Cisterna Calçadão: geração de saúde e renda.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 5 | nº 94 | Agosto | 2011 Januária - Minas Gerais.

Cisterna Calçadão: geração de saúde e renda. Dona Geralda Cardoso Santana e seu filho José do Patrocínio Fernandes Lima, moram em uma comunidade que passa por muitas dificuldades com acesso a água, lá existem dois poços artesianos para 60 famílias, considerando que a água é necessária não só para o consumo humano quanto para as atividades agrícolas, contam eles que a água no período da seca mal dava para beber. Água de beber, água de molhar A comunidade rural de riachinho do município de Januária foi beneficiada pelos programas da articulação do semiárido (ASA). Primeiro Dona Geralda e seu filho José e o beneficio da cisterna calçadão. receberam o programa Um milhão de cisternas (P1MC) um caixa de placa que armazena 16 mil litros de água da chuva que cai no telhado, a família trata dá água conforme aprendem no curso de gerenciamento hídrico (GRH) e tem água de qualidade para beber o ano todo. Em 2010 veio a comunidade de Riachinho a proposta da Cáritas Regional Minas Gerais do programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e propôs construir a tecnologia de armazenar água suficiente para produzir o ano todo, uma cisterna calçadão que armazena 52 mil litros de água da chuva, água que cai na calçada de cimento passa por um decantador e cai na caixa de placa. A família de Dona Geralda foi uma das famílias que se interessou, diz que na comunidade todos ficaram receosos com a qualidade da água que vem da chuva, mas como eles já têm a água de beber da cisterna e todos têm muita saúde assim não tiveram esse temor. Eles contam que tinham uma pequena horta para consumo próprio sem Ao fundo a cisterna calçadão secando a fava, e a frente muita variedade, apenas um cheiro verde, uma os pés de alface que já estão dando a sementes crioulas.

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abobrinha. Ao construírem a cisterna calçadão foi necessário mutirão, todo o buraco de 1,80 por 7,40 foi aberto com as inchadas e braços do mutirão, para abrir a vala contam que foi necessário 6 pessoas cavando durante duas semanas, e depois ainda ajudaram o pedreiro na fabricação das placas de cimentos para fazer a cisterna e a calçada. O esforço agora retorna como vitória com a multiplicação da capacidade produtiva oferecida pela cisterna calçadão. Dona Geralda e seu filho José produzem em mais de 10 canteiros, A cisterna calçadão rende até 10 canteiros e garante o complementam aproveitando a água dos poços acesso ao mercado. pois têm como objetivo produzir para vender na feira. Possuem uma produção orgânica, sem uso de agrotóxico ou qualquer veneno, utilizam apenas esterco, água e o acompanhamento diário da horta. Em covas plantam pimentão, couve, tomate, pepino, quiabo e abobrinha. No canteiro plantam alface, alho, cebola verde, quentro, beterraba e cenoura. Acesso ao mercado: Feira Livre Contam que o calçadão ficou pronto em julho do ano passado, esperaram a caixa encher nas chuvas e até fevereiro ficou cheio, então deram inicio ao plantio e em três meses já tinham produto para ir a feira, e foram. Foi a primeira vez deles na feira, falam que foi muito fácil, chegaram e colocaram a banquinha deles, o desafio e deixá-la vistosa enchê-la de produtos, participam de duas feiras livres, a feira livre do município de Januária e a feira livre da comunidade rural do Tejuco. Estão agora com a produção de tomate e já aprenderam que mesmo que facilite a irrigação não se planta perto da cisterna calçadão, pois ela é muito quente, absorve o calor do sol o dia todo e queima os tomates, então passaram a utilizar a calçada para fazer a secagem da fava. Têm também as mudas frutíferas e assim com a água sua produção está se diversificando, tem agora um novo objetivo acessar os projetos governamentais de abastecimento alimentar, querem fornecer alimentação para as escolas, vender para a CONAB, mas José diz que para isso precisam de orientação técnica e mais informações menos burocráticas da prefeitura. José diz que tem em mente o desejo de construir um projeto de estufa comunitária para conseguir produzir o ano todo, e está indo atrás para conseguir colocar em prática. E seguindo e correndo atrás de produzir mais e mais, e de ter acesso ao mercado hoje Geralda e José contam que a feira lhes garante a alimentação familiar e dos animais que estão mais fortes, além de complementar a renda. Apoio:

MARCA UGT www.asabrasil.org.br


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