Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Pernambuco Paraíba Além do poço amazonas, Teresinha conta com outras fontes de abastecimento, como um poço artesiano comunitário, um barreiro e uma cisterna de 16 mil litros, com água de qualidade para beber e cozinhar. No combate à infestação de insetos, a produtora usa o biofermentado e outros defensivos desenvolvidos com plantas do próprio quintal. Ela mostra, nesse caso, que é possível produzir sem o uso de agrotóxicos.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
AnoAno 3 | nº524 | Setembro | 2009 | nº 71 | abril | 2011 SolâneaParaíba São José do Egito - PE
Quintal Produtivo: qualidade de vida e fonte de renda
Em 2010, ela participou de uma capacitação para a produção de sabonetes artesanais, realizada pelo sindicato rural local. Hoje, produz sabonetes de juá, aroeira e cajueiro roxo, que também são vendidos na feira agroecológica do município. Teresinha acredita que o mais importante do intercâmbio é a troca de conhecimentos
Teresinha já participou de diversos intercâmbios em Pernambuco e em outros estados, e também já recebeu várias visitas em sua propriedade, resgatando a importância da troca de conhecimentos para o desenvolvimento local. A agricultora lembra que foi a muitos intercâmbios e, com isso, aprendeu muito. Ela diz que nessas ocasiões, tanto aprende, como ensina. Teresinha deixa ainda um recado para quem está começando a preparar sua área: se dedique, trabalhe, se organize e tenha um controle, porque é algo que tem futuro, é qualidade de vida, é fonte de renda.
ARTICULAÇÃO NO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO
Família de Dona Teresinha produz para o consumo e para a venda
Teresinha Amara Lira do Nascimento, 55 anos, mora com o seu esposo, José Pereira do Nascimento, 65, e seu filho Edson, de 17 anos, numa propriedade de 42 hectares na comunidade São Miguel, município de São José do Egito, no Sertão de Pernambuco. Quando solteira, ela alugava o seu trabalho na agricultura, para ajudar os seus pais no sustento da família. Ao casar, continuou a atuar como agricultora com o seu esposo e teve a idéia de fazer, no seu quintal, uma horta agroecológica para consumo da família e para venda através de encomenda.
Paraíba1 Pernambuco
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Pernambuco A agricultora também faz parte da associação comunitária local, da Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú, do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município e do Grupo de Mulheres da Comunidade São Miguel - Criando, Produzindo e Preservando, o CPP, que foi criado há dois anos. Ela também recebe a assessoria técnica da Casa da Mulher do Nordeste.
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Pernambuco
No espaço há, ainda, uma pequena área com plantas medicinais. Na horta produz chuchu, pimenta, alface, coentro, uma variedade de hortaliças. Dona Teresinha conta que o milho que eles colhem é para fabricação de fubá, farinha e para a alimentação das galinhas. Já o feijão, é para vender. A palma doce, os vizinhos compram para alimentar os animais, já que criam apenas porcos e galinha. Mas não para por aí. A goiaba é fornecida para uma fábrica de doces do município e outras frutas, plantas medicinais e sementes, como as de gergelim, linhaça, soja, guandu, algodão e girassol são armazenadas em garrafas PET, e vendidas na feira agroecológiga do município, que acontece às sextas e sábados. Através do grupo Criando Produzindo e Preservando, ela recebeu um projeto de criação de galinhas caipiras.
Horta orgânica produz apenas alimentos saudáveis
Em 2005, com as visitas da Casa da Mulhe do Nordeste, promovendo intercâmbios a outras propriedades e capacitações, Teresinha conheceu novas técnicas de trabalho. Desta forma, a agricultora pode inovar e estruturar sua produção, descobrindo novas fontes de comercialização que contribuíram com o aumento da renda da sua família. Além das frutas e verduras, Teresinha ainda cultiva plantas medicinais
Em seus poucos hectares de terra, ela tem um sistema consorciado de milho e feijão e uma diversidade de plantas forrageiras. Além disso, Teresinha cultiva palma doce em uma área cercada de leucena, e também plantas frutíferas, como goiaba, laranja, jaca, pinha, graviola, mamão, laranja, banana e acerola.
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Em seguida teve a oportunidade de acessar, por duas vezes, o Fundo Rotativo Solidário da Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú, que serviu para aumentar o galpão e comprar uma máquina forrageira para fazer a ração balanceada para as galinhas. Também com o recurso do Fundo comprou uma bomba, com o objetivo de irrigar a área do quintal e ampliá-lo. Isso foi, para ela, mais uma conquista, pois em sua propriedade já havia um poço amazonas e nele foi implantado um s i s t e m a d e bombeamento movido à energia solar, que garantiu uma melhoria e aumento da produção.
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