Ano 8 • nº1734 Julho/2014
PICOS Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
A Cisterna é um bem que conquistei A agricultora Maria José de Sousa Nogueira, de 36 anos, reside na comunidade Pirco dos Nogueiras a 30 km de Picos no Piauí. Dona Maria José é casada há 10 anos com Paulo Henrique Santos, de 48 anos, e mãe de 2 filhos, Isabel Maria, de 6 anos, e Roberto, de 5 anos. Ela conta que sempre se dedicaram à agricultura mesmo antes de se casarem, com o casamento, Maria José e Paulo Henrique passaram a pensar e planejar juntos a produção agrícola da sua família. “Umas das formas que a gente encontrou para ajudar no sustento da família foi investir na terra que já tinha. Pois quando me casei, meu esposo já tinha uma propriedade de 10 hectares que havia comprado 2 anos antes da gente viver juntos. Então resolvemos aumentar a produção para o consumo de casa e vender na comunidade. E hoje nossa renda mensal com a venda do que produzimos em nosso quintal, chega até a 160 reais e, com esse dinheiro, nós compramos outros alimentos para casa e medicamentos quando precisa”.
No seu quintal, Dona Maria José cultiva hortaliças, frutas, leguminosas como: cheiro verde, cebola, pimentão, pepino, alface, goiaba, manga, tangerina, coco, acerola, ata, maracujá, abacate, cajú e batata. Além disso, ela planta ervas medicinais: erva-cidreira, malva do reino, gengibre e açafrão. Com as ervas, ela cuida da saúde da sua família e comercializa outra parte. Além do cultivo agrícola, a família ainda cria no seu quintal galinhas caipiras para ter carne e ovos, que são fontes de proteína, para a família. Para preparar os canteiros, é utilizado esterco, mais popularmente conhecido no campo como estrume. “Meu esposo compra em uma propriedade vizinha e depois é colocado em um local isolado. É regado durante 90 dias para curtir e retirar a urina que está presente no esterco. Quando passa por este processo está pronto para ser usado”. ‘'Muitas vezes as pessoas me perguntam como é que eu aguento viver cuidando de casa e das plantações, então eu respondo: me acostumei, porque quem tem fé em Deus não cai no chão. Eu cuido da minha casa, das plantas, e quando termino tudo ainda vou pra casa da minha mãe ajudar ela, eu sei que estou no caminho certo''.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Articulação Semiárido Brasileiro – Piauí
A família da agricultora foi uma das beneficiadas pelo projeto desde 2012, a família passou a contar com uma tecnologia que guarda água da chuva para manter as necessidades da família como beber e cozinhar, apoiado pela Fundação Banco do Brasil - FBB. O depoimento da família deixa claro os benefícios que a tecnologia social trouxe para a saúde e para a vida de todos (as) em sua casa. “Eu achei muito bom, pois não falta mais água em casa, porque tenho como aparar água da chuva e guardar para usar durante todo o período de estiagem. Além disso, me ajudou na minha saúde, pois sofria de problema na coluna, e isso evitou as dores que sentia, que eram provocadas devido ao grande esforço físico que fazia todas as vezes para puxar água do reservatório antigo que já tinha em casa, já com a cisterna do projeto não preciso movimentar tanto minha coluna porque ela tem uma bomba manual que facilita a retirada de água e a gente não precisa colocar muita força, e assim não me prejudica. Por isso tenho muito cuidado com a limpeza da cisterna, por que é um bem que conquistei que contribui muito para o desenvolvimento das atividades que realizo durante o dia''. As tecnologias sociais para a convivência com o semiárido têm garantido mais qualidade de vida para as famílias agricultoras, isso fica evidente nos depoimentos da Dona Maria José e de tantas outras famílias já mobilizadas pelo Programa Um Milhão de Cisternas-P1MC até hoje.
Apoio
Realização
FETAG-PI