Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 3 | nº 45 |Junho | 2009 Gurjão - Paraíba
Bom Uso da água em todos os espaços da propriedade Dona Antonia Cantalice, mais conhecida como Dona Tonha, é viúva e mora no Sítio Catingueira, de Gurjão na Paraíba. Tem 12 (doze) filhos, dois destes moram com ela, Sebastião e Abraão com suas respectivas esposas, Ivonete e Conceição e seus filhos. Dona Tonha sempre utilizou água de chuva na produção de coentro e alface para o consumo da família. A água na propriedade até o ano de 1995, vinha de duas lagoas feitas pela natureza e de um barreiro trincheira, conhecido por “Barreiro de Amélia”. Em 1996 Dona Tonha fez uma cisterna, com o apoio do Fundo Rotativo Solidário da comunidade. Nesse período os filhos moravam Familia Cantalice fora. Atualmente cada uma das duas casas da propriedade possui uma cisterna, com água para beber e cozinhar. Quando Sebastião e Abraão voltaram para a propriedade fizeram uma barragem, com a ajuda de Antonio, um dos irmãos que mora em São Paulo. Em 2000 a barragem pegou água e a partir daí tudo melhorou. “Aqui se cria peixe e se faz vazante, acompanhando a água quando vai baixando”, conta Conceição, esposa de Abraão. A vazante é um roçado bem diversificado com muitas plantas: batatadoce, macaxeira, milho, feijão e algodão, entre outras. Conceição diz ainda que até 2008 também plantou muitas hortaliças nessa área. Por traz da barragem fica molhado o ano inteiro e essa água é aproveitada para o cultivo de batata-doce, macaxeira, capim, feijão, cajueiro, goiabeira, mangueira, coqueiro, bananeira e graviola. Quando é necessário se irriga essas plantas por gravidade, com o uso de mangueiras.
Área de produção de alimentos
Em 2007 foi perfurado um poço artesiano nas proximidades da barragem. O poço fornece muita água doce. Em 2008, através de um catavento a água foi canalizada para uma caixa elevada entre as duas casas da propriedade e atende também a outras três famílias vizinhas.
Paraíba
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Paraíba
Com água ao lado das casas a família ampliou o cultivo de hotaliças e fruteiras nos quintais nos arredores das casas. Ivonete, esposa de Sebastião, conta que cultiva hortaliças desde criança, às vezes pegando água de muito longe. Conceição, além das hortaliças, produz mudas de fruteiras como mamoeiro, acerola, bananeira, coqueiro, pinha, graviola e plantas nativas, como o umbuzeiro e outras, que são levadas para a vazante da barragem, para o cercado, para o roçado e para os quintais. Nos quintais além das fruteiras cultiva-se coentro, alface, cebolinha, pimentão, tomate, couve, macaxeira, hortelã, boldo, saião e plantas ornamentais.
Quintal de dona Conceição
As hortaliças produzidas são comercializadas diariamente na comunidade e uma vez por semana na cidade. Contudo, Ivonete e Conceição afirmam que a maior contribuição dessa experiência se dá na alimentação da família: “as crianças gostam de todas as frutas e sempre tem uma alimentação bem variada com os produtos da própria terra, sem veneno nenhum”. Para beber e cozinhar a família usa água das cisternas. Para o banho, gastos da casa e lavar roupas é utilizada água do poço. O “Barreiro de Amélia” é para sedentação das aves e os animais que puxam a carroça, cultivador e que transportam as pessoas. Além das cabras leiteiras que são manejadas perto de casa. As lagoas são aproveitadas pelos animais que ficam no cercado. Toda água utilizada nas pias e no banho escorrem para onde as aves ciscam, assim, se evita que as plantas do quintal sejam danificados pelas aves. A família faz um bom uso da água em todos os espaços da propriedade e também ensina que devemos cultivar ao contrário da correnteza favorecendo o molhado no solo por mais tempo.
Ao redor da Casa da Família de Sebastião e Ivonete
Apoio:
Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
www.asabrasil.org.br