A persistência e o amor à uma terra chamada Semiárido

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Ano 8 • nº 1844 Junho/2014 Tamboril do Piauí Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

A persistência e o amor à uma terra chamada Semiárido Mesmo diante da maior seca dos últimos anos, o trabalhador do semiárido não se entrega. Um exemplo está no município de Tamboril do Piauí, sul do estado, a 460 quilômetros de Teresina. Moisés de Sousa Ribeiro é casado com Maria Ceci Paladino de Sousa Juntos. O casal tem 5 filhos Na comunidade Caraíbas, a 5 quilômetros da cidade, de longe se enxerga uma casa é simples, com uma calçada grande, onde ele mora Seu Moisés com a família em seu quintal produtivo e costuma receber quem chega com um convite para café. Moisés, é natural de Oeiras. Dona Maria Ceci, de Tamboril. Nessas coincidências da vida, se conheceram, casaram e estão juntos há 30 anos. Das várias histórias que contou, uma foi com um ar de tristeza no rosto. Dois dos 5 filhos estão morando em São Paulo. “Como eu queria ter meus filhos aqui! Sinto muita saudade”. Com 3 filhos na escola e vivendo praticamente de programas do Governo Federal, Seu Moisés e Dona Maria Ceci viram a chance de aumentar a renda da família. Com o pouco dinheiro que tinha guardado, e mesmo com a dificuldade de água na região decidiram plantar no quintal de casa. Aqui começa outra história, mas dessa vez seu Moisés conta com mais alegria. O orgulho de mostrar a cisterna


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Articulação Semiárido Brasileiro – Piauí

Seu Moisés cultiva em seu quintal cheiro verde, alface, pimentão, e também cria galinhas. Além do consumo próprio, vende na feira da cidade de Tamboril 2 vezes na semana.

No quintal de seu Moisés o verde brota

Em época de seca, é normal o trabalhador do semiárido procurar outras regiões do país para trabalhar. As poucas oportunidades nas pequenas cidades e a falta políticas públicas são as principais causas de alguns deixarem para trás suas casas e suas famílias.

“Morei em São Paulo por alguns anos, pensei que lá era bom, mas descobri que aqui é meu lugar. Não sou aleijado e não tenho preguiça. Acordo cedo todo dia junto com minha esposa e meus filhos para cuidar do meu quintal e das minas galinhas. É daqui que tiro meu sustento, essa é minha vida”, disse Moisés em tom desabafo. Por isso, seu Moisés está feliz com a implementação. Ele e dona Maria Ceci foram cadastrados pelo Centro de Formação Mandacaru, entidade ligada ao Fórum de Convivência com o Semiárido para receber uma cisterna-calçadão de 52 mil litros, através do Programa Uma Terra, Duas Águas (P1+2). Seu Moisés acredita que agora sua renda vai aumentar. “Com essa cisterna e mais o incentivo, tenho certeza que vou aumentar a produção. Assim, vou aumentar as vendas e minha renda também. Essa cisterna será uma benção na minha vida”, disse. Quando perguntado sobre como faz para combater as pragas, seu Moisés e a família são conscientes do mal que o agrotóxico faz na vida de uma pessoa. Ele garante que usa apenas defensivos naturais e adubo para garantir uma boa colheita. “Aprendi a plantar com meu pai. Aqui não uso nada de veneno nas minhas plantas e estou aprendendo muito nos encontros também.” Seu Moisés e família com a criação de galinhas

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