Twentie Yeares in Seaven Teares

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TWENTIE YEARES IN SEAVEN TEARES Vinte Anos em Sete Lágrimas Os primeiros vinte anos de Sete Lágrimas ECMC Early and Contemporary Music Consort Consort de Música Antiga e Contemporânea Twenty Years in Seven Tears The first twenty years of being Sete Lágrimas ECMC Early and Contemporary Music Consort Um projecto A project by: Arte das Musas Design e paginação Design and pagination: Filipe Faria Tradução Translation: Kennistranslations Impressão Printing: Printer Portuguesa Fotografia Photo: Denys Stetsenko DS Antena 2 A2 Renato Silva RS Filipe Faria FF Rita Santos ARS Depósito legal Legal deposit: 480569/21 ISBN: 978-989-95983-5-5 Fotografias Photos: PÁGINAS ANTERIORES PREVIOUS PAGES

Sérgio Peixoto © FF, 2019

DIRECTORES ARTÍSTICOS ARTISTIC DIRECTORS SETE LÁGRIMAS ECMC P.6

+ Filipe Faria © ARS, 2017 Sérgio Peixoto © DS, 2019

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Winnie Dias BRASIL/BRAZIL (BAILARINA/DANCER), PHILHARMONIE LUXEMBOURG TRILOGIE SETE LÁGRIMAS 20192021 © DS, 2019 P.12 Pedro Castro © A2, 2015 P.28 Denys Stetsenko © FF, 2018 P.22 Filipe Faria, Sérgio Peixoto © DS, 2019 P.24 Sofia Diniz © DS, 2019 P.30 Tiago Matias, Mário Franco © A2, 2015 P.32 Rui Silva © A2, 2015 P.50/ P.56 Sete Lágrimas © RS, 2011/© A2, 2015 P.57 Filipe Faria © DS, 2019 Projecto financiado por With the support of: Ministério da Cultura Direcção-Geral das Artes Parceria Partnership: Município de Idanha-a-Nova UNESCO Creative City of Music © Arte das Musas, 2020 Todos os direitos reservados All rights reserved Sete Lágrimas ECMC Early and Contemporary Music Consort www.setelagrimas.com



flight. THE FLIGHT OF TEARS. If we decant a tear, we find a number of basic elements with a neutral Ph between 7.0 and 7.4: water, proteins, fats, mineral salts. In the immunological system, we understand the exact function of tear fluid. In scientific reasoning, we discover that the secretion of tears is the result of an objective synoptic framework and that it is accompanied by peripheral vasodilation, a significant change in blood pressure and an accelerated heart rate. Lachrimae. Even if tears were nothing more than this, they would already be perfect mechanisms based on wonderfully obsolete, cutting-edge technology, rending human faces until they are softly worn since time immemorial, falling at times in a cascade, at others in torrents, at others as single units of pain, at others as threads of happiness, at others as mere physiology, leaving no visible, indelible trace or scar. There is no way to extract such abstract things from a tear as grief, sorrow, zestful joy or its retroactive strength, tenderness, bile, beauty, memory, rage, compassion, contrition, farewells, exile, nostalgia, fear, abandonment, identity, the conjugation of a landscape in a psychosomatic state at an exact moment in an inexact time, spirituality, immateriality and every tiny piece of an immense melancholy that, along with other substances without alchemy, are simultaneously intangible and far from intangible. Tears are a complex of enigmas. Tears are a metaphysical ensemble that transports us and saves us in worlds without space or time, in sorcerous osmoses. It is impossible to contain a tear, just as it is impossible to capture it. Tears are akin to full emancipation in a pure state of divinity. Absolute freedom. It is impossible to comprehend such harmony without prior understanding that their cosmic nature as travellers gives rise to a specific, multidimensional language that is older even than the gods, far older than shrines. The language of tears contains an ethnographic universality that touches what words cannot and only feelings can. Silence [silêncio] cannot be distilled from a tear, nor can the infinite declensions of its interruption. Only posthumous assumptions may be extracted from tears, a perilous sense of finality hanging over them. Tears are perhaps our only emissary that is able to fly in non-existent heavens, no insult to the soul intended – may God preserve it in His cryogenic parable. Lost tears can only be recovered through more tears, even if they spout inadvertently from the obliquity of the being, even if they can be found on one of those semi-optic days in a neurotic elegy to a normal day [um dia normal]. Tears are not expected to contain filiation, chromosomes, genetic heritage or canons. We expect everything and nothing from tears. When we cry, we hope that they will eventually drain away, as they are often inconvenient, even when rebuked, as desired tears are rare. Tears contain an astonishing paradox, playing constant games of hide-


voo. O VOO DAS LÁGRIMAS. Se decantarmos uma lágrima, nela encontraremos, em Ph neutro de 7.0 a 7.4, o elementar: água, proteínas, gordura, sais minerais. No sistema imunológico compreenderemos a exacta função do fluído lacrimal. Na razão científica descobriremos que a secreção das lágrimas resulta de um quadro sinóptico objectivo, sendo estas acompanhadas de vasodilatação periférica, uma alteração significativa da pressão sanguínea e a aceleração dos batimentos cardíacos. Lachrimae. Se as lágrimas fossem tão só isso, seriam já mecanismos perfeitos, de tecnologia vanguardista, maravilhosamente obsoleta, rasgando faces humanas desde a ancestralidade, em suaves puídos, às vezes cascata, às vezes torrente, às vezes uma simples unidade de dor, noutras um fio de alegria, noutras, mera fisiologia, sem deixar no visível um rasto que não se apague, uma única cicatriz. Não há como extrair de uma lágrima coisas de tal modo abstractas como o desgosto, a tristeza, a energia da felicidade ou a sua força retroactiva, a doçura, o fel, a beleza, a memória, a raiva, a compaixão, a contrição, a despedida, o exílio, a saudade, o medo, o abandono, a identidade, a conjugação de uma paisagem num estado psicossomático num momento exacto de um tempo inexacto, a espiritualidade, a imaterialidade e todos os ínfimos pedaços de uma imensa melancolia que, juntamente com outras substâncias sem alquimia, sendo intangíveis, estão longe de ser. É um complexo de enigmas, a lágrima. Um ensamble metafísico são as lágrimas, que nos transportam e nos resgatam em mundos sem espaço e sem tempo, em osmoses de feitiçaria. Não é possível conter uma lágrima, assim como não é possível capturá-la. É uma espécie de alforria plena, em estado puro de divindade. Liberdade absoluta. Não é possível compreender uma harmonia assim, sem entender primeiro que da sua natureza cósmica, de ser viajante, resulta uma linguagem específica, multidimensional, mais velha que os deuses, muito mais velha que os altares. Há na linguagem das lágrimas uma universalidade etnográfica, que alcança o que não conseguem as palavras, apenas o sentir. De uma lágrima não se sintetiza o silêncio, nem as infinitas declinações da sua interrupção. De uma lágrima se extraem apenas premissas póstumas, sob uma precária sensação de fim. De nós, a lágrima é talvez o único emissário capaz de voar em céus que não existem, sem qualquer desprimor pela alma, Deus a conserve na sua parábola criogénica. À lágrima perdida não se regressa se não por outras lágrimas, mesmo que brotem, inadvertidas, no soslaio do ser, mesmo que se encontrem num desses dias semiópticos, na elegia neurótica de um dia normal. Das lágrimas não se espera filiação, cromossomas, herança genética, cânones. Das lágrimas espera-se tudo e espera-se nada. Quando as choramos, esperamos


-and-seek with the systemic myth of immortality. Tears contain anthropological poetry, incessant dialogue, emptiness, language, melody. They are the most obvious of the most secret communicating vessels, using the archaic language of time. That is what tears are: this dialogue, a cross-cutting line of identity, closing like a cycle and opening up to its contemporaneity. You need to be a tear to travel this land. A magical element, transporting that language towards something new, doing what both tears and lovers do, flying, as if in a perpetual night-time embrace [en tus brazos una noche]. It is as if time had stopped at astronomic speed, colliding in perfect harmony. It is as if there was no time, which is the best understanding that anyone can offer. Being able to travel like a tear is simply marvellous. Perhaps tears alone, in their universalist breadth, are able to fully describe the experience through the traditional method of song [cantiga]. Tears do not reside only in the eyes that see objects, but in the very objects that they see; there is the fountain, here is the river; there the tears are born, here they flow. The Tears of Heraclitus, Father António Vieira In any case, there are more tears than there are men, more tears than there are humans. People’s tears are both dogma and counter-dogma, cycle and counter-cycle, magnificent, untamed and fragile transposers. Nobody knows exactly how many tears are born when a person is born; there are no reliable data on those pilgrim tears that escape the glands of a last rites confessional, minimal mass [missa mínima], flowing over the ravaged matter that we are reduced to after drawing our last breath. It is as if they were a dissident organism, salt of the earth [terra], disappearing on evidence. Within tears, there is self-denial and a sense of duty, a kind of diaspora [diáspora] emerging between them. This is probably the most cognitive of magic tricks, crypto-tragic, like fate. Within tears, there is an eternal Renaissance humanism; in their melancholy lies a vision that decentres man in order to refocus on him. Within tears, there is an intense glow, dimmed by a formidable blackness that brings things closer rather than separating them. Death. Grief. The end. The most erudite of archetypes. In their fleetingly peninsular [península] morphology, tears are a convex mirror of the human essence. They obey a logic that obeys no logic, that joins as it breaks and reconstructs as it deconstructs. They use the tools of travel, its cross-border nature, discovering new worlds, new dialects for expression. Tears are the absolute, timeless subject of the order of humankind and of civilisations, a strangely simple state of consciousness, simply formulated, an atmospheric complex between times. Flying with tears is like gaining access to Icarus’ powers. It allows us not to be while also being, to remain while also leaving, even when we are flying in peaceful conditions, flying without impossibility. The materiality of tears, their inexhaustible haptic strength, lies in their lengthy relationship with time, as if they had lived all lives, died all deaths and survived both. Creativity is the language of tears, while melancholy is their decrypting formula. Flying with tears is such a simple, divine process. Every tear decanted is like a cycle that ends and begins. Tears are reinterpreted worlds, emerging from their constant interpretation. Tears are always tears, always utopian,


eventualmente que se esvaiam, pois muitas vezes são inoportunas, mesmo quando são admoestadas, sendo raras as lágrimas desejadas. Há nas lágrimas um paradoxo assombroso, que brinca constantemente às escondidas com o mito sistémico da imortalidade. Há nas lágrimas poesia antropológica, diálogos incessantes, vazio, língua, melodia. São os mais óbvios dos mais secretos vasos comunicantes, utilizando a arcaica linguagem do tempo. As lágrimas são isso, esse diálogo, a linha de identidade, transversal, que se fecha como um ciclo e se abre à sua contemporaneidade. É preciso ser lágrima para viajar nesse terroir. Ser elemento mágico, transportar essa linguagem para algo de novo, fazendo o que as lágrimas e os amantes fazem, voando, como se estivessem num perpétuo en tus brazos una noche. É como se o tempo parasse a uma velocidade astronómica, colidindo em perfeita harmonia. É como se não houvesse tempo, que é o melhor entendimento que alguém lhe pode dar. Poder viajar como viajam as lágrimas é simplesmente maravilhoso. Talvez só as lágrimas, na sua amplitude universalista, o saibam descrever plenamente pelo tradicional método da cantiga. Não residem as lágrimas só nos olhos, que vêem os objectos, mas nos mesmos objectos que são vistos; ali está a fonte, aqui está o rio; ali nascem as lágrimas, aqui correm. Lágrimas de Heráclito, padre António Vieira Seja como for, há mais lágrimas do que homens, mais lágrimas do que humanidade. São dogma e contra-dogma, ciclo e contra-ciclo, transpositoras magníficas, indómitas e frágeis, as lágrimas de gente. Quantas lágrimas nascem quando alguém nasce, não se sabe exactamente, não havendo também dados fidedignos sobre aquelas lágrimas peregrinas que se escapam das glândulas de um confessionário de extrema-unção, missa mínima, escorrendo sobre a matéria acabada que somos após um último suspiro. É como se fosse um organismo dissidente, sal da terra, que na evidência desaparece. Há nas lágrimas uma abnegação e um sentido de dever, e entre elas uma espécie de diáspora. É provavelmente o mais cognitivo dos truques de magia, cripto-trágico, como o destino. Há nas lágrimas um eterno humanismo renascentista e na sua melancolia uma visão que descentra do homem, para nele recentrar. Há nas lágrimas um brilho intenso, ofuscado por uma imensa negritude, que aproxima mais do que separa. A morte. O luto. O fim. O mais erudito dos arquétipos. Na sua morfologia de península fugidia, as lágrimas são da essência humana um espelho convexo. Obedecem a uma lógica que obedece a lógica nenhuma, que une enquanto rompe e desconstruindo reconstrói. Utilizam os instrumentos da viagem, a sua natureza transfronteiriça, descobrindo novos mundos, novos dialectos da expressão. São as lágrimas sujeito absoluto e intemporal da ordem do homem e das civilizações, um estado de consciência estranhamente simples, simplesmente elaborado, um complexo atmosférico entre-tempos. Voar com as lágrimas é como ter acesso aos poderes de Ícaro. Aquilo que nos permite não estar, estando, aquilo que nos permite ficar, partindo, mesmo quando se voa na dinâmica do sossego, voando sem impossibilidade. A materialidade das lágrimas, a sua inesgotável força háptica, reside na longa relação


always emulous of themselves, always experiencing a strange kind of death, a strange kind of peace. Perhaps tears contain all the particles of the earth, atoms of lost biology, lost in their own labyrinth, condemned, like the wind [vento], to travel all the skies, across landscapes, in all regions of the being. Within the unreal, there is something that only tears can reach and something that is truly unreachable that can only be explained by the unreality of things, which is the reality of tears. Within all things, there is an unimaginable silence, and within that, musicality. It’s true that music was once little more than a mere accessory to words. But that is to misunderstand tears, and, sadly, words. Within us, there is a kleine musik that runs up and down our spine, rather like thoughts, but often deeper than the latter, equally stable, equally weak. Within us, there is something as imperceptible as unreality, as dystopian as a tear’s world view. Within us, there is an eternal journey to be made, as certain as a tear to be shed, and, for that same reason, uncertain. Within tears, there is a mental, multipolar aesthetic undergoing chronic change. It is the most complex, the most beautiful, the most prodigious of communication systems. As if life, with each tear, were giving the ultimate divine demonstration of its immortality. As if it were telling us that both heaven and hell are right here. If a God exists, He exists in melody. Up there, where the tears fly, beneath imaginary heavens. Tears are a dream lost and found, in a fragile and undefeated state of reason that begins at the end and is never-ending. The sky is a jagged rock [pedra irregular] on seven feet of earth. Humankind doesn’t want to know. But there isn’t a single tear that doesn’t. Luís Pedro Cabral


que tem com o tempo, como se vivesse todas as vidas e morresse todas as mortes e a ambas sobrevivesse. A criatividade é a linguagem das lágrimas, a melancolia a sua fórmula desencriptante. É um processo tão simples, tão divino, voar com as lágrimas. Cada lágrima decantada é como um ciclo que termina e principia. Lágrimas são mundos reinterpretados, a emergir da sua constante interpretação. Lágrimas são sempre lágrimas, sempre em utopia, sempre émulas de si, sempre numa estranha forma de morte, sempre numa estranha forma de paz. Talvez as lágrimas sejam todas as partículas da terra, átomos de biologia perdida, perdidos no seu próprio labirinto, condenados, como vento, a viajar por todos os céus, em todas as paisagens, em todos os territórios do ser. Há no irreal algo que só as lágrimas atingem e na realidade algo inatingível, que só pode ter a ver com a irrealidade das coisas, que é a realidade das lágrimas. Há em todas as coisas um silêncio inconcebível e, nisso, musicalidade. Está certo que em tempos a música não passava das palavras um mero acessório. Mas isso é o mesmo que entender mal as lágrimas e, tristemente, as palavras. Há em nós uma kleine musik que nos percorre a espinha, algo parecido com o pensamento, só que às vezes mais fundo, tão estável, tão débil quanto este. Há algo em nós tão imperceptível quanto a irrealidade, tão distópico quanto a mundividência de uma lágrima. Há em nós uma eterna viagem por fazer, tão certa quanto uma lágrima por verter e, nessa mesma razão, incerta. Há nas lágrimas uma estética mental, multipolar, em crónica mutação. É o mais complexo, o mais belo, e o mais prodigioso sistema de comunicação. Como se a vida, a cada lágrima, fizesse a derradeira demonstração divina da sua imortalidade. Como se nos dissesse que o paraíso é aqui e o inferno também. Se algum Deus existe, existe na melodia. Lá, onde voam as lágrimas, sob céus imaginários. A lágrima é um sonho perdido e encontrado, em estado frágil e invicto de razão, que começa no fim e acaba jamais. O céu é uma pedra irregular em sete palmos de terra. A humanidade não quer saber disso. Mas não há lágrima que o não saiba. Luís Pedro Cabral


voice. ALICE ORANGE · DIRECTOR, FESTIVAL DE SABLÉ (2012) · FRANCE The Diaspora concert held at the Sablé Festival in August 2012 was a great opportunity for the French public to discover a repertoire dedicated to an essential aspect of Portuguese musical culture rarely performed in France. While respecting its sources, Sete Lágrimas performs these pieces (vilancicos) with imagination and creativity in an approach which guarantees the relevance of early music today and for the future. ANDRÉ CUNHA LEAL · ARTISTIC DIRECTOR, FESTIVAL DIAS DA MÚSICA EM BELÉM/BELÉM CULTURAL CENTER (CCB) · AUTHOR, ANTENA 2  RÁDIO CLÁSSICA [NATIONAL CLASSICAL RADIO] · ARTISTIC DIRECTOR, ALCOBAÇA FESTIVAL · PORTUGAL I remember the first time

I heard Sete Lágrimas perfectly. It was on Antena 2, with their album Diaspora.pt. It was like love at first sight. For me, the question of musical identity was always essential. As the son of a Cape Verdean mother, I grew up listening to morna and coladeira, as well as samba, bossa nova and our very own fado, but I was always a great lover of erudite music and opera too. Perhaps that’s why I felt the need to find music with that lusophone identity that is so dear to me and deeply rooted within me. When I heard the album Diaspora.pt for the first time, it was as if I’d found the perfect solution to my need to express a musical identity based on the canons of the great history of music but with decidedly lusophone roots. From that moment on, I became a huge fan of Sete Lágrimas – not only of their work with a diasporic musical identity, but also of projects such as Kleine Musik, which perfectly bridges the ages and eras with music by Heinrich Schütz and Ivan Moody, and Missa Mínima with music by Filipe Faria and Sérgio Peixoto, the brains behind this project, who, regardless of the music and when it was written, convey our identity through music like few others are able to do. ANDREW SMITH · COMPOSER · ENGLAND I first encountered Sete Lágrimas 10 years ago when I was asked to contribute a work to their Silêncio disc in 2009. I was immediately impressed by the quality of their work – from the smooth, beautiful voices of Filipe and Sérgio to the gorgeous design and packaging of their CDs and promotional materials. Their project is a labour of love, uncompromising in its high standards. And it is no surprise that, 10 years further on, Sete Lágrimas has firmly established itself internationally as one of the foremost ensembles of its kind. I am very proud to have an association with Sete Lágrimas, and I congratulate them on 20 years of wonderful music-making, wishing them all the very best for the future.


voz. ALICE ORANGE · DIRECTORA, FESTIVAL DE SABLÉ (2012) · FRANÇA O concerto Diáspora que teve lugar em Agosto de 2012, no Festival de Sablé, constituiu-se como uma excelente oportunidade para o público francês descobrir um repertório dedicado a um aspecto essencial da cultura musical portuguesa, o qual é muito raramente apresentado em França. Ainda que respeitando as suas fontes, os Sete Lágrimas interpretam estas peças (vilancicos) com imaginação e criatividade, numa abordagem que garante a relevância da música antiga, para hoje e para o futuro. ANDRÉ CUNHA LEAL · DIRECTOR ARTÍSTICO, FESTIVAL DIAS DA MÚSICA EM BELÉM/ CENTRO CULTURAL DE BELÉM (CCB) · AUTOR, ANTENA 2  RÁDIO CLÁSSICA · DIRECTOR ARTÍSTICO, FESTIVAL DE ALCOBAÇA · PORTUGAL Lembro-me perfeitamente da primeira

vez que ouvi os Sete Lágrimas. Foi na Antena 2 e foi com o CD Diaspora.pt. Foi como que paixão à primeira vista. Para mim, a questão de identidade musical foi sempre uma necessidade. Filho de cabo-verdiana, cresci a ouvir as mornas e as coladeiras, mas também o samba e a bossa-nova, bem como o nosso fado e, no entanto, sempre com a grande paixão pela música erudita e pela ópera. Talvez por esse motivo alimentasse a necessidade de encontrar na música essa identidade lusófona que me é tão cara e que faz parte do meu ADN. Quando ouvi o CD Diaspora.pt pela primeira vez, foi como se tivessem encontrado uma resposta perfeita para essa minha necessidade de expressão de uma identidade musical baseada nos cânones da grande história da música, mas de raiz claramente lusófona. A partir daí fiquei um absoluto fã dos Sete Lágrimas – não só no que diz respeito a esse trabalho com uma identidade musical da diáspora, mas igualmente em projetos como Kleine Musik numa ponte perfeita entre tempos e épocas com a música de Heirich Schütz e de Ivan Moody, ou a Missa Mínima com música do Filipe Faria e do Sérgio Peixoto, os grandes responsáveis por este projecto que, independentemente da música e da sua época, tratam a nossa identidade através da música como poucos. ANDREW SMITH · COMPOSITOR · INGLATERRA Encontrei-me pela primeira vez com os Sete Lágrimas há 10 anos, quando estes me pediram para contribuir com uma obra para o seu disco Silêncio, de 2009. Fiquei imediatamente impressionado com a qualidade do seu trabalho – das vozes suaves e harmoniosas de Filipe e Sérgio ao deslumbrante design e tratamento dos seus CD e materiais promocionais. O seu projecto é um acto de amor que não faz qualquer cedência em termos de qualidade. Não surpreende que, dez anos passados, os Sete Lágrimas se tenham estabelecido a nível internacional como um dos mais importantes ensembles do


ANTÓNIO MEGA FERREIRA · EXECUTIVE DIRECTOR, AMEC METROPOLITANA · PORTUGAL

I began to discover the work of the Sete Lágrimas consort in 2007, shortly after I took up my position as director of the Centro Cultural de Belém. (...) [The] studied simplicity and admirable rigour [on the Lachrimae #1 album] of the reworkings of music that is usually far-removed from us impressed me with the strength of a revelation. The performances by the singers and musicians in the ensemble revealed such great familiarity with the chosen repertoire that it was as if they were restoring the composers and music that had been archived in our memories for good in all their original freshness. The opening act (in album form) was followed in 2008 by the magnificent Kleine Musik, dedicated entirely to the music of Heinrich Schütz. Impelled by the initiative and voices of Filipe Faria and Sérgio Peixoto, Sete Lágrimas regularly featured on the CCB’s concert programme in the following years and was appointed Associate Ensemble for the 2011/12 season. They continue to work closely with the performing arts centre. What started out as an artistic project based on a rigorous interpretation of music scores and quality performances expanded over the years to become an ambitious, profoundly original programme of intervention. Sete Lágrimas developed its initial idea with performances of early and contemporary music, commissioning works from living composers (Ivan Moody, João Madureira, Andrew Smith) that lent themselves to the programme and instrumentation of early music, and eventually extended its sphere of activity to traditional forms of popular music from Lisbon to Macau, Brazil to East Timor, with a kaleidoscopic repository of genres and songs embodied by the three albums in the Diáspora project, released between 2008 and 2012. From Sete Lágrimas’ extensive discography, I’d like to highlight En tus brazos una noche from 2012, which is a comprehensive collection of the surviving romances and songs by the 17th century Portuguese composer Manuel Machado, and Vento from 2010, which features the remarkable Pentecost Mass by João Madureira. The two albums document the two main vectors present in the prolific musical activity engaged in by Sete Lágrimas, who are now celebrating their 20th anniversary and continue to branch out into new discographic projects, sound installations and musical events, making the consort quite unique on the Portuguese art and music scene. BENJAMIN PRINS · STAGE DIRECTOR AND PLAYWRITER · FRANCE I wanted to write this account in an attempt to understand how our artistic venture with Sete Lágrimas rounded off the artistic career that I embarked upon in 2005, first as an assistant, then as a stage director, and later as a playwright. This thought came to me during one of the performances by Les Explorateurs [The Explorers] at the Philharmonie Luxembourg in October 2018: as the artists bowed, I was surprised to see the audience enthusiastically applaud the role of the fish, the hero’s best friend. The role was played by a vulgar chunk of orange plastic. How did the musicians from the Sete Lágrimas ensemble become true men and women of the theatre during this period of intensive creation, to the extent that they were able to convince the audience of such an unlikely fable? Music dramaturgy: otherness or the power of catharsis. The architecture of the show is above all acoustic and musical. The repertoire drawn from the albums Diaspora, Península and Terra provides a skeleton upon which to hang an original story. (...) The carte blanche that Sérgio and Filipe gave me turned out to be a treasure map. The


seu género. Tenho muito orgulho de me ter associado aos Sete Lágrimas e felicito-os pelos 20 anos de maravilhosa produção musical, desejando-lhes tudo de bom para o futuro. ANTÓNIO MEGA FERREIRA · DIRECTOR EXECUTIVO, AMEC METROPOLITANA · PORTUGAL

Comecei a conhecer o trabalho do consort Sete Lágrimas em 2007, pouco tempo depois de assumir funções de direcção no Centro Cultural de Belém. (...) [A] estudada simplicidade e admirável rigor [no álbum Lachrimae #1] das recriações de música que nos é habitualmente distante impressionaram-me com a força de uma revelação. As prestações dos cantores e músicos do conjunto denotavam uma tal intimidade com o repertório escolhido que era como se nos fosse devolvido em toda a sua frescura original o percurso de compositores e músicas que para sempre tínhamos arquivado na memória. O acto inaugural (em disco) seria continuado em 2008 com o magnífico Kleine Musik, inteiramente dedicado à música de Heinrich Schütz. Sete Lágrimas, animado pela iniciativa e pelas vozes de Filipe Faria e Sérgio Peixoto, apresentou-se regularmente, nos anos seguintes, no quadro da programação de música do CCB, vindo a ser Ensemble Associado na temporada 2011/12 e mantendo uma colaboração continuada com aquele centro de artes performativas. O que começara por ser um projecto artístico baseado numa leitura rigorosa de partituras e na qualidade interpretativa expandiu-se nesses anos até se tornar um programa de intervenção ambicioso e profundamente original. Sete Lágrimas foi declinando a sua ideia em interpretações de música antiga e de música contemporânea, encomendando obras a compositores vivos (Ivan Moody, João Madureira, Andrew Smith) sensíveis ao programa e à instrumentação da música antiga, e acabando por alargar o seu espectro de actuação a formas tradicionais de música popular, de Lisboa a Macau, do Brasil a Timor, em caleidoscópico repositório de formas e cantos materializado nos três discos do projecto Diáspora, editados entre 2008 e 2012. Da já importante discografia de Sete Lágrimas, apraz-me destacar En tus brazos una noche, de 2012, dedicado à colecção integral dos romances e canções sobreviventes do compositor seiscentista português Manuel Machado, e Vento, de 2010, preenchido com a notável Missa de Pentecostes de João Madureira. Um e outro documentam bem os dois vectores fundamentais da profícua actividade musical de Sete Lágrimas, que comemora neste momento 20 anos de existência, e continua a desdobrar-se em projectos discográficos, instalações sonoras e eventos de programação musical, que tornam o consort único no panorama artístico e musical português. BENJAMIN PRINS · ENCENADOR E DRAMATURGO · FRANÇA Fiz questão de escrever este testemunho para tentar compreender em que medida a aventura artística com os Sete Lágrimas completa, à sua maneira, o percurso artístico que iniciei em 2005, primeiro como assistente e depois como encenador, e alguns anos mais tarde como dramaturgo. Esta reflexão surgiu no âmbito de uma das representações de Les Explorateurs [Os Exploradores], em Outubro de 2018, na Philharmonie Luxembourg, quando, no momento em que os artistas agradecem, fico espantado com o facto de o público aplaudir calorosamente o papel do peixe, o melhor amigo do herói. Um papel desempenhado por um vulgar pedaço de plástico cor-de-laranja.


power of a show lies in the troupe’s scenic involvement: the five musicians in Sete Lágrimas have proven to be outstanding men of the theatre. Actors, sound designers, musicians, dancers, ventriloquists, stagehands and lighting operators, they also did their own make-up, took care of their costumes as if they were a second skin and prepared their accessories just as carefully as they did their period instruments. The extent of their commitment is apparent in the quality of the show. That "extra degree" sent the temperature up from 99 to 100 degrees, making the difference between a good show and an excellent one. Just as water transforms into steam at a very specific temperature, we can say that catharsis takes place in theatre when there is complete emotional investment. Like a tragic choir. CARLOS MONJARDINO · CHAIRMAN OF THE BOARD OF DIRECTORS, FUNDAÇÃO ORIENTE · PORTUGAL In March 2018, Fundação Oriente celebrated its 30th anniversary and we

could think of no better way to mark the occasion than a presentation at the Museu do Oriente of the excellent research into popular and erudite music from the five continents carried out by the Sete Lágrimas consort. This memorable concert perfectly reflected the paths of communication and cultural exchange between Europe and the rest of the world and echoed the foundation’s work over the last 30 years. We would like to congratulate the Sete Lágrimas consort on its 20th anniversary and its valuable repertoire, which highlights key milestones in Portuguese music. We hope to continue working to promote the group’s work in future. CRISTINA FERNANDES · MUSICOLOGIST, UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA · CLASSICAL MUSIC CRITIC, PÚBLICO · PORTUGAL The group Sete Lágrimas has built a remarkable

career on the Portuguese music scene over the last 20 years by creatively appropriating repertoires from early music, contemporary music and the oral tradition. Intervention by the group’s musicians in the form of arrangements, improvisations and unexpected interpretations of music from different historical, geographical and cultural contexts has given rise to an open-minded dialogue between diverse aesthetic universes and attracted a healthy mix of audiences. DANIELA THEINOVÁ · FESTIVAL MANAGER, LETNÍ SLAVNOSTI STARÉ HUDBY [SUMMER FESTIVITIES OF EARLY MUSIC, PRAGUE] (2014) · CZECH REPUBLIC The first appearance

of Sete Lágrimas in the Czech Republic in 2014 was one of the highlights of the 15th Summer Festivities of Early Music in Prague. Their performance of a programme entitled Tururu farara, featuring a wide-ranging repertoire from the 15th to the 18th century, swept the audience off its feet. The reviews were full of praise for the musicians’ wonderful energy and spontaneous musicality. One example: "The Portuguese ensemble Sete Lágrimas astounded the enthusiastic audience, who gathered in great numbers at the Troja Chateau. They amazed us with fiery dance tunes originating from Portuguese spheres of influence in South America and Africa." (Vladimir Riha, Novinky.cz). On behalf of the organiser, I can confirm that four years later, the public still cherishes the memory of this remarkable musical event. We shall be delighted to invite Sete Lágrimas back to Prague.


Como foi que, durante o intenso período de criação, os músicos do ensemble Sete Lágrimas se tornaram verdadeiros homens e mulheres do teatro ao ponto de conseguirem fazer o público acreditar numa fábula inverosímil? Dramaturgia musical, a alteridade ou o poder da catarse: A arquitectura do espectáculo é, acima de tudo, sonora e musical. O repertório originado dos álbuns Diáspora, Península e Terra serve, efectivamente, de esqueleto à escrita da história original. (...). A carta branca que o Sérgio e o Filipe me confiaram revelou-se, verdadeiramente, um mapa do tesouro. A força de um espectáculo reside no envolvimento cénico da companhia: os cinco músicos dos Sete Lágrimas revelaram-se ímpares nas artes do teatro. Actores, cenógrafos sonoros, músicos, dançarinos, ventríloquos, maquinistas, atentos às luzes, realizando eles próprios a sua maquilhagem, cuidando dos seus figurinos como de uma segunda pele, organizando os seus acessórios com a mesma importância que dão aos seus instrumentos de época. Este empenho total fez-se sentir na qualidade do espectáculo. Foi graças a este "grau adicional" que se pode dizer que a temperatura passou de 99 a 100 graus, e essa é a diferença entre um bom espectáculo e um espectáculo que ferve. Como a água que se transforma em vapor a uma temperatura precisa, podemos dizer que a catarse opera no teatro quando o investimento emocional é total. Qual coro trágico. CARLOS MONJARDINO · PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, FUNDAÇÃO ORIENTE · PORTUGAL A Fundação Oriente celebrou em Março de 2018 o seu 30º

aniversário e nada melhor para assinalar esta data do que a apresentação no Museu do Oriente do excelente trabalho de pesquisa musical desenvolvido pelo consort Sete Lágrimas em torno da memória da música erudito-popular nos cinco continentes. Um concerto memorável que espelha na perfeição os caminhos de comunicação e de intercâmbio cultural entre a Europa e o Mundo e reflecte também o trabalho prosseguido por esta Fundação ao longo destes 30 anos. Felicitamos o consort Sete Lágrimas pelos seus 20 anos de actividade e de reunião de um importante repertório que mostra as referências da música portuguesa. Desejamos poder continuar associados à promoção dos seus novos trabalhos. CRISTINA FERNANDES · MUSICÓLOGA, UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA · CRÍTICA MUSICAL, PÚBLICO · PORTUGAL O agrupamento Sete Lágrimas foi construindo ao

longo dos últimos 20 anos um percurso marcante no panorama português através de uma apropriação criativa de repertórios da música antiga, da música contemporânea e da tradição oral. O papel interventivo dos seus músicos através de arranjos, improvisações e olhares inesperados sobre a música de vários contextos históricos, geográficos e culturais contribuiu para um diálogo descomplexado entre universos estéticos diversos e para convocar um salutar cruzamento de públicos. DANIELA THEINOVÁ · FESTIVAL MANAGER, LETNÍ SLAVNOSTI STARÉ HUDBY [FESTIVAL DE VERÃO DE MÚSICA ANTIGA, PRAGA] (2014) · REPÚBLICA CHECA A estreia dos Sete

Lágrimas na República Checa, em 2014, foi um dos momentos altos do 15.º Festival de Verão de Música Antiga, em Praga. A sua apresentação do programa intitulado Tururu


EDUARDO FERRO RODRIGUES · PRESIDENT OF THE ASSEMBLY OF THE REPUBLIC · PORTUGAL

I like Sete Lágrimas, their sound, their performances, the truth that their music radiates. I like listening to Sete Lágrimas as I relax on the sofa, but I mostly like to see and hear them live, as I did recently as part of their Diáspora project. I’m pleased that they invited me to say these brief introductory words, not only as President of the Assembly of the Republic but also as a lover of good music and long-standing friend of Filipe Faria. I would like to congratulate Sete Lágrimas and wish them all the best for the continuation of their long, stellar career, both at home and abroad. FRANCISCO SASSETTI · SENIOR MANAGER ARTISTIC PLANNING, PHILHARMONIE LUXEMBOURG · LUXEMBOURG I first heard of Sete Lágrimas when I was working at

the Centro Cultural de Belém (or was it before that?). First of all, through the superb discographic editions that I discovered, before experiencing them live shortly after. I was lucky enough to be able to contribute to the ensemble’s residency at the CCB during the 2011/12 season and to attend three wonderful concerts. That great pleasure was repeated every time I saw and heard the group live, most recently at the Philharmonie Luxembourg. I could mention so many things I like about Sete Lágrimas, because there are a lot! To start with, their joy at sharing music; the subtlety of their performances; their repertoire, which I am always fascinated to discover for the first time; their unparalleled professionalism; their unerring good taste. And, because it’s important to celebrate the big little things too, the terrific friendliness, humbleness and generosity of Filipe, Sérgio and all the other members of the group. Congratulations on your 20th anniversary and long may your work continue! FRANK PAUWELS · HEAD ARTISTIC PLANNING, MUZIEKCENTRUM DE BIJLOKE GENT (2017) · BELGIUM The Diaspora programme provided us with a magnificent overview of a varied

repertoire of traditional local music from different countries and their fusion (exchanges) with the Portuguese motherland. A full house witnessed a very balanced ensemble, with two male voices in sparkling harmony with the instruments. Each in their own way, the individual musicians and singers displayed the highest level of skill and creative artistic talent. The ovation at the end was more than deserved. It was a moving adventure for the audience and the organiser alike. ISALINE CLAEYS · ARTISTIC DIRECTOR, GENT FESTIVAL VAN VLAANDEREN/ODEGAND PROGRAMME (2012) · BELGIUM Beyond music lies the heart. If they can be counted

and tuned, they open up to others. The world needs these intense, vivid, delicate vibrations: they reverberate. Thank you for being a vector and transporting us to them. IVAN MOODY · COMPOSER · ENGLAND It has been a singular pleasure to work with Sete Lágrimas over the years. For a composer to enjoy such a closeness and intensity of collaboration with performers, a reciprocal process that shaped both music and performances, as was the case with the Kleine Musik and Silêncio projects, is a rare privilege. I look forward with keen expectation to the next twenty years.


farara, composto por um repertório bastante alargado de peças do século XV ao século XVIII, conquistou por completo a audiência e também a crítica, que elogiou a maravilhosa energia e musicalidade espontânea dos intérpretes. Um exemplo: "O conjunto português Sete Lágrimas impressionou o público entusiasta que se juntou em grandes números no Palácio Troja, deixandose encantar com as ardentes músicas de dança originárias das esferas de influência portuguesa em África e na América do Sul." (Vladimir Riha, Novinky.cz). Em nome do organizador, posso confirmar que, quatro anos passados, o público ainda guarda na sua memória este extraordinário evento musical. Teremos imenso prazer em convidar os Sete Lágrimas para regressarem a Praga. EDUARDO FERRO RODRIGUES · PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA · PORTUGAL

Gosto do Sete Lágrimas, do som, das interpretações, da verdade que daqui irradia. Gosto do Sete Lágrimas para ouvir calmamente no sofá, mas sobretudo de ver e ouvir ao vivo como aconteceu recentemente com o seu Projecto Diáspora. Gosto que me tenham desafiado para estas curtas palavras introdutórias, não apenas como Presidente da Assembleia da República, mas como amante da boa música e amigo de há muitos anos do Filipe Faria. Força e felicidades para a continuação da já longa e brilhante carreira nacional e internacional do Sete Lágrimas. FRANCISCO SASSETTI · SENIOR MANAGER ARTISTIC PLANNING, PHILHARMONIE LUXEM BOURG · LUXEMBURGO Conheci os Sete Lágrimas quando trabalhava no Centro

Cultural de Belém (ou terá sido ainda antes?). Primeiro, através das magníficas edições discográficas que fui descobrindo ao longo do tempo e, pouco depois, ao vivo. Tive a sorte e o enorme prazer de poder contribuir para a residência do ensemble na Temporada 2011/12 do CCB e de ter assistido a três magníficos concertos. E o prazer repetiu-se cada vez que os pude ver e ouvir ao vivo, as últimas vezes já na Philharmonie Luxembourg. Muito poderia dizer sobre o que gosto nos Sete Lágrimas, porque, de facto, é muita coisa! A começar pela alegria que têm em partilhar a música; a subtileza das interpretações; o repertório que, fascinado, quase sempre descubro pela primeira vez; o profissionalismo exemplar; o bom gosto, sempre. E, porque se deve celebrar as pequenas-grandes coisas, a enorme simpatia, simplicidade e generosidade do Filipe, do Sérgio e de todos os outros membros do grupo. Parabéns pelos 20 anos e que contem muito mais! FRANK PAUWELS · HEAD ARTISTIC PLANNING, MUZIEKCENTRUM DE BIJLOKE GENT (2017) · BÉLGICA O programa Diáspora proporcionou-nos uma magnífica panorâmica

do repertório variado da música tradicional local de diversos países e da sua fusão (intercâmbios) com a pátria portuguesa. Uma casa cheia testemunhou a interpretação de um ensemble extremamente equilibrado no qual duas vozes masculinas resplandeceram em harmonia com os instrumentos. Os músicos e cantores evidenciaram, cada um à sua maneira, o mais elevado nível de competência e talento criativo artístico. A ovação final foi mais que merecida. Uma aventura emocionante, tanto para a audiência como para o organizador.


JAVIER MARÍNLÓPEZ · MUSICOLOGIST, UNIVERSIDADE DE JAÉN · DIRECTOR, FESTIVAL DE MÚSICA ANTIGUA DE ÚBEDA Y BAEZA · SPAIN Sete Lágrimas performed at the Úbeda

and Baeza Early Music Festival in 2010, when we devoted the whole edition to music from Portugal and processes of globalisation. There is no doubt that the concert by Sete Lágrimas is one of the most vivid in my memory from that edition; since then, several of the songs from the concert, compiled on the album Diaspora.pt, have become a regular part of my life. Congratulations on your anniversary. JOÃO ALMEIDA · DIRECTOR, ANTENA 2  RÁDIO CLÁSSICA [NATIONAL CLASSICAL RADIO] · PORTUGAL Congratulations, Sete Lágrimas! In many circumstances, time may be viewed

as evidence of a project’s validity. How could it survive so persistently and consistently if it were not of high quality? In the case of the ensemble Sete Lágrimas, however, their longevity over the last 20 years is insufficient in justifying their significance. Nor are their excellent performances sufficient alone, with numerous concerts performed not only in Portugal but around the world, invariably lauded by critics, always receiving standing ovations. Nor even is the unique repertoire that they have unveiled to us, containing musical gems both big and small that almost make us feel guilty for failing to notice them sooner. What fascinates me most, besides what I have already mentioned, is Sete Lágrimas’ ability to bring music from other ages into the present day, as if they had been composed today, live, in real time; it is the ability to play early music as if it were from the present day and contemporary music as if it were ancient; the ability to delight us with popular music as if it were erudite and vice versa. And it is the fact that all of this is seasoned with cheeriness, enthusiasm and "good vibes" that makes it almost seem easy; the days, months and years of research, study and meticulous rehearsal of each song, each concert, each album are barely apparent. They never repeat previous work, there’s always added value to be found! As these last 20 years draw to an end, we, listeners and admirers, continue to ponder: what surprises do Sete Lágrimas have up their sleeve for us in their next album or concert? I’d like to conclude with a thank you as big as the greatest dreams and I hope that the magic continues eternally and that Sete Lágrimas rightfully endures over time as what I consider to be one of the most stimulating, creative and unique musical experiments that Portugal has seen in recent decades. JOÃO MADUREIRA · COMPOSITOR · PORTUGAL Salve Sete Lágrimas! As a composer, I experienced the significance of working with a group like Sete Lágrimas first-hand. The ensemble is constantly reinventing its repertoire around the two core vocalists and an absolutely exceptional group of musicians and instrumentalists, traversing the centuries and long distances. The work of Sete Lágrimas is a consistently relevant dialogue with a vast repertoire from the standpoint of a place that, far from being at the corner of Europe, opens up the continent to the world. Salve Sete Lágrimas! JORGE MATTA · MUSICIAN · MUSICOLOGIST · CONDUCTOR, GULBENKIAN CHOIR/ CALOUSTE GULBENKIAN FOUNDATION · PORTUGAL Sete Lágrimas is no ordinary

group of singers and instrumentalists. Sete Lágrimas makes music that flows forth from itself, filled with originality and good taste. Their shows offer new visions of a


ISALINE CLAEYS · DIRECTORA ARTÍSTICA, GENT FESTIVAL VAN VLAANDEREN/ODEGAND PROGRAMME (2012) · BÉLGICA Para além da música, existe o coração. Quando são

abundantes e se sintonizam, abrem-se aos outros. O mundo precisa destas vibrações intensas, vivas e sensíveis; Elas propagam-se. Muito obrigada por as trazerem até nós. E por nos transportarem até elas. IVAN MOODY · COMPOSITOR · INGLATERRA Trabalhar com os Sete Lágrimas tem sido um prazer único ao longo dos anos. Para um compositor, é um prazer raro poder desfrutar de uma tal proximidade e intensidade de colaboração com os intérpretes, como foi o caso dos projectos Kleine Musik e Silêncio, num processo recíproco que moldou tanto a música como os concertos. Aguardo com grande expectativa os próximos vinte anos. JAVIER MARÍNLÓPEZ · MUSICÓLOGO, UNIVERSIDADE DE JAÉN · DIRECTOR, FESTIVAL DE MÚSICA ANTIGUA DE ÚBEDA Y BAEZA · ESPANHA Os Sete Lágrimas passaram pelo

Festival de Música Antiga de Úbeda y Baeza em 2010, ano em que dedicámos monograficamente a edição às músicas de Portugal e aos processos de globalização. O seu concerto é, sem dúvida, um dos que deixaram uma memória mais grata daquela edição; desde então, alguns dos temas interpretados – e recolhidos no seu CD intitulado Diaspora.pt – fazem parte da minha vida. Os meus parabéns pelo aniversário. JOÃO ALMEIDA · DIRECTOR, ANTENA 2  RÁDIO CLÁSSICA · PORTUGAL Parabéns, Sete Lágrimas! O tempo pode ser considerado, em muitas circunstâncias, uma prova da validade de um projecto. Como poderia perdurar, com persistência e consistência, se não tivesse qualidade? No caso do agrupamento Sete Lágrimas, porém, a longevidade dos seus 20 anos não chega para fazer justiça à sua importância. Não se trata apenas da excelência na interpretação, caucionada em incontáveis concertos, invariavelmente elogiados pela crítica, sempre aplaudidos de pé, não só no país como no mundo. Não se trata sequer do repertório inédito que nos têm revelado, pequenas e grandes jóias da música que nos provocam até um certo sentimento de culpa por não nos termos apercebido delas antes. O que mais me fascina, para além do descrito, é a capacidade do Sete Lágrimas trazer para o nosso tempo obras de outros tempos, como se fossem concebidas hoje, ao vivo, em tempo real; é a capacidade de nos pôr a ouvir música antiga como se fosse de agora e música contemporânea como se fosse antiga; a capacidade de nos provocar deleite com música popular como se fosse erudita e vice-versa. E é a circunstância de tudo isso ser de tal forma temperado com alegria, entusiasmo e “boa onda” que até parece fácil, até parece que não levaram dias, meses, anos a investigar, a estudar e a ensaiar com rigor cada peça, cada concerto, cada disco. E sem se repetirem, sempre com valor acrescentado! Ao fim destes 20 anos, continuamos, nós, ouvintes e admiradores, a cogitar: que surpresa nos reservará o Sete Lágrimas no próximo disco ou concerto? Segue por isso um obrigado do tamanho dos grandes sonhos e os votos de que a magia prossiga sem fim, galgando merecidamente o tempo como uma das experiências musicais a meu ver mais estimulantes, criativas e singulares que Portugal conheceu nas últimas décadas.


carefully selected repertoire, merging different eras coherently and intelligently without prejudice. Technical quality and sensitivity are their way of life, their personality, the air that they breathe. Congratulations, Sete Lágrimas. LUÍS TINOCO · COMPOSER · PORTUGAL Time passes, even flies by sometimes, and I’m rather taken aback to find that it’s already been two decades since the duo formed by Filipe Faria and Sérgio Peixoto landed on the scene with a new, innovative musical proposition with a unique scope. Fortunately, the Sete Lágrimas project continues to flow steadily, looking long and attentively over music from past to present, from East to West, with an unwavering sense of adventure and inspiring multidisciplinarity. Working regularly with excellent musicians from a diverse range of origins, from popular music from the oral tradition to music from the written tradition, this is a project that is constantly being renewed and reinvented. I’m sure it will continue to enrich our lives and surprise us for many more years to come! MADALENA WALLENSTEIN · PROGRAMMER AND COORDINATOR, FÁBRICA DAS ARTES/ BELÉM CULTURAL CENTER (CCB) · PORTUGAL This sweeping musical venture

takes us on a journey of inventiveness and research; a creative adventure in which old meets new. Such openness, freedom and musical beauty permeate the long-standing encounter between the work of Sete Lágrimas, their musicians and their projects with the Fábrica das Artes programme at the CCB.

MANUEL PEDRO FERREIRA · MUSICOLOGIST, UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA · CLASSICAL MUSIC CRITIC · PORTUGAL Sete Lágrimas: seven ideas that converge, awakening

emotions: the delicate beauty of merging sounds; voices conveying feelings; Early Music that speaks to our times; traditional contemporary music; dialogue between all forms of music, all communities; the joy of the musicians as they make and share their art; aesthetic refinement as an ongoing challenge. Sete Lágrimas is synonymous not with music but with musical gems; not with repertoires but with experiences; not with vain excitement but with kaleidoscopic contemplation. I have to confess, I’ve been a fan of these Tears [Lágrimas] since they started out... MARÍA BOLAÑOS · DIRECTOR, MUSEO NACIONAL DE ESCULTURA  SAN GREGORIO · SPAIN

Sete Lágrimas has worked with the Museo Nacional de Escultura on several important events. The group has always been enthusiastically received by the public. The beauty of their concerts, their sensitivity in handling musical heritage, the modernity present in their understanding of tradition, free from archaeological misrepresentation, and their mix of evocation, irony and good taste remain in the minds of all those who have experienced their exciting, unforgettable performances. MIGUEL ÁNGEL MARÍN · MUSIC PROGRAMME DIRECTOR, FUNDACIÓN JUAN MARCH (MADRID) · SPAIN I still remember the Sete Lágrimas concert at the Fundación Juan

March in Madrid very clearly: the sheer innovation of merging European with non-European repertories presented the audience with a


JOÃO MADUREIRA · COMPOSITOR · PORTUGAL Salve Sete Lágrimas! Como compositor, pude testemunhar como é importante poder trabalhar com um grupo como os Sete Lágrimas. Tendo duas vozes matriciais e um conjunto de músicos e instrumentistas absolutamente excepcional, este grupo não se cansa de reinventar o reportório à sua volta – uma volta de séculos e de longas distâncias. A obra dos Sete Lágrimas é um diálogo sempre pertinente com um vastíssimo reportório, a partir de um espaço que, longe de ser o canto da Europa, representa a abertura desta para o mundo. Salve Sete Lágrimas! JORGE MATTA · MÚSICO · MUSICÓLOGO · MAESTRO, CORO GULBENKIAN/FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN · PORTUGAL Sete Lágrimas não é um vulgar grupo de cantores

e instrumentistas. Sete Lágrimas é a música que brota de si mesma, com originalidade e bom gosto. Os programas dão novas visões de um criterioso repertório, por vezes fundindo sem preconceitos diferentes épocas, mas sempre com coerência e inteligência. A qualidade técnica e a sensibilidade são o seu modo de ser, a sua personalidade, a sua respiração. Parabéns, Sete Lágrimas. LUÍS TINOCO · COMPOSITOR · PORTUGAL O tempo corre, por vezes acelerado, e observo agora com algum espanto que se cumprem duas décadas desde que a dupla Filipe Faria e Sérgio Peixoto surgiu com uma nova proposta musical, inovadora e de contornos únicos. Felizmente, o projecto Sete Lágrimas flui sem correr, lançando um olhar calmo e atento sobre as músicas do passado ao presente, do Oriente ao Ocidente, sempre com um espírito de aventura e inspiradora transversalidade. Colaborando regularmente com excelentes músicos das mais variadas origens, das músicas populares de tradição oral às músicas de tradição escrita, este é um projecto em contínua renovação e reinvenção que, seguramente, nos continuará a enriquecer e surpreender por muitos anos! MADALENA WALLENSTEIN · PROGRAMADORA E COORDENADORA, FÁBRICA DAS ARTES/ CENTRO CULTURAL DE BELÉM (CCB) · PORTUGAL Esta arrebatadora aventura

musical leva-nos numa viagem de criatividade e investigação; uma aventura criativa na qual o antigo se encontra com o novo. É esta abertura, liberdade e beleza musical que permeiam o encontro de longa data entre o trabalho dos Sete Lágrimas, dos seus músicos e dos seus projectos com o programa da Fábrica das Artes no CCB.

MANUEL PEDRO FERREIRA · MUSICÓLOGO, UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA · CRÍTICO MUSICAL · PORTUGAL Sete Lágrimas: sete ideias que convergem, despertando a

emoção: a beleza sensível dos sons que fundem; as vozes conduzindo o sentimento; a actualidade da música antiga; a tradicionalidade da contemporânea; o diálogo de todas as músicas, de todas as comunidades; a alegria de todos os músicos fazendo e partilhando a sua arte; o depuramento estético como desafio permanente. Daí que Sete Lágrimas sejam sinónimo não de músicas, mas de pérolas musicais; não de repertórios, mas de vivências; não de vãs agitações, mas de caleidoscópicas contemplações. Destas Lágrimas eu me confesso fã desde a primeira hora...


highly refreshing approach to early music and opened up some very stimulating interpretations. MIGUEL SOBRAL CID · DEPUTY DIRECTOR, MUSIC DEPARTMENT, CALOUSTE GULBENKIAN FOUNDATION · PORTUGAL The long journey that Filipe Faria and Sérgio Peixoto

embarked upon when they created Sete Lágrimas has left an indelible mark on the Portuguese music scene. On the one hand, as a music group, their performances are characterised by a reasoned yet creative dialogue between different times, places, cultures and people; on the other, they have acted as a source of inspiration for new ways of making and listening to music, thinking beyond common convention. ÓSCAR ARROYO TERRÓN · DIRECTOR, ABVLENSIS INTERNATIONAL MUSIC FESTIVAL (ÁVILA) · SPAIN We had the opportunity to invite Sete Lágrimas to participate in the first

edition of our festival, in a concert entitled The Survival of an Era that sought to combine the music of Tomás Luis de Victoria [1548-1611] – to whom it was dedicated – and his peers with modern vocal and instrumental styles. It was a great success and even after all these years many of our audience members continue to recall the concert, in which two musicians were able to masterfully transform the ancient into the modern, the historical into the contemporary, using only their voices and a handful of instruments. That is the goal of all true artists, as Sete Lágrimas have proven themselves to be: to share their timeless passion with the world. Their passion merits at least twenty more years. Congratulations. PAULA MOTA GARCIA · GENERAL AND PROGRAMMING DIRECTOR, TEATRO VIRIATO (2019) · PORTUGAL It is an honour for Teatro Viriato to stage a concert by Sete Lágrimas

as part of their 20th anniversary. Witnessing the majestic performance of the Diáspora album was a privilege for all those who attended. This excellent concert brought early music into dialogue with contemporary music. Long live Sete Lágrimas! PAULA MOURA PINHEIRO · JOURNALIST AND AUTHOR, RTP [NATIONAL TELEVISION NETWORK] · PORTUGAL I always feel like we started out at the same time. Of course,

that’s not true. Filipe Faria and Sérgio Peixoto created Sete Lágrimas in 1999 and I only began to pay close attention to the project from 2006, when I launched Câmara Clara. Câmara Clara was a TV programme that discussed and reported on cultural activity, so it was inevitable that I would come into contact with Sete Lágrimas’ music. The feeling that we all started out at the same time came from the fact that, at that time, we were all... growing. In 2006, Sete Lágrimas was about to "explode" onto the charts (!) and become enshrined among its peers and critics once and for all. It’s always hugely satisfying when life is fair. But my desire to participate in celebrating Sete Lágrimas’ 20th anniversary is not due to their exceptional technical quality, their historic and scientific rigour, the incredible risks they take with the unlikely combinations they create, nor even their impressive resilience in a country that is still so very – how can I put it? – unmusical. What I really want to thank Filipe Faria and Sérgio Peixoto for is the poetic intensity of Sete Lágrimas. That poetic intensity has always gone straight to my


MARÍA BOLAÑOS · DIRECTORA, MUSEO NACIONAL DE ESCULTURA  SAN GREGORIO · ESPANHA Os Sete Lágrimas colaboraram em várias ocasiões importantes com

o Museu Nacional de Escultura. A recepção por parte do público foi sempre entusiasta. A beleza das suas interpretações, a sua sensibilidade no tratamento do acervo musical, a modernidade do seu modo de entender a tradição, sem falsificações arqueológicas, e a mistura de evocação, ironia e bom gosto ficaram na memória de todos os que tiveram o prazer de assistir às suas interpretações, verdadeiras experiências emocionantes e inesquecíveis. MIGUEL ÁNGEL MARÍN · DIRECTOR DO PROGRAMA DE MÚSICA, FUNDACIÓN JUAN MARCH (MADRID) · ESPANHA Ainda me recordo muito bem do concerto dos Sete

Lágrimas na Fundación Juan March, em Madrid: a sua imensa capacidade de inovação na combinação de repertórios europeus e não europeus ofereceu à audiência uma abordagem muito refrescante à música antiga, abrindo caminho a interpretações verdadeiramente estimulantes.

MIGUEL SOBRAL CID · DIRECTOR ADJUNTO, SERVIÇO DE MÚSICA, FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN · PORTUGAL O já longo percurso iniciado por Filipe Faria e Sérgio Peixoto

quando da criação do Sete Lágrimas deixa uma marca indelével no meio musical português. Por um lado, enquanto agrupamento musical, sustenta nas suas apresentações um diálogo tão fundamentado como criativo entre diversos tempos, geografias, culturas e gentes; por outro, constituiu inspiração para novas possibilidades no fazer e escutar a música, pensando-as fora das mais comuns convenções. ÓSCAR ARROYO TERRÓN · DIRECTOR, ABVLENSIS INTERNATIONAL MUSIC FESTIVAL (ÁVILA) · ESPANHA Tivemos a oportunidade de convidar os Sete Lágrimas para participarem na

nossa primeira edição do Festival com um concerto intitulado La supervivencia de una era [A sobrevivência de uma era] cujo objectivo consistia em ligar a música de Tomás Luis de Victoria [1548-1611] – a quem está dedicado – à dos seus contemporâneos, usando estilos vocais e instrumentais modernos. Foi um enorme êxito. Anos depois, grande parte do nosso público recorda ainda esse grande concerto, no qual dois músicos apenas souberam transformar magistralmente, com as suas vozes e uma mão-cheia de instrumentos, o antigo em moderno e o histórico em contemporâneo. É este o objectivo dos verdadeiros artistas, como os Sete Lágrimas: partilhar com todos a sua paixão intemporal. Uma paixão que merece, pelo menos, mais vinte anos. Felicidades. PAULA MOTA GARCIA · DIRECTORA GERAL E DE PROGRAMAÇÃO, TEATRO VIRIATO (2019) · PORTUGAL Uma honra para o Teatro Viriato apresentar nos seus 20 anos de

actividade o concerto dos Sete Lágrimas. Um momento de privilégio para todos os que assistiram, uma interpretação majestosa do trabalho intitulado Diáspora. Um concerto de excelência no diálogo da música antiga com a contemporaneidade. Longa vida aos Sete Lágrimas!


heart. And that’s the debt that I owe these musicians, these creators, and all those who they have called upon to plunge into their spirit. PETER PONTVIK · ARTISTIC DIRECTOR, STOCKHOLM EARLY MUSIC FESTIVAL · SWEDEN

I consider the Diaspora programme performed by Sete Lágrimas in Stockholm to have been one of the most delightful musical experiences in our festival’s history. The perfect flow of voices and their organic encounter with the instruments invited listeners to experience an amazing journey through the broad and surprising world of early music. It was greatly appreciated. Congratulations! WOUTER VAN LOOY · DIRECTOR, ZONZO COMPAGNIE · BELGIUM In the Diaspora project by Filipe Faria and Sérgio Peixoto I discovered a project that incorporates the qualities the BIG BANG festival is looking for: hugely talented musicians with a sense of warmth and the ability to share their talent. The project presented a wide-ranging repertoire of traditional local music from a number of countries, including fusions (exchanges) with the music of Portugal. The quality of the project was such that we were able to present this musical heritage in Belgium, France and Norway, amongst others. ZSUZSI TÓTH · SOPRANO · HUNGARY The first time I met Sete Lágrimas was when they invited me to perform for their recording Silêncio. During our collaboration I got to know some wonderful musicians and two multitalented guys who were doing a superb job not only at singing but also in creating special projects and guiding them with kindness and taste. Thanks to them I got to know Portugal and the more we worked together the more I fell in love with the country and its people.


PAULA MOURA PINHEIRO · JORNALISTA E AUTORA, RTP · PORTUGAL Tenho sempre a sensação de que começámos ao mesmo tempo. Claro que não é verdade. O Filipe Faria e o Sérgio Peixoto criaram o Sete Lágrimas em 1999 e eu só me detive concentradamente neste projecto a partir de 2006, quando estava a arrancar com o Câmara Clara. Como se tratava de um programa de televisão que cobria e debatia a actividade cultural, era inevitável vir a cruzar-me com a música do Sete Lágrimas. A sensação de que começámos todos ao mesmo tempo tem a ver com o facto de, na altura, estarmos todos em... expansão. Em 2006, o Sete Lágrimas estava a caminho de “explodir” nos top de vendas (!) e na definitiva consagração junto dos pares e da crítica. É uma enorme alegria quando a vida é justa. Mas a verdade é que se quero aqui juntar-me à celebração dos vinte anos de vida do Sete Lágrimas não é pela sua excepcional qualidade técnica, pelo rigor histórico e científico do que nos servem, pelos riscos maravilhosos que correm nas misturas improváveis que promovem, não é, sequer, pela incrível resiliência, num país ainda tão pouco – digamos assim... – musical. O que aqui venho fazer é agradecer a Filipe Faria e a Sérgio Peixoto a intensidade poética do Sete Lágrimas. Essa intensidade poética foi-me sempre directa ao coração. E essa é uma dívida que tenho para com estes músicos, para com estes criadores e para com todos os que eles têm convocado a imergir no seu Espírito. PETER PONTVIK · DIRECTOR ARTÍSTICO, STOCKHOLM EARLY MUSIC FESTIVAL · SUÉCIA

Considero que o programa Diáspora, apresentado pelos Sete Lágrimas em Estocolmo, foi uma das experiências musicais mais encantadoras da história do nosso festival. O perfeito fluir das vozes e o seu encontro orgânico com os instrumentos convidaram a audiência a deixar-se levar numa fantástica viagem pelo amplo e surpreendente mundo da música antiga. Foi vivamente apreciado. Os meus parabéns! WOUTER VAN LOOY · DIRECTOR, ZONZO COMPAGNIE · BÉLGICA Em Diáspora, de Filipe Faria e Sérgio Peixoto, descobri um projecto com as qualidades que o festival BIG BANG procurava: músicos imensamente talentosos com calor humano e a capacidade de partilharem o seu talento. O projecto apresentou um repertório alargado da música tradicional local de diversos países, incluindo fusões (intercâmbios) com música de Portugal. A qualidade do projecto foi tal que pudemos apresentar este património musical na Bélgica, na França e na Noruega, entre outros países. ZSUZSI TÓTH · SOPRANO · HUNGRIA Contactei pela primeira vez com os Sete Lágrimas quando o conjunto me convidou para participar na gravação do seu CD Silêncio. Nessa colaboração, tive o prazer de conhecer alguns músicos maravilhosos e dois indivíduos com múltiplos talentos que não só cantam como criam projectos especiais, orientando-os com delicadeza e bom gosto. Graças a eles conheci Portugal e, quanto mais com eles colaboro, mais amor sinto pelo país e pelas suas gentes.


land. What Sete Lágrimas presents in their DIASPORA PROJECT, is a voyage through written and oral repertories, both recent and remote and both high and lowbrow which reflect this historical experience of six centuries of intense artistic sharing in a world connected for the first time by the Portuguese ships and characterized throughout this long period by light and shade, pain and joy, violence and passion, all of which can be found in this Music.


terra. O que o Sete Lágrimas nos propõe no seu PROJECTO DIASPORA é uma viagem por repertórios escritos e orais, mais próximos ou mais remotos, de teor ora mais erudito ora mais popular, que reflectem esta vivência de seis séculos de partilhas artísticas intensas num mundo interligado pela primeira vez pelas caravelas portuguesas e marcado no decurso desse tempo longo por luzes e sombras, dores e alegrias, violência e paixão de que a Música dá testemunho.


Besides caravels and Good Hope, Portugal’s relationship with the world was born from a thirst for change. The Portuguese expansion of the 15th century marked the start of a period of acculturation and miscegenation that mutually influenced the musical practices of the countries of the Discoveries and Portugal and changed the configuration of their collective DNA forever. Comprising three titles – Diaspora.pt (2008), Terra (2011) and Península (2012) – the Diáspora project dips into the past and present of genres and musical forms associated with five continents, exploring new interpretive formulas employed in popular and classical music from the 16th to the 20th centuries. An experimental frenzy inspired by journeys, paths, pilgrimages, land, water, homesickness and what remains today of all the days gone by.

Rui Vieira Nery

Musicologist – Universidade Nova de Lisboa/INET-MD The great Portuguese navigations of the sixteenth and seventeenth centuries and the process of colonial expansion that followed them opened new paths for comunication and cultural exchange between Europe and the world, in which Portugal was undisputedly a pioneer. This was not – it should be stressed unequivocally – an idyllic and harmonious process of intercultural dialogue: it was characterized, as were all colonialisms in all eras of the History of Mankind, by violence, military agression, territorial occupation, economic exploitation, slave trade and religious intolerance. But on the other hand, it soon demonstrated on the part of the Portuguese colonizers a strong curiosity about cultural differences, which differs from the hermetic nature of the civilizational matrix of other, later, European imperialisms, such as the French, the Dutch and particularly the British. The high rate of ethnic integration which defined from a very early stage the Portuguese colonial societies – a consequence, of course, of the limited presence of European women in the first expeditions, but also a sign of a desire less restrained by racial prejudice – was accompanied by a clear desire to taste local cuisines with their exotic ingredients, by a fascination with the decorative motives of tapestries, ceramics and porcelain from each region, by the temptation to try out songs and dances with different, seductive rhythms and melodies. Portuguese colonial domination tried to impose on each dominated territory the matrix of the artistic and cultural practices of the Kingdom, particularly those associated with Christianity, not only knew how to adapt that matrix to locally available materials but did not hesitate to incorporate in it many of the elements of the artistic expressions found in each land and continent. Of all the European colonial powers, Portugal was undoubtedly the one in whose Culture there was a higher degree of integration of Asian, African and South-American influences, and the Portuguese colonial empire thus became a space of intense circulation, interaction and fusion of cultural models. This predisposition towards intercultural crossover was already part of the very essence of Iberian Cultures, as the result of several centuries of successive processes of fusion, first between Celtic and Greco-Roman models, and later between Christian, Arabic and Hebrew ones. The experience of cultural miscegenation was, ultimately, part


Para lá de caravelas e de Boa-Esperança a relação de Portugal com o mundo nasce de uma vontade de mudança... Com a expansão portuguesa do século XV inicia-se um período de aculturação e miscigenação que influencia mutuamente as práticas musicais dos países dos Descobrimentos e de Portugal e muda a configuração do seu ADN colectivo para sempre... O projecto Diáspora conta já com três títulos – Diaspora.pt (2008), Terra (2011) e Península (2012) – e mergulha nos géneros e formas musicais dos cinco continentes de ontem e de hoje, arriscando novas fórmulas interpretativas de repertórios populares e eruditos do século XVI ao século XX. Uma vertigem experimental pela viagem, caminho, peregrinação, terra, água, saudade e pelo que ficou hoje depois de todos os ontem...

Rui Vieira Nery

Musicólogo – Universidade Nova de Lisboa/INET-MD As grandes navegações portuguesas dos séculos XV e XVI e o processo de expansão colonial subsequente abriram novos caminhos de comunicação e de intercâmbio cultural entre a Europa e o mundo, nos quais Portugal foi indiscutivelmente pioneiro. Não se tratou – importa sublinhá-lo sem equívocos – de um processo idílico e harmonioso de mero diálogo intercultural: foi marcado, como todos os colonialismos em todas as épocas da História da Humanidade, pela violência, pela agressão militar, pela ocupação territorial, pela exploração económica, pelo tráfico de escravos, pela intolerância religiosa. Mas desde cedo evidenciou, por outro lado, da parte dos colonizadores portugueses, uma curiosidade pela diferença cultural que contrasta com o hermetismo das matrizes civilizacionais de outros imperialismos europeus posteriores, como o francês, o holandês, ou em particular o britânico. A elevada taxa de miscigenação étnica que desde logo marcou as sociedades coloniais portuguesas, consequência prática, é verdade, de uma reduzida presença de mulheres europeias nas primeiras expedições, mas ao mesmo tempo sinal de um desejo menos reprimido pelo preconceito racial, foi acompanhada de uma vontade evidente de provar as cozinhas locais e os seus ingredientes exóticos, do fascínio pelos motivos decorativos dos tapetes, cerâmicas e porcelanas de cada região, da tentação de experimentar canções e danças com ritmos e melodias diferentes e sedutores. A dominação colonial portuguesa procurou, certamente, impor em cada território ocupado uma matriz idêntica à das práticas artísticas e culturais do Reino, em particular as associadas ao Catolicismo, mas não só soube adaptar essa matriz aos materiais específicos disponíveis em cada zona como não hesitou em incorporar em si mesma muitas das facetas das expressões artísticas com que se foi deparando, terra a terra, continente a continente. De todas as potências coloniais europeias, Portugal foi sem qualquer dúvida aquela em cuja Cultura se integraram mais influências asiásticas, africanas e sul-americanas, e o império colonial português revelou-se assim um espaço de intensa circulação, interacção e fusão de modelos culturais. Esta predisposição para o cruzamento intercultural estava já, afinal, na própria essência das Culturas ibéricas, resultantes de séculos de sucessivos processos de


of our genetic civilizational heritage and maritime expansion merely widened the gamut of potential ingredients for it. In any case, both in mainland Portugal and in the various Portuguese colonies, we witness, soon after the arrival of the Portuguese, the development of hybrid artistic practices reflecting an intense dialogue, at the grassroots level, between the various cultures – a dialogue always, inevitably, shaped by the hierarchy of colonial Power but surprisingly open to exchanges and to mutual learning. Thus, in the field of Music, for instance, we find already in the sixteenth and seventeenth centuries Amerindian and Afro-Brazilian rhythms, just as in the eighteenth and nineteenth centuries the Lisbon theatres and salons were literally invaded by the Brazilian Lunduns and Modinhas, soon to be joined by Fado, to the great amazement of foreign travellers who looked upon this cultural interaction as a mere sign of decadence. These examples of crossover that reached the Kingdom were, on the other hand, the consequence of the processes of cultural interaction taking place in the colonies themselves, where they produced new fusion genres in Music and Dance and enlarged the spectrum of the traditional artistic practices of the local populations. And it must be stressed that these exchanges took place not only on the level of “erudite” Music but affect all social strata – there is not a single sector of the colonial societies of the Portuguese Empire that was not touched in its artistic practices and expressions by this interaction. Is not surprising, therefore, that long after the end of the Portuguese colonial experience the Portuguese-speaking world remains such a fertile territory for intercultural expressions which bear testimony to the centuries-long contact and mutual challenge between models originating in different continents, and which remain as living practices in the popular traditions of each region. What Sete Lágrimas presents in their Diaspora project, is a voyage through written and oral repertories, both recent and remote and both high and lowbrow which reflect this historical experience of six centuries of intense artistic sharing in a world connected for the first time by the Portuguese ships and characterized throughout this long period by light and shade, pain and joy, violence and passion, all of which can be found in this Music.

João Soeiro de Carvalho

Ethnomusicologist – Universidade Nova de Lisboa/INET-MD I am so involved in organ music that my imagination wanders through the world… Wu Yushan, Jesuit missionary in 17th century China1

Sounds, imagination, journeying. Three facilitators of the creative universe of the Portuguese diaspora that gave rise to a vast repertoire – still largely unknown. From them were born new galaxies of sound, spreading to the four corners of the world, known as music but also by many different names. The sounds of voices, of instruments, of the bell “that kindles the dreams of monks”2. The sounds of reinóis, of merdejkas, of cafres, of malaios, of a human palette without precedent in the history of humanity. In the fifteenth century Portugal embarked upon an enterprise with unsuspected consequences for the field of performance practice in many cultures throughout the globe. In Portugal, in the first place: the novelties brought by the navigators, by the heathens of other lands, by the immigrants who established themselves in Lisbon, did not


fusão, primeiro entre modelos celtas e greco-romanos, depois entre padrões cristãos, árabes e judaicos. A experiência da miscigenação cultural estava-nos, bem vistas as coisas, na carga genética civilizacional, e a expansão marítima ter-se-á limitado, a este respeito, a alargar a gama dos potenciais ingredientes. Mas o que é certo é que quer na Metrópole quer nas várias colónias portuguesas assistimos, logo a partir das primeiras fases da chegada dos Portugueses, à emergência de práticas artísticas híbridas que traduziam um intenso diálogo, no terreno, entre as múltiplas tradições em presença – um diálogo sempre formatado, como é óbvio, pela hierarquia do Poder colonial mas surpreendentemente aberto a trocas e a aprendizagens mútuas. E é assim que no campo da Música, por exemplo, logo nos séculos XVI e XVII encontramos nos vilancicos de Igreja peninsulares ritmos ameríndios e afro-brasileiros, e que, nos séculos XVIII e XIX, os salões e teatros lisboetas são literalmente invadidos pelos Lunduns e Modinhas brasileiros, a que em breve se juntará o Fado – tudo isto com grande espanto dos viajantes estrangeiros, que encaram este hibridismo cultural como um simples fenómeno de decadência. Estas manifestações de cruzamento que chegam ao Reino são, por sua vez, a consequência dos processos de interacção cultural que têm lugar nas próprias colónias e que produzem localmente novos géneros de fusão na Música e na Dança que alargam, também aí, o espectro das práticas artísticas tradicionais das populações indígenas. E o que é de sublinhar é que estas trocas se processam não só ao nível das Músicas eruditas como atravessam também todo o espectro social – não há sector das sociedades coloniais do Império português que não seja tocado nas suas práticas e expressões artísticas por esta interacção. Não admira, pois, que, muito para lá do fim da experiência colonial portuguesa, o espaço da lusofonia se continue a revelar um território tão fértil em expressões interculturais que dão testemunho desse convívio e desafio mútuo multi-seculares entre modelos vindos dos vários continentes, cujos resultados permanecem como práticas vivas nas tradições populares de cada região. O que o Sete Lágrimas nos propõe no seu projecto Diáspora é uma viagem por repertórios escritos e orais, mais próximos ou mais remotos, de teor ora mais erudito ora mais popular, que reflectem esta vivência de seis séculos de partilhas artísticas intensas num mundo interligado pela primeira vez pelas caravelas portuguesas e marcado no decurso desse tempo longo por luzes e sombras, dores e alegrias, violência e paixão de que a Música dá testemunho.

João Soeiro de Carvalho

Etnomusicólogo – Universidade Nova de Lisboa/INET-MD Estou tão concentrado com a música do órgão que a minha imaginação vagueia pelo mundo… Wu Yushan, missionário jesuíta na China no séc. XVII1

Sons, imaginação, viagem. Três operadores do universo criativo da diáspora portuguesa que deram origem a um vasto reportório – em grande parte ainda desconhecido. Deles nasceram novas galáxias sonoras, espalhadas pelas sete partidas, conhecidas por música e por tantos e diferentes nomes. Sons de vozes, de instrumentos, do sino “que desperta o sonho dos monges”2. Sons de reinóis, de merdejkas, de cafres, de malaios, de uma paleta humana sem precedentes na história da humanidade.


take long to become apparent musically and to give rise to mixed forms and genres. Of many of these we have no record. Concerning some, however, there remain documents which allow a reconstruction, and they astonish us by their modernity and scale. Is it not so? Hear the proof in the vilancicos negros from the seventeenth century that waited centuries in the Monastery of Santa Cruz in Coimbra for a second opportunity. Consequences elsewhere, too. Firstly because of the strong impression that the music taken by the Portuguese made on so many people in so many and such distant cultures. Also, because of the crucible of musical creativity that contact between cultures provided, and from which arose genres that deeply marked entire nations in distant parts of the world. Is it not so? What, then, of the Kroncong, of Portuguese influence, one of the most popular genres in twentieth century Indonesia? Liturgical music, transported by missionaries from various religious orders, was practiced in the churches of Brazil, the ecclesiastical patronage of the East, and later in African missions. Of such practice we have documentation: scores, rules concerning the use of different genres and instruments, etc. The teaching of this music was undertaken intensively in colleges and seminaries outside Portugal, and it is known that there were many native clerics who learned the rules of liturgical music and adopted them and adapted them to local usage. In the field of secular music, because in most cases we are dealing with oral traditions, there is much less knowledge of the processes of contact between Portugal and other areas of the world. That there was contact, and on a grand scale, there can be no doubt. However, and with some exceptions in Brazil, where continuity was apparent, the means and what resulted from them, have still, in many cases, to be clarified. It is beyond doubt that the configuration of repertories and genres, in Portugal and outside, came about as a result of processes of contact: fado and morna, to mention but two, are paradigmatic examples. To shed light on these processes is an undertaking that awaits a greater musicological effort. The Portuguese language was a platform for the process of creating genres and repertoires of contact. Whether in their European configuration, whether in others that became established in Brazil, Africa or in the Indian Ocean (Brazilian Portuguese, Cape Verde Portuguese, the Papiá Kristang of Macau and even the Portugis Tugu of Jakarta), the language was an important vehicle for the development of affinities and contrasts; important in terms of meanings and subject matter (the saudade – the longing – which pervades so many genres) and in terms of musico-poetic forms. In the end, music is but the product of contacts, many contacts, arising from a peculiarly human impulse: that of travelling. The vagaries of history, and the dreams of many of its protagonists, have meant that the journey has become the great Portuguese chimera. The music we hear on this project represents a little of the fantasy of its travellers.

With the Portuguese name of Simão Xavier da Cunha, Wu Yushan was a painter and poet. See Wenquin, Zhang (1997) “Os poemas de Wu Yushan sobre o Cristianismo” (Wu Yushan's poems about Christianity). Revista de Cultura de Macau, 30 (2nd series) Jan./Mar.: 60-96. 2 Ib.

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No séc. XV Portugal encetou um empreendimento de insuspeitas consequências no domínio das práticas performativas em muitas culturas do planeta. Em Portugal, para começar: as novidades trazidas pelos navegadores, pelos gentios de outras paragens, pelos migrantes que em Lisboa se estabeleceram, não tardaram em se manifestar musicalmente e originar formas e géneros musicais mesclados. De muitos não temos senão notícia. De alguns, porém, restaram documentos que permitem uma reconstituição, e nos fazem pasmar pela modernidade e pelo tamanho do que alcançam. Não? Ouçam-se os vilancicos negros do séc. XVII que em Santa Cruz de Coimbra aguardaram séculos por uma nova oportunidade. Consequências noutras paragens, também. Em primeiro lugar pela forte impressão que a música levada pelos portugueses causou em tantos homens de tantas e tão apartadas culturas. Também, pelo cadinho de criatividade musical que o contacto entre culturas proporcionou, do qual resultaram géneros que marcaram profundamente nações inteiras em distantes paragens. Não? Que dizer então do Kroncong, de portuguesa influência, um dos mais populares géneros na Indonésia do séc. XX? A música litúrgica, transportada por missionários de diferentes ordens religiosas, foi praticada nas igrejas do Brasil, no padroado do Oriente, mais tardiamente nas missões em África. Da sua prática conhecemos registos: partituras, regras de uso de géneros e instrumentos, etc. O ensino desta música foi intensamente praticado em colégios e seminários fora de Portugal, sabendo-se que inúmeros foram os clérigos nativos dessas regiões que aprenderam as regras da música litúrgica, e as adoptaram e adaptaram ao uso local. No domínio da música profana, e por se tratar na maioria dos casos de tradições orais, é menor o conhecimento dos processos de contacto entre Portugal e outras regiões do mundo. Que ele se estabeleceu, e em importantes dimensões, não há que duvidar. Contudo, e com algumas excepções no Brasil onde processos de continuidade são evidentes, os modos e produtos encontram-se em muitos casos por esclarecer. Está para além de dúvida que a configuração de reportórios e géneros, em Portugal e fora, resultou de processos de contacto: entre outros, o fado e a morna constituem exemplos paradigmáticos. Esclarecer estes processos é um projecto que aguarda por um maior empenho da musicologia. A língua portuguesa constituiu uma plataforma para os processos de criação de géneros e reportórios de contacto. Quer na sua configuração europeia, quer em outras que se foram constituindo no Brasil, em África, ou no Índico (Português do Brasil, Caboverdiano, o Papiá Kristang de Macau, ou até o Portugis Tugu de Jakarta), a língua foi um veículo privilegiado para o desenvolvimento de afinidades e contrastes; importantes sob o ponto de vista dos significados e das temáticas (a saudade que invade tantos géneros), e sob o ponto de vista das formas poético-musicais. Afinal, a música não é senão um produto de contactos, muitos, resultantes de um ímpeto muito próprio da humanidade: o da viagem. Quiseram os caprichos da história, e os devaneios de muitos dos seus actores, que a viagem se tornasse na grande quimera portuguesa. A música que ouvimos neste projecto representa um pouco da fantasia dos seus viajantes. Com o nome português de Simão Xavier da Cunha. Wu Yushan foi pintor e poeta. Ver Wenquin, Zhang (1997) "Os poemas de W. Yushan sobre o Cristianismo". Revista de Cultura de Macau, 30 (2ª série) Jan./Mar.: 60-96. 2 Ib.

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eyes. b Festival Big Bang – BOZAR BELGIUM A musical world tour with a prestigious Portuguese ensemble. b Robert Levett – International Record Review ENGLAND The multiple intersections blaze up into a delicately powerful coalescence. Tenors Filipe Faria and Sérgio Peixoto sing with lightness, clarity and a great deal of expressive power. Well recorded and tastefully packaged, Kleine Musik blurs the boundaries between old and new in a way that’s reminiscent of the best of religion and art. b Aftonbladet SWEDEN Filipe Faria and Sérgio Peixoto performed the songs with skill, humor and fervor... b Bernardo Mariano – Diário de Notícias PORTUGAL Sala Luís de Freitas Branco [Centro Cultural de Belém - CCB] packed out to hear the Sete Lágrimas ensemble reveal the programme "Quantas Sabedes Amar Amigo" (...) Most of the concert was based on interpretations/arrangements and even reconstructions prepared by the musicians. (...) A hugely versatile repertoire was explored through a variety of performance styles: vocal solos and duets, accompanied by tutti or by a single instrument, instrumental solos and ritornellos. Meanwhile, the singers themselves (coordinating well with the lighting) adopted a wide range of physical postures, from the more composed to the swaggering. This all came together to give the concert a rather rhythmical pace while captivating the audience; it ended long after the scheduled time. As a bonus, Sete Lágrimas performed a Japanese lullaby for the first time live. b Eduardo G. Salueña – La Nueva España SPAIN Cultural cross-pollination through the diaspora - A successful debut by the Portuguese ensemble Sete Lágrimas. (...) Faria and Peixoto’s voices are very flexible and sweet when they sing polyphony and even more theatrical and rhythmic. b Time Out Lisboa PORTUGAL The result is an admirable dialogue. b Manuel Pedro Ferreira – Jornal Público*****PORTUGAL The result is pure beauty, made up of knowledge and simplicity. The surpising freshness of the result won over audiences and cried out to be recorded. b Jorge Calado – Semanário Expresso***** PORTUGAL A Sete Lágrimas recording is an event, no matter where or when it is heard. (...) Innovation is the key word! b Lukás Vytlacil – Opera PLUS*****CZECH REPUBLIC Most important was perhaps the genuine joy with which every pieces on the programme was played and sung. Both were excellent throughout the night and the excited audience rewarded the performers with a thunderous applause and asked for two encores. b Vladimír Rí – Novinky CZECH REPUBLIC Portuguese ensemble Sete Lágrimas literally astounded the enthusiastic audience in Troja [Prague] caught in their fiery dance like melodies from Portuguese and Spanish colonies of South America and Africa. b Paula Moura Pinheiro – Câmara Clara – RTP PORTUGAL The outstanding Sete Lágrimas! b Jorge Calado – Semanário Expresso ***** PORTUGAL It is not surprising that Sete Lágrimas should have managed to carve out their own niche in a crowded


olhos. b Festival Big Bang – BOZAR BÉLGICA Uma volta ao mundo musical com um prestigiado ensemble português. b Robert Levett – International Record Review INGLATERRA As múltiplas intersecções atingem uma coalescência delicadamente poderosa. Os tenores Filipe Faria e Sérgio Peixoto cantam com leveza, clareza e um grande poder expressivo. Bem gravado e editado com bom gosto, Kleine Musik esbate as fronteiras entre o antigo e o novo de uma forma que lembra o melhor da religião e da arte. b Aftonbladet SUÉCIA Filipe Faria e Sérgio Peixoto interpretaram as canções com habilidade, humor e fervor... b Bernardo Mariano – Diário de Notícias PORTUGAL Sala Luís de Freitas Branco [CCB] cheia para ouvir o ensemble Sete Lágrimas “desembrulhar” o programa “Quantas Sabedes Amar Amigo” (...) Note-se que a maior parte foi dada em versões/arranjos e mesmo reconstruções preparadas(os) pelos músicos. (...) Grande versatilidade explorada ainda pelas sempre diferentes opções interpretativas: solo ou dueto vocal, acompanhamento desde o tutti até um só instrumento, solos ou ritornellos instrumentais, sendo que da parte dos próprios cantores (articulando-se bem com o trabalho de luz) também a postura física era muito variável, desde o mais recolhido até arranhar o “gingão”. Tudo isso contribuiu para um concerto com um ritmo decerto compassado, mas sempre cativante, que terminou bem para além da hora prevista. Em extra, uma canção de embalar japonesa que os Sete Lágrimas fizeram pela primeira vez ao vivo. b Eduardo G. Salueña – La Nueva España ESPANHA O cruzamento de culturas ao longo da diáspora – uma estreia bem-sucedida do ensemble português Sete Lágrimas. (...) As vozes de Faria e Peixoto são extremamente versáteis e doces quando cantam em polifonia, e até mais teatrais e rítmicas. b Time Out Lisboa PORTUGAL O resultado é um diálogo admirável. b Manuel Pedro Ferreira – Jornal Público***** PORTUGAL O resultado é pura beleza, feita de saber e simplicidade. (...) A surpreendente frescura do resultado conquistou o público, e clama por uma gravação. b Jorge Calado – Semanário Expresso***** PORTUGAL Um disco do Sete Lágrimas é, em qualquer parte e qualquer tempo, um evento. (...) A inovação mora aqui! b Lukás Vytlacil – Opera PLUS***** REPÚBLICA CHECA O mais importante foi, talvez, a genuína alegria com que todas as peças do programa foram tocadas e cantadas. Ambos foram excelentes toda a noite e o público entusiástico recompensou os artistas com um estrondoso aplauso e pediu dois encores. b Vladimír Rí – Novinky REPÚBLICA CHECA O ensemble português Sete Lágrimas literalmente espantou um público entusiasmado em Troja [Praga] preso à sua dança de fogo como melodias de colónias portuguesas e espanholas da América do Sul e África. b Paula Moura Pinheiro – Câmara Clara – RTP PORTUGAL Os excelentes Sete Lágrimas! b Jorge Calado – Semanário Expresso***** PORTUGAL Não admira que os


international scene. An example of excellent taste that governs everything emerging from the heads of this consort. As they would say in America: A class act! b Cristina Fernandes – Jornal Público**** PORTUGAL Sete Lágrimas’ world is a world characterised by experimentation and the unique perspective that they offer, as the group have demonstrated with an original discography. b Péter Kirali – Classical Music Compass HUNGARY By now we know that Sete Lágrimas rewrites and re-orchestrates each piece they perform. Something uncanny begins to emerge. The cathedral building process begins. Our bodies start to quiver in the face of this considerable harmony. And finally from this monotony emerges a whole structure which opens a new path beyond the realm of words. Each track has its own atmosphere. There is a strong sense of spirituality lingering in this performance. Can this genre convey the metaphysics of love in music? It truly can. I think it's some of the most serious music I have ever heard. It seems these days that Sete Lágrimas bet not only on the right colour in the musical casino but also on the right number. They bet on my number for sure. Because this music is way beyond numbers. Without any doubt, strongly recommended. b João Gobern – Revista Sábado PORTUGAL [Diaspora.pt] is a case of love at first sight: the outstanding voices, the driving guitars, the restrained percussion. b Cristina Fernandes – Jornal Público**** PORTUGAL The Sete Lágrimas "brand" (which is made ever more recognisable by the vocal tone of Filipe Faria and Sérgio Peixoto and the nature of their arrangements but also by their style of vocal interpretation) is as important as the music itself. b Cristina Fernandes – Jornal Público*****PORTUGAL The contemplative allure of the work also owes a lot to the inspired interpretation of Sete Lágrimas, from which the clear and expressive voices of Filipe Faria and Sérgio Peixoto stand out. b Cristina Fernandes – Jornal Público PORTUGAL A joint work of great technical and artistic consistency. b Luís Rei – Crónicas da Terra PORTUGAL Fifteen years of blurring the boundaries between (living) early and contemporary music, between orally transmitted popular music and classical. b Svenska Dagbladet SWEDEN With two perfectly attuned tenors, they presented a kind of cavalcade... b Monica Hall – Lute News/The Lute Society Magazine ENGLAND Kleine Musik feature some of the finest singing I have heard for a long time. (...) The singers (...) are superb. All brilliantly played. b Paula Moura Pinheiro – Câmara Clara – RTP PORTUGAL Filipe Faria and Sérgio Peixoto are responsible for some of the most beautiful concerts and recordings to have emerged from Portugal in recent years! b Rui Pereira – Jornal Público PORTUGAL A Portuguese formation that rivals the most prestigious international early music groups. At last! b Pedro Boléo – Jornal Público PORTUGAL To die for. b Maria Augusta Gonçalves – JL Jornal de Letras Artes e Ideias PORTUGAL The group has created some of the most beautiful recordings to have been released in Portugal in recent years. b Maria Augusta Gonçalves – JL Jornal de Letras Artes e Ideias PORTUGAL The Sete Lágrimas project, conceived by the tenors Filipe Faria and Sérgio Peixoto, may make this recording one of the greatest examples of "world music" and take the concept to the extreme. b Jean-Luc Bresson – Le Jouer de Luth/Société Française de Luth FRANCE Right from the first few seconds, the listener is gripped by the atmosphere of spirituality that dominates the ensemble.


Sete Lágrimas tenham conseguido criar o seu próprio nicho num apertado panorama internacional. Um exemplo do bom gosto que preside a tudo o que sai das cabeças deste Consort. Como dizem os americanos: “A Class Act!” b Cristina Fernandes – Jornal Público**** PORTUGAL A filiação dos Sete Lágrimas [é] a da experimentação e da proposta de um olhar próprio, como o grupo tem demonstrado através de uma original discografia. b Péter Kirali – Classical Music Compass HUNGRIA Sabemos agora que os Sete Lágrimas reescrevem e reorquestram cada peça que executam. Algo de misterioso começa a assomar à superfície. Inicia-se o processo de construção da catedral. Os nossos corpos começam a vibrar face a esta notável harmonia. E, por fim, desta monotonia emerge toda uma estrutura que abre um novo caminho para além da esfera das palavras. Cada faixa tem a sua própria atmosfera. Um forte sentido de espiritualidade persiste ao longo de toda a interpretação. Pode este género transmitir a metafísica do amor na música? Claramente! Considero que é um dos projectos musicais mais sérios com que alguma vez me deparei. Na roleta da música, os Sete Lágrimas parecem estar a apostar não só na cor certa como também no número certo. E apostam seguramente no meu número. Porque esta música está muito para além dos números. Recomendo vivamente, sem dúvida. b João Gobern – Revista Sábado PORTUGAL [Diaspora.pt] é um caso de paixão à primeira vista: as vozes superiores, as guitarras condutoras, a percussão comedida. b Cristina Fernandes – Jornal Público**** PORTUGAL A “marca Sete Lágrimas” (cada vez mais reconhecível não só pelos timbres de Filipe Faria e Sérgio Peixoto e pela natureza dos seus arranjos, mas também pelo seu estilo de interpretação vocal) é tão importante como a própria música. b Cristina Fernandes – Jornal Público***** PORTUGAL A sedução contemplativa da obra deve também muito à inspirada interpretação dos Sete Lágrimas, onde sobressaem as vozes límpidas e expressivas de Filipe Faria e Sérgio Peixoto b Cristina Fernandes – Jornal Público PORTUGAL Um trabalho de conjunto de grande consistência técnica e artística. b Luís Rei – Crónicas da Terra PORTUGAL Há quinze anos a esbater a ténue fronteira entre a música antiga (viva) e a contemporânea, entre a popular de transmissão oral e a erudita b Svenska Dagbladet SUÉCIA Com dois tenores perfeitamente afinados, apresentaram uma espécie de cavalgada... b Monica Hall – Lute News/The Lute Society Magazine INGLATERRA Kleine Musik apresenta algum do melhor canto que tenho ouvido há muito tempo . ( ... ) Os cantores (...) são soberbos. Tudo brilhantemente interpretado. b Paula Moura Pinheiro – Câmara Clara – RTP PORTUGAL Filipe Faria e Sérgio Peixoto são responsáveis por alguns dos mais belos concertos e discos dos últimos anos em Portugal! b Rui Pereira – Jornal Público PORTUGAL Um agrupamento português ombreia com prestigiados grupos de música antiga internacionais. Finalmente! b Pedro Boléo – Jornal Público PORTUGAL De chorar por mais. b Maria Augusta Gonçalves – JL Jornal de Letras Artes e Ideias PORTUGAL O conjunto dá origem a um dos mais belos discos de edição nacional, surgidos nos últimos anos. b Maria Augusta Gonçalves – JL Jornal de Letras Artes e Ideias PORTUGAL O projecto Sete Lágrimas, dos tenores Filipe Faria e Sérgio Peixoto, pode fazer deste disco um dos melhores exemplos da «world music» e levar o conceito ao extremo. b Jean-Luc Bresson – Le Jouer de Luth/Société Française de Luth FRANÇA Desde os primeiros segundos o ouvinte é tomado pela atmosfera de espiritualidade que domina o ensemble.


EN The programme spans a period from the late 16th century to the 18th century. The theme of tears as an expression of pain, of intimate or collective suffering, of melancholy, or of faith or religious intolerance is implicit in almost every period in which the various musical works were created or forms part of their very content. The primordial element of the voice that sings (yet also cries) is intrinsic to the very nature of music. Cristina Fernandes

LACHRIMAE #1

2007 MU0101

LACHRIMAE [LÁGRIMAS/TEARS] $ 1. Seigneur, écoute ma priére C. MAROT (14961544)/STRASBOURG (1539) 2. In monte Oliveti G.B. MARTINI (17061784) [GBM] 3-6. Sonata da Chiesa n.7, op.3 A. CORELLI (16531713) [AC] 7. Adoramus Te Christe [GBM] 8. Erhöre mich, wenn ich rufe H. SCHÜTZ (15851672) [HS] 9. Sur ta montagne il a fondé son règne T. DE BÈZE (15191605)/ GENÈVE (1562) [TB/G] 10. Tristis est anima mea [GBM] 11. Oh! que c'est chose belle [TB/G] 12. O hilf, Christe Gottes Sohn [HS] 13-16. Sonata da Chiesa n.6, op.3 [AC] 17. Eins bitte ich vom Herren [HS] 18. O lieber Herre Gott [HS] b Filipe Faria tenor Sérgio Peixoto tenor Inês Moz Caldas flautas/ recorders Marco Magalhães flautas/recorders Kenneth Frazer viola da gamba André Barroso tiorba/theorbo

KLEINE MUSIK

NEW EARLY MUSIC SERIES 1 2008 MU0102 KLEINE MUSIK [PEQUENA MÚSICA/SMALL MUSIC]:

O programa percorre um período que se estende dos finais do século XVI ao século XVIII. O tema das lágrimas como expressão da dor, do sofrimento íntimo ou colectivo, da melancolia, da fé ou da intolerância religiosa está implícito em quase todas as épocas no contexto de criação de várias obras musicais ou no seu próprio conteúdo. Por outro lado, a voz que canta (mas também chora) é um elemento primordial intrínseco à própria natureza da música. Cristina Fernandes PT

1. Eile mich, Gott, zu erretten [HS] 2. Meister, wir haben die ganze Nacht gearbeitet [IM] 3. Die Furcht des Herren [HS] 4. Herr, ich hoffe darauf [IM] 5. O misericordissime Jesu [HS] 6. Anima mea liquefacta est (Symphonia Sacra I) [IM] 7. Meister, wir haben die ganze Nacht gearbeitet [HS] 8. Verbum caro factum est [IM] 9. Herr, ich hoffe darauf [HS] 10. Eile mich, Gott, zu erretten [IM] 11. Ihr Heiligen, lobsinget dem Herren [HS] 12. O misericordissime Jesu [IM] 13. Habe deine Lust an dem Herren [HS] 14. Die Furcht des Herren [IM] HEINRICH SCHÜTZ (15851672) [HS], IVAN MOODY (1964) [IM] $


15. Verbum caro factum est [HS] 16. Ihr Heiligen, lobsinget dem Herren [IM] 17. Anima mea liquefacta est/Adjuro vos, filiae Hierusalem (Symphonia Sacra I) [HS] 18. Habe deine Lust an dem Herren [IM] b Ana Quintans 2.4.6.8.10.12.14.16.18. soprano Filipe Faria tenor Sérgio Peixoto tenor, cravo/ harpsichord Inês Moz Caldas flauta de bisel/recorder Pedro Castro flauta de bisel/recorder, oboé barroco/ baroque oboe Kenneth Frazer viola da gamba Duncan Fox violone Hugo Sanches tiorba/theorbo PT Heinrich Schütz (1585-1672) compôs, entre 1636 e 1639, duas séries de "pequenos concertos espirituais" (Kleine geistliche Konzerte) num período de dor e sofrimento como foi a Guerra dos Trinta Anos. As pequenas composições foram escritas sobre variadas fontes textuais, na tradução alemã ou em latim, do Antigo Testamento às palavras de Santo Agostinho. Em 2007 decidimos mergulhar num projecto que há muito construíamos e que, com a cumplicidade de Ivan Moody tornámos realidade: um olhar contemporâneo sobre a obra do maior compositor alemão do século XVII partindo da mesma selecção de textos que quatro séculos antes inspiraram a sua composição. Um reflexo de processos criativos mas não de linguagens. Um encontro entre o novo e o antigo, um espelho de hoje, desta nova e "pequena" grande música de ontem. CONVIDADA: Ana Quintans (soprano) EN Between 1636 and 1639, Heirich Schütz (1585-

-1672) wrote two series of "small spiritual concerts" (Kleine geistliche Konzerte) during the time of pain and suffering that was the Thirty Years' War. These short compositions set words from various text sources, in Latin or in German translation, from the Old Testament to St. Augustine. In 2007, we decided to plunge into a project we had been planning for a long time and which, in collaboration with Ivan Moody, we brought to fruition: a contemporary look at the greatest German composer of the 17th century, based on the same selection of texts that four centuries before had inspired Schütz's music. A reflexion of creative processes but not of languages. A meeting between the new and the old, a mirror of today, of this "small" great music of yesterday. GUEST: Ana Quintans (soprano)

DIASPORA.PT

DIASPORA SERIES 1 2008 MU0103 [2ª/2ND ED. 2012] DIASPORA.PT $ 1. Triste vida vivyre

F. FARIA (1976), S. PEI

XOTO (1974) + CONTRAFACTUM "LA TERRE AU SEIGNEUR APPARTIENT", C. GOUDIMEL (?15141572) + VILANCICO ANON. S.XVI/16THC. 2. Bastiana ANON. MACAU/MACAO 3. Flor amorosa J.A. DA SILVA CALADO (18481880) 4. Senhora del mundo VILANCICO ANON. S.XVI/16TH.C [VA16] 5. Olá zente que aqui samo VIL. ANON. S.XVII/17THC. [VA17] 6. Mai fali é ANON. TIMOR 7. Na fomte está Lianor [VA16] 8. Menina você que tem LUNDUN ANON. S.XVIII/XIX 18TH/19THC. 9. Xicochi conetzintle GASPAR FERNANDES (?15651629) 10. Farar far ANON. INDIA 11. In die tribulationis DAMIÃO DE GÓIS (15021574) 12. Soledad tenguo de ti [VA16] 13. Con amores la mi madre JUAN DE ANCHIETA (14621523) 14. A força de cretcheu E. TAVARES (18671930) 15. Olá plimo Bacião [VA17] b Filipe Faria voz/voice Sérgio Peixoto voz/voice Rosa Caldeira 14. voz/voice António Zambujo 8. voz/voice, guitarra/guitar Pedro Castro flautas/recorders, oboé barroco/baroque oboe Inês Moz Caldas flautas/ recorders Denys Stetsenko violino barroco/baroque violin Eurico Machado guitarra portuguesa/Portuguese guitar Hugo Sanches viola de mão/vihuela, alaúde/lute, tiorba/ theorbo Tiago Matias guitarra barroca/baroque guitar, guitarra romântica/romantic guitar Duncan Fox violone Fernando Marques Gomes percussão/percussion


Para lá de caravelas e de Boa-Esperança a relação de Portugal com o mundo nasce de uma vontade de mudança... Com a expansão portuguesa do século XV inicia-se um período de aculturação e miscigenação que influencia mutuamente as práticas musicais dos países dos Descobrimentos e de Portugal e muda a configuração do seu ADN colectivo para sempre... O Projecto Diáspora conta com três títulos – Diaspora.pt (2008), Terra (2011) e Península (2012) – e mergulha nos géneros e formas musicais dos cinco continentes de ontem e de hoje, arriscando novas fórmulas interpretativas de repertórios populares e eruditos do século XVI ao século XX - do vilancico ibérico ao fado, dos vilancicos “negros” ao chorinho brasileiro, das “mornas” africanas às canções tradicionais de Timor, Macau, Índia, Brasil, Japão... Uma vertigem experimental pela viagem, caminho, peregrinação, terra, água, saudade e pelo que ficou hoje depois de todos os ontem... CONVIDADOS: António Zambujo (fadista), Rosa Caldeira (soprano)

PT

EN Besides caravels and [the Cape of] Good Hope, Portugal’s relationship with the world was born from a thirst for change. The Portuguese expansion of the fifteenth century marked the start of a period of acculturation and miscegenation that mutually influenced the musical practices of the countries of the Discoveries and Portugal and changed the configuration of their collective DNA forever. Comprising three titles – Diaspora.pt (2008), Terra (2011) and Península (2012) – the Diáspora Project dips into the past and present of genres and musical forms associated with five continents, exploring new interpretive formulas employed in popular and classical music from the sixteenth to the twentieth centuries - from the Iberian villancico to fado, the "black" villancicos, the Brazilian chorinho, African mornas and the traditional songs of Timor, Macau, India and Brazil, Japan, among other countries.. An experimental frenzy inspired by journeys, paths, pilgrimages, land, water, homesickness and what remains today of all the days gone by. GUESTS: António Zambujo (fado singer), Rosa Caldeira (soprano)

SILÊNCIO

NEW EARLY MUSIC SERIES 2 2009 MU0106 SILÊNCIO [SILENCE] $ IVAN MOODY (1964)  Γένεσις I-III: 1. Γένεσις I: ἐν ἀρχῇ ἐποίησεν ὁ θεὸς (Gen. 1-2) 2. Γένεσις II: καὶ εἶπεν ὁ θεός (Gen. 3-5) 3. Γένεσις III: καὶ εἶπεν ὁ θεός (Gen. 26-27) ANDREW SMITH (1970) Lamentation I-III: 4. Lamentation I: After affliction and harsh labor (Lam. 1:3) 5. Lamentation II: How deserted lies the city (Lam. 1:1-2) 6. Lamentation III: The roads to Zion mourn (Lam. 1:4-5) JOÃO MADUREIRA (1971) Passio I-III: 7. Passio I: Pater (Lucas 11:2-4) 8. Passio II: Et egressus (Lucas 22:39, 42-46) 9. Passio III: Erat (Lucas 23:44-46) 10. По небу гулял месяц ясный [IM] 11. Edi beo thu, hevene quene [AS] 12. Porque ben Santa Maria sabe os seus dões dar [JM] b Zsuzsi Tóth 2.6.8.10. soprano Filipe Faria tenor Sérgio Peixoto tenor Pedro Castro oboé barroco/baroque oboe, oboe da caccia, flauta de bisel/recorder Inês Moz Caldas flauta de bisel/recorder Hugo Sanches tiorba/ theorbo Tiago Matias tiorba/theorbo Diana Vinagre violoncelo barroco/baroque cello

Segundo projecto de nova música sacra para a estética e instrumentário da música antiga – New Early Music Series – que contemplou a encomenda de obras a Ivan Moody (n.1964):

PT


"Γένεσις" (Genesis), em grego; Andrew Smith (n.1970): “Lamentations”, em inglês; e João Madureira (n.1971): “Passio”, em latim. CONVIDADA: Zsuzsi Tóth (soprano, Hungria) EN Second project of the New Early Music Series. Sacred music incorporating the aesthetics and instrumentation of early music. New works were commissioned from Ivan Moody (b.1964): "Γένεσις" (Genesis), in Greek; Andrew Smith (b. 1970): "Lamentations", in English; and João Madureira (b.1971): "Passio", in Latin. GUEST: Zsuzsi Tóth (soprano, Hungary)

PEDRA IRREGULAR

2010 MU0107

PEDRA IRREGULAR [IRREGULAR STONE] $ 1. Salve Regina DIOGO DIAS MELGAZ (16381700) [DDM] 2. In monte oliveti [DDM] 3. Adjuva nos [DDM] 4. In jejunio et fletu [DDM] 5. O quam suavis FRANCISCO ANTÓNIO DE ALMEIDA (C.1702 1755?) [FAA] 6. Sonata 20.2 CARLOS SEIXAS (17041742) [CS] 7. Si quaeris miracula [FAA] 8. Sonata 20.3 [CS] 9. Sonata 20.3 [CS] 10. Hodie nobis caelorum Rex [CS] 11. Tanta grassabatur ANTÓNIO TEIXEIRA (17071774) 12. Sonata 15.1 [CS] 13. Sicut cedrus exaltata sum [CS]

b Mónica Monteiro 1.7.10.13. soprano Filipe Faria tenor Sérgio Peixoto tenor Pedro Castro oboé barroco/ baroque oboe, flautas/recorders Denys Stetsenko violino barroco/baroque violin Hugo Sanches tiorba/theorbo Tiago Matias tiorba/theorbo, guitarra barroca/baroque guitar Diana Vinagre violoncelo barroco/baroque cello Marta Vicente contrabaixo barroco/baroque double bass Sérgio Silva órgão positivo/positive organ PT Barroco, "pérola tosca, e desigual, que nem he comprida, nem redonda..." (Rafael Bluteau (1638-1734), Vocabulario, 1712). Uma pedra irregular... barroca... diferente, original, primária.... nascida da terra, na terra, ligada à terra... uma pedra. "Huns barrocos mal afeiçoados e não redondos..." (Garcia de Orta (1501?-1568), Colóquios dos Simples, 1563)... irregulares. Possivelmente de origem portuguesa ainda hoje a palavra barroco refere-se a pedras e sitíos pedregosos, grandes ou irregulares, altos ou profundos... ou pessoais e íntimos? Aqui está. Dedicado ao nascimento do Barroco em Portugal e à obra de Francisco António de Almeida (c.1702-1755?), Diogo Dias Melgaz (1638-1700), António Teixeira (1707-1774) e Carlos Seixas (1704-1742). CONVIDADA: Mónica Monteiro (soprano) EN Barroco, "an unhewn and uneven pearl, neither long nor round..." (Rafael Bluteau (1638-1734), Vocabulario, 1712). An irregulary-shaped stone... baroque... different, original, radical... born of the earth, in the earth, connected to the earth... a stone. "Some badly shaped barrocos [stones/pearls], not round..." (Garcia de Orta (1501?-1568), Colóquios dos Simples, 1563)... irregular. Possibly derived from a Portuguese word, "barroco" [baroque], even today, refers to stones and stony places, large or irregular, high or deep... personal and intimate? Here it is. Dedicated to the birth of the Baroque in Portugal and the work of Francisco António de Almeida (c.1702-1755?), Diogo Dias Melgaz (1638-1700), António Teixeira (1707-1774) and Carlos Seixas (1704-1742). GUEST: Mónica Monteiro (soprano)


To revisit the religious musical heritage, and to confront it with other cultural and experiential places… At that linguistically festive moment, the mass on Pentecost Sunday, many and different types of music come together: the Gregorian tradition of the mass ordinary is gathered in a vaster space where testimonies of different writers embrace (...) in a renovated encounter with the wonder of Sete Lágrimas. João Madureira

EN

VENTO

NEW EARLY MUSIC SERIES 3 2010 MU0108 VENTO [WIND] $ Missa de Pentecostes (Pentecost Mass), JOÃO MADUREIRA (1971): 1. Antiphona ad Introitum: O vento do espírito TEIXEIRA DE PASCOAES (18771952) 2. Actus Paenitentialis 3. Gloria 4. Sequentia: veni Sancte Spiritus JOSÉ AUGUSTO MOURÃO (1947) 5. Alleluia 6. Antiphona ad Offertorium: ____pega nos fios MARIA GABRIELA LLANSOL (19312008) 7. Sanctus 8. Agnus Dei 9. Postcommunio: As fontes SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN (19192004) 10. Dimissio: Ama como a estrada começa MÁRIO CESARINY (19232006) b Filipe Faria tenor Sérgio Peixoto tenor Sofia Diniz viola da gamba Hugo Sanches tiorba/ theorbo

Revisitar o património musical religioso, confrontando-o com outros lugares culturais e vivenciais... Nesse momento de festa da linguagem que é a missa de Pentecostes, convivem, várias e plurais, músicas diversas: integra-se a tradição gregoriana do ordinário da missa num espaço mais vasto, em que testemunhos de diferentes escritores se abraçam (...) num novo encontro com os maravilhosos Sete Lágrimas. João Madureira

PT

EN TUS BRAZOS UNA NOCHE

2011 MU0109

EN TUS BRAZOS UNA NOCHE [IN YOUR ARMS ONE NIGHT] MANUEL MACHADO (LISBOA, C.1590  MADRID, 1646): $

1. Dos estrellas le siguen 2. A la sombra de un peñasco 3. Salió al prado de su aldea 4. Bien podéis, corazón mío 5. Qué bien siente Galatea 6. A ti digo, ampo de fuego 7. Salió a la fuente Jacinta 8. En tus brazos una noche 9. Oscurece las montañas 10. Avejuela que al jazmín 11. De la hermozura de Filis 12. Mi cansado sufrimiento 13. Qué entonadilla que estaba 14. Fuése Lisardo del valle 15. Paso a paso, empeños míos 16. De los ojos de mi morena 17. Afuera, afuera b Filipe Faria voz/voice Sérgio Peixoto voz/voice Pedro Castro flautas/recorders Inês Moz


Caldas flautas/recorders Sofia Diniz viola da gamba Tiago Matias vihuela, tiorba/theorbo, guitarra barroca/ baroque guitar

Dedicado à colecção integral dos Romances e Canções seiscentistas sobreviventes do compositor português Manuel Machado (Lisboa, c.1590-Madrid, 1646), “En tus brazos una noche” inspira-se numa obra de grande beleza retórica de enorme valor e em parte desconhecida.

PT

Featuring the entire collection of extant seventeenth-century Romances and Songs written by the Portuguese composer Manuel Machado (Lisbon, c.1590 - Madrid, 1646), "En tus brazos una noche" is inspired by a partly unknown work of great rhetorical beauty and enormous merit.

EN

Maria/Dalha den cima del cielo ANON. S.XVII/16THC. [A16] 6. El pesebre FILIPE FARIA (1976), SÉRGIO PEIXOTO (1974), LOPE DE VEGA (15621635) 7. Cruel saudade MANUEL JOSÉ VIDIGAL (FL.17951824) 8. Ko le le mai ANON. TIMOR 9. Oiga el que ignora FILIPE DA MADRE DE DEUS (1626?) [FMD] 10. Yamukela ANON. MOÇAMBIQUE/MOZAMBIQUE 11. Al mirar elevado [FMD] 12. A Rosinha dos limões ARTUR RIBEIRO (19241982) 13. Dorme, dorme, meu menino/Nana, nana, meu menino/Ó, ó, menino, ó ANON. PORTUGAL 14. Yemanjá ôtô/Uiê ôri rûmba [B] 15. Dayénu CANTO JUDAICO/JEWISH CHANT b Filipe Faria voz/voice Sérgio Peixoto voz/voice Pedro Castro flautas/recorders, oboé barroco/baroque oboe, oboe da caccia Inês Moz Caldas flautas/recorders Sofia Diniz viola da gamba Hugo Sanches viola de mão/vihuela, guitarra barroca/baroque guitar, alaúde/lute, tiorba/ theorbo Mário Franco contrabaixo/double bass Rui Silva percussão histórica/historical percussion Coro Magis choir PT/EN

vide DIASPORA.PT acima/above

TERRA

DIASPORA SERIES 2 2011 MU0110

PENÍNSULA

TERRA [LAND/EARTH/SOIL] $ 1. Tururu farara con son

DIASPORA SERIES 3 2012 MU0111

2. É tarde, ela dorme 3. Mosé salió de Misraim ROMANCE SEFARAD 4. O Divan de Mogará ANON. INDIA 5. Dic nobis

FILIPE FARIA (1976), SÉRGIO PEIXOTO (1974) [FF/SP]

GASPAR FERNANDES (?15651629) [GF] ANON. BRASIL/BRAZIL (B]

PENÍNSULA [PENINSULA] $ 1. Parto triste saludoso

2. Mis arreios


3. Minina dos olhos verdes ANON. 4. No soy yo quien veis vivir [A16/17] 5. Biem podera my desvemtura [FF/SP] 6. Un cuydado que mia vida ten LUÍS DE MILÁN (C.1500C.1561) [LM] 7. Desposástesos, señora [A16/17] 8. Díme robadora [A16/17] 9. Porque lloras moro [FF/SP] 10. Ay que biviendo no byvo [FF/SP] 11. Ay luna que reluzes [A16/17] 12. Foi-se gastando a esperança [A16/17] 13. Si la noche haze escura [A16/17] 14. Si te vas a bañar, Juanilla [A16/17] 15. Falai, meus ollos [A16/17] 16. Em mi gram sufrimento [A16/17] b Filipe Faria voz/voice Sérgio Peixoto voz/voice Pedro Castro flautas/ recorders, oboé barroco/baroque oboe, charamela/ shawm Sofia Diniz viola da gamba Duncan Fox violone Rui Silva percussão histórica/historical percussion son las armas

[FF/SP]

S.XVII/XVIII 16TH/17THC. [A16/17]

PT/EN

vide DIASPORA.PT acima/above

voice Sérgio Peixoto voz/voice Pedro Castro flautas/ recorders, oboé barroco/baroque oboe, gaita de foles/ bagpipe Tiago Matias alaúde/lute, vihuela, saz Mário Franco contrabaixo/doublebass Rui Silva percussão histórica/historical percussion PT Cantiga é uma obra musical desdobrada em palavras (versos) e som (música). O assunto da sua letra pode ser profano ou religioso. Neste último caso estão as Cantigas de Santa Maria compiladas na corte de Afonso X, rei de Leão e Castela (1252-84); no primeiro, estão cerca de 1680 textos, compostos entre finais do século XII e meados do século XIV, conhecidos através do Cancioneiro da Ajuda, do Cancioneiro da Biblioteca Nacional ou Colocci-Brancuti, e do Cancioneiro da Vaticana. Nestes cancioneiros, estão representadas mais de quinhentas cantigas d'amigo. Amigo é aquele por quem "ũa moça" confessadamente se enamora. Este amor, de que são cúmplices a "madre" e as amigas íntimas da donzela (irmanas), constitui o horizonte temático do poema. Manuel Pedro Ferreira "Cantiga" é dedicado à colecção integral das Cantigas d’Amigo medievais de Martim Codax (s. XIII).

cantiga is a vocal work made up of words (lines) and sound"(music). Its theme can either be profane or religious. The Cantigas de Santa Maria, compiled in the Court of Alfonso X, King of León and Castile (1252-84), fall into the latter category; of the former, there are about 1680 texts composed between the end of the 12th century and the middle of the 14th, known through the Cancioneiro da Ajuda, the Cancioneiro da Biblioteca Nacional or Colocci-Brancuti and the Cancioneiro da Vaticana. In these cancioneiros there are about five hundred cantigas d'amigo texts. The amigo is the one with whom the maiden (moça) falls passionately in love. This love, in which the mother (madre) and the young damsel's intimate friends (irmanas) are accomplices, constitutes the main theme of the poem. Manuel Pedro Ferreira "Cantiga" features the entire collection of medieval Cantigas d’Amigo composed by Martim Codax (13th century). EN The

CANTIGA

2014 MU0113

CANTIGA [SONG] MARTIM CODAX (S.XIII/13THC.): $ 1. Ai Deus, se sab’ora meu amigo 2. Quantas sabedes amar amigo 3. Ai ondas que eu vim veer 4. Eno sagrado em Vigo [música/music Filipe Faria, Sérgio Peixoto] 5. Mandad’hei comigo 6. Mia irmana fremosa, treides comigo 7. Ondas do mar de Vigo b Filipe Faria voz/


UM DIA NORMAL

MISSA MÍNIMA

LIVRO/BOOK 2015 MU0115

NEW EARLY MUSIC SERIES 4 2016 MU0116

UM DIA NORMAL [A NORMAL DAY] $ 1. Takeda no komoriuta TRAD. JAPÃO/JAPAN 2. Farar far ANON. INDIA 3. Senhora del mundo VILANCICO ANON. S.XVI/16TH.C [VA16] 4. Na fomte está Lianor [VA16] 5. Dos estrellas le siguen M. MACHADO (?1590/1646) 6. Bastiana ANON. MACAU/MACAO 7. Yamukela ANON. MOÇAMBIQUE/MOZAMBIQUE 8. Xicochi conetzintle G. FERNANDES (?15651629) 9. Parto triste saludoso F. FARIA (1976), S. PEIXOTO (1974) b Filipe Faria voz/voice Sérgio Peixoto voz/voice Pedro Castro flautas/recorders, oboé barroco/baroque oboe Tiago Matias tiorba/ theorbo, guitarra romântica/romantic guitar Mário Franco contrabaixo/double bass Rui Silva percussão histórica/ historical percussion

MISSA MÍNIMA [MINIMAL MASS] Para duas vozes iguais e flauta solo/For two equal voices and solo recorder FILIPE FARIA (1976) SÉRGIO PEIXOTO (1974): $ 1. Kyrie 2. Stabat Sancta Maria 3. Gloria 4. Popule meus 5. Credo 6. O magnum mysterium 7. Sanctus 8. Venite exultemus Domino 9. Agnus Dei 10-14. Lamentatio I-V b Filipe Faria voz/voice, percussão/percussion Sérgio Peixoto voz/ voice Pedro Castro flautas/recorders

PT "Num dia normal ouço, ao longe, os sons do meu sonho. Às vezes acordo a cantar." Poema Gráfico de Filipe Faria (texto e ilustrações). Música de Sete Lágrimas. EN "On a normal day, I hear the sounds of my dream in the distance. Some days I wake up singing.." Graphic Poem by Filipe Faria (text and illustrations). Music by Sete Lágrimas.

As terras de Idanha-a-Nova, as suas paisagens e gentes são, desde sempre, inspiração para a criação musical. A "Missa Mínima" é uma obra composta por Filipe Faria e Sérgio Peixoto em dois períodos a dezasseis anos de distância um do outro (1999-2015). Antes e depois de muita coisa... mas por que ordem?

PT

EN The

lands of Idanha-a-Nova, its landscapes and people have always been inspiration for musical creation. "Minimal Mass" is a work composed by Filipe Faria and Sérgio Peixoto in two periods sixteen years away from each other (1999-2015). Before and after many things... but in what order?


sound. A SELECTION. TWENTIE YEARES IN SEAVEN TEARES. Best of Sete Lágrimas ECMC 1999-2019 = 16 Best of + 2 Unreleased. A brief history in 12 1/2 releases. Commentaries by Filipe Faria and Sérgio Peixoto on a selection of music from the complete discography. LACHRIMAE #1 2007 01 Tristis est anima mea Giovanni Battista Martini (1706-1784) 1:19 Filipe This project is both an end and a beginning for us... Sérgio ...it’s the end of a cycle of birth, discovery and first steps, and the beginning of a new cycle affirming our own signature… Filipe During the first few years, we worked with fantastic musicians who helped us to get on track and who we learned a great deal from. One of those was our friend Kenneth Frazer (1948-2011). Sérgio Do you remember that night when he came on stage without the viola da gamba and he turned right around and went running off to look for it? [laughs] KLEINE MUSIK 2008 NEW EARLY MUSIC SERIES 1 02 Eile mich Gott Ivan Moody (1964) 4:19 Sérgio When we were preparing this project, we wanted to find a voice that would act as our mirror... just like the project is constructed as a mirror between the "old" Heinrich Schütz and the "new" Ivan Moody. Filipe It was while we were performing with the Gulbenkian Choir [where we worked for 13 years] on stage at the Grand Auditorium at the Calouste Gulbenkian Foundation that we heard Ana’s [Quintans] unique voice... I confess that, while on stage, we actually signalled to one another to say that we’d found our mirror. DIASPORA.PT 2008 DIASPORA SERIES 1 03 Triste vida vivyre Filipe Faria (1976) + Sérgio Peixoto (1974) Contrafactum: TXT - Vilancico anon. (s. XVI/16th c.) - MELODIA/MELODY - Salmo/Psalm “La terre au Seigneur appartient”, Claude Goudimel (?1514-1572) 4:38 Sérgio One of our first arrangements for the Diáspora project. We had no idea back then of how important it would be to our career. Filipe Looking back now, it ended up being the driving force behind the Sete Lágrimas style and our collaborative compositions.


som. UMA SELECÇÃO. TWENTIE YEARES IN SEAVEN TEARES. Best of Sete Lágrimas ECMC 1999-2019 = 16 Best of + 2 Inéditos. Uma breve história em 12 1/2 títulos. Comentários de Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre uma selecção de música da discografia completa. LACHRIMAE #1 2007 01 Tristis est anima mea Giovanni Battista Martini (1706-1784) 1:19 Filipe Faria Sentimos este projecto simultaneamente como fim e como princípio... Sérgio Peixoto ...fim de um ciclo de nascimento, descoberta e primeiros passos e o início de uma afirmação e de uma assinatura próprias… Filipe Nos primeiros anos trabalhámos com músicos fantásticos que nos ajudaram a caminhar e com os quais aprendemos muito. Entre eles o nosso amigo Kenneth Frazer (1948-2011). Sérgio Lembras-te daquela noite em que entrou em palco sem a viola da gamba e voltou atrás, a correr, para a ir buscar? [risos] KLEINE MUSIK 2008 NEW EARLY MUSIC SERIES 1 02 Eile mich Gott Ivan Moody (n.1964) 4:19 Sérgio Na preparação deste projecto fomos sentindo que queríamos uma voz que fosse o nosso espelho... assim como o projecto é construído em espelho entre o “antigo” Heinrich Schütz e o “novo” Ivan Moody. Filipe Foi no palco do Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, quando cantávamos no Coro [onde trabalhámos durante 13 anos], que ouvimos a voz única da Ana [Quintans]... Confesso que, em palco, chegámos a assinalar um ao outro que tínhamos encontrado o nosso espelho. DIASPORA.PT 2008 DIASPORA SERIES 1 03 Triste vida vivyre Filipe Faria (n.1976) + Sérgio Peixoto (n.1974), Contrafactum: TXT – Vilancico anon. (s.XVI/16thc.) – MELODIA/MELODY – Salmo/Psalm “La terre au Seigneur appartient”, Claude Goudimel (?1514-1572) 4:38 Sérgio Um dos nossos primeiros arranjos para o projecto Diáspora. Estávamos longe de imaginar a importância que teria na nossa carreira. Filipe Vendo à distância, acabou por ser, um pouco, o motor da assinatura dos Sete Lágrimas e da nossa composição em parceria.


04 Flor amorosa Joaquim da Silva Calado (1848-1880) 3:02 Filipe Twelve years on, we believe that our "Flor" played a hugely important role in affirming the consort’s creative maturity and our hard work as a duo... Sérgio A crossover between popular and court music... bringing the aroma of Brazil to Portugal and adding Portuguese guitar to the instruments used in early music. SILÊNCIO 2009 NEW EARLY MUSIC SERIES 2 05 Lamentation III: The roads to Zion mourn (Lam. 1:4-5) Andrew Smith (1970) 6:44 Sérgio We were in rehearsals and we received a telephone call from a rather distressed João [Madureira]... he wanted to talk to us urgently... We met up with him at around midnight at the entrance to the Teatro da Cornucópia... Filipe We spent more than an hour with him, with the scores on top of the car bonnet, singing and reviewing tessituras for the voices and instruments... A fantastic collaborative effort! Sérgio It was really cold! PEDRA IRREGULAR 2010 06 Sonata 20.3 Carlos Seixas (1704-1742) 2:16 Filipe When Rui Vieira Nery invited us to design a programme based on Portuguese Mannerism and Baroque, we were taken aback but very enthusiastic... Sérgio ...the project had to bear our own personal stamp, our language... What a revelation... an incredible repertoire... completely free of stereotypes... Filipe And we thought it would end there... Who’d have thought that, three years later, María Cristina Kiehr would join the project at one of the concerts as resident ensemble at the CCB. VENTO 2010 NEW EARLY MUSIC SERIES 3 07 O Vento do Espírito J.Madureira/T. de Pascoaes (1877-1952) 2:28 Sérgio In 2010, the now Cardinal Tolentino Mendonça invited Sete Lágrimas to join the "Contemporary and Sacred Art" project... He commissioned a Pentecost Mass from João for the consort... Filipe It was another opportunity to work with João, who speaks our language so well... I think we built something very special together... Sérgio I remember those evenings (and dinners) at João’s house... [laughs] TERRA 2011 DIASPORA SERIES 2 08 É tarde ela dorme Trad. (Brasil/Brazil) 4:42 Sérgio Following the surprising success of the first volume of Diáspora – which has taken us so far over the years – we wanted to revisit the songs that we’d left for later… Filipe And because we grow with every journey, every minute, hour, day, week and month that we spend making music together, we looked over that repertoire with renewed curiosity and experience… 09 A Rosinha dos limões Artur Ribeiro (1924-1982) + var., P. Castro (1977) 5:26 Sérgio During a rehearsal in Ghent [Belgium], Pedro [Castro] began to play some variations on "Rosinha" that he had written several years earlier… Filipe It sounded


04 Flor amorosa Joaquim da Silva Calado (1848-1880) 3:02 Filipe A 12 anos de distância, percebemos que a nossa "Flor" foi importantíssima para afirmarmos a maturidade criativa do consort e do nosso trabalho intenso a dois… Sérgio Um crossover entre a música popular e a de corte… trazendo o cheiro das terras brasileiras a Portugal e juntando a guitarra portuguesa ao instrumentário da música antiga. SILÊNCIO 2009 NEW EARLY MUSIC SERIES 2 05 Lamentation III: The roads to Zion mourn (Lam.1:4-5) Andrew Smith (n.1970) 6:44 Sérgio Estávamos em ensaios e recebemos um telefonema aflito do João [Madureira]... queria urgentemente falar connosco... Encontrámo-nos perto da meia noite à porta do Teatro da Cornucópia... Filipe Passámos mais de uma hora, com as partituras em cima do capot do carro, a cantar e a rever tessituras das vozes e instrumentos... Um trabalho de parceria fantástico! Sérgio Estava mesmo frio! PEDRA IRREGULAR 2010 06 Sonata 20.3 Carlos Seixas (1704-1742) 2:16 Filipe Quando o Rui Vieira Nery nos desafiou a desenhar um programa à volta do maneirismo e do barroco português ficámos surpreendidos mas altamente entusiasmados... Sérgio ...o projecto tinha que ter a nossa assinatura, a nossa linguagem... Que descoberta... um repertório incrível… implicava uma total libertação de estereótipos... Filipe E pensámos que ficava por aí... quem diria que, passados três anos, num dos concertos como ensemble residente do CCB, a María Cristina Kiehr se juntava ao projecto. VENTO 2010 NEW EARLY MUSIC SERIES 3 07 O Vento do Espírito João Madureira (n.1971)/ Teixeira de Pascoaes (1877-1952) 2:28 Sérgio Em 2010 o, agora, cardeal D. Tolentino Mendonça convidou Sete Lágrimas a juntar-se ao seu projecto “Arte Contemporânea e Sagrado”... Encomendou ao João uma Missa de Pentecostes para o consort... Filipe Foi mais uma oportunidade de trabalhar com o João, que tão bem compreende a nossa linguagem... Acredito mesmo que construímos, juntos, um edifício muito especial... Sérgio Lembro-me, também, dos serões (e dos jantares) em casa do João... [risos] TERRA 2011 DIASPORA SERIES 2 08 É tarde ela dorme Trad. (Brasil) 4:42 Sérgio Depois do surpreendente sucesso do primeiro volume da Diáspora – que nos tem levado tão longe nestes anos – quisemos visitar as canções que tínhamos deixado guardadas… Filipe E porque crescemos a cada viagem, a cada minuto, hora, dia, semana, mês que pássamos juntos a fazer música, olhámos para este repertório com outra curiosidade e experiência…


great... we thought that it would be a good fit for this volume... the crossover between early music and fado to produce a universal language. Sérgio Pedro accepted! We’re very grateful to him for his generosity, friendship, dedication and artistry! Filipe It’s always a success, wherever in the world we are and regardless of cultural and linguistic references. EN TUS BRAZOS UNA NOCHE 2011 10 Dos estrellas le siguen Manuel Machado (c.1590 -1646) 6:28 Filipe A work of great rhetorical beauty and immense value that is relatively unknown. That was the first time that we focused on the complete works of a single composer... Sérgio Working closely with the entirety of a composer’s works gave us the opportunity to explore our language without limits and to experiment with new creative solutions. PENÍNSULA 2012 DIASPORA SERIES 3 11 Parto triste saludoso Filipe Faria & Sérgio Peixoto* 4:12 12 Mis arreios son las armas Filipe Faria & Sérgio Peixoto* 5:02 * TXT - Vilancicos anon. (16th/17th c.) Sérgio This is the third volume in the Diáspora project and it’s a journey of the soul... Filipe The personal journey of the sailors, who set sail, lived, survived and died on those ships... so far away… Sérgio The repertoire draws on their memories, their villages, celebrations and sorrows… Filipe …as well as on ours... Here, our creative input involved composing new vilancicos based on some beautiful 16th century poems… Ensuring a balance between ancient and modern, popular and erudite at all times. CANTIGA 2014 13 Ai Deus, se sab’ora meu amigo Martim Codax (13th c.) 7:03 14 Quantas sabedes amar amigo Martim Codax 4:50 Sérgio We had to look at this collection... We discovered the genre cantigas d’amigo decades ago when we were at university and we felt an urgent need to interpret them through our own creative lens, which is now sharper due to the experience we’ve gained from so many years of original projects, compositions, trips and concerts. Filipe Stripping these medieval melodies and their texts to leave what we felt to be their essence allowed us to transform them. Centuries lay between our perspective and that of the original composer, but the concepts were equally modern and innovative... All music is and was once contemporary and we wanted to prove that... MISSA MÍNIMA 2016 NEW EARLY MUSIC SERIES 4 15 O Magnum Mysterium Filipe Faria & Sérgio Peixoto 2:18 Sérgio The "Missa Mínima" is a piece that was composed in two stages over a period of sixteen years (1999-2015)… Filipe Lots of things happened before and after... but in what order? We added new parts that we composed during an artistic residency at the inspiring Centro Cultural Raiano (Idanha-a-Nova) to the parts we had composed


09 A Rosinha dos limões Artur Ribeiro (1924-1982), var. Pedro Castro (n.1977) 5:26 Sérgio Num ensaio em Ghent [Bélgica] o Pedro [Castro] começou a tocar umas variações sobre a "Rosinha" que tinha escrito há uns anos… Filipe Soava genialmente… pensámos que faria tanto sentido neste volume… o crossover da música antiga e do fado resulta numa linguagem universal. Sérgio O Pedro aceitou! Agradecemos imenso a sua generosidade, amizade, dedicação e arte. Filipe É sempre um sucesso em qualquer parte do mundo, independentemente das referências culturais e linguísticas. EN TUS BRAZOS UNA NOCHE 2011 10 Dos estrellas le siguen Manuel Machado (c.1590-1646) 6:28 Filipe Uma obra de grande beleza retórica, de enorme valor e em parte desconhecida. Foi a primeira vez que nos debruçámos sobre a obra completa de um compositor… Sérgio Trabalhar profundamente a integral de um compositor deu-nos a possibilidade de explorar a nossa linguagem sem limites e de experimentar novas soluções criativas. PENÍNSULA 2012 DIASPORA SERIES 3 11 Parto triste saludoso Filipe Faria + Sérgio Peixoto* 4:12 12 Mis arreios son las armas Filipe Faria + Sérgio Peixoto* 5:02 * TXT - Vilancicos anon. (s. XVI/XVII) Sérgio Este é o terceiro volume do projecto Diáspora e esta é a viagem da alma… Filipe A viagem pessoal dos marinheiros que partiam, viviam, sobreviviam e morriam naquelas naus… lá longe… Sérgio O repertório é o das suas memórias, das suas aldeias, festas e tristezas… Filipe …e é também o das nossas… Assumimos aqui o nosso papel criativo na composição de novos Vilancicos a partir de lindíssimos poemas do século XVI… Sempre em equilíbrio neste cruzamento entre o antigo e o contemporâneo, o popular e o erudito. CANTIGA 2014 13 Ai Deus, se sab’ora meu amigo Martim Codax (s. XIII) 7:03 14 Quantas sabedes amar amigo Martim Codax 4:50 Sérgio Não podíamos evitar olhar para esta colecção… Conhecíamos estas Cantigas d’Amigo há décadas desde os tempos da Universidade e sentíamos a urgência de as olhar através da nossa lente criativa, agora mais apurada pela experiência de tantos anos de projectos originais, composições, viagens e concertos. Filipe Despir estas melodias medievais e os seus textos, ficando aquilo que sentíamos ser a sua essência, para as transformar. Olhares afastados por tantos séculos mas com conceitos igualmente inovadores e modernos… Toda a música é e foi contemporânea e quisemos prová-lo… MISSA MÍNIMA 2016 NEW EARLY MUSIC SERIES 4 15 O Magnum Mysterium Filipe Faria + Sérgio Peixoto 2:18


16 years ago that were shut up in a drawer… Sérgio We decided that the voice would behave as a reflection and that the Ordinary of the Mass would be covered by another voice, that of the solo flute... describing wordlessly… Filipe ...speaking through the wind… that air remaining in the sounds. UM DIA NORMAL 2015 16 Takeda no komoriuta Trad. (Japan) 3:51 Filipe We had wanted to visit Japan for a long time! Sérgio Yes [laughs], and the ideal opportunity was your book... the graphic poem that suggested a direct link from here to the other side of the planet... Filipe Yes [laughs]... and the song is beautiful... Sérgio In one of our tours to Japan with the Gulbenkian Choir in 2002, during a wonderful night of gastronomic discovery (which involved sitting on the floor while attempting to masterfully slurp soup with chopsticks), I remember talking about how it would be interesting to create a fusion between traditional Japanese music and the musical language that we were discovering as a group... But I don’t think the idea went any further... We were more interested in the food (some things never change, even after 20 years) [laughs]. Filipe [laughs] At that time, we hadn’t even come up with the concept for "Diáspora". Who’d have thought that 15 years later, a conversation we had at a table in a Tokyo restaurant would lead to this beautiful lullaby! + UNRELEASED 17 La terrible pena mia Filipe Faria & Sérgio Peixoto* 4:26 18 Pues que veros Filipe Faria & Sérgio Peixoto* 2:53 * TXTS Vilancicos anon. (16th/17th c.) Filipe Twenty years later, an artistic residency at the Centro Cultural Raiano in Idanha-a-Nova... and we rediscovered our origins... composing like we did in 1999... Sérgio Far, far away from the hubbub of the city and nestled in the Beira countryside, these two songs emerged (among others). With Filipe, the collaborative composition process continues to flow unhindered, and, after 20 years of working together, the simplicity of these two songs encompasses the complexity of working with complementary forms of musical thought. I don’t know if it reveals our maturity as composers, but for me it was a moment of true inspiration.


Sérgio A "Missa Mínima" é uma obra composta em dois períodos, a dezasseis anos de distância um do outro (1999-2015)… Filipe Antes e depois de qualquer coisa, de muita coisa... mas por que ordem? Às partes compostas há dezasseis e que estavam fechadas na nossa gaveta, juntámos novas partes que compusemos numa residência artística no inspirador Centro Cultural Raiano (Idanha-a-Nova)… Sérgio Decidimos que a voz teria um papel de reflexão e que o ordinário da Missa fosse assumido por outra voz, a da flauta solo… descrevendo sem palavras… Filipe… falando com o sopro… nestes sons ficando esse ar. UM DIA NORMAL 2015 16 Takeda no komoriuta Trad. (Japão) 3:51 Filipe Queríamos visitar o Japão há muito tempo! Sérgio Sim [risos], e a oportunidade ideal foi o teu livro... o poema gráfico que propõe uma ligação directa daqui para o outro lado do planeta... Filipe Sim [risos]... e a canção é lindíssima... Sérgio Numa das digressões com o Coro Gulbenkian ao Japão, em 2002, e numa magnífica noite de descoberta gastronómica (que implicava comer sentado no chão tentando sorver magistralmente uma sopa com “pauzinhos”), lembro-me de termos falado que seria interessante a fusão de uma música tradicional japonesa com a linguagem musical que, enquanto grupo, estávamos a descobrir... mas penso que a ideia ficou por aí... estando nós mais interessados na comida (há coisas que, passados 20 anos, nunca mudam) [risos] Filipe [risos] Nessa altura ainda nem sequer imaginávamos o conceito “Diáspora”. Quem diria que, passados 15 anos, a conversa surgida na mesa de um restaurante em Tóquio, resultasse nesta lindíssima canção de embalar! + INÉDITO 17 La terrible pena mia Filipe Faria + Sérgio Peixoto* 4:26 18 Pues que veros Filipe Faria + Sérgio Peixoto* 2:53 * TXT Vilancicos anónimos. (s. XVI/XVII) Filipe Vinte anos depois, uma residência artística no Centro Cultural Raiano, em Idanha-a-Nova... e voltámos ao início... a compor como em 1999... Sérgio Longe, bem longe do rebuliço da cidade e imersos na paisagem beirã, nasceram estas duas canções (entre outras). O processo de composição em parceria com o Filipe flui sem obstáculos e, após 20 anos de trabalho em conjunto, a simplicidade destas duas peças encerram a complexidade de um pensamento musical que se complementa. Não sei se demonstra a nossa maturidade enquanto compositores, mas para mim foi realmente um momento de inspiração.


seven. ...though the title doth promise tears, unfit guests in these joyful times, yet no doubt pleasant are the teares which musick weeps, neither are tears shed always in sorrow, but sometimes in joy and gladness. Vouchsafe then your gracious protection to these showers of harmony (…) they be metamorphosed into true tears. John Dowland (?1563-1626) in Lachrimæ or seaven teares..., London, 1604

Founded in Lisbo, in 1999, by Filipe Faria and Sérgio Peixoto, Sete Lágrimas takes its name from the innovative collection of dances by the renaissance composer John Dowland (1563-1626) that were published by John Windet in 1604, when the composer was employed as lutenist to Christian IV of Denmark (1577-1648). Intensely focused on dialogues between Early and Contemporary Music – and erudite music with centuries-old traditions –, Sete Lágrimas brings together musicians from different musical backgrounds around conceptual projects fuelled both by in-depth musicological research and innovative, irreverent and creative processes centred on sounds, instrumentation and memories of Early Music. In these projects, it is possible to identify dialogues between erudite and popular music, between Early and Contemporary Music, and between the age-old Portuguese Diaspora of the Discoveries and the Mediterranean Latin axis. These dialogues are converted into sound through a faithful reading of the performative principles of Early Music and a distinctive approach to the defining elements of folk music and jazz. Since its inception, the group has maintained an intense performance schedule, playing hundreds of concerts in thirteen countries around Europe and Asia, including the following: Portugal (Centro Cultural de Belém, Calouste Gulbenkian Foundation, Festival Terras sem Sombra [as the resident ensemble], Encontros de Música Antiga de Loulé, Festival de São Roque, Festival das Artes de Coimbra, Festival dos Capuchos, Festival Internacional de Música da Madeira, Festival Internacional de Música dos Açores, Festival Fora do Lugar, Festival de Leiria, Festival de Almada, Memórias Musicais de um Palácio (Sintra), Festival Todos, Festival Internacional de Música de Espinho, Fundação Oriente, Festival Artes à Vila, Quartel das Artes, Teatro Viriato...), Bulgaria (Zora Dramatic Theatre/Sliven), Italy (Ravenna, Festival Internazionale W. A. Mozart a Rovereto), Malta (BirguFest), Spain (Festival de Música Antigua de Gijón, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza, Museo Nacional de Valladolid, Fundación Juan March/Madrid, Villaviciosa, Abvlensis Festival Internacional de Musica, Teatro Zorilla/Valladolid…), China (Macao Internacional Music Festival), Sweden (Stockholm Early Music Festival), França (Festival Baroque de Sablé, Opéra de Lille...), Belgium (Gent Festival van Vlaanderen, Flemish Opera/Gent, Bozar/Bruxelles, Music


sete. ...embora o nome prometa lágrimas, convidadas pouco aprazíveis nestes tempos de alegria, são sem dúvida agradáveis as lágrimas que a música chora, nem sempre vertidas em tristeza mas também em alegria. Permita a vossa graciosa protecção a estes aguaceiros de harmonia que sejam metamorfoseados em verdadeiras lágrimas. John Dowland (?1563-1626) in Lachrimæ or seaven teares..., London, 1604

Fundado em Lisboa, em 1999, por Filipe Faria e Sérgio Peixoto, Sete Lágrimas assume o nome da inovadora colecção de danças do compositor renascentista John Dowland (1563-1626) publicadas por John Windet em 1604 quando o compositor era alaudista de Cristiano IV da Dinamarca (1577-1648). Profundamente dedicados aos diálogos da Música Antiga com a contemporaneidade – bem como da música erudita com as tradições seculares –, Sete Lágrimas juntam músicos de diferentes horizontes musicais em torno de projectos conceptuais animados tanto por profundas investigações musicológicas como por processos de inovação, irreverência e criatividade em torno dos sons, instrumentário e memórias da Música Antiga. Nestes projectos são identificáveis os diálogos entre a música erudita e a popular, entre a Música Antiga e a contemporânea e entre a secular diáspora portuguesa dos Descobrimentos e o eixo latino mediterrânico convertidos em som através da fiel interpretação dos cânones performativos da Música Antiga como de uma aproximação a elementos definidores da música tradicional ou do jazz. Desde a sua fundação, o grupo desenvolve uma intensa actividade concertística de centenas de concertos em treze países da Europa e Ásia, de onde se destacam: Portugal (Centro Cultural de Belém, Fundação Calouste Gulbenkian, Festival Terras sem Sombra [como ensemble residente], Encontros de Música Antiga de Loulé, Festival de São Roque, Festival das Artes de Coimbra, Festival dos Capuchos, Festival Internacional de Música da Madeira, Festival Internacional de Música dos Açores, Festival Fora do Lugar, Festival de Leiria, Festival de Almada, Memórias Musicais de um Palácio (Sintra), Festival Todos, Festival Internacional de Música de Espinho, Fundação Oriente, Festival Artes à Vila, Quartel das Artes, Teatro Viriato...), Bulgária (Zora Dramatic Theatre/Sliven), Itália (Ravenna, Festival Internazionale W. A. Mozart a Rovereto), Malta (BirguFest), Espanha (Festival de Música Antigua de Gijón, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza, Museo Nacional de Valladolid, Fundación Juan March/Madrid, Villaviciosa, Abvlensis Festival Internacional de Musica, Teatro Zorilla/Valladolid…), China (Macao Internacional Music Festival), Suécia (Stockholm Early Music Festival), França (Festival Baroque de Sablé, Opéra de Lille...), Bélgica


Center DeBijloke/Gent...), Norway (Stavanger Konzerthus), Czech Republic (Prague Early Music Festival), Luxembourg (Philharmonie Luxembourg/Salle de Musique de Chambre/Grand Auditorium), Alemanha (Grosse Saal/Elbphilharmonie Laeiszhalle Hamburg). Sete Lágrimas regularly invites guest musicians working in different areas of Early Music to participate in its projects . To date, these musicians have included María Cristina Kiehr (Argentina), Zsuzsi Tóth (Hungary) and Ana Quintans (Portugal). The group has also worked with folk, jazz and world-music musicians such as Mayra Andrade (Cabo Verde), António Zambujo (Portugal) and Adufeiras de Monsanto (Portugal), Tainá (Brasil), Carolina Deslandes (Portugal) ou Ana Moura (Portugal). Projects involving dialogues between Early and Contemporary Music include Kleine Musik MU0102/2008, Silêncio MU0106/2009 and Vento MU0108/2010. For these projects, Sete Lágrimas premiered works written specially for the consort by the composers Ivan Moody (England), João Madureira (Portugal), Andrew Smith (England/Norway) and Christopher Bochmann (England). At the Coimbra Arts Festival in 2011, Sete Lágrimas performed the world première of the work Lamento, which was commissioned from the writer José Luís Peixoto, winner of the José Saramago Literary Prize, and the composer João Madureira. In Portugal and abroad, the ensemble’s concerts and extensive discography have consistently won the praise of both critics and the public. Their twelve releases – Lachrimæ #1 MU0101/2007, Kleine Musik MU0102/2008, Diaspora.pt: Diáspora, vol.1 MU0103/ 2008, Silêncio MU0106/2009, Pedra Irregular MU0107/2010, Vento MU0108/2010, Terra: Diáspora, vol.2 MU0110/2011, En tus brazos una noche MU0109/2012, Península: Diáspora. vol.3 MU011/2013, Cantiga MU0113/2014, Missa Mínima MU0116/2016 and Um dia normal MU0116/2015 a graphic poem with text and illustrations by Filipe Faria and music by Sete Lágrimas – often receive the maximum number of stars (5 out of 5) and are selected as the Editor’s Choice, the Best Recording of the Year etc. by Portugal’s leading newspapers, radio shows and magazines. Internationally, mention must be made of the reviews of their recordings and concerts published in the International Record Review, Doce Notas, Aftonbladet, Novinky, Opera PLUS, Svenska Dagbladet, Lute News, Goldberg etc. In 2008, 2011 and 2012, the three releases comprising the Diáspora project were the best-selling titles in FNAC shops. In 2010, Diaspora.pt was named an "Essential Recording" in the Classical Music Guide published by the same chain of shops and Sete Lágrimas’ trajectory to date was profiled in the publication "Alma Lusitana" (FNAC). In 2011/2012, Sete Lágrimas were invited to be the Associated Ensemble of the Season by the Centro Cultural de Belém (CCB/Lisbon), performing "Tríptico da Terra" (Triptych of the Earth) at three sold-out concerts. In 2014, at the invitation of the classical radio station RDP Antena 2, Sete Lágrimas represented Portugal in the EURORADIO Christmas Folk Music Project organised by the European Broadcasting Union. The project was broadcast on 30 radio stations in 28 countries, including BBC Radio 3 and France Musique. Their discography is regularly included on the playlists of classical radio stations in several European countries, including Spain (RNE Rádio Clásica), the UK (BBC Radio 3), the Czech Republic (Ceský rozhlas/Czech National Radio), Portugal (Antena 2/ TSF/Antena 1...)...


(Gent Festival van Vlaanderen, Flemish Opera/Gent, Bozar/Bruxelles, Music Center DeBijloke/Gent...), Noruega (Stavanger Konzerthus), República Checa (Prague Early Music Festival), Luxemburgo (Philharmonie Luxembourg/Salle de Musique de Chambre/Grand Auditorium), Alemanha (Grosse Saal/Elbphilharmonie Laeiszhalle Hamburg). Sete Lágrimas chama, regularmente, aos seus projectos, músicos convidados das áreas da Música Antiga como María Cristina Kiehr (Argentina), Zsuzsi Tóth (Hungria) ou Ana Quintans (Portugal) e da música tradicional, jazz e do mundo como Mayra Andrade (Cabo Verde), António Zambujo (Portugal) Adufeiras de Monsanto (Portugal), Tainá (Brasil), Carolina Deslandes (Portugal) ou Ana Moura (Portugal). No contexto dos projectos de diálogo entre a Música Antiga e a contemporânea – New Early Music Series – Kleine Musik MU0102/2008, Silêncio MU0106/2009 e Vento MU0108/2010 –, Sete Lágrimas estreia obras, especialmente dedicadas ao consort, dos compositores Ivan Moody (Inglaterra), João Madureira (Portugal), Andrew Smith (Inglaterra/Noruega) e Christopher Bochmann (Inglaterra). Em 2011 Sete Lágrimas apresentou, em estreia mundial, no Festival das Artes de Coimbra, a encomenda da obra Lamento ao escritor José Luís Peixoto, vencedor do Prémio Literário José Saramago, e ao compositor João Madureira. Em Portugal como no estrangeiro, as temporadas de concertos e a sua extensa discografia é elogiada pela crítica e pelo público. Os seus doze títulos – Lachrimæ #1 MU0101/2007, Kleine Musik MU0102/2008, Diaspora.pt: Diáspora, vol.1 MU0103/ 2008, Silêncio MU0106/2009, Pedra Irregular MU0107/2010, Vento MU0108/2010, Terra: Diáspora, vol.2 MU0110/2011, En tus brazos una noche MU0109/2012, Península: Diáspora. vol.3 MU011/2013, Cantiga MU0113/2014, Missa Mínima MU0116/2016 e o poema gráfico com texto e ilustrações de Filipe Faria e música de Sete Lágrimas Um dia normal MU0116/2015 – recebem, frequentemente, o número máximo de estrelas (5 em 5), Escolha do Editor, Melhor do Ano, etc, nos principais jornais, rádios e revistas de Portugal. Internacionalmente destacam-se as críticas discográficas e de concerto na International Record Review, Doce Notas, Aftonbladet, Novinky, Opera PLUS, Svenska Dagbladet, Lute News, Goldberg, etc.. Em 2008, 2011 e 2012 os três títulos do projecto Diáspora atingem o primeiro lugar do TOP de vendas das lojas FNAC. Em 2010, “Diaspora.pt” foi eleito, no “Guia da Música Clássica” da mesma cadeia de lojas, como “Discografia Essencial”, e a carreira do Sete Lágrimas destacada na publicação “Alma Lusitana” (FNAC). Em 2011/2012 Sete Lágrimas é convidado para assumir o estatuto de Ensemble Associado da Temporada do Centro Cultural de Belém (CCB/Lisboa) tendo apresentado o “Tríptico da Terra” em três concertos esgotados. A convite da rádio clássica RDP Antena 2 Sete Lágrimas foi, em 2014, o representante português no projecto europeu da UER/EBU Union Européenne de Radio-Télévision – EURORADIO Christmas Folk Music Project – emitido em 30 rádios de 28 países como a BBC Radio 3 ou a France Musique. A sua discografia integra regularmente as playlists das rádios clássicas de vários países europeus como Espanha (RNE Rádio Clásica), Inglaterra (BBC Radio 3), República Checa (Ceský Rozhlas/Czech National Radio), Portugal (Antena 2/TSF/Antena 1...)... A Temporada 2018/2019 iniciou-se com o projecto de criação “Les Explorateurs”, a convite da Philharmonie Luxembourg e do Director Artístico, Pascal Sticklies, com 18


The 2018/2019 season began with the creative project "Les Explorateurs", at the invitation of the Philharmonie Luxembourg and Artistic Director Pascal Sticklies, with 18 sold-out performances during September/October, with producer Aline Bourguignon (France), stage director and playright Benjamin Prins (France), collaborator at the staging and playright Pénélope Driant (France), set and costume designer Nina Ball (Austria), actor and dancer Jan Bastel (Germany) and dancer Nestor Kouame Dit Solvis (Ivory Coast). In September of the same year, Sete Lágrimas performed a concert as part of the Atlântico Festival in the Philharmonie Luxembourg’s Grand Auditorium. During the 2019/2020 season, Sete Lágrimas performed at the Grand Auditorium of the Centro Cultural de Belém, Festival Fora do Lugar, Festival de S. Roque, Festival Artes à Vila, Festival Cistermúsica (Alcobaça), Sala Suggia at Casa da Música (Porto), among others. In 2019, the consort worked on creating and presenting to the public, in 15 sold out performances, Episode 2 of "Les Explorateurs" – The Mysterious Princess – at the invitation of the Philharmonie Luxembourg, with stage director and playright Benjamin Prins (France), collaborator at the staging and playright Pénélope Driant (France), set and costume designer Nina Ball (Austria), actor and dancer Jan Bastel (Germany), dancer Winnie Dias (Brazil), choreographer Sabine Novel (France) and actor Alexandre Martin-Varoy (France). After the success of 2018 and 2019 projects with the Philharmonie Luxembourg, Sete Lágrimas returns in 2020/2021 for Episode 3 of “Trilogie Sete Lágrimas” with the same artistic team led by director Benjamin Prins (France). The consort performs, among others, at the Grand Auditorium of the Centro Cultural de Belém, the Grand Auditorium of the Calouste Gulbenkian Foundation – with the Gulbenkian Choir as a guest – or at the Grosse Saal of Elbphilharmonie Laeiszhalle Hamburg (Germany). To commemorate the group’s 20th anniversary, Arte das Musas is publishing the book Twentie Yeares in Seaven Teares – Twenty Years in Seven Tears: The first twenty years of being Sete Lágrimas ECMC –, which includes a best-of CD of the complete consort discography. Since 2003, Sete Lágrimas have been sponsored by the Ministry of Culture (Portuguese Government) and the Directorate General for the Arts, and, since 2012, by the Municipality of Idanha-a-Nova – UNESCO Creative City of Music. The consort is represented and published by Arte das Musas.


récitas esgotadas em Setembro/Outubro de 2018, com a produtora Aline Bourguignon (França), o encenador e dramaturgo Benjamin Prins (França), a assistente de direcção e dramaturga Pénélope Driant (França), a cenógrafa e figurinista Nina Ball (Áustria), o actor e bailarino Jan Bastel (Alemanha) e o bailarino Nestor Kouame Dit Solvis (Costa do Marfim). Em Setembro do mesmo ano Sete Lágrimas apresentou-se no Grande Auditório da Philharmonie Luxembourg num concerto integrado no Festival Atlântico. Na Temporada 2019/20 Sete Lágrimas apresentou-se, entre outros, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, Festival Fora do Lugar, Festival de S. Roque, Festival Artes à Vila, Festival Cistermúsica (Alcobaça) ou na Sala Suggia da Casa da Música (Porto). Em 2019 desenvolveu a criação e apresentação pública, em 15 récitas – esgotadas –, do Episódio 2 de “Les Explorateurs” – La Princesse Mystérieuse – a convite da Philharmonie Luxembourg com o encenador e dramaturgo Benjamin Prins (França), a assistente de direcção e dramaturga Pénélope Driant (França), a cenógrafa e figurinista Nina Ball (Áustria), o actor e bailarino Jan Bastel (Alemanha), a coreógrafa Sabine Novel (França), a bailarina Winnie Dias (Brasil) e o actor Alexandre Martin-Varoy (França). Na Temporada 2020/21 regressa, depois do sucesso de 2018 e 2019, à Philharmonie Luxembourg para o Episódio 3 da “Trilogie Sete Lágrimas” com a mesma equipa artística liderada pelo encenador Benjamin Prins (França). Apresenta-se, entre outros, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian – com o Coro Gulbenkian como convidado – ou na Grosse Saal da Elbphilharmonie Laeiszhalle Hamburg (Alemanha). No contexto das comemorações dos 20 anos de carreira a Arte das Musas edita o livro Twentie Yeares in Seaven Teares – Vinte Anos em Sete Lágrimas: Os primeiros vinte anos de Sete Lágrimas ECMC –, que inclui um CD best-of da discografia completa do consort. Sete Lágrimas conta com o apoio do Ministério da Cultura (Governo de Portugal) e da Direcção-Geral das Artes, desde 2003, e do Município de Idanha-a-Nova UNESCO Creative City of Music, desde 2012. É representado e editado pela Arte das Musas.


SETE LÁGRIMAS ECMC MÚSICOS DESDE/MUSICIANS SINCE 1999 DIRECÇÃO ARTÍSTICA E VOZ ARTISTIC DIRECTION AND VOICE

Filipe Faria Sérgio Peixoto VOZ/VOICE

Alexandra Moura Ana Moura Ana Quintans António Zambujo Carolina Deslandes María Cristina Kiehr ARGENTINA Mayra Andrade CABO VERDE/CAPE VERDE Mónica Monteiro Orlanda Velez Isidro Rosa Caldeira Tainá BRASIL/BRAZIL Zsuzsi Tóth HUNGRIA/HUNGARY FLAUTA/RECORDER

Inês Moz Caldas Marco Magalhães Paulo Gonzalez ESPANHA/SPAIN Pedro Castro Sofia Norton Tiago Simas Freire

Diana Vinagre Isabel Figueroa ESPANHA/SPAIN Kenneth Frazer (1948-2011) INGLATERRA/ENGLAND VIOLONE

Christine Sticher ALEMANHA/GERMANY Duncan Fox INGLATERRA/ENGLAND CONTRABAIXO/DOUBLE BASS

Luísa Marcelino Mário Franco

CONTRABAIXO BARROCO/BAROQUE DOUBLE BASS

Marta Vicente

TIORBA/THEORBO, ALAÚDE/LUTE, VIHUELA, GUITARRA BARROCA/BAROQUE GUITAR, GUITARRA ROMÂNTICA/ROMANTIC GUITAR

André Barroso Hugo Sanches Tiago Matias

GUITARRA/GUITAR

Gonçalo Gouveia

PORTUGUESE GUITAR

Eurico Machado Miguel Amaral HARPA/HARP

OBOÉ BARROCO/BAROQUE OBOE1, OBOE DA CACCIA2, CHARAMELA/SHAWM3, GAITA DE FOLES/ BAGPIPE4 , CORNETTO5

Andreia Carvalho 1 Pedro Castro 1234 Tiago Simas Freire 5 VIOLA DA GAMBA

Carmina Repas Gonçalves Kenneth Frazer (1948-2011) INGLATERRA/ENGLAND Mafalda Larisch Frazer Sofia Diniz Susana Moody

Maria Bayley PERCUSSÃO HISTÓRICA/HISTORICAL PERCUSSION

Baltazar Molina Fernando Marques Gomes Juan de la Fuente Alcón ESPANHA/SPAIN Rui Silva Sofia Borges

ÓRGÃO/ORGAN, CRAVO/HARPSICHORD

Flávia Almeida Castro Sérgio Silva

OUTROS CONVIDADOS/OTHER GUESTS

VIOLINO BARROCO/BAROQUE VIOLIN

Denys Stetsenko UCRÂNIA/UKRAINE

VIOLONCELO BARROCO/BAROQUE CELLO

Ana Raquel Pinheiro

Adufeiras de Monsanto Cramol CORO/CHOIR Magis CORO/CHOIR Ricercare CORO/CHOIR Voces Caelestes CORO/CHOIR




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