Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 6 | nº 972 | nov | 2012 Buíque - Pernambuco
Cisterna Calçadão: uma mudança na vida da família de Dona Lurdes. D. Lurdes, do Sítio Cafundó, em Buíque, está rindo à toa. Contemplada com uma cisterna calçadão, mesmo nos períodos de seca, D. Lurdes mantém em sua propriedade diversas plantações como: alface, couve, repolho, couveflor, pimentinha, tomate, cenoura, batatinha, cebola e abacate. A produção é toda regada com a água coletada pela cisterna calçadão. Além disso, a D. Lurdes, casada com Sr. Heleno e mãe de seis filhos, vende o excedente na comunidade e na feira livre. “Não falta agora o dinheiro do gás, do remédio. Antesda cisterna calçadão era só mato”, afirmou D. Lurdes em relação ao rendimento extra que tem obtido com a venda das hortaliças.
A Cisterna Calçadão D. Lurdes e Sr. Heleno na cistena calçadão
A cisterna calçadão é uma tecnologia social implementada na região pela Diocese de Pesqueira através da parceria com a Articulação no Semiárido (ASA) especialmente com o objetivo de coletar água da chuva para produção de alimentos, garantindo assim a soberania alimentar e possível geração de renda através da comercialização dos produtos. Os contemplados com a cisterna calçadão passam por diversos momentos de formação como manejo e cuidados com a cisterna e a gestão de água para produção de alimentos, ministrados por profissionais capacitados. D. Lurdes e sua família, antes de receberam a cisterna calçadão, participou de todos os processos de formação. Além da cisterna calçadão, D. Lurdes e sua família são proprietários também de uma cisterna com capacidade de 16 mil litros, que serve para coletar e armazenar água da chuva para a família beber e cozinhar.
A criação de animais
Cisterna calçadão ao lado das verduras cultivadas
D. Lurdes também cria alguns animais na propriedade. Tem gado, porco e galinha supridos com água da cisterna calçadão. A rotina da família da D.Lurdes é movimentada. Acordam cedo para tirar o leite das vacas, aguar das plantas, dar ração aos animais e construir as cercas. No tempo em que chove, a produção de hortaliças
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aumenta, sendo necessário contratar um trabalhador para ajudar no cultivo. “Estou muito feliz com a cisterna”, disse D. Lurdes, que ainda compartilha a água com a mãe e o irmão no período da estiagem. “Eu via na televisão e achava bonita (cisterna). Se não fosse a cisterna, a gente estaria comprando água”, pontuou D. Lurdes com o seu sonho realizado.
Os sonhos da Dona Lurdes Como planos futuros, D. Lurdes pretende colocar uma venda de verduras em Buíque para comercializar melhor os seus produtos, que são todos orgânicos, não utilizando nenhum produto químico. “É bom demais porque todo dia tá Criação de gado do casal verdinho, tá gostoso. A tomate é bem fofinha, é bem molinha, bem gostosa”, afirmou D. Lurdes, em relação à diferença entre produtos orgânicos e cultivados com agrotóxicos. Atualmente um dos filhos de D. Lurdes leva algumas hortaliças para vender na feira todas as semanas. A família da D. Lurdes cuida muito bem da cisterna calçadão, fazendo a manutenção com a pintura de cal da cisterna, e cimento e açúcar no calçadão para evitar rachaduras. Além de consertar as rachaduras quando raramente estas aparecem, pois afinal, o sucesso das cisternas e outras implementações dependem também dos cuidados que os proprietários tem com estas, sendo comprovado que as famílias que fazem o uso correto destas tecnologias tem passado com mais facilidade pela pior estiagem que assola o semiárido atualmente, sendo esta das mais fortes dos últimos 30 anos. Participante também dos encontros comunitários, D. Lurdes vê esses momentos com bons olhos. Membro da Associação de Moradores do Sítio Cafundó, junto com o marido, D. Lurdes, acha essencial exercer este tipo de cidadania. “É bom porque trazem muitas coisas, tiram muitas dúvidas”, disse D. Lurdes, que é moradora do Sítio há 32 anos e se diz muito feliz no lugar onde mora. “Eu gosto muito do meu cantinho aqui”, declarou com um sorriso.
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