jornal artemrede
|| 10 || semestral ¬– distribuição gratuita
Manobras |—
Luca Ricci - Visionários ��� A Manual on Work and Happiness ��� Odisseia
© JOSÉ PINHEIRO (HTTPS://WWW.INSTAGRAM.COM/O_PINHEIROJOSE/)
Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas
.¦. 2
EDIT—� — ORIAL �
Depois de 8 edições da Festa da Marioneta, a Artemrede decidiu meter mãos à obra e converter a festa num festival. Para isso, demos-lhe um novo nome, um novo impulso e saímos para 13 dos nossos 15 municípios manobrando marionetas e objetos, desenhando percursos pelo património, revisitando lugares e descobrindo histórias. A ARTEMREDE é um projeto de cooperação cultural com 12 anos de atividade ininterrupta, atualmente constituído por 15 municípios, agregando e fazendo interagir cidades com diferentes escalas. Trabalha a especificidade dos territórios através do apoio à criação artística, à programação cultural em rede, à qualificação e formação e às estratégias de mediação cultural. Integram atualmente os municípios de Abrantes, Alcanena, Alcobaça, Almada, Barreiro, Lisboa, Moita, Montijo, Oeiras, Palmela, Pombal, Santarém, Sesimbra, Sobral de Monte Agraço e Tomar Associados
O 1º Manobras – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas integra-se num projeto mais amplo, Outros Centros, que decorre nos municípios de Abrantes, Alcanena, Alcobaça, Pombal, Sobral de Monte Agraço e Tomar e que conta com o apoio do Programa Operacional Centro 2020. Mas as marionetas e as formas animadas estendem-se também a sul, chegando a Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Santarém e Sesimbra. O Festival apresenta três espetáculos e uma oficina de artistas nacionais, aos quais se juntam seis propostas de companhias com origem em França, na Holanda e no Chile – esta última fruto de uma parceria com o Museu da Marioneta e Passado e Presente - Lisboa Capital Ibero-Americana da Cultura 2017. Para além desta programação, uma das apostas estratégicas do Festival é o desenvolvimento de quatro projetos de território de criadores portugueses, que estarão em residência artística nas cidades e vilas do Manobras, inspirando-se nas suas histórias e memórias e criando laços com as populações. Outro aspeto do projeto Outros Centros é a iniciativa Visionários, na qual se pretende que espectadores se convertam em programadores, responsáveis por uma linha de programação dos equipamentos dos municípios da Artemrede. Pioneiro em Portugal, Visionários é inspirado no projeto italiano Visionari, cujo mentor, Luca Ricci, entrevistamos também neste número.
Organização:
Cofinanciado por:
Parceria institucional
Ficha Técnica Proprietário �˙� Artemrede Diretor �˙� António Sousa Matos Editora �˙� Marta Martins Coordenação de Conteúdos �˙� Vitor Pinto Conteúdos �˙� Vitor Pinto Design �˙� Guda - give u design art
E porque todos os projetos da Artemrede têm portas e atalhos entre si, Ricci será também um dos oradores da etapa portuguesa das formações da Southern Coalition do projeto europeu A Manual on Work and Happiness, em Outubro. O segundo semestre deste ano será também marcado pelo arranque da terceira fase do projeto Odisseia, Curtas Migratórias, que conta com a participação do músico e cineasta António-Pedro. Antes do final do ano lançaremos também o documentário que retrata a segunda fase do projeto, focado no processo de criação do espetáculo Histórias em Viagem da companhia Radar 360º. Boa leitura! Marta Martins, Diretora Executiva da Artemrede
© ARTEMREDE . Teatros Associados Rua Miguel Bombarda, nº4, R/C - Santarém, Portugal T +351 243 322 050 �˙� T +351 243 321 878 artemrede@artemrede.pt www.artemrede.pt https://www.facebook.com/artemrede
Tiragem �˙� 23 000 Periodicidade �˙� Semestral Tipografia �˙� Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, S.A.
.¦. 3
Falámos com o diretor artístico do festival Kilowatt (Itália), cuja crescente reputação se deve ao projeto Visionari (Visionários), no qual um grupo de cidadãos participa na
LUCA RICCI |˚˚ kilowatt está inevitavelmente associado ao projeto Visionari, que primeiro surgiu em Sansepolcro e que atualmente faz parte da rede L’Italia dei Visionari. Qual foi a génese desse formato? Ao fim de quatro edições do festival Kilowatt, em conversa com a equipa, surgiu uma questão que nos fez refletir. Era preciso encontrar uma ideia que contribuísse para criar nas pessoas um “sentimento de pertença”. Isto porque o festival estava a começar a ter repercussão mediática, mas o público de Sansepolcro continuava sem aderir. Então lembrei-me de que há editores que convidam leitores a darem a sua opinião sobre as propostas de livros que recebem e, a partir daí, os editores avaliam até que ponto é interessante ou não publicar um determinado autor. Pensei: por que não convidar o público a opinar sobre a programação ou, mesmo, selecionar uma parte dela? Foi tão simples quanto isso. Lançámos um comunicado e fizemos uns flyers a dizer “Quer ser um ‘visionário’?”. Apareceram 10 pessoas. Depois abrimos uma convocatória para a receção de projetos de dança e de teatro. Recebemos cerca de 100 propostas no primeiro ano. A partir daí e nos últimos 11 anos o processo tem sido sempre o mesmo: os Visionari veem as propostas em DVD e têm acesso a uma breve informação sobre as mesmas. Depois debatem. E é fascinante assistir a esses debates. É uma espécie de mini-Atenas, na Antiguidade Clássica. A arte - para aquelas pessoas que trabalham em áreas totalmente distintas e sem relação com o teatro e com a dança - passa a pertencer ao quotidiano delas. Desta forma começou a desenvolver-se o tal sentimento de pertença que estava ausente nos primeiros anos do festival. Na edição seguinte à criação do grupo de Visionari, convidámos vários críticos a virem assistir a essa seleção. Foram eles que me alertaram para a dimensão sociopolítica do projeto. Há aqui claramente uma dimensão de política cultural que poderá facilitar a mudança da relação tradicional entre o palco e o público. Ao fim de 11 anos, tivemos mais de 150 Visionari em Sansepolcro e surgiram projetos semelhantes em várias outras cidades italianas, daí a rede L’Italia dei Visionari.
seleção de uma parte da programação do festival. Um sucesso nacional que levou a que o formato fosse depois alargado e replicado a nível europeu com o projeto Be SpecACTive. Luca Ricci animará um workshop para a Artemrede, em outubro, nas vésperas do lançamento do primeiro grupo de Visionários portugueses. |˚˚ quem pode ser Visionari? Não há um critério de seleção, o único ponto em comum é não terem vínculos com o sector cultural. Dito isto, às vezes tentamos equilibrar um pouco os grupos em termos etários e de género. Gostaríamos de ter mais homens interessados, por exemplo. |˚˚ quão diferente é a experiência dos Visionari dependendo das escalas das cidades? Depende do objetivo e do legado que se pretende deixar. Contextos diferentes requerem abordagens diferentes. Quando se trabalha em cidades maiores, com populações tendencialmente mais expostas à oferta cultural, podemos ir mais longe e envolvê-las não apenas na seleção da programação, mas também noutros aspetos, como atividades de gestão ou de comunicação. |˚˚ para além destas experiências em Itália, há também o projeto europeu Be SpectACTive. Quando decidimos desenhar um projeto à escala europeia procurámos parceiros na Europa que já estivessem a desenvolver experiências semelhantes de envolvimento dos públicos. O mais parecido que encontrámos foi o Teatro de York, que uma vez por ano é ‘tomado’ por um grupo de jovens, que assume as funções da equipa, como a programação, a gestão, a comunicação… Mas alargámos também o projeto a outros parceiros que tinham já esta vontade de desenvolver estratégias como os Visionari: na Roménia, na Hungria, na República Checa, no Reino Unido. |˚˚ um dos pressupostos do projeto é o empoderamento do público, que passa a ter um papel decisório. Isso colide com o papel dos diretores artísticos? Por vezes há resistência pelo carácter inovador do projeto e porque alguns diretores podem considerar que o seu papel está ameaçado. Se se olhar para o projeto como uma mera operação de marketing para supostamente trazer mais público para a instituição, então pode pensar-se que esse papel está em risco. Mas o Be SpecACTive pretende justamente redefinir
esse papel. Não vemos a figura do diretor artístico como um capitão que decide e que, de uma forma quase pedagógica, pretende iluminar os outros. Preferimos pensar nele como um mediador das ligações entre artistas e público. Esse é o verdadeiro potencial escondido deste projeto. |˚˚ esse potencial passa também pela redefinição da conceção tradicional do espectador, que se converte num espectador ativo. O que entende por isso? Esse conceito está relacionado com todos os mecanismos de que os espectadores passam a dispor Ausentes dos primeiros anos para serem decisores, para programarem ou dirigirem, por exemplo, um festival de dança. Isso é muito diferente da arte comunitária em que os espectadores são envolvidos na criação do espetáculo. Para nós, os espectadores permanecem espectadores, mas a sua presença marca a diferença porque lhes é dado o poder de se exprimirem e de decidirem. E fazem-no num contexto de grupo. Eles têm uma responsabilidade individual, que é, simultaneamente, comum. Há todo um processo democrático subjacente. É uma experiência de cidadania. Mas o projeto, para além de se centrar na figura do espectador, tem também um foco na relação entre o espectador, o artista e a organização cultural. É um triângulo. |˚˚ e como encaram os espectadores este tipo de envolvimento e de responsabilidade? Não há alguma desconfiança e, até, receio? Sim, mas o que eu digo sempre é que não há que ter medo se não se dispõe de todo o conhecimento técnico, se se usa um termo de forma menos correta, por exemplo... A arte tem sempre um aspeto humanista que te permite conectar. A Arte é para todos! Esse é o ponto de partida: aceitar que se trata de uma obra humana a tentar comunicar com seres humanos. Não só não há que ter medo de ter uma opinião sobre ela como os nossos interlocutores, artistas ou instituições, podem aprender algo com o teu ponto de vista. É importante fazê-lo porque se se utiliza este projeto de uma forma meramente instrumental para trazer mais gente para o teatro ou para o festival, os espectadores vão perceber que não estás a ser autêntico e não vão aderir.
.¦. 4
Programação 1º
Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas
MANOBRAS NACIONAIS Ĭ
Ĭ
14 de outubro - 15h00 Abrantes | Cineteatro S. Pedro
14 de outubro - 10h30 Abrantes | Cineteatro S. Pedro 15 de outubro - 16h00 Pombal | Teatro-Cine De Pombal 21 de outubro - 21h30 Alcanena | Cine-Teatro São Pedro
O Teatro de Papel surgiu no séc. XVIII e serviu, desde sempre, como elemento de jogo teatral, de modo a permitir a narrativa de histórias através das suas figuras recortadas. Aqui parte-se de histórias para construir o teatro e as personagens, dando espaço à improvisação e à teatralização das mesmas. Cada participante constrói o seu teatro bem como um conjunto de figuras que, no final do atelier, poderá levar consigo para dar continuidade à exploração.
10 de setembro - 16h00 Alcanena | Jardim da República
Duração 2h30m Classificação Etária M/4
23 de setembro - 21h00 Sesimbra | Parque da Vila da Quinta do Conde
16 de setembro - 21h30 Pombal | Largo do Cardal 17 de setembro - 15h30 Sobral de Monte Agraço | Palco Sobral Festas e Feira de Verão 2017
© VITORINO CORAGEM_NHEKO
D. Quixote está velho e cansado, mas a sua sede de aventura é infinita. Erguem-se muros que estão a separar o mundo e D. Quixote, que ainda não encontrou sua Dulcineia, quer destruir esses muros, não vá darse o caso de Dulcineia estar do outro lado do mundo. Precisará da ajuda de Sancho que, à procura da ilha para ser Governador, embarca nesta aventura. Cedo descobrem que os dois juntos são mais originais do que qualquer um dos dois sozinho... ASAS DE PAPEL Ainhoa Vidal
Duração 60m Classificação Etária M/6
© TEATRO E MARIONETAS DE MANDRÁGORA
Espetáculo de circo contemporâneo que remete para a ruralidade, a sua desconstrução e imaginário sob um ponto de vista urbano e contemporâneo. Investigação artística através da relação do corpo e do objeto em cruzamento com a instalação plástica, composição sonora e iluminação. Partindo da ideia do trabalho original e primário e do seu lugar no espaço urbano atual, escolhemos um objeto que cava os tempos até hoje – a enxada. Símbolo de trabalho, de ligação entre o passado e o presente, de repetição e equilíbrio comuns ao circo contemporâneo. Duração 35m Classificação Etária M/3
MANOBRAS interNACIONAIS Ĭ
18 de outubro - 11h00 + 15h00 Pombal | Teatro-Cine de Pombal 29 de outubro - hora a confirmar Alcanena | Cine-Teatro São Pedro
CAIXA DAS HISTÓRIAS ENSARILHADAS Oficina - Teatro e Marionetas de Mandrágora
Quando abrimos um livro há algo mais do que letras que nos salta aos olhos. Essas coisas entram para dentro de nós e começam a construir caminhos, relações, diálogos que são cenografados pelas folhas de papel. Asas de papel é um espetáculo poético sobre o espaço cenográfico que salta para fora dos livros. Trata-se de esculturas dentro de livros suspensos, que projetados em sombra, nos ajudam a entrar numa cena em que todos seremos os protagonistas.
23 de setembro - 16h00 Pombal | Biblioteca Municipal De Pombal
Duração 60m Classificação Etária M/3
3 de outubro - 14h00 Santarém | Escola D. Manuel I – Pernes 7 de outubro - 10h30 Sesimbra | Cineteatro Municipal João Mota
© PEDRO FIGUEIREDO_PORTO LAZER
29 de outubro - 16h00 Sobral de Monte Agraço | Cine-Teatro S. de Monte Agraço
© CHRISTIAN MITREA
QUEIXA-TE Teatro e Marionetas de Mandrágora
27 e 28 de outubro - 10h30 Feijó-Almada | Biblioteca José Saramago
Ĭ
© TEATRO E MARIONETAS DE MANDRÁGORA
22 de outubro - 15h00 Alcanena | Cine-Teatro São Pedro
� � E_NXADA
Erva Daninha, em cocriação com Binaural/Nodar
TUTU Lichtbende – Holanda 24 de setembro - 16h00 Tomar | Cineteatro Paraíso
9 de setembro - 18h00 São Martinho do Porto-Alcobaça | Praça Frederico Ulrich
25 de setembro - 10h30 Abrantes | Cineteatro S. Pedro
.¦. 5 26 de setembro - 10h30 Sobral de Monte Agraço | Cine-Teatro S. de Monte Agraço
29 de outubro - 16h00 Palmela | Centro Cultural do Poceirão
28 de setembro - 11h00 Pombal | Teatro-Cine de Pombal
Mãos ao Alto! (Hands Up!) apresenta-nos várias personagens inusitadas como um cão com personalidade, um músico preguiçoso ou um pianista hiperativo, revelados numa série de pequenos sketches desvairados. A banda sonora do espetáculo vai da música clássica ao house numa mistura hilariante que embala o trabalho dos dedos de Lejo.
© TOMMY BAY
30 de setembro - 16h00 Moita | Fórum Cultural José Manuel Figueiredo 1 de outubro - 16h30 Montijo | Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida Espetáculo contemporâneo de lanternas mágicas que nos leva até ao período entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Uma menina dança todos os estilos dessa época, desde o tango até ao sapateado, do vaudeville ao Ballet Bauhaus. A companhia holandesa Lichtbende vai deslumbrar-nos com este conto cheio de ritmo que inclui a projeção de lanternas mágicas num écran gigante. As imagens são criadas por manipulação manual e mecânica de objetos quotidianos de diferentes materiais. Músicos e manipuladores são visíveis ao público, enriquecendo esta grande experiência visual e este mundo secreto de imagens e sons.
CHIFLÓN, O SILÊNCIO DO CARVÃO (Chiflón, el Silencio del Carbón) Silencio Blanco – Chile, a convite do Museu da Marioneta no âmbito de 'Passado e Presente - Lisboa, capital ibero-americana de Cultura de 2017’.
Duração 50m Classificação Etária M/6
8 de outubro - 17h00 Sesimbra | Cineteatro Municipal João Mota
© MARCELA BRUNA
6 de outubro - 21h30 Tomar | Cineteatro Paraíso 7 de outubro - 21h30 Abrantes | Cineteatro S. Pedro
Classificação Etária M/4
A vida de um jovem mineiro toma um novo rumo ao ser expulso da mina onde trabalha. A única hipótese de continuar ligado à mesma empresa mineira depende da sua partida para o Chiflón del Diablo, um dos locais mais perigosos onde um mineiro pode trabalhar.
TRILOGIA LIVRE EM LAMBE LAMBE (Trilogia Libre en Lambe Lambe) OANI Teatro – Chile 30 de setembro - 11h00 Abrantes | Praça Barão da Batalha
Duração 50m Classificação Etária M/10
1 de outubro - 16h30 Alcobaça | Jardim do Amor 3 de outubro - 10h30 Alcanena | Jardim da República 5 de outubro - 16h00 Tomar | Mata dos 7 Montes
© CHRISTIAN MITREA
22 de outubro - 18h00 Alcobaça | Cine-Teatro João D’Oliva Monteiro
Pescador mergulha a fundo na intimidade de homens que, no seu labor solitário, se confrontam com a magnitude da natureza. Este é um espetáculo-tributo a esse tipo de trabalhos – ofícios agora esquecidos, mas outrora fundamentais na evolução do país e marcas indeléveis da História chilena. Duração 40m Classificação Etária M/10
Duração 2h Classificação Etária M/4
23 de outubro - 10h30 + 15h30 Alcanena | Cine-Teatro São Pedro
MANOBRAS PELOS TERRITÓRIOS
24 de outubro - 15h00 Tomar | Cineteatro Paraíso
TRANSPORTADORES Radar 360º - Portugal
26 de outubro - 10h00 Sobral de Monte Agraço Escola | EB 2,3 de Sobral de Monte Agraço 27 de outubro - 11h00 Alcobaça | Cine-Teatro João D’Oliva Monteiro
7 de setembro – 22h00 Alcobaça | Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça
28 de outubro - 11h00 Abrantes | Centro Histórico
9 de setembro – 22h00 Abrantes | Castelo de Abrantes
Ĭ
28 de outubro - 21h30 Pombal | Teatro-Cine de Pombal
22 de outubro - 16h00 Barreiro | Auditório Municipal Augusto Cabrita
Ĭ
21 de outubro - 21h30 Sobral de Monte Agraço | Cine-Teatro S. de Monte Agraço
MÃOS AO ALTO! (Hands Up!) Lejo – Leo Petersen – Holanda
O Teatro de Marionetas em Miniatura Lambe Lambe envolve o espectador numa experiência íntima e mágica. Desenvolve-se dentro de uma caixa cénica, onde a ação é testemunhada através de uma janela por apenas duas pessoas de cada vez. Dentro de três caixas cénicas mágicas, surgem três histórias diferentes: Lá Fora (Outside), Sabedoria (Wisdom) e Swing. Juntos, o marionetista e o público partilham o segredo do que veem em cada sessão.
© LEJO
PESCADOR Silencio Blanco – Chile, a convite do Museu da Marioneta no âmbito de 'Passado e Presente - Lisboa, capital ibero-americana de Cultura de 2017’.
Duração Entre 15-45m
8 de setembro – 22h00 Pombal | Praça Marquês de Pombal
.¦. 6 ou paisagens. Evocação livre do cinema mudo, sem moral no fim, sem intervalo e sem palavras.
Duração 60m Classificação Etária M/12
© LUÍS BELO
Duração 50m (aprox) Classificação Etária A partir dos 5 anos
Colecionar colecionadores com os quais se cruza é a proposta de Raquel André. Refletindo acerca da memória que cada objeto transporta, Raquel André coleciona os próprios colecionadores, pedindo-lhes que lhe contem um segredo, que partilhem o que é ser colecionador, que se deixem colecionar. Neste projeto, coleciona-se o outro e guarda-se o intangível. Na sua passagem por cada cidade, Raquel aumenta a sua coleção de colecionadores, editando e acrescentando ao espetáculo exibido no próprio território os colecionadores anteriores e os que soma na própria cidade.
MUSEU DA EXISTÊNCIA Amarelo Silvestre, Associação Cultural – Portugal 22 e 23 de setembro - 15h00 + 21h30 Alcobaça | Museu Do Vinho 13 de outubro - 14h30 + 21h30 14 de outubro - 16h00 + 21h30 Alcanena | A designar Um homem, Senhor Melo, decidiu construir um Museu com objetos que as pessoas fazem existir. Objetos com memórias vivas. O chapéu salva-vida, o pão torrado que alimentou um amor clandestino, a aliança da revolução que acabou com a guerra, a boneca que não se pode partir e tantos outros. É isso o Museu da Existência. Os objetos e as histórias são das pessoas que abriram a porta de casa ao Senhor Melo, um pouco por todo o país. Ele falou-lhes do Museu da Existência e elas decidiram fazer parte. Emprestaram e doaram as suas próprias memórias vivas. Duração 90m Classificação Etária M/12
� � COLECÇÃO DE COLECCIONADORES Raquel André – Portugal
30 de setembro - 21h30 Tomar | Complexo Cultural da Levada de Tomar
NE PAS COUPER António-Pedro – Portugal 7 de outubro - horário a anunciar Abrantes | Museu Metalúrgica Duarte Ferreira – Tramagal Uma cine-carta para Eduardo Duarte Ferreira, nascido no Tramagal a 1856, terra que se viria a transformar profundamente pelo bater de asas deste homem-borboleta. Conta-se ao velho Eduardo, falecido em 1948, o que se passou entretanto na metalúrgica que fundou e na terra que o viu nascer. Como evoluiu aquilo que deixou, que caminhos tomou e como se encontra agora, no ano de 2017. Algumas personagens, atuais, posam debaixo do chapéu de chuva que era a sua imagem de marca: até onde terão ido as ondas do teu bater de asas, Eduardo?
© MICHAEL DUQUE
Os transportadores são nómadas contemporâneos! Passageiros das suas próprias viagens, constroem narrativas abstratas a partir de percursos poéticos e efémeros. Pelo caminho vão encontrando e acumulando... O seu património é material e imaterial. Questionam o excesso, a carência, o desperdício, o alto consumo, a sociedade fabricada, a natureza bruta... a memória individual e a (in)consciência coletiva da sociedade contemporânea. Passam uma noite, mas seguem viagem, numa deambulação contínua, resultante de uma necessidade compulsiva de avançar nesta mobilidade da utopia!
© ANA PAULA SILVESTRE
© TERESA COUTO
© TIAGO DE JESUS BRÁS
Duração 10m Classificação Etária M/4
GEOMETRIAS DO DIÁLOGO (Les Géométries du Dialogue) JUSCOMAMA – França 1 de outubro - 11h00 + 12h00 + 15h00 + 16h00 + 17h00 + 18h00 - Tomar | Praça da República 4 de outubro - 10h00 + 11h00 + 12h00 + 14h00 + 15h00 + 16h00 - Moita | Fórum Cultural José Manuel Figueiredo 5 de outubro - 11h00 + 12h00 + 15h00 + 16h00 + 17h00 + 18h00 - Alcobaça | Mosteiro de Cós 7 de outubro - 11h00 + 12h00 + 15h00 + 16h00 + 17h00 + 18h00 Abrantes | Museu Metalúrgica Duarte Ferreira Tramagal Em apresentação conjunta com Ne Pas Couper de António- Pedro
Duração 10m (aprox) Classificação Etária a designar Consulte a programação completa em: http://www.artemrede.pt/FestivalManobras/
Programação em rede setembro a dezembro de 2017 Para além dos espetáculos do festival Manobras, a Artemrede continuará a apostar na sua programação em rede até ao final do ano com propostas que incluem oficinas, formações e espetáculos.
8 de outubro - 11h00 + 12h00 + 14h00 + 15h00 + 16h00 + 17h00 - Sobral de Monte Agraço | Centro de Interpretação das Linhas de Torres
Era Uma Vez Um Corpo: Eu, Tu, Nós de Rafael Alvarez, workshop com produção da EIRA destinado a crianças, vem animar o mês de setembro, bem como os Contos de Cá Cá Rá Cá Cá de Ângela Ribeiro, espetáculo que nos leva até ao mundo dos contos tradicionais portugueses. O projeto Assembleia de Rui Catalão conta com um período de formação a decorrer em setembro e outubro, culminando com um espetáculo no final deste último.
Geometrias do Diálogo (Les Géometries du Dialogue) coloca em cena duas figuras cujas cabeças estão dentro de uma caixa preta de cartão. Dialogam connosco: a imagem, o desenho e o gesto são as suas palavras. Duas marionetas desenham-se, apagam-se e partem à descoberta uma da outra. Aos poucos, os rostos transformam-se em pinturas
Anabela Almeida e Sara Duarte apresentam em outubro e novembro a oficina e o espetáculo Single Story, retratando uma conferência em forma teatral. O espetáculo Do Bosque Para o Mundo da companhia Formiga Atómica – Miguel Fragata e Inês Barahona - marca igualmente presença nestes dois meses.
.¦. 7 Em novembro chega também Mafalda Saloio, que apresenta Brisa ou Tufão, um dos projetos satélite da companhia portuense Circolando. É com a formação Do Filme à Música e posterior espetáculo, de António-Pedro, que nos despedimos de novembro, dando as boas vindas a dezembro com mais um espetáculo Contos de Cá Cá Rá Cá Cá. Neste último mês, a companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora anima a oficina Caixa das Histórias Ensarilhadas, dedicada à construção de narrativas através de figuras de papel, pela mão dos mais novos. Consulte o site www.artemrede.pt para conhecer todas as datas e os locais da programação de setembro até dezembro de 2017.
A Manual on Work an
Happiness
Apostolos Karakasis, Ricarda Zezza, Helen Hester, Santiago Cirugeda e Nina Power na conferência Happiness Calling, que foi transmitida em live
2º Fórum Político:
conclusões disponíveis online As notas conclusivas do 2º Fórum Político da Artemrede já estão disponíveis no site www. artemrede.pt. O objetivo é dar continuidade e aprofundar o debate iniciado no passado dia 30 de maio, no Espaço Memória (Barreiro), que se centrou no tema da territorialização das políticas públicas de cultura. Esse debate reveste-se de especial importância já que a territorialização das políticas sectoriais contribui para a correção das assimetrias regionais e valoriza os recursos endógenos dos territórios. Presente no fórum, o Secretário de Estado da Cultura Miguel Honrado defendeu a ideia de que este é o momento certo para debater a questão: por um lado, existe uma vontade política no sentido de uma progressiva descentralização; por outro, está em curso a revisão do modelo de apoio às artes. Uma ideia também presente no discurso do Secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza, que reconheceu que este momento é oportuno para a cultura surgir de forma mais clara no quadro de financiamento comunitário. As propostas da Artemrede, claramente identificadas no documento, têm sido validadas pela discussão entre autarcas de filiações político-partidárias distintas, representando cidades de escalas e características muito diversas. Essa amplitude e essa diversidade (geográfica, de escala, de visão política), combinadas com a experiência da Artemrede, confere às propostas uma base sólida de trabalho. Considera-se importante que essa base de trabalho comum não seja desperdiçada e dê lugar a um novo capítulo de decisão política. A capacidade propositiva dos agentes locais deve ser acompanhada pela capacidade de iniciativa dos decisores políticos.
streaming
O primeiro projeto europeu da Artemrede, A Manual on Work and Happiness, entrou em velocidade de cruzeiro com duas atividades realizadas nos meses de julho e agosto. Várias outras atividades estão previstas até julho de 2018. A 14 e 15 de julho teve lugar o Seminário Internacional sobre Trabalho e Felicidade, realizado durante o 42º Festival Pergine Spettacolo Aperto (Itália). Foram dois dias para refletir, debater e criar em torno dos temas do trabalho e da felicidade, que acabaram por se intercalar com outras questões, como a preguiça enquanto antítese assumida da produtividade, a robotização do mundo laboral ou ainda as questões de género. A conferência em forma de talk-show Happiness Calling teve lugar no primeiro dia e foi transmitida em live streaming no facebook e na plataforma digital do projeto. No palco, moderados pela investigadora italiana Ricarda Zezza, estiveram duas académicas e filósofas britânicas, Helen Hester e Nina Power, o arquiteto espanhol Santiago Cirugeda e o cineasta grego Apostolos Karakasis, que também apresentou o seu filme Next Stop: Utopia. Desde a robotização (“irão os robôs roubar os nossos trabalhos?”) até à reivindicação do ócio enquanto posicionamento político, passando pela autogestão dos processos laborais, vários foram os pontos de vista debatidos. As contribuições do público, recolhidas por email e nas urnas de voto colocadas na bilheteira do festival, entraram também na discussão. O segundo dia foi reservado aos workshops e lazyshops animados por artistas escolhidos numa convocatória internacional lançada no passado mês de março. O seminário conseguiu uma projeção mediática assinalável: para além do live streaming e das várias reportagens que alimentam o canal YouTube do projeto, o evento foi ainda noticiado no diário espanhol El País e em vários órgãos de comunicação nacionais (Público, Diário de Notícias, RTP...). No final, ficaram no ar mais questões do que respostas; mas surgiram pistas – muitas – que a companhia de teatro mala voadora, que assume a direção artística do projeto, e o escritor catalão Pablo Gisbert exploraram durante a residência de escrita do Manual, que se realizou no centro L’arboreto (Mondaino, Itália) na primeira quinzena de agosto. O texto do Manual vai ser objeto de uma primeira leitura pública em Mondaino no início de dezembro. No primeiro semestre de 2018, será a partir dele que se organizarão as residências artísticas em Alcobaça, Montijo, Patras e Pergine. Essas residências darão origem a quatro performances com elencos distintos, constituídos pelas populações dessas quatro cidades. Ainda este ano, Alcobaça, Mondaino, Patras e Pergine vão acolher quatro sessões de formação no âmbito de uma nova plataforma, Southern Coalition, cujo objetivo é apostar na qualificação dos agentes culturais dos quatro países envolvidos. Em Portugal, um dos formadores será Luca Ricci (ler a entrevista na página 3). Toda a informação sobre A Manual on Work and Happiness está compilada no site www. amanualonworkandhappiness.eu, espécie de diário de bordo digital de todo o projeto, que é também um convite à partilha interativa de reflexões sobre o trabalho e a felicidade.
Facebook: https://www.facebook.com/A-Manual-on-Work-and-Happiness-653283254843212/ Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC0sWkJjzLaXJeW0VYBdIaVQ
Cinema e música marcam
3ª fase do projeto Odisseia –○–○ O cinema e a música vão estar no centro da terceira e última fase do projeto Odisseia, que arrancará em novembro em Sesimbra e que contará com o músico e cineasta António-Pedro como formador. Em 2018, a formação intitulada Do Filme à Música continuará nos restantes municípios que integram o projeto (Almada, Barreiro, Moita, Oeiras e Santarém) e dará origem a um filme intitulado Curtas Migratórias. Em cada um dos municípios, um grupo de jovens entre os 16 e os 25 anos aprenderá a planear, rodar
e montar uma curta-metragem, encarregando-se também da composição e gravação da sua banda sonora. A formação em cinema abrange as várias etapas do processo cinematográfico, desde a escrita do argumento até à pós-produção, passando pela produção, rodagem e montagem. Os participantes serão incentivados a experimentar todos as fases do processo criativo. Por sua vez, a formação em som/música procurará estimular as capacidades de audição, experimentação sonora, composição e interpretação. A banda-sonora poderá ser gravada, o que permitirá aos participantes desenvolver conhecimentos básicos no âmbito da captação, edição e mistura de som. O conjunto das seis Curtas Migratórias resultará, por fim, num filme musicado, que apresentará seis visões distintas desenvolvidas a partir do mesmo tema de partida: os movimentos migratórios.
Histórias em Viagem: do espetáculo ao documentário
A segunda fase do projeto Odisseia desenrolou-se entre janeiro e julho de 2017 tendo Julieta Rodrigues e António Oliveira, da Radar 360º, como formadores e criadores do espetáculo itinerante de artes de rua Histórias em Viagem.
A componente música/cinema surge depois das componentes teatro e artes de rua, desenvolvidas respetivamente nas fases iniciais do projeto nos espetáculos E Agora Nós?, de Rui Catalão, e Histórias em Viagem, da companhia Radar 360º.
Esses sete meses incluíram ações de divulgação e de exploração territorial, ações de formação com jovens entre os 15 e os 25 anos, uma residência artística de duas semanas, a estreia e digressão do espetáculo em seis municípios (Almada, Barreiro, Moita, Oeiras, Santarém e Sesimbra), seguido de uma última apresentação no Pinhal Novo, durante o 9º FIG – Festival Internacional de Gigantes.
Odisseia é um projeto da Artemrede implementado em parceria com a cooperativa de solidariedade social RUMO, cofinanciado pela Fundação Calouste Gulbenkian no âmbito da 2ª edição do programa PARTIS.
Todo o processo, tão exigente quanto aliciante, foi registado pelo sonoplasta e realizador João Bento e dará origem a um documentário a lançar antes do final ano. O projeto está atualmente em fase de montagem.
Visionários:
de espectadores a programadores
Em outubro, a Artemrede avançará com o primeiro grupo de Visionários portugueses. Esta iniciativa de desenvolvimento de públicos, inspirada no projeto italiano Visionari (ler a entrevista com Luca Ricci - página 3), será transversal a vários associados, assumindo contornos ligeiramente diferentes em municípios de diferentes escalas.
Em Almada, Barreiro, Moita, Oeiras, Santarém e Sesimbra, os jovens entre os 15 e 26 anos que já participaram nas duas primeiras fases do projeto Odisseia vão agora passar de performers a programadores, tornando-se assim corresponsáveis por uma parte da programação dos equipamentos culturais dos respetivos municípios. Nos restantes nove municípios associados, os grupos de Visionários serão abertos a toda a comunidade, sem um foco etário específico. A edição 2018 do Manobras – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas incluirá uma seleção destes Visionários, naquela que será uma iniciativa inédita em Portugal. Visionários propõe um novo modelo de aproximação entre espectadores, artistas e instituições culturais. Subjacente a ela está a criação de uma plataforma de debate que fomenta a livre expressão, a aprendizagem informal e o empoderamento do espectador, que abandona o seu papel tendencialmente passivo para participar ativamente nos processos de programação.