Revista Artefacto Rio 2018

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mostra decor + cinema 2018 rio de janeiro


su má rio

MOSTRA DECOR + CINEMA 18 espaços que se valem da Sétima Arte como inspiração nas pranchetas de grandes nomes da arquitetura

ARTEFACTO EDITIONS 2018 A nova coleção sob o olhar de Patricia Anastassiadis – arquiteta e consultora de produtos da marca

FLORES RARAS, POR ALEXANDRE CARDIM Bossa carioca inspirada no filme sobre a paisagista Lota de Macedo Soares

JAMES BOND 007, POR ALEXANDRE LOBO E FÁBIO CARDOSO Os diamantes são eternos no projeto do duo

MEIA NOITE EM PARIS, POR ALINE CELLES E BETHÂNIA D’ELIA Ambientação francesinha revela a inspiração das profissionais

RIO, POR ANA LÚCIA JUCÁ Animação premiada internacionalmente vira vitrine colorida

SOB O SOL DA TOSCANA, POR BABI TEIXEIRA Ar fresco e iluminação natural no projeto da arquiteta

A PRAIA, POR BERNARDO GAUDIE-LEY E TANIA BRAIDA Quando um paraíso cinematográfico vira decoração

DIREITO DE AMAR, POR CARMEN MOURO A classe de Tom Ford pelo olhar da arquiteta

HOMEM DE FERRO, POR CLAUDIA E JOÃO VICTOR BRASSAROTO O estilo middle century capturado do blockbuster

JACKIE, POR CLAUDIA PIMENTA E PATRICIA FRANCO Dupla aposta na classe insuspeita da primeira-dama

CINQUENTA TONS DE CINZA, POR DAVID DEFIZIO Sobriedade masculina no loft do jovem profissional

A ORIGEM, POR DUDA PORTO Atemporal e intimista, o arquiteto investe na película de Leonardo Di Caprio

......................................................................................... Capa e ensaio Memorial da América Latina Direção criativa: Allex Colontonio e André Rodrigues Fotografia: Salvador Cordaro Moda: Marcio Banfi Make: Renan Seravat Hair: Eliseu Santana Modelo: Talita Stroher (Elo Management) Produção executiva: Karina Pascini

A França reinterpretada sob uma ótica alva, acinzentada e cor-de-rosa

Look: Vestido Thierry Mugler (acervo Marcio Banfi) Anel Eleonora Hsiung Sandálias Santa Lolla

OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES, POR FÁBIO BOUILLET E RODRIGO JORGE

Cena: Poltrona Carrie, Artefacto Editions 2018 por Patricia Anastassiadis

INTOCÁVEIS, POR ELAINE RAMOS

Vitrine clean evoca o charme do filme

Agradecimentos: Fundação Memorial da América Latina

2 FILHOS DE FRANCISCO, POR LENORA LOHRISCH E EMERSON ARAÚJO A cinebiografia de uma das maiores duplas sertanejas do País, em versão decor

CARMEN MIRANDA: BANANA IS MY BUSINESS, POR LUIZ FERNANDO GRABOWSKY Texturas exclusivas em uma composição chic em mood total tropical

ENTRE DOIS AMORES, POR NATALIA PAES DE ANDRADE E SIMONE MEIRA Materiais preciosos em um ambiente que remixa quarto com estar e escritório

SIMPLESMENTE ACONTECE, POR PATRICIA NETTO Um living para dormir que é totalmente flexível e contemporâneo

UMA LINDA MULHER, POR RAQUEL DE ALENCAR Beverly Hills inspira o ambiente

e x p e d i e n t e

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PROJETO E REALIZAÇÃO Allexincasa Edições Ltda (Allex Colontonio + André Rodrigues) CONTATO COMERCIAL (11) 3897 7000 patrocinios@artefacto.com.br COLABORADORES Ailton Alves, Anderson Buth, Dorival (China), Edison Garcia, Fabiano Itaquê, Fernanda Vello, Gabriel Angelo, Karina Pascini, Marco Antonio, Meire Silva, Renan Tavares, Salvador Cordaro e Vinícius Diefenbach


MOSTRA DECOR + CINEMA 2018 Grandes nomes da arquitetura e dos interiores apresentam espaços para sonhar e se inspirar a partir dos clássicos – e novos clássicos – do cinema



Os tempos mudam cada vez mais rápido e a Artefacto, com o compromisso de se manter atualizada para superar as expectativas dos nossos clientes e amigos, continua apostando na evolução da tradição. Para isso, interpretar a casa contemporânea e os novos hábitos de consumo, assim como fazer um uso mais racional dos recursos ambientais em cada etapa da construção de uma peça, é tão fundamental quanto a valorização do fatto a mano, principal característica do DNA Artefacto, que aposta alto na integridade do desenho e no respeito aos designers, com produtos totalmente patenteados. Para abrir a nova temporada da Mostra pioneira no segmento que virou evento disputado entre as grandes expos de decor no Brasil, desta vez escolhemos como tema a Sétima Arte. Os blockbusters definitivamente transbordaram das salas públicas de exibição para o universo doméstico, quase que simultaneamente. Com a chegada do streaming on demand de gigantes como Netflix, Apple TV e Hulu, as sessões privês estão cada vez mais em alta. Sem falar que, do ponto de vista estético, o cinema também é um dos principais canais de inspiração para arquitetos e designers de interiores, já que retrata o comportamento humano como nenhuma outra. Nas próximas páginas, além de apresentar o mobiliário da Artefacto Editions 2018, pelo quarto ano consecutivo sob o olhar de Patricia Anastassiadis, queridos e talentosos profissionais do Rio de Janeiro (Alexandre Cardim, Alexandre Lobo e Fábio Cardoso, Aline Celles, e Bethânia D’Elia, Ana Lúcia Jucá, Babi Teixeira, Bernardo Gaudie-Ley e Tania Braida, Carmen Mouro, Claudia José Victor Brassaroto, Claudia Pimenta e Patricia Franco, David Defizio, Duda Porto, Elaine Ramos, Fábio Bouillet e Rodrigo Jorge, Lenora Lohrisch e Emerson Araújo, Luiz Fernando Grabowsky, Natalia Paes de Andrade e Simone Meira, Patricia Netto, e Raquel de Alencar) desfilam seus ambientes inspirados em campeões de bilheteria que certamente ajudam a contar várias histórias – a deles, a nossa e, sem dúvida, a sua. Enjoy!

edi to rial

............................................. Paulo Bacchi @pauloartefacto

Decor + Cinema

@artefactooficialbrasil @artefactomiami artefacto.com.br


Produtos p Artef


atenteados actoÂŽ


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9 Com rigor artesanal e look anti-efêmero, Artefacto Editions 2018 passeia despretensiosamente por questões contemporâneas e formas etéreas

Manufatura atemporal

............................................................................................................ Na cena, Talita Stroher veste casaco Thierry Mugler (acervo Marcio Banfi); anel Eleonora Hsiung; calça Youcom; sapatos Santa Lolla. Módulos Escape, poltronas de base giratória Carrie e mesas componíveis Carlo. Produtos patenteados Artefacto®


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..................................... Estante Maurice


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..................................... Criado-mudo Constantin Na pรกgina ao lado, buffet Constantin


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.......................................................................... A modelo Talita Stroher veste camisa Morena Rosa; calรงa Gucci (acervo Marcio Banfi); e brincos Rommanel retratada sobre os mรณdulos Kubrick


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......................................... Registro da mesa Alderaan, que leva tampo Terrazzo Nero


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..................................... Criado-mudo Mute Na pรกgina anterior, acima, escrivaninha Ginza

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..................................... Cadeira Hara


........................................................................................... Sofá Solo Na página ao lado, Talita Stroher com vestido Thierry Mugler (acervo Marcio Banfi); anel Eleonora Hsiung; e sandálias Santa Lolla fotografada com a poltrona Carrie

Agradecimentos: Fundação Memorial da América Latina

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Razão e sensibilidade Da mistura fina de técnicas e materiais em leituras que partem do brutalismo ao futuro mais avant-garde, Patricia Anastassiadis explora novos territórios com o bom e velho rigor artesanal da Artefacto

Desde que assumiu a consultoria de produtos da Artefacto, há quatro anos, Patricia Anastassiadis, um dos maiores nomes da arquitetura do País, mirou na evolução da tradição. “O DNA da Artefacto sempre buscou um padrão de excelência internacional, com as melhores matérias-primas e um rigor artesanal raro na indústria. É assim que a marca vem construindo uma história de mais de quatro décadas. Desde que assumimos o front dos lançamentos, procuramos valorizar ainda mais esse legado, em formas que buscam a atemporalidade, já que um móvel não é um bem de consumo efêmero e, muitas vezes, chega a atravessar gerações”, conta a arquiteta. Para a Artefacto Editions 2018, Patricia, que acredita que “quando se perde a sensibilidade daquilo que é feito à mão, a civilização corre um risco”, se vale de temas atuais relevantes compartimentados em quatro caminhos (Primitivo, Fiber Lab, Campanha e Space) para delinear o mobiliário, elevando o discurso – e o curso – do design a um novo patamar de importância cultural, com leveza e sem nenhuma pretensão. “Não há aqui um storytelling

forçado para justificar esta ou aquela curva, este ou aquele traço. A inspiração-chave da nova coleção como um todo é o próprio ser humano, suas interações entre si e com o meio ambiente – um resgate daquilo que é verdadeiramente essencial inclusive dentro de casa”, contextualiza. “E graças a essa proximidade com os processos fabris e com o DNA do brand alcançamos maior maturidade na mistura dos materiais, com uma ousadia pé no chão que busca a originalidade sem comprometer fundamentos da mobília, como a ergonomia e a plasticidade enquanto extensão do próprio hábitat, do invólucro arquitetônico.” Do primitivo/vernacular ao retro-futurismo, do artesanato fatto a mano ao utilitarismo da vida nômade e sem fronteiras, os moods da nova coleção traduzem muito mais do que tendências de um segmento – são statements de uma marca protagonista e alinhada com o seu tempo, que plasma na manufatura de seus mobiliários as técnicas clássicas, as tecnologias de ponta e uma razão de ser que começa e termina no conforto, em todas as suas vertentes.


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.................................................. A arquiteta Patricia Anastassiadis, que assina a consultoria de produtos Artefacto, clicada sobre poltrona Carrie


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MOODS ARTEFACTO EDITIONS 2018

Primitivo

Fiber Lab

O ser humano e a sua intensa relação com o mobiliário, seguindo a vontade global de readequação do consumo como memória afetiva e enaltecendo o valor intrínseco em cada peça, foram o norte da inspiração. Neste contexto, elas acionam materiais simples pinçados do brutalismo, como granilite, pedra e cimento. “Olhei intensamente para o ser humano e para a sua relação com o mobiliário, que funciona quase como um abrigo”, explica Anastassiadis. As formas mais orgânicas serpenteiam um maior equilíbrio e proporção nas curvas. Em contraponto com a alta tecnologia que domina a vida cotidiana, essa linha propõe uma imersão no ancestral, inaugural, vernacular e essencial por meio da retomada e valorização dos processos artesanais.

Aqui a relação direta com a fibra, que se conecta como o grande cordão umbilical da gênese da Artefacto. Com acabamento assumidamente artesanal, as peças transitam entre o living e o terraço, protagonizando um lifestyle indoor ou outdoor. Materiais como palha de buriti, aço e couro se encontram em amarrações bem transadas. “A fibra vem trabalhada de forma extraordinária no ateliê da Artefacto, sendo adequada tanto para uso interno quanto externo – as peças desse mood podem, assim, migrar entre espaços e transitar pela casa”, contextualiza Patricia.

................................................................ Acima, mesas componíveis Carlo Ao lado, cadeira Hara


27 ................................................................ Ao lado, escrivaninha Ginza Abaixo, módulos Escape

Campanha

Space

Bebendo na fonte do transculturalismo e multiculturalismo e da necessidade de porosidade entre os povos e as fronteiras, essas peças leves e de encaixe vendem a sensação de que podem ser desmontadas e levadas, mas sem fragilidade, manifestadas em materiais resistentes como couro e madeira. O nomadismo tempera as composições que refletem e festejam a diversidade de escolhas e a liberdade de movimento, permitindo composições autorais a partir de arquétipos clássicos. “Queremos transmitir a sensação de permeabilidade, liberdade, movimento. As peças apresentam traços versáteis – são componíveis, trazem encaixes e misturam técnicas de diferentes origens culturais”, explica Anastassiadis.

Entusiasta das inúmeras nuances construtivas, dos princípios cartesianos de Arquimedes às esquinas de concreto armado de Niemeyer, Patricia Anastassiadis sabe que o design, por definição e excelência, nada mais é do que a arquitetura na escala do móvel. Nesta matiz da nova coleçõ, apostou na dualidade entre o vazio e o preenchido numa ode ao Minimalismo oriental. Em termos práticos, a forma vem percebida não pelo espaço que preenche, mas pelo vazio que a contorna – ou seja, está além da percepção física, jogando com a liberdade da mente e a calma do silêncio. Peças surgem em tonalidades claras e composições modulares. “O vazio é tão importante quanto o preenchido. Imprimimos essa sensação por meio de recortes pontuais e hiatos arquitetônicos que flertam com sombras, luzes e movimentos”, sentencia.


DESIGN JOÃO ARMENTANO

info @ 1 0 0 0 m us e um .co m SÃO PAULO: HADDOCK LOBO - 3087 7000 | D&D SHOPPING - 5105 7777 | JARDIM ANÁLIA FRANCO - 2022 5600 | RIO DE JANEIRO - 3325 7667 | CURITIBA - 3111 2300 BALNEÁRIO CAMBORIÚ - 3264 9505 | CAMPINAS - 3397 3200 | BRASÍLIA - 2196 4250 | GOIÂNIA - 3101 9900 | JAÚ - 3416 6904 | SALVADOR - 3034 5555 | JOÃO PESSOA - 3031 4941 PORTO VELHO - 3225 1225 | MANAUS - 3211-0600 | CUIABÁ - 3027 6639 | ARTEFACTO B&C: SÃO PAULO: AVENIDA BRASIL - 3894 7000 | D&D SHOPPING - 5105 7760 ARTEFACTO OUTLET: SÃO PAULO: RUA HENRIQUE SCHAUMANN - 3897 7001 | CATARINA FASHION OUTLET - 4130 4700 USA: CORAL GABLES - 305.774.0004 | AVENTURA - 305.931.9484 | DORAL - 305.639.9969 | ARTEFACTO.COM





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segredo é vestir a camisa – e a pele – do cliente: “Sempre penso que o projeto que faço seria para eu morar, assim, o espaço carrega em si um pouco da minha identidade”, conta Alexandre Cardim sobre seu modo de trabalho. Neto de engenheiro, o interesse por trabalhos manuais foi contemplado pelas ricas influências dos antecessores. Para esta edição da Mostra, sua quinta participação e terceira consecutiva, quis, de pronto, passar longe dos clássicos hollywoodianos e se debruçar sobre uma das mais importantes produções nacionais dos últimos anos (e com os dois pés no seu ofício, é claro). “Lembrei-me de ‘Flores Raras’ pois, além de arquitetura e poesia, recorta um tempo histórico distante e suas questões que ainda carecem de reflexão, como a forma como lidamos com a liberdade/autonomia feminina”, comenta. A Casa Samambaia, morada de serra da legendária paisagista Lota de Macedo Soares situada em Teresópolis, foi o ponto de partida para os 150 metros quadrados que abrangem sala de estar, jantar, living, suíte do casal e banheiros. A inspiração, segundo o profissional, vem da força e da paixão da arquiteta-urbanista por seus trabalhos pelo Rio antigo. “A Cidade Maravilhosa deve muito à Lota por todo o empenho no projeto do Parque do Flamengo”, defende. Apesar de o filme ter sido gravado em uma residência assinada por Oscar Niemeyer, Cardim manteve as referências à obra autêntica de Lota. Alusões recaem sobre o paisagismo (samambaias); sobre a opção pelo cobogó geométrico; sobre o desenho de “Folhagem”, tecido da parede assinado por Ucho Carvalho para a Beach & Country; a janela que se estende do piso ao teto; a parede de pedras irregulares; o desenho dos sofás redondos do modelo Jaén, uma menção ao Aterro; e os quadros de Tarsila do Amaral, Maria Leontina e Roberto Burle Marx. Esses e outros elementos se evidenciam pela prevalência de tons neutros e leves tanto nas paredes, quanto nos revestimentos.

Flores raras A narrativa filmada em 2013 pelo diretor Bruno Barreto é uma das poucas do cinema nacional a retratar relacionamentos gays sob um olhar menos conservador ou estereotipado. A saga revela os bastidores do golpe militar de 1964 (e seus desdobramentos) e, como cenário, conta a história de amor intensa ocorrida entre a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (Glória Pires) e a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto). Um recorte sobre o Brasil dos 1950 /1960 se desenha na tela com destaques para a inauguração da Capital Federal, o surgimento da Bossa Nova (e sua valiosa contribuição cultural), sem contar os bastidores do governo Lacerda e a construção do Aterro do Flamengo – projeto este que joga luz sobre o paisagismo da Cidade Maravilhosa.

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Cardim

.............................................. Alexandre Cardim @alexandrecardim_arq alexandrecardim.com.br Alexandre Cardim segura luminária Slender



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, sofá e puffs Cartaya, estante Esther e poltronas Nazar B | Sofá Jaen e mesa componível Zalla C | Sofá e puffs Cartaya, mesas de centro Nolay e poltronas Nazar D | Mesa de centro Nolay e poltronas Nazar E | Cama Zafra, banco Monzon, criados Agres e, na parede, tecido Folhagens, por Ucho Carvalho para Artefacto Beach & Country

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F | Cadeiras Vicc e coluna de jantar Rio G | Escrivaninha Moya, cadeira Ayora e baú Domoa H | Poltronas Castalla, moldura Elie e mesa lateral Trieste

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get the look

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A | Buffet Ardon B | Moldura Munique C | Cadeira Vicc D | Cama Zafra

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E | Aparador Hayden F | Estante Esther G | Escrivaninha Moya H | Poltrona Kamari I | Criado Agres

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esde quando estagiaram juntos, há 22 anos, Alexandre Lobo e Fábio Cardoso não pararam de trabalhar a quatro mãos. Foi nesta época em que os amigos, que também compartilharam a mesma faculdade, começaram a se envolver com o desenho de interiores. Depois de cinco edições cariocas, a dupla chega na Mostra de 2018 com um loft de 71 metros quadrados permeado de referências aventureiras e misteriosas: foi a sedutora atmosfera setentista de “007 - Os Diamantes São Eternos” que pautou a composição do espaço. “O filme apresenta uma estética que combina bastante, ao nosso ver, com uma série de peças incríveis que a Artefacto vem produzindo”, comentam os profissionais, que incluíram neste panorama modelos como o abajur Giselle, e as mesas laterais Star II, Smukke, Huis e Halston. Cenário da luta entre o vilão e o protagonista, a morada do arqui-inimigo, “uma incrível casa modernista com formas circulares” feita a partir de concreto armado com grandes trechos envidraçados e painéis de madeira na sala, emprestou referências geométricas e materiais ao projeto. A parede curva em concreto armado, confeccionada pelo artista plástico francês Benoit Gentil, inclusive, é o que os arquitetos acreditam que seja um dos destaques. “Ela acolhe o estar com sofá curvo e tapete redondo, caracterizando bem os anos 1970 e fazendo uma boa alusão à sala da casa do filme”, dizem, fazendo menção ao módulo Illi. Painéis de madeira pau ferro com acabamento em alto brilho borrifam mais sofisticação ao contexto, característica de todos os cenários de filmes do agente secreto. Para completar, um grande bar desenhado pelos próprios arquitetos, além do piso em porcelanato que reproduz mármore na cor cinza, reforça a atmosfera classuda da película.

James Bond 007 - os diamantes são eternos O agente do serviço secreto James Bond (em cena desde 1962) é uma das franquias mais prestigiadas da sétima arte – o personagem já foi encarnado por seis atores diferentes no decorrer de 23 longas oficiais. O título se consagrou por alavancar o gênero de ação com tramas envolventes, em que o herói explora cenários luxuosos e encantadores, sempre muito bem escoltado pelas interessantes Bond Girls (namoradas do protagonista) a bordo de carros estilosos e acessórios tecnológicos. O roteiro de “O Diamantes São Eternos” se vale do contrabando das pedras preciosas e suas implicações no submundo do crime, motivações que levam o intrépido 007, na pele de Connery, a encarar a missão de desbaratar a quadrilha em nome do governo britânico.

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Lobo Cardoso Fábio

.............................................. Alexandre Lobo e Fábio Cardoso @afarquitetura afarquitetura.com.br Fábio Cardoso e Alexandre Lobo com um par de poltronas Lerida



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, sofรก Illi e mesa lateral Halston B | Cabeceira Mira II, criados Emmy, abajures Giselle, mesa lateral Huis e puffs Jeff C | Cadeira Giorgio e luminรกria de piso Slender

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D | Detalhes do ambiente E | Poltrona Belgravia e mesa lateral Star II F | Poltronas Juliet II, mesa lateral Smukke e sofรก Illi


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get the look B

A

A | Poltrona Belgravia B | Puff Dorset C | Aparador Laos D | Criado Emmy E | Moldura Elie

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F | Mesa de centro Yego G | Cadeira Giorgio H | Sofรก Illi I | Puff Jeff J | Poltrona Juliete II

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ma efervescente atmosfera cultural do começo do século. “Em uma leitura atual, ‘Meia Noite em Paris’ remete muito à nossa arquitetura”, comentam Aline Celles e Bethânia D’Elia sobre o filme dirigido por Woody Allen e eleito como homenageado para sua participação inaugural na Mostra Artefacto. Adeptas dos tons neutros impressos em uma estética que mistura clássico e contemporâneo, as amigas acreditam que a produção estadunidense também reflita muitas das características aplicadas em seus projetos. Apaixonadas por arquitetura – “amor pela profissão nos define!” –, elas decidiram há três anos juntar as lapiseiras e trabalhar em parecia em projetos de casas e interiores. No loft de 52 metros quadrados criado para a ocasião, aplicaram elementos extraídos diretamente de cenários da Cidade da Luz – pano de fundo das divagações de Gil Pender, roteirista frustrado interpretado por Owen Wilson – como o dourado, boiseries, lustres, o paisagismo e as cores. “Um ambiente com elementos que remetem ao charme francês, lembrando que isso significa um misto de referências a diversos estilos arquitetônicos”, respondem as profissionais quando pedidas para descrever o espaço. “Mesclamos delicadeza, as curvas dos mobiliários, cores, detalhes no gesso e a iluminação. Tudo isso incorporando a simplicidade nas formas e a sofisticação que o dourado adiciona ao ambiente.” Dentre as peças que se encaixam nesse escopo, estão modelos como o ultracharmoso sofá Antique combinado com o também curvilíneo puff Annecy; o sóbrio criado Ray; a volumosa poltrona Ricci giratória; complementados pelo requinte do abajur Jodie. Além do revestimento clássico em tons de ouro aplicado nas paredes, as profissionais também destacam como ponto forte o movimento trazido pela sensação de abraço proporcionada pelos painéis brancos ripados.

Meia Noite eM Paris Ao se deparar com um grupo de estranhos – que, na verdade, são renomados autores da literatura mundial – durante um passeio noturno em uma viagem com a família da noiva (Rachel Mc Adams) a Paris, Gil (Owen Wilson) recupera a vontade de ter sido um escritor de prestígio e se sente cada vez mais frustrado com a vida que leva como roteirista hollywoodiano. Depois desse encontro, todas as noites o protagonista viaja no tempo para a Cidade Luz dos anos 1920, onde encontra inspiração vivendo momentos com seus grandes ídolos. “Meia Noite em Paris”, classificado como comédia/romance escrito e dirigido por Woody Allen, segue a linha de diálogos sarcásticos, personagens característicos e referências culturais comuns ao cineasta norte-americano.

aline

Celles D’Elia Bethânia

................................................... Aline Celles e Bethânia D’Elia @ab.arquiteturaeinteriores Aline Celles e Bethânia D’Elia sentadas sobre mesas componíveis Trevi



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, criados Ray, cabeceira Maschio, abajures Jodie, banco Hayden, poltronas Ricci, mesas laterais Zero e Huis e de centro Pandia, e sofรก Antique B | Cabeceira Maschio, criados Ray, abajures Jodie e banco Hayden C | Poltronas Ricci, mesas laterais Zero e Huis e de centro Pandia, e sofรก Antique D | Mesa lateral Huis

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E | Cadeira Vicc e cavalete Tower F | Poltrona Ricci e mesa lateral Zero G | Sofรก Antique, mesa de centro Pandia e lateral Huis

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get the look

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A | Sofรก Antique B | Moldura Lina C | Criado Ray D | Poltrona Ricci

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E | Cavalete Tower F | Mesa lateral Praksis G, I | Mesa de centro Vulcan H | Cadeira Padded

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uando, por meio das disciplinas do colégio técnico, pôde desenhar as plantas de sua casa e observar os objetos em três dimensões, Ana Lúcia Jucá começou a considerar Arquitetura como uma boa opção de carreira. Deu certo. Graduou-se, então, pela Universidade Santa Úrsula em 1986, e, depois de algum tempo trabalhando estritamente com projetos arquitetônicos, teve a oportunidade de se inserir também nos desenhos de interiores. “Hoje sou muito procurada para transformar espaços já existentes em sonhos”, comenta. Essa missão é rastreada por meio de paginações geralmente atemporais, uma vez que Ana Lúcia entende que “se sentir inserido em ambientes atualizados é prazeroso para todos”. Para mais uma participação em mostras Artefacto — ela carimbou seu passaporte em todas as edições cariocas! —, foi fisgada de primeira por um dos lançamentos da marca. “No dia da apresentação do tema, fomos introduzidos às novas estampas e reparei na ‘Trópicos’, que me remeteu às florestas tropicais brasileiras”, comenta, sobre o tecido assinado por Ana Laet. “Aí me veio logo a ideia do filme ‘Rio’.” As referências à animação aparecem na vitrine de 72 metros quadrados no formato de um charmoso dormitório de resort no meio da mata tropical. “As estampas de floresta revestem o entorno do quarto, criando esse clima fresco e relaxante para seduzir o cliente”, diz. “Colocamos como destaque todos os móveis, mas a cama sempre é a protagonista em qualquer quarto” — e a eleita para cumprir esse papel com maestria foi o modelo Zafra, amparado por peças como o sofá Malva; a poltrona Phoenix II; e a cômoda Ferrat.

Rio Lançada em 2011 pelo brasileiro Carlos Saldanha em parceria com a produtora Blue Sky, a animação Rio é daqueles filmes que exaltam a beleza da Cidade Maravilhosa sem se importar com os clichês. Feita em 3D com qualidade técnica irrepreensível, mescla paisagens clássicas cariocas (como a Vista Chinesa, o Pão de Açúcar e as praias da Zona Sul) aos detalhes do movimento das plumagens dos pássaros que regem a trama. A história se passa quando Blu (uma arara domesticada que não sabe voar) descobre ser o último macho de sua espécie e se aventura pela cidade ao encontro de Jewel, a fêmea de mesma linhagem. Dita o ritmo do enredo o carisma dos personagens, embalados pela trilha sonora contagiante de Will.i.am (Black Eyed Peas). Vale ressaltar que, em 2012, a obra concorreu ao Oscar na categoria Canção Original por “Real in Rio”, de Carlinhos Brown e Sérgio Mendes. Um dos nomes mais respeitados da MPB nos Estados Unidos, Mendes também assinou a produção musical do filme e envolveu artistas do calibre de Bebel Gilberto, Taio Cruz, Ester Dean, Siedah Garret e Jemaine Clement.

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Jucá

.............................................. Ana Lucia Jucá @analuciajucaarquitetura alj.arq.br Ana Lúcia Jucá se apoia sobre mesa de centro Eduardo



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, coluna de jantar Balaguer, cadeiras Ayora, cama Zafra e mesas laterais Tilos B | Banco Arurog II C | Balanço Ipê D | Poltronas Phoenix II E | Puffs Annam e mesas laterais Tilos

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F | Cômoda Ferrat G | Coluna de jantar Asti H | Sofá Malva e mesa de centro Vulcan


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get the look

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A | CĂ´moda Ferrat B | Poltrona Phoenix C | Moldura Kaula II D | Mesa lateral Tilos E | SofĂĄ Malva

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F | Balanço Ipê G | Coluna de jantar Asti H | Cadeira Ayora

G

I | Banco Arurog II

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eve e natural. Essas foram as principais características de “Sob o Sol da Toscana” que estimularam Babi Teixeira a eleger a película dirigida por Audrey Wells como motivo para sua segunda incursão em mostras Artefacto. “Desde o início, minha ideia era trabalhar com um filme leve, poético, naturalmente chique e despretensioso”, comenta a arquiteta graduada em 1998 pela Universidade Santa Úrsula, que já nasceu com a influência dos pais atuantes na área. Para isso, fez uso de materiais como pedras, linhos e palha natural para projetar um espaço com vida que pulsa a alma de quem dele usufrui. Repleto de livros, o living de 30 metros quadrados imprime com clareza os ideais de Babi, que acredita que “a arquitetura, como as demais artes, deve ser desenvolvida com plena liberdade de se expressar na forma estética”. Para ela, entretanto, quanto à funcionalidade, é ideal que se alcance o equilíbrio entre todos os elementos que compõem os ambientes de forma que conforto e qualidade no dia a dia sejam a tônica do trabalho. Além da presença marcante de peças como as poltronas Lerida e Petrer; do sofá Voksen; e das mesas Lucca, Moon e Trieste, a arquiteta aqui assinala como ponto forte a parede enroupada com pedra bruta e mármore travertino romano antique e um aparador revestido também com pedra natural por acreditar que sejam os elementos mais alusivos à região da Toscana.

Sob o Sol da ToScana Deprimida depois de um divórcio, a escritora Frances Mayes (Diane Lane) se vira do avesso e decide viver uma nova vida em um antigo pedaço de terra na região da Toscana, na Itália, lugar pelo qual se apaixona depois de uma viagem dada de presente pela amiga com a intenção de que se recuperasse do caos emocional. Focada em terminar seu novo texto em paz, a protagonista vê sua recém-adquirida estabilidade balançada quando conhece, além de novos e peculiares amigos, um homem que reacende seu coração. Dirigido por Audrey Wells, o longa baseado em um livro publicado pela própria Frances Mayes deixa encantados, também, os espectadores, ao usar e abusar de tomadas da paisagem campestre do local.

Teixeira babi

.............................................. Babi Teixeira @babiteixeira babiteixeira.com.br Babi Teixeira retratada junto à poltrona Lerida



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, poltronas Petrer, sofĂĄ Vokser, banco Tappo, mesa lateral Trieste e de centro Asher B | BaĂş Lohan

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C | Mesa de centro Asher e sofĂĄ Vokser D | Banco Tappo, poltrona Lerida e mesa lateral Trieste E | Poltronas Petrer e mesa de centro Asher


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get the look

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A | Mesa de centro Asher

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B | Poltrona Monovar C | Banco Tappo D | BaĂş Lohan

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E | Sofรก Linares F | Poltrona Lerida G | Mesa lateral Trieste H | Mesas laterais Lucca

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elo empenho no desenvolvimento de projetos recentes em Angra dos Reis, Bernardo Gaudie-Ley e Tania Braida pensaram que seria uma escolha mais do que acertada apostar nas referências de uma película de temática litorânea para sua segunda participação na Mostra Artefacto. A dupla atua há sete anos em projetos de arquitetura e design, e diz não seguir nenhuma regra pré-estabelecida em seus trabalhos. “Gostamos de criar ambientes que estejam de acordo com o estilo de vida do cliente. A casa precisa ter a cara de seu dono”, afirmam. Aqui, “A Praia”, com um Leonardo di Caprio dirigido pelo mesmo Danny Boyle que encabeçou “Trainspotting” e “Quem Quer Ser Um Milionário?”, regeu a métrica da toada. “Não criamos uma casa de praia batida. Estamos propondo algo novo”, garantem os profissionais. O loft de 84 metros quadrados, composto por suíte master e living e pontuado com alguns motivos urbanos, se dissipa em quatro direções referenciais: sol, mar, natureza e calor. O painel de LED atrás da cama de cabeceira Tribeca em alusão ao astro-rei aquece o dormitório, que, por estar dentro de uma espécie de caixa verde-atlantis, remete ao mar do Caribe, cenário do filme. Já o painel em madeira traz a natureza ao ambiente junto a uma lareira e à sofisticação de peças Artefacto como a novíssima estante Tournai; as poltronas Fold e Megan; e abajures feito o Venice e o Eos.

.............................................. Bernardo Gaudie-Ley e Tania Braida @betaarquitetura betaarquitetura.com Profissionais posam com a poltrona Uchoa II

A PrAiA Lançado em 2000, “A Praia” é um misto dos gêneros suspense e aventura dirigido pelo diretor Danny Boyle, o mesmo de Trainspotting. O astro Leonardo Di Caprio interpreta Richard, um jovem cuja vida se resume a viajar – não como um turista comum (desses que apenas desejam fotografar pontos turísticos), mas sim do grupo que resolve mergulhar na cultura do país em questão. Em um hotel barato localizado na Tailândia, o rapaz conhece o Sr. Patolino, sujeito enigmático que lhe revela a existência de um lugar secreto paradisíaco. Logo em seguida, o homem comete suicídio, deixando para trás um mapa que indica para o protagonista justamente a localização do suposto paraíso perdido. Junto a um jovem casal de franceses, após algumas aventuras, a trupe chega ao tal Éden, mas descobre que terão que driblar alguns obstáculos para desfrutar da ilha.

Bernardo

Gaudie-Ley Braida tania



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, cabeceira Tribeca, puff Nick, mesa de chรก Hanna II, criado Dean e bancos Aganju II B | Poltronas Fold e Megan, mesa de centro Petal e sofรก Cage II

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C | Sofรก Cage II e mesa de centro Petal D | Mesa de chรก Hanna II e puff Nick E | Poltrona Fold e moldura Emiliano

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A | Baú Domoa Palha B | Mesas componíveis Trevi C | Sofá Cage II D | Cabeceira Tribeca

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E | Criado Berge Louro F | Poltrona Fold G | Mesa de centro Petal H | Banco Aganju I | Mesa de Chรก Hanna II J | Puff Nick

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os sítios onde cresceu Carmen Mouro, quaisquer necessidades de reparos eram resolvidas por ali mesmo. Pela naturalidade com a construção e a edificação, não seria de se estranhar que seguisse o caminho da Arquitetura, para o que se graduou e se tornou mestre pela UFRJ. Foi na mesma direção em que segue seus projetos, mais voltados às áreas externas e ao paisagismo, que caminhou em mais uma participação em Mostras Artefacto. Nesta edição, o entorno da residência desenhada por John Lautner em “Direito de Amar” foi o partido. “Além da estória interessantíssima – a estreia do diretor no cinema, conhecido pela carreira de sucesso no mundo da moda –, os cenários do filme se desdobram em ambientes de móveis assinados, mas modernos, com cores metalizadas foscas (bronze, castanhos e grafites) e cores fortes/ contrastantes como ameixa e verde, com uso de madeira, vidro e revestimentos externos naturais”, justifica a profissional fã de Tom Ford. “A identificação e a escolha foram óbvias, porque as linhas de móveis externos da Beach & Country/Artefacto poderiam ter participado dos cenários de todo o filme, por serem elas atemporais e de conceito moderno”, arremata. Assim, projetou um espaço que simula as áreas externas de uma grande cobertura ou residência, com materiais neutros feito cimento queimado e pedra, e um projeto de luminotecnia inteligente responsável por fazer somente o balizamento dos ambientes e valorizar os móveis. Dentre as mais de 15 linhas de peças utilizadas, constam modelos de desenhos atuais, retos e em tons clássicos a exemplo da poltrona Dix; da chaise Fluens; e das mesas Trieste e Canyelles. O cenário é acompanhado de parede verde com irrigação embutida, jardineiras com uso de hidroponia, esculturas assinadas por Cassio Lazaro, e tapetes de padronagens exclusivas e próprios para área externa.

A Single MAn | Direito De AMAr O filme, que em solo nacional ganhou na tradução o questionável título “Direito de Amar”, marca a estreia de Tom Ford como cineasta – já que, até então, era reconhecido apenas no universo fashion pela repaginação da grife italiana Gucci. A obra impressiona por sua narrativa de forte apelo estético e direção de arte impecável inspirada em um romance do escritor britânico Christopher Isherwood. O enredo faz reflexão sobre temas como a aceitação de relacionamentos homossexuais pelas famílias da sociedade americana dos anos 1960 enquanto discorre sobre o dia de um professor universitário gay na cidade de Los Angeles, que sofre ao descobrir a partida do companheiro (em acidente trágico) com quem partilhou a vida por 16 anos e que, por esta razão, sente-se motivado a cometer suicídio.

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..................................................... Carmen Mouro @carmenmouropaisagismo carmenmouro.com.br Carmen Mouro em retrato sobre cadeira Piguet



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, cadeiras California, poltronas e mesas Canyelles e Zalla, e ombrelone Syde B | Mesas laterais Trieste e Canyelles e mรณdulo Aisa C | Aparador Rio e bancos Tappo D | Chaise long Samui E | Cadeiras Pinet e California e ombrelone Aruba

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F | Mรณdulo Aisa G | Mesa lateral Trieste H | Mesas laterais Cayelles

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A | Mesa de jantar Soneva B | Cadeira California C | Cadeira Pinet D | Aparador Rio

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E | Mรณdulo Aisa F | Poltrona Canyelles G | Ombrelone Syde H | Puff Panagia

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I | Chaise Long Rafal

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al poderia imaginar Claudia Brassaroto que as cidades montadas com blocos de madeira e as plantas de casas que despretensiosamente desenhava enquanto criança induziriam sua escolha profissional algum tempo mais tarde. Projetar residências, prédios e interiores acabou sendo, para ela, como ir ao parque de diversões, e ter estimulado o filho João Victor, de 25 anos, a seguir pela engenharia, também lhe garante certa satisfação pessoal — hoje, a dupla faz, junta, a Arq Design Brassaroto crescer vertiginosamente. Depois de 14 operações em mostras Artefacto, a marca surge em 2018 com um loft em homenagem ao blockbuster “Homem de Ferro”, em que Robert Downey Jr. interpreta o bem sucedido empresário Tony Stark, que investe suas cifras bilionárias em tecnologias de combate ao crime. A escolha foi de João, é claro. “Como um bom engenheiro civil, toda a tecnologia envolvida no filme, seja no desenvolvimento da armadura, quanto no resto, me encanta e me motiva”, diz o filho, também persuadido pela personalidade marcante do personagem e pelo estilo de sua morada. “Por mais que fosse uma residência fictícia, era um bom exemplo de arquitetura middle century com seus traços arredondados, o que, na visão da engenharia, é sempre mais complicado de realizar” — e isso soou com um desafio estimulante. Para aproximar o visual da película, eleita também pelo estilo de decoração similar, segundo Claudia, aos lançamentos da Artefacto — “que é o estilo que está muito em alta nos Estados Unidos e onde também estou com escritório”, diz —, os profissionais inseriram peças curvas e sofisticadas como modelos em veludo ou de acabamento em laca de alto brilho. Em 80 metros quadrados foram dispostos uma sala de estar com painel curvo de madeira “para aquecer o ambiente moderno e seco da época”, amparada por piso de madeira, tapete preto, sofá Argand e poltrona Phili, curvilíneos, em veludo cinza, e mesa de centro Poiret e mesas laterais Huis também redondas em aço e vidro preto; uma sala de jantar com mesa de vidro em base oval Moon de laca preta, mesmo acabamento das cadeiras Byron, além de dois buffets Greta em couro; um quarto e um escritório compostos por modelos como a cômoda Ray e a escrivaninha Chrome. “A maioria dos móveis é lançamento e a maioria é curva para sair um pouco da ideia que só linhas retas são modernas”, confirma a arquiteta.

.............................................. Claudia e João Victor Brassaroto @arqdesignbrassaroto arqbrassaroto.com Claudia e João Victor Brassaroto com o puff Lupion

Homem de Ferro Tony Stark é um empresário bilionário que resolve investir suas volumosas cifras em aparatos tecnológicos para lutar contra o mal. Adaptado dos quadrinhos, o personagem da Marvel, também um brilhante inventor, decide se dedicar à criação de uma armadura de alta tecnologia para tentar fugir do cativeiro em que foi posto por terroristas, o que o leva, então, a decidir combater o crime.

Claudia e joÃo viCtor

Brassaroto



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.......................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, mesas laterais Huis e de centro Poiret e sofĂĄ Argand B | Cama Nouveau II, cĂ´modas Ray e banco Pure C | Cadeira Flicker e escrivaninha Chrome

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D | Poltrona Phili e bancos Tappo E | Cadeiras Byron e coluna de jantar Moon F | Bancos Tappo, poltrona Phili, coluna de jantar Moon, cadeiras Byron e buffet Greta


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A | Biombo Sinclair B | Coluna de jantar Moon C | Mesa lateral Huis D | Cama Nouveau II

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E | Poltrona Phili F | Cadeira Flicker G | Buffet Greta H | Banco Pure

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I | Sofรก Argand

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a amizade entre as filhas nasceu a parceria profissional entre Claudia Pimenta e Patricia Franco. Enquanto Claudia ainda criança absorveu do pai a afinidade com o desenho para decidir pela Arquitetura, Patricia se realizou no Design de Interiores somente depois de alguns anos atuando com Administração. O requinte e a elegância de Jacqueline Kennedy, cuja história é retratada em “Jackie”, preencheram com graça a área de 129 metros quadrados dividida em living, sala de estar e quarto de dormir resultado do sucesso de 14 anos de parceria entre as amigas, em 2018 em sua sétima Mostra Artefacto. “Pensamos em ter como personagem uma figura feminina e de grande personalidade”, dizem. A presença daquela que fora esposa de John F. Kennedy foi representada, essencialmente, por meio de cores densas e móveis de pegada clássica, como as poltronas Wiggins; as chaises long Phili; e sofás arredondados como o Illi. Em harmonia com os galhos secos de jabuticabeira ornados com flores brancas, que evocam feminilidade, as delicadas estampas e texturas dos papéis de parede em tons sóbrios ressaltam ainda mais essa atmosfera de glamour. Claudia e Patricia sugerem como destaque o grande painel iluminado que cobre toda a parede atrás do extenso módulo Lian II na requintada sala de receber convidados. Outro ponto forte recai sobre o “bordado” da artista plástica Christina Sá de bolinhas de gude em diversas cores e tamanhos, feito com tule e linha de algodão encerada sobre peneiras de metal. Uma alusão aos clássicos cordões de pérolas usados por Jackie Kennedy, segundo as profissionais. É dela também o grande quadro sobre a dupla de bufetts Laos em laca preta brilhante e detalhes em croma dourado do ambiente de jantar. A área de dormir igualmente resgata a aura de feminilidade e requinte associada à personagem, trazendo poltronas Sin; mesas laterais Halston e Huis e de centro Oro II; e cabeceira Mira II, todos com formas arredondadas.

Jackie O diretor chileno Pablo Larraín escalou a atriz Natalie Portman para encarnar a persona da primeira-dama Jackie Kennedy em um dos momentos mais dramáticos do século 20: o assassinato do presidente, em Dallas, e os dias subsequentes à tragédia. Sem se preocupar em ser uma cinebiografia clássica, o longa não segue a ordem cronológica, e retrata com dramaticidade o périplo da protagonista pela Casa Branca, a passagem do bastão para os Johnsons, e, dentro desse processo de luto, uma autodescoberta política. As memórias da personagem principal são propositalmente confundidas na trama, que sempre parte em busca de uma investigação pessoal da importante figura pública que foi Jackie.

Pimenta Franco claudia

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.............................................. Claudia Pimenta e Patricia Franco @claudia_pimenta @patyfranco72 arquiteturaeinterior.com Claudia Pimenta e Patricia Franco posam sobre banco Monzon



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura,mรณdulo Lian II, mesa de centro Halston, puff Dorset e chaise long Phili B | Sofรก Illi, mesa de centro Oro II e poltronas Sin C | Aparador Hayden, puff Dorset e luminรกria Slender D | Mesa de centro Oro II E | Coluna de jantar Poiret, cadeiras Giorgio, abajures Giselle e buffet Laos F | Puffs Dorset

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G | Puffs Dorset, luminรกria Slender, mesas laterais Halston e Huis e cabeceira Mira II H | Buffet Laos e abajur Giselle I | Luminรกria Slender, poltronas Wiggins e mesa lateral Star II

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A | Cabeceira Mira II B | Poltrona Sin C | Mesa de centro Oro II D | Buffet Laos E | Mรณdulo Maddox

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F | Chaise Long Phili G | Poltrona Wiggins H | Sofรก Oscar I | Mesa lateral Star II J | Mesa lateral Halston

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er estudado edificações durante o Ensino Médio foi o empurrãozinho que faltava para David Defizio se enveredar para a certeza que já vinha edificando de que as moradas e as construções são a sua praia. “Desde bem novo desenhava casas e tinha imensa fascinação por arquitetura”, diz. Familiarizado em seus projetos com o uso de painéis de madeira, mármore, aço inox e mobiliário contemporâneo mesclados ao toque clássico, criou, para sua participação este ano, depois de assinar a vitrine da loja Rio ano passado, um ambiente inspirado no longa “Cinquenta Tons de Cinza”. “A escolha foi pontuada diante do perfil do Mr. Grey, um rapaz jovem, bem sucedido e de muito bom gosto, que representa o perfil dos nossos clientes”, comenta. O sofisticado apartamento onde mora o personagem principal serviu de referência, dentro da escolha do mobiliário contemporâneo, com design marcante e linguagem italiana. O espaço de aproximadamente 110 metros quadrados formado por um living com três ambientes – sendo um com lareira e uma cozinha/bar e outro, uma suíte com banheiro e closet – foi composto com peças como os sofás da linha Milano; as mesas Brass; a cama Brasília; e a mesa de centro Pandia. O grande destaque, segundo o profissional, se dá pela formação das paredes com enormes painéis de marcenaria e revestimentos reproduzindo mármore Nero e Limestone Bateig Blue.

Cinquenta tons de Cinza Os mais de 100 milhões de exemplares vendidos de Cinquenta Tons de Cinza – primeiro livro da trilogia de E. L. James – serviram de motivação para um grande estúdio de Hollywood filmar a obra no cinema em nome de uma bilheteria arrebatadora composta por fãs e leitores da obra ao redor do mundo. Na narrativa são desenvolvidos assuntos controversos como acusações de misoginia ou a idealização de um “príncipe encantado” endinheirado e controlador em contraposição à abertura de espaço para as mulheres exprimirem suas vontades e desejos sexuais. Na película dirigida por Sam Taylor-Johnson, em 2015, o público é apresentado à Anastasia Steele (Dakota Johnson), estudante de literatura inglesa que, para ajudar Kate (Eloise Mumford), sua colega de quarto que está resfriada, vai entrevistar o jovem magnata Christian Grey (Jamie Dornan) para o jornal da faculdade. Logo surge a atração entre o frio e sedutor empresário e a moça tímida e inexperiente, dando margem a todo tipo de canastrice, seja nos olhares dos atores ou na trilha sonora de Danny Elfman, remetendo aos prólogos do soft pornô.

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.............................................. David Defizio @daviddefizio daviddefizio.com.br David Defizio registrado sobre a mesa componível Brass



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, sofá Milano, poltrona e puff Lounger e mesa de centro Pandia B | Poltronas Library, mesas componíveis Brass e sofá Milano C | Cadeiras Evelyn D | Chaise long Plein

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E | Mesas componíveis Brass F | Poltrona e puff Jeff e mesa componível Brass G | Cama Brasilia, bancos Nômade, criados Berge e abajures Jodie

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A | Chaise long Plein B | Mesa lateral Vidre C | Mesa de jantar Lake D | Criado Berge Louro

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F | Sofá Milano G | Mesas componíveis Brass H | Poltrona Jeff I | Cama Brasília

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a fotografia surrealista de “A Origem” foi extraída a essência do ambiente multifuncional projetado por Duda Porto para sua quinta participação em Mostras Artefacto. “O filme serviu de inspiração por se passar no universo de um protagonista que, por diversas vezes, mostrou sua vontade de juntar dois mundos: o urbano do concreto e das cores sóbrias com o aconchego de uma residência na praia ou no campo, atemporal e intimista”, defende o arquiteto formado pela Universidade Santa Úrsula, que entrou para a Arquitetura a partir do apoio do pai. Ambientes neutros, com tons de cinza e bege no mobiliário, ortogonal, e alguns pontos que remetem ao art déco, como o uso pontual de dourado, se articularam na composição do espaço de 98 metros quadrados, que atende às necessidades da unidade carioca da marca em pequenas reuniões, cafés da manhã ou recepção exclusiva de clientes por meio de uma sala de estar com bar, uma sala de jantar e um lavabo. Como destaque, Duda seleciona o sofá Renzo, de formato em “L” e encosto regulável; a privacidade alcançada na entrada dos banheiros por meio do brise em madeira freijó; e o material de revestimento das paredes. Fazem parte da ambientação, ainda, modelos como a mesa lateral Star II; a moldura Cuba com espelho prata; e as cadeiras Evelyn.

A Origem “A Origem” é um híbrido de ficção científica e suspense dirigido por Christofer Nolan – nome dos mais destacados entre os cineastas de sua geração. No filme, Cobb (estrelado por Leonardo Di Caprio) está entre os melhores na arte de roubar segredos valiosos do inconsciente durante o estado de sono. Na condição de fugitivo impedido de retornar aos Estados Unidos e desesperado para reencontrar seus filhos, o protagonista aceita o ousado desafio proposto pelo empresário Saito (Ken Watanabe) de entrar na mente de Richard Fischer (Cillian Murphy), um herdeiro de império econômico, e, desta maneira, plantar a ideia de desmembrá-lo. Para colocar o plano em ação ele conta com a ajuda do parceiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt), da inexperiente arquiteta dos sonhos Ariadne (Ellen Page), e de Eames (Tom Hardy), personagem habilidoso na arte do disfarce no mundo dos sonhos.

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....................................................... Duda Porto @dudaportoarquitetura dudaportoarquitetura.com.br Duda Porto recostado sobre a poltrona Vicc



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.......................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, mรณdulos Renzo, poltronas Giorgio e mesa de centro Fold B | Coluna de jantar Poiret e cadeiras Vicc

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C | Cadeiras Evelyn D | Poltrona Giorgio E | Chaise long Phili e mesa lateral Star II

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A | Mesa de centro Fold B | Puff Renzo C | Moldura Cuba D | Cadeira Evelyn E | Mesa lateral Smukke

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F | Mรณdulo Renzo G | Coluna de jantar Poiret H | Mesa lateral Fit I | Poltrona Giorgio

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icotomias da vida. O que mais inspirou a antenada Elaine Ramos no francês “Intocáveis” foi o quanto as disparidades e o enriquecimento de vivências confrontantes dialogam em tramas vigentes ainda nos dias de hoje. O enredo, que fala sobre o encontro de um milionário francês tetraplégico tradicionalmente culto, branco, que desfruta do conforto de uma vida desejada pelo outro, um senegalês de nome Driss radicado na França, desempregado e morador do subúrbio responsável por ser seu acompanhante, foi convertido nos 114 metros quadrados da “Cabana do Casal” por meio do que a arquiteta esperaria que acontecesse com os dois protagonistas. “Na última cena, Philippe encontra a mulher com quem vive na atualidade. Então imaginei o ambiente dessa segunda história, como se fosse a próxima etapa da vida dele, tentando dar o clima de uma casa francesa, tão evidente no filme”, explica a profissional, que decidiu apenas se vergar por um mood mais descontraído, apesar de clássico, por imaginar uma sequência mais informal do personagem. A menção a uma França despreocupada de ditames se deu por meio de boiseries, obras de arte e móveis contemporâneos misturados a alguns de linhas mais tradicionais trabalhados junto a uma paleta de cores suaves de tons neutros em diferentes texturas. Neste cenário alvo, acinzentado e em rosa, estão abraçadas personalidades como o sofá Memory; as poltronas Poline, Belgravia e Antilhas II; e a chaise long Brasília.

IntocáveIs Lançado em 2012, “Intocáveis” foi eleito como a bilheteria mais rentável da história do cinema francês ao redor do mundo. A trama reverbera a relação de Philippe (François Cluzet), um aristocrata rico e paraplégico, e seu cuidador, o problemático imigrante senegalês Driss (Omar Sy). Estereótipos e clichês compõem o roteiro dos diretores Olivier Nakache e Eric Toledano, que se preocuparam mais em valorizar as semelhanças improváveis que aproximam os personagens (como a paixão pela música, o prazer pelos esportes radicais ou o respeito pela família) do que as diferenças colossais presentes em seus respectivos grupos sociais.

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.............................................. Elaine Ramos @elaineramosarquitetos elaineramos.arq.br Elaine Ramos se acomoda sobre poltrona Castalla



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, poltrona Antilhas II, sofรก Memory, poltronas Poline e mesas laterais Vulcan e de centro Yego B | Cabeceira Piet, banco Pure, luminรกrias Slender e criados Berge C | Cadeiras Poline e coluna de jantar Enzo D | Poltrona Antilhas II

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E | Poltrona e puff Belgravia F | Banquetas Giorgio G | Cavalete Tower e poltrona Antilhas II

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A | Cabeceira Piet B | Mesa de centro Yego C | Banqueta Giorgio D | Cadeira Poline

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F | Sofรก Memory G | Chaise Long Brasilia H | Coluna de jantar Enzo I | Puff Belgravia

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urpreender e inovar. Foi isto o que buscou a dupla Fábio Bouillet e Rodrigo Jorge, sócios à frente da Artis Design +, na edição 2018 da Mostra Artefacto Rio de Janeiro com um ambiente alusivo a “Os Homens Que Não Amavam As Mulheres”, primeiro romance da trilogia de Stieg Larsson “Millennium”. Acostumados com o uso de tons escuros, os amigos – arquiteto e engenheiro, respectivamente, graduados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – decidiram se revirar do avesso e explorar uma paleta totalmente fora de sua zona de conforto, para o que emprestaram da contemporaneidade da envidraçada casa de um dos membros da família Vanger a inspiração para seu living. “Quando fomos chamados para fazer a vitrine frontal, muito branca do piso às paredes, quisemos mudar e brincar”, comentam os profissionais, parceiros na atividade há mais de quinze anos, época em que já começaram a participar de eventos da marca. A estética glacial da morada cinematográfica foi reproduzida no espaço de aproximadamente 40 metros quadrados por meio de paredes, piso e cortinas na tonalidade cândida, um cenário amparado por peças como os módulos Austral em tecido savona alvejado; uma mesa de jantar Halston com tampo em louro mate e estrutura em bronze junto a cadeiras Mila em couro; e um combinado de estantes Tournai, lançamento Artefacto, na mesma finalização da superfície de refeições.

Os HOmens Que nãO AmAvAm As mulHeres A série “Millennium” é uma consagrada produção composta por três volumes escritos pelo jornalista sueco Stieg Larsson (continuada, depois de sua morte, em mais dois volumes de autoria de David Lagercrantzo), adaptada para o cinema em sua nacionalidade original e em versão estadunidense, esta dirida por David Lynch. Em “Os Homens Que Não Amavam As Mulheres”, história inicial, depois de ser acusado por calúnia e difamação por uma denúncia aparentemente infundada para a revista Millennium que pode arruinar sua carreira jornalística, Mikael Blomkvist recebe a missão de desvendar o sumiço da sobrinha do industrial sueco Henrik Vanger e, em troca, receber do mandatário informações que o ajudem em sua complicação judicial. O protagonista aceita a proposta e se muda para a propriedade da família no gélido Norte sueco, onde, sob o pretexto de escrever a biografia do patriarca do clã, investiga a história mal contada de 40 anos antes. Em determinado momento, passa a receber ajuda de Lisbeth Salander, uma hacker tatuada sob custódia do Estado com quem se envolve em uma improvável relação.

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.............................................. Fábio Bouillet e Rodrigo Jorge @artis_design artisdesign.com.br Fábio Bouillet e Rodrigo Jorge no puff Dorset



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, cadeiras Milรก e mesa de jantar Halston B | Cadeiras Milรก, mesa de jantar Halston e estante Tournai

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C | Chaise long Austral II e mesa lateral Fit D | Cadeiras Milรก e estante Tournai E | Chaise longs Austral II e mesa lateral Fit

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A | Aparador Rio B | Cadeira Milรก C | Coluna de jantar Balaguer D | Estante Tournai

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E | Mesa de jantar Halston F | Poltrona Belgravia G | Puff Prada H | Mesa lateral Bee I | Chaise long Austral II

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uando Lenora Lohrisch diz que “Dona Helena merece um loft da Artefacto”, se refere à homenageada matriarca da família de Zezé di Camargo e Luciano, cuja cinebiografia foi eleita junto ao parceiro de atividade Emerson Araújo como tema para sua participação debutante na Mostra Artefacto. Juntos profissionalmente há três anos, a associação surgiu não mais do que por afinidade e admiração mútua. “Uma vez, fui convidada para fazer um layout de uma cobertura muito grande e queria um parceiro naquela obra. Convidei, ele aceitou, e foi um sucesso”, conta Lenora. “Vimos que a parceria era muito boa. Temos harmonia como pessoas e respeito como profissionais”, afirma com segurança. Neste projeto – também um tributo ao cinema nacional –, os parâmetros emprestados do filme “2 Filhos de Francisco”, que conta parte da história da dupla sertaneja a partir de sua infância em busca do sucesso musical e a importância de todo o apoio dado pelo pai, se materializaram no loft criado pela dupla por meio de materiais neutros feito linho e madeira, muito branco e tons crus, fora algumas peças de arte popular concernentes à origem da mãe dos filhos de Francisco. Aqui figuram modelos como a mesa de jantar Niro; as poltronas Desert e Rigel; a mesa de centro Lucid; e a poltrona Petrer. Para Lenora e Emerson, o projeto como um todo é um ponto forte, uma vez que, em 70 metros quadrados, dispuseram cozinha, banheiro, quarto e sala de jantar e estar que acreditam condizer com as propensões atuais de estilo de vida. “Não queríamos só fazer um estar ou um dormitório, mas realmente uma casa funcional”, complementam. E o desenho foi aprovado inclusive por Dira Paes, cliente, amiga e intérprete de Helena Siqueira Camargo nas telonas, que recebe, no loft, uma tela feita por Ana Tavares em sua homenagem.

2 Filhos de Francisco Em 2 Filhos de Francisco, as diretoras Patrícia Andrade e Carolina Kotscho se valem da consagração da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano como pano de fundo para contar a trajetória de Francisco Camargo, o patriarca do clã. O trabalhador rural, interpretado por Ângelo Antonio, é um apaixonado por música e foi o maior incentivador da carreira dos filhos, mesmo se deparando com adversidades perversas como a fome, o frio, a paralisia infantil de um de seus herdeiros e os costumeiros melindres e deslumbramentos do universo artístico. Com direção de fotografia de Breno Silveira, a película revela os momentos alegres da infância e a vida adulta dos personagens de maneira bem crível, que, como não poderia deixar de ser em conto de fadas (após tanto sofrimento), a história ganha um acachapante final feliz.

LEnora

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.............................................. Lenora Lohrisch e Emerson Araújo @araujolohrisch_arq

Lenora Lohrisch e Emerson Araújo lado a lado sobre a poltrona Petrer



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, poltrona Rigel, mesa componível Trevi, poltronas Desert, mesa de centro Lucid, luminária Victoria, sofá Coquille e mesa lateral Moon B | Cabeceira Piet Palha, criados Drake e baú Lohan IV C | Poltrona Rigel e mesas Trevi e de centro Lucid D | Cômoda Limoges E | Cadeiras Jackie e mesa de jantar Niro F | Detalhes do ambiente

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G | Criado Drake e cabeceira Piet Palha H | Mesa componível Trevi, mesa de centro Lucid e sofá Coquille I | Poltronas Desert e mesa lateral Moon

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B | Mesas laterais Croma C | Poltrona Petrer D | Sofรก Coquille

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E | Mesa de centro Lucid F | Cadeira Jackie G | Mesa de jantar Niro H | Poltrona Desert I | Poltrona Rigel

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epois de quatorze incursões entre mostras e vitrines, Luiz Fernando Grabowsky chega à edição 2018 da Mostra Artefacto Rio de Janeiro com um loft inteiramente embebido nas referências do filme “Banana Is My Business”, que documenta das raízes ao estrelato a vida da icônica e memorável Carmen Miranda, “a grande estrela e a primeira diva a se tornar conhecida no mundo inteiro e a valorizar nossas bananas como ninguém”, como acredita o arquiteto formado pela Universidade Santa Úrsula. Encantado pela nova coleção de tecidos da marca e ávido por usá-la em seu projeto, das texturas, exclusivas, Grabowsky extraiu as tonalidades verde, cinza, e preto e branco presentes no recinto de 90 metros quadrados, que abriga um living com área de estar e tevê, sala de jantar e quarto integrado. O amarelo, acompanhado de cartazes do filme, também está presente nas referências brasileiras na decoração, com quadros, adornos e bananas num mood bastante tropical. O profissional, que possui ele próprio uma loja de acessórios decorativos, aponta como destaque a mesa oval de jantar em vidro verde apoiada sobre a coluna Minaya, junto à parede encapada com o tecido de estampa de macacos e folhas “Mico Leão Folhagens”, assinado por Ricardo Bello Dias. Para ele, é também digno de atenção o mobiliário acabado em dourado e bronze feito as mesas de centro Mai e Oro II.

.............................................. Luiz Fernando Grabowsky @nandog2 lfgrabowsky.com.br Luiz Fernando Grabowsky brinca com vaso Barrigudo, de Sérgio J. Matos

Carmen miranda: Banana is my Business O documentário Banana is my Business conta a saga da cantora e atriz Carmen Miranda, que despontou na música popular brasileira na década de 1930 para depois fazer sucesso na Broadway e em Hollywood. De origem portuguesa, Carmen se consagrou como a artista nacional mais famosa no exterior por conta de um certo folclore que incluía a sensualidade de suas vestes extravagantes, as altíssimas plataformas nos pés e os turbantes com arranjos de frutas na cabeça. Esse conjunto, regado a uma performance exótica, que agrega altas doses de humor, caiu nas graças do público norte-americano. A trama de David Meyer e Helena Solberg foi lançada em 1995 e foi coproduzida pela Corporation for Public Broadcasting (CPB), pelo Public Broadcasting Service (PBS) e pela Riofilme com orçamento de pouco mais de 500 mil dólares – utilizado basicamente na compra dos direitos autorais dos trechos de outras produções em que a protagonista participou em solo ianque.

Luiz Fernando

Grabowsky



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, poltrona Wiggins, mesa de chĂĄ Yukon, mesa de centro Mai, poltrona Russel e puff Dorset B | Coluna de jantar Minaya e cadeiras Bonheur C | Cabeceira Zaidin e puffs Prada D | Cadeira Easy e aparador Greta E | Poltrona Russel e mesa de centro Mai

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F | Buffet Kainz G | Poltrona e puff Phili H | Detalhes complementares da ambientação

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C A | Cabeceira Zaidin B | Mesa de centro Mai C | Mesa de chรก Yukon D | Aparador Greta

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E | Coluna de jantar Minaya F | Poltrona Russel

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G | Sofรก More H | Cadeira Bonheur I | Cadeira Easy

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esde o tema, passando pela fotografia, pela música, pelo roteiro, até chegar no romance como um todo. Absolutamente tudo em “Entre Dois Amores” é encantador para Natalia Paes de Andrade e Simone Meira. Para as profissionais formadas pela Universidade Santa Úrsula e em trabalho conjunto desde 1996, a Arquitetura sempre foi o caminho a se trilhar. “Encaramos como um dom; um interesse totalmente focado nesta profissão humana que engloba inúmeros interesses”, contam. “A área de interiores, dentro deste vasto campo, é onde mais estamos com o cliente, conhecendo-o profundamente para, a partir desta relação, transformar seus sonhos em arte.” Apesar de a inspiração vir da compreensão do modo de vida e do gosto do cliente, as meninas acreditam que todo profissional acabe imprimindo sua marca na hora de sugerir soluções para os projetos. Uma de suas características, em particular, é a constante busca pelo equilíbrio estético e funcional da obra, aliada à inserção de cor, luz e aconchego. Para sua 15ª atuação na Mostra Artefacto, inspiraram-se na força da veracidade da história de uma fina mulher europeia que, por motivos pessoais, abraça uma aventura que transforma sua vida. Assim, tentaram traduzir no loft de 60 metros quadrados com dormitório, estar/espaço para chá e escritório — recintos mais utilizados pela personagem interpretada pela majestosa Meryl Streep —, a fibra da personalidade da protagonista por meio de materiais ricos “que ela teria trazido do local em que nasceu”, dizem, “em um ambiente rústico maquiado para recebê-la”. Isso foi feito por meio de elementos como o tecido Brasiliana, lançamento assinado por André Paoliello para a Artefacto Beach & Country, e peças como a cama Toulon. Além dos elementos destacados, estão também as poltrona Elisabeth, Klismos e Izzie II; a mesa de chá Piaget II; o banco Annam; e o sofá Akans II.

EntrE dois AmorEs O roteiro, dirigido por Sidney Pollack, foi baseado em uma história real. Na película, Karen Blixen (Meryl Streep) é uma rica dinamarquesa que se casa por interesses familiares com um barão e passa a morar em uma fazenda de café no Quênia. O problema é que este casamento por conveniência não é o esperado pelo marido, que simplesmente não consegue viver na propriedade. A situação piora quando este, pouco tempo depois, decide participar da guerra. Solitária, Karen se divide entre tocar a vida no campo e se adaptar à nova realidade. Ela então conhece o aventureiro aristocrata inglês Denys Finch Hatton (Robert Redford), por quem se apaixona e tem uma relação amorosa que a marca para sempre.

natalia PaeS de

Andrade Meira Simone

.............................................. Natalia Paes de Andrade e Simone Meira @mpa.arquitetura

Natalia Paes de Andrade e Simone Meira em um momento de descontração sobre o banco Mihrab



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, poltrona Mandarin Large II, sofรก Akans, mesa lateral Trieste, poltrona Izzie II, luminรกria Victoria e biombo Bronte B | Poltrona Elisabeth, mesa de jantar Nazca e bancos Bissan II C | Geral do ambiente D | Banco Bissan II

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E | Poltrona Izzie II F | Sofรก Akans II G | Poltrona Klismos, banco Annam e cama Toulon

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A | Moldura Emiliano B | Mesa lateral Brindisi

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C | Mesa de jantar Nazca D | Luminรกria Victoria

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E | Poltrona Elisabeth F | Mesa de chรก Piaget

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G | Mesa de centro Kaniere H | Biombo Bronte I | Sofรก Akans J | Banco Bissan II L | Poltrona Klismos

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s encontros, desencontros e casualidades da vida cotidiana embalaram o ritmo do loft desenhado por Patricia Netto em sua segunda incursão na Mostra Artefacto. “Acho importante a gente estar sempre aberto às novidades, às surpresas, nos adaptarmos a elas e sermos felizes dessa forma”, embasa a profissional, sempre atenta às tendências à sua volta. A formação pela UFRJ foi apenas a concretização de um cenário idealizado desde a infância – quando pequena, o encanto pelas edificações a estimulava a estudar as plantas baixas nos anúncios de imobiliárias de jornal. Nos 78 metros que lhe foram cabidos este ano, a arquiteta moldou essa acreditada flexibilidade por meio do pergolado de madeira, por exemplo, que tem a função de iluminar indiretamente as paredes e o teto, com as fitas de LED embutidas, e, na sua própria forma de “U” invertido, pode servir ora como adega, com o suporte em aço inox para as garrafas de vinho, ora como jardim vertical, composto pela vegetação em samambaias. “Diversificar e criar é preciso! Tanto na arquitetura, nos projetos, como na vida”, acredita. Amparado por uma paleta sóbria de tons, com paredes coloridas de cinza e revestidas em seixos naturais pretos, o desenho replica a valorização da madeira e do projeto luminotécnico aplicados pela profissional em seus trabalhos costumeiros. Aqui, o estar de dormir ocupa a área mais realçada do projeto: a cama Ávila com a cabeceira em couro natural está ao centro e a poltrona de leitura Korin delimita o espaço. O mesmo material que reveste a moldura do leito aparece no sofá Lugano ao lado. Atrás, uma estação de trabalho equipada com a escrivaninha Moya e a cadeira Nikaia oferece o conforto necessário para boas horas de concentração, que podem ser intercaladas com a descontração propiciada pelo balanço Positano verde-bandeira incorporado ao ambiente. Junto à adega, o jantar é preenchido por modelos como a mesa Trieste e as cadeiras Melilla.

SimpleSmente Acontece Na comédia romântica dirigida por Christian Ditter, os jovens amigos britânicos Rosie (Lily Collins) e Alex (Sam Claflin), inseparáveis desde a infância, descobrem juntos as investidas amorosas e as dificuldades da convivência em sociedade. Apesar de haver uma forte cumplicidade e atração entre ambos, o duo sempre optou por preservar a relação de amizade acima de tudo. A reviravolta se dá quando Alex decide estudar medicina em Harvard, nos Estados Unidos. No desenrolar dos fatos, embora eles se relacionem com outras pessoas, a distância acaba sendo determinante para deixarem desabrochar o amor que existe entre eles.

Netto

Patricia

...................................................... Patricia Netto @patricianettoarquitetura patricianettoarquitetura.com.br

Patricia Netto em retrato com poltrona Pipo



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........................................................................................................................... A | Na dupla de abertura, cama Ávila, criado Amalfi II e mesa lateral Canyelles B | Cadeiras Melilla e mesa de jantar Trieste C | Escrivaninha Moya e cadeira Nikaia

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D | Poltrona Dami E | Balanço Positano, puff Annecy, bancos Tappo e cômoda Rustic F | Sofá Lugano, mesa de centro Lucca, poltrona Dami e mesas laterais Tilos

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A | Balanรงo Positano

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B | Escrivaninha Moya C | Cadeira Melilla D | Sofรก Lugano

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E | Cama Avila F | Criado Amalfi G | Puff Annecy H | Mesa lateral Lucca I | Poltrona Kolin

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orma, espaço, função e técnica compõem os elementos básicos para a realização dos trabalhos de Raquel de Alencar, que costumeiramente insere em suas obras conhecimentos e novos olhares adquiridos a partir de experiências vividas em viagens e feiras de arquitetura e design. “Cada cliente é um desafio instigador de ideias para harmonizar o seu modo de ser e viver, suas necessidades e possibilidades”, diz a profissional. Longa que consagra a beleza de Julia Roberts, “Uma Linda Mulher” foi a obra que elegeu homenagear em sua segunda participação na Mostra Artefacto. “O filme é um romance ambientado em Los Angeles no começo dos anos de 1990, com uma narrativa descontraída, suave toque de comédia e uma trilha sonora inesquecível, podendo ser considerado uma releitura do conto de fadas da Cinderela”, acredita. Com um cenário fixo na cabeça que passeia por marcantes locações da arborizada e colorida Beverly Hills, foi mais especificamente a ampla e confortável suíte do Hotel Beverly Wilshire o mood do projeto. Em uma área de 89 metros quadrados, Raquel buscou reproduzir em uma versão atualizada o local em que Vivian Ward vive dias inéditos de luxo – sem perder o conforto e o clima romântico, mas com um layout mais contemporâneo em tons de verde e cinza. Para isso, se aproveitou do charme de peças como a poltrona Liberty, o sofá Colman e o criado Lou Lou; e do toque contemporâneo de elementos como o puff Prada e o aparador Fisher. Feito a cereja do bolo, ainda compõem o espaço obras de renomados artistas como Carlos Araújo, Carlos Vergara, Cassio Lázaro e Ene Góes.

Uma Linda mULher Durante o período em que o magnata recém-chegado à cidade Edward Lewis (Richard Gere) a contrata para ser sua “prostituta pessoal”, Vivian Ward (Julia Roberts) se transforma em uma mulher elegante ideal para acompanhá-lo em seus compromissos sociais ao longo de sua estada em Los Angeles. Mas quando o relacionamento se eleva para além da relação patrão/funcionária para se tornar um envolvimento de fato amoroso entre homem e mulher, eles descobrem que há diversos obstáculos a serem enfrentados.

Raquel de

Alencar

.............................................. Raquel de Alencar Souza @arqraquel10 raqueldealencar.com.br Raquel de Alencar relaxa sobre a poltrona Corumbau



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........................................................................................................................... A | Puffs Prada, mesas laterais Acrylique, mesas componíveis Boyer, poltronas Liberty, bancos Tappo, sofá Colman mesa de chá Spin B | Criados Lou Lou, cabeceira Monviso, abajures Vitra e puffs Phili C | Aparador Fischer D | Criado Lou Lou, cabeceira Monviso e abajur Vitra E | Aparador Laos

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F | Poltrona Coquille e mesa Trevi G | Poltrona Liberty H | Bancos Tappo e mesas componíveis Boyer


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A | Aparador Fischer B | Poltrona Silhouette C | Coluna de jantar Crown D | Poltrona Coquille

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E | Mesas componíveis Boyer F | Poltrona Liberty G | Sofá Colman H | Mesas laterais Acrylique I | Criado Lou Lou

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