Agricultora de Cubati Experimenta sistema de água servida no arredor de casa

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Ano 8 • nº 1864 Julho/2014

Cubati Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

AGRICULTORA DE CUBATI EXPERIMENTA SISTEMA DE ÁGUA SERVIDA NO ARREDOR DE CASA A agricultora Doraci Mendonça Bezerra (Dona Dora) mora na comunidade São Gonçalo, município de Cubati- PB. A camponesa veio para esta propriedade em 1962, quando se casou com Sebastião Bezerra da Luz (falecido), a terra pertencia ao pai do seu esposo. Com o passar do tempo e com muita dificuldade, através da criação de animais (galinhas, vacas e garrotes) e da agricultura plantando (milho, feijão, fava , jerimum e hortaliças), eles foram comprando a parte dos herdeiros que preferiram sair para morar Dora mostra com orgulho os frutos da água servida em outros municípios. Conseguiram comprar 21 ha, onde criaram os seis filhos, frutos desta união (Bonifácio, Alberto, Francisco, Marinalda, Francinete ( Nete) e Magna). Atualmente, apenas Nete mora na propriedade. Dora, que hoje está com 70 anos, conta que no início foi tudo muito difícil com os filhos pequenos e pouca água. Nesta época, apenas um barreiro servia como depósito de água para beber, para os animais e para outras necessidades da família, “a gente não tinha condições de comprar, nem um tambor para juntar água”. Com a ajuda dos filhos mais velhos, Sebastião (esposo) conseguiu aumentar a capacidade de armazenamento deste depósito, o que já melhorou bastante o acesso á água. Depois que o marido faleceu, há mais de cinco anos, Dora construiu outra casa na mesma propriedade e começou a cultivar plantas ornamentais e frutíferas, fez duas cisternas para estocar água de beber, uma por iniciativa própria e a outra em parceria com a prefeitura. Quando começou a cultivar no quintal da nova casa, a agricultora viajou para Brasília para visitar um dos filhos e lá teve a oportunidade de conhecer, na chácara do próprio filho, um sistema de aproveitamento de água servida e decidiu começar a experimentá-lo em seu quintal.

Nova casa construída pela a agricultora


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba

No pé da planta ela cava uma cova rasa de 10 cm de profundidade e 10 cm de distância do caule, coloca um pedaço de cano de mais ou menos 1m, e dentro preenche com barro e esterco (adubo) e com a água que lava a louça e toma banho, ela rega as plantas com um balde, diretamente para os canos que são instalados próximos aos caules das plantas, isso causa umidade na raiz o que permite que o solo fique encharcado mesmo no período de estiagem, garantindo a manutenção dos vegetais.

Sistema de reaproveitamento da água servida

Em seu quintal encontramos várias frutíferas (coco, graviola, mamão, limão, acerola, bananeira, manga, goiaba, caju e umbu) além de uma grande variedade de plantas medicinais (capim santo, hortelã, babosa, mastruz, erva cidreira, etc.), forrageiras (leucena, capim, cana, cardeiro sem espinho, palma, maniçoba, canafístula, caruá e algodão) e plantas ornamentais. Toda essa produção vem sendo mantida através da água servida. Dora que também recebe a ajuda da filha Nete para cuidar das plantas e desenvolver o sistema de reaproveitamento de água, explica que cuidar do quintal é uma coisa prazerosa e que toda essa dedicação mudou sua qualidade de vida “eu amanheço o dia aqui, junto das plantas, minha alegria é cuidar delas, hoje se tenho mais saúde é porque cuido do meu quintal”. Com a chegada do P1+2, através da Articulação Semiárido (ASA), em parceria com o Coletivo Regional das Organizações Dora, sua filha Francinete (Nete) e seu Neto, Maxssuel da Agricultura Familiar e do Patac, a agricultora está sendo apoiada com uma cisterna enxurrada. Dora pretende expandir sua produção no arredor de casa, ampliar e melhorar o sistema de reaproveitamento da água servida. Atualmente, vive mais tranquila financeiramente e agora pode cuidar melhor da propriedade, que ela diz conserva para os filhos e netos “minha maior alegria é vê-los chegar para passar férias, a casa fica em festa”, concluiu a agricultora.

Realização

Apoio


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