Ano 8 • nº 2017 Dezembro/2014 Nova Cruz
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Família agricultora resiste e aprende a conviver com Semiárido “O meu abacaxi foi considerado o melhor da região. Tenho abacaxi de 2 kg e 3 kg”, disse seu Luiz Trajano. Em Sítio Boa Água, comunidade de Nova Cruz/RN, há aproximadamente 114 km da cidade de Natal, a produção de abacaxi deixa todos e todas com água na boca. A história de dona Neide e de seu Luiz não é diferente das muitas que existem em nosso Semiárido Brasileiro. Em 1985, seu Luiz Carlos Trajano da Silva (48 anos), mais conhecido por seu Lula Trajano, foi em busca de melhores condições de vida na cidade do Rio de Janeiro, deixou os pais e irmãos e foi tentar algo novo, segundo ele “Toda semana tinha ônibus saindo daqui pra lá, todo mundo ia atrás de trabalho”. Lá, ele teve a enorme felicidade de conhecer Neide Barros Trajano (45 anos), sua atual esposa e mãe de seus dois filhos: Hugo Barros Trajano (16 anos) e Bruna Barros Trajano (10 anos), porém a oportunidade de trabalho não foi tão satisfatória assim. Diante disso, ele resolveu voltar para sua cidade natal em 1993 e casou com dona Neide. Ao voltar, seu Lula e dona Neide dedicaram-se totalmente a agricultura com a produção de alimentos e criação de animais e, graças aos esforços deles e muita dedicação, conquistaram seu pedaço de chão. “Pra gente que gosta de plantar, ter água vai mudar muito nossa vida é só ter fé em Deus”, disse Cisterna calçadão conquistada pela família
dona Neide.
Dona Neide com seu novo filhote.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Articulação Semiárido Brasileiro – Rio Grande do Norte
A família de dona Neide sobrevive da agricultura e estar satisfeita e cheia de alegria com os resultados, o que só tende aumentar com a conquista da cisterna calçadão. Antes a família de dona Neide utilizava água da Barragem Pedro Targino para dar de beber aos animais e irrigar as plantas. Mas com a chegada da tecnologia, a família pode armazenar água próximo de casa e oferecer mais qualidade de vida para seu filho e sua filha com mais variedade na produção de alimentos. Fora o abacaxi, a família de dona Neide cultiva coentro, alface, pimentão e cebolinha, além de umbu, manga e caju. Estes alimentos servem para consumo da família e também para gerar renda extra no final da semana. O filho Hugo junto com o genro e dona Neide se organizam e toda semana saem nas casas da comunidade para vender seus produtos orgânicos.
“A gente não volta com nada nas mãos, vendemos tudo”, disse dona Neide. Seu Lula Trajano é responsável pela criação de abelhas italianas, como conhecidas na região.
“Já teve ano de tirar 940 litros de mel aqui” falou seu Lula.
A plantação de abacaxi, hortas, a criação de frango e a de ovelha fazem parte da história de lutas e conquistas da família de dona Neide que convivem com o Semiárido há mais de 20 anos.
“Tomo conta de 70 galinhas e 100 pintos e quando a gente precisa eu vendo. Isso ajuda a gente ter um pedaço de chão, disse dona Neide”.
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