Famílias assentadas constroem horta comunitária e produzem em sistema agroecológico

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Ano 1 | nº 12 | Julho | 2007 Queimadas - Paraíba

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Projeto Demonstrativo

Manejo da Água para Criação: a experiência da família de Seu Antonio Tavares e Maria Vicente Seu Antonio Tavares e dona Maria Vicente são casados há 36 anos e dessa união tiveram 11 filhos. Destes apenas 3 moram com eles na propriedade no Sítio Catolé no município de Queimadas-PB. Seu Antônio mora nesse sítio desde que nasceu. Parte das terras que possui foi herdada do seu pai logo quando casou, em 1971, e a outra parte ele comprou de um seu tio. Hoje a família possui 14,6 hectares de terra. Quando casou e tomou conta do seu pedaço de terra, continuou plantando o roçado de milho, feijão, algodão mocó e criando animais. Nessa época, conta que plantava ladeira abaixo, mas com um tempo passou a cultivar atravessado porque viu que era melhor para o boi trabalhar. Com isso ele descobriu que o solo ficava molhado por mais tempo e que a água não levava a goma da terra. Ainda nessa época, nas terras tinha apenas uma cacimba para dá de beber aos animais da família e dos vizinhos. Para beber e do uso da casa buscavam água no tanque dos herdeiros que fica dentro da propriedade que pertenceu ao avô de seu Antônio, seu Severino Tavares. Nos períodos em que esse tanque secava, dona Maria e seu Antonio iam pegar água em um açude que fica a 5 quilômetros da sua casa. Na propriedade a gente tinha o que comer, mas não tinha de onde tirar a água de beber, conta seu Antonio. Essa situação melhorou um pouco em 1978, depois que o irmão de Antônio emprestou um dinheiro para a construção de uma cisterna de 8 mil litros, facilitando o trabalho da família. Nos períodos mais secos quando parava de chover e a cisterna secava, eles compravam água para abastecê-la. Na época de estiagem, a cacimba ficava com pouca água e isso fazia com que acumulasse sujeira, levando a família a fazer constantes limpezas. Para manter limpa e com um bom nível de água, seu Antonio fez uma ampliação colocando anéis na cacimba. Esses anéis foram doados pela EMATER na frente de emergência de 1993. No ano seguinte, a família, com recursos próprios, iniciou a construção de uma cisterna de 50 mil litros para receber a água que cai sobre o telhado dos galpões que na época servia para a criação das aves. Essa obra só foi concluída no ano de 2000. Porém, a dificuldade da família de seu Antonio e dona Maria não só era a água para beber. O brabo do sítio onde moram era a água para a criação, pois têm 14 cabeças de gado. Utilizavam a vazante durante o inverno para o plantio de capim elefante. Mas mesmo assim não era suficiente para alimentar a criação. Receberam então a visita de um estagiário da AS-PTA que lhe convidou a construir uma barragem subterrânea na vazante. Após o contato, seu Antônio participou de uma visita na propriedade de Severino em Lagoa Seca. Nesse momento, conheceu, mas ainda não ficou convencido de que a barragem subterrânea seria uma boa experiência para sua propriedade, porque Severino vivia em um ambiente muito diferente do seu. Só quando visitou o agricultor Manoel Gavião e viu uma barragem funcionando em pleno Curimataú durante o mês de outubro, é que resolveu construir uma em sua propriedade. Para isso aproveitou a várzea que corta sua terra onde já tinha um plantio de capim elefante e pasto nativo. Hoje, depois da barragem construída a família aumentou a área de capim elefante e capim de planta que alimenta suas 14 cabeças de gado durante o ano todo. Em média tem


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