Revista Artefacto Curitiba 2018

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mostra decor + cinema 2018 CURITIBA


su má rio

MOSTRA DECOR + CINEMA

Vinte escritórios de renome se valem da Sétima Arte como inspiração para seus ambientes

ARTEFACTO EDITION 2018

Patricia Anastassiadis – arquiteta e consultora de produtos da marca – revela as novas estrelas da linha de móveis

LAWRENCE DA ARÁBIA, POR ANA LETÍCIA VIRMOND

Texturas e tonalidades atuais são transpostas em ambientação inspirada nas tendas arábicas

WES ANDERSON, POR ANDRÉ BERTOLUCI

Simetria do cineasta estadunidense conduz o loft contemporâneo de tonalidades sólidas

SOB O SOL DA TOSCANA, POR ANGELA CHINASSO E ANDRÉA VIANNA Duo desfila jardim de 80 metros quadrados repleto de estímulos visuais, olfativos e sensoriais

BONEQUINHA DE LUXO, POR ANNA LETYCIA LOYOLA

Arquiteta busca no clássico sessentista a inspiração para espaço feminino e bastante atual

GRACE DE MÔNACO, POR CAROLINE ANDRUSKO

Contraponto entre o luxo e a naturalidade da atriz e princesa americana dá o tom do loft

COCO ANTES DE CHANEL, POR CYMARA, CAMILA E JACY EBRAHIM Sala de jantar, living e lounge evidenciam relação entre design de interiores e moda

INVASÃO DE PRIVACIDADE, POR DANIELE VIESSER VALENTE

Mansão ultracontemporânea da trama consolida o conceito do layout de espaços interligados

CASABLANCA, POR ELAINE ZANON E CLAUDIA MACHADO

Muxarabi metalizado marca os interiores essencialmente marroquinos e românticos

COMER, REZAR, AMAR, POR ELIZA SCHUCHOVSKI

Ambientação sugere uma viagem direta e sem escalas aos cenários paradisíacos de Bali

SETE DIAS COM MARILYN, POR GISELE BUSMAYER E CAROLINA REIS Musa hollywoodiana empresta sua delicadeza ao quarto com home office e sala de tv

007 – OPERAÇÃO SKYFALL, POR JAQUE ZENI E BIANCA YUMI

Lounge evidencia contraposição de tons neutros com matizes quentes e texturas brutas

SONHOS, POR JAVIER GODINO

Ambiente de 50 metros quadrados propõe experiência sensorial e estética da cultura nipônica

O CARTEIRO E O POETA, POR JAYME BERNARDO E GLEI TOMAZI Paisagens de um pitoresco vilarejo siciliano servem de referência para o living

MISSÃO IMPOSSÍVEL – PROTOCOLO FANTASMA, POR JOCYMARA NICOLAU E ANDRÉA POSONSKI

Composição se vale do luxo do hotel projetado pelo estilista Giorgio Armani em Dubai

......................................................................................... Capa e ensaio: Memorial da América Latina Direção criativa: Allex Colontonio e André Rodrigues Fotografia: Salvador Cordaro Moda: Marcio Banfi Make: Renan Tavares Hair: Eliseu Santana Modelo: Talita Stroher (Elo Management) Produção executiva: Karina Pascini Na capa e página ao lado: Vestido Thierry Mugler (acervo Marcio Banfi) Anel Eleonora Hsiung Sandálias Santa Lolla Poltrona Carrie, Artefacto Editions 2018 por Patricia Anastassiadis Agradecimentos: Fundação Memorial da América Latina

COMO ÁGUA PARA CHOCOLATE, POR JULIANA MEDA

Sensação de amplitude + funcionalidade ditam living com adega, espaço gourmet e jardim

O DIABO VESTE PRADA, POR MARGIT SOARES

Espaço atesta narrativa interessante da moda e dos interiores na mesma intensidade

VICKY CRISTINA BARCELONA, POR PRISCILLA MÜLLER

Memória afetiva da arquiteta e dos cenários do longa são personificados no sofisticado composé

THE POST, POR SAMARA BARBOSA

Atmosfera clean reverbera no layout que resgata referências da redação do jornal

SEX AND THE CITY, POR SUELEN PARIZOTTO

Lifestyle do principal personagem masculino do enredo contagia o espaço com elegância

MEIA NOITE EM PARIS, POR VIVIANE LOYOLA

Estar evidencia elementos clássicos que remetem à Cidade-Luz dos anos 1920

e x p e d i e n t e

3 10 32 40 48 56 64 72 80 88 96 104 112 120 128 136 144 152 160 168 176 184

PROJETO E REALIZAÇÃO Allexincasa Edições Ltda (Allex Colontonio + André Rodrigues) CONTATO COMERCIAL (11) 3897 7000 patrocinios@artefacto.com.br COLABORADORES Ailton Alves, Anderson Buth, Cristina Negreiros, Dorival (China), Edgard Cesar, Edison Garcia, Fernanda Vello, Gabriel Angelo, Karina Pascini, Marco Antonio, Meire Silva, Renan Tavares, Salvador Cordaro e Vinícius Diefenbach


MOSTRA DECOR + CINEMA 2018 Grandes nomes da arquitetura e dos interiores apresentam espaços para sonhar e se inspirar a partir dos clássicos – e novos clássicos – do cinema



Os tempos mudam cada vez mais rápido e a Artefacto, com o compromisso de se manter atualizada para superar as expectativas dos nossos clientes e amigos, continua apostando na evolução da tradição. Para isso, interpretar a casa contemporânea e os novos hábitos de consumo, assim como fazer um uso mais racional dos recursos ambientais em cada etapa da construção de uma peça, é tão fundamental quanto a valorização do fatto a mano, principal característica do DNA Artefacto, que aposta alto na integridade do desenho e no respeito aos designers com produtos totalmente patenteados. Para abrir a nova temporada da Mostra pioneira no segmento que virou evento disputado entre as grandes expos de decor no Brasil, desta vez escolhemos como tema a Sétima Arte. Os blockbusters definitivamente transbordaram das salas públicas de exibição para o universo doméstico, quase que simultaneamente. Com a chegada do streaming on demand de gigantes como Netflix, Apple TV e Hulu, as sessões privês estão cada vez mais em alta. Sem falar que, do ponto de vista estético, o cinema também é um dos principais canais de inspiração para arquitetos e designers de interiores, já que retrata o comportamento humano como nenhum outro. Nas próximas páginas, além de apresentar o mobiliário da Artefacto Edition 2018, pelo quarto ano consecutivo sob o olhar de Patricia Anastassiadis, queridos e talentosos profissionais de Curitiba (Ana Letícia Virmond, André Bertoluci, Angela Chinasso e Andréa Vianna, Anna Letycia Loyola, Caroline Andrusko, Cymara, Jacy e Camila Ebrahim, Daniele Viesser Valente, Elaine Zanon e Claudia Machado, Eliza Schuchovski, Gisele Busmayer e Carolina Reis, Jaque Zeni e Bianca Yumi, Javier Godino, Jayme Bernardo e Glei Tomazi, Jocymara Nicolau e Andréa Posonski, Juliana Meda, Margit Soares, Priscilla Müller, Samara Barbosa, Suelen Parizotto e Viviane Loyola) desfilam seus ambientes inspirados em campeões de bilheteria que certamente ajudam a contar várias histórias – a deles, a nossa e, sem dúvidas, a sua. Enjoy!

edi to rial

............................................. Paulo Bacchi @pauloartefacto

Decor + Cinema

@artefactooficialbrasil @artefactomiami artefacto.com.br


Ornare apresenta sua coleção na Mostra Artefacto Curitiba nos ambientes de Anna Letycia Loyola, Juliana Meda e Priscilla Muller. A coleção Wide Line, assinada por Ricardo Bello Dias e Studio Ornare, apresenta novo conceito, materiais e acabamentos exclusivos. Showroom Curitiba Al Dr Carlos de Carvalho, 555 · Cj 51/52 · (41) 3121.2723


wide line collection


Respeitando a integridade do desenho e levando a assinatura brasileira para o mundo.


Produtos patenteados


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11 Com rigor artesanal e look antiefêmero, Artefacto Edition 2018 passeia despretensiosamente por questões contemporâneas e formas etéreas

Manufatura atemporal

............................................................................................................ Na cena, Talita Stroher veste casaco Thierry Mugler (acervo Marcio Banfi); anel Eleonora Hsiung; calça Youcom; sapatos Santa Lolla. Módulos Escape, poltronas de base giratória Carrie e mesas componíveis Carlo. Produtos patenteados Artefacto®


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..................................... Estante Maurice


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..................................... Criado-mudo Constantin Na pรกgina ao lado, buffet Constantin


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.......................................................................... A modelo Talita Stroher veste camisa Morena Rosa; calรงa Gucci (acervo Marcio Banfi); e brincos Rommanel retratada sobre os mรณdulos Kubrick


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......................................... Registro da mesa Alderaan, que leva tampo Terrazzo Nero


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..................................... Criado-mudo Mute Na pรกgina anterior, acima, escrivaninha Ginza

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..................................... Cadeira Hara


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Agradecimentos: Fundação Memorial da América Latina

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........................................................................................... Sofá Solo Na página ao lado, Talita Stroher com vestido Thierry Mugler (acervo Marcio Banfi); anel Eleonora Hsiung; e sandálias Santa Lolla fotografada com a poltrona Carrie


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Razão e sensibilidade Da mistura fina de técnicas e materiais em leituras que partem do brutalismo ao futuro mais avant-garde, Patricia Anastassiadis explora novos territórios com o bom e velho rigor artesanal da Artefacto

Desde que assumiu a consultoria de produtos da Artefacto, há quatro anos, Patricia Anastassiadis, um dos maiores nomes da arquitetura do País, mirou na evolução da tradição. “O DNA da Artefacto sempre buscou um padrão de excelência internacional, com as melhores matérias-primas e um rigor artesanal raro na indústria. É assim que a marca vem construindo uma história de mais de quatro décadas. Desde que assumimos o front dos lançamentos, procuramos valorizar ainda mais esse legado, em formas que buscam a atemporalidade, já que um móvel não é um bem de consumo efêmero e, muitas vezes, chega a atravessar gerações”, conta a arquiteta. Para a Artefacto Edition 2018, Patricia, que acredita que “quando se perde a sensibilidade daquilo que é feito à mão, a civilização corre um risco”, se vale de temas atuais relevantes compartimentados em quatro caminhos (Primitivo, Fiber Lab, Campanha e Space) para delinear o mobiliário, elevando o discurso – e o curso – do design a um novo patamar de importância cultural, com leveza e sem nenhuma pretensão. “Não há aqui um storytelling

forçado para justificar esta ou aquela curva, este ou aquele traço. A inspiração-chave da nova coleção como um todo é o próprio ser humano, suas interações entre si e com o meio ambiente – um resgate daquilo que é verdadeiramente essencial inclusive dentro de casa”, contextualiza. “E graças a essa proximidade com os processos fabris e com o DNA do brand alcançamos maior maturidade na mistura dos materiais, com uma ousadia pé no chão que busca a originalidade sem comprometer fundamentos da mobília, como a ergonomia e a plasticidade enquanto extensão do próprio hábitat, do invólucro arquitetônico.” Do primitivo/vernacular ao retro-futurismo, do artesanato fatto a mano ao utilitarismo da vida nômade e sem fronteiras, os moods da nova coleção traduzem muito mais do que tendências de um segmento – são statements de uma marca protagonista e alinhada com o seu tempo, que plasma na manufatura de seus mobiliários as técnicas clássicas, as tecnologias de ponta e uma razão de ser que começa e termina no conforto, em todas as suas vertentes.


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.................................................. A arquiteta Patricia Anastassiadis, que assina a consultoria de produtos Artefacto, clicada sobre poltrona Carrie


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MOODS ARTEFACTO EDITION 2018

Primitivo

Fiber Lab

O ser humano e a sua intensa relação com o mobiliário, seguindo a vontade global de readequação do consumo como memória afetiva e enaltecendo o valor intrínseco em cada peça, foram o norte da inspiração. Neste contexto, elas acionam materiais simples pinçados do brutalismo, como granilite, pedra e cimento. “Olhei intensamente para o ser humano e para a sua relação com o mobiliário, que funciona quase como um abrigo”, explica Anastassiadis. As formas mais orgânicas serpenteiam um maior equilíbrio e proporção nas curvas. Em contraponto com a alta tecnologia que domina a vida cotidiana, essa linha propõe uma imersão no ancestral, inaugural, vernacular e essencial por meio da retomada e valorização dos processos artesanais.

Aqui a relação direta com a fibra, que se conecta como o grande cordão umbilical da gênese da Artefacto. Com acabamento assumidamente artesanal, as peças transitam entre o living e o terraço, protagonizando um lifestyle indoor ou outdoor. Materiais como palha de buriti, aço e couro se encontram em amarrações bem transadas. “A fibra vem trabalhada de forma extraordinária no ateliê da Artefacto, sendo adequada tanto para uso interno quanto externo – as peças desse mood podem, assim, migrar entre espaços e transitar pela casa”, contextualiza Patricia.

................................................................ Acima, mesas componíveis Carlo Ao lado, cadeira Hara


29 ................................................................ Ao lado, escrivaninha Ginza Abaixo, módulos Escape

Campanha

Space

Bebendo na fonte do transculturalismo e multiculturalismo e da necessidade de porosidade entre os povos e as fronteiras, essas peças leves e de encaixe vendem a sensação de que podem ser desmontadas e levadas, mas sem fragilidade, manifestadas em materiais resistentes como couro e madeira. O nomadismo tempera as composições que refletem e festejam a diversidade de escolhas e a liberdade de movimento, permitindo composições autorais a partir de arquétipos clássicos. “Queremos transmitir a sensação de permeabilidade, liberdade, movimento. As peças apresentam traços versáteis – são componíveis, trazem encaixes e misturam técnicas de diferentes origens culturais”, explica Anastassiadis.

Entusiasta das inúmeras nuances construtivas, dos princípios cartesianos de Arquimedes às esquinas de concreto armado de Niemeyer, Patricia Anastassiadis sabe que o design, por definição e excelência, nada mais é do que a arquitetura na escala do móvel. Nesta matiz da nova coleção, apostou na dualidade entre o vazio e o preenchido numa ode ao minimalismo oriental. Em termos práticos, a forma vem percebida não pelo espaço que preenche, mas pelo vazio que a contorna – ou seja, está além da percepção física, jogando com a liberdade da mente e a calma do silêncio. Peças surgem em tonalidades claras e composições modulares. “O vazio é tão importante quanto o preenchido. Imprimimos essa sensação por meio de recortes pontuais e hiatos arquitetônicos que flertam com sombras, luzes e movimentos”, sentencia.




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roporcionar ao visitante a sensação de adentrar uma verdadeira Tenda Arábica: este é o intuito de Ana Letícia Virmond na Mostra 2018, sua sexta participação. Formada pela Universidade Federal do Paraná no ano de 1986, atua em escritório próprio desde então e tem como propósito transformar os sonhos dos clientes em realidade. E, neste novo trabalho, realizou o próprio desejo de transpor para a arquitetura de interiores o filme que considera “um dos melhores momentos do cinema do século 20. Cada recanto dos 46 metros quadrados lembra “Lawrence da Arábia”, filme de quase quatro horas de duração, uma verdadeira ode ao cinema. “Um maravilhoso épico bibliográfico, com um elenco absurdamente talentoso e com material base riquíssimo”, opina. Para evocar o clima do deserto do Saara, Ana Letícia buscou materiais, texturas e tonalidades como referências dentro de uma característica atual, um retrato dos dias de hoje. Definiu branco, caramelo e cinza, cores neutras, como predominantes. O mix entre tecidos, linhos pesados e leves, também é um dos nortes, como o sofá modular Renzo, de linhas contemporâneas. Chamam a atenção as mesas Acrylique, pela elegância e leveza do vidro e estrutura com acabamento em aço inox na cor gold. Outro contraste promovido pela arquiteta está no brilho do mármore branco-Paraná e na opacidade da madeira do revestimento das paredes e teto, que transformam o living em uma cabana contemporânea. Também o banco Tappo, em aço inox, fibra e tapeçaria, casa perfeitamente com o clima da película que orientou a criação do ambiente.

LAWRENCE DA ARÁBIA Vencedor de diversos prêmios, incluindo Oscar de Melhor Filme no ano seguinte ao seu lançamento, “Lawrence da Arábia” (1962) é um épico louvado pela crítica. Para se ter uma ideia, o cineasta Steven Spielberg chegou a declarar, em entrevistas, que “visualmente é o maior milagre que já se pôde ver em uma tela da Sétima Arte”. Seus 216 minutos de duração contam a história de um soldado visionário, T. E. Lawrence (vivido pelo ator Peter O’Toole, que três anos depois também protagonizou Doutor Jivago, outro clássico do cinema). O enredo começa pelo funeral do personagem, em 1953 morto em um acidente de moto. Na sua despedida, em flashback, recordam-se muitas de suas facetas. Lawrence era um militar britânico que, durante a Primeira Guerra Mundial, recebeu a missão de tentar unificar as tribos árabes naquele período, com o objetivo de que todas ajudassem a combater o exército turco. Ele contou seus feitos na autobiografia “Os Sete Pilares da Sabedoria”.

ANA LETÍCIA

Virmond

................................................ Ana Letícia Virmond @analeticiavirmond analeticiavirmond.com.br Ana Letícia Virmond posa com poltrona Antilhas II



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, bancos Tappo II, módulo Renzo, mesas componíveis Trevi e mesa de centro Asher B | Mesa componível Trevi, mesa de centro Asher e módulo Renzo C | Poltrona Antilhas II D | Módulo Renzo

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E | Moldura Elie, banco Indiana e mesa lateral Halston F | Vasos Nassau G | Puff Nick, cavalete Tower, bandeja Farm, cadeira Padded e mesa componível Trevi


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get the look

A | Cadeira Padded B | Poltrona Antilhas III C | Mรณdulo Renzo D | Vaso Nassau Crystal E | Puff Renzo

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F | Moldura Elie G | Puff Moro Bac Bac H | Vaso Giselle I | Bandeja Farm

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ntre a medicina e a arquitetura, André Bertoluci decidiu que era com os croquis que melhor colocaria em prática seu anseio em acolher as pessoas, questão central no partido das obras que desenvolve para residências e ambientes corporativos, do invólucro aos interiores. A proporção que dá o tom do seu trabalho, de linguagem contemporânea e escala cromática geralmente mais sóbria, serviu também de inspiração para a escolha da temática do loft de 80 metros quadrados que assina para a sua quarta participação na mostra. “Elegi Wesley Wales Anderson porque seus filmes têm um perfeito equilíbrio, tanto nas filmagens com pessoas quanto com paisagens e objetos”, conta Bertoluci, e reforça sua escolha: “A paixão do diretor pela centralização na hora de filmar não é apenas uma peculiaridade excessivamente indulgente; é, na verdade, uma prova de que a simetria pode ser uma técnica visual altamente eficiente”. O alinhamento dos objetos com pontos focais atraentes é como o arquiteto faz para remeter o projeto às cenografias de Anderson em um ambiente acolhedor, moderno e amplo carregado de charme, cores sólidas e obras de arte distribuídos entre living, sala de jantar e quarto. Destaque para o paralelismo geral do layout, que se repete também no design dos móveis: da semelhança entre os contornos das cadeiras Silhouette e Mila à proximidade das formas das bases nas mesas de centro e de jantar Poiret com as dos criados Constantin.

WES ANDERSON Os filmes do cineasta, produtor, roteirista e ator estadunidense Wesley Wales Anderson deitam na arte de centralizar as cenas. Não à toa, caso algum desavisado plante na frente da tela sem saber muito bem o que se passa, bastam alguns minutos de observação atenta para captar quem está por trás da direção do longa. Um dos mais jovens e influentes do cinema pop atual, Anderson já acumula algumas indicações no Oscar, mas foi só em 2015 com “O Grande Hotel Budapeste” (2014) que se deleitou ao levar quatro estatuetas pela melhor direção de arte; melhor trilha sonora; melhor figurino; e melhor maquiagem e cabelo. A simetria nas filmagens é apenas uma das muitas facetas do diretor, muito celebrado também pela crítica com “Os Excêntricos Tenenbaums” (2001), “O Fantástico Senhor Raposo” (2009) e “Moonrise Kingdom” (2012), que imprimem em cada frame uma estética essencialmente minimalista e repleta de cores e detalhes, prato cheio para o mercado de design de interiores.

ANDRÉ

Bertoluci

........................................................ André Bertoluci @andrebertoluciarquitetura andrebertoluci.com.br André Bertoluci apoiado na poltrona Giorgio



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, cabeceira Piet, criados Constantin e luminรกrias Weiss B | Escrivaninha Ginza, cadeira Milรก, cabeceira Piet, criado Constantin e banco Megan

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C | Sofรก Argand, mesa de centro Asher e mesas laterais Huis D | Buffet Laos E | Cadeira Milรก e escrivaninha Ginza

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get the look A

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A | Criado Constantin B | Cadeira Jackie C | Bandeja Aura D | Buffet Laos

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E | Abajur Weiss F | Mesa de chรก Hanna II G | Moldura Cuba H | Cabeceira Piet

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m dos pontos turísticos mais belos da Itália inspirou a dupla Angela Chinasso e Andréa Vianna a criar um jardim cheio de estímulos visuais, olfativos e sensoriais. Tendo como referência as lindas paisagens mostradas no filme “Sob o Sol da Toscana”, a arquiteta de interiores Angela e a paisagista Andréa celebram sua segunda participação na Mostra Artefacto com um ambiente de 80 metros quadrados que evoca a vila em Corona, na Toscana, com seus campos floridos de girassóis e lavandas, encostas de ciprestes, vales, oliveiras e vinhedos a perder de vista. “Ela mostra o quão importante é desejarmos nosso Bramasole, cujo significado é estar na luz, aspirar a luz, o sol, o grande astro-rei”, explicam as profissionais sobre o clima do filme, cuja casa que serviu de cenário pode inclusive ser alugada por turistas. O espaço de Angela e Andréa na Mostra tem como objetivo fazer aflorar os sentidos com espécies coloridas e aromáticas reunidas num único “piccolo giardino” sob uma pérgola para eternizar emoções. É lá que o conforto também impera com as poltronas Castalla e Petrer junto ao sofá Jaen, este com tecido próprio para áreas externas. Com suas tramas que lembram cestaria de vime, em módulos componíveis que se estendem para as laterais, o sofá modular Aisa rouba as atenções com seus suportes para as bacias de terracota com plantas e ervas aromáticas. Já a mesa Berriz foi escolhida para transmitir a casualidade e aconchego com seu tampo em madeira ripada e o pé metálico na cor Acqua Celadon, que conceitua o espaço. O tom remete diretamente às janelas e portas da Toscana e até mesmo ao verde das folhas de lavandas e oliveiras. Está presente também no tampo de cristal da mesa de centro Kamari, garantindo o despojamento necessário ao local. As peças em cerâmica que decoram o jardim são todas pintadas à mão como as originais italianas, assim como as estampas das almofadas, assinadas pela artista plástica Simone Trombini.

SOB O SOL DA TOSCANA “Sob o Sol da Toscana” é, acima de tudo, o celebrar dos pequenos bons momentos da vida. A história chancelada pela escritora Frances Meyes na ficção tem um fundo de verdade: o longa é inspirado na adaptação de seu livro autobiográfico. No filme americano de 2003, a protagonista descobre que está sendo traída pelo marido e acolhe aquele sábio conselho de “ir viajar pelo mundo”, tour que as duas melhores amigas decidem patrocinar. Assim, para curar a dor pelo fim do casamento, acaba na famosa região italiana da Toscana e reencontra propósito para a sua vida.

ANGELA

Chinasso Vianna ANDRÉA

................................................... Angela Chinasso e Andréa Vianna @angelachinasso @andreaviannapaisagismo angelachinasso.com andreavianna.com.br Angela Chinasso e Andréa Vianna com a poltrona Petrer



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, sofรก Jaen, mesas de centro Berriz, mesas laterais Trieste, aparador Rio e puff Berriz B | Sofรก Jaen, aparador Rio, puff e mesas de centro Berriz, mesas laterais Trieste e poltrona Petrer

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C | Mesa de centro Kamari, mรณdulo Aisa e poltrona Castalla D | Poltrona Castalla E | Mesa de centro Berriz, sofรก Jaen e poltrona Petrer

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get the look A

A | Poltrona Castalla B | Poltrona Petrer

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C | Mesa de centro Berriz D | Puff Berriz E | Mรณdulo Aisa

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uando menina, a curitibana Anna Letycia Loyola tinha o costume de passear aos finais de semana com seu pai, também arquiteto, para contemplar terrenos e casas ruas afora. Aos 18 anos, já apaixonada pela profissão e mais inteirada do universo graças à experiência adquirida no Loyola Arquitetos, resolveu se formar em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-PR e desde 1998 atua com projetos de interiores “marcados por uma simetria imperceptível”, como ela mesma descreve. “Bonequinha de Luxo” é o clássico sessentista que baliza o partido do loft com quarto, sala e banheiro pautados no ambiente que Holly Golightly ocupa no longa. “Além de buscar inspiração na própria estética do apartamento palco do filme, escolhi a obra também pela trilha sonora inesquecível, e por ter sido uma comédia dramática que marcou época. A mulher que hoje me inspira é esta que corre atrás dos sonhos e não tem medo de ser feliz”, conta a arquiteta. No espaço feminino e essencialmente contemporâneo, Anna destaca as texturas, cores e obras de arte espalhadas pelos 75 metros quadrados que conformam a planta, além do mobiliário exclusivo da marca, na intenção de imprimir uma experiência de vida moderna e prática. O layout atual afirmado por peças como a interessante estante Tournai e a mesa de centro circular Poiret ganha uma pincelada clássica com os charmosos sofá Antique e poltrona Library, que transportam nossa imaginação para os anos 1960 do filme. Essa é a segunda participação de Anna nas mostras Artefacto – a profissional colaborou também na edição de 2014 em Curitiba, além de ter sido um dos quatro nomes escolhidos para projetar as primeiras vitrines do showroom na capital paranaense em 2017.

BONEQUINHA DE LUXO Clássico dos clássicos, “Breakfast at Tiffany’s” já completa 57 anos e ainda inspira. Apesar de se distanciar do drama originalmente escrito por Truman Capote em seu livro homônimo, em que a protagonista carrega traços de bissexualidade e promiscuidade, o roteiro de Blake Edwards figura entre os melhores da época. No longa, Audrey Hepburn estrela Holly Golightly, uma prostituta de luxo sonhadora e vislumbrada pela possibilidade de se casar com um homem rico e mudar de vida. Mas como a ironia do destino não costuma perdoar, acaba se apaixonando pelo seu recém-mudado vizinho Paul Varjak (interpretado por George Peppard), um escritor meio preguiçoso que também empresta seu corpo a mulheres dispostas a sustentá-lo. Em 1962, a trilha sonora do longa arrematou um Oscar e um Grammy, além de acumular indicações em prêmios com melhor atriz, melhor roteiro adaptado, melhor direção de arte e melhor filme.

ANNA LETYCIA

Loyola

........................................ Anna Letycia Loyola @annaleloyola loyolaanna.com Anna Letycia Loyola acomodada na poltrona Sin



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, banco Hara, luminária e arandela Slender, cadeiras Mies e mesa de jantar Crown B | Mesas componíveis Brass, poltronas Sin e Library, banco Megan, cabeceira Maschio e criado Mute C | Estante Tournai D | Molduras Boyer, aparador Greta e cadeira Byron E | Banco Hara e luminária Slender

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F | Mesas componíveis Brass, sofá Antique, mesa lateral Halston e poltrona Sin G | Molduras Boyer, aparador Greta, cadeira Byron, poltrona Library e puffes Dorset

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A | Puff Fold B | Moldura Boyer C | Banco Megan

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D | Estante Tournai E | Criado Mute F | Puff Dorset G | Cabeceira Maschio

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esde criança, desenhos à mão livre relacionados à composição de cores, geometrias e artes faziam parte do dia a dia de Caroline Andrusko. A possibilidade de transformar as ideias do papel em um espaço real a levou ao mundo da arquitetura. Gosta de linhas puras, proporções perfeitas e traços atemporais. “O que me atrai neste meio é que uma beleza nunca é igual à outra. Nosso desafio constante é sempre buscar novidades e inspirações pelo mundo”, conta a profissional, formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná e com mestrado em Gestão. E foi nessa busca por novos insights que surgiu a inspiração cinematográfica para sua sétima participação na Mostra Artefacto. “Grace de Mônaco” foi escolhido por retratar a vida de uma personalidade referência não só de beleza, mas pelo que representou na história da monarquia. Caroline se encantou com a naturalidade da princesa em contraponto com seu lado rico em detalhes de adornos luxuosos e levou esta essência aos 67 metros quadrados do loft. Composto por living, bistrô e quarto, destaca-se pela presença de elementos suaves, requintados, com texturas acolhedoras e pormenores cheios de simbologia, como o pendente que remete ao design de uma joia. O desenho geométrico dos painéis muxarabis com sua trama vazada ajuda a representar a delicadeza de Grace, homenageada ainda por tonalidades quentes e pela presença de artes no espaço. A volumetria das estantes desenhadas pelo escritório também transmite, através do mármore, do espelho e da madeira, uma composição leve e requintada. O mobiliário escolhido da Artefacto casa perfeitamente com o clima de elegância da personagem principal. Caroline elegeu as “acinturadas” poltronas Wiggins, o charmoso puffe Belgravia e o sofá curvo Jean como algumas das peças que fazem “match” com a personalidade única de Grace Kelly.

GRACE DE MÔNACO Ela era uma das maiores atrizes de Hollywood até o dia em que decidiu deixar a carreira para trás para se casar com um príncipe em 1956. Estrelado por Nicole Kidman no papel titular, o filme foi lançado em 2014 com direção de Olivier Dahan e traz a história real de Grace Kelly, vencedora do Oscar de Melhor Atriz em 1955 que passou a ser princesa ao casar com Rainier III, de Mônaco. Ela foi apresentada a ele pelo futebolista brasileiro Yeso Amalfi. Com Rainier, teve três filhos. Porém, frustrada com o estilo de vida da monarquia no palácio, Grace recebe um convite para voltar a atuar. O filme mostra a faceta da princesa além da aristocracia, do cinema e da política. Seus trabalhos como ativista humanitária e social também aparecem na biografia.

CAROLINE

Andrusko

........................................................ Caroline Andrusko @carolineandruskoarquitetos carolineandrusko.com.br Caroline Andrusko ao lado da poltrona Wiggins



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, sofá São Paulo II, poltrona Wiggins, puffes Nick e Belgravia, mesa de centro Pandia e mesas laterais Star II B | Criados Ray e cabeceira Tribeca C | Mesa de centro Pandia, puff Nick, sofá São Paulo II e mesa lateral Halston D | Cabeceira Tribeca

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E | Cadeiras Bonheur, mesa de chá Giarre e sofá Jean F | Mesa lateral Star II e vaso Giselle G | Puffes Belgravia

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get the look A

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A | Sofรก Jean B | Mesa lateral Catalan C | Sofรก Sรฃo Paulo II D | Cadeira Bonheur E | Puff Nick

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F | Criado Ray G | Puff Belgravia H | Poltrona Phili

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las já estão na terceira geração de arquitetas realizando sonhos e trabalhando juntas. À frente do escritório Ebrahim Arquitetura, mãe e filhas compartilham a mesma paixão, crescente pelo convívio constante com os projetos em papel vegetal, escalímetros e lapiseiras. Cymara, Jacy e Camila Ebrahim complementam seus talentos na hora de criar e gostam de elementos naturais para tornar os ambientes atemporais, com o bônus de transmitir uma atmosfera aconchegante e sofisticada. O trio entra em sua terceira participação na Mostra Artefacto Curitiba homenageando um ícone da moda: as mulheres da família escolheram o filme “Coco Antes de Chanel” como referência visual. “Trata-se de uma grife que está sempre se reinventando e sendo uma inspiração. Assim como a Artefacto, que vem há décadas se renovando e sendo uma referência para nós, arquitetos, e para o segmento de mobiliário. É uma relação com duas histórias de muito sucesso”, afirmam as profissionais. Muitos elementos do longa aparecem no ambiente de 85 metros quadrados, divididos em sala de jantar, living e lounge, como se fosse uma suíte para a estilista Coco Chanel, onde recebia os amigos mais íntimos. Estão lá as charmosas boiseries, surgidas na França dos séculos 17 e 18, e a palha austríaca, todos estes como elementos-chave para a criação e com releitura para a época atual. Também fazem alusão ao clima do filme o tecido e o design do sofá eleito, o Coquille, que remetem aos usados pela francesa no seu emblemático casaquinho tweed da grife, assim como o lustre de rocha vulcânica que até hoje existe no hotel Ritz em Paris onde Coco viveu por muitos anos e até no detalhe das passamanarias que decoram o estar, importadas do sul da França. A bela poltrona de base giratória Juliette II também encanta com sua estrutura em madeira roble. Outras curvas igualmente chamam a atenção, como as mesinhas de centro Poiret e Oro II. A exigente Chanel certamente aprovaria.

...................................... Cymara, Jacy e Camila Ebrahim @cymaralargura @jacyarquitetura @camilargura ebrahimarq.com Trio divide espaço no banco Maxim

COCO ANTES DE CHANEL A trajetória da mulher que se transformou em um dos maiores ícones de moda é contada em filme dirigido por Anne Fontaine. Com Audrey Tautou no papel principal, a trama narra a história da menina abandonada pelo pai quando criança em um orfanato. Ao longo da juventude, passou por diversas dificuldades e lutou para se reafirmar em um estilo muito próprio, diferente de todas as mulheres da época em que vivia. São imperdíveis as cenas em que ela começa a criar as peças que posteriormente seriam as principais referências da maison Chanel.

CYMARA, JACY E CAMILA

Ebrahim



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, poltrona Jeff, sofá Coquille, mesas de centro Yego e Oro II, vaso e luminárias Giselle, mesas de chá Spin e banco Hayden B | Mesa de jantar Halston e cadeiras Giorgio C | Mesas laterais Huis, bancos Tappo II e sofá Coquille D | Mesa de chá Spin e sofá Coquille

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E | Poltronas Juliette II, mesa de centro Poiret e cavalete Tower F | Mesas de centro Yego e Oro II, vasos Giselle, sofá Coquille, banco Tappo II, cadeiras Giorgio e mesa de jantar Halston

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get the look A

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A | Mesas componĂ­veis Brass B | Mesa de centro Poiret Oval C | Banco Maxim

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D | Poltrona Jeff

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E | Puff Annecy F | Cadeira Giorgio G | Sofá Coquille

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H | Poltrona Juliette II I | Baú Domoa

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ormada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Paraná há mais de 20 anos, Daniele Viesser Valente participa pela segunda vez da Mostra Artefacto inspirada em uma mansão superconectada e minimalista que ficou marcante na ficção. Em “Invasão de Privacidade”, a casa em que a família do protagonista mora é ela própria uma personagem, e se tornou o elemento-chave do espaço da arquiteta. “Grande parte da história se passa em uma casa ultracontemporânea. Trabalhei com os tons principais da cenografia, com muito cinza e verde, usando a madeira para aquecer o ambiente e deixá-lo mais acolhedor”. A parede em mármore branco rústico é o destaque do ambiente de 70 metros quadrados, setorizado em três espaços integrados: estar com lareira, sala de jantar e uma pequena área de home office. Um pórtico em madeira conta com iluminação linear embutida e contorna esta parede, destacando as prateleiras retroiluminadas e pintadas em tinta metalizada. O living é marcado por elegante painel em laca cinza ripado. Destaque para a composição original do sofá, usando duas chaises Plein invertidas e um módulo Plein, unidos pela mesa de apoio Brass, em madeira e couro. Daniele elegeu um par de escrivaninhas Artefacto para o ambiente, a Chrome configurando uma pequena área de home office e a Enzo sendo usada como aparador.

INVASÃO DE PRIVACIDADE Não é à toa que em português este filme foi batizado com o mesmo nome daquele imortalizado pela atriz Sharon Stone na década de 90, quando os moradores do edifício eram vigiados por câmeras ocultas. Na trama “Invasão de Privacidade” (2016), o ator Pierce Brosnan interpreta Mike Reagan, um poderoso empresário da área de aviação que irá sofrer pessoalmente com questões de privacidade impactadas pela tecnologia. Após um desentendimento que resulta em sua demissão, um jovem consultor de T.I. da empresa, Ed Porter (James Frecheville), começa a perseguir a filha do magnata e ameaçar sua família. Como vingança, o ex-funcionário toma controle de toda a casa, já que é comandada por senhas e apps que são hackeados. A narrativa de suspense e tensão mostra a fragilidade de muitos sistemas de segurança do mundo atual.

DANIELE VIESSER

Valente

............................................... Daniele Viesser Valente @daniviesser_arq danieleviesser.com.br Daniele Viesser Valente posa com a cadeira Flicker



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, mesas laterais Vidré, chaises longue e módulo Plein e mesa de centro Shade B | Mesa de jantar Rio, cadeiras Flicker e puffes Nick C | Chaise longue Phili D | Puffes Dorset, coluna de jantar Rio e cadeiras Flicker E | Módulo Plein, mesa de centro Shade e puffes Dorset

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F | Escrivaninha Chrome e cadeira Evelyn G | Poltronas Liberty H | Chaises longue e módulo Plein, mesas laterais Brass e Fit, puffes Dorset e mesa de centro Shade

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get the look

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A | Cadeira Flicker B | Escrivaninha Chrome C | Cadeira Mies D | Mรณdulo Plein

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E | Chaise long Phili F | Poltrona Liberty G | Mesa de centro Shade

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A 88

conexão entre as duas surgiu logo nos primeiros trabalhos, quando a então estudante de design Claudia Machado foi estagiar no escritório da arquiteta Elaine Zanon. Sintonia imediata, em 2000 já viraram sócias e agora participam pela décima vez da Mostra. Ambas compartilham da paixão por viagens. O grafismo muito presente no design de interiores sempre marcou o trabalho da dupla, somando valor estético a seus projetos. A sinergia das profissionais está aplicada em cada detalhe do loft de 80 metros quadrados, composto por três ambientes integrados, com estar, jantar e o quarto do casal. É ali que um clássico da década de 1940 está representado no elemento mais marcante da composição. Em homenagem a “Casablanca”, filme que se passa na cidade de mesmo nome no Marrocos, um painel metalizado de muxarabi rouba a cena. Elemento tradicional da arquitetura árabe, este treliçado marcante está ambientado junto ao mobiliário em tons claros, sob uma base de mármore. “Criamos nosso ambiente marroquino, romântico, da arte como acaso, impactante emocionalmente, de profundidade de caracterizações como ‘Casablanca’”, contam Elaine e Claudia. O destaque é a grande harmonia estética, suave, com pontos focais de grande evidência bem definidos. Não falta conforto para sentar nesta ampla área de convívio e na área íntima, como as poltronas Wiggins e Phili, os pufes Astral II, quadrado, e o redondo Illi.

CASABLANCA Uma das histórias de amor mais famosas da Sétima Arte, “Casablanca” (1942) é um dos maiores clássicos de Hollywood até hoje. Dirigido por Michael Curtiz e estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, este drama romântico americano se passa na cidade marroquina de Casablanca, que, como o nome indica, é toda pintada de branco. Quase tudo rola em torno da casa noturna mais popular da região, administrada por Rick, um exilado americano. Por lá, passam inúmeros refugiados da Segunda Guerra Mundial, por se tratar de uma colônia francesa. O dono do bar detém cartas de trânsito que ajudam como passe para o titular seguir a Lisboa (Portugal) e, depois, chegar nos Estados Unidos, fugindo do nazismo. Por coincidência do destino, uma das que pessoas que recorrem ao lugar é uma antiga paixão do protagonista, Ilsa, agora casada com um líder da resistência tcheca na guerra. É para Ilsa que o anti-herói da trama pronuncia uma das frases mais lembradas do cinema, quando no aeroporto ele declara: “Estou de olho em você, garota”.

ELAINE

Zanon Machado CLAUDIA

.............................................. Elaine Zanon e Claudia Machado @arquitetareoficial arquitetare.com.br Claudia Machado ocupa cadeira Milá ao lado de Elaine Zanon



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, estante Tournai, cadeiras Milá e Silhouette, mesa de jantar Bloom II, buffet Greta, vaso Nassau e moldura Smith B | Aparador Hayden, luminária Giselle, puff Illi, cabeceira Piet, criado Emmy e vaso Nassau C | Módulo Austral II, bandeja Aura, aparador Hayden e cabeceira Piet D | Mesas de centro Mai e Pandia, vasos Giselle e módulo Austral II

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E | Poltronas Wiggins, mesa lateral Moon, abajur Vitra, módulo Austral II e mesas de centro Mai e Pandia F | Mesa lateral Moon, abajur Vitra, módulo Austral II, mesas de centro Mai e Pandia, bandeja Aura, banco Hayden e arandela Slender

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get the look

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A | Criado Emmy B | Buffet Greta C | Puff Illi D | Mesa de centro Mai

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E | Poltrona Wiggins

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F | Estante Tournai G | Cadeira Milรก

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H | Cabeceira Piet

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A 96

depta de projetos minimalistas e sem excessos, mas com muita personalidade, a arquiteta Eliza Schuchovski buscou harmonia e identidade para compor um ambiente inspirador. Tendo como ponto de partida o hit “Comer, Rezar, Amar”, a profissional à frente do escritório SCK Arquitetura chega à sua sétima participação na Mostra com um amplo loft cheio de referências ao autoconhecimento. Assim como a protagonista do filme viaja o mundo em busca de sua essência, o ambiente foca na leveza e aposta em cores intensas para representar o gosto pela vida, artes para marcar a espiritualidade, e elementos da natureza para evocar o amor. “Criei um espaço para se viver no seu melhor estilo de vida em uma passagem de encontro espiritual”, descreve a profissional, que tem mais de 200 projetos assinados. Bali, por sua ligação com paisagens naturais, foi o ponto de partida da criação dos 100 metros quadrados compostos por living, sala de almoço, quarto e jardim. Cores como verde-floresta e conhaque e materiais como fibra e madeira conversam com a proposta natural, sem deixar de lado a atmosfera cosmopolita, presente no design de peças como o amplo sofá em módulos Lian, as mesas componíveis Trevi e as elegantes poltronas Greek, Livery e Rigel. Para o projeto luminotécnico, Eliza escolheu marcar o mínimo possível o teto com iluminação linear e embutida, incluindo jogar luz também a um painel metalizado, elemento de forte impacto visual. Esculturas e obras de diversos artistas dão ainda mais alma ao espaço, com destaque para uma pintura da paranaense India Filipin.

........................................... Eliza Schuchovski @eliza_schuchovski sckarquitetura.com.br Eliza Schuchovski se acomoda na chaise longue Phili

COMER, REZAR, AMAR Trata-se de uma das maiores produções da história do cinema sobre o tema “ano sabático”, com poderoso “quê” de empoderamento feminino. Inspirada em uma história real de mudança e transformação, a película adaptada do livro mostra a protagonista Elisabeth (Julia Roberts) como uma mulher que, depois de diversos problemas amorosos, enfim decide dar um rumo novo para sua vida e tirar a importância de um marido de suas prioridades. É em uma viagem de um ano pela Índia, pela Itália e por Bali que vive novas experiências e se reencontra em uma grande viagem de autoconhecimento.

ELIZA

Schuchovski



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, mesas componíveis Trevi, sofá Lian II e chaise longue Phili B | Criado Bergé, luminária Jodie, cama Brasília e poltrona Liberty C | Cadeiras Evelyn, mesa de jantar Moon, poltrona Liberty e chaise longue Phili D | Criado Bergé e luminária Jodie E | Poltrona Rigel

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F | Cadeiras Evelyn e mesa de jantar Moon G | Buffet Kainz H | Mesas componíveis Trevi e sofá Lian II

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A | Poltrona Rigel B | Mรณdulo Lian II C | Poltrona Antilhas II D | Buffet Kainz

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E | Sofá Fold F | Mesa de centro Fold G | Cama Brasília

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S 104

e não tivesse resolvido investir na curiosidade em decorar a casa das amigas e a sua própria a ponto de se especializar em design de interiores, talvez Gisele não tivesse conhecido Carolina (que na profissão ingressou pela influência do padrasto, engenheiro) nos corredores da CasaCor Paraná, em 2015. Desde o encontro, porém, a parceria vem dando mais do que certo. “Cada uma tem uma competência que completa a outra”, diz Gisele. “Carol é expert em obras e eu, em decoração, cores e estilo.” A dupla não começa um projeto sem antes fazer um acurado estudo de paleta de cores, e é por isso que a combinação de tons; o uso de texturas compostas em ambientes monocromáticos; e a mistura de materiais são um aspecto bastante característico de seu modo de atuar. Para o quarto com home office e sala de tv que desenvolveu para sua segunda participação na Mostra Artefacto, a dupla mirou em toda a feminilidade e sensualidade que ainda hoje carrega Marilyn Monroe, o que foi transposto por meio de elementos que julga conferir delicadeza ao espaço. “Nada melhor do que ela para representar a feminilidade, ao mesmo tempo com uma imagem exuberante e tão sensível”, comentam. Na opinião das amigas, a cama Nouveau na cor azul “confere ao ambiente a serenidade que Marilyn tanto procurava e nunca conseguiu”. No espaço de 40 metros quadrados, além das telas, alocadas para representar um lado sutil da atriz eternizada no imaginário popular, o sofá Illi em formato orgânico faz a vez da volúpia da mulher.

........................................................ Gisele Busmayer e Carolina Reis @gibusmayerecarolreis gibusmayerecarolreis.com.br Gisele Busmayer e Carolina Reis no banco Pure

SETE DIAS COM MARILYN Se a estreia de Marilyn Monroe no cinema britânico dos anos 1950 com o longa “O Príncipe Encantado” (1957), dirigido por Laurence Oliver, não rendeu tanto nas telas, os bastidores serviram de inspiração para a comédia romântica que fez brilhar os olhos da crítica americana não pelo trama, mas pelas suas grandes interpretações. “Sete Dias com Marilyn” (2012) é uma adaptação do livro “Minha Semana com Marilyn”, de Colin Clark, que se apaixonou pela estrela hollywoodiana nos sets de filmagem enquanto terceiro assistente de direção de Laurence em 1956. No filme, dirigido por Simon Curtis, a beleza, a sensualidade e até certa insegurança que a atriz californiana transparecia são perfeitamente encarnadas por Michelle Williams, enquanto a história principal gira em torno de Clark, representado por Eddie Redmayne, e de seu deslumbre pela grande atriz. A atuação de Michelle no enredo foi tão acertada que lhe rendeu um Globo de Ouro de Melhor Atriz e o título de Atriz do Ano no Hollywood Film Award, além de uma indicação ao Oscar.

GISELE

Busmayer Reis CAROLINA



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, mesa lateral Huis, banco Tappo II, poltrona Juliette II, mesas componíveis Boyer, sofá Illi e luminária Slender B | Cama Nouveal II, banco Pure e criado Berge

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C | Mesas componíveis Boyer e sofá Illi D | Estante Maurice e poltrona Russel E | Mesa lateral Huis, banco Tappo II, poltrona Juliette II e mesas componíveis Boyer

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A | Mesas componĂ­veis Boyer B | Escrivaninha Lake C | Mesa lateral Huis D | SofĂĄ Illi

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E | Estante Maurice F | Poltrona Juliette II G | Poltrona Russel H | Luminรกria Slender

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ma das mais longevas franquias da história do cinema está representada na Mostra Artefacto Curitiba este ano por uma dupla de arquitetas fãs do estilo James Bond. Jaque Zeni e Bianca Yumi trabalham juntas há 15 anos e escolheram “007 - Operação Skyfall” para debutar na Mostra por conta do perfil do personagem principal. “É um ícone do cinema mundial que se reinventa a cada filme e, mesmo com o passar do tempo, mantém a postura elegante e de vanguarda”, comentam. Focadas na priorização do conforto e da funcionalidade dos ambientes, ambas prezam pelo uso de madeira em várias formas de composição e na aposta dos elementos naturais, como pedras (mármore, granito, ardósia). Outro norte em suas propostas para interiores é integrar espaços, priorizando ventilação e iluminação naturais. Nada disso falta neste ambiente de permanência criado pelas profissionais. São 34 metros quadrados de um lounge com área de estar e um bar. O mobiliário exibe formas mais clássicas, em tons neutros e frios, com matizes quentes como destaque visual. Muitos elementos da decoração simbolizam a visão do universo do agente secreto, como o mármore escuro, por sua textura mais bruta, os painéis em amadeirado também escuro, e espelho fumê. “Um dos destaques é uma instalação que paira sobre o ambiente, uma tela amórfica com tons metalizados, para reforçar a atmosfera de mistério e sedução”, explicam as arquitetas. Há muitos pares de móveis Artefacto compondo o lounge, como dois sofás Memory em veludo, dois bancos Nômade, duas mesas laterais Huis, duas mesas laterais Croma e duas mesas de centro Pandia Croco. Um cavalete Tower com tampo em vidro também simboliza a característica de elegância do protagonista do filme de ação.

007 - OPERAÇÃO SKYFALL No ano em que a saga cinematográfica de James Bond completou cinco décadas, Daniel Craig interpretou novamente o agente secreto na 23ª aventura do personagem criado por Terence Young. Em “007 - Operação Skyfall”, lançado em 2012, M. (Judy Dench) tem apenas um único aliado em quem confiar, pois a última missão de Bond fracassou e a identidade de vários outros agentes secretos espalhados pelo mundo acabou sendo fatidicamente revelada. A sede do MI6 é atacada, e Bond precisa exterminar a ameaça e também lidar com o novo presidente da Comissão de Inteligência e Segurança. O elenco do blockbuster é encabeçado por nomes do primeiro escalão de Hollywood, como Ralph Fiennes e Javier Bardem.

JAQUE

Zeni Yumi BIANCA

................................................. Jaque Zeni e Bianca Yumi @jz.arquitetos.associados

Jaque Zeni e Bianca Yumi se apoiam na poltrona Library



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, poltronas Library e Fold, mesas laterais Croma, sofás Memory, mesas de centro Pandia e banco Nômade B | Mesa de chá Hanna II, sofá Memory, mesa lateral Star II, poltrona Fold e banco Nômade C | Poltronas Library

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D | Bancos Nômade e sofá Memory E | Mesa de chá Hanna II e mesa lateral Croma F | Sofá Memory, mesa lateral Star II, poltrona Fold e mesa lateral Croma


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A | Poltrona Fold B | Mesa de centro Pandia C | Banco NĂ´made D | Puff Illi E | SofĂĄ Memory

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F | Cavalete Tower G | Mesa lateral Huis H | Poltrona Library

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uscar o bem-estar através de um olhar para a boa estética é um dos nortes do trabalho de Javier Godino, profissional formado pela PUC-PR e fã de peças de design e de linhas limpas. Por seu trabalho apaixonado pela arquitetura, que define como “o grande legado artístico de nossa época”, voltou de uma recente viagem ao Japão encantado com o Oriente e de lá trouxe um novo olhar, com ainda mais admiração e curiosidade. “Trata-se de uma cultura única, rica, baseada no respeito às tradições e ao passado, ao mesmo tempo em que é atual e futurista. É o minimalismo na sua essência”, avalia. Tendo como referência esta utilização do mínimo de elementos para ser funcional e, ainda por cima, surpreender, Javier elegeu o icônico filme “Sonhos”, do japonês Akira Kurosawa, que concentra muitas características da cultura japonesa em oito pequenas histórias. “Tomei a liberdade de interpretar o filme trazendo uma atmosfera sensorial ao meu espaço, com uma fusão de elementos, o que o Japão sabe fazer de melhor”, conta o autor do projeto em sua terceira participação na Mostra. Mais do que um único fator ou algo específico, o arquiteto propõe uma experiência sensorial e estética ao visitante de seu ambiente de 50 metros quadrados, composto por três espaços. Ingredientes de grande impacto visual, como a enorme cerejeira seca pintada de branco e os mais de três mil tsurus (origamis) encomendados especialmente para o projeto, combinados à movelaria atemporal da Artefacto, transmitem o conceito de se estar em um Japão dos sonhos. Percebe-se o minimalismo nas linhas precisas do sofá Milano e do banco Pure, bem como o sofá Oscar e a bossa dos cinco jogos de moldura Boyer. As sofisticadas luminárias Slender dão o toque final de luz com seu design clean e marcante. No arremate, a pintura do artista André Coelho e o antigo projetor compõem as cerejas do bolo.

SONHOS “Sonhos” (Yume, 1990) foi um dos últimos filmes dirigidos por Akira Kurosawa, que realizou filmes por mais de 50 anos, até sua morte, em 1998. Diretor de clássicos como “Ran” e “Seven Samurais”, Kurosawa conta neste longa japonês oito pequenas histórias distintas, mas unidas pelo mesmo tema e alegadamente autobiográficos. Cada curta-metragem retrata um sonho. Nos dois primeiros, o diretor aparece ainda criança interagindo com o mundo desconhecido. Nos sonhos, já adulto, enfrenta a fúria da natureza e, em outros, toca no tema das artes, da culpa, da guerra e da vida. Fechando o conjunto da narrativa, seu sonho final concilia as mensagens passadas nas sete historietas anteriores e propõe uma bela reflexão sobre o ser humano, o ambiente em que vive e seu modo de levar a vida.

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Godino

........................................................ Javier Godino @javiergodino godino.com.br Javier Godino e a mesa lateral Ginza



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, banco Pure, luminária Slender, mesa lateral Ginza, sofá Milano e mesas componíveis Trevi B | Estante Tournai, sofá Oscar, mesas laterais Moon e Trieste e banco Tappo II C | Moldura Boyer D | Mesas laterais Trieste e Moon, banco Tappo II e sofá Oscar

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E | Mesas componíveis Trevi e sofá Milano F | Moldura Boyer e banco Pure G | Estante Tournai, sofá Milano e mesas componíveis Trevi

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A | Sofรก Oscar B | Sofรก Milano C | Mesa lateral Zero D | Mesa lateral Moon

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F E | Banco Pure F | Mesas componĂ­veis Trevi G | Estante Tournai

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ormado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Paraná em 1982, Jayme Bernardo acredita que a bagagem familiar faz toda a diferença no resultado final. “Trouxe do berço o cuidado que tenho nos detalhes, a atenção para a proporção e o desenho, os croquis à mão como forma de expressão do meu trabalho”, diz o profissional, que nunca teve dúvidas sobre qual carreira seguir. Sempre conectado às tendências, especialmente de cinema, elegeu um filme clássico que o tocou no passado: “Il Postino”, lançado como “O Carteiro e o Poeta”, é a referência dos 70 metros quadrados do living que apresenta na Mostra. “Esta obra me marcou muito pela sensibilidade da narrativa e principalmente pela fotografia, onde encontramos paisagens deslumbrantes do sul da Itália”, recorda. Para compor o ambiente, assinado junto ao sócio Glei Tomazi, o arquiteto, que carrega o status de um dos mais aclamados do Brasil, inspirou-se na luminosidade e na paisagem incrível da região retratada no longa europeu e escolheu cores suaves para os revestimentos, optando pela neutralidade. Todos os acabamentos são em tons claros, quase brancos, junto com uma decoração sóbria e uma curadoria detalhista dos objetos que somam ao conceito. O sofá Maddox é o destaque do living, com seus módulos formando criativa composição, e a mesa lateral Fit servindo de apoio. Outro diferencial do espaço é a leveza da integração com o paisagismo: Jayme se valeu das três faces envidraçadas, abertas para o jardim, para idealizar um painel com prateleiras e criar o efeito de pano de fundo. As poltronas giratórias Carrie e Slue são as escolhas para poder contemplar toda a sensação de amplitude do estar.

O CARTEIRO E O POETA Um pitoresco vilarejo siciliano ganhou as telas em 1994 como cenário de uma história igualmente bela e simples. Localizada no arquipélago das Ilhas Eólias, a minúscula península Salina recebe na ficção o poeta Pablo Neruda (vivido por Philippe Noiret) em exílio político. Para dar conta da quantidade de correspondências que o famoso morador recebe, um desempregado semianalfabeto é contratado para levar as cartas à residência. O carteiro interpretado pelo ator italiano Massimo Troisi, falecido pouco depois que as filmagens terminaram, passa a desfrutar de uma inusitada amizade com o poeta e usa esta inspiração para se declarar à sua amada Beatrice. O longa é baseado em livro homônimo de Antonio Skármeta, no qual a história se passa em Isla Negra, no Chile, onde Neruda viveu nos anos 1970.

JAYME

Bernardo Tomazi GLEI

............................................ Jayme Bernardo e Glei Tomazi @jaymebernardo @gleitomazi jaymebernardo.com.br Jayme Bernardo e Glei Tomazi junto com a poltrona Carrie



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, mesas de centro Yego e Halston, mesa componível Brass, mesas laterais Fit e Vidré e módulo Maddox B | Módulo Maddox C | Puff Maddox e mesas laterais Fit e Brass D | Poltronas Carrie giratórias e mesa lateral Star II

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E | Módulo Maddox, mesa lateral Fit, poltrona Slue, puff Jeff, banco Tappo II e escrivaninhas Enzo F | Puff e módulo Maddox, mesa lateral Fit, mesas de centro Yego e Halston e poltronas Carrie giratórias

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A | Mรณdulo Maddox B | Bandeja Ethro C | Abajur Vitra D | Puff Maddox

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F | Puff Jeff

F G | Poltrona Slue giratรณria H | Poltrona Carrie

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ãs de arquitetura atemporal, com aconchego e elegância, as sócias Jocymara Nicolau e Andréa Posonski participam pela décima vez da Mostra com uma referência luxuosa vinda dos Emirados Árabes. O famoso hotel projetado pelo estilista Giorgio Armani em Dubai é uma das estrelas do filme “Missão Impossível - Protocolo Fantasma”. Com 160 quartos e ocupando 11 andares do edifício Burj Khalifa, o mais alto do mundo, o empreendimento traduz sua contemporaneidade com interiores em estilo clean. A dupla de profissionais se inspirou na arquitetura minimalista do hotel para compor os 90 metros quadrados do living com jantar, dormitório e área externa na Mostra. Com forro único em madeira, o ambiente é visualmente interligados ao fundo por uma grande estante Esther II que percorre todos os espaços. “A proposta do cheio e do vazio se dá em alguns locais, provocado por uma transparência e ilusão de ótica”, contam Jocymara e Andréa, à frente do escritório NP Arquitetura e Interiores, há 20 anos no mercado curitibano. Outra referência importante foi a escolha da paleta de cores, toda em tons de cinza, fendi e branco, como no sofá Etoy e os puffes Jeff e Megan. Não faltam elementos de sofisticação como a mesa de jantar Lake, com suas linhas concisas nos pés dourados e o tampo em mármore Nero.

MISSÃO IMPOSSÍVEL - PROTOCOLO FANTASMA Tom Cruise estrela o quarto filme da franquia “Missão Impossível”. Desta vez, em “Protocolo Fantasma” (2011), o superagente Ethan Hunt e seu time aceita mais um desafio a ser combatido com toda a sorte de recursos tecnológicos para salvar (de novo) o mundo. A ação começa quando uma explosão no Kremlin incrimina a equipe IMF (Impossible Missions Force) como terrorista. Na corrida contra o tempo para recuperar o nome da agência, eles descobrem um plano secreto que prevê o início de uma nova guerra nuclear. Uma das cenas mais marcantes em Dubai foi quando Tom Cruise se arriscou sem dublê para ficar por horas pendurado por um cabo no 124º andar do Burj Khalifa, onde está o luxuoso Armani Hotel.

JOCYMARA

Nicolau Posonski ANDRÉA

....................................... Jocymara Nicolau e Andréa Posonski @nparquitetura np.arq.br Dupla em retrato com a poltrona Megan



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, mesas laterais Vidré, sofá Etoy, mesa de chá Giarre e banco Tappo II B | Sofá Etoy, mesa de chá Giarre, banco Tappo II e poltronas Heritage II

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C | Banco Hayden e mesa de jantar Lake D | Estante Esther II E | Cadeiras Fischer, mesa de jantar Lake e banco Hayden

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A | Poltrona Heritage II B | Cadeira Fischer com braรงo C | Banco Tappo II D | Cabeceira Mitchell

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E | Estante Esther II F | Mesa lateral Canyelles G | Poltrona Canyelles H | Criado Juliet II I | Sofรก Etoy

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ideia de beber da fonte do filme “Como Água Para Chocolate” surgiu do briefing do espaço da Artefacto: uma cozinha que fosse funcional para receber eventos e ações com clientes. “É na mesa de refeições onde conversamos, trocamos amor, falamos da vida. É a partir da comida que conhecemos as diferentes maneiras das pessoas se relacionarem. Faz todo sentido para mim colocar minha intensa paixão pela arquitetura expressa numa área em que as pessoas serão recebidas para conviver e se alimentar”, declara a arquiteta Juliana Meda, em sua terceira participação consecutiva na Mostra. Assim, a intensidade do longa mexicano a inspirou a criar a proposta deste living com adega e espaço gourmet de 81,7 metros quadrados. Ali aparecem os elementos estéticos e funcionais que guiam o trabalho de Juliana desde que optou por seguir pela Arquitetura em vez da Medicina, decisão tomada por intuição que depois a fez lembrar que a brincadeira de infância preferida era redecorar o próprio quarto e a casa da família. Para criar experiências agradáveis aos visitantes, a profissional idealizou um living que já na entrada transmite sensação de amplitude para quem chega ao recinto. Há ainda um grande jardim, com estrutura de vidro e área gourmet interna. O ambiente está integrado para que a praticidade reine, como na mesa com aparador para servir drinks e peças com a leveza da mesa de chá Trieste. Do outro lado, a adega funcional, com taças, louças e objetos, está pronta para servir queijos e vinhos. “No meio dessa poderosa química dos alimentos e seus ingredientes, inseri um mobiliário confortável e muito sensorial”, explica Juliana sobre escolhas da marca, que define como “suaves ao toque e lindas para os olhos”. A paleta bronze acinzentado – presente em espelhos, pintura das paredes, peças de iluminação e brises revestidos em couro escuro para seguir o mesmo acabamento dos baús Domoa, contrasta com os tons claros, usados nos módulos do sofá Bellagio.

COMO ÁGUA PARA CHOCOLATE É quase possível sentir os aromas e sabores do filme (1992) devido à intensidade de emoções apresentadas. Baseado no romance homônimo de Laura Esquivel, o cineasta Alfonso Arau, diretor e produtor do longa, não poupa em detalhar sentimentos como amor e sofrimento tendo uma cozinha como principal cenário. Quem nos guia pelas panelas é Tita (vivida pela atriz Lumi Cavazos), jovem que se apaixona por Pedro Muzquiz (Marco Leonardi) e é correspondida. Porém, uma antiga tradição local do interior do México proíbe o enlace: a filha mais nova de cada família deve se manter solteira até a morte da mãe, para cuidá-la.

JULIANA

Meda

........................................... Juliana Meda @julianamedaarquiteta julianameda.com.br Juliana Meda posa ao lado da poltrona Qoph II



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, poltronas Qoph II, mesa de chรก Trieste, banquetas Kami, mesa lateral Halo II e mรณdulo Molise B | Chaises longue Bellagio II, mesas laterais Halo II e Lucca e poltronas Qoph II

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C | Banquetas Kami D | Banquetas Kami e luminรกria Vitra E | Mesas de centro Nolay e Pandia, mesas laterais Halo II e Trieste e mรณdulo Molise

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A | Poltrona Nazar B | Vaso Giselle C | Mesa de chรก Trieste D | Chaise long Bellagio II

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E | Abajur Vitra F | Balanรงo Positano G | Mesa de centro Nolay H | Vaso Nassau Onix I | Banqueta Kami

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ngenheira civil formada pela UFPR e especializada em projetos de interiores e arquitetura, Margit Soares escolheu um filme icônico do universo fashion para produzir uma releitura de seu cenário mais importante. A famosa editora de moda Miranda Priestly (vivida por Meryl Streep) faz seus mandos e desmandos no longa “O Diabo Veste Prada” a partir de um incrível escritório nas telas. O ambiente descolado tem fundo de verdade: o local de trabalho da protagonista na fictícia revista Runway é inspirado no da toda-poderosa Anna Wintour, diretora editorial da Vogue nos Estados Unidos. “Decidi usar este filme como referência pelo fato de a moda e o design de interiores andarem lado a lado”, explica a profissional, dona de um estilo contemporâneo e participante desde 2003 da Mostra Artefacto Curitiba. Assim, o espaço de 99 metros quadrados, com estação de trabalho e sala de estar idealizado por Margit é uma visão atualizada do cenário onde o filme se passa. Em vez de branco, a profissional apostou pelo acinzentado. “Optei por usar os tons rosa e nude para representar esta área bem feminina, e do outro lado um ambiente bem moderno e atual também com cinza”, explica Margit. O living é grande para simular uma recepção ao office da personagem, também com vários quadros nas paredes. Objetos de decoração se destacam pela sofisticação e elegância dignos de quem ama moda, como a bandeja Ethro, a moldura de espelho Smith, e os vasos Gisele Cristal, Gisele Rose Tea e Gisele Grey, espalhados pelo ambiente, e outros expostos na estante Maurice, que confere leveza ao ambiente.

O DIABO VESTE PRADA Filmada em 2006, a comédia romântica dirigida por David Frankel até hoje arrebata os corações dos fashionistas de plantão por conta de sua narrativa que envelopa os bastidores da moda, as festas badaladas e o constante clima de competição e intriga presentes no longa. O filme foi inspirado no livro homônimo escrito por Lauren Weisberger, e revela supostamente a relação da autora com Anna Wintour, a lendária diretora da Vogue America. Na trama, a protagonista Andrea Sachs (vivida por Anne Hathaway) é uma jovem que consegue o disputado emprego como assistente de Miranda Priestly, interpretada pela atriz Meryl Streep, na Runaway Magazine – publicação de moda mais importante de Nova York. Ao trabalhar arduamente em tarefas cotidianas e nada glamourosas para atender aos desígnios da implacável executiva – desde buscar o café da manhã, cuidar das roupas sujas ou passear com o cão da big boss –, Andy não demora a compreender que nem tudo são paetês e lantejoulas no mundo fashion. A participação da modelo brasileira Gisele Bündchen rendeu bafafá em um dos filmes mais aclamados na história da cultura pop.

MARGIT

Soares

.............................................. Margit Soares @margitsoares margitsoares.com.br Margit Soares e a chaise longue Indiana



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, chaise longue Indiana, poltronas Juliette II, mesas de centro Petal e Oro II, puffes Dorset, aparador Zim II, mรณdulo Kubrick e mesa lateral Ginza B | Escrivaninhas Ginza e Lake, cadeiras Milรก e Chiara e estante Maurice C | Mesas de centro Petal e Oro II e bandeja Aura D | Estante Maurice, puff Glam, buffet Laos e moldura Smith

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E | Aparador Zim II e puffes Dorset F | Mesa de centro Petal, bandeja Aura, puffes Dorset e aparador Zim II G | Mรณdulo Kubrick e mesas de centro Petal e Oro II

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A | Mesa de centro Petal B | Puff Glam C | Cadeira Chiara D | Mรณdulo Kubrick

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E | Escrivaninha Ginza F | Vaso Nassau Crystal

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G | Vaso Giselle Rose H | Cadeira Mila

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frase “No sé lo que quiero, sólo sé lo que no quiero” pronunciada por uma das atrizes do filme “Vicky Cristina Barcelona” (2008) é tão marcante que batiza o ambiente assinado por Priscilla Müller em sua oitava participação na Mostra Artefacto 2018. A relação da arquiteta com a cidade é afetiva: Priscilla já morou, estudou e trabalhou em Barcelona, local que considera inspirador e cheio de riquezas arquitetônicas. Tendo como referências antigas construções europeias, seu objetivo nos 110 metros quadrados foi integrar ambientes de maneira a ganhar espaço e iluminar o projeto com luz natural. Esse foi o desafio principal para iniciar o desenho e concepção. “Deixar a estrutura arquitetônica aparente foi fundamental para que conseguíssemos verticalizar o ambiente e respeitar suas características natas. Dessa forma conseguimos contemplar um espaço de convivência onde o living e o gourmet transitam juntos integrando o uso”, explica a profissional, que busca em seus projetos de arquitetura sempre o máximo de conforto visual, amplitude e harmonia de cores. Aqui, por falar em cores, a escolha recai sobre as neutras, como na madeira natural clara, acabamento em couro, metais e linho. Molduras nas paredes, com boiserie lisa, ajudam a conferir o ar europeu pretendido pela profissional. A mesa Carlo, por sua versatilidade e funcionalidade, é um dos destaques do espaço, posicionada em frente ao amplo sofá Maddox. Três módulos da estante Tournai foram emoldurados com couro.

VICKY CRISTINA BARCELONA Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) são duas amigas que vão passar férias em Barcelona. Na comédia de 2008 dirigida por Woody Allen, forma-se um inusitado triângulo amoroso com Vicky, que está noiva, e Cristina, que ao conhecerem o charmoso e sedutor artista plástico Juan Antonio (vivido por Javier Bardem) logo as encanta. Woody Allen iria gravar a história em San Francisco, nos Estados Unidos, mas a cidade de Barcelona ofereceu dois milhões de euros a título de patrocínio para a produção do filme lá. As locações de “Vicky Cristina Barcelona” na capital catalã são um destaque à parte, pois passam tanto por lugares conhecidos e mais turísticos (como as Ramblas, a Fundació Joan Miró e o parque de diversões de Tibidabo), como pequenas praças, hotéis e restaurantes não tão famosos assim. Um exemplo é a cidade de Oviedo, ao norte da Espanha, que ficou mais popular depois do sucesso do filme.

PRISCILLA

Müller

................................................... Priscilla Müller @priscillamuller.arquitetura priscillamuller.com.br Priscilla Müller ao lado da cadeira Vicc



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, mesas componíveis Carlo e módulo Maddox B | Cadeiras Vicc e mesa de jantar Niro C | Estante Float D | Cadeiras Vicc e mesa de jantar Niro E | Poltronas Desert e cadeiras Vicc

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F | Poltronas Desert, mesa lateral Fit, módulo Maddox e mesas componíveis Carlo G | Mesa de centro Pandia, poltrona Desert, mesas componíveis Carlo e módulo Maddox H | Módulo Maddox, mesa lateral Fit e estante Float

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A | Mesa de jantar Niro B | Chaise long Plein C | Estante Float

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D | Cadeira Vicc ebanizada E | Cadeira Vicc natural F | Mesa de centro Pandia G | Poltrona Desert

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m época de debates sobre fake news e a independência do jornalismo, o universo da reportagem e das notícias inspirou a arquiteta Samara Barbosa a criar um living de 50 metros quadrados de base neutra e estilo contemporâneo, perfil que caracteriza seu trabalho desde a formatura, em 2003, na Universidade Tuiuti, com referências da redação do jornal do filme “The Post”. A profissional participa pela terceira vez da Mostra Artefacto, jogando luz nos temas da liberdade de imprensa e do empoderamento feminino. “Embora estejamos avançando nesse sentido, uma obra que valorize o papel da mulher na indústria da comunicação merece atenção. Optei por esta inspiração não só por sua estética, mas por levantar questões que precisam ser objeto de reflexão de todos”, explica. O decor minimalista e cênico recebeu objetos pontuais que evocam o assunto central da história. Como boa parte do filme se passa nas instalações do jornal The Washington Post, o ambiente de Samara é clean, predominantemente branco. O destaque visual dos revestimentos fica por conta do piso de mármore branco Paraná Calacata Ouro, com grandes placas de 1,3m x 1,3m, também avançando pela parede. Neste ponto, cinco prateleiras de aço inox bem finas, com 2 milímetros e iluminação com LED, chamam a atenção. Livros aparecem aqui como parte da decoração temática. Também uma obra de arte assinada por Vânia Barbosa, uma colagem de jornais e revistas, da série Memoriae, remete ao conteúdo do longa, pois a artista estuda a escrita para compor suas obras. O mobiliário é todo branco e brinca com texturas. O conforto fica por conta do sofá Cage II, da chaise longue Harrison, da poltrona Poline e do puff Annecy, decorados com almofadas também Artefacto. Um vão de quase 4 metros de largura recebeu vidro fixo transparente para integrar com o paisagismo e destacar ainda mais a lareira deste recanto.

THE POST Esta é a história real de um jornal que enfrentou toda sorte de dilemas e debates para trazer à tona informações desconhecidas da sociedade à época da Guerra do Vietnã. O filme recupera a batalha entre o então presidente dos EUA, Richard Nixon, e o jornal Washington Post no início dos anos 1970. A redação teve acesso a documentos secretos que revelavam mentiras da Casa Branca sobre evidências do envolvimento dos Estados Unidos. A decisão de divulgar o conteúdo das sete mil páginas de informações vazadas é contada por Steven Spielberg com um elenco estrelado por Meryl Streep e Tom Hanks.

SAMARA

Barbosa

.............................................. Samara Barbosa @arq_samarabarbosa samarabarbosa.com.br

Samara Barbosa em frente à poltrona Poline



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, aparador Rio, luminária Jodie, sofá Cage II, puff Annecy, chaise longue Harrison e mesa de centro Everest B | Aparadores Rio e Ethro, luminária Jodie, sofá Cage II e puffes Annecy

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C | Mesa de jantar Indian e cadeiras Sammy com braço D | Mesa de centro Everest, puffes Annecy, cadeiras Sammy com braço e mesa de jantar Indian E | Poltronas Poline e mesas laterais Halston

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A | Aparador Ethro B | Mesa de centro Everest C | Mesa de centro Pandia D | Mesas laterais Halston

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E | Aparador Rio F | Poltrona Poline G | Chaise long Harrison

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ão há mulher – ou fashionista em geral, independentemente do gênero – que desconheça o universo pop de “Sex and The City”, série de TV que acompanhou a vida amorosa de quatro amigas em Nova York por seis temporadas e deu origem a dois blockbusters de mesmo nome. No entanto, é o lifestyle do principal personagem masculino da história que inspirou a arquiteta Suelen Parizotto a estrear na Mostra Artefacto com muito charme. Os holofotes do ambiente são voltados a Mr. Big, e não a Carrie Bradshaw, como muitos poderiam esperar. “Queria um filme leve e, ao mesmo tempo icônico, com um viés para surpreender as pessoas. Criei um espaço feito para um empresário culto e atemporal da Big Apple, com todo o glamour e a sofisticação de um bon vivant como ele, apreciador de jazz e arte”, explica a profissional. Debutante na Mostra Artefacto Curitiba e uma das arquitetas mais jovens desta seleção, Suelen considera a arquitetura como a arte do bem viver e traduziu o DNA do personagem em elementos de bom gosto no living de 40 metros quadrados. Tons masculinos predominam no mobiliário, como o marrom cacau e o azul noite – cores inéditas que são lançamentos da Artefacto –, além do cinza e do chumbo. A modernidade e a elegância do filme estão impressas na mistura de materiais, como a camurça natural do sofá Phili, o mármore da lareira, a boiserie em aço e o inox, presente tanto na cômoda Ray, em acabamento em high gloss, como nas mesinhas de centro Yego e Oro II. Obras de arte de Carlos Vergara, artista gaúcho que já expôs em Nova York, completam o estilo proposto. Todas as paredes são revestidas em MDF areia, e uma delas traz vegetação natural, num contraste para surpreender. “Sempre levo a natureza para dentro dos espaços, pois o luxo se encontra nas coisas simples da vida”, conclui Suelen.

SEX AND THE CITY Para quem foi fã ardoroso da série homônima exibida nas telinhas de 1999 a 2005, o longa pode não agradar. A verdade é que, como era de se esperar, as aventuras das quatro amigas já não são mais as mesmas de quase dez anos antes, quando da estreia de “Sex and The City” nos canais fechados da TV. Lançado em 2008 e com direção de Michael Patrick King (roteirista também de alguns episódios da série), a produção capta as novas questões que Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker, que também foi produtora), Charlotte York (Kristin Davis), Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) e Samantha Jones (Kim Cattrall) enfrentam no período pós-balzaquiano. A busca pelo casamento perfeito, a maternidade e a descoberta da infelicidade depois dos 40, retratando sempre a união entre o quarteto, dão o tom do roteiro em que a supremacia feminina impera.

SUELEN

Parizotto

.......................................................... Suelen Parizotto @suelen_parizotto_arquiteta sparquitetos.com.br

Suelen Parizotto sobre cômoda Ray



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, cômodas Ray, sofá Phili e almofadas Majestic B | Sofá More III, mesas laterais Cero e abajur Giselle

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C | Mesas de centro Oro II e Yego D | Mesa de centro Yego E | Mesas de centro Oro II e Yego e poltrona Ricci

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A | CĂ´moda Ray B | SofĂĄ Phili C | Almofada Majestic

C D | Mesa de centro Oro II

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F E E | Almofada Modelo 10 G F | Mesa de centro Yego

G G | Moldura Munique H | Poltrona Ricci I | Sofรก More III

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escritor norte-americano Ernest Hemingway cravou a sentença “Paris é uma festa ambulante” em seu famoso livro de memórias sobre a vibrante capital francesa onde tudo acontecia. Esta fantasia de viajar de volta no tempo para a década de 1920 inspirou a criação do ambiente de Viviane Loyola em sua estreia na Mostra Artefacto. O clima da passagem do tempo de “Meia Noite em Paris” guiou a composição dos 67 metros quadrados do living com sala de jantar e quarto. Estão lá elementos como mármore e tecidos nobres presentes no contraste entre tons neutros e quentes. A iluminação mais discreta e a paleta de cores terrosas reforçam a proposta no ambiente funcional e de layout acolhedor. “O toque da luz natural que entra no ambiente cria uma atmosfera aconchegante, um clima de viagem com a percepção nítida da passagem do dia”, completa a arquiteta, que escolheu a profissão após acompanhar uma reforma que seus pais fizeram em casa, ainda adolescente. Receber bem é o norte da composição, que preza pela nobreza dos materiais em complemento ao mobiliário solto. É o caso do painel que reveste uma das paredes em mármore travertino, muito presente na Europa, e na mesa de centro Halston, com tampo de mármore marrom imperial. Linhas retas também predominam no espaço, tanto na marcenaria com toque contemporâneo (como o pergolado acima da área de convívio), como na escolha de peças de apoio como os aparadores Hayden e Rio e o marcante buffet Duet. No quarto, a cheia de personalidade cabeceira Mira II abraça com suavidade a cama king.

MEIA NOITE EM PARIS Ao se deparar com um grupo de estranhos – que, na verdade, são renomados autores da literatura mundial – durante um passeio noturno em uma viagem com a família da noiva (Rachel McAdams) a Paris, Gil (Owen Wilson) recupera a vontade de ter sido um escritor de prestígio e se sente cada vez mais frustrado com a vida que leva como roteirista hollywoodiano. Depois desse encontro, todas as noites o protagonista viaja no tempo para a Cidade-Luz dos anos 1920, onde encontra inspiração vivendo momentos com seus grandes ídolos. “Meia Noite em Paris”, um filme classificado como comédia/romance escrito e dirigido por Woody Allen, segue a linha de diálogos sarcásticos, personagens característicos e referências culturais comuns ao cineasta norte-americano.

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........................................ Viviane Loyola @viviane_loyola vivianeloyola.com.br

Viviane Loyola ao lado da poltrona Brasília



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, mesa de jantar Catalan, cadeiras Jey II e vaso e abajur Nassau B | Aparador Rio C | Cabeceira Mira II, criado Herzog e luminária Giselle D | Sofá Solo, abajur Nassau, poltrona Brasília, puffes Dorset, mesa de centro Halston e bandeja Aura

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E | Buffet Duet, abajur Vitra e vaso Giselle F | Poltrona Brasília, mesa lateral Vulcan e abajur Nassau G | Sofá Solo

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A | Mesa de centro Halston B | Sofรก Solo C | Mesa lateral Star II D | Cadeira Jey II

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E | Poltrona BrasĂ­lia F | Mesa de centro Pandia G | Aparador Rio H | Cabeceira Mira II

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