Ano 7 • nº1054 Dezembro/2013
Ouricuri
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Esperança e desejo de fazer diferente Priscila mostra com pequenas ações que é possivel conviver com o Semiárido Foto: Kátia Rejane
A
paisagem não está tão bonita. Há muitos meses não chove na comunidade de Canto Alegre, no município de Ouricuri, sertão do Araripe pernambucano. Mas, quem passa em frente à propriedade de Priscila Coelho, vê uns ramos de esperança em seu roçado. São algumas hortaliças e feijão plantados ao lado da cisternacalçadão que ela recebeu, recentemente, através do Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2) da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). A água da tecnologia é utilizada para regar as hortaliças, matar a sede das galinhas que a agricultora cria e para atividades domésticas. “As coisas antes não estavam bem, mas eu espero melhorar ainda mais. Tenho minha cisterna que está quase cheia, a gente botou água que serve para as hortaliças, galinhas e para os serviços de casa. Eu aprendi também muitas coisas nas capacitações que a gente fez. Aprendi a fazer o canteiro econômico, biofertilizante e a compostagem”, relata Priscila que participou dos cursos de Gerenciamento de Água para Produção.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco
Foto: Kátia Rejane
Hoje, a família de Priscila valoriza a pequena produção e vê na criação de galinhas uma forma de garantir uma renda extra e melhorar a alimentação. Ela fortaleceu a atividade através da ajuda recebida com o Plano Brasil Sem Miséria, programa do Governo Federal que foi executado na região pelo Caatinga, que prestou assistência técnica para as famílias agricultoras beneficiadas. “No início a expectativa era muito grande. Eu comecei criando poucas galinhas e depois já estava com bastante e tive que desfazer porque o milho estava muito caro. Mas, a mudança é muito grande, porque já teve semana de eu apurar quarenta reais só de ovo de galinha, e pra ficar melhor veio a cisterna. Comecei a plantar umas coisinhas, que não tão produzindo muito por causa da quentura, mas quando der umas primeiras chuvadas, se Deus quiser, vai dar tudo certo”, planeja, a agricultora. Priscila complementa e fala sobre seus planos para aumentar a produção. “Hoje eu estou com 20 galinhas e estou alimentando com milho e sobras de alimentos. Não estou soltando elas por conta das hortaliças, mas quando eu cercar vou soltar, porque quando estão soltas botam mais ovos”, afirma. Com simplicidade e ações pequenas, a agricultora Priscila Coelho revela que não é preciso muito para se conviver bem com o clima Semiárido. Basta uma forma de armazenar água e vontade de fazer diferente. Ela dá agora seus primeiros passos, mas traz no sorriso a lição, e nas mãos a força de quem, com fé, vê a esperança de dias melhores com a chegada da tão esperada chuva.
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