Ano 8 • nº1564 Maio/2014 Patos Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Apicultura fortalece experiências de Convivência com o Semiárido no Médio Sertão paraibano
Com a cisterna-calçadão, Sr. Paulo expandirá a plantação de plantas como o maracujá, que consequentemente aumentará a produção de mel.
Paulo Barbosa de Almeida (Paulo de Ornilo) e sua esposa, Selma Pereira de Almeida, moram com suas duas filhas, Ana Paula e Andresa Cristina, na comunidade rural de Algodões I, no município de Condado (PB). Esta é uma família que lutou contra as dificuldades de acesso à água. Paulo de Ornilo comenta que antes da construção da primeira cisterna (para consumo humano), buscava água em cacimbas. Nesta época, Seu Paulo, juntamente com a família, conquistou a primeira água através do Programa Um Milhão de Cisternas P1MC e a Ação Social Diocesana de PatosASDP/PROPAC. A família passou a ter água para beber e cozinhar, tendo a oportunidade de vencer um grande obstáculo. “Várias dificuldades foram vencidas, como é o caso do difícil acesso à água, que foi parcialmente resolvido com a construção da cisterna do P1MC”, destacou. Paulo se dedica à apicultura (criação de abelhas) desde 2008 e colhe aproximadamente 180 litros de mel por florada. Além da importância das abelhas para a manutenção e conservação do meio ambiente, essa atividade proporciona a melhoria de renda da família. Entretanto, nesses últimos dois anos de seca perdeu muitas colmeias, com isso se deu conta que deveria incrementar a sua produção. O agricultor relata que possuía 30 colmeias, porém com a grande estiagem na região chegou a perder muitas delas, ficando apenas com 6 colmeias e alimentando-as com garapa (água e açúcar). Já em 2014 com a chegada das chuvas, ele conseguiu reestruturar o apiário, capturando assim mais de 30 colmeias de abelhas italianas. As principais floradas da Caatinga aproveitadas pelas abelhas são o marmeleiro, o mufumbo, a jurema entre outras. Já as floradas frutíferas são o cajueiro, o maracujá e o mamoeiro. Através da parceria ASDP/PROPAC e a ASA/BNDES a família de Seu Paulo conquistou uma cisterna-calçadão, que ajudará a melhorar sua plantação frutífera, como é o caso do maracujá consorciado com outras culturas, o que aumentará a produção da florada, de frutas e do próprio mel. Com o poema Devastação, Paulo de Ornilo nos mostra que a convivência com o semiárido, e portanto a preservação do meio ambiente, são as principais estratégias para vencer as adversidades da vida no campo.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba
DEVASTAÇÃO Se o homem antes pensasse Em tudo quanto fazia A floresta era sadia Não tinha poluição. Sem a camada de ozônio O sol fere o corpo humano E também a pele do chão Só se vê degradação Muita sujeira no rio Este é mais um desafio Para toda essa nação.
Apiário Flores do Campo
E para que o ar Não fique quente Preserve o meio ambiente Acabe a devastação. Apele para os cidadãos Que gosta de fazer queimadas Se está com mente frustrada Pois mudem de opinião. Apesar de todas as adversidades enfrentadas, Se antes foram destruidores ainda existe no homem do campo a preocupação em preservar o meio em que vive Hoje sejam defensores Das paisagens do Sertão Agora de ante mão quero pra vocês falar Pra quem quer acreditar no risco da poluição Muito antes que eu esqueça Proteja nosso planeta para não Ter destruição.
(Paulo de Ornilo, 2014)
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