O rico quintal produtivo de Seu Sebastião Gracindo

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Ano 8 • nº1774 Julho/2014

Ele conta que já teve um plantio grande de tomate e também de verduras que hoje tem bem menos com coentro e alface, mas, por conta das dificuldades com a seca, hoje está bem menor. Os tomates ele já começou a plantar novamente. Não pretende ter tantos como antes, por conta da demanda, mas quer ter pelo menos para o consumo da família. Seu Sebastião lembra que foi muito difícil na época que o programa chegou à comunidade, pois as famílias não conheciam as tecnologias e houve uma resistência inicial por parte de algumas famílias. Ele foi um dos que acreditou e quis manter aquela oportunidade em sua comunidade. Lembra também que alguns lutaram pela tecnologia somente pela água. Hoje, seu Sebastião é um exemplo para sua comunidade. O programa uma terra e duas águas está de volta ao Riacho da Jacobina e no curso que trata do planejamento da utilização da água, através de sistemas simplificados de irrigação, o SSMA, seu pequeno pedaço de terra foi o espaço escolhido para mostrar como em uma pequena propriedade pode se produzir com qualidade, diversidade e harmonia.

Belo Monte

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

O rico quintal produtivo de seu Sebastião Gracindo Desde que conquistou uma cisterna-calçadão, no ano de 2008, seu Sebastião Gracindo de Jesus descobriu uma nova paixão: cuidar do quintal de casa. O pernambucano que veio ainda criança para Alagoas, mora no Povoado Riacho da Jacobina, no município de Belo Monte. Ali em uma comunidade próxima conheceu dona Ivonete da Silva, com quem se casou e teve 5 filhos. Sempre trabalharam na agricultura. Dona Ivonete conta que desde adolescente teve que começar a trabalhar muito duro para ajudar no sustento de sua família que trabalhava de alugado em fazendas. Não foi diferente depois de casar, pois sempre fez questão de ajudar o marido, além de cuidar dos filhos e da casa. Tanto que hoje ela se diz tão cansada que quase não vai ao quintal da família. “Agora, só vou lá buscar o que preciso”, brinca dona Ivonete.

Realização

Apoio


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Articulação Semiárido Brasileiro – Alagoas

Mas ele fica feliz em lembrar que a família é grande por isso nada se perde e que, além disso, deixou de comprar muitas coisas na feira. Em um espaço de menos de uma tarefa, ele mantém uma grande variedade de fruteiras, verduras e também algumas plantas medicinais. Não deixou de cultivar feijão e milho no inverno. A roça também fica bem próximo a sua casa. Hoje, no entorno da casa, ou seja, próximo a cisterna é possível encontrar: coentro, alface, cebolinha, repolho, pimenta e até um pé de mostarda, isto entre as hortaliças. Pois além delas ainda tem muito feijão de corda, abobara e milho, legumes que ajudam na alimentação de toda a família. Para complementar tem ainda as frutas: mamão, laranja, caju, carambola, goiaba, entre outras.

Seu Sebastião, por sua vez, está sempre lidando com sua pequena, porém rica plantação. Ele nunca saiu da sua terra, o sustento da família sempre veio da roça. Antes da cisterna, plantava só no inverno, cultiva feijão e milho. Também chegou a criar um pouco de gado e ainda presta alguns serviços como pedreiro, sempre procurou alternativas para não deixar seu lugar. O gosto pelo cuidado com o quintal veio junto com a cisterna-calçadão e começou com os canteiros produtivos, que aprendeu a fazer durante os cursos que participou. “Essa cisterna é um serviço bem feito e bem empregado, porque antes mesmo de ser construída, veio a explicação, aí a gente já começou plantando”, lembra seu Sebastião. Depois disso ele não deixou mais de enriquecer o seu quintal. Mesmo nos anos de seca que passaram ele dava um jeito de manter um pouco da produção. As fruteiras já estavam grandes e mais resistentes, mas as verduras precisavam de um cuidado especial. Nesse período seu Sebastião pegava água de uma barragem com ajuda de um dos filhos. Todos os filhos de dona Ivonete e seu Sebastião moram próximos deles, todos já têm suas famílias e é para eles que vai muito da produção colhida no quintal. “Eu já cheguei a vender aqui na comunidade mesmo, mas as pessoas só se interessaram por um tempo” conta seu Sebastião.


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