Revista Artefacto Brasília 2017

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mostra decor + fashion 2017 brasĂ­lia



Decor + Fashion A percepção que as pessoas têm sobre suas casas mudou muito – e para melhor. Mais do que um abrigo ou porto seguro, o espaço que escolhemos habitar talvez tenha se tornado o point social mais desejado desde que a familía moderna resgatou o tradicional hábito de receber, não só para grandes festas, mas para pequenos encontros, reuniões, sessões de cinema privê e confrarias gourmet. Ter uma casa funcional, confortável, bonita e aberta para os bons fluidos e para os melhores amigos é a bandeira de um lifestyle urbano cada vez mais humanizado, seja por aqui, seja lá em Miami ou em qualquer outro lugar do mundo, que mostra a conexão que as pessoas estabelecem com as artes, com a música, com os esportes, com a gastronomia e com tudo o mais que movimenta suas vidas e expressa suas identidades. A moda, é claro, é um desses reflexos comportamentais mais imediatos. O mercado fashion metaboliza muito rápido as tendências e os novos hábitos culturais e de consumo, servindo como termômetro para o design. Por isso, a Artefacto investe também nessa proximidade entre as duas plataformas. A nova coleção fala justamente sobre isso. Lá estão mais do que o cuidado com as pesquisas, a poesia das manufaturas, os processos altamente tecnológicos, a excelência das matérias-primas e os acabamentos primorosos. Por trás de um móvel Artefacto, tratado pela empresa como alta-costura há mais de 40 anos, está uma experiência muito mais panorâmica, para rechear a sua casa e ajudar a contar sua história, com a sua atitude – e de ninguém mais. Para ilustrar isso tudo na prática, a nova edição da Mostra Artefacto aterrissa em Brasília com o tema Decor + Fashion, com grandes escritórios do primeiro escalão da arquitetura na região. Parceiros queridos da marca, esses profissionais homenageiam, cada qual à sua maneira, grandes nomes das passarelas nacionais com reverberação internacional, em espaços para sonhar e se inspirar. Aprecie sem moderação e vista a sua casa do seu jeito

edi to rial

............................................. Paulo Bacchi @artefactomiami

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São Paulo: Haddock lobo - 3087 7000 | d&d SHoPPing - 5105 7777 | Jardim anália Franco - 2022 5600 | rio de Janeiro - 3325 7667 | curitiba - 3111 2300 balneário camboriú - 3062 7944 | camPinaS - 3397 3200 | braSília - 2196 4250 | goiânia - 3101 9900 | Jaú - 3416 6904 | Salvador - 3034-5555 | João PeSSoa - 3031-4941 arteFacto b&c: São Paulo: avenida braSil - 3894 7000 | d&d SHoPPing - 5105 7760 | arteFacto outlet: São Paulo: r. Henrique ScHaumann - 3897 7001 c ata r i n a Fa S H i o n o u t l e t - 4 1 3 0 47 0 0 | u S a : c o r a l g a b l e S - 3 0 5 . 7 74 . 0 0 0 4 | av e n t u r a - 3 0 5 . 9 3 1 . 9 4 8 4 | d o r a l - 3 0 5 . 6 3 9 . 9 9 6 9 | a r t e Fac to.c o m . b r



DESIGN E TECNOLOGIA NAS CORES. SURPREENDA SE COM O PODER DE SOFISTICAÇÃO, CUSTOMIZAÇÃO E RESISTÊNCIA QUE A TECNOLOGIA D.COAT TRAZ PARA AS LINHAS DE METAIS DECA. Com camada extra de materiais de alta resistência à abrasão.

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su má rio

11 DECOR + FASHION

A arquitetura encontra sua escala mais humana na moda e no design de objetos

14 A+55 ARQUITETURA E URBANISMO + MAGRELLA

A versatilidade cosmopolita da multimarcas brasiliense traduzida em decor chic

20 CAROLINA NATHAIR & MARIA TEREZA CAVALCANTI + GABRIELLA CONSTANTINO, NATHÁLIA ABI-ACKEL, MAYLA & RAISSA CAVALCANTI

Um office, um hall e uma sala de refeições feitos sob medida para encantar o quarteto de mulheres finas

26 FÁTIMA MADEIRA + JOÃO BATISTA DA SILVA Bases contemporâneas com leve acento clássico em uma composição refinada

32 GEORGE & JÚLIA ZARDO + PAULO ARAUJO

O loft sofisticado e moderno que conjuga morada com office no mesmo espaço

38 GISLAINE GARONCE + LALETÁ

Uma sala de jantar onde o modernismo é reinterpretado com aconchego e beleza

44 LARISSA DIAS + MARTHA MEDEIROS

Um ambiente inspirador rico em detalhes, desenhos orgânicos e acabamentos naturais

50 MAAI ARQUITETURA + LUISA FARANI

Linhas retas e peças modernas compõem o refúgio jovial e despojado

56 MARCELA PASSAMANI + LETÍCIA GONZAGA Sala de jantar, estar e dormitório em um loft que mescla contemporâneo com rústico

62 MÁRCIA MONTENEGRO + DÉBORA MANGABEIRA

Um home theater recheado de alegria e elegância, com bom gosto e estilo apuradíssimos

68 NARDIM JÚNIOR + AMANDA GUERRA

O ambiente dinâmico e elegante que mistura elementos rústicos, clássicos e contemporâneos

74 VANESSA ROSSET + AKIHITO HIRA

A alfaiataria traduzida em um espaço feito em camadas sobrepostas e cheias de estilo

80 WALLÉRIA TEIXEIRA + SILVIA BADRA

Um living com espaço para criação que é uma grande fusão de texturas

86 YEDA GARCIA + ELISA ATHENIENSE

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.......................................................................... Capa: Fotografia Salvador Cordaro Styling Rodolfo Beltrão Beauty Renan Tavares Modelo Camilla Bastos (@elomanagement)

e x p e d i e n t e

O home office que se conecta com um ambiente de estar para receber amigos e clientes

PROJETO E REALIZAÇÃO Allexincasa Edições Ltda (Allex Colontonio + André Rodrigues) FOTOS DE AMBIENTES | PRODUÇÃO Edison Garcia RETRATOS Renato Elkis CONTATO COMERCIAL (11) 3897 7000 | patrocinios@artefacto.com.br COLABORADORES Adriana Oliveira, Ailton Alves, Ana Paula de Assis, Anderson Oliveira, Camilla Bastos, Fábio Lopes Palata, Giovanna Gheller, Renan Tavares, Rodolfo Beltrão e Salvador Cordaro


À

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moda da casa

Expressões culturais que se conectam e se complementam, moda e design estão aí pra fazer da casa – e da vida – um mundo muito mais plástico e confortável

Ninguém troca de sofá como quem troca de casaco. Mas, entre as coisas da moda e as coisas da casa, existe muito mais do que pode supor a nossa vã filosofia. Tratam-se de intensidades complementares de uma única força: o poder transformador do ser humano. Nosso talento soberano entre as espécies reside na capacidade que temos de manipular o mundo material – seja ao alinhavar o botão da camisa antes de sair para o trabalho, ao dobrar a madeira para delinear os contornos de uma cadeira ou seja ao assentar o concreto que servirá de fundação ao mais vertiginoso dos edifícios. Há tempos migramos do “penso, logo existo” para o “penso, logo transformo”. Do gesto manual que colhe e converte fibras de algodão em novelos nas tecelagens (para revestir o corpo ou a casa) até os produtos finais que habitam as prateleiras (ou estão pendurados nas araras das lojas de grife): moda, arquitetura, décor e design são lados diferentes de uma moeda que é igual. A variação está na escala: para

......................................... Look ultratexturizado Iris van Herpen + mesa lateral Smukke


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a arquitetura, pode ser muito grande e arranhar os céus; para o design de objetos e para a moda, pequenina – e quanto menor é, mais próxima da gente está. E mais fácil de entender fica. Aprendemos com a jornalista Erika Palomino – nome que está entre os mais quentes/influentes da cena fashion no Brasil – que na moda existe um best-kept-secret, coisa para iniciados: a chave de tudo está nas proporções. “São elas que determinam, por exemplo, a própria noção de temporalidade. Na lida com medidas de comprimentos, larguras, braços, pernas e ombros, reside o talento maior da criação”, ensina. O mesmo raciocínio aplica-se ao design que, defendia o espanhol Cristóbal Balenciaga (1895-1972), preenche a essência de todo costureiro: “O estilista está para a roupa como o arquiteto está para o design, o pintor para as cores, o musicista para a harmonia, o filósofo para o pensamento”. Bravo! E já que toda roupa “é uma peça de arquitetura efêmera”, como sentenciou Christian Dior (1905-1957) – couturier francês que sonhava ser arquiteto, mas virou lenda-fashion ao propor o New Look às mulheres de sua época –, no caso dos mobiliários, o enredo é idêntico, mas vem com capítulos extras: ao contrário do look do dia, que dura, em

....................................... Buffet Miroir contracena com look Balmain: metalizados em alta – na casa e/ou no closet


13 .............................................................................................. A poltrona de fibras sintéticas Antilhas II Outdoor dialoga perfeitamente com o look tramado da Balmain

geral, meio período, um móvel pode viver por tempo indeterminado. E pode, ainda, ser transmitido de geração a geração, em um loop sem-fim que rompe as décadas e conecta vidas por meio de memórias construídas em torno do objeto. Como aconteceu com o ofício que pulsa intensamente na veia da família Bacchi: hoje sob comando do CEO Paulo Bacchi, a Artefacto soma mais de 40 anos resistindo às (gritantes) oscilações da economia mundial, cria e recria oportunidades e desbrava novos mercados em um tempo no qual poucas empresas ousam pisar fora de seus quintais. Embalada por estratégias certeiras e com sucesso arrebatador de público e crítica, a marca tem liberdade para pensar totalmente out-of-the-box. “O mercado fashion metaboliza muito rápido as tendências e os novos hábitos culturais e de consumo, servindo como termômetro também para o design. Por isso, em 2017, estamos investindo nessa proximidade entre as duas plataformas”, diz o CEO. Presença cativa nas casas brasileiras – e também no resto do mundo por meio de uma operação internacional que abocanhou a maior fatia desse mercado ao sul dos EUA (Miami, Flórida) –, a Artefacto abre os trabalhos em 2017 com sua tradicional mostra que, desta vez, se apresenta em sintonia fina com o que há de mais atual nesse mercado cada vez mais colaborativo, onde conexões se tornam cada dia mais evidenciadas e fronteiras mais porosas. Agora em Brasília, sob o signo da contemporaneidade, nasce a Mostra Decor + Fashion 2017: personalidades da moda homenageadas em espaços assinados por profissionais, reforçando os elos que unem, desde sempre e para sempre, moda, design e decor de fino trato – sem muros.


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............................................. A+55 Arquitetura e Urbanismo aplus55.com @aplus55_

Na página ao lado, A+55 Arquitetura e Urbanismo posam com as cadeiras Yves

ecém-nascido do desejo de três amigas por unir diferentes áreas de conhecimento, o brasiliense A+55 Arquitetura estreou na Mostra almejando transportar para o material o crescimento da marca conterrânea Magrella, que emprestou o estilo e os gostos de cada uma das homenageadas como referência. “Quando pensamos em moda, ninguém mais óbvio vem à cabeça do que uma das pessoas mais elegantes do Brasil”, diz Daniella Guterres, que integra a equipe com Carmella Tonet Camargo e Janaína Cruz, sobre Cleuza Ferreira, nome por trás de um dos selos mais importantes da capital junto à filha Juana. “O fato da label ter começado em Brasília também nos seduziu muito”, complementa a justificativa da escolha. Ao todo, são 95 m² divididos em recepção térrea de escadas e elevadores, halls do primeiro e do segundo pavimento, e escada. No térreo (batizado “espaço Magrella”), o destaque fica por conta da parede adesivada com a estampa de inverno da marca, inspirada em jardins noturnos. Enquanto no primeiro andar (o “espaço Cleuza”), o trabalho em pintura terracota remete à arquitetura toscana existente na residência da homenageada, o segundo (“espaço Juana”) faz referência à versatilidade cosmopolita da outra parte condecorada. A escada pintada de verde, cor em evidência em 2017, liga todos os ambientes e recebe uma vitrine da marca.

A+55 Arquitetura e Urbanismo



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Uma parede adesivada com a estampa de inverno da marca, inspirada em jardins noturnos e o trabalho em pintura terracota que remete à arquitetura toscana, são os destaques

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A | Poltrona Alvar B | As arquitetas com a poltrona Alvar C | Baú Lohan Vaqueta

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D | Mesa lateral Tol E | Puff Annam F | Cadeira Yves e mesa de jantar Flush

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A | Mesa de Jantar Flush B | Moldura Delfos C | Cadeira Yves D | Mesa Lateral Vulcan E | Puff Annam

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Magrella

O nome que identifica a multimarcas brasiliense Magrella faz referência ao antigo apelido de Cleuza Ferreira, que, justamente pela forma esguia que a dificultava encontrar roupas de seu tamanho, fundou a loja inicialmente voltada apenas a numerações 36 e 38. A primeira unidade da brand se fundou no Shopping Conjunto da Cidade, e, em seguida, se mudou para um estabelecimento de rua, “que era mais coquete, mais charmoso”, como diz. “Percebi que havia espaço e mercado para as outras numerações de roupas, pois tinha bastante procura, então resolvi expandir a marca.” Àquela época, por não ser um selo que vendia apenas um nome só, Cleuza pinçava a dedo a fina flor das melhores marcas como uma compra personalizada para cada consumidora. O setor de decoração surgiu quando a Magrella foi para o Park Shopping, junto com sua inauguração, em 1983, em um projeto assinado por Sig Bergamin que inspirou ainda mais a dona de uma das butiques mais antigas da capital federal, já encantada pela vestimenta da casa. Para ela, “a criação e a concepção de uma coleção – cores, texturas e formas – é bem parecida com os projetos de arquitetura: tudo pensado e elaborado de acordo com o público alvo”. Talvez venha daí a feliz compatibilidade de ideias encontrada em conversas com as arquitetas do A+55. A participação da filha Juana levou jovialidade, modernidade e inovação à empresa, o que culminou na criação do selo autoral junto à outra cria, o Fabrício.

..................................... Magrella @magrellaoficial magrella.com.br Cleuza e Juana com a poltrona Alvar


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............................................. Carolina Nathair e Maria Tereza Cavalcanti @mariaterezacavalcanti/@the_boxes_ @studiocarolinanathair studiocarolinanathair.com Na página ao lado, Carolina Nathair e Maria Tereza Cavalcanti com a poltrona Qoph

ara criar um office, um hall e uma sala de refeições para quatro mulheres de sucesso, Carolina Nathair e Maria Tereza Cavalcanti pensaram em um espaço de 70 m² compartilhado por três empresas com um toque contemporâneo, confortável e aconchegante moldado pela latente tendência da troca de ideias e da proximidade proporcionadas pelos espaços de trabalho colaborativos. Foi a criatividade, o empreendedorismo e a influência do trabalho sério e de qualidade destas profissionais que fizeram arquiteta e decoradora escolherem suas homenageadas, todas brasilienses empreendedoras dos ramos da moda e da alimentação: Natália Abi-Ackel, Gabriella Constantino e Mayla e Raissa Cavalcanti. O mobiliário eleito, dentre os quais figuram a sóbria e requintada escrivaninha Enzo para os momentos de descontração e um arrojado sofá Coquille que acomoda com conforto descansos de meio de dia, prima por acabamentos exclusivos e contemporâneos que sustentam um programa em que leveza e claridade são predominantes. Aqui, dois offices rebatidos com estantes em laca branca iluminada oferecem claridade e charme, além de destacar os contornos dos móveis. Carolina e Maria Tereza são velhas conhecidas de atividade que, por acreditarem que arquitetura e decoração não devam seguir rumos distintos, optaram por unir forças e compartilhar ideias na criação de projetos conjuntos.

Carolina Nathair e Maria Tereza Cavalcanti



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O mobiliário eleito, como a escrivaninha Enzo e o arrojado sofá Coquille, prima por acabamentos exclusivos e contemporâneos que sustentam um programa em que leveza e claridade são predominantes

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A | Mesa lateral Tilos e sofá Coquille B | Banco Annam

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C | Escrivaninha Enzo D | Poltrona Qoph E | Aparador Greta

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A | Aparador Groot B | Mesa Chรก Trieste C | Poltrona Savona D | Sofรก Coquile

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G abriella Constantino, Nathália Abi-Ackel, e Raissa e Mayla Cavalcanti

Os saltos da mãe já estavam nos pés de Gabriella Constantino desde pequena. A estilista que, em 2014, fundou sua loja Prettynew, é adepta do consumo consciente, motivada pela ideia de que “podemos gerar um impacto mais positivo no mundo ao comprar uma peça de luxo bem feita e não algo fast-fashion que, com pouco uso, já não serve mais e é descartada, gerando mais poluição e desperdício”. Ela criou o e-commerce com o intuito de estender a oportunidade de uma via rentável de se desfazer de peças por algum motivo não mais utilizadas. “Por esse meio consigo reciclar a moda e atender o desejo de muitos, sem colocar um novo produto no mundo”. Apesar de trabalhar com marketing e buying, a paixão de Nathalia Abi-Ackel sempre recaiu sobre os acessórios. Criada em uma família de mulheres fortes e envolvidas com decoração e estética, o design era presença constante em seu dia a dia, e começou a trabalhar com isso depois de se mudar para Paris. Recebeu então o convite para fazer uma coleção com seu nome, e nascia assim a Abi-Project. A designer é fã dos maxis, mas suas peças variam muito de acordo com as inspirações, vindas, segundo ela, de mulheres com vidas reais, histórias fortes, estilo próprio e autenticidade. Além disso, ama os anos 1960 e 1970 – “mulheres como Diana Vreeland e Iris Apfel e a arte moderna e contemporânea sempre foram grandes inspirações!” Raíssa Cavalcanti, que é amiga de Gabriella e de Nathalia, comanda, ao lado da irmã Mayla e do irmão Leo, o Bolo da Ivone, batizado a partir da receita fabricada pela funcionária que está há 32 anos na família. “Um bolo fresquinho e artesanal com gostinho da nossa infância e que transmite a nossa história e essência”, dizem as irmãs, que, por acaso, são filhas de Maria Tereza. “Além de ser superempreendedora, a trajetória profissional dela de persistência e de seriedade nos estimulou a abrir nosso próprio negócio” dizem sobre a mãe. Alcançado o sucesso a partir das vendas do doce no café da família, as empresárias decidiram abrir uma empresa para retribuir todo o amor e carinho recebido por quem consideram como segunda mãe, que, aposentada, tem participação nos lucros da empresa.

..................................... Gabriella Constantino, Nathália Abi-Ackel, e Raissa e Mayla Cavalcanti @gaconstantinoleal prettynew.com.br @abi_project/@nathyabiackel abiproject.com @bolodaivone bolodaivone.com.br Aqui, as homenageadas com a poltrona Savona


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d ............................................. Fátima Madeira @fatimamadeira Na página ao lado, Fátima Madeira com a cadeira Jey

epois de ter feito uma releitura dos tempos áureos em que chapéus faziam a cabeça da sociedade, a designer de interiores Fátima Madeira pensou que o estilista por trás da marca Maison John & John seria um nome digno e propício a se celebrar em sua 5ª participação na Mostra Artefacto. Inspirada em João Batista da Silva, mineiro do Triângulo que chegou à Brasília em 1979 como cabelereiro e maquiador, e que, 20 anos depois, importaria chapéus gringos para seus primeiros desfiles fora do País, a profissional se fundamentou em tons neutros com alguns toques mais fortes realçando o requinte da decoração. Os acessórios de cabeça, hoje de aparições mais pontuais em algumas culturas e em determinados eventos pelo desuso ao qual rumou, foram símbolos bastante sintomáticos de suas épocas, sejam eles boinas ou fedora, e agora ressoam como artifícios de sofisticação e estilo. Para entrar nesse mood, a partir de uma base contemporânea com um leve acento clássico, Fátima pinçou cuidadosamente objetos que entram em harmonia com o estilo do nome de sucesso, como a cômoda Greta, destaque do quarto de 37 m². Por meio de adornos como o puff Lui II e a cadeira Filipa, criou uma composição refinada que certamente agradariam as mesmas damas da sociedade brasiliense que procuram pelos adereços exclusivos do estilista quando surgem ocasiões especiais.

Fátima Madeira



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Inspirada em João Batista da Silva, a profissional se fundamentou em tons neutros com alguns toques mais fortes realçando o requinte da decoração ......................................................................................................................

A | Cabeceira Maschio B | Poltrona Brant C | Criado Joker

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D | Mesa lateral Moon E | Cadeira Toledo F | Cômoda Greta

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A | Poltrona Brant B | Cabeceira Maschio C | Puff Lui II D | Mesa Lateral Moon E | Cadeira Filipa

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J oão B atista daSilva

Mineiro de Uberaba, João Batista da Silva chegou à Brasília de mudança com a família em 1969, quando já trabalhava como cabeleireiro e maquiador, profissões que aprendeu sozinho desde cedo. No fim dos anos 1980, em viagens ao exterior, começou a reparar nos acessórios que adornavam as cabeças dos caminhantes e, influenciado também pelos pais, sempre adeptos dos chapéus, importou os primeiros modelos de Nova York para seus desfiles de moda internacionais. Desenvolveu sua própria linha para locação e venda, que inclui de casquetes a barretes de materiais franceses, italianos e asiáticos. Conforme conta, ainda que nos Estados Unidos e na Europa os chapéus nunca tenham deixado a Moda, durante a Ditadura Militar brasileira, desapareceram, ficando restritos a alguns chapeleiros de grandes cidades. De uns anos para cá, porém, ressuscitaram. Um dos modelos de maior procura, segundo o nome-chefe da Maison John & John, especializada também em luvas, cabeleireiros e trajes para noivos, são os fascinators, visados principalmente para casamentos vespertinos e noturnos. Para esses modelos, diz Batista, busca referências nas andrômedas e nas nebulosas: “Se você vir as fotos da Nasa, são espetaculares. Me inspirei nelas”.

..................................... João Batista da Silva maisonjj.com.brr João Batista da Silva com puff Lui II


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a ............................................. George e Júlia Zardo @georgezardo @zardo.arqeeventos @juliakochzardo dizardo.com.br Na página ao lado, George e Júlia Zardo com a cômoda Ray

proximidade e o apreço por Paulo Araujo fizeram George e Júlia Zardo o elegerem como homenageado para sua 11ª participação na Mostra Artefacto. Pai e filha – ele, que com mais de 30 anos de atuação foi o maior incentivo e a maior inspiração para ela – extraíram a elegância da meticulosa e acertada alvura das paredes, dos pisos e do mobiliário da casa do estilista, colorida por apenas alguns pontos negros, para aplicar um P&B contrastante na mobília e nos objetos deste ambiente que carrega, ainda, um pouco de sua paixão por Paris e pelos criadores de estampas, tecidos e formas da Cidade da Luz. Para acomodar os suvenires, a vasta bibliografia de moda e o acervo de antiguidades do estilista, assim como em sua casa-ateliê, foi criado um loft de 150 m² sofisticado e moderno pensado para as funções concomitantes de morada e de ofício. Nele, a recepção de amigos e de clientes – que eventualmente se expressam nos mesmos indivíduos – é amparada por um living amplo com o elegante sofá Memory e uma grande mesa Asti, uma superfície adequada para realizar as tão únicas criações e fazer as detalhadas pesquisas de estilo e referência típicas de alguém que é também historiador. O ateliê é um espaço aconchegante, “com ar dramático e meio teatral”, como descrevem os arquitetos, e inclui, além de peças pessoais de valor afetivo, um guarda-roupa art decô arrematado por Araújo no Aux Puces que apresenta uma estética vintage repetida na sala de jantar por meio de um lustre também retrô. Mobiliário e objetos acabados em metal, como a mesa lateral Smukke e a moldura Creta, se destacam na decoração, e remetem diretamente ao luxo e à sofisticação propícios ao glamouroso mundo da Moda.

George e Júlia Zardo



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Foi criado um loft de 150 m² sofisticado e moderno pensado para as funções concomitantes de morada e de ofício

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A | Sofá Argand e mesa de centro Fontana B | Sofá Argand C | Cadeira Hirst D | Sofá Memory E | Coluna de jantar Asti

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F | Poltrona Arizona G | Chaise long Plein H | Cômoda Ray

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A | Comoda Ray B | Cadeira Jey II

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C | Moldura Creta D | Mesa de Centro Fontana E | Coluna de Jantar Rio F | Sofรก Memory

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P aulo A raujo

“Ele sabe fazer uma escada de 30 metros de largura para o meu vestido descer.” É assim que Paulo Araujo expressa o carinho, a sintonia e a confiança pelo amigo de longa data com quem primeiro se encontrou produzindo festas em jardins residenciais. A relação de mais de 20 anos com George Zardo o mune com segurança o suficiente para dizer que talvez não haja pessoa mais adequada (ou que o conheça tão bem) a ponto de acertar com precisão no espaço inspirado nele, para o qual cedeu peças e objetos únicos e pessoais. Quando foi promovido em sua carreira bancária e precisou de trajes mais formais para trabalhar, percebeu que a produção de ternos em Brasília era muito escassa – não demorou muito até que começasse a tramar os seus próprios. Após uma ou outra encomenda para amigos em uma época em que no emprego já não poderia alçar voos mais altos, enveredou-se de vez para a moda e, então, para a alta-costura. O tom branco quase dominante de sua casa pensado para que os holofotes recaiam unicamente sobre as noivas revela que Paulo não apenas é um profissional bastante humanizado, quanto que sabe muito bem adequar seu espaço físico e o mobiliário que o compõe às suas necessidades. Para ele, a afinidade com o amigo arquiteto vem muito do cruzamento entre os olhares com que regem suas profissões: ambos estão em uma sintonia no que diz respeito à proporção de argumentos e de volumes que, em trabalhos conjuntos, dispensa justificativas.

..................................... Paulo Araujo com a poltrona Arizona


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a ............................................. Gislaine Garonce @gisaarquitetura gisa.arq.br Na página ao lado, Gislaine Garonce com a cadeira Padded

sala de jantar foi revestida com a inspiração das peças criadas por Letícia Brasileiro e Thaiza Barros para a marca Laletá, que traz em suas estampas e formatos elementos expressivos da arquitetura e da cultura brasiliense que cativaram a arquiteta Gislaine Garonce, gaúcha de Santa Maria que se mudou para a capital federal com a conclusão dos estudos na Uniderp, em Campo Grande (MS), em 1999. Para o ambiente de aproximadamente 43 m², Gislaine, que há 15 anos comanda o escritório Gisa Arquitetura e há dois participa da Mostra Artefacto, ressignificou o modernismo característico de Brasília por meio do uso da textura em concreto nos painéis iluminados. A predominância dos tons de cinza e de nude que reforçam essa estética provém o espaço com aconchego, e as formas representadas por móveis como as cadeiras Padded e Flicker e pela poltrona Poline tiram partido das curvas da capital do País “tal qual nas estampas da coleção da Laletá e nas peças tão únicas da Artefacto”, comenta. As bases de mesa Crown, com suas curvas e formato de coroa, se destacam no ambiente, assim como a Catedral de Brasília chama atenção por sua peculiaridade e beleza.

Gislaine Garonce



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Formas representadas por móveis como as cadeiras Padded e Flicker e pela poltrona Poline tiram partido das curvas da capital do País

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A | Poltrona Poline B | Buffet Duet

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C | Coluna de jantar Crown D | Mesa componível Trevi E | Buffet Duet

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A | Cadeira Padded B | Moldura Cuba C | Coluna de Jantar Crown D | Aparador Hayden E | Mesa ComponĂ­vel Trevi

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L eticia Brasileiro e Thaíza Barros

O gosto por moda, maquiagem e penteados já era intrínseco na vida de Thaíza Barros quando decidiu se tornar estilista. Apoiaram-na nesta empreitada a tia e, posteriormente, a amiga Leticia Brasileiro, artista plástica e designer gráfica desejosa por novos voos com quem se juntou para fundar a Laletá. As amigas donas da marca de roupas se criaram em Brasília, presença latente em suas vidas e pela qual morrem de amores: “a cidade é moderna, é plástica, é linda, é patrimônio cultural da humanidade – tudo de que as artes precisam como fonte de inspiração”. Foram os passeios pela Praça dos Três Poderes, as viagens pela ponte JK e os olhares que cruzavam os cobogós das ultra-presentes construções modernistas que inspiraram nas amigas a produção de estampas que registram as formas, as cores, as luzes e os contrastes de uma terra marcada pela influência de migrantes e, ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento econômico do País. O trabalho característico e de bases vernaculares de estilista e designer serviram de referência criativa para a concepção de Gislaine Garonce na Mostra. “É o reconhecimento do nosso trabalho por uma arquiteta da cidade que integra o time da Artefacto, espaço importante para a arquitetura e o design brasiliense e brasileiro”, dizem.

..................................... Leticia Brasileiro e Thaíza Barros @laletabrasil laleta.com.br Leticia Brasileiro e Thaíza Barros com a poltrona Poline


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o ............................................. Larissa Dias @larissadiasporto larissadias.com.br

Na página ao lado, Larissa Dias e a mesa de centro Milpa

jogo entre volume e forma, os cheios e os vazios e a delicadeza de sutis transparências são artifícios percebidos nas criações de Martha Medeiros que não apenas encantam a arquiteta Larissa Dias, como a inspiraram na elaboração do living e do lavabo que demarcam os 55 m² de sua terceira participação na Mostra. A brasiliense, atuante no mercado há 14 anos, desde quando se graduou pela UnB, é fã do trabalho, da criatividade e do engajamento profissional da estilista, que se vale da mão de obra brasileira na elaboração das peças, “valorizando o trabalho das rendeiras nordestinas e dando sofisticação ao simples”, como acredita a arquiteta. Com a paz das areias de Maceió e a harmonia da paisagem nordestina como cenário, a proposta era criar um espaço rico em detalhes feito rendas, igualmente leves e delicadas. Assim, enquanto nas paredes foi aplicado o Mármore Branco Acrópole de coloração alva manchada por rajadas suaves em tons de cinza e bege claro que remete ao movimento do mar e da areia, no teto e na marcenaria a suavidade ficou a cargo de um tom de cinza claro. A estética rendeira pode ser vista na geometria e na oposição cheio/vazio formada pelos cobogós de madeira compondo painéis. Desenhos orgânicos e acabamentos mais naturais como em madeira e fibra, prevalecem no mobiliário de tons claros existente no ambiente, em que se encaixam com perfeição o trançado das irmãs poltrona e chaise long Kamari e do banco Arurog II, utilizado como mesa de apoio. “A intenção foi trazer o ar de uma varanda para um living elegante, com equilíbrio entre os elementos rústicos e sofisticados em um projeto contemporâneo e atemporal”, reforça Larissa.

Larissa Dias



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A intenção foi trazer o ar de uma varanda para um living elegante, com equilíbrio entre os elementos rústicos e sofisticados em um projeto contemporâneo e atemporal

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A | Mesa de centro Milpa B | Poltrona Kamari

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C | Aparador Hayden D | Mesa lateral Catalan E | Módulo Lian

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A | Poltrona Alvar B | Mรณdulo Lian II

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C | Mesa de Centro Oro D | Banco Arurog E | Poltrona Kamari

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Martha Medeiros

Os tons de marrom das falésias alagoanas em que nasceu Martha Medeiros acompanharam seu crescimento pessoal e também na profissão: o interesse pelas cores emanadas da paisagem nordestina incitado pela avó permaneceu vívido na memória da garota que aprendeu a costurar com roupas de boneca. Martha não só não se esqueceu da imponência dos elementos, como os usa de referência para a criação de suas peças em que se destacam as rendas, produzidas por artesãs de comunidades do Nordeste com quem mantém uma relação estreita por meio do Projeto Olhar do Sertão, do instituto que leva seu nome. O material que a consagrou para além dos ateliês, um dos mais refinados do artesanato nacional, representa também a exclusividade de cada peça de roupa, uma vez que não só é resultado de um processo de produção demasiadamente trabalhoso, como imprime, em diferentes tramas, a assinatura de cada artesão. A estilista, que já embarcou seus modelos para as vitrines de butiques reconhecidas de diversas capitais e é hoje um nome emérito na historiografia da moda mundial, depois de fundar sua marca em 2004 e abrir sua primeira butique em São Paulo cinco anos depois, partiu para os mares antes inexplorados da decoração – a linha Home, com produtos tanto para casa quanto para festas, sobretudo de casamento, também tem o tecido delicado como carro-chefe.

..................................... Martha Medeiros @marthamedeirosreal marthamedeiros.com.br


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m ............................................. Maai Arquitetura @maaiarquitetura maai.com.br

Na página ao lado, o trio da Maai Arquitetura com o banco New Serengeti

ônica Pinto, Arnaldo Pinho e Isabel Veiga, integrantes do trio que comanda o Maai Arquitetos Associados, acreditam no potencial de Luísa Farani de representar Brasília nacionalmente. O talento e o crescimento constante do trabalho da estilista, um dos nomes de sucesso gravados na categoria Moda da “Forbes Under 30” deste ano, inspiraram os arquitetos a criar um ambiente de 93 m² para uma jovem profissional em ascensão. Por meio de linhas retas e peças modernas, foi elaborado um refúgio jovial e despojado, sustentado por ambientes abertos e integrados, que abraça um grande espaço para receber, contemplar, criar e viver. O forte do recinto, segundo a equipe, são os brises em concreto criados para permitir a entrada de luz natural – “eles lavam a parede de destaque, realçando o minimalismo do espaço”, descrevem os arquitetos, que há pouco mais de três anos se uniram com a ideia de agregar conhecimentos e experiências. Mônica, formada pela Universidade Federal da Bahia em 1994, Arnaldo, egresso do Centro Universitário de Brasília em 2011, e Isabel, que em 1995 concluiu o curso na UnB, extraíram o melhor de cada experiência no mercado de arquitetura e interiores em Brasília e fundaram o MAAI. Em sua sétima participação na Mostra, o grupo aposta em peças como os cheios-de-curvas sofá Argand, mesa lateral Moon e poltrona Megan

Maai Arquitetura



A

Foi elaborado um refĂşgio jovial e despojado, sustentado por ambientes abertos e integrados

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A | Cabeceira Tribeca B | Banco Topkapi C | Mesa lateral Moon e mesa de centro Aprilic

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D | Poltrona e puff Megan E | Mesa lateral Creta F | Cadeiras Liguria

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get the look

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A | Cabeceira Tribeca B | Cadeira Liguria C | Coluna de Jantar Moon

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D | Mesa de Centro Pandia E | Sofรก Argand

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L uisa Farani

“Quando era pequena, eu falava para todo mundo que seria uma de duas coisas: diretora de cinema ou estilista”, relembra Luisa Farani, para quem a moda, hoje seu universo profissional, foi fundamental desde a infância. O trabalho dos pais, diplomatas, que os fazia mudar de País a cada três ou quatro anos, ajudou-a a se adaptar às diferentes terras em que viveu e a se interessar pelo estudo das cores, das formas e dos tecidos. “Entendi rapidamente que a moda era também construção de identidade, uma ferramenta para me apresentar e mostrar quem eu era diante de uma nova cultura, escola, cidade. Poderia até chegar num lugar novo sem nem falar a língua, mas eu era ‘fluente’ em moda. Isso nunca me falhou.” Ainda que tenha aportado em lugares como Inglaterra, China e Itália, a capital federal é uma das maiores influências da estilista, que se diz apaixonada pela cidade “com o céu mais lindo do mundo” e por suas heranças culturais e artísticas marcadas por Niemeyer, Lúcio Costa e Burle Marx, inspirações constantes. “Até porque, como na moda, a arquitetura é um estudo de texturas, proporções, volumes, formas e cores. Os processos criativos são diferentes, mas, como tudo que é artístico, as ferramentas são semelhantes”, diz. Quando abriu junto à sócia e irmã Paula Farani a loja pop-up no Iguatemi Brasília, recorreram ao pessoal da Maai, que desenhou um projeto que fosse exatamente o número não só das duas, como do DNA da marca e, mais ainda, das clientes. “Me sinto honrada em ter sido convidada por um escritório que respeito tanto. Acho o trabalho deles exemplar”, diz Luísa, que ficou muito feliz com o que viu – um espaço contemporâneo, chique e despretensioso.

..................................... Luisa Farani @luisafarani luisafarani.com Luisa Farani com a mesa lateral Moon


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é ............................................. Marcela Passamani @marcelapassamaniarquitetura marcelapassamani.com.br Na página ao lado, Marcela Passamani com a mesa lateral Safari

por meio de linhas retas e de traços contemporâneos amparados por materiais naturais que Marcela Passamani há mais de 10 anos edifica seus programas. A arquiteta e urbanista, que tem como mote potencializar os resultados positivos advindos das mudanças das construções solidificadas, desenvolve projetos de arquitetura e de interiores, sejam eles residenciais e comerciais. Em sua terceira participação na Mostra, ficou responsável por desenhar uma sala de jantar, de estar e um dormitório em um loft de 56 m² com a cara de Letícia Gonzaga. A estilista de quem é cliente, segundo Marcela, desenvolve peças que “combinam muito com o estilo da brasiliense – roupas sofisticadas, com um corte impecável e muito confortáveis”. A mescla entre o contemporâneo e o rústico originária das principais padronagens utilizadas por Letícia, o linho e a seda, compõem um equilíbrio de agrado da arquiteta, que aqui pensou no conceito de um “cozy space”. Para seguir essa linha mais aconchegante, colocou um sofá City complementado por poltronas Russell e Lounger Giratória e uma mesa de jantar com uma trabalhada coluna Catalan que, feita em madeira, insere um pouco de rusticidade no ambiente. Para Marcela, a mistura entre esses estilos funciona muito bem, “pois alia elegância e sofisticação ao aconchego e ao conforto, necessários para a humanização do ambiente” diz.

Marcela Passamani



A

A mescla entre o contemporâneo e o rústico compõe um equilíbrio de agrado da arquiteta, que aqui pensou no conceito de um cozy space

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A | Cadeira Bonheur B | Cômoda Zion

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C | Poltrona Russel D | Cama Brasília E | Buffet Kainz

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get the look

A

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A | Cama Brasília B | Puff Annecy C | Sofá City II D | Coluna de Jantar Catalan E | Poltrona Russel

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E


Letícia Gonzaga

Está no DNA: a curiosidade e paixão pela moda que futuramente levariam Letícia Gonzaga a criar sua própria marca de roupas vêm de uma infância em que acompanhava de perto as criações da mãe numa pequena confecção instalada em sua casa. Com destaque para a camisaria de cortes bem acabados, suas coleções são hoje produzidas em tecidos puros como seda, algodão, linho e tencel, às vezes agregados a tendências da estação como lurex e veludo, e costumam ter sempre um destino especial como referência – a atual, por exemplo, foi inspirada no chileno Atacama, representado por meio de cores e estampas das paisagens do deserto. Letícia é bastante próxima e participativa: acompanha de perto a linha de produção por gostar de estar presente em todas as etapas e adora montar looks para suas clientes na loja. Foi assim que conheceu Marcella Passamani, de quem se diz apaixonada pelos projetos. “É muito bom quando existe esse casamento: fico feliz pela admiração dela pelo meu trabalho, porque é o mesmo que sinto por ela.”

..................................... Letícia Gonzaga @atelie_leticiagonzaga leticiagonzaga.com.br Letícia Gonzaga com a poltrona Russel


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é ............................................. Na página ao lado, Márcia Montenegro com a poltrona Desert

a sétima vez que Márcia Montenegro apresenta seu trabalho na Mostra Artefacto de Brasília, cidade que entre 2004 e 2005 acolheu a profissional nascida no Acre e graduada no Rio de Janeiro. A arquiteta e urbanista, que tem “determinação” como palavra-guia, objetiva todo o tempo o real entendimento do programa exigido, e faz disso um desafio. Para prestar a devida homenagem à estilista Débora Mangabeira, Márcia conduziu para o home theater de 40 m² a alegria e a elegância da marca, eleita pelo “bom gosto e estilo apuradíssimo”. “É uma estilista que foge das obviedades, com uma moda jovial e contemporânea. Sinto um paralelismo enorme entre nossos trabalhos”, diz. No espaço, bastante atual, um grande painel iluminado em madeira natural freijó, criação autoral e personalizada para a ocasião, dá a diretriz do layout final, além de valorizar a mobília e a monocromia dos tons escolhidos para peças como o conjunto de módulos e puff Maddox, a poltrona Desert e a mesa de centro Nepal. Entrou na criação do ambiente como elemento surpresa a participação do artista plástico e muralista paulistano Marcos Baru, que tem uma parceria exclusiva de estampas com Débora e viajou a Brasília especialmente para pintar um mural no teto e na parede inspirado na primeira estampa da estilista, desenvolvida por ele. “Desta forma, nós revitalizamos o conceito modernista de integração entre as artes, no caso, arquitetura, moda e artes plásticas”, explica a arquiteta.

Márcia Montenegro



A

O projeto valoriza a mobília e a monocromia dos tons escolhidos para compor um ambiente super atualizado

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A | Mesa de centro Nepal B | Mesa de chá Hanna

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C | Poltrona Desert D | Módulo Maddox E | Módulo Maddox

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get the look

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A | Mesa de Centro Nepal B | Mesa de Chรก Hanna II C | Poltrona Desert D | Mesa Lateral Star II E | Mรณdulo Maddox

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D ébora Mangabeira

“Foi a cidade de Milão que me introduziu oficialmente no mundo da moda”, conta Débora Mangabeira, em quem sempre existiu o interesse pela criação e pela possibilidade de uma expressão autônoma. “Fui criada com liberdade de escolhas, sem pressão por nenhuma carreira específica, mas foi ali que me deparei com a loucura do mundo da moda e seu universo apaixonante.” Foi amor à primeira vista. A estilista, homenageada eleita de Márcia Montenegro, tem mesmo os dois pés nas artes: cresceu em família de arquiteto. Além de seu irmão, atuante em um grande escritório da cidade, ter fornecido inspiração e influência para muitos de seus trabalhos, a DM desde 2012 extrai bastante do que vem das ruas, da arquitetura e de suas linhas e incorpora em peças de estampas mais lisas e gráficas. A vida, por si só, já é uma fonte de referência em potencial para a estilista formada em Fashion Design pelo Instituto Marangoni, de Milão: “Qualquer pequena parte do meu dia pode servir de inspiração para minhas criações, desde uma xícara de chá, até um lindo prédio. A maior das inspirações vem de dentro”, entrega.

..................................... Débora Mangabeira @deboramangabeira deboramangabeira.comr Débora Mangabeira com o banco Tappo II e a mesa lateral Star II


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d ............................................. Nardim Júnior @nardimjr nardimjuniorhome.com.br Na página ao lado, Nardim Júnior com a cadeira Jey II

esde 1997, quando estabeleceu seu estúdio de arquitetura e interiores, passando por 2004, época em que começou a desbravar, com sua loja homônima, o setor de decoração, o bom gosto e o requinte de Nardim Júnior ao pinçar objetos colocam-no entre os destaques do setor em Brasília. O paulista se formou em Arquitetura pela UnB em 1987, seis anos após se mudar para a cidade que o encantou pelas curvas modernistas de Niemeyer e Lúcio Costa. Conhecido pelas criativas e esmeradas vitrines de sua loja construída em um prédio autoral de arquitetura contemporânea, o arquiteto e urbanista elegeu a estilista de haute couture Amanda Guerra como sua musa inspiradora para a oitava participação na Mostra Artefacto. A qualidade das peças de sua cliente serviu de referência para a produção de um ambiente dinâmico e elegante que mistura elementos rústicos, clássicos e contemporâneos. “Arrojado”, como classifica Nardim, que pontuou o espaço com peças como a poltrona Heritage e a mesa de chá Giarre. É justamente a harmonia entre os estilos que, segundo o arquiteto, se destacam na sala de estar e de jantar.

Nardim Júnior



A

Um ambiente dinâmico e elegante que mistura elementos rústicos, clássicos e contemporâneos

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A | Cadeira Jey B | Cômoda Greta

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C | Poltrona Heritage D | Buffet Greta E | Sofá Savana

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get the look

A

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A | Abajur Venice B | Biombo Philipe C | Mesa de Chรก Giarre

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D | Mesa de Centro Everest E | Comoda Creta F | Sofรก Savana

E

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A manda Guerra

A arte, os trabalhos manuais e tudo o que estimulasse a criatividade e que sempre fizessem brilhar os olhos da estilista Amanda Guerra, carioca de sangue e brasiliense de coração, despertaram-na, mais tarde, para o gosto pela moda e, logo depois, pela alta costura. Para Amanda, as habilidades das agulhas e a da organização e planejamentos de espaços coexistem no universo das artes, e, responsáveis pela elaboração de designs diferenciados e inovadores, criam peças concomitantemente exuberantes e funcionais, quem sabe até com influência mútua. A casa que divide com o marido é um projeto do arquiteto e amigo da família Nardim Júnior, quem a homenageou com salas de estar e de jantar que, assim como os vestidos de noiva que caminham entre os clássicos modelos volumosos e os mais minimalistas, mesclam estilos. “Me sinto honrada por ele ter se inspirado em mim ao criar um espaço em uma Mostra com que me identifico tanto”, diz a estilista, que tira da beleza – seja de um tecido, de um sonho, ou de uma conduta – as referências para suas peças elegantes e sofisticadas. ..................................... Amanda Guerra @amandaguerraatelierr

Amanda Guerra com a cadeira Byron e a mesa de chá Giarre


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c ............................................. Vanessa Rosset @rosset.arquitetura Na página ao lado, Vanessa Rosset com a Pipo Chair

rescer em Brasília é crescer com Brasília.” O mote que inspirou a equipe de Vanessa Rosset na elaboração de seu ambiente inaugural na Mostra Artefacto é o que guia a brand Akihito Hira, comandada pelo estilista de mesmo nome junto a Júlio Andrade, na direção de materializar a cidade de costumes emprestados e sotaques diversos na Moda. “Uma marca brasiliense com estilo arrojado e de vanguarda”, como define a arquiteta, formada em 2001 pela UnB, que se baseou na aliança entre desconstrutivismo e traços urbanos como elemento-chave no processo criativo dos estilistas para retratar, a partir do que são as peças, uma mistura de materiais, cores e texturas de forma sofisticada e elegante. As características próprias de movimento e de profundidade das peças de alfaiataria são trazidas ao ambiente por meio dos elementos componentes da parede de cimento branco, e pela caixa de concreto que emoldura a estante em linhas retas e desencontradas, o que considera o destaque do ambiente. Segundo Vanessa, ainda, as diversas camadas e composições das peças dos estilistas podem ser reconhecidas por meio das incríveis sinuosidades da poltrona Pipo e pela interferência de alturas das mesas de centro Eduardo e Vulcan. Outros highlights ficam por conta das poltronas Brasília e do sofá Austral em cores sóbrias e tecidos naturais. Tons de cinza e branco compõem a paleta de cores, que reflete não apenas a sobriedade e elegância da marca, mas também fazem referência artsy à arquitetura e ao urbanismo brasilienses.

Vanessa Rosset



A

Tons de cinza e branco compõem a paleta de cores e fazem referência artsy à arquitetura e ao urbanismo brasilienses

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A | Poltronas Brasília B | Bancos Cocoon C | Escrivaninha Tower

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D | Aparador Rio E | Poltrona Pipo F | Mesa de centro Eduardo

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C

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get the look

A

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A | Cavalete Tower B | Banco Tappo II C | Poltrona Pipo

C

D | Mesa de Centro Eduardo E | Poltrona BrasĂ­lia

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Akihito Hirae Júlio Andrade

Akihiro Hita e Júlio Andrade se mudaram para Brasília egressos de Adamantina (SP) e de Manaus (AM), respectivamente, com vidas totalmente diferentes: foi na capital do poder que então adotaram como lar que o analista de sistemas e o gestor financeiro decidiram juntar o bom gosto pela moda masculina para, em uma transição que durou três anos, dar à luz a marca que leva o nome do primeiro. O clima, o meio e arquitetura brasilienses, segundo os estilistas, fazem parte da identidade e do conceito da brand Akihito Hira, que surgiu a partir de um projeto enviado pelos amigos para o evento Capital Fashion Week para suprir uma demanda mercadológica por roupas para o gênero masculino que fugissem da ideia do tradicional e que, ao mesmo tempo, tivessem a presença da alfaiataria. A desconstrução em que miraram “seria uma subversão da alfaiataria clássica; um novo olhar para o vestir masculino contemporâneo”, explicam. “Cortes, recortes, modificação de posição, questionamento de formas.” A relação com Vanessa, a quem conheceram para a realização da Mostra, foi de paixão à primeira vista. “Uma profissional exemplar que conseguiu traduzir exatamente nossa identidade como marca no ambiente proposto à Artefacto. Ficamos extremamente lisonjeados em representar Brasília no circuito do design Brasileiro e desejamos que a Mostra seja um sucesso!”

..................................... Akihito Hira @akihitohira akihitohira.com.br Akihito Hira e Júlio Andrade com a poltrona Brasília


80

o ............................................. Walléria Teixeira @walleriateixeira walleriateixeira.com.br Na página ao lado, Walléria Teixeira com o criado Gio

impulso para a Arquitetura e para a Decoração partiram de dentro da casa de Walléria Teixeira: foi sua mãe, formada em Belas Artes, que sempre incentivou o lado sensitivo e artístico da arquiteta, formada pela PUC de Goiânia em 1993 e estabelecida na terra candanga desde 2001. A partir de um processo criativo rotineiro que inclui croquis, maquetes, desenhos executivos e o detalhamento de interiores, mirou na afinidade com o trabalho de Silvia Badra para desenhar um living de 50 m² com espaço para criação em sua 5ª participação na Mostra. “Ela é uma designer de joias contemporânea e atemporal. Temos um trabalho parecido, apesar de estarmos em atividades diferentes”, diz a profissional, adiantando o viés estético que projetou amparada por peças da Artefacto que fazem parte de seu dia a dia na loja e enveredam para os tons de beges, nudes e preto. A arquiteta, cujas principais influências caminham entre o conhecimento acadêmico e uma maneira particular de enxergar as formas de se viver, inseriu no recinto, ainda, pontos em metal dourado, destaque do espaço referente a um dos principais materiais de trabalho da artista. “O projeto, como um todo, é uma grande fusão de texturas, mas totalmente ligado ao natural e à pureza das formas”, completa, o que é percebido por gravuras de Burle Marx e pelo jogo entre linho, couro, pele e madeira que preenche o espaço, leve, com aconchego, conforto e sofisticação.

Walléria Teixeira



A

O projeto, como um todo, é uma grande fusão de texturas, mas totalmente ligado ao natural e à pureza das formas

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A | Módulo Plein B | Poltrona Marseille

82 83

C | Puff Nick D | Chaise long Plein E | Poltrona Ricci

B


C

D

E


get the look

A

A | Poltronas Ricci B | Mesa de Centro Vulcan C | Cadeira Nikaia D | Criado Gio

B

E | Mรณdulo Plein

C

D

E

84 85


Silvia Badra

Multifacetada, Silvia Badra é uma psicóloga especializada em psicanálise que já se aventurou pelos temperos e sabores da gastronomia antes de firmar morada no design de joias. Tendo encontrado a plenitude na criação de formas e objetos, fundou e estabeleceu sua marca, a Atelier D’Or, no Lago Sul de Brasília, a partir da experiência adquirida no varejo da alta-joalheria. Em suas peças trabalha por meio de um processo de criação totalmente artesanal acompanhado pelo prazer de ver tomar forma e brilho as pedras brutas, incentivada em partes por reminiscências do estudo da psiqué humana que a tornaram aberta e atenta para a relação do sujeito com o outro e o que, por uma espécie de “escuta clínica”, transfere para seu trabalho como designer. Conforme acredita, “os cortes e as lapidações, tanto nos objetos como na palavra, têm o poder de ressignificar, repaginar ou construir novas formas também no desejo emergente de cada cliente”. É com essa visão de que “objetos estão recheados de sentidos e histórias que marcam a vida de uma pessoa, e é isso que os faz verdadeiramente preciosos” que Silvia cria suas peças exclusivas.

..................................... Silvia Badra @silviabadra ateliedor.com.br Silvia Badra com a cadeira Padded


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f ............................................. Yeda Garcia yedagarcia.com.br Na página ao lado, Yeda Garcia com a banqueta Kami

oi a qualidade do design e das tramas das peças em couro de Elisa Atheniense que inspirou Yeda Garcia na criação deste home office para a Mostra Artefacto Brasília, da qual participou em todas as edições. “Fiz essa escolha porque, além de produtos de moda, ela também se dedica à criação de peças de decoração”, explica a arquiteta formada em Arte Decorativa pela Universidade Federal do Espírito Santo, em Arquitetura e Urbanismo pela UnB e fundadora da Associação Brasiliense de Designers de Interiores (Abradi). Aqui, a área de trabalho se conecta a um ambiente de estar em que pode receber amigos e clientes. O ambiente, contemporâneo, foi composto dentro de uma palheta de cores dos tons ferruginosos e outonais em alusão ao couro, matéria-prima da designer, e é definido por um arrojado biombo formado por peças de desenho geométrico, que dividem a ambientação de peças tais quais os sofás Colman e Antique. Essa estética formal se repete em peças de cobre, desenhadas pelo escritório de Yeda, que fazem uma interessante intervenção em duas paredes. Obras do mineiro Fernando Velozo, também com predominância geométrica, complementam a decoração para fechar a estética de Yeda com chave de ouro.

Yeda Garcia



A

A área de trabalho se conecta a um ambiente de estar contemporâneo, composto dentro de uma gama de cores em tons ferruginosos e outonais

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A | Sofá Majestic

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B | Poltrona Wiggins C | Sofá Colman D | Banco Pure

B


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get the look

A

B

C

D

A | Mesa de Centro Yego B | Poltrona Liberty C | Mesa Lateral Croma D | Banco Pure E | Sofรก Antique

E

90


E lisa Atheniense

Elisa Atheniense, que já conhece de perto a Mostra Artefacto por trabalhos com as arquitetas Débora Aguiar e Patricia Anastassiadis, reaparece nesta edição como homenageada. A estilista foi eleita por Yeda Garcia, a quem conheceu por intermédio de uma outra amiga do meio, para servir de referência para a elaboração de um living que estampa cores e materiais que se encaixam com primor no estilo da profissional da moda de fundir e entremear materiais. As bolsas e os acessórios que há pelo menos 20 anos recebem sua assinatura, hoje estendida também para linhas de puffs e office, são todos feitos por um processo 100% artesanal em couro e tramas – Elisa tem uma queda por materiais e referências naturais. A vida longeva na moda não a isenta de se interessar por aprofundar os estudos sobre o assunto e, mais ainda, sobre como expandi-lo para sua linha home. O intercâmbio com as roupas e as mobílias da casa acontece também em grande parte por influência do marido, arquiteto, com quem já foi para feiras e eventos de onde pôde adquirir conhecimento sobre novos processos e tecnologias – os melhores revestimentos de parede diz ter visto serem feitos em curtumes. É dessas viagens que aproximam contato com o diferente, também, que extrai suas maiores inspirações: paisagens, hábitos culturais, universo das etnias e elementos da arquitetura.

..................................... Elisa Atheniense @elisaathenienseoficial elisaatheniense.com.br



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