboa. Um dos mais emblemáticos solos escritos para este instrumento é da ária Ich Habe Genug, que terá neste concerto uma instrumentação adaptada à formação em trio, deixando na viola da gamba o papel retórico e expressivo da parte vocal. O concerto termina com uma obra de um dos 20 filhos de J. S. Bach, Carl Philipp Emmanuel Bach, pois
celebramos, em 2014, os 300 anos do seu nascimento. O seu estilo de escrita moderno, galante e expressivo que ficou conhecido por empfindsamer stil ou estilo sensível, levou-o a tornar-se, em vida, um compositor ainda mais famoso que o pai. Pedro Castro
Entrada livre sujeita à lotação da sala. Por motivos de segurança a porta será encerrada assim que a lotação estiver preenchida. As portas abrem +-30’ antes do início dos concertos.
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OFICINA
DOCES TRADICIONAIS: ARGOLAS MIMOSAS/ FILHÓS FLOR
MONSANTO
PÓLO DE GASTRONOMIA POSTO DE TURISMO
Destinatários para ESCOLAS
Escolas do Primeiro Ciclo do Ensino Básico. Cada turma inscrita terá que ser acompanhada, no mínimo, por um professor. Mínimo de 10 crianças. Máximo de 20 crianças Formadores Pólo de Gastronomia/CMIN
Créditos fotográficos: Filipe Faria
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Condições Oficina gratuita de inscrição obrigatória Para frequentar as oficinas é necessária uma inscrição prévia. Inscrições (até 48 horas antes): no Centro Cultural Raiano, Av. Joaquim Morão Lopes Dias, Idanha-a-Nova, através do tel. 277202900 ou do email. festival@foradolugar.pt. Os inscritos serão informados da abertura ou cancelamento das actividades até 24 horas antes.
Descrição Vamos aprender a fazer Argolas mimosas e/ou filhós flor. MAIS INFORMAÇÕES EM
Duração +- 45 minutos
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CARDO-ROXO & SILVA ALVORADA: MÚSICA TRADICIONAL PORTUGUESA
SÃO MIGUEL D’ACHA CENTRO DE DIA
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CARDO-ROXO & SILVA ALVORADA: MÚSICA TRADICIONAL PORTUGUESA Portugal é um país que, apesar das suas pequenas dimensões, é dotado de uma enorme complexidade geográfica, demográfica e cultural. Partindo da nossa profunda admiração pelo nosso país e do descontentamento generalizado e profunda tristeza que invadiu o nosso povo, decidimos construir um programa que traduzisse o melhor possível a nossa complexidade e variedade identitária. Assim, este programa é uma espécie de resumo do enorme leque de sonoridades que podemos ouvir, ver e cheirar se nos atrevermos a viajar e a conhecer o que existe por este país fora. Neste concerto em particular, contaremos com a participação de um grande músico e amigo que, como nós, protege e divulga a beleza da nossa tradição. • Cantiga da Ceifa
CARMINA REPAS GONÇALVES Soprano Viola da Gamba ANTONY FERNANDES Barítono Säckpipa Low whistle Flauta de harmónicos CONVIDADO
RUI SILVA Percussão histórica
Machico, Ilha da Madeira. Recolhida por Artur Andrade e António Aragão
• Eito Fora, Eito Fora
São Pedro do Sul, Viseu. Recolhida por M. Giacometti
• Passacalhes
Miranda do Douro. Recolhida por A. Mourinho
• Beijai o Menino
Miranda do Douro. Compilado por J. A. Sardinha in “Portugal Raízes Musicais”
• Fandango
Caldas da Rainha. Compilado por J. A. Sardinha em PRM
• Fandango
Mafra. Recolhida por D. Morais
• Meu bem
Ilha Terceira, Açores. Compilado por J. A. Sardinha em PRM
• Chula de Gouve
Gouve, Baião. Recolhida por E. V. de Oliveira
Entrada livre sujeita à lotação da sala. Por motivos de segurança a porta será encerrada assim que a lotação estiver preenchida. As portas abrem +-30’ antes do início dos concertos.
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• Fado Corrido
Recolhido por César das Neves in “Cancioneiro de Músicas Populares Vol. III”
• Entrai Pastores
Ferreira do Alentejo, Beja. Recolhida por F. Lopes-Graça
• Corridinho
Tavira. Grupo Folclórico de Tavira
• Corridinho Algarve
• Alvorada
Rio d’Onor. Recolhida por E. V. de Oliveira
• Cântico ao Menino
Moura. Compilado por J. A. Sardinha em PRM
• Senhora da Póvoa
Penha Garcia. Recolhida por M. Giacometti
• Canção em Lá lá lá Penha Garcia. Recolhida por M. Giacometti
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Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de Lavacolhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. José Mário Branco in FMI
Cardo-Roxo é um duo constituído por Antony Fernandes e Carmina Repas Gonçalves, um casal de músicos residente no Porto. Este projecto nasce em 2012 da vontade de reproduzir e fazer chegar ao público a música tradicional portuguesa com uma nova perspectiva.
Cardo-Roxo propõe uma abordagem baseada na escuta, no gosto pelo silêncio e pelo volume natural dos instrumentos utilizados sem amplificação ou outros efeitos artificiais. O objectivo é conceder delicadeza, acarinhar e ampliar a beleza e simplicidade da música tradicional portuguesa explorando ao máximo os recursos dos instrumentos e o espaço em que se encontram. A par com a dimensão contemplativa e partindo do objectivo didáctico e de reaproximação da música tradicional à humanidade, fazem uma escolha muito cuidada das melodias que lhes chegam através de recolhas áudio, vídeo e escritas sobre as quais constroem arranjos que respeitam as características sonoras e emotivas das mesmas. As suas músicas são assim originais e modernas no sentido em que as arranjam e embelezam de acordo com o nosso ouvido actual mas apelam à antiguidade e à ancestralidade da nossa tradição no sentido em que não alteram (tanto quanto possível) as características das melodias recolhidas. Os músicos que constituem este duo têm tanto de semelhante como de diferente. Antony Fernandes, com estudos académicos e experiência em teatro e com um percurso musical baseado na aprendizagem dita “tradicional” (baseada na passagem do conhecimento oralmente), oferece ao duo a autenticidade musical e a capacidade de dialogar com o público de forma a criar com ele uma empatia imediata. Carmina Repas Gonçalves, com estudos académicos em teatro e música antiga, oferece ao duo a exigência e complexidade musical no que toca aos arranjos e à qualidade de execução. Assim, o público é convidado a viajar pelas paisagens sonoras portuguesas e, quem sabe, a ouvir melodias da sua infância, ao mesmo tempo que disfruta do prazer do detalhe e da envolvência do espaço sonoro em que se encontra.
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PASSEIO NATUREZA
OS BARROCAIS DO MONTE-ILHA GRANÍTICO DE MONSANTO
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PONTO DE ENCONTRO A ANUNCIAR
Créditos fotográficos: Filipe Faria
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Condições Actividade gratuita de inscrição obrigatória Mínimo: 5 pessoas Máximo: 15 pessoas Destinatários para TODOS
com Serviço Educativo/CMIN Descrição Passeio pedestre em Monsanto (ponto de encontro a anunciar).
Para frequentar a actividade é necessária uma inscrição prévia. Inscrições (até 48 horas antes): no Centro Cultural Raiano, Av. Joaquim Morão Lopes Dias, Idanha-a-Nova, através do tel. 277202900 ou do email. festival@foradolugar.pt. Os inscritos serão informados da abertura ou cancelamento das actividades até 24 horas antes.
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Duração +- 90 minutos
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IDANHA-A-VELHA ANTIGA SÉ
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GALANDUM GALUNDAINA D’ALHÁ PARA ACÁ. LAS MODAS DE LS NUOSSOS ABÓS, HOIJE
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GALANDUM GALUNDAINA D’ALHÁ PARA ACÁ. LAS MODAS DE LS NUOSSOS ABÓS, HOIJE Galandum Galundaina oferece ao público a oportunidade de desfrutar de um concerto onde reina a alegria da festa, divulgando desta forma, o seu próprio património imaterial (ou cultural) - a música, as danças e a língua das terras de Miranda do Douro. Temas recolhidos e cuidadosamente manufacturados ao longo dos seus quase 20 anos de existência são hoje apresentados, em Mirandês mas, numa linguagem global. Apreciados pelos mais diversos públicos, são os dignos representantes da cultura Mirandesa. • Redondo • Chin glin din • Se tou pai me dera • Cirigoça • Pandeiros • Rebola boda • Fandango + Cabalheiralgo • L cura stá malo • Burgalesa • Pingacho • Nos tenemos muitos nabos • Coquelhada marralheira • Sr. Galandum • Fraile cornudo
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PAULO PRETO Voz, Sanfona, Gaita de fole mirandesa, Gaita sanabresa, Dulçaina, Flauta pastoril e Tamboril PAULO MEIRINHOS Voz, Bombo, Rabel, Gaita de fole galega, Realejo, Garrafa, Gaita de fole mirandesa, Castanholas, Pandeireta, Pandeiro mirandês e Triângulo ALEXANDRE MEIRINHOS Voz, Caixa de guerra, Bombo, Bendir, Almofariz, Chacalacas, Cântaro e Pandeiro mirandês JOÃO PRATAS Voz, Flauta pastoril, Flauta de osso, Tamboril, Saltério, Flauta transversal, Bombo, Pandeiro mirandês, Charrascas
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Las modas de ls nuossos abós, hoije.
Galandum Galundaina é um grupo de música tradicional, criado com o objectivo de recolher, investigar e divulgar o património musical, as danças e a língua das terras de Miranda do Douro, Portugal. Com quase 20 anos de existência desenvolvemos vários trabalhos. Para além da edição de três discos e um DVD ao vivo, é também da nossa responsabilidade o renascimento e novo interesse pela musica tradicional das nossas terras; a padronização da gaitade-foles mirandesa; organização e apoio técnico de vários festivais e outros eventos. Ao longo dos últimos anos, os elementos do grupo interessaramse pela construção de instrumentos musicais de raiz tradicional e actualmente grande parte dos instrumentos usados em concerto são da nossa autoria. Os álbuns editados têm tido uma excelente apreciação pela crítica especializada. Em 2010 para além da atribuição do Prémio Megafone, o álbum Senhor Galandum foi reconhecido pelos jornais Público e Blitz como um dos dez melhores álbuns nacionais. Do roteiro do grupo fazem parte alguns dos mais importantes festivais de música tradicional/”world music” em Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica, Alemanha, Cuba, Marrocos, Cabo Verde, Brasil, México e Malásia. A excelência da modernidade enraizada Porque os seduzia o encontro com a identidade da terra natal que sabiam que lhes corria nas veias como essência primeira de vida, um dia decidiram aventurar-se pelas
sendas e pelos trilhos da música tradicional da Terra de Miranda. E por esses caminhos se forma rendendo, em tons maiores de sedução e encantamento, aos sortilégios de uma herança cultural que sendo raiz de passado eles queriam que fosse sobretudo horizonte de futuro. Queriam recolher, investigar e divulgar esse património vital do seu coração cultural e, emergindo do coração do Planalto Mirandês em meados dos anos 90 do século passado, o grupo Galandum Galundaina tornou-se uma referência seminal na vertente de reelaboração e actualização dos repertórios da tradição oral da música mirandesa – apre(e)ndidos por imersão por força da vivência no seio dessas mesmas comunidades e, anos mais tarde, abordados com o saber enriquecedor de quem realizou estudos superiores em conservatórios e universidades, nacionais ou estrangeiras –, com uma dimensão hoje muito legítima e merecidamente reconhecida a nível regional, nacional e internacional. Para melhor concretizarem todo este laborioso trabalho de recuperação e de actualização renovadora e inovadora das sonoridades da música tradicional mirandesa – os temas utilizados, baseiam-se no repertório tradicional dando uma roupagem nas harmonizações vocais e rítmicas de densidades sonoras relevantes que ninguém fica indiferente –, os elementos do grupo socorreramse de uma tão grande como invulgar variedade de ferramentas sonoras – instrumentos musicais – para o efeito construídos ou preparados/modificados pelo próprio grupo, conferindo-lhes uma característica sonora incomparável e original. Reconhecidos e premiados, com três registos fonográficos e um videográfico que foram destacados pela crítica da especialidade e aclamados pelo público que faz de cada concerto um verdadeiro festim de intensa celebração cultural e de amplamente partilhado convívio, Galandum Galundaina assumiu sempre, ao longo dos vinte anos da sua existência, uma cumplicidade activa e
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dinâmica para a implementação, programação e apoio técnico de vários festivais e eventos a nível nacional. Neste percurso, volvidos todos estes anos, as sendas e os trilhos que eles percorreram para a (re)descoberta da música tradicional mirandesa converteram-se num caminho original e inspirador para as novas gerações de músicos e instrumentistas, dentro e fora da terra de Miranda. Muito mais do que embaixador musical e cultural da Terra de Miranda, Galandum Galundaina é, aqui e agora, a expressão da excelência daquilo que de melhor se faz, no quadro da estética folk, em termos de reproposta das raízes musicais da identidade mirandesa. Mário Correia
Entrada livre sujeita à lotação da sala. Por motivos de segurança a porta será encerrada assim que a lotação estiver preenchida. As portas abrem +-30’ antes do início dos concertos.
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PROJECTOS OU MEMÓRIAS FORA DO LUGAR
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