Exposição on-line TERRA/paisagem, Rebeca Stumm, SECUL, Prefeitura de Chapecó, 2020

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EXPOSIÇÃO ON-LINE

TERRA/paisagem Rebeca Stumm

EDITAL DE SELEÇÃO DE EXPOSIÇÕES DE ARTES VISUAIS NA GALERIA MUNICIPAL DE ARTE DO CENTRO DE CULTURA E EVENTOS PLINIO ARLINDO DE NES Nº 258/2019.

CHAPECÓ/SC


FICHA TÉCNICA Exposição “TERRA/paisagem” Artista Visual Rebeca Stumm Fotografias Rebeca Stumm, Monique Panzenhagen, Ricardo Garlet Revisão textual VMAcadêmico Tradução Patricia Didone Organização e Design gráfico Ricardo Garlet (Ricardo de Pellegrin) Abertura on-line dia 10 de dezembro de 2020, às 19h, via Google Meet.

PROJETO SELECIONADO NO EDITAL DE SELEÇÃO DE EXPOSIÇÕES DE ARTES VISUAIS NA GALERIA MUNICIPAL DE ARTE DO CENTRO DE CULTURA E EVENTOS PLINIO ARLINDO DE NES Nº 258/2019.


APRESENTAÇÃO A Exposição on-line “TERRA/paisagem”, da artista visual Rebeca Stumm, é uma mostra virtual no formato de publicação organizada pelo Setor de Artes Visuais, através da Secretaria de Cultura - SECUL da Prefeitura de Chapecó. A idealização do modelo on-line para a exposição foi uma estratégia adotada para mitigar os impactos da Pandemia de COVID-19 que afeta o mundo, cujo primeiro caso diagnosticado foi na China em dezembro de 2019 e no Brasil em fevereiro de 2020. O projeto foi selecionado no EDITAL Nº 258/2019 PARA EXPOSIÇÕES DE ARTES VISUAIS NA GALERIA MUNICIPAL DE ARTE DO CENTRO DE CULTURA E EVENTOS PLINIO ARLINDO DE NES. O Setor de Artes Visuais é responsável pela gestão de três equipamentos culturais da Prefeitura de Chapecó, sendo eles a Galeria Municipal de Arte do Centro de Cultura e Eventos Plinio Arlindo De Nes, a Galeria Municipal de Arte Dalme Marie Grando Rauen e o Memorial Paulo de Siqueira, com coordenação de Ricardo de Pellegrin desde o ano de 2016. A equipe conta com profissionais das Artes Visuais e da Pedagogia, formações que garantem as habilidades técnicas necessárias para o desenvolvimento de ações como a proposta neste trabalho. A organização de publicações on-line é uma das atividades que pretendem garantir a continuidade das ações do Setor de Artes Visuais junto a cultura local, propondo um diálogo com a comunidade por meio da produção e divulgação de materiais inéditos, de documentação e educativos. Os conteúdos abordados são as exposições realizadas, o acervo e os projetos selecionados nos editais do ano de 2020. A proposta é disponibilizar conteúdos gratuitos, de qualidade, com amplo acesso e adequado a diferentes públicos. Ricardo de Pellegrin (Ricardo Garlet) Coordenador Setor de Artes Visuais


Foto: Ricardo Garlet.


GALERIA MUNICIPAL DE ARTE DO CENTRO DE CULTURA E EVENTOS PLINIO ARLINDO DE NES A Galeria Municipal de Arte do Centro de Cultura e Eventos Plinio Arlindo De Nes é um espaço cultural público da Prefeitura Municipal de Chapecó, administrado pela Secretaria de Cultura, com coordenação do Setor de Artes Visuais. O equipamento foi concebido para atender a demanda da comunidade artística por um local adequado às manifestações visuais da Arte Contemporânea, sendo inaugurada no ano de 2012 e criada pela lei nº 6410/13. A sede da Galeria fica no andar térreo do edifício do Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nes, que fica localizado na Rua Assis Brasil, nº 20 D, Centro de Chapecó. As finalidades da Galeria, estabelecidas na lei nº6410/13, estão alinhadas a uma visão de fomento e valorização da produção artística local, regional e nacional. Os objetivos da galeria são: disponibilizar um espaço público para exposições e difusão das artes visuais; fomentar a legitimação de artistas locais, regionais e nacionais; abrigar exposições de caráter local, regional e nacional com objetivo de troca de referência e vivências nas produções culturais; estimular a produção artística e cultural através de ações de fomento e incentivo. A sede da Galeria se destaca por suas características arquitetônicas. A sala branca possui um grande vão retangular central, sem janelas e com piso cinza escuro, com pé direito alto e ângulos irregulares no teto. Devido a estes aspectos, a área da Galeria permite o fluxo dos visitantes e a produção de diferentes projetos expográficos. O espaço, sem aberturas para áreas externas, propõe uma situação de imersão aos visitantes, podendo estes vivenciar com plenitude o envolvimento nas diferentes produções artísticas. A visitação na Galeria pode ser espontânea ou por meio de agendamento prévio, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e 13h às 16h, ou em horário diferenciado desde que previamente agendado. O espaço dispõe do acompanhamento de um mediador, acadêmico do curso de licenciatura em Artes Visuais, que orienta, facilita, comunica, intermedia, realiza intervenções e provoca o interesse e a discussão a partir de temas relacionados às exposições. O público visitante é formado por moradores da comunidade local, estudantes do ensino regular, fundamental e superior, e turistas das diversas faixas etárias. Em um olhar retrospectivo para a trajetória de ações realizadas na Galeria Municipal de Arte do Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nes podemos evidenciar que, apesar de estar localizada distante das grandes capitais, a instituição tem se tornado referência pelo acolhimento e fomento de produções artísticas e projetos com foco na Arte Contemporâneas.


EXPOSIÇÃ

TERRA/p Rebeca


O ON-LINE

paisagem Stumm


Fotografias: Rebeca Stumm e Ricardo Garlet.



TERRA/paisagem

Aqui, a terra apresenta-se modelada na forma de inúmeras cavidades, que agrupadas preenchem o piso da galeria. Dessa forma, o trabalho em exposição partiu da ideia de ocupar o espaço da Galeria Municipal de arte do Centro de Cultura e Eventos Plinio Arlindo De Nes, com a construção de uma instalação formada por inúmeras cavidades de terra a espera de sementes. A poética considera, como parte constitutiva do trabalho artístico, a relação de continuidade não linear estabelecida entre os diferentes momentos que fazem parte do processo de produção e exibição. O ato de modelar a TERRA revela a trajetória da artista com o fazer cerâmico, que agora, se aproxima do trabalho do agricultor que prepara esta materialidade para sustentar a vida e nos conectar com os outros seres. A proposta de exposição foi aprovada em 2019, no entanto, hoje, em meio a pandemia, acontece uma ampliação de seus sentidos, pois repensar as nossas relações com a terra e os alimentos se tornou uma obrigação ainda mais urgente para o Planeta.

Rebeca Stumm


TERRA/paisagem

Here, the earth is modeled in the form of countless cavities, which, when grouped, fill the gallery floor. Thus, the work on display came from the idea of occupying the space of the Municipal Art Gallery of the Plinio Arlindo De Nes Culture and Events Center, with the construction of an installation formed by countless earth cavities waiting for seeds. Poetics considers, as a constituent part of artistic work, the non-linear continuity relationship established between the different moments that are part of the production and exhibition process. The act of modeling TERRA reveals the artist's trajectory with ceramic making, which now approaches the work of the farmer who prepares this materiality to sustain life and connect us with other beings. The exhibition proposal was approved in 2019; however, today, amid the pandemic, there is an expansion of their senses, a rethinking of our relations with the land and food has become an even more urgent obligation for the Planet.

Rebeca Stumm


Fotografias: Rebeca Stumm e Ricardo Garlet.



Terra/paisagem apresenta, no formato exposição on-line, a construção poética que contempla vivências de um fazer diretamente ligado à terra e que coloca a mim – artista – como parte integrante na visualidade dos movimentos vivenciados no processo de construção desse trabalho. Costumo guardar as sementes das frutas, por isso relacionar o ingerir com o continuar faz parte do meu processo de alimentação. Para esta exposição, inicialmente, me apoiei no que pensava construir de forma presencial: a vivência de um piquenique na Galeria, juntamente com participantes (voluntários). Seria a vivência da modelagem da terra no formato de cumbucas e a vivência de comer frutas, depositando as sementes delas na terra modelada. A forma da cumbuca é a primeira que geralmente se aprende a fazer na cerâmica, dizem que é uma técnica indígena. As cumbucas também são como buracos que fazemos na terra, cavidades ou berços que servem para proteger as sementes enquanto aguardamos que germinem. Essas cumbucas seriam depositadas com outras terras modeladas, formando, juntas, uma paisagem de berços/cumbucas potencialmente em movimento pelo agregar e retirar dessas formas durante o Período de Exposição. A ideia era que cada participante seria responsável por desenhar essa paisagem de terra que, após um Período de exposição, poderia ser, paulatinamente, levada por visitantes para compor outras paisagens.


Com a pandemia, veio a dificuldade de realizar o trabalho de forma próxima a outras pessoas. Então, me coloquei no desafio de intensificar a imersão no processo de produção e aproximei-me ainda mais da terra, o que acabou trazendo à tona outros pequenos seres, também pertencentes a essa paisagem que estava a modelar, como minhocas, formigas e pássaros. E, ainda outros, pois enquanto realizava os registros do processo, o olhar da câmera possibilitou-me ver parte do que passa despercebido, ampliando a faixa do que visualizamos como humanos. Este foi um trabalho diário, construído com registros, modelagens e a descoberta de que a paisagem parecia se somar a cada semente (alimento) que conseguia trazer para fazer parte desse processo. Assim, cada uma aumentava a noção de que todos os seres fazem parte do futuro. Sem espera, comecei a plantar, isso se tornou também parte do processo. Comecei a sentir que o trabalho falava da terra como um trabalho conjunto, com momentos de vida, e de vida em estados de latência. Estou, agora, diante de uma complexidade de momentos vivenciados, e a exposição é um momento de construção – acesso ao que nem sempre se faz presente, mas que está em potência.

Rebeca Stumm


Terra/Paisagemš presents, in the online exhibition format, the poetic construction that contemplates experiences of a doing linked to the earth and that places me - the artist - as an integral part in the visuality of the movements experienced in the process of building this work. I usually keep the fruit seeds, so linking the consumption to the continuing is part of my feeding process. For this exhibition, initially, I relied on what I thought to build in-person: the experience of a picnic at the Gallery, together with participants (volunteers). It would be the experience of modeling the earth in the shape of bowls, and the experience of eating fruits, depositing their seeds in the modeled earth. The shape of the bowl is what one first learns to make in ceramics; it is said to be an indigenous technique. Bowls are also like holes we make in the soil, cavities or cradles that serve to protect the seeds while waiting for them to germinate. These bowls would be deposited with other modeled soils/earth², forming, together, a landscape of wombs/cradles/bowls potentially in motion by aggregating and removing these forms during the Exhibition Period. The idea is that each participant would be responsible for designing this land landscape that, after a period of exposure, could gradually be taken away by visitors to compose other landscapes.


With the Covid 19 pandemic, it was challenging to carry out the project due to social distancing. So, I took on the challenge of intensifying the immersion of the production process and got even closer to the land, which brought about other small beings, also belonging to this landscape that I was modeling, such as worms, ants, and birds. And still, others, because while recording the process, the camera footage allowed me to see part of what goes unnoticed, expanding the range of what we see as humans. This was a daily job, built with records, modeling, and the discovery that the landscape seemed to add up to each seed (food) that I managed to bring as part of this process. Thus, each seed increased the notion that all beings are part of the future. With haste, I started planting; this also became part of the process. I began to feel that the work spoke of the land as a joint endeavor, with moments of life in construction and life in latency. I am now faced with the complexity of moments experienced. The exhibition is a moment of construction - access to what is not always present, but in potential. ¹both words in the title have a broader meaning in the source language (Portuguese) than in English. The word “terra” refers not only to the planet Earth but also to soil, ground and dirt. The word “paisagem” refers to not only view/panorama, but also to a set of l components of an external space that can be apprehended by the eye. Thus, the translator chose to maintain the title in the source language to maintain its complexity in meaning, that would otherwise be altered in translation. ²In the source language the word is “terra”. The artist is modeling the planet, the soil, the earth, the dirt.

Rebeca Stumm


Fotografia: Rebeca Stumm.



Fotografias: Rebeca Stumm, Monique Panzenhagen e Ricardo Garlet.



Fotografias: Rebeca Stumm.



Acesse os links.


Fotografias: Rebeca Stumm, Monique Panzenhagen e Ricardo Garlet.


Fotografias: Rebeca Stumm e Ricardo Garlet.



Rebeca Stumm Artista Visual e professora no curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria. Tem formação em escultura e Doutorado em Poéticas Visuas pela Universidade de São Paulo, produz trabalhos ligados ao contexto e ao momento específico em que o artista se insere e, com isso, suas propostas abarcam processos que envolvem as temporalidades da arte sob diferentes linguagens. Possui trabalhos que se desenvolvem ligados a longos períodos e que envolvem eventos de arte com a participação de outras pessoas. Também como professora de cerâmica desde os anos 90, mantém a proximidade com as transformações da materialidade-terra e as preocupações que inserem e ligam a arte à vida.

Rebeca Stumm Visual artist and professor in the Visual Arts course at the Federal University of Santa Maria. She has a degree in sculpture and a Ph.D. in Visual Poetics from the University of São Paulo. Produces works related to the context and the specific moment in which the artist is inserted. With this, her proposals encompass processes that involve the temporalities of art in different languages. She has works that develop over long periods and art events with other people's participation. As a ceramics teacher, she maintains her proximity to earth-materiality transformations and the concerns that insert and link art to life.


Realização:



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