Escola Família Agrícola de Sobradinho: Educação para o campo e para a vida

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Ano 8 • nº1761 Novembro/2014 Sobradinho

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Escola Família Agrícola de Sobradinho: Educação para o campo e para a vida A histórias de Eliana Costa, José Carlos Neri, Adilson Ribeiro e André Ribeiro se confundem com a da Escola Família Agrícola de Sobradinho (EFAS). Filhos de famílias agricultoras do interior do município, encontraram dificuldades para estudar na cidade. Para eles, a escola fundada por membros da União das Associações de Sobradinho e Arredores (UASA), com apoio financeiro de alemães, na década de 90, foi a “mão Eliana Evangelista. De ex-aluna a professora da EFAS

na roda” que ajudou a mudar suas vidas. Eliana

conta que não havia escola no interior e os estudantes não tinham como se manter na cidade ou custear a viagem até uma escola municipal. Com base nos modelos de escola família agrícola na França, a EFAS acolheu as famílias agricultoras, seus filhos e filhas, ensinando a convivência com o semiárido, manejo do solo e da criação de animais adequados à região. José Carlos diz que o método de ensino alternando um tempo de 15 dias na escola com 15 dias em casa, permitiu que se fortalecesse o aprendizado. As lições da escola são aplicadas na roça dos pais. André, o mais novo entre os ex-alunos, destaca a importância da disciplina na escola para a formação do próprio caráter como cidadão. Ele está buscando novos conhecimentos na área agrícola e pensa em cursar o ensino superior. Com preocupação de formar cidadãos e cidadãs engajados na luta pela melhoria de vida do povo da zona rural do município, a EFAS incentiva a participação cidadã de seus estudantes. Adilson,

José Carlos, Adílson e André. Três gerações de ex-alunos da EFAS

que hoje está terminando o curso superior de gestão ambiental, foi monitor da escola e também destaca a pedagogia da alternância como importante instrumento de ensino.


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

Dos quatro ex-alunos, Eliana é a que permanece como professora e coordenadora pedagógica. Ela conta que as matérias que não se estuda numa escola normal é o que faz a diferença. Ensina aos meninos e meninas a maneira de lidar com o ambiente em vivem, ajudando a preservar. Hoje a escola tem parceria com órgãos públicos, A palma é uma das mais importantes forrageiras da Caatinga

que ajudam a manter o ensino do cultivo

sustentável e agroecológico, através de projetos e parcerias. Nos projetos desenvolvidos na escola, os estudantes participam desde o início. Nesse caso, tem destaque o projeto da palma e do umbu, para o replantio da mata original da Caatinga. Cláudio Braga, gestor ambiental da escola, diz que as parcerias com essas instituições públicas traze oportunidades para os estudantes conhecerem a forma certa de plantar e o manejo adequado. Conta que a escola pretende desenvolver um plantio de plantas forrageiras para criação de caprinos em breve, como já faz com as galinhas. O manejo das aves é feito pelos estudantes com orientação e com base no que se

Manejo de galinhas também é ensinado na EFAS

aprende na sala de aula. Gabriela Ferreira e Jairton Silva estão responsáveis pelo galinheiro até o fim do período, quando outra dupla de estudantes assume o posto. A escola também desenvolve projetos próprios, como o Viveiro de Mudas só com plantas da flora regional.

Mateus Morais e Janderson Rocha,

estudantes do sétimo ano, tomam conta das mudas por um período, depois, outra dupla de estudantes vai cuidar do projeto. Eles dizem que se sentem realizados, pois, ajudam a espalhar as mudas pelas comunidades, fortalecendo o replantio da Caatinga. Estudantes aprendem a importância do reflorestamento

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